SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 59
Módulo História da
Medicina e da Bioética
DMI/CCM/UFPB
Profa. Rilva Muñoz
HISTÓRIA DAS
DOENÇAS
NEGLIGENCIADAS
História das Doenças Negligenciadas
As doenças afetam de maneira
desigual as populações de
países desenvolvidos e em
desenvolvimento
Há diferença tanto na distribuição
da carga de doença pelo mundo,
quanto nos investimentos em
desenvolvimento de novos
produtos na área da saúde
Incidência de
doenças -
esmagadora nos
países pobres
Investimento
em pesquisa -
centrado nos
problemas de
saúde de países
ricos
História das Doenças Negligenciadas
INCOMPATIBILIDADE
Processo de colonização -
região do Caribe
Conjunto de doenças
consideradas “exóticas” por
pesquisadores da época
“Doenças tropicais” -
denominação utilizada desde
o século XIX
História das Doenças Negligenciadas
(CARVALHO, 2011)
História das Doenças Negligenciadas
O direito à saúde é um
dos princípios básicos
em uma sociedade
organizada
Iniquidade no
enfrentamento das doenças
negligenciadas: dimensão
ética e social
São os próprios governos
que usam o termo
“Doenças Negligenciadas”
(VIRMOND, 2011)
Doenças globais
(ocorrem em todo
mundo)
Negligenciadas
(mais prevalentes
nos países
periféricos)
Extremamente
negligenciadas
(exclusivas dos
países
periféricos)
Grande número de pessoas
sem acesso à água potável,
escolaridade, saneamento
básico, moradia e a
tratamentos de saúde, que
sobrevivem em áreas urbanas,
áreas rurais remotas e em
regiões de conflitos com menos
de US$ 2 por dia
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Médicos Sem
Fronteiras (MSF) propuseram a seguinte classificação para
as doenças em função das desigualdades em escala
mundial:
(ANDRADE, 2015)
• Em 1975, o Special Programme for
Research & Training in Tropical Diseases
(TDR) - (OMS) já apontava para
indisponibilidade de tratamentos
eficazes ou adequados para as doenças
vinculadas à pobreza que acometiam, em
sua grande maioria, populações
presentes nos trópicos
História das Doenças Negligenciadas
(CARVALHO, 2011)
• A seguir, a Fundação Rockefeller
lançou o Programa Grandes
Doenças Negligenciadas da
Humanidade (Great Neglected
Diseases of Mankind – 1977/2000),
que passou a ser considerado o
marco inicial da discussão sobre as
doenças negligenciadas no mundo
História das Doenças Negligenciadas
(CARVALHO, 2011)
• Desde sua fundação (1948) - a OMS já
considerava o desenvolvimento desigual
em diferentes países no que diz respeito à
promoção de saúde e combate às doenças,
especialmente contagiosas
(OMS, 2009)
História das Doenças Negligenciadas
• Declaração da Alma-Ata - Conferência
Internacional sobre Cuidados Primários de
Saúde
“a chocante desigualdade existente no estado de saúde
dos povos, particularmente entre os países desenvolvidos
e em desenvolvimento, assim como dentro dos países, é
política, social e economicamente inaceitável e constitui,
por isso, objeto da preocupação comum de todos os
países” (ALMA ATA, 1978)
Iniciativas para discutir, buscar soluções e implementar
estratégias para superar o problema da iniquidade entre
os países em matéria de saúde no século XX
Anos 90 - Relatório Health Research:
Essential Link to Equity in
Development - 1990 - Commission
on Health Research for Development
(CHRD) - iniciativa internacional
independente com foco principal na
melhoria das condições de vida das
populações que vivem nos países em
desenvolvimento
História das Doenças Negligenciadas
• O desequilíbrio no
financiamento de pesquisa
identificado pelo relatório da
Comissão CHRD - conhecido
como “o gap 10/90”
• Gap 10/90: apenas 10% do
investimento em pesquisa e
desenvolvimento em saúde está
voltado para os problemas que
afetam 90% da população
mundial
História das Doenças Negligenciadas
Iniciativas para discutir, buscar soluções e implementar
estratégias para superar o problema da iniquidade entre
os países em matéria de saúde no século XX
2001- Relatório Fatal
Imbalance: crisis in
the research and
development for
drugs for neglected
diseases
História das Doenças Negligenciadas
Iniciativas para discutir, buscar soluções e implementar
estratégias para superar o problema da iniquidade entre
os países em matéria de saúde no século XX
Iniciativa Medicamentos
para Doenças
Negligenciadas (DNDi, sigla
em inglês) é uma
organização sem fins
lucrativos de P & D de
medicamentos para
doenças negligenciadas
História das Doenças Negligenciadas
O emprego do termo “doenças negligenciadas” é
relativamente recente e polêmico
O vocábulo “negligenciadas” provém de
“negligenciar”
“nec” (latim) + “lego” (grego)
nec = neg = prefixo negativo
lego = escolher
neg-lego = não escolho
negligenciada = não escolhida
hoje, o termo carrega a interpretação de “menosprezo”, “descaso”
História das Doenças Negligenciadas
• Doenças negligenciadas: “conjunto heterogêneo de
doenças que afetam, quase que exclusivamente, as
populações mais pobres e impotentes que vivem nas
áreas rurais e favelas urbanas dos países de baixa
renda” (OMS, 2007, p. 1).
• Uma vez que a esmagadora maioria dessas enfermidades está concentrada
na região dos trópicos, também são conhecidas por doenças tropicais
negligenciadas, sendo corriqueira a abreviação NTDs (do inglês Neglected
Tropical Diseases) na literatura internacional
• O adjetivo tropical é meramente circunstancial, uma vez que a maior
concentração de pobreza está localizada na região dos trópicos do planeta
(CARVALHO, 2011)
História das Doenças Negligenciadas
História das Doenças Negligenciadas
História das Doenças Negligenciadas
QUAIS SÃO AS DOENÇAS
NEGLIGENCIADAS?
QUAIS SÃO AS DOENÇAS
NEGLIGENCIADAS?
Para os europeus…
Doença do Sono é uma
doença negligenciada -
tripanossomíase africana -
transmitida aos humanos
pela picada da mosca tsé-
tsé. Moscas tsé-tsé são
encontradas apenas em
áreas rurais da África
QUAIS SÃO AS DOENÇAS
NEGLIGENCIADAS?
QUAIS SÃO AS DOENÇAS
NEGLIGENCIADAS?
• Entre 1975 e 2004, apenas 21 novas drogas foram
colocadas no mercado para tratar as chamadas doenças
negligenciadas (excluindo o HIV/AIDS)
• 3 destes foram para o tratamento da tuberculose
e 18 para as demais doenças tropicais, incluindo 8
drogas contra a malária
• No mesmo período, 1.535 drogas foram
colocadas no mercado para combater outras
doenças, o que representa 98,7% do total de
medicamentos lançados
(CARVALHO, 2011)
História das Doenças Negligenciadas
Não é por falta
de
conhecimento
científico que
as drogas não
são
desenvolvidas
para as
doenças
negligenciadas
Atualmente os
cientistas sabem
mais sobre a
biologia,
imunologia e
genética da
leishmania e do
tripanossoma do
que de qualquer
outro parasita
Principal barreira:
falta de incentivos
financeiros - muitos
compostos
promissores não
chegam às fases
mais caras de
desenvolvimento de
produtos
farmacêuticos -
testes clínicos
Apenas 1% do
orçamento
anual de
algumas
indústrias
farmacêuticas é
destinado a
financiar
estudos sobre
doenças
negligenciadas
História das Doenças Negligenciadas
(TROUILLER et al., 2012; CARVALHO, 2011; RIDLEY et al., 2006 )
Falta de investimento da indústria
farmacêutica
QUESTÃO BIOÉTICA: a assistência à saúde não
pode ser uma mercadoria a ser comprada e
vendida de qualquer maneira no mercado
O direito à cidadania e o acesso universalizado à
saúde é pauta obrigatória na nova agenda bioética
do século XXI
Cabe ao poder público prover o mínimo
necessário para que as pessoas vivam
condignamente
(ANDRADE; ROCHA, 2015)
História das Doenças Negligenciadas
Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) no Brasil para as
doenças negligenciadas
Produção de vacinas,
medicamentos, reativos para
diagnóstico e biofármacos
Integra atividades de pesquisa
e desenvolvimento
tecnológico
Uma das principais
instituições públicas de
pesquisa em saúde do mundo
Fundação Oswaldo Cruz -
Ministério da Saúde
(CARVALHO, 2011)
História das Doenças Negligenciadas
Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças
Negligenciadas - com foco em sete doenças: dengue, doenças
de Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária,
esquistossomose e tuberculose
Criação de uma fundação sem fins lucrativos chamada “Iniciativa de Drogas
para Doenças Negligenciadas” (DNDi): pesquisa e desenvolve novos
tratamentos para as doenças negligenciadas - parceiros: Instituto Pasteur
(França), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) (Brasil), Ministério da Saúde da
Malásia e institutos de pesquisa clínica da Índia e do Quênia
Brasil em posição de destaque em pesquisa sobre
doenças negligenciadas - ocupa o sexto lugar no ranking
dos países que mais investem nesse segmento e o
primeiro na América Latina
História das Doenças Negligenciadas
http://agencia.fiocruz.br/doen%C3%A7as-negligenciadas
Esquistossomose
• Chegou ao Brasil com os escravos africanos trazidos para a
Colônia Portuguesa, mas há referências da doença muito antes
dessa época
• 1847: Aspectos clínicos da doença foram descritos pela primeira
vez pelo japonês Fuji
• 1852: No Egito, o parasito tornou-se conhecido, com a descrição
de Theodor Bilharz, daí a denominação bilharziose usada em
alguns países
• 1892: O médico inglês Patrick Manson levantou a hipótese da
existência de duas espécies de Schistosoma parasitas do homem
História das Doenças Negligenciadas
(KATZ; ALMEIDA, 2003)
Esquistossomose
• Alto índice de prevalência mundial: 200 milhões de
pessoas atingidas distribuídas em 74 países, em torno de
80% dos casos concentrados na África
• Brasil: 8 a 18 milhões de indivíduos infectados, distribuídos
em uma faixa endêmica que se estende do estado do Rio
Grande do Norte até Minas Gerais
• 1975: controle nacional da doença pela antiga
Superintendência de Campanhas de Saúde Pública
(SUCAM), com a criação do Programa Especial de Controle
da Esquistossomose (PECE)
História das Doenças Negligenciadas
Esquistossomose
• 1980: PECE deixou de ser um programa especial da SUCAM
e passou a ser denominado Programa de Controle da
Esquistossomose (PCE), implementado pela Fundação
Nacional de Saúde (FUNASA)
• 1986: OMS indicou a FIOCRUZ como centro colaborador
para pesquisa básica e aplicada em esquistossomose,
inclusive apoiando financeiramente algumas atividade
• 2007: Oficialização do “Programa Integrado de
Esquistossomose da Fundação Oswaldo Cruz”
(PIDE/FIOCRUZ)
História das Doenças Negligenciadas
Esquistossomose
• Christopherson (1918) relatou o tratamento bem-
sucedido da doença com tartarato de antimônio
• Compostos antimoniais de vários tipos foram os
medicamentos disponíveis mais usados até a II Guerra
Mundial (GM)
• Após a II GM, a Lucantona foi introduzida na prática
clínica, e depois niridazol, hicantona e oxamniquina
• Atualmente, a oxaminiquina e o praziquantel são os
fármacos utilizados para o tratamento
História das Doenças Negligenciadas
Esquistossomose
• O número de pessoas infectadas continuou o mesmo
durante as últimas duas décadas de tratamento químico
contra a esquistossomose
• Necessidade de desenvolvimento de uma vacina
• Há 35 anos, a FIOCRUZ estuda uma vacina com foco no
combate à esquistossomose
• Os pesquisadores isolaram, em 1990, uma molécula que é
vital para os helmintos (SM14) com fase I dos testes
clínicos iniciada em 2010 - promissora
História das Doenças Negligenciadas
Tuberculose (TB)
• Uma das doenças mais antigas do mundo: Evidências de
TB foram encontradas em ossos humanos pré-históricos na
Alemanha e há registros datados de 8.000 a.C.
• 400 a.C. - Hipócrates desmistificou a visão sobrenatural
que existia e mostrou que a tuberculose era algo natural e
passou a denominá-la de Tísica
• A TB passou a ser melhor compreendida nos séculos XVII e
XVIII com o surgimento do estudo da Anatomia - recebeu
seu nome atual
• 1882: Descoberta pelo bacteriologista alemão Robert Koch
História das Doenças Negligenciadas
(FIOCRUZ, 2013)
Tuberculose (TB)
• Século XVIII: A TB era vista como uma “doença romântica”,
que acometia principalmente poetas e intelectuais
• Fins do século XIX: a representação passou a ser negativa –
”mal social”, visão que permaneceu durante o século XX
• Desde o século XIX a doença era tratada com a terapêutica
higienodietética - alimentação, repouso e clima das
montanhas
• Os pacientes eram isolados em sanatórios
História das Doenças Negligenciadas
(FIOCRUZ, 2013)
Tuberculose (TB) - Brasil
• Doença trazida pelos portugueses colonizadores
• 1920 - Reforma Carlos Chagas, que deu origem ao
Departamento Nacional de Saúde Pública
• O Estado passou a estar mais presente na luta contra a
doença, criando a Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose
• Década de 1930: avanços no combate à doença com a
invenção da vacina BCG, a baciloscopia, a abreugrafia, o
pneumotórax terapêutico e outras cirurgias torácicas
• Em função do conhecimento mais amplo da doença, o fator
clima na sua cura passou a ser questionado
História das Doenças Negligenciadas
(FIOCRUZ, 2013)
Tuberculose (TB)
• Década de 1940: Descoberta da quimioterapia antibiótica
específica
• 1950-1960: Comprovação da eficácia da quimioterapia, o
tratamento passou a ser ambulatorial sem a necessidade
de internação, culminando na desativação dos sanatórios
• O advento do tratamento com antibióticos, unido a
medidas de profilaxia e simplificação do diagnóstico,
ocasionou uma redução significativa no índice de
mortalidade pela doença
História das Doenças Negligenciadas
(FIOCRUZ, 2013)
Tuberculose (TB)
• 1944: marco para pesquisa de fármacos – descoberta da
estreptomicina, primeiro antibiótico eficaz
• Novos fármacos foram utilizados com sucesso: isoniazida (1952);
rifampicina (1965); etambutol (1968); e pirazinamida (1970)
• Fluoroquinolonas para casos de multirresistência
• 1999: Ministério da Saúde criou o Plano Emergencial para o Controle
da Tuberculose, com a criação do Programa Nacional de Controle da
Tuberculose (PNCT) - implantação da Estratégia do Tratamento
Diretamente Observado (DOTS) para o controle da Tuberculose no
Brasil
História das Doenças Negligenciadas
Tuberculose (TB)
• A partir dos anos 1990: crença de que a doença estava controlada e
crescimento de casos
• 1993: Recrudescimento da doença no mundo - OMS decreta TB como
uma emergência global
• Aparecimento de casos associados à infecção pelo HIV: anualmente
surgem 5 milhões de novos casos de coinfecção no mundo
• Outro grande desafio: aumento da forma resistente da doença
• 2007: 9,27 milhões de novos casos; 1,4 milhão destes também viviam
com o HIV
• 2009: Relatório Global de Controle da Tuberculose - uma das que mais
mata no mundo - quarto lugar em mortalidade por doenças
infecciosas
História das Doenças Negligenciadas
Doença de Chagas
• 1909: Grande feito científico de Carlos Chagas – tripla descoberta,
onde o cientista mineiro descobriu não apenas o vetor (inseto
conhecido popularmente como barbeiro - gênero Triatoma) e o
agente etiológico da doença (o protozoário Trypanosoma cruzi), como
ainda descreveu a sua patologia
• Célebre frase de Oswaldo Cruz: “O descobrimento desta moléstia
constitui o mais belo exemplo do poder da lógica a serviço da ciência.
Nunca até agora, nos domínios das pesquisas biológicas, se tinha feito
um descobrimento tão complexo e brilhante e, o que mais, por um só
pesquisador”
História das Doenças Negligenciadas
(MALAFAIA; RODRIGUES, 2010)
Doença de Chagas
• Cerca de 14 milhões de pessoas infectadas na América
Latina e 60 milhões em risco de infecção
• Brasil: 1,8 a 2,4 milhões de indivíduos na fase crônica da
doença
• 1940: começam ações de controle da transmissão vetorial
no Brasil
• 1950: Programa de Controle da Doença de Chagas foi
instituído mas somente estruturado como programa de
alcance nacional em 1975 pela SUCAM, atual FUNASA
História das Doenças Negligenciadas
Doença de Chagas
• Os únicos fármacos atualmente disponíveis são as mesmas
registradas há 21 anos: o nifurtimox e o benzonidazol, que
foram desenvolvidos empiricamente em 1960 e 1970,
respectivamente
• Nifurtimox: uso interrompido por efeitos secundários
• Benznidazol: baixa eficácia na fase crônica da doença,
significativas variações regionais na eficácia pelo
surgimento de resistência e alta taxa de abandono do
tratamento devido aos efeitos colaterais
• Posaconazol e ravuconazole: em fase de estudos clínicos
História das Doenças Negligenciadas
Malária
• Afeta entre 300 e 500 milhões de pessoas a cada ano, com
mais de um milhão de óbitos principalmente de crianças
menores de cinco anos de idade
• Ocorre em todos os continentes na faixa intertropical -
mais de 100 países
• Mais prevalente na África: cerca de 90% dos casos
• Brasil: aproximadamente 400.000 casos de malária por ano
- Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará,
Roraima e Tocantins - 99,5% do total
História das Doenças Negligenciadas
Malária
• Diversos fármacos são utilizados para o tratamento da
malária: mefloquina, artemisina e quinina
• Cloroquina: ineficaz em muitas partes da África (substituído
por sulfadoxina + pirimetamina)
• Programa Nacional de Controle de Malária (PNCM):
controle de mosquitos, redução do contato humano-vetor,
prevenção e tratamento da doença com medicamentos
distribuídos gratuitamente
• Vacinas estão sendo desenvolvidas, cujos ensaios se
encontram em diferentes fases
História das Doenças Negligenciadas
Leishmanioses
• A leishmaniose tegumentar americana é uma doença que
acompanha o homem desde a Antiguidade, existindo
relatos e descrições encontrados na literatura desde o séc.
I d.C.
• Nas Américas, foram encontradas cerâmicas pré-
colombianas, datadas de 400 a 900 anos d.C., feitas pelos
índios do Peru, que apresentam mutilações de lábios e
narizes, características da “espúndia”, hoje conhecida como
leishmaniose cutânea-mucosa
• Há teorias sobre possíveis origem mediterrânea e andina
da Leishmaniose
História das Doenças Negligenciadas
(BASANO; CAMARGO, 2004)
Leishmanioses
• A leishmaniose visceral foi descrita pela primeira vez na
Grécia em 1835, mas só recebeu a denominação “Kala-
azar” em 1869 na Índia
• O parasito foi identificado no início do século XX, quando
William Leishman encontrou o protozoário no baço de um
soldado indiano, e Donovan (em 1903) foi o autor da
primeira publicação sobre o agente
• 1909: A correlação das lesões de pele com um protozoário
do gênero Leishmania foi estabelecida por Gaspar Vianna,
em 1909, no Instituto Oswaldo Cruz - Leishmania
braziliensis
História das Doenças Negligenciadas
Leishmanioses
• 12 milhões de casos no mundo - 350 milhões de
pessoas estão ameaçadas de contrair a doença em
88 países, 72 dos quais são subdesenvolvidos
• Incidência de 90% dos casos de Leishmaniose
visceral no Brasil, Bangladesh, Índia e Sudão
• Leishmaniose visceral: 90% dos casos registrados
na América Latina ocorrem no Brasil, a maioria
deles em crianças
História das Doenças Negligenciadas
Hanseníase
• Conhecida desde os tempos bíblicos – denominada Lepra
• Idade Média: Elevada incidência
• Brasil: Trazida pelos portugueses – primeiros casos no Rio
de Janeiro em 1600, onde foi criado o primeiro “lazareto”
• 1873: Hansen, médico norueguês identificou o bacilo
• 1940: Introdução do uso de sulfonas – o tratamento
deixou de segregar os doentes
• 1950: O isolamento dos doentes foi abolido
• 1980: Introdução da poliquimioterapia
História das Doenças Negligenciadas
Hanseníase
• Poliquimioterapia padronizada: rifampicina, dapsona,
clofazimina, ofloxacina, minociclina e claritromicina:
percentual de cura de até 99,9%
• Com esses medicamentos disponíveis, a busca de novos
agentes contra a hanseníase como uma prioridade é pouco
provável
• 1998: Retomada de drogas, outrora obsoletas - como é o
caso da talidomida
História das Doenças Negligenciadas
Hanseníase
• Persiste como endemia em quatro países do mundo
(Brasil, República Democrática do Congo, Moçambique e
Nepal) - prevalência acima de 10/100.000 habitantes
• O Brasil é o segundo país em número absoluto de casos no
mundo, com 40.822 casos registrados no ano de 2008
• Assim como nas leishmanioses, o Brasil é o único país
latino-americano dentre os de alta prevalência,
respondendo por 16% dos novos casos (além de Indonésia,
Filipinas, Congo, Madagascar, Moçambique, Nepal,
Tanzânia e Índia)
História das Doenças Negligenciadas
Dengue
• Dengue, doença, conforme a tradição médica brasileira, é
do gênero feminino – a dengue
• Dengue é uma palavra do início do século XIX que tem
duas acepções básicas: manha, feminino; e doença
• Por se tratar de palavra terminada em e, por analogia com
outras doenças como tripanosomíase, leishmaniose,
tuberculose, todas do gênero feminino – passou a ser
usada, inclusive pelo Ministério da Saúde como A dengue
• O Dicionário Aurélio registra os dois gêneros – a dengue /
o dengue
História das Doenças Negligenciadas
(REZENDE, 2002)
Dengue
• o Brasil, preocupado no passado com a febre
amarela, havia extinguido o Aedes aegypti de seu
território
• A partir da década de 60, com a implantação do
governo militar, houve relaxamento da vigilância
sanitária e o mosquito foi reintroduzido no País
• São reconhecidos atualmente quatro tipos de vírus,
designados abreviadamente por DEN-1, DEN-2, DEN-3 e
DEN-4, o que vinha dificultando a obtenção de uma vacina
tetravalente
História das Doenças Negligenciadas
Dengue
• 1779: primeiras epidemias ocorreram na Ilha de Java em
Jacarta e no Egito, seguidas pela epidemia da Filadélfia,
EUA, um ano depois
• Ao longo dos três últimos séculos tem se registrado a
ocorrência da dengue em várias partes do mundo
• Século XIX: o desenvolvimento do transporte comercial
entre os portos do Caribe e do Sul dos Estados Unidos com
o resto do mundo favoreceu a ocorrência de grandes
surtos epidêmicos da doença
História das Doenças Negligenciadas
(SANTOS, 2012)
Dengue
• O Aedes aegypti foi descrito no Brasil desde o início do
século XX - há registro da ocorrência da dengue em
Curitiba (PR) no final do século XIX e em Niterói (RJ) no
início do século XX
• A reemergência de epidemias de dengue clássica e a
emergência da febre hemorrágica da dengue são alguns
dos maiores problemas de Saúde Pública da segunda
metade do século XX
História das Doenças Negligenciadas
(SANTOS, 2012)
Dengue
• 50 e 100 milhões de pessoas se infectem anualmente em
mais de 100 países
• Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e
20 mil morrem em consequência da dengue
• 2002 - Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) –
houve redução de 25% mas 2007 foi o segundo ano com
maior número de notificações de dengue
• Desenvolvimento dessas vacinas segue em estágios
avançados - ensaios em de fase II e III
História das Doenças Negligenciadas
(SANTOS, 2012)
Sujeição de
determinados
indivíduos e
coletividades à
condição de
negligência
A discussão atual sobre
transplantes, implantes e Projeto
Genoma - que prolongam a vida -,
não pode ofuscar a necessidade de
encontrar solução para doenças
relacionadas à pobreza - que
levam à mortalidade precoce em
grande parte do mundo -, e que se
mantêm epidêmicas para as
populações mais vulneráveis e
pobres
(ANDRADE; ROCHA 2015)
História das Doenças Negligenciadas
www.dndi.org
REFERÊNCIAS
ANDRADE, B. A Produção do Conhecimento em Doenças Negligenciadas no Brasil: Uma Análise Bioética
dos Dispositivos Normativos e da Atuação dos Pesquisadores. Brasília, 2015. 169 p. Disponível em:
http://www.repositorio.unb.br/bitstream/10482/18316/1/2015_BrunoLeonardoAlvesAnd rade.pdf
ANDRADE, B. L. A.; ROCHA, D. G. Doenças negligenciadas e bioética: diálogo de um velho problema com
uma nova área do conhecimento. Rev. bioét. 23 (1): 105-13, 2015
BASANO, S. A.; CAMARGO, L. M. A. Leishmaniose tegumentar americana: histórico, epidemiologia e
perspectivas de controle. Rev. Bras. Epidemiol. 7 (3): 328-337, 2004
CARVALHO, F. P. Potencialidades do Brasil como Innovative Developing Country para Pesquisa,
Desenvolvimento Tecnológico e Produção em Doenças Negligenciadas. Dissertação de Mestrado. UFPJ,
2011. Disponível em: http://www.ie.ufrj.br/images/posgraducao/pped/defesas/23-
Fernando_Porto_de_Carvalho.pdf
CHIRAC P., & TORREELE E., Global framework on essencial health R&D, The Lancet, v.5, p. 1560-1561, 2006
FUNDAÇAO OSWALDO CRUZ – Fiocruz. Tuberculose. 2013. Disponível em:
https://agencia.fiocruz.br/tuberculose
GARCIA L. P.; MAGALHÃES, L. G. G.; PACHECO, A. A. et al. Epidemiologia das doenças negligenciadas no
Brasil e gastos federais com medicamentos. 2011.Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=8064
MSF. Fatal Imbalance. The Crisis in Research and Development for Drugs for Neglected Diseases Geneva,
Médecins Sans Frontières, 2001.
KATZ, N.; ALMEIDA, K. Esquistossomose, xistosa, barriga d'água. Cienc. Cult. 55 (1): 38-43, 2003.
MALAFAIA, G.; RODRIGUES, A. S. L. Centenário do descobrimento da doença de Chagas: desafios e
perspectivas. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 43 (5): 483-485, 2010
OMS. Report of the first meeting of WHO Strategic and Technical Advisory Group on Neglected Tropical
Diseases. Genebra: WHO Press, 2007.
REZENDE, J. Dengue: Uma doença negligenciada. 2002. Disponível em:
http://www.jmrezende.com.br/dengue2.htm
RIDLEY, D. B.; GRABOWSKI, H. G.; JEFFREY, L. M.; Developing drugs for developing countries. Health
Affairs, 25 (2): 2006.
RUFFINO-NETTO, A. Tuberculose: a calamidade negligenciada. Revista da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical 35(1): 51-58, 2002.
SANTOS, L. A. et al. Pesquisa, desenvolvimento e inovação para o controle das doenças negligenciadas.
Rev Ciênc Farm Básica Apl., 33(1):37-47, 2012
SILVA, E.L.; NICOLETTI, M. A. Controle e Tratamento das Doenças Negligenciadas: Visão da Situação Atual.
Revista Saúde 7 (3/4): 65-81, 2013. [Online] Disponível em:
http://revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/1525/1324
SOUZA, W. Doenças negligenciadas. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 2010.
http://www.abc.org.br/IMG/pdf/doc-199.pdf
TROUILLER, P.; OLLIVARO, P.; TORREELE, E.; ORBINSKI, J.; LAING, R.; FORD, N. Drug development for
neglected diseases: a deficient market and a public-health policy failure. The Lancet, 359: 2188-2194,
2002.
VIRMOND, M. C. Em torno do Conceito de Doenças Negligenciadas. Editorial. Revista Salusvita. [Online]
2011. Disponível em: http://www.usc.br/biblioteca/salusvita/salusvita_v30_n2_2011_editorial.pdf
REFERÊNCIAS

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Hepatite
HepatiteHepatite
Hepatite
 
Surto, Epidemia, Pandemia e Endemia
Surto, Epidemia, Pandemia e EndemiaSurto, Epidemia, Pandemia e Endemia
Surto, Epidemia, Pandemia e Endemia
 
Epidemiologia das doenças transmissíveis
Epidemiologia das doenças transmissíveisEpidemiologia das doenças transmissíveis
Epidemiologia das doenças transmissíveis
 
Aula de Parasitologia Básica
Aula de Parasitologia BásicaAula de Parasitologia Básica
Aula de Parasitologia Básica
 
Indicadores de Saúde - parte 1
Indicadores de Saúde  - parte 1Indicadores de Saúde  - parte 1
Indicadores de Saúde - parte 1
 
Apresentação bactérias
Apresentação bactériasApresentação bactérias
Apresentação bactérias
 
Aula 7 posições cirúrgicas
Aula 7 posições cirúrgicasAula 7 posições cirúrgicas
Aula 7 posições cirúrgicas
 
IMUNIZAÇÃO - tudo o que voce sempre quis saber
IMUNIZAÇÃO - tudo o que voce sempre quis saberIMUNIZAÇÃO - tudo o que voce sempre quis saber
IMUNIZAÇÃO - tudo o que voce sempre quis saber
 
Parasitas
ParasitasParasitas
Parasitas
 
Cateterismo vesical
Cateterismo vesicalCateterismo vesical
Cateterismo vesical
 
Aula 01 - O Processo Saúde e Doença
Aula 01 - O Processo Saúde e DoençaAula 01 - O Processo Saúde e Doença
Aula 01 - O Processo Saúde e Doença
 
Aula Introdutória de Saúde Coletiva
Aula Introdutória de Saúde ColetivaAula Introdutória de Saúde Coletiva
Aula Introdutória de Saúde Coletiva
 
Doença de chagas
Doença de chagasDoença de chagas
Doença de chagas
 
Saude da mulher
Saude da mulherSaude da mulher
Saude da mulher
 
Dst aids para adolescentes
Dst   aids para adolescentesDst   aids para adolescentes
Dst aids para adolescentes
 
Aula 1 de epidemiologia
Aula 1 de epidemiologiaAula 1 de epidemiologia
Aula 1 de epidemiologia
 
Prova microbiologia b1
Prova microbiologia b1Prova microbiologia b1
Prova microbiologia b1
 
Aula biossegurança
Aula biossegurançaAula biossegurança
Aula biossegurança
 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE  POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
 
Aula 1 - B
Aula 1 - BAula 1 - B
Aula 1 - B
 

Destaque

ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONSENTIMENTO INFORMADO NA PRÁTICA MÉDICA
ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONSENTIMENTO  INFORMADO NA PRÁTICA MÉDICAORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONSENTIMENTO  INFORMADO NA PRÁTICA MÉDICA
ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONSENTIMENTO INFORMADO NA PRÁTICA MÉDICARilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva MuñozSemiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva MuñozRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Substâncias Vegetais Hormonalmente Ativas - Profa. Rilva Muñoz
Substâncias Vegetais Hormonalmente Ativas - Profa. Rilva MuñozSubstâncias Vegetais Hormonalmente Ativas - Profa. Rilva Muñoz
Substâncias Vegetais Hormonalmente Ativas - Profa. Rilva MuñozRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Reações Medicamentosas Adversas em Idosos - Profa. Rilva Muñoz
Reações Medicamentosas Adversas em Idosos - Profa. Rilva MuñozReações Medicamentosas Adversas em Idosos - Profa. Rilva Muñoz
Reações Medicamentosas Adversas em Idosos - Profa. Rilva MuñozRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Anormalidades das Unhas - GESME - Profa. Rilva Lopes de Sousa-Muñoz
Anormalidades das Unhas - GESME - Profa. Rilva Lopes de Sousa-MuñozAnormalidades das Unhas - GESME - Profa. Rilva Lopes de Sousa-Muñoz
Anormalidades das Unhas - GESME - Profa. Rilva Lopes de Sousa-MuñozRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Semiologia 02 roteiro prático de anamnese e exame físico
Semiologia 02   roteiro prático de anamnese e exame físicoSemiologia 02   roteiro prático de anamnese e exame físico
Semiologia 02 roteiro prático de anamnese e exame físicoJucie Vasconcelos
 
O Papel do Médico Generalista na Detecção do Câncer
O Papel do Médico Generalista na Detecção do CâncerO Papel do Médico Generalista na Detecção do Câncer
O Papel do Médico Generalista na Detecção do CâncerRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Semiologia 03 semiologia do aparelho respiratório aplicada
Semiologia 03   semiologia do aparelho respiratório aplicadaSemiologia 03   semiologia do aparelho respiratório aplicada
Semiologia 03 semiologia do aparelho respiratório aplicadaJucie Vasconcelos
 
Semiologia questões e respostas
Semiologia   questões e respostasSemiologia   questões e respostas
Semiologia questões e respostasPoli Novais
 
Busca de Informação Científica - Profa. Rilva Muñoz
Busca de Informação Científica - Profa. Rilva MuñozBusca de Informação Científica - Profa. Rilva Muñoz
Busca de Informação Científica - Profa. Rilva MuñozRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Estratégias Ativas de Aprendizagem em Semiologia Médica - Profa. Rilva Muñoz
Estratégias Ativas de Aprendizagem em Semiologia Médica - Profa. Rilva MuñozEstratégias Ativas de Aprendizagem em Semiologia Médica - Profa. Rilva Muñoz
Estratégias Ativas de Aprendizagem em Semiologia Médica - Profa. Rilva MuñozRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Uma Breve Revisão sobre Bioestatística no GESME
Uma Breve Revisão sobre Bioestatística no GESMEUma Breve Revisão sobre Bioestatística no GESME
Uma Breve Revisão sobre Bioestatística no GESMERilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Velhice e Envelhecimento - Profa. Rilva Muñoz / GESME
Velhice e Envelhecimento - Profa. Rilva Muñoz / GESMEVelhice e Envelhecimento - Profa. Rilva Muñoz / GESME
Velhice e Envelhecimento - Profa. Rilva Muñoz / GESMERilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Semiologia anamnese e ectoscopia
Semiologia   anamnese e ectoscopiaSemiologia   anamnese e ectoscopia
Semiologia anamnese e ectoscopialeandrosdpsi
 
Exame fisico cabeça e pescoço
Exame fisico cabeça e pescoçoExame fisico cabeça e pescoço
Exame fisico cabeça e pescoçoMoisés Barbosa
 
Pesquisa Qualitativa: Uma Introdução. Profa. Rilva
Pesquisa Qualitativa: Uma Introdução. Profa. RilvaPesquisa Qualitativa: Uma Introdução. Profa. Rilva
Pesquisa Qualitativa: Uma Introdução. Profa. RilvaRilva Lopes de Sousa Muñoz
 

Destaque (20)

ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONSENTIMENTO INFORMADO NA PRÁTICA MÉDICA
ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONSENTIMENTO  INFORMADO NA PRÁTICA MÉDICAORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONSENTIMENTO  INFORMADO NA PRÁTICA MÉDICA
ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONSENTIMENTO INFORMADO NA PRÁTICA MÉDICA
 
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva MuñozSemiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
 
Substâncias Vegetais Hormonalmente Ativas - Profa. Rilva Muñoz
Substâncias Vegetais Hormonalmente Ativas - Profa. Rilva MuñozSubstâncias Vegetais Hormonalmente Ativas - Profa. Rilva Muñoz
Substâncias Vegetais Hormonalmente Ativas - Profa. Rilva Muñoz
 
Semiologia Baseada em Evidências
Semiologia Baseada em EvidênciasSemiologia Baseada em Evidências
Semiologia Baseada em Evidências
 
Reações Medicamentosas Adversas em Idosos - Profa. Rilva Muñoz
Reações Medicamentosas Adversas em Idosos - Profa. Rilva MuñozReações Medicamentosas Adversas em Idosos - Profa. Rilva Muñoz
Reações Medicamentosas Adversas em Idosos - Profa. Rilva Muñoz
 
Anormalidades das Unhas - GESME - Profa. Rilva Lopes de Sousa-Muñoz
Anormalidades das Unhas - GESME - Profa. Rilva Lopes de Sousa-MuñozAnormalidades das Unhas - GESME - Profa. Rilva Lopes de Sousa-Muñoz
Anormalidades das Unhas - GESME - Profa. Rilva Lopes de Sousa-Muñoz
 
Semiologia 02 roteiro prático de anamnese e exame físico
Semiologia 02   roteiro prático de anamnese e exame físicoSemiologia 02   roteiro prático de anamnese e exame físico
Semiologia 02 roteiro prático de anamnese e exame físico
 
O Papel do Médico Generalista na Detecção do Câncer
O Papel do Médico Generalista na Detecção do CâncerO Papel do Médico Generalista na Detecção do Câncer
O Papel do Médico Generalista na Detecção do Câncer
 
Fácies - Profa. Rilva Muñoz
Fácies - Profa. Rilva MuñozFácies - Profa. Rilva Muñoz
Fácies - Profa. Rilva Muñoz
 
Semiologia 03 semiologia do aparelho respiratório aplicada
Semiologia 03   semiologia do aparelho respiratório aplicadaSemiologia 03   semiologia do aparelho respiratório aplicada
Semiologia 03 semiologia do aparelho respiratório aplicada
 
Semiologia: Avaliação do Semestre
Semiologia: Avaliação do SemestreSemiologia: Avaliação do Semestre
Semiologia: Avaliação do Semestre
 
Semiologia questões e respostas
Semiologia   questões e respostasSemiologia   questões e respostas
Semiologia questões e respostas
 
Busca de Informação Científica - Profa. Rilva Muñoz
Busca de Informação Científica - Profa. Rilva MuñozBusca de Informação Científica - Profa. Rilva Muñoz
Busca de Informação Científica - Profa. Rilva Muñoz
 
Estratégias Ativas de Aprendizagem em Semiologia Médica - Profa. Rilva Muñoz
Estratégias Ativas de Aprendizagem em Semiologia Médica - Profa. Rilva MuñozEstratégias Ativas de Aprendizagem em Semiologia Médica - Profa. Rilva Muñoz
Estratégias Ativas de Aprendizagem em Semiologia Médica - Profa. Rilva Muñoz
 
Uma Breve Revisão sobre Bioestatística no GESME
Uma Breve Revisão sobre Bioestatística no GESMEUma Breve Revisão sobre Bioestatística no GESME
Uma Breve Revisão sobre Bioestatística no GESME
 
Velhice e Envelhecimento - Profa. Rilva Muñoz / GESME
Velhice e Envelhecimento - Profa. Rilva Muñoz / GESMEVelhice e Envelhecimento - Profa. Rilva Muñoz / GESME
Velhice e Envelhecimento - Profa. Rilva Muñoz / GESME
 
Anamnese eraldo2014.pptj
Anamnese eraldo2014.pptjAnamnese eraldo2014.pptj
Anamnese eraldo2014.pptj
 
Semiologia anamnese e ectoscopia
Semiologia   anamnese e ectoscopiaSemiologia   anamnese e ectoscopia
Semiologia anamnese e ectoscopia
 
Exame fisico cabeça e pescoço
Exame fisico cabeça e pescoçoExame fisico cabeça e pescoço
Exame fisico cabeça e pescoço
 
Pesquisa Qualitativa: Uma Introdução. Profa. Rilva
Pesquisa Qualitativa: Uma Introdução. Profa. RilvaPesquisa Qualitativa: Uma Introdução. Profa. Rilva
Pesquisa Qualitativa: Uma Introdução. Profa. Rilva
 

Semelhante a História das Doenças Negligenciadas

Expedições Fiocruz 2012 1/5
Expedições Fiocruz 2012 1/5Expedições Fiocruz 2012 1/5
Expedições Fiocruz 2012 1/5nextfiocruz
 
Histéria da enfemagem
Histéria da enfemagemHistéria da enfemagem
Histéria da enfemagemAdhonias Moura
 
PJSSaudeAmanha_Texto0035_V03.pdf
PJSSaudeAmanha_Texto0035_V03.pdfPJSSaudeAmanha_Texto0035_V03.pdf
PJSSaudeAmanha_Texto0035_V03.pdfLorran mendonça
 
Ana Morais_10ºD
Ana Morais_10ºDAna Morais_10ºD
Ana Morais_10ºDguestb20a74
 
2 conceitos básicos de epidemiologia e indicadores de saúde
2 conceitos básicos de epidemiologia e indicadores de saúde2 conceitos básicos de epidemiologia e indicadores de saúde
2 conceitos básicos de epidemiologia e indicadores de saúdeSocorro Carneiro
 
Aula 2 -_histria_da_sade_pblica_no_brasil
Aula 2 -_histria_da_sade_pblica_no_brasilAula 2 -_histria_da_sade_pblica_no_brasil
Aula 2 -_histria_da_sade_pblica_no_brasilGuilherme Araújo
 
SLIDE TURMA 8º ANO ECAGL IBIMIRIM - GEOGRAFIA
SLIDE TURMA 8º ANO ECAGL IBIMIRIM - GEOGRAFIASLIDE TURMA 8º ANO ECAGL IBIMIRIM - GEOGRAFIA
SLIDE TURMA 8º ANO ECAGL IBIMIRIM - GEOGRAFIAClísthennes Américo
 
Globalização, meio ambiente e saúde
Globalização, meio ambiente e saúdeGlobalização, meio ambiente e saúde
Globalização, meio ambiente e saúdeChristopher Côrtes
 
Ambiente e Saude Global.pptx
Ambiente e Saude Global.pptxAmbiente e Saude Global.pptx
Ambiente e Saude Global.pptxCssimoSaide1
 
Ambiente e Saude Global.pptx
Ambiente e Saude Global.pptxAmbiente e Saude Global.pptx
Ambiente e Saude Global.pptxCssimoSaide1
 
Problematizando A Vulnerabilidade Social
Problematizando A Vulnerabilidade SocialProblematizando A Vulnerabilidade Social
Problematizando A Vulnerabilidade Socialpastoralaidssul3
 
EPIDEMIOLOGIA GERAL Introducao.pptx
EPIDEMIOLOGIA GERAL Introducao.pptxEPIDEMIOLOGIA GERAL Introducao.pptx
EPIDEMIOLOGIA GERAL Introducao.pptxRaquelDaCosta7
 
AULA- o que é saude coletiva.pdf
AULA- o que é saude coletiva.pdfAULA- o que é saude coletiva.pdf
AULA- o que é saude coletiva.pdfJOSILENEOLIVEIRA24
 
Doenças infecto contagiosas
Doenças infecto contagiosasDoenças infecto contagiosas
Doenças infecto contagiosasflavialoli
 
Evolução Histórica daSaúde, Constituição
Evolução Histórica daSaúde, ConstituiçãoEvolução Histórica daSaúde, Constituição
Evolução Histórica daSaúde, ConstituiçãoKaiannyFelix
 
1193414125 trabalho de_saude
1193414125 trabalho de_saude1193414125 trabalho de_saude
1193414125 trabalho de_saudePelo Siro
 
CELIA ALMEIDA: Desarrollos Conceptuales en Salud Global y Diplomacia en Salud
CELIA ALMEIDA: Desarrollos Conceptuales en Salud Global y Diplomacia en SaludCELIA ALMEIDA: Desarrollos Conceptuales en Salud Global y Diplomacia en Salud
CELIA ALMEIDA: Desarrollos Conceptuales en Salud Global y Diplomacia en SaludIsags Unasur
 

Semelhante a História das Doenças Negligenciadas (20)

Expedições Fiocruz 2012 1/5
Expedições Fiocruz 2012 1/5Expedições Fiocruz 2012 1/5
Expedições Fiocruz 2012 1/5
 
Histéria da enfemagem
Histéria da enfemagemHistéria da enfemagem
Histéria da enfemagem
 
Texto história epidemiologia
Texto história epidemiologiaTexto história epidemiologia
Texto história epidemiologia
 
PJSSaudeAmanha_Texto0035_V03.pdf
PJSSaudeAmanha_Texto0035_V03.pdfPJSSaudeAmanha_Texto0035_V03.pdf
PJSSaudeAmanha_Texto0035_V03.pdf
 
Ana Morais_10ºD
Ana Morais_10ºDAna Morais_10ºD
Ana Morais_10ºD
 
2 conceitos básicos de epidemiologia e indicadores de saúde
2 conceitos básicos de epidemiologia e indicadores de saúde2 conceitos básicos de epidemiologia e indicadores de saúde
2 conceitos básicos de epidemiologia e indicadores de saúde
 
Aula 2 -_histria_da_sade_pblica_no_brasil
Aula 2 -_histria_da_sade_pblica_no_brasilAula 2 -_histria_da_sade_pblica_no_brasil
Aula 2 -_histria_da_sade_pblica_no_brasil
 
SLIDE TURMA 8º ANO ECAGL IBIMIRIM - GEOGRAFIA
SLIDE TURMA 8º ANO ECAGL IBIMIRIM - GEOGRAFIASLIDE TURMA 8º ANO ECAGL IBIMIRIM - GEOGRAFIA
SLIDE TURMA 8º ANO ECAGL IBIMIRIM - GEOGRAFIA
 
Globalização, meio ambiente e saúde
Globalização, meio ambiente e saúdeGlobalização, meio ambiente e saúde
Globalização, meio ambiente e saúde
 
Ambiente e Saude Global.pptx
Ambiente e Saude Global.pptxAmbiente e Saude Global.pptx
Ambiente e Saude Global.pptx
 
Ambiente e Saude Global.pptx
Ambiente e Saude Global.pptxAmbiente e Saude Global.pptx
Ambiente e Saude Global.pptx
 
Endemias e epidemias no brasil
Endemias e epidemias no brasilEndemias e epidemias no brasil
Endemias e epidemias no brasil
 
Problematizando A Vulnerabilidade Social
Problematizando A Vulnerabilidade SocialProblematizando A Vulnerabilidade Social
Problematizando A Vulnerabilidade Social
 
EPIDEMIOLOGIA GERAL Introducao.pptx
EPIDEMIOLOGIA GERAL Introducao.pptxEPIDEMIOLOGIA GERAL Introducao.pptx
EPIDEMIOLOGIA GERAL Introducao.pptx
 
AULA- o que é saude coletiva.pdf
AULA- o que é saude coletiva.pdfAULA- o que é saude coletiva.pdf
AULA- o que é saude coletiva.pdf
 
Doenças infecto contagiosas
Doenças infecto contagiosasDoenças infecto contagiosas
Doenças infecto contagiosas
 
Evolução Histórica daSaúde, Constituição
Evolução Histórica daSaúde, ConstituiçãoEvolução Histórica daSaúde, Constituição
Evolução Histórica daSaúde, Constituição
 
1193414125 trabalho de_saude
1193414125 trabalho de_saude1193414125 trabalho de_saude
1193414125 trabalho de_saude
 
CELIA ALMEIDA: Desarrollos Conceptuales en Salud Global y Diplomacia en Salud
CELIA ALMEIDA: Desarrollos Conceptuales en Salud Global y Diplomacia en SaludCELIA ALMEIDA: Desarrollos Conceptuales en Salud Global y Diplomacia en Salud
CELIA ALMEIDA: Desarrollos Conceptuales en Salud Global y Diplomacia en Salud
 
AIDS PANDEMIA
AIDS PANDEMIA AIDS PANDEMIA
AIDS PANDEMIA
 

Mais de Rilva Lopes de Sousa Muñoz

Introdução à Estatística Inferencial - Parte 1
Introdução à Estatística Inferencial - Parte 1Introdução à Estatística Inferencial - Parte 1
Introdução à Estatística Inferencial - Parte 1Rilva Lopes de Sousa Muñoz
 
A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE ATRAVÉS DOS TEMPOS
A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE ATRAVÉS DOS TEMPOSA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE ATRAVÉS DOS TEMPOS
A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE ATRAVÉS DOS TEMPOSRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Elaboração e Publicação de um Artigo Científico Original - GESME
Elaboração e Publicação de um Artigo Científico Original - GESMEElaboração e Publicação de um Artigo Científico Original - GESME
Elaboração e Publicação de um Artigo Científico Original - GESMERilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Validade e Reprodutibilidade de Exames - Profa. Rilva Muñoz - GESME
Validade e Reprodutibilidade de Exames - Profa. Rilva Muñoz - GESMEValidade e Reprodutibilidade de Exames - Profa. Rilva Muñoz - GESME
Validade e Reprodutibilidade de Exames - Profa. Rilva Muñoz - GESMERilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Medicina Baseada em Evidências - GESME - Profa. Rilva
Medicina Baseada em Evidências - GESME - Profa. RilvaMedicina Baseada em Evidências - GESME - Profa. Rilva
Medicina Baseada em Evidências - GESME - Profa. RilvaRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. Rilva
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. RilvaNoções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. Rilva
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. RilvaRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem QuantitativaModelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem QuantitativaRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Problema de Pesquisa e Hipóteses Científicas - Profa.Rilva - GESME
Problema de Pesquisa e Hipóteses Científicas - Profa.Rilva - GESMEProblema de Pesquisa e Hipóteses Científicas - Profa.Rilva - GESME
Problema de Pesquisa e Hipóteses Científicas - Profa.Rilva - GESMERilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Pesquisa Científica como Prática Pedagógica na Graduação em Medicina - Profa....
Pesquisa Científica como Prática Pedagógica na Graduação em Medicina - Profa....Pesquisa Científica como Prática Pedagógica na Graduação em Medicina - Profa....
Pesquisa Científica como Prática Pedagógica na Graduação em Medicina - Profa....Rilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Síndromes Demenciais - Profa. Rilva Muñoz - GESME
Síndromes Demenciais - Profa. Rilva Muñoz - GESMESíndromes Demenciais - Profa. Rilva Muñoz - GESME
Síndromes Demenciais - Profa. Rilva Muñoz - GESMERilva Lopes de Sousa Muñoz
 

Mais de Rilva Lopes de Sousa Muñoz (20)

Introdução à Estatística Inferencial - Parte 1
Introdução à Estatística Inferencial - Parte 1Introdução à Estatística Inferencial - Parte 1
Introdução à Estatística Inferencial - Parte 1
 
A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE ATRAVÉS DOS TEMPOS
A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE ATRAVÉS DOS TEMPOSA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE ATRAVÉS DOS TEMPOS
A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE ATRAVÉS DOS TEMPOS
 
História da Saúde Pública no Brasil
História da Saúde Pública no BrasilHistória da Saúde Pública no Brasil
História da Saúde Pública no Brasil
 
História da Saúde Pública - Parte 1
História da Saúde Pública - Parte 1História da Saúde Pública - Parte 1
História da Saúde Pública - Parte 1
 
História da Teoria Microbiana das Doenças
História da Teoria Microbiana das DoençasHistória da Teoria Microbiana das Doenças
História da Teoria Microbiana das Doenças
 
História da Medicina no Brasil
História da Medicina no BrasilHistória da Medicina no Brasil
História da Medicina no Brasil
 
História da Cirurgia
História da CirurgiaHistória da Cirurgia
História da Cirurgia
 
História do Ensino Médico
História do Ensino MédicoHistória do Ensino Médico
História do Ensino Médico
 
Teorias de Aprendizagem em Medicina
Teorias de Aprendizagem em MedicinaTeorias de Aprendizagem em Medicina
Teorias de Aprendizagem em Medicina
 
Aula "Atestados Médicos"
Aula "Atestados Médicos" Aula "Atestados Médicos"
Aula "Atestados Médicos"
 
Elaboração e Publicação de um Artigo Científico Original - GESME
Elaboração e Publicação de um Artigo Científico Original - GESMEElaboração e Publicação de um Artigo Científico Original - GESME
Elaboração e Publicação de um Artigo Científico Original - GESME
 
Validade e Reprodutibilidade de Exames - Profa. Rilva Muñoz - GESME
Validade e Reprodutibilidade de Exames - Profa. Rilva Muñoz - GESMEValidade e Reprodutibilidade de Exames - Profa. Rilva Muñoz - GESME
Validade e Reprodutibilidade de Exames - Profa. Rilva Muñoz - GESME
 
Medicina Baseada em Evidências - GESME - Profa. Rilva
Medicina Baseada em Evidências - GESME - Profa. RilvaMedicina Baseada em Evidências - GESME - Profa. Rilva
Medicina Baseada em Evidências - GESME - Profa. Rilva
 
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. Rilva
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. RilvaNoções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. Rilva
Noções de Exame Neurológico - Parte II - Profa. Rilva
 
Teoria da Amostragem - Profa. Rilva - GESME
Teoria da Amostragem - Profa. Rilva - GESMETeoria da Amostragem - Profa. Rilva - GESME
Teoria da Amostragem - Profa. Rilva - GESME
 
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem QuantitativaModelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
 
Problema de Pesquisa e Hipóteses Científicas - Profa.Rilva - GESME
Problema de Pesquisa e Hipóteses Científicas - Profa.Rilva - GESMEProblema de Pesquisa e Hipóteses Científicas - Profa.Rilva - GESME
Problema de Pesquisa e Hipóteses Científicas - Profa.Rilva - GESME
 
Dor Crônica: Anamnese - Profa. Rilva - GESME
Dor Crônica: Anamnese - Profa. Rilva - GESMEDor Crônica: Anamnese - Profa. Rilva - GESME
Dor Crônica: Anamnese - Profa. Rilva - GESME
 
Pesquisa Científica como Prática Pedagógica na Graduação em Medicina - Profa....
Pesquisa Científica como Prática Pedagógica na Graduação em Medicina - Profa....Pesquisa Científica como Prática Pedagógica na Graduação em Medicina - Profa....
Pesquisa Científica como Prática Pedagógica na Graduação em Medicina - Profa....
 
Síndromes Demenciais - Profa. Rilva Muñoz - GESME
Síndromes Demenciais - Profa. Rilva Muñoz - GESMESíndromes Demenciais - Profa. Rilva Muñoz - GESME
Síndromes Demenciais - Profa. Rilva Muñoz - GESME
 

Último

About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 

Último (20)

About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 

História das Doenças Negligenciadas

  • 1. Módulo História da Medicina e da Bioética DMI/CCM/UFPB Profa. Rilva Muñoz HISTÓRIA DAS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS
  • 2. História das Doenças Negligenciadas As doenças afetam de maneira desigual as populações de países desenvolvidos e em desenvolvimento Há diferença tanto na distribuição da carga de doença pelo mundo, quanto nos investimentos em desenvolvimento de novos produtos na área da saúde
  • 3. Incidência de doenças - esmagadora nos países pobres Investimento em pesquisa - centrado nos problemas de saúde de países ricos História das Doenças Negligenciadas INCOMPATIBILIDADE
  • 4. Processo de colonização - região do Caribe Conjunto de doenças consideradas “exóticas” por pesquisadores da época “Doenças tropicais” - denominação utilizada desde o século XIX História das Doenças Negligenciadas (CARVALHO, 2011)
  • 5. História das Doenças Negligenciadas O direito à saúde é um dos princípios básicos em uma sociedade organizada Iniquidade no enfrentamento das doenças negligenciadas: dimensão ética e social São os próprios governos que usam o termo “Doenças Negligenciadas” (VIRMOND, 2011)
  • 6. Doenças globais (ocorrem em todo mundo) Negligenciadas (mais prevalentes nos países periféricos) Extremamente negligenciadas (exclusivas dos países periféricos) Grande número de pessoas sem acesso à água potável, escolaridade, saneamento básico, moradia e a tratamentos de saúde, que sobrevivem em áreas urbanas, áreas rurais remotas e em regiões de conflitos com menos de US$ 2 por dia A Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Médicos Sem Fronteiras (MSF) propuseram a seguinte classificação para as doenças em função das desigualdades em escala mundial: (ANDRADE, 2015)
  • 7. • Em 1975, o Special Programme for Research & Training in Tropical Diseases (TDR) - (OMS) já apontava para indisponibilidade de tratamentos eficazes ou adequados para as doenças vinculadas à pobreza que acometiam, em sua grande maioria, populações presentes nos trópicos História das Doenças Negligenciadas (CARVALHO, 2011)
  • 8. • A seguir, a Fundação Rockefeller lançou o Programa Grandes Doenças Negligenciadas da Humanidade (Great Neglected Diseases of Mankind – 1977/2000), que passou a ser considerado o marco inicial da discussão sobre as doenças negligenciadas no mundo História das Doenças Negligenciadas (CARVALHO, 2011)
  • 9. • Desde sua fundação (1948) - a OMS já considerava o desenvolvimento desigual em diferentes países no que diz respeito à promoção de saúde e combate às doenças, especialmente contagiosas (OMS, 2009) História das Doenças Negligenciadas
  • 10. • Declaração da Alma-Ata - Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde “a chocante desigualdade existente no estado de saúde dos povos, particularmente entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, assim como dentro dos países, é política, social e economicamente inaceitável e constitui, por isso, objeto da preocupação comum de todos os países” (ALMA ATA, 1978)
  • 11. Iniciativas para discutir, buscar soluções e implementar estratégias para superar o problema da iniquidade entre os países em matéria de saúde no século XX Anos 90 - Relatório Health Research: Essential Link to Equity in Development - 1990 - Commission on Health Research for Development (CHRD) - iniciativa internacional independente com foco principal na melhoria das condições de vida das populações que vivem nos países em desenvolvimento História das Doenças Negligenciadas
  • 12. • O desequilíbrio no financiamento de pesquisa identificado pelo relatório da Comissão CHRD - conhecido como “o gap 10/90” • Gap 10/90: apenas 10% do investimento em pesquisa e desenvolvimento em saúde está voltado para os problemas que afetam 90% da população mundial História das Doenças Negligenciadas
  • 13. Iniciativas para discutir, buscar soluções e implementar estratégias para superar o problema da iniquidade entre os países em matéria de saúde no século XX 2001- Relatório Fatal Imbalance: crisis in the research and development for drugs for neglected diseases História das Doenças Negligenciadas
  • 14. Iniciativas para discutir, buscar soluções e implementar estratégias para superar o problema da iniquidade entre os países em matéria de saúde no século XX Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, sigla em inglês) é uma organização sem fins lucrativos de P & D de medicamentos para doenças negligenciadas História das Doenças Negligenciadas
  • 15. O emprego do termo “doenças negligenciadas” é relativamente recente e polêmico O vocábulo “negligenciadas” provém de “negligenciar” “nec” (latim) + “lego” (grego) nec = neg = prefixo negativo lego = escolher neg-lego = não escolho negligenciada = não escolhida hoje, o termo carrega a interpretação de “menosprezo”, “descaso” História das Doenças Negligenciadas
  • 16. • Doenças negligenciadas: “conjunto heterogêneo de doenças que afetam, quase que exclusivamente, as populações mais pobres e impotentes que vivem nas áreas rurais e favelas urbanas dos países de baixa renda” (OMS, 2007, p. 1). • Uma vez que a esmagadora maioria dessas enfermidades está concentrada na região dos trópicos, também são conhecidas por doenças tropicais negligenciadas, sendo corriqueira a abreviação NTDs (do inglês Neglected Tropical Diseases) na literatura internacional • O adjetivo tropical é meramente circunstancial, uma vez que a maior concentração de pobreza está localizada na região dos trópicos do planeta (CARVALHO, 2011) História das Doenças Negligenciadas
  • 17. História das Doenças Negligenciadas
  • 18. História das Doenças Negligenciadas
  • 19. QUAIS SÃO AS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS?
  • 20. QUAIS SÃO AS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS? Para os europeus… Doença do Sono é uma doença negligenciada - tripanossomíase africana - transmitida aos humanos pela picada da mosca tsé- tsé. Moscas tsé-tsé são encontradas apenas em áreas rurais da África
  • 21. QUAIS SÃO AS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS?
  • 22. QUAIS SÃO AS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS?
  • 23. • Entre 1975 e 2004, apenas 21 novas drogas foram colocadas no mercado para tratar as chamadas doenças negligenciadas (excluindo o HIV/AIDS) • 3 destes foram para o tratamento da tuberculose e 18 para as demais doenças tropicais, incluindo 8 drogas contra a malária • No mesmo período, 1.535 drogas foram colocadas no mercado para combater outras doenças, o que representa 98,7% do total de medicamentos lançados (CARVALHO, 2011) História das Doenças Negligenciadas
  • 24. Não é por falta de conhecimento científico que as drogas não são desenvolvidas para as doenças negligenciadas Atualmente os cientistas sabem mais sobre a biologia, imunologia e genética da leishmania e do tripanossoma do que de qualquer outro parasita Principal barreira: falta de incentivos financeiros - muitos compostos promissores não chegam às fases mais caras de desenvolvimento de produtos farmacêuticos - testes clínicos Apenas 1% do orçamento anual de algumas indústrias farmacêuticas é destinado a financiar estudos sobre doenças negligenciadas História das Doenças Negligenciadas (TROUILLER et al., 2012; CARVALHO, 2011; RIDLEY et al., 2006 ) Falta de investimento da indústria farmacêutica
  • 25. QUESTÃO BIOÉTICA: a assistência à saúde não pode ser uma mercadoria a ser comprada e vendida de qualquer maneira no mercado O direito à cidadania e o acesso universalizado à saúde é pauta obrigatória na nova agenda bioética do século XXI Cabe ao poder público prover o mínimo necessário para que as pessoas vivam condignamente (ANDRADE; ROCHA, 2015) História das Doenças Negligenciadas
  • 26. Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no Brasil para as doenças negligenciadas Produção de vacinas, medicamentos, reativos para diagnóstico e biofármacos Integra atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico Uma das principais instituições públicas de pesquisa em saúde do mundo Fundação Oswaldo Cruz - Ministério da Saúde (CARVALHO, 2011) História das Doenças Negligenciadas
  • 27. Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças Negligenciadas - com foco em sete doenças: dengue, doenças de Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária, esquistossomose e tuberculose Criação de uma fundação sem fins lucrativos chamada “Iniciativa de Drogas para Doenças Negligenciadas” (DNDi): pesquisa e desenvolve novos tratamentos para as doenças negligenciadas - parceiros: Instituto Pasteur (França), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) (Brasil), Ministério da Saúde da Malásia e institutos de pesquisa clínica da Índia e do Quênia Brasil em posição de destaque em pesquisa sobre doenças negligenciadas - ocupa o sexto lugar no ranking dos países que mais investem nesse segmento e o primeiro na América Latina História das Doenças Negligenciadas
  • 29. Esquistossomose • Chegou ao Brasil com os escravos africanos trazidos para a Colônia Portuguesa, mas há referências da doença muito antes dessa época • 1847: Aspectos clínicos da doença foram descritos pela primeira vez pelo japonês Fuji • 1852: No Egito, o parasito tornou-se conhecido, com a descrição de Theodor Bilharz, daí a denominação bilharziose usada em alguns países • 1892: O médico inglês Patrick Manson levantou a hipótese da existência de duas espécies de Schistosoma parasitas do homem História das Doenças Negligenciadas (KATZ; ALMEIDA, 2003)
  • 30. Esquistossomose • Alto índice de prevalência mundial: 200 milhões de pessoas atingidas distribuídas em 74 países, em torno de 80% dos casos concentrados na África • Brasil: 8 a 18 milhões de indivíduos infectados, distribuídos em uma faixa endêmica que se estende do estado do Rio Grande do Norte até Minas Gerais • 1975: controle nacional da doença pela antiga Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), com a criação do Programa Especial de Controle da Esquistossomose (PECE) História das Doenças Negligenciadas
  • 31. Esquistossomose • 1980: PECE deixou de ser um programa especial da SUCAM e passou a ser denominado Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), implementado pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) • 1986: OMS indicou a FIOCRUZ como centro colaborador para pesquisa básica e aplicada em esquistossomose, inclusive apoiando financeiramente algumas atividade • 2007: Oficialização do “Programa Integrado de Esquistossomose da Fundação Oswaldo Cruz” (PIDE/FIOCRUZ) História das Doenças Negligenciadas
  • 32. Esquistossomose • Christopherson (1918) relatou o tratamento bem- sucedido da doença com tartarato de antimônio • Compostos antimoniais de vários tipos foram os medicamentos disponíveis mais usados até a II Guerra Mundial (GM) • Após a II GM, a Lucantona foi introduzida na prática clínica, e depois niridazol, hicantona e oxamniquina • Atualmente, a oxaminiquina e o praziquantel são os fármacos utilizados para o tratamento História das Doenças Negligenciadas
  • 33. Esquistossomose • O número de pessoas infectadas continuou o mesmo durante as últimas duas décadas de tratamento químico contra a esquistossomose • Necessidade de desenvolvimento de uma vacina • Há 35 anos, a FIOCRUZ estuda uma vacina com foco no combate à esquistossomose • Os pesquisadores isolaram, em 1990, uma molécula que é vital para os helmintos (SM14) com fase I dos testes clínicos iniciada em 2010 - promissora História das Doenças Negligenciadas
  • 34. Tuberculose (TB) • Uma das doenças mais antigas do mundo: Evidências de TB foram encontradas em ossos humanos pré-históricos na Alemanha e há registros datados de 8.000 a.C. • 400 a.C. - Hipócrates desmistificou a visão sobrenatural que existia e mostrou que a tuberculose era algo natural e passou a denominá-la de Tísica • A TB passou a ser melhor compreendida nos séculos XVII e XVIII com o surgimento do estudo da Anatomia - recebeu seu nome atual • 1882: Descoberta pelo bacteriologista alemão Robert Koch História das Doenças Negligenciadas (FIOCRUZ, 2013)
  • 35. Tuberculose (TB) • Século XVIII: A TB era vista como uma “doença romântica”, que acometia principalmente poetas e intelectuais • Fins do século XIX: a representação passou a ser negativa – ”mal social”, visão que permaneceu durante o século XX • Desde o século XIX a doença era tratada com a terapêutica higienodietética - alimentação, repouso e clima das montanhas • Os pacientes eram isolados em sanatórios História das Doenças Negligenciadas (FIOCRUZ, 2013)
  • 36. Tuberculose (TB) - Brasil • Doença trazida pelos portugueses colonizadores • 1920 - Reforma Carlos Chagas, que deu origem ao Departamento Nacional de Saúde Pública • O Estado passou a estar mais presente na luta contra a doença, criando a Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose • Década de 1930: avanços no combate à doença com a invenção da vacina BCG, a baciloscopia, a abreugrafia, o pneumotórax terapêutico e outras cirurgias torácicas • Em função do conhecimento mais amplo da doença, o fator clima na sua cura passou a ser questionado História das Doenças Negligenciadas (FIOCRUZ, 2013)
  • 37. Tuberculose (TB) • Década de 1940: Descoberta da quimioterapia antibiótica específica • 1950-1960: Comprovação da eficácia da quimioterapia, o tratamento passou a ser ambulatorial sem a necessidade de internação, culminando na desativação dos sanatórios • O advento do tratamento com antibióticos, unido a medidas de profilaxia e simplificação do diagnóstico, ocasionou uma redução significativa no índice de mortalidade pela doença História das Doenças Negligenciadas (FIOCRUZ, 2013)
  • 38. Tuberculose (TB) • 1944: marco para pesquisa de fármacos – descoberta da estreptomicina, primeiro antibiótico eficaz • Novos fármacos foram utilizados com sucesso: isoniazida (1952); rifampicina (1965); etambutol (1968); e pirazinamida (1970) • Fluoroquinolonas para casos de multirresistência • 1999: Ministério da Saúde criou o Plano Emergencial para o Controle da Tuberculose, com a criação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) - implantação da Estratégia do Tratamento Diretamente Observado (DOTS) para o controle da Tuberculose no Brasil História das Doenças Negligenciadas
  • 39. Tuberculose (TB) • A partir dos anos 1990: crença de que a doença estava controlada e crescimento de casos • 1993: Recrudescimento da doença no mundo - OMS decreta TB como uma emergência global • Aparecimento de casos associados à infecção pelo HIV: anualmente surgem 5 milhões de novos casos de coinfecção no mundo • Outro grande desafio: aumento da forma resistente da doença • 2007: 9,27 milhões de novos casos; 1,4 milhão destes também viviam com o HIV • 2009: Relatório Global de Controle da Tuberculose - uma das que mais mata no mundo - quarto lugar em mortalidade por doenças infecciosas História das Doenças Negligenciadas
  • 40. Doença de Chagas • 1909: Grande feito científico de Carlos Chagas – tripla descoberta, onde o cientista mineiro descobriu não apenas o vetor (inseto conhecido popularmente como barbeiro - gênero Triatoma) e o agente etiológico da doença (o protozoário Trypanosoma cruzi), como ainda descreveu a sua patologia • Célebre frase de Oswaldo Cruz: “O descobrimento desta moléstia constitui o mais belo exemplo do poder da lógica a serviço da ciência. Nunca até agora, nos domínios das pesquisas biológicas, se tinha feito um descobrimento tão complexo e brilhante e, o que mais, por um só pesquisador” História das Doenças Negligenciadas (MALAFAIA; RODRIGUES, 2010)
  • 41. Doença de Chagas • Cerca de 14 milhões de pessoas infectadas na América Latina e 60 milhões em risco de infecção • Brasil: 1,8 a 2,4 milhões de indivíduos na fase crônica da doença • 1940: começam ações de controle da transmissão vetorial no Brasil • 1950: Programa de Controle da Doença de Chagas foi instituído mas somente estruturado como programa de alcance nacional em 1975 pela SUCAM, atual FUNASA História das Doenças Negligenciadas
  • 42. Doença de Chagas • Os únicos fármacos atualmente disponíveis são as mesmas registradas há 21 anos: o nifurtimox e o benzonidazol, que foram desenvolvidos empiricamente em 1960 e 1970, respectivamente • Nifurtimox: uso interrompido por efeitos secundários • Benznidazol: baixa eficácia na fase crônica da doença, significativas variações regionais na eficácia pelo surgimento de resistência e alta taxa de abandono do tratamento devido aos efeitos colaterais • Posaconazol e ravuconazole: em fase de estudos clínicos História das Doenças Negligenciadas
  • 43. Malária • Afeta entre 300 e 500 milhões de pessoas a cada ano, com mais de um milhão de óbitos principalmente de crianças menores de cinco anos de idade • Ocorre em todos os continentes na faixa intertropical - mais de 100 países • Mais prevalente na África: cerca de 90% dos casos • Brasil: aproximadamente 400.000 casos de malária por ano - Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima e Tocantins - 99,5% do total História das Doenças Negligenciadas
  • 44. Malária • Diversos fármacos são utilizados para o tratamento da malária: mefloquina, artemisina e quinina • Cloroquina: ineficaz em muitas partes da África (substituído por sulfadoxina + pirimetamina) • Programa Nacional de Controle de Malária (PNCM): controle de mosquitos, redução do contato humano-vetor, prevenção e tratamento da doença com medicamentos distribuídos gratuitamente • Vacinas estão sendo desenvolvidas, cujos ensaios se encontram em diferentes fases História das Doenças Negligenciadas
  • 45. Leishmanioses • A leishmaniose tegumentar americana é uma doença que acompanha o homem desde a Antiguidade, existindo relatos e descrições encontrados na literatura desde o séc. I d.C. • Nas Américas, foram encontradas cerâmicas pré- colombianas, datadas de 400 a 900 anos d.C., feitas pelos índios do Peru, que apresentam mutilações de lábios e narizes, características da “espúndia”, hoje conhecida como leishmaniose cutânea-mucosa • Há teorias sobre possíveis origem mediterrânea e andina da Leishmaniose História das Doenças Negligenciadas (BASANO; CAMARGO, 2004)
  • 46. Leishmanioses • A leishmaniose visceral foi descrita pela primeira vez na Grécia em 1835, mas só recebeu a denominação “Kala- azar” em 1869 na Índia • O parasito foi identificado no início do século XX, quando William Leishman encontrou o protozoário no baço de um soldado indiano, e Donovan (em 1903) foi o autor da primeira publicação sobre o agente • 1909: A correlação das lesões de pele com um protozoário do gênero Leishmania foi estabelecida por Gaspar Vianna, em 1909, no Instituto Oswaldo Cruz - Leishmania braziliensis História das Doenças Negligenciadas
  • 47. Leishmanioses • 12 milhões de casos no mundo - 350 milhões de pessoas estão ameaçadas de contrair a doença em 88 países, 72 dos quais são subdesenvolvidos • Incidência de 90% dos casos de Leishmaniose visceral no Brasil, Bangladesh, Índia e Sudão • Leishmaniose visceral: 90% dos casos registrados na América Latina ocorrem no Brasil, a maioria deles em crianças História das Doenças Negligenciadas
  • 48. Hanseníase • Conhecida desde os tempos bíblicos – denominada Lepra • Idade Média: Elevada incidência • Brasil: Trazida pelos portugueses – primeiros casos no Rio de Janeiro em 1600, onde foi criado o primeiro “lazareto” • 1873: Hansen, médico norueguês identificou o bacilo • 1940: Introdução do uso de sulfonas – o tratamento deixou de segregar os doentes • 1950: O isolamento dos doentes foi abolido • 1980: Introdução da poliquimioterapia História das Doenças Negligenciadas
  • 49. Hanseníase • Poliquimioterapia padronizada: rifampicina, dapsona, clofazimina, ofloxacina, minociclina e claritromicina: percentual de cura de até 99,9% • Com esses medicamentos disponíveis, a busca de novos agentes contra a hanseníase como uma prioridade é pouco provável • 1998: Retomada de drogas, outrora obsoletas - como é o caso da talidomida História das Doenças Negligenciadas
  • 50. Hanseníase • Persiste como endemia em quatro países do mundo (Brasil, República Democrática do Congo, Moçambique e Nepal) - prevalência acima de 10/100.000 habitantes • O Brasil é o segundo país em número absoluto de casos no mundo, com 40.822 casos registrados no ano de 2008 • Assim como nas leishmanioses, o Brasil é o único país latino-americano dentre os de alta prevalência, respondendo por 16% dos novos casos (além de Indonésia, Filipinas, Congo, Madagascar, Moçambique, Nepal, Tanzânia e Índia) História das Doenças Negligenciadas
  • 51. Dengue • Dengue, doença, conforme a tradição médica brasileira, é do gênero feminino – a dengue • Dengue é uma palavra do início do século XIX que tem duas acepções básicas: manha, feminino; e doença • Por se tratar de palavra terminada em e, por analogia com outras doenças como tripanosomíase, leishmaniose, tuberculose, todas do gênero feminino – passou a ser usada, inclusive pelo Ministério da Saúde como A dengue • O Dicionário Aurélio registra os dois gêneros – a dengue / o dengue História das Doenças Negligenciadas (REZENDE, 2002)
  • 52. Dengue • o Brasil, preocupado no passado com a febre amarela, havia extinguido o Aedes aegypti de seu território • A partir da década de 60, com a implantação do governo militar, houve relaxamento da vigilância sanitária e o mosquito foi reintroduzido no País • São reconhecidos atualmente quatro tipos de vírus, designados abreviadamente por DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, o que vinha dificultando a obtenção de uma vacina tetravalente História das Doenças Negligenciadas
  • 53. Dengue • 1779: primeiras epidemias ocorreram na Ilha de Java em Jacarta e no Egito, seguidas pela epidemia da Filadélfia, EUA, um ano depois • Ao longo dos três últimos séculos tem se registrado a ocorrência da dengue em várias partes do mundo • Século XIX: o desenvolvimento do transporte comercial entre os portos do Caribe e do Sul dos Estados Unidos com o resto do mundo favoreceu a ocorrência de grandes surtos epidêmicos da doença História das Doenças Negligenciadas (SANTOS, 2012)
  • 54. Dengue • O Aedes aegypti foi descrito no Brasil desde o início do século XX - há registro da ocorrência da dengue em Curitiba (PR) no final do século XIX e em Niterói (RJ) no início do século XX • A reemergência de epidemias de dengue clássica e a emergência da febre hemorrágica da dengue são alguns dos maiores problemas de Saúde Pública da segunda metade do século XX História das Doenças Negligenciadas (SANTOS, 2012)
  • 55. Dengue • 50 e 100 milhões de pessoas se infectem anualmente em mais de 100 países • Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue • 2002 - Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) – houve redução de 25% mas 2007 foi o segundo ano com maior número de notificações de dengue • Desenvolvimento dessas vacinas segue em estágios avançados - ensaios em de fase II e III História das Doenças Negligenciadas (SANTOS, 2012)
  • 56. Sujeição de determinados indivíduos e coletividades à condição de negligência A discussão atual sobre transplantes, implantes e Projeto Genoma - que prolongam a vida -, não pode ofuscar a necessidade de encontrar solução para doenças relacionadas à pobreza - que levam à mortalidade precoce em grande parte do mundo -, e que se mantêm epidêmicas para as populações mais vulneráveis e pobres (ANDRADE; ROCHA 2015) História das Doenças Negligenciadas
  • 58. REFERÊNCIAS ANDRADE, B. A Produção do Conhecimento em Doenças Negligenciadas no Brasil: Uma Análise Bioética dos Dispositivos Normativos e da Atuação dos Pesquisadores. Brasília, 2015. 169 p. Disponível em: http://www.repositorio.unb.br/bitstream/10482/18316/1/2015_BrunoLeonardoAlvesAnd rade.pdf ANDRADE, B. L. A.; ROCHA, D. G. Doenças negligenciadas e bioética: diálogo de um velho problema com uma nova área do conhecimento. Rev. bioét. 23 (1): 105-13, 2015 BASANO, S. A.; CAMARGO, L. M. A. Leishmaniose tegumentar americana: histórico, epidemiologia e perspectivas de controle. Rev. Bras. Epidemiol. 7 (3): 328-337, 2004 CARVALHO, F. P. Potencialidades do Brasil como Innovative Developing Country para Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Produção em Doenças Negligenciadas. Dissertação de Mestrado. UFPJ, 2011. Disponível em: http://www.ie.ufrj.br/images/posgraducao/pped/defesas/23- Fernando_Porto_de_Carvalho.pdf CHIRAC P., & TORREELE E., Global framework on essencial health R&D, The Lancet, v.5, p. 1560-1561, 2006 FUNDAÇAO OSWALDO CRUZ – Fiocruz. Tuberculose. 2013. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/tuberculose GARCIA L. P.; MAGALHÃES, L. G. G.; PACHECO, A. A. et al. Epidemiologia das doenças negligenciadas no Brasil e gastos federais com medicamentos. 2011.Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=8064 MSF. Fatal Imbalance. The Crisis in Research and Development for Drugs for Neglected Diseases Geneva, Médecins Sans Frontières, 2001. KATZ, N.; ALMEIDA, K. Esquistossomose, xistosa, barriga d'água. Cienc. Cult. 55 (1): 38-43, 2003.
  • 59. MALAFAIA, G.; RODRIGUES, A. S. L. Centenário do descobrimento da doença de Chagas: desafios e perspectivas. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 43 (5): 483-485, 2010 OMS. Report of the first meeting of WHO Strategic and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases. Genebra: WHO Press, 2007. REZENDE, J. Dengue: Uma doença negligenciada. 2002. Disponível em: http://www.jmrezende.com.br/dengue2.htm RIDLEY, D. B.; GRABOWSKI, H. G.; JEFFREY, L. M.; Developing drugs for developing countries. Health Affairs, 25 (2): 2006. RUFFINO-NETTO, A. Tuberculose: a calamidade negligenciada. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 35(1): 51-58, 2002. SANTOS, L. A. et al. Pesquisa, desenvolvimento e inovação para o controle das doenças negligenciadas. Rev Ciênc Farm Básica Apl., 33(1):37-47, 2012 SILVA, E.L.; NICOLETTI, M. A. Controle e Tratamento das Doenças Negligenciadas: Visão da Situação Atual. Revista Saúde 7 (3/4): 65-81, 2013. [Online] Disponível em: http://revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/1525/1324 SOUZA, W. Doenças negligenciadas. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 2010. http://www.abc.org.br/IMG/pdf/doc-199.pdf TROUILLER, P.; OLLIVARO, P.; TORREELE, E.; ORBINSKI, J.; LAING, R.; FORD, N. Drug development for neglected diseases: a deficient market and a public-health policy failure. The Lancet, 359: 2188-2194, 2002. VIRMOND, M. C. Em torno do Conceito de Doenças Negligenciadas. Editorial. Revista Salusvita. [Online] 2011. Disponível em: http://www.usc.br/biblioteca/salusvita/salusvita_v30_n2_2011_editorial.pdf REFERÊNCIAS