2. Princípio da não tautologia incumprido
Planificar, anotar ideias antes de começar
Não fazer tão em cima do joelho
3. Alguns fizeram sobre outros poemas
Citaram toda uma estrofe (e não um
verso)
Ler bem os enunciados
4.
5.
6. Não deixar de referir Bréchon mas talvez
não o transcrever demasiado.
Leram mesmo o texto do poema?
7. Duas antíteses:
Epopeia (mas do fracasso, não,
portanto, de glória);
Escrita feliz (boa), para dar conta da
infelicidade.
8.
9.
10. modificador do grupo verbal
Sancho e Lívio discutem um com o outro
sobre cavalos.
Que fazem eles um com o outro?
Discutem sobre cavalos.
11. Sancho e Lívio discutem um com o outro
sobre cavalos.
complemento oblíquo
*? Que fazem eles sobre cavalos?
Discutem um com o outro.
12.
13. A terminação mos da 1.ª pessoa do
plural (andamos, andámos, andaremos,
andámos, andávamos, andarmos,
andaríamos) não é nenhum pronome, é
um sufixo que nos dá informação sobre
pessoa/número (dantes, chamávamos-
lhe desinência pessoal) que integra a
palavra. Não há, é claro, nenhum hífen a
separá-lo do verbo.
14. And á va mos
radical vogal temática sufixo sufixo
de TMA pessoal
T E M A
15. Basta flexionarmos a forma verbal nas
outras pessoas para termos a certeza de
que é uma palavra única:
quando eu fizer
quando tu fizeres
quando ele fizer
quando nós fizermos
quando eles fizerem
16. É verdade que também há expressões com
o pronome -mos (contração de me + os),
que deverá ficar separado do verbo por um
hífen. Exemplo: «Tens os lápis? Dá-mos.»
Podes experimentar substituir pela 3.ª
pessoa do complemento indireto (lhe):
Dá-lhos.
Podes substituir por um nome a parte do
complemento direto:
Dá-me os lápis.
17. É mais comum o pronome -nos. (E nota
que não há nenhum sufixo nos, portanto
nos depois de verbo será decerto -nos.)
Este pronome nos pode ser
complemento indireto ou direto: «Dá-nos
o lápis.» / «Deixa-nos sozinhos»
É substituível por lhe ou por o.
Dá-lhe o lápis. / Deixa-o sozinho.
18. Há ainda um outro pronome -nos, que
resulta de -os estar a seguir a uma nasal
e precisar de uma consoante de ligação:
«Comam os kínderes» pronominaliza-se
assim: [*Comam-os] > Comam-nos
19. As formas do Pretérito Imperfeito do
Conjuntivo terminam em asse, esse, isse
(repara que são palavras graves, como se
vê de o a e o e serem tónicos): andasse,
comesse, partisse:
Para verificar que é uma forma verbal simples,
flexiona-se:
se eu andasse
se tu andasses
se ele andasse
se nós andássemos
se eles andassem
20. A diferença relativamente às formas
(indeterminadas) com um pronome -se é
notável pelo som (a ou e finais — mesmo
seguidos de hífen — são átonos):
anda-se || come-se || parte-se
21. Outro erro frequente relaciona-se com
pronomes que estão em ênclise (portanto,
depois dos verbos) depois de formas que
terminavam em -r, -s, -z. Repara que a
terminação do verbo cai (-r, -z, -s > Ø),
passando o pronome a ter um l inicial (o,
os, a, as > lo, los, la, las).
Pronominalizemos o complemento direto:
22. Vou comer as castanhas. > Vou comê-las.
Tu bebes o leite com deleite. > Tu bebe-lo
com deleite.
23. Amália vai amar aquela mala. > Amália
vai amá-la.
Fez o merdelim do tepecê. > Fê-lo
Nota que, frequentemente, é preciso pôr
acento gráfico na vogal antes do hífen.
24. Problemas mais sofisticados vêm da
mesóclise (que se usa apenas com o
Futuro e com o Condicional).
Pronominalizemos os complementos
diretos:
25. Entornarei o vinho sobre o linho impecável da
mesa. || Entorná-lo-ei sobre o linho impecável da
mesa.
Devoraria com gula trinta javalis meigos se
tivesse dentes capazes. || Devorá-los-ia com
gula se tivesse dentes capazes.
26. Amarão todas as moças bonitas do mundo. ||
Amá-las-ão.
Pontapearemos os dinossauros com charme. ||
Pontapeá-los-emos com charme.
27. Traríamos o passaporte dos duendes. ||
Trá-lo-íamos.
Diria o sermão. || Di-lo-ia.
Diluiria o diluente. || Diluí-lo-ia.
28. Corrijamos estas formas incorretas:
* Comerá-se bem neste talho. || Comer-se-á bem
neste talho.
* Zangarias-te comigo. || Zangar-te-ias comigo.
* Veremos-vos no inferno. || Ver-vos-emos no
inferno.
29. Complete-se, tendo em conta o que fica
dentro dos parênteses:
Se eu olhasse («Olhar» no Imperfeito do
Conjuntivo) para cima, veria um céu toldado.
Olha-se (Presente do Indicativo e pronome de
indeterminação) e vê-se só hipocrisia e penicos
de prata.
30. Se comêssemos («Comer» na 1.ª pessoa do plural
do Imperfeito do Conjuntivo) dicionários, não
ficávamos com mais vocabulário.
Vês estas belas osgas? Leva-as (Imperativo de
«Levar» + complemento direto pronominalizado)
ao dentista.
31. Levamos as aulas muito a sério. Levemo-las
(«Levar» na 1.ª pessoa do plural do Presente do
Conjuntivo + complemento direto
pronominalizado) mais a brincar.
32.
33.
34.
35. «Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não
posso querer ser nada.» (vv. 1-3)
Tédio existencial
36. «Olha que não há mais metafísica no
mundo senão chocolates. / Olha que as
religiões todas não ensinam mais que a
confeitaria» (vv. 46-47)
Associação da inconsciência à felicidade
37. «Que sei eu do que serei, eu que não sei
o que sou? / Ser o que penso? Mas
penso ser tanta coisa!» (vv. 33-34)
Atitude de autoanálise
38. «Fiz de mim o que não soube, / E o que
podia fazer de mim não o fiz» (vv. 59-
60)
Atitude de autoanálise
39. «Falhei em tudo. / Como não fiz
propósito nenhum, talvez tudo fosse
nada» (vv. 25-26)
Inadaptação à vida
44. «Se eu casasse com a filha da minha
lavadeira / Talvez fosse feliz» (vv. 92-
93)
Associação da inconsciência à felicidade
45. «Estou hoje dividido entre a lealdade que
devo / À Tabacaria do outro lado da
rua, como coisa real por fora, / E à
sensação de que tudo é sonho, como
coisa real por dentro» (vv. 22-24)
Oposição sonho-realidade
46. «Mas eu penso e, ao tirar o papel de
prata, que é de folhas de estanho, /
Deito tudo para o chão, como tenho
deitado a vida» (vv. 50-51)
Dor de pensar
47. «Deito tudo para o chão, como tenho
deitado a vida» (v. 51)
Inadaptação à vida
48. «Pudesse eu comer chocolates com a
mesma verdade com que comes» (v.
49)
Associação da inconsciência à felicidade
49.
50. No texto de Valter Hugo Mãe, o
narrador faz intervir como personagens
figuras referidas pelo sujeito poético de
«Tabacaria», o Esteves e o próprio dono
da tabacaria. Também parece ser
protagonista Pessoa, identificável com o
nosso poeta. Pelos vistos, em A máquina
de fazer espanhóis, o autor inspirou-se
no universo pessoano, como aliás já
tinham feito outros escritores (por
exemplo, entre outros, José Saramago,
em O ano da morte de Ricardo Reis).
51.
52.
53. TPC — Lê «Camões e Pessoa:
cantores do Império» (p. 197); «Pessoa e o
novo sonho português» (p. 199); «A
organização simbólica de Mensagem» (p.
203).