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Ética e Moral
A diferença entre ética e moral é sutil. Moral é o conjunto de
normas que orientam o comportamento humano a partir dos
valores de uma dada comunidade ou cultura. A moral é, portanto,
de ordem prática. Já a ética é o estudo teórico dos diversos
sistemas morais elaborados pelos homens. Ou seja: a moral é
prática, a ética é teórica.
CONCEPÇÕES ÉTICAS NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA
A ANTIGUIDADE GREGA
O pensamento ético dos gregos tem alguns
componentes presentes de modo quase
universal:
O RACIONALISMO: A vida virtuosa consiste
em agir em conformidade com a razão, pois é a
razão que diferencia os homens dos outros
animais.
O NATURALISMO: A vida virtuosa consiste
em agir de acordo com a Natureza (o Cosmos) e
com a nossa natureza, que é parte do todo
natural.
OS SOFISTAS (séc. V a.C.)
Para os sofistas, não existem critérios morais
universalmente válidos. Sua concepção é
relativista.
SÓCRATES (470/469 399 a.C.)
A ação virtuosa é a ação racional. É necessário
investigar racionalmente o que é a virtude para
que se possa agir de acordo com ela. Isso
significa que Sócrates foi o primeiro filósofo a
fazer uma investigação ética no sentido estrito,
ou seja, foi o primeiro filósofo que tentou
conceitualizar a virtude para que se pudesse agir
de acordo com um princípio estabelecido
racionalmente.
PLATÃO (428/427 348/347 a.C.)

A partir da consideração de que o Bem existe no
mundo das Ideias, é necessário conhecer as
Ideias
para
conhecer
o
Bem
e,
consequentemente, agir bem. Como são os
filósofos que conhecem o mundo das Ideias, são
justamente eles que devem fornecer ao povo os
princípios morais.
ARISTÓTELES (384 322 a.C.)
A vida virtuosa é a vida em conformidade com o fim último do ser humano. A
finalidade do ser humano é a felicidade.
Então, a vida virtuosa é a vida feliz. Em que consiste essa felicidade para Aristóteles?
Consiste no uso das qualidades
que definem o ser humano. Como o ser humano é um animal racional, a felicidade
consiste no uso livre e pleno da razão. Como o ser humano é um animal político, a
felicidade só pode ser realizada na pólis, entre seus iguais.
Além disso, a razão indica um caminho para a satisfação dos apetites: é o caminho do
meio-termo, da justa medida. A virtude consiste em agir segundo o princípio de não
exagerar nem deixar faltar nada. Tudo o que é excessivo ou falta torna-se um mal;
portanto, é necessário tudo ter com parcimônia, com razoabilidade.
ESTOICISMO (séc. IV a.C.)
Para os estóicos, os maiores bens são a paz
interior e o autocontrole. Isso é a apathéia, a
aceitação de tudo o que acontece. Os estóicos
eram deterministas naturais. A virtude, para os
estóicos, é manter uma vontade de acordo com a
natureza, aceitando os fatos da vida, inclusive
todos os tipos de dor e prazer (que, aliás, o
homem não deve buscar), sem alteração de
espírito.
EPICURISMO (séc. III a.C.)
Para os estóicos, a boa vida consiste na ausência
de sofrimento e na existência do prazer
espiritual. O ideal estóico é a ataraxia, ou seja, o
estado de não preocupação. Eram naturalistas:
consideravam, como a maioria dos gregos, que
tudo era parte da natureza, inclusive os seres
humanos, e que a vida boa só poderia ser
alcançada se se vivesse conforme a natureza.
Praticavam o ascetismo e evitavam a vida
política (o que não é normal entre os gregos).
A ÉTICA NO PENSAMENTO MEDIEVAL
Na época medieval, os filósofos abandonam o naturalismo e o racionalismo
característicos da filosofia grega. Os medievais introduzem, como ideia central de todo
o pensamento, o Deus cristão. Portanto, agir eticamente é agir de acordo com a Lei de
Deus.

SANTO AGOSTINHO (354 - 430)
Agostinho introduz a ideia de liberdade como livre-arbítrio. Os homens podem
escolher aproximar-se de Deus (o bem, a Graça) ou afastar-se de Deus (o mal, o
pecado). Agostinho é importante também por ter introduzido a noção de subjetividade
do ser humano.
A ÉTICA NA MODERNIDADE
No Renascimento, o humanismo aparece com força. O humanismo renascentista
não é semelhante ao humanismo do século XX, que consiste na defesa
intransigente dos direitos humanos; o humanismo renascentista nada mais é que
um antropocentrismo, ou seja, a consideração de que o ser humano é um
fenômeno essencial no mundo, que por sua vez só pode ser compreendido caso
se compreenda o ser humano em primeiro lugar. O humanismo renascentista
enfatiza o papel da autonomia humana e busca compreender a natureza do ser
humano. O antropocentrismo toma o lugar, no Renascimento, do teocentrismo
medieval.
KANT (1724 1804)

Para Kant, a razão humana é uma razão legisladora, capaz de elaborar normas
universais. As normas morais teriam origem na razão.
As normas morais devem ser obedecidas como deveres. A obediência a um dever é
uma ação livre. Por sinal, só pode ser considerado um ato moral aquele praticado de
forma autônoma (livre), consciente e por dever (ou seja, desinteressadamente). O
imperativo categórico de Kant é o único princípio ético: Age apenas segundo uma
máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal .

A ética de Kant, assim, é formalista, pois postula um dever ético universal sem se
preocupar com as condições individuais das ações concretas. Kant diz qual a forma da
ação moralmente correta (ou seja, indica seu imperativo categórico), mas não diz nada
sobre o conteúdo da ação moralmente correta.
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Ética e Moral: conceitos, história e pensadores

  • 2.
  • 3. A diferença entre ética e moral é sutil. Moral é o conjunto de normas que orientam o comportamento humano a partir dos valores de uma dada comunidade ou cultura. A moral é, portanto, de ordem prática. Já a ética é o estudo teórico dos diversos sistemas morais elaborados pelos homens. Ou seja: a moral é prática, a ética é teórica.
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  • 5.
  • 6. CONCEPÇÕES ÉTICAS NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA
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  • 8. A ANTIGUIDADE GREGA O pensamento ético dos gregos tem alguns componentes presentes de modo quase universal: O RACIONALISMO: A vida virtuosa consiste em agir em conformidade com a razão, pois é a razão que diferencia os homens dos outros animais. O NATURALISMO: A vida virtuosa consiste em agir de acordo com a Natureza (o Cosmos) e com a nossa natureza, que é parte do todo natural.
  • 9. OS SOFISTAS (séc. V a.C.) Para os sofistas, não existem critérios morais universalmente válidos. Sua concepção é relativista.
  • 10.
  • 11. SÓCRATES (470/469 399 a.C.) A ação virtuosa é a ação racional. É necessário investigar racionalmente o que é a virtude para que se possa agir de acordo com ela. Isso significa que Sócrates foi o primeiro filósofo a fazer uma investigação ética no sentido estrito, ou seja, foi o primeiro filósofo que tentou conceitualizar a virtude para que se pudesse agir de acordo com um princípio estabelecido racionalmente.
  • 12.
  • 13. PLATÃO (428/427 348/347 a.C.) A partir da consideração de que o Bem existe no mundo das Ideias, é necessário conhecer as Ideias para conhecer o Bem e, consequentemente, agir bem. Como são os filósofos que conhecem o mundo das Ideias, são justamente eles que devem fornecer ao povo os princípios morais.
  • 14.
  • 15. ARISTÓTELES (384 322 a.C.) A vida virtuosa é a vida em conformidade com o fim último do ser humano. A finalidade do ser humano é a felicidade. Então, a vida virtuosa é a vida feliz. Em que consiste essa felicidade para Aristóteles? Consiste no uso das qualidades que definem o ser humano. Como o ser humano é um animal racional, a felicidade consiste no uso livre e pleno da razão. Como o ser humano é um animal político, a felicidade só pode ser realizada na pólis, entre seus iguais. Além disso, a razão indica um caminho para a satisfação dos apetites: é o caminho do meio-termo, da justa medida. A virtude consiste em agir segundo o princípio de não exagerar nem deixar faltar nada. Tudo o que é excessivo ou falta torna-se um mal; portanto, é necessário tudo ter com parcimônia, com razoabilidade.
  • 16.
  • 17. ESTOICISMO (séc. IV a.C.) Para os estóicos, os maiores bens são a paz interior e o autocontrole. Isso é a apathéia, a aceitação de tudo o que acontece. Os estóicos eram deterministas naturais. A virtude, para os estóicos, é manter uma vontade de acordo com a natureza, aceitando os fatos da vida, inclusive todos os tipos de dor e prazer (que, aliás, o homem não deve buscar), sem alteração de espírito.
  • 18. EPICURISMO (séc. III a.C.) Para os estóicos, a boa vida consiste na ausência de sofrimento e na existência do prazer espiritual. O ideal estóico é a ataraxia, ou seja, o estado de não preocupação. Eram naturalistas: consideravam, como a maioria dos gregos, que tudo era parte da natureza, inclusive os seres humanos, e que a vida boa só poderia ser alcançada se se vivesse conforme a natureza. Praticavam o ascetismo e evitavam a vida política (o que não é normal entre os gregos).
  • 19.
  • 20. A ÉTICA NO PENSAMENTO MEDIEVAL Na época medieval, os filósofos abandonam o naturalismo e o racionalismo característicos da filosofia grega. Os medievais introduzem, como ideia central de todo o pensamento, o Deus cristão. Portanto, agir eticamente é agir de acordo com a Lei de Deus. SANTO AGOSTINHO (354 - 430) Agostinho introduz a ideia de liberdade como livre-arbítrio. Os homens podem escolher aproximar-se de Deus (o bem, a Graça) ou afastar-se de Deus (o mal, o pecado). Agostinho é importante também por ter introduzido a noção de subjetividade do ser humano.
  • 21.
  • 22. A ÉTICA NA MODERNIDADE No Renascimento, o humanismo aparece com força. O humanismo renascentista não é semelhante ao humanismo do século XX, que consiste na defesa intransigente dos direitos humanos; o humanismo renascentista nada mais é que um antropocentrismo, ou seja, a consideração de que o ser humano é um fenômeno essencial no mundo, que por sua vez só pode ser compreendido caso se compreenda o ser humano em primeiro lugar. O humanismo renascentista enfatiza o papel da autonomia humana e busca compreender a natureza do ser humano. O antropocentrismo toma o lugar, no Renascimento, do teocentrismo medieval.
  • 23.
  • 24. KANT (1724 1804) Para Kant, a razão humana é uma razão legisladora, capaz de elaborar normas universais. As normas morais teriam origem na razão. As normas morais devem ser obedecidas como deveres. A obediência a um dever é uma ação livre. Por sinal, só pode ser considerado um ato moral aquele praticado de forma autônoma (livre), consciente e por dever (ou seja, desinteressadamente). O imperativo categórico de Kant é o único princípio ético: Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal . A ética de Kant, assim, é formalista, pois postula um dever ético universal sem se preocupar com as condições individuais das ações concretas. Kant diz qual a forma da ação moralmente correta (ou seja, indica seu imperativo categórico), mas não diz nada sobre o conteúdo da ação moralmente correta.