O documento discute avaliação de trauma abdominal fechado por meio de ultrassom e tomografia computadorizada. Ele descreve como o ultrassom pode detectar líquido livre na cavidade abdominal agudamente, enquanto a tomografia fornece imagens detalhadas dos órgãos abdominais e é o principal método para avaliar pacientes hemodinamicamente estáveis. Lesões hepáticas e esplênicas são as mais comuns no trauma abdominal fechado.
2. Introdução
Diversas origens do tramautismo fechado abdominal (TAF): atropelamento,
acidente de trânsito, quedas e agressões físicas
No Brasil ocorrem cerca de 1,5 milhão de acidentes de trânsito e 40 mil
óbitos.
Paciente vítima de TAF:
Lesões abdominais são responsáveis por 10% dos óbitos relacionados ao
trauma;
45% dos pacientes com lesão intracavitária podem apresentar quadros
clínico e laboratorial normais;
3. Introdução
US é o método de escolha para se detectar líquido livre na cavidade
peritoneal, com o paciente ainda na sala de emergência (a lavagem
peritoneal está sendo progressivamente abandonada)
TC com contrasteEV é o principal método diagnóstico para avaliar
pacientes politraumatizados e hemodinamicamente estáveis.
4. Introdução
O protocolo FAST (focused assessment with sonography for trauma) com a
realização de US na sala de emergência.
Direcionado exclusivamente para pesquisa de líquido livre e realizado durante
o atendimento inicial do paciente vítima de TAF, frequentemente pelo próprio
médico assistente do setor de urgência
As principais vantagens da US FAST são:
Exame rápido, não invasivo, portátil e de baixo custo.
Pode ser repetida quantas vezes necessário.
Especificidade elevada (> 90%), porém a sensibilidade é
baixa(< 50%).
Curta curva de aprendizado.
9. Introdução
A TC com contraste EV é o principal método para avaliação do paciente
vítima do TAF e hemodinamicamente estável. Para isto contribuem
diversos fatores:
A possibilidade de estudar outros segmentos.
A rapidez do estudo tomográfico, uso de equipamentos com tecnologia
multidetectores.
A abrangência, permitindo a avaliação de todos os órgãos da cavidade
abdominal
Não fazer VO , indispensável contraste EV e realizar todas as fases.
10. Fígado
A incidência de trauma hepático tem aumentado nas últimas décadas,
principalmente pelo crescimento dos acidentes automobilísticos.
A tendência atual nas vítimas de TAF é realizar condutas cada vez mais
conservadoras no manejo destes pacientes.
11. Fígado
Grupo 1: Pacientes Clinicamente Instáveis
Não podem ser submetidos a estudo com TC no curto prazo. Para
estes pacientes a US ( FAST) torna-se o exame de eleição.
A sensibilidade da US é menor que a da TC neste tipo
de estudo.
Se julgada imprescindível, a TC com contraste pode colaborar na
avaliação pré-operatória de urgência, se radiologista presente
13. Fígado
Grupo 2: Pacientes Clinicamente Estáveis
TC com contraste EV é o método de eleição na suspeita de trauma
hepático.
TC com contraste permite avaliar lesões vasculares, do parênquima
hepático e demais órgãos abdominais, detectar
pneumoperitônio e hemoperitônio.
A TC também permite melhor acompanhamento dos
casos em que a conduta conservadora foi tomada.
22. Baço
O baço é o órgão mais frequentemente lesado no trauma abdominal
fechado, o que ocorre em cerca de 25% dos pacientes.
A conduta atual quando possível conservadora.
23. Baço
Padrão variável de ecogenicidade na dependência do tempo decorrido
após o trauma.
Hematomas e lacerações agudas podem apresentar-se anecogêncios ou
hlpoecogênicos (com debris/ecos em suspensão) por conter sangue fresco
em sua maior composição
À medida que focos de coágulos vão se formando, a ecogenicidade vai
aumentando a ponto de alguns hematomas subagudos apresentarem-se
como focos hiperecogênicos de permeio ao parênguima.
Na evolução do quadro o coágulo pode voltar a se liguefazer e retornar ao
aspecto hipoecogênico ou anecogêruco.
29. Pâncreas
Lesão incomum, entre 0,2% e 12%, mas de alta mortalidade podendo
chegar a 50%.
Cerca de 2/3 das lesões ocorrem no corpo pancreático.
A lesão pancreática raramente se apresenta de forma isolada, sendo
frequente o encontro de lesões associadas no lobo esquerdo do fígado,
mesocólon transverso, adrenais ou duodeno.
Acidentes automobilísticos em adultos e queda sobre o guidão da bicicleta
em crianças.
As principais complicações decorrentes do trauma pancreático são a
pancreatite, o pseudocisto, o abscesso e as fístulas pancreáticas e ocorrem
em até um terço dos casos.
30. Pâncreas
US baixa sensibilidade , sendo pouco útil
A TC com contrate é o exame de escolha na avaliação do trauma
pancreático e normalmente é realizada na pesguisa de lesões em outras
estruturas mais frequentemente lesadas como o fígado e o baço. A
utilização de TC com múltiplos detectores (TCMD), com cortes finos de
reconstrução (1 mm), é especialmente importante na avaliação do dueto
pancreático, que é um dos principais pontos a serem analisados, pois
quando lesado, implica importante aumento de morbidade e mortalidade.