A dismenorreia é dor uterina associada ao período menstrual, podendo ser primária devido a flutuações hormonais ou secundária quando causada por doenças como endometriose. Manifesta-se como dor abdominal intensa nos primeiros dias da menstruação, podendo causar incapacidade. O tratamento inclui analgésicos, repouso e exercício físico, e no caso de dismenorreia secundária requer tratamento da doença subjacente.
2. Comuns entre adolescentes, mulheres em idade fértil e mulheres que
(ainda) não têm filhos, as cólicas abdominais que acompanham o ciclo
menstrual atribuem-se a flutuações hormonais, bem como à libertação
de substâncias inflamatórias pelo útero que causam contrações. Um
desconforto doloroso que, em muitos casos, esconde problemas de
saúde sérios.
3. O que é?
Dismenorreia é o nome das dores uterinas associadas ao período menstrual. Costuma ocorrer no
primeiro dia de menstruação, onde atinge maior intensidade, mas pode manifestar-se um a três
dias antes ou manter-se durante outros tantos dias após o início do período.
• Dismenorreia primária
A dismenorreia mais comum designa-se de primária. Dela sofrem adolescentes e mulheres jovens,
fumadoras, nulíparas (mulheres que nunca tiveram filhos) e mulheres com ciclos menstruais
irregulares e abundantes. Quadros depressivos e de ansiedade e historial familiar de fortes dores
menstruais associam-se à possibilidade de sofrer de dismenorreia.
• Dismenorreia secundária
Designa-se de secundária quando as fortes dores têm origem numa qualquer doença do aparelho
reprodutor. Endometriose, quistos nos ovários, miomas, infeções, pólipos, adenomiose, estenose
cervical, doença inflamatória pélvica, anormalidades uterinas ou vaginais entre outras anomalias
pélvicas. Dispositivos intrauterinos (DIU) também podem ser causadores de dismenorreia
secundária. Ao contrário da primária, a dismenorreia secundária surge na idade adulta e pode ser
sentida mesmo fora do período menstrual
4. Como se manifesta?
A dismenorreia é uma dor na região inferior do abdómen, ou baixo-ventre, que pode manifestar-se
de forma lancinante, intensa, em cólica, ser latejante ou constante. A fase mais intensa ocorre nas
primeiras 12 a 72 horas após o início da menstruação e tende a ir diminuindo de intensidade,
conforme vai sendo libertado o revestimento do útero. A sua duração e intensidade podem variar a
cada mês. Para algumas mulheres, as ditas dores menstruais podem apenas ser desconfortáveis e
muito passageiras, mas para 5 a 15% das mulheres elas chegam a ser impeditivas da normal rotina
diária, impossibilitando-as de executar atividades banais.
No decurso da vida, a dismenorreia começa a ser sentida um ano após a menarca – primeira
menstruação – e pode tender a melhorar após os 20 anos. Muitas vezes, todavia, verdadeiras
melhorias só são percetíveis após a gravidez.
5. Outros sintomas
Dores de cabeça, náuseas ou vómitos, obstipação ou diarreia, dores lombares, dores nas pernas,
maior frequência urinária e sintomatologia de síndrome pré-menstrual são outros sintomas
associados. A eliminação de coágulos também pode acompanhar este quadro.
Fatores de risco de sintomas graves
Alguns dados estão associados à dismenorreia, prevendo-se que têm mais probabilidade de ter
sintomas graves mulheres que:
• Tiveram a menarca – primeira menstruação – em idade precoce
• Mulheres com fluxos menstruais abundantes e longos
• Fumadoras
• Histórico familiar de dismenorreia
6. Como se trata?
Repouso, horas de sono adequadas, exercício físico regular, uma boa alimentação, baseada numa
dieta pobre em gordura e sal, massagens relaxantes, banhos mornos, água morna sobre a barriga,
usar roupa larga e confortável… Bebidas alcoólicas ou estimulantes, como o chá ou o café estão
contraindicados. Muitas vezes, é necessário o recurso a analgésicos para apaziguar a dor.
No caso da dismenorreia secundária, por resultar de uma doença, os sintomas só melhorarão com o
devido e adequado tratamento da doença.
Em qualquer dos casos, primária ou secundária, a dismenorreia é um assunto a ser falado e tratado
com o seu médico. Até porque os sintomas da dismenorreia primária tendem a melhorar em
mulheres que percebem não sofrer de qualquer problema associado de saúde reprodutiva.
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