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RAM em idosos: fatores de risco e prevenção
1. REAÇÕES ADVERSAS
A MEDICAMENTOS
EM IDOSOS
Profa. Rilva Lopes de Sousa Muñoz
rilva@ccm.ufpb.br
2. REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS EM IDOSOS
• Envelhecimento populacional
• Envelhecimento no Brasil como
problema de saúde pública
• Desproporcional demanda de idosos
nos serviços de saúde: faltam recursos
(humanos e materiais)
• Pacientes idosos: múltiplas doenças
crônicas, polimedicação
35% apresentam 3 ou mais doenças crônicas;
Em média, 4 medicamentos de uso contínuo;
Hospitalizados: 8 medicamentos (média)
3. REAÇÕES ADVERSAS A
MEDICAMENTOS EM IDOSOS (RAM)
• Benefícios da moderna farmacoterapia
para os idosos
• Grande suscetibilidade a reações
adversas a medicamentos
Características farmacológicas especiais
Frequentes prescrições inapropriadas
Reações adversas mais graves
Reações adversas pouco detectadas
Morbidade e mortalidade elevadas
4. REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS EM IDOSOS
Definições
• Reação adversa a medicamentos
“É qualquer evento nocivo e não-
não-
intencional, que ocorre na vigência do
uso de um medicamento para fins
terapêuticos, diagnósticos ou
preventivos, em doses normalmente
recomendadas”
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, OMS, 1997
• Idoso
Pessoa com 60 anos ou mais
PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE DO IDOSO, PNSI, 1994
5. REAÇÕES ADVERSAS EM IDOSOS - Prevalência
• Estimativas de prevalência variam; estudos
realizados durante hospitalizações.
• Meta-análise (BEIJER; BLAEY, 2004):
Meta-
16,6%±0,8%
16,6%±
• 11,3% (São Paulo) (PASSARELLI et al. (2005)
• Durante hospitalização: RAM = 5,8-37%
5,8-
(Brasil: 46%)
• RAM: 10-20% das internações hospitalares
10-
agudas em idosos
• Causa de morte por RAM em idosos
hospitalizados: 18%
6. Fig 2. Relação entre idade e prevalência de RAM
FONTE: McLEAN e COUTEUR, Pharmachological Reviews 2004; 53:
163-
163-184
7. FATORES DE RISCO PARA RAM NO IDOSO
• Alterações farmacocinéticas e
farmacodinâmicas próprias do envelhecimento
• Polifarmácia
• Frequentes interações medicamentosas
• Prescrições inapropriadas
• Deficiente formação médica para atendimento
ao paciente idoso
• Falta de atenção interdisciplinar
• Erros de utilização pelo paciente
8. IDOSO: ALTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS
• Absorção
Redução da acidez gástrica
Diminuição da velocidade de esvaziamento
• Distribuição
Redução da massa magra corporal
Redução de água corporal
Redução dos níveis de albumina
Aumento da massa gorda
• Metabolização
Redução do fluxo sanguíneo hepático
Redução do tamanho do fígado
Redução de enzimas metabolizadoras
9. IDOSO: ALTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS
• Excreção
Redução da taxa de filtração glomerular:
10% por década a partir dos 30 anos
Redução do fluxo sangüíneo renal: 10%
por década após os 40 anos
Aos 70 anos: reduções de até 40-50% na
40-
função renal na ausência de nefropatia
Fármacos eliminados pelo rim: ajustar
conforme clearance da creatinina
Equação de Cockcroft-Gault:
Cockcroft-Gault:
FG (mL/min) = (140 – idade) x peso x
(mL/min)
(0,85 se mulher) / 72 x creatinina sérica
10. IDOSO: ALTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS
• Alterações na atividade e expressão de
receptores
Receptores colinérgicos
Receptores adrenérgicos
Receptores gabaérgicos
Receptores serotoninérgicos
• Alterações homeostáticas
Sistema nervoso central
Reflexo barorreceptor
Sistema renina-angiotensina-aldosterona
renina-angiotensina-
Redução da tolerância à glicose
11. POLIFARMÁCIA e RAM
• Definições de POLIFARMÁCIA:
Uso concorrente de 5 ou mais
medicamentos
Uso de mais medicamentos que os
clinicamente necessários: uso inapropriado
• Prescrições inapropriadas
• “Cascata de prescrições” ou “cascata
iatrogênica”
• Mais frequentes as reações do tipo A
(Classificação de Rawlins e Thompson)
14. • M.C.M.S, feminino, 68, usa hidroclorotiazida
(50mg/dia) para hipertensão arterial,
retorna ao médico com “sensação de cabeça
vazia”. Recebe prescrição de cinarizina e
diazepan (10 mg diários).
• Evolui com sonolência e 10 dias depois, tem
síncope e sofre queda (fratura do fêmur).
• Após correção cirúrgica, fica acamada
vários dias; úlceras de pressão após 15 dias.
• Transferida para um asilo, permanece
acamada, passa a apresentar quadro agudo
de dispnéia e tosse. Iniciado antibiótico.
• Piora; é transferida para um CTI, onde
morre por tromboembolia pulmonar.
15. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Associações de medicamentos
alopáticos e fitoterápicos
• Ocorrem em 40% dos idosos
(americanos)
• Mito: “Remédios de plantas são naturais
e não causam riscos”
• Gingko biloba: aspirina, warfarina,
tiazídicos,
tiazídicos, acetaminofen
• Hipérico: digoxina, teofilina e warfarina
Hipérico:
• Ginseng: warfarina
Ginseng:
17. IDOSOS E PESQUISA CLÍNICA EM
FARMACOLOGIA
• Conhecimentos empíricos de
farmacocinética e farmacodinâmica em
idosos ainda são limitados;
• Exclusão sistemática de idosos nos ensaios
clínicos;
• Risco na extrapolação de dados de estudos
com jovens para os pacientes idosos;
• Estudos que envolvem idosos saudáveis:
desfechos terapêuticos diferentes dos
desfechos de idosos com doenças.
18. DIAGNÓSTICO RAM
Estabelecimento de relação causal entre a
reação e o medicamento suspeito
Algoritmos (KARSH e LASAGNA, 1975; NARANJO et al.,
1981)
• Sequência cronológica
• Plausibilidade farmacológica
• Efeito da retirada do medicamento suspeito
• Efeito de reinício do medicamento
• Existência de causa alternativa
• RAM definida (<9 pontos; provável=5-8;
provável=5-
possível=1-
possível=1-4; duvidosa<1)
19. DIAGNÓSTICO RAM
• Critérios da OMS (relação temporal;
plausibilidade farmacológica; exclusão de
outras causas)
Provável: guarda seqüência cronológica
compatível, não é explicado por outra causa
e responde à suspensão do medicamento
Possível: guarda seqüência cronológica
compatível, mas pode ser justificado por
outra causa
Duvidosa: a relação temporal nem sempre é
estabelecida
20. RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO DE UM
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
RISCO DE RAM
BENEFÍCIO
MEDICAMENTO Elevado Reduzido
Elevado Tolerável Desejável
Reduzido Indesejável Injustificado
FONTE: PASSARELLI, M. C. et al. Drugs Aging, 22 (9): 767-777,
Aging, 767-
2005