O documento discute a ética e a moral ao longo da história, desde os pensadores gregos antigos até filósofos contemporâneos. Apresenta diferentes perspectivas éticas como a busca da virtude para Platão e Aristóteles, o estoicismo, epicurismo, o cristianismo, o imperativo categórico de Kant e abordagens históricas de Hegel e Marx.
2. “Age de tal maneira que o motivo que
te levou a agir possa ser
considerado universal ”.
Immanuel Kant
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12. 1. Como devo agir?
o Todos os dias a mídia apresenta situações em
que devemos julgar e decidir sobre o certo e
errado em nossas atitudes.
o Vandalismo, depredação, corrupção, quebra
de regras e leis, preconceitos, desrespeito.
o Valores como honestidade, solidariedade,
respeito, justiça, bem comum, cidadania são
colocados em questão.
13. 2. Certo ou errado?
o Regras e leis (nomos) estabelecem o que é
permitido e proibido e as devidas punições.
o Alguns as cumprem outros não.
o Quando pensamos sobre o certo ou errado e
definimos opiniões, julgamentos e ações sobre
nossos atos, levamos em conta os conceitos
de moral e ética.
14. 3. Moral ou ética?
Moral (mores = costumes):
o Como se vive: normas socialmente aceitas
numa cultura, com base nos valores comuns aos
indivíduos que vivem numa sociedade.
o As normas morais, baseadas nos valores (certo,
bom, justo) organizam a vida social e dão base
às leis e regras (Constituição, Estatutos) para
uma convivência harmoniosa entre as pessoas.
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17. Mulheres, cada uma de vós seja submissa ao próprio marido, por
causa da vossa fé no Senhor. Maridos, amem sua esposa e não as
tratem com grosseria. (Colossenses: 3.18)
18. “Dize às fiéis que recatem seus olhares, que conservem os seus
pudores e que não mostrem seus atrativos.”
(Alcorão Sagrado: 7-26)
19. Temas polêmicos:
o Empoderamento feminino.
o LGBT.
o Aborto.
o Maioridade penal.
o Pena de morte.
o Casamento homoafetivo.
o Liberação da maconha.
Dependendo da
época e do país os
valores culturais são
diferentes e as
interpretações
acompanham tais
diferenças.
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21. Ética (éthikos = modo de ser/êthos = caráter):
o Senso comum: sinônimo de moral e conduta.
o Sentido filosófico: reflexão crítica (razão) sobre
a moral e conduta: como agir? O que fazer?
o Fundamenta o direito na elaboração das leis,
na busca do bem e da justiça.
o A cultura reflete o dinamismo social e moral.
o A ética deve acompanhar as mudanças culturais.
22. “Tudo que não puder contar como fez, não faça.
(Immanuel Kant)
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27. Moral, ética e liberdade:
o Errado, feio, imoral numa época podem se
tornar normais e corretos em outro contexto.
o Vivendo a sociedade escolhe como quer viver.
o A ação livre e consciente dos indivíduos
possibilitam avaliar e julgar as ações.
o Refletir sobre a moral exige compreensão e
respeito ao outro e melhorar a vida em
sociedade.
28. “Aquilo que numa época
parece mau é, quase sempre,
um restolho daquilo que
na época precedente era
considerado bom.”
( Nietzche )
38. Moral e direito:
o A ética julga a moral e estabelece normas (leis).
o O direito guia – se pelos valores culturais e deve
acompanhar os valores morais de cada época.
o O direito cria normas jurídicas e o Estado
estabelece punições ao não cumprimento das leis.
o “Tudo é permitido que se faça, exceto aquilo que
as leis expressamente proíbem.”
39. 4. Ética antiga
o Para os pensadores gregos a conquista do
prazer e a ausência da dor eram a finalidade
das normas morais.
o Sócrates, Platão e Aristóteles defendiam que
o essencial era a busca da felicidade pelo uso
da consciência moral racional na certeza de
praticar o bem.
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41. “Na antiguidade, pensadores gregos, como os sofistas, viram a
conquista do prazer e a ausência da dor como finalidade das
normas morais, enquanto Sócrates, Platão e Aristóteles
afirmavam que ela seria a busca da felicidade pelo uso
da razão e da certeza de praticar o bem, o que
supõe uma consciência moral racional,
capaz de compreender o bem, e não apenas um
cálculo de prazeres e dores, a fim de satisfazer
instintos e emoções.”
43. Busca da virtude
o Sócrates e Platão: quem não submete seus
desejos e emoções à razão vive como barco à
deriva, perdido na tempestade dos instintos.
o Sócrates, fundador da Ética: as más ações
ocorrem por desconhecimento das virtudes.
o A razão refletiria sobre as virtudes.
o Virtudes: sabedoria, beleza, justiça, coragem.
44. O barco na tempestade representa o homem
sem controle de seus desejos e emoções.
45. Platão e o Mito da caverna:
o O conhecimento do bem leva o homem à
prática do bem.
o O Mito da caverna ilustra a missão do filósofo:
despertar o homem de suas ilusões, levando – o
às certezas da razão.
A medida da felicidade: guiar atos e escolhas
pelo bem e manter os apetites das paixões sob o
controle da razão.
46. O mito da caverna
o Um grupo de homens, preso numa caverna, passou
toda sua existência na escuridão. A única realidade é a
sombra projetada na parede, pela luz que vem de fora.
o Um dos homens se libertou, abandonou a caverna e
conheceu a realidade exterior. Diante do choque com a
luz, voltou para alertar os que ficaram sobre tudo que
existe no mundo exterior.
o Os iguais rejeitaram tantos delírios e tentaram cala – lo.
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49. Filosofias de vida
Cínicos:
o A verdadeira felicidade não depende dos
fatores externos: luxo, poder, saúde.
o Devemos nos libertar das coisas passageiras,
perecíveis, inevitáveis: bens materiais, dinheiro,
poder, dor dos outros, morte.
o A felicidade está ao alcance de todos.
50. Cinismo é o nome que
recebe a corrente
filosófica que foi
fundada por Antístenes,
discípulo de Sócrates.
Os filósofos que
seguiam essa corrente,
recebiam o nome de
cínicos e seu propósito
na vida era viver na
virtude, de acordo com
a natureza. O nome foi
originado do grego,
cuja tradução literal
seria “igual a um cão”.
51. Estoicos (Apathéia: aceitação de tudo):
o Ética: busca da paz interior e autocontrole.
o Deve – se respeitar as coisas naturais que a
vida nos impõe: doença e morte.
o O homem deve respeitar e conformar – se
com o seu destino.
o Tudo faz parte do plano superior guiado por
uma razão universal que tudo abrange.
52. Estoicismo é um movimento
filosófico que surgiu na Grécia
Antiga e que preza a fidelidade
ao conhecimento,
desprezando todos os tipos de
sentimentos externos, como a
paixão, a luxúria e demais
emoções. Este pensamento
filosófico foi criado por Zenão
de Cício, na cidade de Atenas, e
defendia que todo o universo
seria governado por uma lei
natural divina e racional.
53. Epicurismo (Ataraxia: fuga da dor):
o Autodomínio: antes de agir ponderar sobre o
prazer e seus efeitos colaterais.
o Um prazer momentâneo em relação a outro
duradouro e intenso a longo prazo.
o O prazer não é apenas a satisfação dos
sentidos, requer serenidade a autocontrole.
o É fundamental controlar o desejo e libertar – se
do medo da morte.
54. Epicurismo é um sistema
filosófico, que prega a
procura dos prazeres
moderados para atingir um
estado de tranquilidade e de
libertação do medo, com a
ausência de sofrimento
corporal pelo conhecimento
do funcionamento do mundo
e da limitação dos desejos.
No entanto, quando os
desejos são exacerbados
podem ser fonte de
perturbações constantes,
dificultando o encontro da
felicidade que é manter a
saúde do corpo e a
serenidade do espírito.
55. Segundo Epicuro, temos 3 tipos de prazeres:
1°: Os naturais e necessários (comer quando se tem fome)
2° : Naturais, porém não necessários (comer excessivamente)
3° : Nem naturais, nem necessários (fumo, luxo)
56. Aristóteles – ética do meio – termo:
o Racionalista e realista buscando a felicidade.
o A vida teórica e contemplativa: felicidade.
o Agir eticamente seria praticar as virtudes.
o Virtudes: equilíbrio entre paixões e ações.
o Coragem: meio – termo entre covardia e medo.
o Ética: bem – estar individual.
o Política: bem comum.
57. “Para Aristóteles o objetivo supremo do
homem é a felicidade. Atingir a felicidade
depende de conduta moral moderada,
para Aristóteles, o “meio termo”, forjado
com hábito, conduta e bons costumes.
A felicidade obtém –se por uma vida
intelectual contemplativa, longe das
perturbações do cotidiano.”
Abrão Bernadete – História da Filosofia
58. 5. Ética cristã (Idade Média) – amor a Deus:
o O Império Romano oficializou o Cristianismo
causando uma reviravolta no campo da Ética.
o Deus personificava todo o bem e a moral.
o O pensamento medieval adaptou os clássicos
gregos (Platão e Aristóteles) ao Cristianismo.
o A Bíblia transformou – se na base da moral.
o Os dez mandamentos eram a base da Ética.
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62. Platão e Santo Agostinho
o Se Deus criou o mundo do nada, antes as
ideias já existiam.
o Na Teoria da Iluminação no lugar do mundo
das ideias há o mundo das ideias divinas.
o O homem recebe de Deus as verdades
eternas e guiando – se por elas será feliz.
63. Razão X Fé:
o A razão passou a ser a forma de
demonstração da necessidade da fé para o
homem.
o A razão é o meio para a fé.
o Na origem da verdade está Deus.
o A verdade está acima do homem e de todas
as coisas.
64. Ética do livre – arbítrio de Santo Agostinho:
o Ascetismo para compreender a essência de Deus.
o Defendeu a subjetividade humana nas coisas.
o Livre – arbítrio: dada um escolhe aproximar – se
(bem) ou afastar – se (mal) de Deus.
o O mal estaria no mau uso de livre – arbítrio.
o A liberdade passou a ter um caráter pessoal,
subjetivo e individualista.
65. Tomás de Aquino (1225 – 1274)
o Provar a existência de Deus.
o Sintetizou fé e razão.
o A fé e a revelação levam à pureza das
verdades espirituais.
o As verdades naturais são obtidas por:
fé, revelação, razão e pelos sentidos.
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67. Cristianismo, Platão e Aristóteles:
o Agostinho cristianizou Platão.
o Aquino cristianizou Aristóteles.
o O foco da felicidade do ser humano é a
submissão à vontade de Deus.
o O homem é feito à imagem e semelhança de
Deus e sua vida na terra é passageira.
o Buscar a salvação é essencial.
68. Idade Moderna: Ética antropocêntrica (humanismo)
Immanuel Kant (1724 – 1804) – Ética formalista:
o Ética formada pela razão: universal nos homens,
geradora das normas morais (leis).
o Razão e dever se confundem com liberdade.
o Indivíduos racionais criando normas racionais.
o Autonomia e consciência: expressões da
racionalidade humana.
69. “Age apenas segundo uma máxima,
tal que possas ao mesmo tempo querer
que ela se torne lei universal.”
(Kant)
70. Imperativo categórico:
o Normas imperativas que devem ser seguidas
em qualquer decisão ou ato moral praticado.
o Nossas ações devem ser universais para serem
regras corretas válidas para todas as pessoas.
o Se fazemos coisas contrárias à razão é porque
somos guiados pelos desejos, paixões e medos.
o Devemos educar a vontade utilizando a razão.
71. Idade Contemporânea:
Hegel (1770 – 1831) – Ética do homem concreto:
o Deve – se levar em conta o homem real: contexto
histórico, relação indivíduo – sociedade.
o Moral: resultado da relação entre o indivíduo e a
sua vida em sociedade (cultura, instituições sociais).
o Dialética: cada contexto histórico – político – social
produz uma sociedade com moral diferente.
72. Karl Marx (1818 – 1883):
o Moral: produção social que atende a demanda da
sociedade, regulando as relações sociais.
o Forma de consciência própria em cada contexto.
o Transformações sociais transformam as pessoas.
o Valores são restritos, relativos e individuais.
o Ideologia da liberdade: indivíduos isolados,
egoístas, competitivos mantém viva a sociedade.
73. Jurgen Habermas (1929 - ....):
Ética discursiva, dialógica, processual:
o Razão comunicativa e diálogo: essenciais à moral.
o Razão interpessoal, objetiva, processual, inacabada.
o O diálogo livre, sem constrangimentos e com
argumentos válidos e coerentes.
o Aposta no entendimento para uma ética racional,
democrática, não autoritária e universal.