O documento discute como o ambiente uterino influencia o desenvolvimento do feto, mesmo quando óvulos doados são usados. A epigenética, ou os "interruptores" dos genes, pode ser influenciada pelo útero materno e determinar como os traços genéticos se expressam, potencialmente influenciando características físicas da criança. Um bom ambiente uterino durante a gravidez beneficia o desenvolvimento do feto.
2. A importância vital do ambiente uterino no desenvolvimento do feto
começa a estar bem documentada e responde em parte à pergunta do
título: sim, o bebé herdará características da mãe que recorre a óvulos
de outra mulher, em procedimentos de reprodução medicamente
assistida. Isso deve-se, em grande medida, à epigenética.
3. Uma questão de ADN
Uma das questões mais impactantes e perturbadoras para algumas
mulheres (e casais) que, por razões de infertilidade, se veem na
contingência de só conseguirem obter uma gravidez recorrendo a
óvulos de outras mulheres, é a de virem a ter um filho que não herdará
a sua carga genética. Imaginam o seu corpo como mero intermediário
no processo de conceção, uma espécie de incubadora, que dará à luz
uma criança com quem não partilham o ADN. Não é assim e a ciência
tem vindo a prová-lo com segurança. O ambiente uterino influencia a
gravidez e determina características do bebé. O mesmo é dizer que um
embrião se desenvolveria de formas distintas se fosse implantado em
diferentes úteros.
4. A maternidade acontece no útero
Se é verdade que a conceção ocorre no momento em que um
espermatozoide e um óvulo se encontram, não é menos certo que a
maternidade começa e ocorre no útero. Este, a ciência sabe-o hoje muito
bem, não é um mero recetáculo, mas antes um agente determinante no
desenvolvimento do feto no decurso da gestação.
A influência de fatores pré-natais e o tipo de comunicação que se estabelece
entre útero e feto pode influenciar, determinar e modificar a forma como a
genética se expressa no decurso do desenvolvimento uterino. De tal forma
que podem acentuar ou esbater predisposições genéticas. Potencialmente,
isso contempla tanto os traços físicos como aspetos da saúde do bebé. Daí
decorre a importância de assegurar boas condições de saúde física e mental
e a manutenção de hábitos de vida saudáveis da mulher, não apenas ao
longo da gravidez como antes mesmo de receber o embrião.
5. A importância do período intrauterino no
desenvolvimento humano
Os cientistas não gaguejam, hoje, ao referir que o período intrauterino é o
momento mais crucial do desenvolvimento humano, influenciando, entre
outros aspetos:
• O desenvolvimento do cérebro
• O metabolismo
• O sistema imunitário
Assim, independentemente da origem do óvulo, o útero materno é
determinante na passagem de informação para o feto e não apenas de
oxigénio e nutrientes. É durante a gravidez que o corpo da mãe prepara o
bebé para tudo aquilo que o espera cá fora, podendo mesmo modelar a
informação genética, por via da epigenética.
6. O papel da epigenética
A informação genética determina e controla todos os processos humanos e
define aquilo que cada um é e como é. Tratando-se do óvulo de uma dadora,
essa informação vem da dadora. Todavia, aquilo que determina como os
nossos genes se manifestam e expressam depende daquilo que se designa
epigenética. Fora da complexa linguagem da biologia, a epigenética pode ser
entendida como os interruptores que acionam os genes, ligando e
desligando possibilidades que acabam por influenciar a saúde e o
desenvolvimento. O conjunto dessas modificações é tido como tão
importante quanto a própria genética. É nesse procedimento que o útero
materno se revela importante. Segundo evidências científicas, a epigenética
não é apenas herdada dos pais, como pode ser influenciada pelo ambiente
durante o desenvolvimento intrauterino. Assim, as condições específicas e
únicas do período uterino definirão como a genética se modulará e
expressará no feto, o que pode refletir-se inclusivamente nas características
físicas.
7. A reter
• Estilos de vida saudáveis, boa condição física e mental, alimentação
equilibrada, exercício moderado e regular e ambientes sem stress
físico, psicológico ou emocional propiciam um bom ambiente materno.
Este refletir-se-á na saúde e no bom desenvolvimento do feto. É nisso
que a mãe se deve concentrar, já que condições adversas terão igual
influência no bebé.
• Independentemente da origem do óvulo, ou da carga genética,
todas as mães e pais do universo, incluindo os que conseguem
conceber naturalmente, se questionam sobre se os filhos se parecerão,
ou não, com eles. Por vezes, parecem-se, outras nem tanto. Será isso
realmente determinante para a maternidade?
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