A Dança Falada e seus Benefícios para a Aprendizagem
1. A Dança Falada
Alex Sandro Gonzaga (PIBID/CAPES/UERGS)
Orientadora: Profª Drª Cristina Rolim Wolffenbüttel (PIBID/CAPES/UERGS)
Resumo: A pesquisa investiga o uso da palavra falada, transversalizada à dança,
como alternativa de aprendizado escolar de estudantes do 6° ao 9° anos do Ensino
Fundamental da Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul. A pesquisa ratifica a
importância da interdisciplinaridade na escola, considerando-se as disciplinas de
Artes, notadamente a Dança. Apresenta o uso da língua portuguesa e estrangeira
durante a vivência de dança, auxiliando o estudante na potencialização da mecânica
do palato bucal, emissão e compreensão da voz, aprimorando a cognição e a
intelecção do mesmo. Fundamenta-se em Folmer-Johnson (1968) e Karl Bühler (2011,
1934), que teorizam sobre a expressividade, representação e apelo da voz humana,
enfatizando a importância do uso da palavra falada no processo de ensino e
aprendizagem.
Palavras-chave: dança, educação, psicomotricidade.
A Dança Falada
O profissional de dança que a UERGS prepara para o mercado de
trabalho, antes de artista, é um professor, um pedagogo que irá contribuir com
a formação discente, desempenhando um papel importante no processo de
aprendizagem dos alunos, ao passo que sua prática de construção do corpo
tem reflexos significativos no desempenho de sala de aula.
Em relação a este aspecto, emerge um questionamento: Em que
medida a dança realmente contribui para a aprendizagem de estudantes?
Deste modo, esta investigação pretende evidenciar ou refutar o quanto a dança
na escola pode contribuir com a formação integral de estudantes. Muitas vezes,
este aprendizado pode ser dificultado por algumas disfunções apresentadas na
fala, na visão ou na cognição.
Pensando que a dança pode aguçar estruturas de cinestesia-corporal,
lógica-matemática, linguística, e, também, as personalidades introvertida e
extrovertida, talvez seja um elemento propulsor do aprendizado escolar. Neste
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2. sentido esta pesquisa pode contribuir com os processos de ensino e
aprendizagem.
A Voz e sua Importância
Ao tratar da voz em um sentido amplo, tem-se que a mesma é de
extrema importância na vida humana.
A voz é uma das extensões mais fortes da personalidade humana. Ao
se observar o cotidiano das pessoas, percebe-se que nunca a voz esteve em
tamanho grau de importância como na atualidade. Isso pode ser constatado
através de registros em discos e fitas de gravação, do rádio, do telefone e de
todo o sistema eletroeletrônico de transmissão de ondas sonoras, quase nos
acostumamos com a voz sem a presença do falante, ou mesmo do ouvinte.
Ao nos determos mais especificamente na emissão da voz humana,
pode-se analisá-la quanto as suas funções. Folmer-Johnson (1968), estudioso
da voz humana, propôs três funções para a voz, considerando-se a emissão
falada ou cantada. De acordo com o pesquisador, estas funções podem ser de
representação, de expressão ou de apelo (FOLMER-JOHNSON, 1968).
Adicionalmente, vale considerar os estudos de Karl Bühler (1934,
2011). Bühler, psicólogo e linguista, estudou a linguagem, criando uma "Teoria
da Linguagem. Nos anos 1980 seus estudos lingüísticos foram retomados,
especialmente no campo dos estudos de língua em uso. Neste trabalho, Bühler
constitui uma teoria da ciência da linguagem que une questões e metodologias
empíricopsicológicas com aquelas derivadas da filosofia, da linguística e da
comunicação. Partindo da psicologia Gestalt, Bühler antecipa uma abordagem
sócio-cognitiva, funcionalista, interacionista, semiótica e pragmática da
linguagem.
Mas, ao pensar sobre a voz humana em suas dimensões funcionais e
lingüísticas, e a relação com a dança, surge um questionamento. Qual a função
e/ou importância da voz para a dança? Ou, ao contrário, qual a
função/importância da dança para a voz?
Talvez, para responder a estas perguntas, seja importante considerar
que, apesar da grande importância da voz na sociedade atual, em poucas
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3. situações realmente sua escuta aconteça plenamente. Parece que a
dificuldade quanto à escuta da sociedade na atualidade é proporcional ao ato
de expor o pensamento em forma de palavras.
O exercício de escutar as outras pessoas tem se tornado cada vez
mais difícil. Paralelamente a esta dificuldade, parece que, do mesmo modo que
as pessoas tendem a não se escutarem, também tendem a não dizer o que
pensam. Surgem, assim, dificuldades de entendimento entre as pessoas. E,
pensando no processo de ensino e aprendizagem, estas dificuldades são
ampliadas.
Neste sentido, a dança falada, como proposição e investigação,
propõe-se a investigar junto aos estudantes do Ensino Fundamental, a partir do
uso da dança, como corporeidade e sua contribuição para o processo de
escolarização de estudantes.
A Voz e os Processos de Ensino e Aprendizagem da Dança
A realidade pedagógica em uma aula de dança solicita certa intimidade
com a estrutura da palavra falada, não permitindo, muitas vezes, propostas de
conteúdos musicais que descaracterizem a língua portuguesa, na sua estrutura
fonética e, também, em seu conteúdo de valores. Assim, músicas que contêm
excesso de monossílabos, por exemplo, não constituem um bom exemplo de
estrutura de letra.
É necessário ficar atento ao tipo de música veiculado pela mídia pois,
em diversos exemplos, estas músicas carecem de elementos importantes ao
trabalho pedagógico em dança e escolar como um todo. No entanto, cabe
salientar que não se deseja banir a música midiática da sala de aula, bem
como da escola em geral, pois este é um dos conteúdos da dança, da música e
da escola. O que se chama a atenção, neste particular, é que se torna
importante, também, procurar inserir outros conteúdos musicais nas escolas.
Objetiva-se uma ampliação quanto às formas de falar, cantar, expressar-se e
manifestar-se de um modo em geral.
Particularmente no que diz respeito à expressividade, enfatiza-se sua
primordialidade para a dança.
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4. No laboratório de dança, uma das propostas de trabalho em dança que
venho desenvolvendo, tenho observado mulheres que evidenciam sua timidez
na dança e que se apresenta, também, na fala. Estas constatações também
têm se apresentado no que tange a crianças.
Estes dados remetem aos estudos de Behlau, Tosi e Pontes (1985),
traduzidos na medição da capacidade de percepção auditiva de homens
(113,01 Hz), mulheres (204,91 Hz) e crianças (235.76 Hz), expondo uma
limitação masculina que, possivelmente se reflete na capacidade de perceber o
som de vogais e consoantes, as quais se tornam indispensáveis à cognição da
palavra falada.
A dança falada, assim, parece exigir uma palavra falada de qualidade,
para garantir certa absorção do aluno, através da percepção audível da divisão
silábica. O objetivo é poder acompanhar cada fonema do verso; porém, por
vezes a velocidade do mesmo passa por alterações durante a música, instante
em que um fonema que é dito em 0,415 milésimos de segundo, passa a ser
manifesto em tempo de 0,256 milésimos de segundo, por exemplo.
A qualidade de voz propagada através da entonação, firmeza, clareza
e intensidade da mesma, exige um processo de exercício direto da mecânica
de palato bucal. Para tal, o estudante necessita cantar enquanto dança. A
mecânica bucal exercitada também tem reflexo direto na melhoria do ritmo
interno, uma vez que a introspecção humana interfere na voz e também
influencia na ação psicomotora de todo o corpo.
Quando um estudante alega não conhecer a letra da música, este fato
não deveria impossibilitar que sua pronuncia ocorresse, pois o cérebro humano
é capaz de realizar um processo que deduz qual a sílaba que subsegue na
formação da palavra que o campo auditivo capta. É um sistema parecido com o
editor de texto de mensagens de aparelho de celular e que é chamado de “Text
on nine Keys” (texto em nove teclas). Neste sistema escreve-se apenas a
primeira sílaba e o resto da suposta palavra é completado pelo programa.
O cérebro faz um processo similar com os versos de uma música antes
nunca ouvida, como nas palavras vou passear, onde o cérebro completa a
palavra passear, no instante em que o aluno ouve o início da sílaba pas. Outro
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5. detalhe a ser considerado é que, ao tocar uma música, a memória explícita
semântica é acionada para reconhecer o que ouve, assim como a memória
implícita evoca fragmento de lembrança caso a música e o gesto de dança
possam ter sido fixados, retidos e consolidados na memória do aluno.
Associar a Fala ao Corpo
O estudante que canta enquanto dança acresce segurança à proposta
corporal realizada e aguça o potencial auditivo e o ritmo interno, de modo a
trabalhar cada fragmento de afeto relacionado ao que canta e ouve. Estes
procedimentos facilitam sua interpretação emocional naquilo que se traduz
como expressão.
O estudante com pouca ou nenhuma manifestação vocal, também
pode ocorrer em virtude de o mesmo não conseguir se escutar claramente,
dificultando a constituição de uma memória sonora durante o processo de
repetição, absorção, fixação e consolidação. Este processo resulta no
aprendizado.
Para um movimento se tornar coordenado é importante que a pessoa
escute e responda com precisão para cada estímulo sonoro, organizando sua
voz em sincronia com amplitudes de braços, recuos, avanços, giros, saltos e
quaisquer propostas motoras. Nas aulas de dança é fundamental que se
aplique uma ascendência de ritmo e cadência, para ofertar o desafio de
concentração constante às múltiplas informações elaboradas, porque toda a
compreensão adquirida potencializa o aluno para as propriedades elementares
da dança.
Nesse conjunto de novidades soma-se o equilíbrio do corpo, o qual
está sujeito a inúmeros fatores, como o ajuste da pressão dos pés junto ao
solo, o estatismo. Quando uma postura de dança evita uma base calcânea,
remete o corpo a uma espécie de flutuação de toda a massa corporal,
momento propicio para ficar com os joelhos com uma certa flexão. Tal postura
leva a um desequilíbrio constante, no qual os mecanoreceptores entram em
estado de alerta por se tratar de uma postura fora da habitual.
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6. O desequilíbrio momentâneo reverte-se num com amplitudes de
braços, recuos, giros, saltos, agachamentos e demais propostas motoras.
Alcançar o ponto de equilíbrio do corpo não é uma ação restrita dos
mecanorreceptores, mas, também depende do campo visual, principalmente o
que di respeito à estrutura de sistema vestibular que é formada por canais
semicirculares e responsáveis por executar a leitura da posição do corpo no
espaço gravitacional.
Esse sistema calcula sistematicamente cada rotação do globo ocular. A
psicomotricidade é acionada durante a reorganização da posição do corpo,
principalmente através do cerebelo, responsável por manter cada fuso
muscular específico.
Aguçando a Memória do Estudante
Quando um professor de dança diz que seu grupo dançará um tango, a
palavra tango não aciona as memórias implícitas e explícitas respectivas a esta
dança, sem antes acionar as regiões da amígdala basolateral e do córtex
entorrinal, os quais recebem e analisam informações sensitivas de todo o
corpo, antes de remetê-las aos centros de memória.
Após esta pré-análise e filtro, entra em ação a memória explícita, a qual
aciona a etapa episódica e a semântica. Não obstante, todas as informações
da dança tango, se e somente se, foram vivenciadas com a qualidade
necessária para serem evocadas, acionarão a memória implícita de
representação percentual e de procedimento, de maneira que formam uma
espécie de memória mais profunda e complexa, capaz de resgatar uma
informação há tempos vivida.
A área responsável por interpretar e armazenar cada informação do
som é o lóbulo esquerdo, local em que se confirma a vivência anterior da
informação de tango, a qual será associada com informações de outros
campos de memória, a fim de formatarem a racionalização do ato motor
apropriado. Evocar a informação de memória de uma música permite que a
movimentação de dança correspondente também possa ser lembrada, de
modo a evocar os detalhes necessários para a execução da dança, como a
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7. cinesiologia, a cadência, a letra, a velocidade, o interprete, a melodia e as
lembranças de forma geral.
Os neuroanatomistas divergem na opinião de que uma informação
mais complexa possa envolver milhões de sinapses ou não, para que uma
vivência se consolide e transite de um estágio de memória de curta para
memória de longa duração. O fato é que no período em que a memória é
remetida para um estágio mais profundo, a mesma pode ser influenciada e,
principalmente, solicitada pelo indivíduo. Isso equivale a dizer que um aluno
que vivenciou uma aula de tango em questão de minutos, na volta para casa,
ao escutar Carlos Gardel, irá lembrar-se da sua aula de tango.
Considerações Finais
Izquierdo (1997) revela que uma vivência leva de três e oito horas para
se consolidar, pois diversos setores do cérebro são acionados, dentre eles, o
sistema hipocampal, que funciona como um filtro de informações que devem
ser aproveitadas ou não pelo cérebro.
Quando ocorre uma vivência de dança, diferentes áreas do cérebro como o hipocampo, o córtex entorrinal e a amígdala - acionam processos
metabólicos hormonais distintos nas terminações neurais, com a função de
inibir ou facilitar a transmissão duma informação neuroquímica. É importante
mencionar que nem toda vivência é enviada para um campo de memória mais
profundo, aliás, sequer é enviada.
Segundo
Izquierdo
e
Medina
(1998),
a
função
que
tem
a
responsabilidade de determinar se uma vivência é ou não importante para
seguir rumo aos centros de memória mais profundos é uma função da memória
de trabalho, a qual analisa cada evento num espaço restrito de segundos a no
máximo três minutos. A proposta de mencionar os relatos científicos de
Izquierdo e colaboradores objetiva fundamentar a análise da importância da
dança para a capacidade de evocar informações da memória de curto e longo
prazo, e que se constituem fundamentais para estudantes do Ensino
Fundamental, considerando-se a pesquisa em andamento.
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8. Nesse sentido, a comunidade científica preconiza que todo o processo
de memória armazena-se através de modificações na forma e função das
sinapses das redes neurais. A dança falada, através de múltiplas informações
intelectivas, faz com que se intensifique o potencial de voz do aluno. O
resultado desse processo leva ao melhor aproveitamento de elementos da
palavra falada os quais servem para ordenar as ações motoras.
Assim, o método se transforma numa ferramenta apropriada e coerente
na obtenção de modificação sináptica, importante e propícia para o processo
de absorção de conteudos intelectivos. Evidencia-se que uma das funções da
dança é garantir que haja a qualidade da informação transmitida, para que os
dados coletados possam ser fixados e remetidos para etapas futuras da
memória de curta e, também, de longa duração.
A dança falada se fixa em evocar informações, porque a sua estrutura
é um ato de novidade constante, tanto emocional quanto física. A dança aguça
o pensar do ser humano, forçando-o a constantes reflexões de sua conduta,
bem como alimenta discussão sobre sua percepção de tempo e de como vem
atuando nessa linha de tempo presente e futuro, fato que só ocorre se o
mesmo se dispõe a resgatar o seu passado de não dança. Multiplicidade
humana é o grande teor a ser investigado pela dança, sendo que, ao passo
que o profissional de dança atinge a confiança do aluno, portas da psique do
mesmo se abrem para que esse profissional, gradativamente, infiltre elementos
de valor que substanciam a essência de seu ato de dança, já que, ações
dotadas de essência, são infinitamente mais credenciadas a se tornar
consolidadas.
Por fim, explica-se que a presente pesquisa encontra-se na fase de
coleta
dos
dados,
utilizando
a
plataforma
Surveymonkey
para
a
disponibilização de um questionário composto de 10 questões. Encontra-se
disponível no link http://www.surveymonkey.com/s/HY6G5LX, envolvendo
cerca de 32 municípios do RS. A análise dos resultados parciais faz parte das
atividades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência –
PIBID/CAPES/UERGS, participando do grupo de pesquisa “Arte: criação,
interdisciplinaridade”, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul Unidade de Montenegro (CNPq/UERGS).
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9. Referências
BEHLAU, M. S., TOSI, O., PONTES, P. A. L. Determinação da frequência
fundamental e suas variações em altura ("jitter") e intensidade ("Shimmer"),
para falantes do português brasileiro. Acta AWHO. n.4, p. 5-9, 1985.
BÜHLER, Karl. Sprachtheorie. Die Darstellungsfunktion der Sprache. München:
Wilhelm Fink Verla, 1934.
____. Theory of Language: The representational function of language.
Amsterdam, Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2011.
FOLMER-JOHNSON, Tore Nils Olof. O. Oscilações, ondas, acústica. São
Paulo: Nobel, 1968.
IZQUIERDO I. ; MEDINA, J. H. On brain lesions, the milkman and Sigmunda,
Trends Neurosci 21: 423-426, 1998.
IZQUIERDO I. ; MEDINA, J. H. Memory formation: the sequence of biochemical
events in the hippocampus and its connections to activity in other brain
structures, Neurobiol Learn Mem 68: 285-316, 1997.
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10. Referências
BEHLAU, M. S., TOSI, O., PONTES, P. A. L. Determinação da frequência
fundamental e suas variações em altura ("jitter") e intensidade ("Shimmer"),
para falantes do português brasileiro. Acta AWHO. n.4, p. 5-9, 1985.
BÜHLER, Karl. Sprachtheorie. Die Darstellungsfunktion der Sprache. München:
Wilhelm Fink Verla, 1934.
____. Theory of Language: The representational function of language.
Amsterdam, Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2011.
FOLMER-JOHNSON, Tore Nils Olof. O. Oscilações, ondas, acústica. São
Paulo: Nobel, 1968.
IZQUIERDO I. ; MEDINA, J. H. On brain lesions, the milkman and Sigmunda,
Trends Neurosci 21: 423-426, 1998.
IZQUIERDO I. ; MEDINA, J. H. Memory formation: the sequence of biochemical
events in the hippocampus and its connections to activity in other brain
structures, Neurobiol Learn Mem 68: 285-316, 1997.
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