O documento discute o pé cavo, definido como um pé com o arco plantar aumentado. Apresenta os tipos de pé cavo, exames para avaliação, principios do tratamento conservador e cirúrgico. O tratamento cirúrgico inclui procedimentos em partes moles como fasciotomias e em ossos como osteotomias para corrigir as deformidades.
4. Pé cavo é definido como um pé com o arco plantar
aumentado que não diminui com a sustentação do peso.
Este arco alto, no entanto, geralmente acompanha
um espectro de deformidades: hiperextensão dos
artelhos nas articulações MTF e hiperflexão nas
articulações IF; pronação e adução do antepé; uma
proeminência óssea dorsal do mediopé com dobras de
pele enrrugadas na face plantar medial; coluna lateral
do pé alongada e coluna medial encurtada; calosidades
embaixo das cabeças metatarsais; rigidez variada da
articulação subtalar; deformidade em varo fixa ou
flexível do calcanhar e retesamento do tendão calcâneo
com ou sem eqüino.
5. • Atualmente a incidência de pé cavo é desconhecida
• Menos comum que o pé plano, mas mais doloroso
• A deformidade pode ter uma predominância do
retropé, antepé ou ambos.
• Associado à doenças ortopédicas e neurológicas
• Idade de apresentação normalmente na criança é dos
8-12 anos
6. • A área de apoio sob as cabeças
metatarsianas e calcâneo estão diminuídas
• Subtalar está verticalizada
– Resulta em diminuição da rotação subtalar
durante a marcha, com bloqueio da subtalar e
chopard.
7. • Devido a garra e hiperextensão dos
metatarsofalangeanas, os dedos não
participam do apoio na fase final da marcha.
• A fraqueza muscular em torno do pé varia,
dependendo da etiologia da deformidade.
• A aponeurose plantar funciona como tirante
elevando o arco plantar e invertendo o
calcâneo.
9. • É uma manifestação de um distúrbio
neuromuscular, até se prove o contrário
•
• Quanto a classificação (Ibriham 1990) pode ser
dividido em:
1. NEUROMUSCULAR
2. CONGÊNITA
3. TRAUMÁTICA
4. HEREDITÁRIA OU FAMILIAR
10. • NEUROMUSCULAR (2/3 dos
casos)
1. Doença muscular
2. Doenças envolvendo nervos
periféricos e raízes nervosas
lombosacrais
3. Doenças do corno anterior da
medula
4. Doença central e do trato
longo
Distrofia muscular
Charcot-Marie-Tooth, Polineurite,
Disrafismo espinhal, Tumor intra-
espinhal
Poliomielite, Disrafismo espinhal,
Siringomielia, diastematomielia,
Tumores da medula espinhal, Atrofia
muscular espinhal
Ataxia de Friedreich, Paralisia
cerebral, Síndrome de Roussy-Lévy,
Doença cerebelar primária
11. • CONGÊNITA
• TRAUMÁTICA
• HEREDITÁRIA OU
FAMILIAR
PTC, Pé cavo congênito,
artrogripose
Sequela de síndrome
compartimental, Lesão por
esmagamento do mi,
queimadura grave,
consolidação viciosa de fraturas
do pé
Pé cavo idiopático
12. • Sintomas:
- Variados
- Comprimento do pé pode diminuir – queixa de calçado folgado
- Dificuldades no uso de calçados
- Aparecimento de calosidades, bursites e metatarsalgias
- Há dores na marcha prolongada, ao correr e ao ficar em pé por
muito tempo – redução da capacidade de absorver choques
13. – Mobilidade articulações e dedos
(redução das deformidades)
– Calosidades
– Neurológico (sensibilidade, reflexos)
– Teste dos blocos de Coleman
14. Exame físico: Blocos de Coleman: Avalia a
flexibilidade e origem da deformidade:
3 tempos:
1º: pé colocado sobre apenas um bloco de
madeira com o 1º raio fora do contato
(+): normalização do retropé. A causa da
deformidade é o 1º raio que está em equino
(-): deformidade no antepé como um todo ou no
retropé
2º: apoio apenas do calcanhar no bloco
(+): antepé como um todo é responsável
(-): problema no retropé
3º:combinação dos dois arranjos anteriores
com 2 blocos
(+): afasta-se que o retropé é o causador da
deformidade
(-): deformidade combinada
15. Ângulo talo-calcâneano
• Linha desenhada no eixo central do tálus e na borda
lateral do calcâneo
• Normal 15-30º - ângulo < 15º determina retropé em varo
16. Avaliação do paciente – Exame Radiográfico
Ângulo Pitch do calcâneo
Linha desenhada no plano do solo e na borda inferior do calcâneo
Normal até 30º - ângulo > 30º determina cavo predominante do retropé
17. Avaliação do paciente – Exame Radiográfico
Ângulo Meary-Tomeno
Linha desenhada no eixo central do tálus e no eixo central do 1º metatarsal
Útil na avaliação do pé cavo independente da origem, se no retro, no médio ou no antepé
18. Não existe cura para muitas das doenças neurológicas de base
Fraqueza e desequilíbrio muscular não são reversíveis
Deformidade plantar tende a progressão
Princípios gerais do tratamento
19. Princípios gerais do tratamento conservador
•Se assintomático - expectante
Exercícios de alongamento da fáscia plantares e dos músculos
plantares curtos (intrínsecos).
palmilhas para apoio e conforto até o procedimento
cirúrgico.
observação periódica
20. – Corrigir todas as deformidades
– Reequilibrar forças musculares restantes
– Complexidade da reconstrução aumenta com a gravidade e
rigidez deformidades
– Deixar abertas outras possibilidades de correção (recidivas)
– Orientação ao pacientes ou aos pais sobre caráter não
curativo da cirurgia e possível progressão da doença.
Portanto durante o crescimento muitos procedimentos
podem ser necessários para prevenir deformidades ósseas.
Princípios gerais do tratamento Cirúrgico
21. – Objetivo:
» Obter um pé plantigrado
» Estável e
» indolor
Princípios gerais do tratamento Cirúrgico
22. – Indicações:
– Evidência de deformidade progressiva
– Sintomas de incapacidade física
– Calosidades dolorosas sob as cabeças dos
MTTs ou base do 5º
– Instabilidade do tornozelo
Princípios gerais do tratamento Cirúrgico
23. • Procedimentos em partes moles:
– Fasciotomias
• Procedimento de Steindler:
» Liberação fáscia plantar, flexor curto dos dedos e
quadrado plantar
• Goudmann
– Capsulotomias
37. – Alongamentos musculares
e/ou tendíneos
– Transferencia dos
extensores para o
cuneiforme medio
• Tenotomia dos extensores
• Transferência do tibial
anterior para lateral
• Solidarização do fibular longo
com o curto.
Tratamento Cirurgico
38. • Procedimentos ósseos:
– Osteotomias:
– Em cunha de fechamento (base dorsal 1º MTT):
• Mais utilizada em pés adultos e rígidos
– Em cunha de abertura (base plantar cunha
medial):
• Mais utilizada em pés infantis, adolescentes e flexíveis
39. • Procedimentos ósseos:
– Osteotomias:
• Em cunha de fechamento (base dorsal 1º MTT):
• Mais utilizada em pés adultos e rígidos
(Jahss)
40. • Procedimentos ósseos:
– Osteotomia de encurtamento:
• Coluna lateral do pé
• Se adução e varismo persistirem
após correção: aumento da
coluna medial
– Osteotomia do calcâneo:
• Para deformidades graves e
rígidas em cavovaro
• Dwyer
42. • Procedimentos ósseos:
– Osteotomia de elevação e rotação do mediopé:
• Cole
• Indicada para recidivas (corrige às custas de
artrodeses no mediopé)
43. • Procedimentos ósseos:
– Artrodese tríplice:
• Indicada somente para adultos como
procedimento de salvação
• Leva a sobrecarga de outras articulações,
artrose degenerativa e artropatia de
Charcot nas art. Adjascentes.
Tratamento Cirúrgico