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Deficiência Auditiva: causas e características.
A inclusão na perspectiva da Educação Musical
Prof. Me. Gueidson Pessoa de Lima
(IFRN – Campus Natal Zona Leste)
Quem é esse meu aluno com deficiência
auditiva?
SURDO
MUDO
SURDO-MUDO
MUDINHO
MÔCO
DEFICIENTE AUDITIVO
MÚSICA E DEFICIÊNCIA AUDITIVA
*É possível essa relação?
*Quais os desafios existentes?
*Quais as possibilidades de se trabalhar?
“[...] determinadas linguagens artísticas são
concebidas como possíveis para certos tipos de
deficiências e inviáveis para outros” (REILY, 2010,
p.222)
“Entretanto, considerando que a educação é um direito
de todos, garantido pela nossa constituição, a
educação musical se faz também direito de todos e
para todos, sejam ouvintes ou não, fazendo-se
necessário pensar estratégias que norteiem a ação
pedagógica do educador musical frente a uma sala de
aula regular que contemple alunos com e sem
deficiência.” (LIMA, 2015, p.27)
(Re)Pensando conceitos...
Percepção corpórea = Desenvolvimento musical
Som é presença e ausência (HAGUIARA-CERVELLINI,
2003, p. 73), e nessa suposta ausência, a qual
chamamos de silêncio, por exemplo, podemos perceber
os sons do nosso corpo, como a pulsação cardíaca e a
respiração.
Finck (2009), afirma que musicalidade não é privilégio
de seres especiais e superdotados, mas um construto
vivencial estético.
O CORPO
Instrumento natural de produção sonoro-musical
O corpo sente o som, entende-o, atribui sentido e o
(re)produz. (LIMA, 2015, p.42)
Primeira possibilidade de exploração sonora e de
organização musical por meio do pulso. (VICTÓRIO,
2011; SCHAFER, 2011)
Desse modo, quais as possibilidade de se
trabalhar a música na escola junto à crianças
ouvintes e não ouvintes?
CHUVA CHOVENDO
GOTEIRA PINGANDO
MAMÃE ABRA A PORTA
QU’ESTOU ME MOLHANDO!
O audível é também visual. (BEYER e KEBACH,
2012; Finck, 2009; SCHAFER, 2011)
“De acordo com as concepções teóricas do educador musical Émile
Dalcroze, o movimento corporal, a partir de uma produção sonora,
constitui-se como meio efetivo de desenvolvimento da
musicalidade do indivíduo, independentemente de sua idade. É
esse som/voz, aliado ao movimento corporal, que faz com que o
organismo, em seu holos, se constitua no que denominava Dalcroze de
“ouvido interno”. Aliás, são o corpo e a voz os primeiros instrumentos
musicais dos seres humanos, corroborando a necessidade de estimulá-
los durante o processo de aprendizagem musical (FONTERRADA,
2008, p. 131).
Avançando em nossas reflexões, compreendemos que a concepção
dalcroziana, assim como independentemente da idade, pode, também,
não está restrita à percepção auditiva do indivíduo. De modo que a
expressividade do surdo manifesta-se essencialmente em seu
próprio corpo em movimento, por gestos ou sinais, o que se
configura como expressão de sua “sonoridade”, fruto de sua
percepção.” (LIMA, 2015, p.61)
FICHAS RÍTMICAS:
O visual como estratégia na Educação Musical
“Se numa vertente mais tradicional, que valoriza o ouvir como ação
primordial ao desenvolvimento do ensino e aprendizagem musical, o
visual é utilizado como recurso valoroso na realização de tal
processo, pensarmos numa ação pedagógica sob uma perspectiva
bilíngue, que considere surdos e ouvintes como agentes ativos e
coparticipativos no desenvolvimento músico-educacional, é
enfatizarmos a utilização de tal recurso no processo de construção
do conhecimento musical.
Para a professora Nídia Sá (2008), os surdos não possuem uma
percepção auditiva, característica dos ouvintes, assim como os ouvintes
não possuem uma percepção visual como os surdos, pois ambas
possuem bases culturais específicas e diferenciadas em sua essência
(LOURO, 2012, p. 178).” (LIMA, 2015, p. 86)
A exploração de instrumentos na construção do
conhecimento rítmico-musical
“O trabalho com banda rítmica é um valioso recurso na educação
musical, pois permite que o aluno toque, ainda que com pouca
técnica, músicas que apresentam certa complexidade. Segundo
Feres (1989), a finalidade do trabalho com esse recurso pedagógico
musical vai além do desenvolvimento do senso rítmico, pois,
[...] por meio dela [banda rítmica], muitos
outros elementos podem ser desenvolvidos e
estimulados, tais como: ouvido musical,
coordenação motora, atenção, memória,
criatividade, autoconfiança, autodisciplina,
sensibilidade, respeito pelos colegas e pelo
professor, satisfação da necessidade de
atividade muscular e expressão espontânea
(FERES, 1989, p. 42).”
(LIMA, 2015, p.81-82)
A apreciação como elemento catalisador de
aprendizagem
Ato de apreciar; estima; avaliação; julgamento; observação; análise.
Analisar; examinar com base no próprio olhar a produção musical à qual foi
exposto , fazendo emergir elementos, como a leitura, compreensão e
experiência, os quais fornecerão fundamentos para esta apreciação.
(LIMA, 2015, p.97)
O Professor como mediador da apreciação
 Mediar é uma ação de interferência, de intercessão, segundo o
dicionário, na qual mediador e medianeiro dialogam a respeito de
um terceiro elemento, a fim de que, por meio de reflexões,
provocações, inquietações e descobertas, o contato com a
produção artístico-musical, aconteça de maneira legítima. (LIMA,
2015, p.97).
Consideremos que...
Em muitos casos a escola tem sido o único meio de acesso ao
universo da arte e da cultura, o que traz a emergência de uma
mediação por parte de um educador sensível, o qual seja capaz
de criar situações nas quais o encontro com a arte possa gerar
uma sociedade mais humana (MARTINS, 2012, p.29),
objetivando bem mais que conhecer o artista e suas obras,
porém, as mais variadas formas com que estes se expressam
por meio da linguagem da arte. (LIMA, 2015, p.98)
Por fim...
[...] O corpo, fonte sonora primeira, se expande em instrumentos
que percutem a sonoridade em pulso. O pulso que,
graficamente representado, ganha variações rítmicas, gestando
uma produção [...], em um contexto de criação e apreciação. E
a apreciação, que devidamente mediada, promove
conhecimentos e possibilita ao indivíduo, coletivamente, num
processo de estar apreciando e ser apreciado, reviver
aprendizagens, estruturar conhecimentos, identificar elementos,
compreender conceitos, interagir com o outro e vivenciar
experiências musicais. (LIMA, 2015, p. 119)
Referências
 ARROYO, Margarete. MUNDOS MUSICAIS LOCAIS E
EDUCAÇÃO MUSICAL. Revista em Pauta, v.13, n.20, jun
2002.
 BEYER, Ester e KEBACH, Patrícia. PEDAGOGIA DA
MÚSICA – Experiências de Apreciação musical. 2ª Edição.
Porto Alegre: Editora Mediação, 2012.
 BEYER, Esther (Org.). Ideias para a educação musical.
Porto Alegre: Mediação, 1999.
 BEYER, Esther; KEBACH, Patrícia. Pedagogia da música:
Experiências de apreciação musical. 2. ed. Porto Alegre:
Mediação 2012.
 DARROW, Alice-Ann. Sounds in the Silence: Research on
Music and Deafness. UPDATE, Fall-Winter 2006, 5.
Downloaded from http://upd.sagepub.com. Acesso
em: 15 Dez. 2013.
 DORZIAT, Ana. ESTUDOS SURDOS – Diferentes olhares. 1ª Edição.
Porto Alegre: Editora Mediação, 2011.
 EDWARDS, Eleanor M. Music education for the deaf. Maine/USA:
Merrian-Eddy Company, 1974.
 EDWARDS, Eleanor M. Music Education for the Deaf. Maine/USA:
Merrian-Eddy Company, 1974
 FERREIRA, Mª Salonilde. Oficina pedagógica: recurso mediador da
atividade de aprender. In RIBEIRO, Márcia M. Gurgel. FERREIRA, Mª
Salonilde (orgs). Oficina pedagógica: uma estratégia de ensino-
aprendizagem. Natal: Edufrn, 2001.
 FINK, Regina. ENSINANDO MÚSICA AO ALUNO SURDO: Perspectivas
para a ação pedagógica inclusiva. Porto Alegre: UFRGS, 2009. 233f.
Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-graduação em
Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009.
 FREIRE, Paulo. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: Saberes necessários à
prática educativa. 2ª impressão da 43ª edição. São Paulo: Paz e Terra,
2011.
 GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2007.
 HONORA, Márcia e FRIZANCO, Mary L. ESCLARECENDO AS
DEFICIÊCIAS – Aspectos teóricos e práticos para contribuir com
uma sociedade inclusiva. 1ª edição. São Paulo, SP: Ciranda Cultural
Editora e Distribuidora Ltda. 2008.
 JORDÃO, Gisele; ALLUCCI,Renata R.; MOLINA, Sérgio; TARAHATA,
Adriana Miritello (Org.). A música na escola. São Paulo: Allucci &
Associados Comunicações, 2012.
 KOELLREUTTER, Hans-Joachim. O ensino de música num mundo
modificado. Disponível em: <www.latinoamerica-
musica.net/ensenanza/koell-enino-po.html> Acesso em: 30 abr. 2013.
 LIMA, Gueidson Pessoa de. Música e Surdez: O ensino de música
numa perspectiva bilíngue na escola regular. 2015. 131f.
Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), Natal/RN, 2015.
 LOURO, Viviane dos Santos. Fundamentos da aprendizagem
musical da pessoa com deficiência. São Paulo: Som, 2012.
 LOURO, Viviane dos Santos; ALONSO, Luís Garcia; ANDRADE, Alex Ferreira
de. Educação musical e deficiência: propostas pedagógicas. São José dos
Campos, SP: Editora do Autor, 2006.
 MANTOVANI, Michelle. O movimento corporal na educação musical:
influências de Émile Jaques-Dalcroze. 2009. 162f. Dissertação (Mestrado em
Música) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), São
Paulo, 2009.
 MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos. Fundamentos em educação inclusiva:
módulo didático. Natal, RN: Editora da UFRN, 2011.
 MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Mediação Cultural para
professores andarilhos na cultura. 2. ed. São Paulo: Intermeios, 2012.
 MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Mediação Cultural para
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 MED, Bohumil. Teoria da música. 4. ed. Brasília: Musimed, 1996.
 Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília, DF: MEC/SEF, 2001.
 O PENSAMENTO COMO OBJETIVO DA EDUCAÇÃO MUSICAL: O
PENSAMENTO PEDAGÓGICO DE HANS-JOACHIM KOELLREUTTER.
Disponível em http://www.galileo.edu/esa/files/2011/12/3.-O-HUMANO-COMO-
OBJETIVO-DA-EDUCA%C3%87%C3%83O-MUSICAL-Teca-Brito.pdf> Acesso
em 26 Mar. 2013.
 PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2010.
 PRIOLLI. Maria Luisa de Mattos. Princípios básicos da música para a
juventude. 37. ed. Rio de Janeiro: Editora Casa Oliveira de Músicas Ltda, 1996.
v. 1.
 SÁ, Nídia Regina Limeira de. CULTURA, PODER E EDUCAÇÃO DE SURDOS.
1ª edição. São Paulo, SP: Editora Paulinas, 2006.
 SKLIAR, Carlos. A SURDEZ – Um olhar sobre as diferenças. 6ª Edição. Porto
Alegre: Editora Mediação, 2012.
 SLOMSKI, Vilma Geni. EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS: Concepções e
Implicações Práticas. 1ª Edição (2010), 1ª reimpr./ Curitiba: Juruá, 2011.
 SOUSA, Margarete Ferreira do Vale; MORAES, Maria Tereza de.
(Organizadoras). Referenciais Curriculares Para os Anos Iniciais e Finais do
Ensino Fundamental: Artes. Natal-RN : Secretaria Municipal de Educação,
2008.
 VICTÓRIO, Márcia. O bê-a-bá do dó-ré-mi: reflexões e práticas sobre educação
musical nas escolas de ensino básico. Rio de Janeiro: Wak, 2011.
 VIEIRA, Elaine; VOLQUIND, Léa. OFICINAS DE ENSINO? O QUÊ? POR QUE?
COMO? 4 ed. Porto Alegre:EDIPUCRS, 2002.
 VYGOTSKY, Lev Semenovich. OBRAS ESCOGIDAS V: FUNDAMENTOS DA
DEFECTOLOGIA. Madrid, España: Aprendizaje/Visor, 1997.
OBRIGADO!

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  • 1. Deficiência Auditiva: causas e características. A inclusão na perspectiva da Educação Musical Prof. Me. Gueidson Pessoa de Lima (IFRN – Campus Natal Zona Leste)
  • 2. Quem é esse meu aluno com deficiência auditiva? SURDO MUDO SURDO-MUDO MUDINHO MÔCO DEFICIENTE AUDITIVO
  • 3. MÚSICA E DEFICIÊNCIA AUDITIVA *É possível essa relação? *Quais os desafios existentes? *Quais as possibilidades de se trabalhar?
  • 4. “[...] determinadas linguagens artísticas são concebidas como possíveis para certos tipos de deficiências e inviáveis para outros” (REILY, 2010, p.222) “Entretanto, considerando que a educação é um direito de todos, garantido pela nossa constituição, a educação musical se faz também direito de todos e para todos, sejam ouvintes ou não, fazendo-se necessário pensar estratégias que norteiem a ação pedagógica do educador musical frente a uma sala de aula regular que contemple alunos com e sem deficiência.” (LIMA, 2015, p.27)
  • 6. Percepção corpórea = Desenvolvimento musical Som é presença e ausência (HAGUIARA-CERVELLINI, 2003, p. 73), e nessa suposta ausência, a qual chamamos de silêncio, por exemplo, podemos perceber os sons do nosso corpo, como a pulsação cardíaca e a respiração. Finck (2009), afirma que musicalidade não é privilégio de seres especiais e superdotados, mas um construto vivencial estético.
  • 7. O CORPO Instrumento natural de produção sonoro-musical O corpo sente o som, entende-o, atribui sentido e o (re)produz. (LIMA, 2015, p.42) Primeira possibilidade de exploração sonora e de organização musical por meio do pulso. (VICTÓRIO, 2011; SCHAFER, 2011)
  • 8. Desse modo, quais as possibilidade de se trabalhar a música na escola junto à crianças ouvintes e não ouvintes?
  • 9. CHUVA CHOVENDO GOTEIRA PINGANDO MAMÃE ABRA A PORTA QU’ESTOU ME MOLHANDO!
  • 10. O audível é também visual. (BEYER e KEBACH, 2012; Finck, 2009; SCHAFER, 2011) “De acordo com as concepções teóricas do educador musical Émile Dalcroze, o movimento corporal, a partir de uma produção sonora, constitui-se como meio efetivo de desenvolvimento da musicalidade do indivíduo, independentemente de sua idade. É esse som/voz, aliado ao movimento corporal, que faz com que o organismo, em seu holos, se constitua no que denominava Dalcroze de “ouvido interno”. Aliás, são o corpo e a voz os primeiros instrumentos musicais dos seres humanos, corroborando a necessidade de estimulá- los durante o processo de aprendizagem musical (FONTERRADA, 2008, p. 131). Avançando em nossas reflexões, compreendemos que a concepção dalcroziana, assim como independentemente da idade, pode, também, não está restrita à percepção auditiva do indivíduo. De modo que a expressividade do surdo manifesta-se essencialmente em seu próprio corpo em movimento, por gestos ou sinais, o que se configura como expressão de sua “sonoridade”, fruto de sua percepção.” (LIMA, 2015, p.61)
  • 11. FICHAS RÍTMICAS: O visual como estratégia na Educação Musical
  • 12.
  • 13. “Se numa vertente mais tradicional, que valoriza o ouvir como ação primordial ao desenvolvimento do ensino e aprendizagem musical, o visual é utilizado como recurso valoroso na realização de tal processo, pensarmos numa ação pedagógica sob uma perspectiva bilíngue, que considere surdos e ouvintes como agentes ativos e coparticipativos no desenvolvimento músico-educacional, é enfatizarmos a utilização de tal recurso no processo de construção do conhecimento musical. Para a professora Nídia Sá (2008), os surdos não possuem uma percepção auditiva, característica dos ouvintes, assim como os ouvintes não possuem uma percepção visual como os surdos, pois ambas possuem bases culturais específicas e diferenciadas em sua essência (LOURO, 2012, p. 178).” (LIMA, 2015, p. 86)
  • 14. A exploração de instrumentos na construção do conhecimento rítmico-musical
  • 15.
  • 16. “O trabalho com banda rítmica é um valioso recurso na educação musical, pois permite que o aluno toque, ainda que com pouca técnica, músicas que apresentam certa complexidade. Segundo Feres (1989), a finalidade do trabalho com esse recurso pedagógico musical vai além do desenvolvimento do senso rítmico, pois, [...] por meio dela [banda rítmica], muitos outros elementos podem ser desenvolvidos e estimulados, tais como: ouvido musical, coordenação motora, atenção, memória, criatividade, autoconfiança, autodisciplina, sensibilidade, respeito pelos colegas e pelo professor, satisfação da necessidade de atividade muscular e expressão espontânea (FERES, 1989, p. 42).” (LIMA, 2015, p.81-82)
  • 17. A apreciação como elemento catalisador de aprendizagem Ato de apreciar; estima; avaliação; julgamento; observação; análise. Analisar; examinar com base no próprio olhar a produção musical à qual foi exposto , fazendo emergir elementos, como a leitura, compreensão e experiência, os quais fornecerão fundamentos para esta apreciação. (LIMA, 2015, p.97)
  • 18. O Professor como mediador da apreciação  Mediar é uma ação de interferência, de intercessão, segundo o dicionário, na qual mediador e medianeiro dialogam a respeito de um terceiro elemento, a fim de que, por meio de reflexões, provocações, inquietações e descobertas, o contato com a produção artístico-musical, aconteça de maneira legítima. (LIMA, 2015, p.97).
  • 19. Consideremos que... Em muitos casos a escola tem sido o único meio de acesso ao universo da arte e da cultura, o que traz a emergência de uma mediação por parte de um educador sensível, o qual seja capaz de criar situações nas quais o encontro com a arte possa gerar uma sociedade mais humana (MARTINS, 2012, p.29), objetivando bem mais que conhecer o artista e suas obras, porém, as mais variadas formas com que estes se expressam por meio da linguagem da arte. (LIMA, 2015, p.98)
  • 20. Por fim... [...] O corpo, fonte sonora primeira, se expande em instrumentos que percutem a sonoridade em pulso. O pulso que, graficamente representado, ganha variações rítmicas, gestando uma produção [...], em um contexto de criação e apreciação. E a apreciação, que devidamente mediada, promove conhecimentos e possibilita ao indivíduo, coletivamente, num processo de estar apreciando e ser apreciado, reviver aprendizagens, estruturar conhecimentos, identificar elementos, compreender conceitos, interagir com o outro e vivenciar experiências musicais. (LIMA, 2015, p. 119)
  • 21. Referências  ARROYO, Margarete. MUNDOS MUSICAIS LOCAIS E EDUCAÇÃO MUSICAL. Revista em Pauta, v.13, n.20, jun 2002.  BEYER, Ester e KEBACH, Patrícia. PEDAGOGIA DA MÚSICA – Experiências de Apreciação musical. 2ª Edição. Porto Alegre: Editora Mediação, 2012.  BEYER, Esther (Org.). Ideias para a educação musical. Porto Alegre: Mediação, 1999.  BEYER, Esther; KEBACH, Patrícia. Pedagogia da música: Experiências de apreciação musical. 2. ed. Porto Alegre: Mediação 2012.  DARROW, Alice-Ann. Sounds in the Silence: Research on Music and Deafness. UPDATE, Fall-Winter 2006, 5. Downloaded from http://upd.sagepub.com. Acesso em: 15 Dez. 2013.
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