Este documento descreve a economia portuguesa e as políticas econômicas adotadas entre os séculos XVII e XVIII. Apresenta as dificuldades econômicas de Portugal nesse período devido à dependência do comércio colonial e dos mercados externos, e as medidas mercantilistas implementadas para promover a industrialização e equilibrar a balança comercial, como a adoção do modelo francês de Colbert. No entanto, o Tratado de Methuen de 1703 levou ao abandono das políticas industriais e aumento da depend
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Triunfo dos estados e dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII
1. Triunfo dos estados
e dinâmicas
económicas nos
séculos XVII e XVIII
Portugal – dificuldades e
crescimento económico
História A 11ºAno Prof. Carla Freitas
2. DA CRISE COMERCIAL DE FINAIS DO SÉC. XVII À
APROPRIAÇÃO DO OURO BRASILEIRO PELO
MERCADO BRITÂNICO
(Documento 29 Pág. 102)
Problemas
• Economia de base cerealífera sem ser
autossuficiente
• Exportação de vinhos, azeite e sal
• Comércio português dependente da:
Reexportação dos produtos coloniais
(tabaco, açúcar, especiarias).
Importação de produtos industriais que não
se produziam no nosso país
Dependência da economia portuguesa do
comércio de produtos coloniais e dos
mercados externos (principais
importadores/abastecedores e principal
concorrência)
Engenho de açúcar
Formas de Pão de Acúcar recolhidas em Aveiro
3.
4. DA CRISE COMERCIAL DE FINAIS DO SÉC. XVII À
APROPRIAÇÃO DO OURO BRASILEIRO PELO
MERCADO BRITÂNICO
1670-1692 - Grave Crise Comercial
• Medidas mercantilistas de países europeus
• Concorrência de holandeses, franceses e
ingleses na produção e comercialização de
açúcar, tabaco e escravos.
• Descida das vendas de sal aos holandeses
que levou à diminuição do afluxo de moeda
de prata espanhola
Acumulação de stocks nos armazéns
Descida dos preços
Diminuição das exportações
Falta de fundos para pagar as importações
Medidas
mercantilistas
Fomento
Manufactureiro
Política protecionista
Documento 31 Pág. 104
5. SURTO MANUFATUREIRO
Duarte Ribeiro de Macedo, Embaixador
em Paris, contacta com o colbertismo e,
no seu Discurso sobre a Introdução das
Artes no Reino, de 1675, faz diversas
propostas:
• Promover uma política de nacionalismo
económico
• Políticas para evitar a dependência face
ao estrangeiro
• Introduzir manufaturas
• Adotar medidas para evitar a fuga de
metais preciosos;
Propostas levadas à prática por Vedores
da Fazenda de D. Pedro II:
• D. João de Mascarenhas, 1º marquês de
Fronteira
• D. Luís de Meneses, 3º conde da
Ericeira, ministro desde 1675 até 1690.
D. João de
Mascarenhas
1º Marquês de
Fronteira
D. Luís de Meneses
3º Conde da Ericeira
6. SURTO MANUFATUREIRO
(doc. 32 Pág. 104 e Doc. 33 Pág. 105)
Objetivo do Conde de Ericeira: equilibrar a balança comercial
Medidas de fomento manufatureiro e proteção de produtos
nacionais:
• artífices estrangeiros;
• novas manufaturas (vidros, têxteis, ferro);
• benefícios fiscais e subsídios financeiros;
• leis pragmáticas (1672, 1680, 1686, 1687, 1688, 1690, 1698)
Desvalorização monetária
• Torna mais baratos os produtos portugueses no mercado externo
• Torna mais caras as importações estrangeiras
Criação de Companhias monopolistas, com privilégios fiscais:
• Companhia do Cachéu (tráfico de escravos);
• Companhia do Maranhão (tráfico brasileiro);
• Companhia para o comércio da China
• Companhia para o comércio de Timor
• Companhia da África Ocidental
7. INVERSÃO DA CONJUNTURA E DESCOBERTA DO
OURO BRASILEIRO
(Documento 34A Pág.106)
C. 1690, a crise comercial dá sinais de se
extinguir:
• Os nossos principais concorrentes,
holandeses e franceses, saiem prejudicados
de diversos conflitos
• reativam-se as vendas dos produtos coloniais
e também de produções tradicionais do reino:
Sal, azeite e, vinho
1693-95- descoberto ouro no Brasil (rei
garantia 1/5 de toda a produção)
• Ficou a dever-se à ação dos bandeirantes
que procuravam escravos e ouro no interior
brasileiro.
• Entram em Portugal várias toneladas de ouro
(Doc 34 A3 Pág. 106 e 34B Pág. 107)
Domingos Jorge Velho, bandeirante que se
destacou na missão de desbravar o sertão
brasileiro em busca de indígenas, terras e
metais preciosos.
Resultado
• Importação de
produtos industriais
necessários ao
consumo interno.
• Abandono da política
de desenvolvimento
manufatureiro
8. APROPRIAÇÃO DO OURO BRASILEIRO PELO
MERCADO INGLÊS
Causas do abandono do fomento
manufatureiro:
Facilidades de pagamento das
importações (ouro brasileiro)
Fraca qualidade da nossa produção
Incapacidade de fazer cumprir as
Pragmáticas
1703 - Tratado de Methuen, com a
Inglaterra (vigorou entre 1703 e 1836):
(doc. 35 A Pág. 110)
• Portugal abre os seus mercados (interno e
brasileiro) aos têxteis ingleses sem
quaisquer restrições;
• a Inglaterra importa os vinhos portugueses
em condições alfandegárias favoráveis
(pagam dois terços dos direitos exigidos)
D. Pedro II, de Portugal e Rainha Ana de
Inglaterra (os reis que assinaram o Tratado
de Methuen)
10. Consequências do Tratado de Methuen
Estimulou o crescimento das exportações
dos nossos vinhos (Vinho do Porto)
Consequências negativas:
• Aumento da cultura da vinha, em
detrimento da cultura dos cereais (aumento
das importações deste produto)
• Aumento das importações de tecidos
ingleses prejudicaram a produção de
tecidos portugueses (abandono)
• aumento da dependência económica face à
Inglaterra (Doc. 36 B2 Pág. 111)
• aumento do défice da balança comercial
com a Inglaterra
• utilização do ouro do Brasil como forma de
pagamento
Três quartos de todo o ouro do Brasil
foi parar a Inglaterra
“Todo o ouro deles, assim
como o açúcar e tabacos, são
os lucros dos nossos
industriais pelos produtos que
lhes vendemos a crédito para
serem pagos com o lucro do
comércio com o Brasil. Três
partes, em quatro, do trigo
consumido neste país e todos
os panos tingidos são
importados de Inglaterra, de
modo que isto explica porque é
que esta gente vive para nós e
não pode viver sem nós”.
Texto de um comerciante inglês, c.
1710
11. A Política Económica e Social de Pombal
Nova Crise em meados do séc. XVIII:
(Documento 37 Pág.112)
Diminuição das remessas de ouro
Dificuldades no comércio internacional
(concorrência internacional)
Debilidade da produção interna
Défice crónico da balança comercial
Sebastião José de Carvalho e Melo,
Marquês de Pombal, ministro de D. José
(1750-77)
Medidas mercantilistas para:
• Redução do Défice
• Nacionalização do sistema comercial
português
Reforço do poder real - Despotismo
Esclarecido
12. Redução do défice e nacionalização do sistema
comercial português:
1755 – Criação da Junta do
Comércio
Objetivos:
• Controlar e fomentar o comércio
• Fomentar a indústria
Fiscalização do comércio (frotas,
alfândegas, produtos, preços)
Fiscalização da importação de
produtos manufaturados e proibição
do contrabando
Fiscalização da indústria e
licenciamento de lojas
Manutenção da Aula do Comércio
13. Redução do défice e nacionalização do sistema
comercial português:
Criação de Companhias Monopolistas
Privilegiadas
(documentos 38C e 39, pág. 113)
Objetivos:
• Desenvolver o comércio nacional
• Concorrência com os ingleses:
Uso de capitais privados (Burguesia) e do
Estado
Comércio colonial:
• companhias para o Oriente, Brasil e África.
Comércio interno:
Companhia para a Agricultura das Vinhas do
Alto Douro: permitiu reorganizar a produção
e comércio do vinho do Douro, submetido
aos interesses britânicos. (Nota 1, pag. 113)
14. Redução do défice e nacionalização do sistema
comercial português:
Fomento Manufatureiro
(documentos 40A e B, pág. 114)
Objetivos:
• Diminuição do défice
Medidas já usadas pelo Conde de
Ericeira:
• Privilégios
Regime de exclusividade
Isenção de impostos e tributos
Subsídios
• Fundação de novas indústrias
• Remodelação de indústrias já
existentes
• Protecção alfandegária
• “Importação” de técnicos
estrangeiros
15. Promoção Social da
Burguesia
Criação da 1ª Escola Comercial da
Europa - Aula de Comércio (1759)
Nobilitação da profissão de
comerciante (1770):
• à alta burguesia, accionista de
Companhias Comerciais é
concedido o estatuto de nobre
Proclama o fim da distinção entre
cristãos-novos e cristãos-velhos
Transforma a Inquisição num tribunal
de Estado
Fortalecimento da burguesia
(libertada do jugo da inquisição e da
concorrência estrangeira)
Maior mobilidade social
Os alunos só eram admitidos no
curso se demonstrassem saber
ler, escrever e contar bem.
(exame de admissão)
Tinham de ter mais de 14 anos
Estudavam: Aritmética;
Câmbios, Pesos e Medidas;
Seguros; Método de escrever os
Livros, Contabilidade
16. Prosperidade comercial
de finais séc. XVIII
(Documento 41A pág. 115)
Novas produções coloniais (café, algodão,
arroz, cacau), abastecem mercados
externos (período de guerras e revoluções
na Inglaterra e França)
Aumento da produção manufatureira
diminuição das importações
aumento das exportações (para o Brasil)
Prosperidade de 1796 a 1807, durante o
reinado de D. Maria I (regência do filho D. João
VI)
Economia portuguesa prospera
Balança comercial fica com saldo positivo
Medidas
Pombalinas
permitiram
D. Maria I
(1777 – 1815)
Infante D. João,
(futuro D. João VI)
Regência 1799 a
1815
17. Deves saber
Relacionar a adoção de medidas mercantilistas em
Portugal com a crise comercial de 1670-92.
Integrar as medidas mercantilistas portuguesas no modelo
francês.
Explicar o retrocesso da política industrializadora
portuguesa.
Contextualizar a politica económica pombalina.
E AINDA
Interpretar documentos escritos e iconográficos
relacionando-os com os conteúdos
Integrar a análise de documentos nas tuas respostas e
análise de conteúdos