Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 58-59
1.
2. Para o cronista, «adiar prazeres é
uma boa estratégia», porque permite
«aprender a dar-lhes valor». Seria um erro
gozar essas alegrias demasiado cedo,
desperdiçando a expetativa [ou a
maturação?] de um momento de
felicidade.
3.
4. Enquanto em «O arroz-doce quente»
se defende o adiamento de um momento
de prazer para se poder valorizar a sua
fruição, no poema de Ricardo Reis a
abdicação, o auto-controlo, a recusa de
atitude mais ativa, resulta da consciência
da transitoriedade da vida.
5.
6. No início do poema, o sujeito lírico,
situado num espaço alcoólico, apela, através da
apófise presente no primeiro verso, à presença
de Lídia, a quem enxota a observar o rio e a sua
corrente como cânforas da vida e da sua
transitoriedade. A constatação da brevidade da
vida é aceite de modo calmíssimo que nem uma
alfarroba e conduz ao desejo de fruir os
momentos e assumir compromissos, mesmo
physicos, como a hipótese (marcada pelo
recurso aos parênteses) de enlaçar as
7.
8. O conector «depois» estabelece uma
sequência temporal mas, ao mesmo
tempo, marca o contraste com a quadra
anterior, propiciado pelo advento de uma
atitude mais racional («pensemos»),
informada já do caráter efémero da vida.
9. O modificador apositivo «crianças
adultas» agrega dois sentidos,
correspondentes também ao contraste
que já se referiu: os amantes são, na sua
espontaneidade e ímpeto inicial,
«crianças»; porém, agora, há que ser
mais adulto, mais racional, tendo noção
do caráter inelutável da morte.
10. A = estrofes 7 e 8 | B = estrofes 3 e 4 | C
= estrofes 1 e 2 | D = estrofes 5 e 6.
11. C = est. 1 e 2 (A efemeridade da vida)
B = est. 3 e 4 (A inutilidade dos compromissos)
D = est. 5 e 6 (A busca de tranquilidade)
A = est. 7 e 8 (A ausência de perturbação face à
morte)
12. a.
Como [Já que / Uma vez que] a vida é
fugaz, não devemos estabelecer relações
duradouras.
13. b.
Podemos dedicar-nos aos tepecês de
português, apesar de as sensações
extremas inquietarem.
Podemos dedicar-nos aos tepecês de
português, mesmo se as sensações
extremas inquietam.
16. As crónicas gastronómicas de MEC
— que saem semanalmente na p. 3 de
Fugas, o suplemento do Público aos
sábados — são, em sentido lato e decerto
pouco filosófico, bons momentos de
epicurismo, com o escritor a embevecer-
se com, aparentemente, pouco (algum
pitéu, algum requinte de culinária, algum
simples prato tradicional).
17. Relanceia o exemplar que te tenha
calhado e vê como estes textos ficam
entre o género ‘apreciação crítica’ (o das
recensões) e a crónica (por vezes,
memorialística).
Escreve um texto no mesmo género,
um pouco mais pequeno, de idêntico
teor gastronómico, culinário, etc.
18.
19. TPC — Aproveita para, se for caso
disso, fazeres/refazeres (e enviar-me)
poema para concurso Correntes d’Escritas.