Este documento descreve uma proposta de pesquisa que investiga as concepções de estudantes sobre aulas de Artes Visuais em diferentes espaços escolares. A pesquisa usará abordagem qualitativa e estudo de caso, com técnicas como observação, análise de documentos e entrevistas. A pesquisa ocorrerá em uma escola pública onde a autora desenvolve atividades no PIBID, com o objetivo de entender melhor as perspectivas dos estudantes.
A lenda da cratera do colégio estadual a. j. renner, o filme
Concepções de estudantes sobre aulas de Artes Visuais
1. Diferentes Espaços, Diferentes Interesses: investigando
concepções de estudantes sobre aulas de Artes Visuais na
escola
Andreia Salvadori (PIBID/CAPES/UERGS)
Orientadora: Profª Drª Cristina Rolim Wolffenbüttel (PIBID/CAPES/UERGS)
Resumo: este trabalho apresenta a proposta de investigação a ser realizada em um
contexto escolar no qual tenho realizado minhas inserções pelo Programa de Bolsa de
Iniciação à Docência (PIBID/CAPES/UERGS). Objetiva investigar concepções de
estudantes sobre aulas de Artes Visuais, partindo das seguintes questões: Quais são
os interesses dos estudantes em relação à escola e à vida? Quais suas perspectivas
de vida? Na opinião destes estudantes, qual a finalidade da escola? O que eles
pensam sobre isto? E as aulas de Artes Visuais, qual sua opinião sobre elas? Por que
estudantes de diferentes espaços e propostas de trabalho pedagógico em artes
demonstram posturas diferenciadas durante as aulas? Mesmo que os espaços
possuam professores de Artes Visuais, porque os estudantes, muitas vezes,
demonstram não gostarem das mesmas? Como metodologia tenderá a utilizar a
abordagem qualitativa, o estudo de caso e observações, entrevistas e coleta de
documentos como técnicas de coleta dos dados.
Palavras-chave: ensino de Artes Visuais na escola, investigação com estudantes.
Introdução
Este trabalho trata dos relatos e análises de minha atuação pessoal em
quatro espaços de atuação relativamente às Artes Visuais. Como graduanda
do Curso de Graduação em Artes Visuais: Licenciatura, na Universidade
Estadual do Rio Grande do Sul, tenho transitado em diferentes espaços, tanto
os formais quanto os informais. Nestes trânsitos, tenho observado aulas de
Arte, particularmente de Artes Visuais, e observo comportamentos e interesses
distintos nestes espaços de aprendizado, no que diz respeito aos estudantes.
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2. Um desses espaços é uma turma de 7ª série de uma escola pública
estadual da cidade de Montenegro/RS. A escola possui uma sala específica
para o desenvolvimento das aulas de Artes Visuais, sendo que são fornecidos
materiais adequados para o bom andamento do trabalho. Esta turma é
bastante participativa e assídua.
Em outra escola pública estadual da mesma cidade, com turmas de 6º
ano e 7ª série, os estudantes têm aulas (neste caso Arte) no currículo escolar e
no contraturno, através do Projeto “Mais Educação”. Neste projeto são
desenvolvidas oficinas de desenho. Diferentemente da escola mencionada
anteriormente, os materiais são bastante restritos, sendo seu uso coletivo. Em
se tratando da turma de estudantes, a mesma não é tão participativa, não
demonstram interesse em participar das tarefas resultando, muitas vezes,
reclamações a respeito das propostas de atividades, externando opiniões
quanto ao próprio despreparo ante as atividades propostas.
Em uma escola particular, com uma turma da 6ª série do Ensino
Fundamental, os estudantes não reclamam das atividades, são participativos,
demonstrando gostarem bastante das atividades propostas. Nesta escola
também são disponibilizados materiais adequado para as atividades, possuindo
um atelier para a realização das aulas.
O outro espaço em que pude desenvolver atividades profissionais na
área das Artes Visuais é um museu situado na mesma cidade. Possuindo
materiais para a realização das oficinas, o espaço oportuniza gratuitamente as
atividades para crianças e adolescentes, sendo organizado a partir de um
currículo escolar, no qual se encontram estruturadas as oficinas. À semelhança
da primeira escola mencionada neste relato, a postura diante das atividades é
bastante positiva, sendo que os estudantes demonstram muito interesse e
disponibilidade para a aprendizagem e para o trabalho.
Estes
quatro
espaços
de
atuação
levaram-me
a
alguns
questionamentos, tendo em vista interesses e posturas diante das aulas de
Artes Visuais, tais como: Quais são os interesses dos estudantes em relação à
escola e à vida? Quais suas perspectivas de vida? Na opinião destes
estudantes, qual a finalidade da escola? O que eles pensam sobre isto? E as
aulas de Artes Visuais, qual sua opinião sobre elas? Por que estudantes de
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3. diferentes espaços e propostas de trabalho pedagógico em artes demonstram
posturas diferenciadas durante as aulas? Mesmo que os espaços possuam
professores de Artes Visuais, porque os estudantes, muitas vezes, demonstram
não gostarem das mesmas?
Estas questões originaram a presente investigação, a qual se encontra
no início, sendo o objetivo investigar as concepções de estudantes sobre aulas
de Artes Visuais na escola.
Opção Metodológica da Pesquisa
Para a realização desta investigação, que se encontra em fase inicial,
optei por utilizar a abordagem qualitativa e o método estudo de caso.
A abordagem qualitativa, de acordo com Kaplan e Duchon (1988)
apresenta-se características específicas. Para os autores:
De um modo geral são apresentadas como características da
pesquisa qualitativa a objetivação do fenômeno, a
hierarquização de ações como descrever, compreeender,
explicar, a precisão das relações entre o global e o local em
determinado fenômeno, a observância das diferenças entre o
mundo social e o mundo natural, o respeito ao caráter interativo
entre os objetivos buscados pelos investigadores, as
orientações teóricas e os dados empíricos, a busca de
resultados os mais fidedignos possíveis, e a oposição ao
pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para
todas as ciências. (KAPLAN, DUCHON, 1988, p. 580).
Além disso, de acordo com Godoy (1995), uma pesquisa desse tipo é
caracterizada por um conjunto de características essenciais, dentre as quais
podem ser destacadas:
- ambiente natural como fonte direta de dados, e o pesquisador
como instrumento fundamental;
- caráter descritivo da pesquisa;
- significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida como
preocupação do investigador;
- enfoque indutivo. (GODOY, 1995, p.62).
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4. O estudo de caso, de acordo com Stake (1994) não se constitui em
uma escolha metodológica, mas a escolha de um objeto a ser estudado. De
Para o autor, a complexidade do caso pode variar do simples ao complexo,
concentrar-se em um grupo de pessoas ou mesmo em apenas um indivíduo,
uma organização, comunidade, enfim, não se limitando a uma unidade de
estudo. É importante levar em consideração que o estudo de caso tem um
componente limitador quanto ao tempo e ao espaço, podendo restringir-se a
um episódio, evento, ou mesmo um dia, para citar algumas das possibilidades.
O estudo de caso apresenta algumas características que o diferenciam
dos demais métodos. Segundo Lüdke e André (1986), sete são as
características que podem ser observadas no estudo de caso, dentre essas: 1)
visa à descoberta, enfatizando que “o conhecimento é um processo em
construção, não é acabado, se faz e refaz constantemente” (p. 18); 2)
considera o contexto na sua interpretação; 3) busca retratar a realidade de
forma completa e profunda; 4) utiliza uma variedade de fontes de informação;
5) revela experiências e permite generalizações naturalísticas (associação do
relato do caso com as vivências do leitor); 6) procura representar os pontos de
vista divergentes e conflitantes presentes numa situação social; 7) adota uma
linguagem mais acessível que outros relatórios de pesquisa (LÜDKE, ANDRÉ,
1986).
Dentre as técnicas para a coleta dos dados foram selecionadas
observações, análise de documentos, notadamente o projeto político
pedagógico da escola, além da realização de entrevistas com estudantes.
O lócus da pesquisa é o Colégio Estadual A. J. Renner, no qual tenho
desenvolvido as atividades junto ao Programa de Bolsa de Iniciação à
Docência (PIBID/CAPES/UERGS.).
O Ensino de Artes Visuais na Escola
Quando D. João VI chegou ao Brasil para poder governar Portugal,
trouxe as primeiras escolas de educação superior com faculdade de Medicina,
formando médicos para cuidar da saúde da corte, Faculdade de Direito, para
preparar a elite política local, a Escola Militar pra defender o país de invasões e
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5. Academia de Belas-Artes, Nesse sentido, conforme explica Barbosa (1998), “o
ensino das Humanidades começou no Brasil pela arte” (p.31). As Artes Visuais
passa por transformações e adaptações desde a suas tendências pedagógicas
e estéticas, predominantes nas práticas artísticas, têm por fim conhecer melhor
cada situação pela qual passou o ensino de Arte e como esse conjunto de
fatores pode ter influenciado o momento atual.
Barbosa (1998), em sua proposta da teoria da abordagem triangular,
propõe uma relação entre o fazer artístico, as informações culturais e
históricas, bem como uma análise das obras de arte, entre ver, contextualizar e
produzir.
Posteriormente, Barbosa (2006) reformulou sua proposta, nomeando-a
Zig-Zag. Neste contexto o que mudou não foi a base do triângulo na leitura de
obras, contextualização e produção, mas as possibilidades de abordagens
diante das obras. Podendo fazer um zig-zag, dependendo da aproximação do
mediador e propositor diante do momento, da natureza e do tempo frente ao
diálogo da obra com os alunos.
Para
Barbosa
(2006),
o
zig-zag
“toma
diferentes
caminhos
CONTEXTO/FAZER/CONTEXTO/VER, ou VER/CONTEXTUALIZAR, ou ainda
FAZER/CONTEXTUALIZAR/FAZER/CONTEXTUALIZAR” (p.8).
Nesta perspectiva, é importante que as aulas de Artes Visuais estejam
em um contexto multiplicador, através das reflexões e conversas na
abordagem do ensino interdisciplinar, oportunizando aos estudantes examinar,
criticar e ler seus próprios trabalhos.
Considerações Finais
Conforme mencionado anteriormente, a presente pesquisa encontra-se
em fase inicial, não sendo possível, ainda, apresentar os dados coletados.
Todavia, de acordo com minhas inserções na escola já pude observar alguns
aspectos que apontam para a necessidade do empreendimento de pesquisas
com estudantes, a fim de conhecer mais e melhor suas concepções sobre
diversos aspectos dos espaços escolares. No caso de minha pesquisa, sobre
as Artes Visuais na escola.
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6. Considero que esta pesquisa seja relevante para meu aprendizado
como futura professora de Artes Visuais, bem como poderá auxiliar na
construção de propostas de ensino de Artes Visuais nos diversos contextos de
ensino.
Referências
BARBOSA, Ana Mae. ZIG-ZAG, Arte/Educação e Mediação. In: Seminário
Nacional de Arte Educação, 20, 2006, Montenegro. Anais. Montenegro: Editora
da Fundarte, 2006. p.8-9.
____________. Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: Editora C/Arte, 1998.
BARBOSA, Ana Mae; CUNHA, F. P. (Orgs). A abordagem triangular no ensino
das artes e culturas visuais. São Paulo: Cortez, 2010. p.443-453.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In:
Revista de Administração de Empresas, V.35, n.2, març/abr., p.57-63, 1995.
KAPLAN, B., DUCHON, D. Combining qualitative and quantitative methods in
information systems research: a case study. MIS Quaterly. V.12, n.4,
December, p.571-586, 1988.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas.
São Paulo: EPU, 1986.
STAKE, R. E. Cases studies. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. Handbook of
Qualitative Research. Thousand Oaks: Sage, 1994, p.236-247.
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7. Considero que esta pesquisa seja relevante para meu aprendizado
como futura professora de Artes Visuais, bem como poderá auxiliar na
construção de propostas de ensino de Artes Visuais nos diversos contextos de
ensino.
Referências
BARBOSA, Ana Mae. ZIG-ZAG, Arte/Educação e Mediação. In: Seminário
Nacional de Arte Educação, 20, 2006, Montenegro. Anais. Montenegro: Editora
da Fundarte, 2006. p.8-9.
____________. Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: Editora C/Arte, 1998.
BARBOSA, Ana Mae; CUNHA, F. P. (Orgs). A abordagem triangular no ensino
das artes e culturas visuais. São Paulo: Cortez, 2010. p.443-453.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In:
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São Paulo: EPU, 1986.
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Qualitative Research. Thousand Oaks: Sage, 1994, p.236-247.
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