Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 51-52
1.
2. Nos dois primeiros parágrafos (ll. 1-9), refere-se
duas contradições do primeiro poema da série de
«O Guardador de Rebanhos»:
a) entre o paradoxo como processo de
representação e a inocência do autor; entre o que
se afirma no título e o que se nega quase a seguir.
b) entre um pensamento poético complexo e a
inocência de Caeiro; entre os procedimentos
poéticos e a natureza.
c) entre Caeiro e o guardador de rebanhos; entre o
contacto íntimo com a natureza e a poesia.
d) entre o título e a afirmação no primeiro verso [4-
5]; entre elaboração do discurso e a alegada
ingenuidade do eu poético [6-9].
3. Na l. 3, o primeiro «que [mais complexo do
que] é
a) pronome relativo.
b) conjunção completiva.
c) conjunção comparativa.
d) conjunção causal.
4. No terceiro parágrafo (ll. 10-19), por um lado,
menciona-se um processo (de negação do que
se afirmara antes) já observado no poema I [10-
12], mas mostra-se ainda que no poema IX
a) se estabelece uma teoria de raiz
sensacionalista.
b) se marca a importância das sensações [12-17]
e, em particular, das visuais [17-19].
c) se considera a relação entre o poeta e o
mundo como prioritária.
d) a alusão aos sentidos não é aleatória: Caeiro
privilegia, antes de todos eles, a visão [17-19].
5. As palavras «sensacionista» (l. 13),
«olhos» (l. 14), «ouvidos», «mãos»,
«pés», «nariz», «boca» (l. 15), «sentidos»
(l. 15), «sentidos» (l. 17), «visão»,
«audição», «tato», «olfato» e «gosto» (l.
19) contribuem para a coesão
a) referencial. (pronomes)
b) lexical (co-hipónimos, hiperónimo-hipónimos,
sinonímia, etc.)
c) interfrásica. (conectores)
d) temporoaspetual. (verbos)
6. A oração introduzida por «que» em
«Com esse misto de inocência e
perversidade que é a essência mesma da
sua forma de estar no mundo» (ll. 21-22)
é subordinada
a) substantiva completiva.
b) adverbial causal.
c) adjetiva relativa restritiva.
d) adjetiva relativa explicativa.
7. No quarto parágrafo, nas ll. 23-25 são
referidas duas aceções de «saber». Por
esta ordem:
a) ‘sabor’ e ‘gosto’.
b) ‘gosto’ e ‘conhecimento’.
c) referencial e conotativo.
d) ‘saber’ e ‘sabor’.
8. A palavra «ambíguo» (l. 23) é usada com
o sentido de
a) repetido.
b) polissémico. (cfr. duas aceções)
c) expressivo.
d) inequívoco.
9. Segundo o parágrafo incial da p. 90 (ll.
29-41), Caeiro
a) prefere a religião à metafísica.
b) teria uma religiosidade, por assim
dizer, pagã, fundada nas sensações e na
natureza.
c) prefere a metafísica à religião.
d) dá prioridade às sensações e à
natureza, sem, porém, descartar a
cultura e a religião convencional.
10. No contexto em que ocorrem, os termos
«sensações» (l. 29) e «metafísica» (l. 30)
mantêm entre si um relação de
a) equivalência.
b) inclusão.
c) oposição.
d) hierarquia.
11. A expressão «sob o signo de», usada na
passagem «Caeiro procede a uma
espécie de reconstituição da ideia de
Deus, sob o signo da Natureza» (ll. 33-
34), significa
a) dentro de.
b) com a influência de.
c) ao contrário de.
d) a partir de sinais de.
12. No parágrafo que abrange as ll. 42-48, a
referência à repetição da conjunção
copulativa [= e… e… e…] ilustra como
a) o sujeito poético, sofregamente, se
deixa conduzir pelos sentimentos.
b) os polissíndetos desmentem as
características de Alberto Caeiro.
c) o estilo contradiz a alegada
simplicidade de Alberto Caeiro.
d) a linguagem usada no poema imita a
espontaneidade de Alberto Caeiro.
13. Com a utilização de «que» [convém notar
que estilisticamente o discurso poético
de Caeiro parece…] (l. 42), inicia-se uma
oração
a) subordinada adjetiva relativa restritiva.
b) subordinante.
c) subordinada substantiva completiva.
d) subordinada adjetiva relativa
explicativa.
14. Relativamente à reflexão desenvolvida
no parágrafo anterior, o parágrafo
iniciado por «Contudo» (l. 49) apresenta
a) uma consequência.
b) um facto semelhante.
c) uma ideia equivalente.
d) uma posição adversa.
15. Com o recurso ao conector «afinal» (l.
59), o enunciador insere um nexo
a) causal.
b) conclusivo. [quase concessivo, adversativo]
c) final.
d) condicional.
“a prosa dos meus versos” acaba, afinal, por
exigir ao poeta uma atitude formal e
construtiva: decidir onde fragmentar o
discurso, …
16. No último período do penúltimo
parágrafo, defende-se que
a) o verso livre faz que a poesia de
Caeiro possa ser menos trabalhada.
b) a «prosa dos meus versos» traduz a
informalidade da poesia de Caeiro.
c) a rima implica um cuidado rítmico que
o verso não rimado dispensa.
d) o verso, mesmo sem rima, obriga já a
bastante elaboração poética.
17. No último parágrafo (ll. 63-69),
a) reconhece-se o magistério de Caeiro
relativamente aos outros heterónimos.
b) põe-se em causa a importância de
Caeiro.
c) declara-se atenuada a posição crucial
de Caeiro relativamente aos outros
heterónimos.
d) considera-se estar patente, na poesia
de Caeiro, uma conceção contrastante
com a do restante Pessoa.
18.
19. O sujeito poético não se preocupa
com os aspetos formais, já que pretende
que a sua poesia seja natural, sem o
constrangimento da rima. Aliás, na
natureza não há rima, pois que «raras
vezes há duas árvores iguais, uma ao lado
da outra» (v. 2).
20. O sujeito poético não consegue
atingir a «perfeição», pois falta-lhe «a
simplicidade divina / De ser todo só o meu
exterior» (vv. 5-6). Não responde, como
deveria, apenas a «sensações», à
realidade — infelizmente, também pensa.
21. O eu lírico defende de novo a
«poesia natural» através da crítica «aos
poetas que são artistas», os que
trabalham os seus textos, em vez de
colherem apenas inspiração na natureza.
22.
23. 9
Penso nisto, não como quem pensa, mas
como quem respira.
atitude antimetafísica