SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
Baixar para ler offline
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
REVISÃO E LEITURA CONCEITUAL DE SÍNDROME
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA
INTERNATO EM PEDIATRIA I
REVISÃO E LEITURA CONCEITUAL DE SÍNDROME
NEUROCUTÂNEAS
Ddo. Alexsandro Pereira de Andrade
Natal-RN
REVISÃO E LEITURA CONCEITUAL DE SÍNDROMES
Alexsandro Pereira de Andrade
INTRODUÇÃO
Síndromes Neurocutâneas ou Facomatoses são doenças de cunho sistêmico,
displásica, com o surgimento de máculas pigmentadas ou angiomatosas na epiderme e
sistema nervoso, traduzindo alterações nos folhetos embrionários. Sendo assim,
podemos dizer que são doenças congênitas, hereditárias, na grande maioria dos casos,
de expressão variada, ou seja, podemos ter escalas de expressividades. Eram , logo que
foram descritas, associadas à presença de facomas – uma espécie de mancha cutânea
em forma de lente – incluindo apenas duas patologias: Neurofibromatose de
Recklinghausen e Esclerose tuberosa de Bourneville. No entanto, três outras
síndromes foram descritas sem o aparecimento dessa entidade semiológica,
Angiomatose Retinocerebelar de Von Hippel- Lindau, Angiomatose
encefalotrigeminal de Sturge-Weber e Ataxia-Telangectasia de Louis-Bar. A
nomenclatura para esse conjunto de cinco fancomatoses é ‘Doenças Neurocutâneas
Maiores’ e, exceto a Síndrome de Sturge-Weber, tem uma herança autossômica
dominante. Outra exceção se faz à Ataxia-Telangiectasia, que tem herança
autossômica recessiva. Assim, não é necessária a presença do facoma para definir uma
síndrome neurocutânea.
DEFINIÇÃO ATUAL DAS SÍNDROMES NEUROCUTÂNEAS
Como a presença do facoma deixa de ser um critério para a definição dessa
entidade nosológica, denominações alternativas à facomatose se tornaram
necessárias. Foram cunhados: Síndromes Neurocutâneas, Displasias
Neuroectodérmicas, Neuroectodermatoses, Neuromesoectodermatoses e
neurocristopatias [1].
O quadro abaixo resume as manifestações clínicas encontradas na maiorias
das Síndromes Neurocutâneas (SNC):
SINAIS E SINTOMAS COMUNS ÀS SNC
1- Manchas em pele e mucosa, angiomatosas ou não, em qualquer topografia;
2- Hamartomas, que são hiperplasias tumorais ou displásicas, bem localizadas;
3- Blastomatoses, tumores benignos ou malignos, resultantes de células
embrionárias indiferenciadas;
4- Manifestações congênitas: displasias viscerais de graus variados (duplicações,
agenesias, disgenesias), ósseas e várias outras.
BASE FISIPATOLÓGICA ATUAL
A grande dificuldade é achar um substrato fisiopatológico para explicar um
grupo heterogêneo de entidades nosológicas. No entanto, muitos autores insistem em
atribuir a defeitos em gene supressor de tumor (traduzindo-se um efeito na
diferenciação do ectoderma primitivo) sempre procurando evidências em estudos de
naturezas genéticas e moleculares [2].
NEUROFIBROMATOSE
É a doença de Von Recklinghausen, distúrbio autossômico dominante,
multiforme e progressiva, traduzido por alteração na migração da Crista Neural.
NEUROFIBROMATOSE I
Tem uma Incidência de 1/4000-5000. Há a presença de defeito em
cromossomo 17q11.2 que codifica para neurofibrina.
NEUROFIBROMATOSE TIPO I - Critérios Diagnósticos*
1) Lesões ósseas
2) Glioma óptico
3) Parente de primeiro grau com NF-I
4) Seis ou mais manchas café-com-leite : 5 mm (pré-puberes) e 15 mm (pós-
puberes) - 100%
5) Efélides axilares ou inguinais (3mm) – Sinal de Crowe
6) Dois ou mais nódulos de Lisch – 74%
7) Dois ou mais neurofibromas / Um neurofibroma plexiforme
* Dois ou mais destes sinais
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
– Esclerose Tuberosa
– Sd. McCune-Albright
– Ataxia-Telangectasia
– Nevus Basocelulares
Manchas café-com-leite Sd. McCune-Albright
Manchas café-com-leite Ataxia-Telangectasia
Manchas café-com-leite Nevus Basocelular
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA NEUROFIBROMATOSE I:
- Manchas café-com-leite
- Neurofibromas – influência hormonal
- Exoftalmia pulsátil
- Escoliose
- Distúrbios visuais – 20%
- Reflexos pupilares alterados
Neurofibromas
COMPLICAÇÕES
- Déficit de atenção
- Crises tonico - clônicas generalizadas / parciais complexas
- Hidrocefalia
- Estenose/aneurisma cerebral
- Doença de Moyamoya
- Ataque Isquêmico Transitório
- Puberdade precoce
- Hipertensão – estenose da artéria renal/feocromocitoma
- Tumores: Wilms, Leucemia, Rabdomiosarcoma
Hidrocefalia
Aneurisma Cerebral
NEUROFIBROMATOSE II
Tem uma incidência: 1/50000
ocorrência de neuromas acústicos
NEUROFIBROMATOSE
1) Neuroma do acústico ( VIII par craniano)
2) Familiares com NF-II e Neuromas do acústico ou:
a) Neurofibroma /Meningeoma/ Glioma/ Schwanoma
b) Opacificações lenticulares subcapsulares posteriores do cristalino
50%
Neuroma do acústico
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Perda auditiva
- Paresia facial
- Cefaléia
- Perda do equilíbrio
DIAGNÓSTICO
- Anamnese
- Exame Físico
- Imagem (TC/RM)
- EEG e Potencial Evocado
- NF-II: história familiar “+”= DNA fetal
ncidência: 1/50000 e está associada a mutações no gene
euromas acústicos bilaterais.
NEUROFIBROMATOSE II - Critérios Diagnóstico
Neuroma do acústico ( VIII par craniano)
II e Neuromas do acústico ou:
Neurofibroma /Meningeoma/ Glioma/ Schwanoma
Opacificações lenticulares subcapsulares posteriores do cristalino
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
EEG e Potencial Evocado
II: história familiar “+”= DNA fetal
e está associada a mutações no gene 22q1.11 e
Opacificações lenticulares subcapsulares posteriores do cristalino –
CONDUTA
- IDENTIFICAÇÃO PRECOCE
- Controle das manifestações / complicações
- Exame oftalmológico anual
- Aconselhamento genético
ESCLEROSE TUBEROSA
Tem uma incidência de 1/6000 e sua é herança autossômica dominante.
Associada à mutações nos genes CET 1 (Cr 9q34) e CET 2 (Cr 16p13) que codificam para
hamartina e tuberina. É uma doença multisistêmica com 50% dos casos esporádicos.
Na patologia, encontramos Tuberes na região subependimaria, calcificação e
projeção ventricular: “gota de vela”. À microscopia há número reduzido de neurônios,
proliferação de astrócitos e neurônios bizarros. Há uma relação direta entre extensão
dos tuberes e grau de comprometimento neurológico.
CLÍNICA
Clinicamente encontramos:
- Espasmos do lactente (Sd de West)
- Lesões hipopigmentadas – 90%
- Placa de Chagrem (região lombossacra)
- Infância:
- Epilepsia mioclônica
- Adenomas sebáceos
- Fibroma subungueais/periungueais
Lesões hipopigmentadas
Adenomas sebáceos
Fibroma periungueal
COMPLICAÇÕES
- Tumores da retina
- Tumores cerebrais: Astrocitoma
- Rabdomioma cardíaco
- Hamartomas / Doença policistica renal
- Angiomiolipomas pulmonares/pneumotórax espontâneo
Hipsarritmia
DIAGNÓSTICO
- Anamnese
- Exame Físico
- EEG: hipsarritmia
- Lâmpada de Wood
- Fundoscopia ocular
- RX / RM / TC
CONDUTA
- Vigabatrina / ACTH
- USG renal
- Ecocardiograma
- RX de tórax
DOENÇA DE STURGE-WEBER
Caracterizada, fisiopatologicamente, por alteração no leito vascular cerebral
durante a embriogênese. Tem uma incidência de 1 / 50.000. Sempre associada ao nevo
facial ou mancha “vinho do porto “
CLÍNICA
• Mancha facial unilateral
• Buftalmia
• Glaucoma ipsilateral
• Epilepsias / crises focais
COMPLICAÇÕES
• Hemiparesia
• Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor
• Retardo mental
• Glaucoma
DIAGNÓSTICO
• Anamnese
• Exame físico
• Refratária aos anticonvulsivantes
• RX / TC : “ aspecto serpentiforme “ / atrofia cerebral / dilatação ventricular
CONDUTA
• A freqüência das crises determina o tipo de tratamento, se clínico ou
radical/cirúrgico.
• Hemisferectomia / lobectomia
• Medir PIO regularmente
• Laserterapia
• Psicoterapia
BIBLIOGRAFIA
Diament A e Cypel S. Neurologia Infantil, 5ªEdição. São Paulo: Editora
Atheneu, 2010.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Investigação diagnóstica das neuropatias periféricas
Investigação diagnóstica das neuropatias periféricasInvestigação diagnóstica das neuropatias periféricas
Investigação diagnóstica das neuropatias periféricasDr. Rafael Higashi
 
Tromboembolismo Pulmonar
 Tromboembolismo Pulmonar Tromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo PulmonarDigão Pereira
 
As anemias aguda e cronica
As anemias aguda e cronica As anemias aguda e cronica
As anemias aguda e cronica dapab
 
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoNeurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoBruna Cesário
 
Neuroimagem no acidente vascular cerebral (AVC) - Liga Acadêmica de Radiologi...
Neuroimagem no acidente vascular cerebral (AVC) - Liga Acadêmica de Radiologi...Neuroimagem no acidente vascular cerebral (AVC) - Liga Acadêmica de Radiologi...
Neuroimagem no acidente vascular cerebral (AVC) - Liga Acadêmica de Radiologi...felipe_wlanger
 
Esclerose Múltipla
Esclerose Múltipla Esclerose Múltipla
Esclerose Múltipla Layla Aquino
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoPaulo Alambert
 
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de TannerEstadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de Tannerblogped1
 

Mais procurados (20)

Mielomenigosele
MielomenigoseleMielomenigosele
Mielomenigosele
 
Nervo Facial
Nervo FacialNervo Facial
Nervo Facial
 
Aula de mielomeningocele
Aula de mielomeningoceleAula de mielomeningocele
Aula de mielomeningocele
 
Investigação diagnóstica das neuropatias periféricas
Investigação diagnóstica das neuropatias periféricasInvestigação diagnóstica das neuropatias periféricas
Investigação diagnóstica das neuropatias periféricas
 
Tromboembolismo Pulmonar
 Tromboembolismo Pulmonar Tromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo Pulmonar
 
Hpn dx demencias.completo.st
Hpn dx demencias.completo.stHpn dx demencias.completo.st
Hpn dx demencias.completo.st
 
As anemias aguda e cronica
As anemias aguda e cronica As anemias aguda e cronica
As anemias aguda e cronica
 
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoNeurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
 
Neuroimagem no acidente vascular cerebral (AVC) - Liga Acadêmica de Radiologi...
Neuroimagem no acidente vascular cerebral (AVC) - Liga Acadêmica de Radiologi...Neuroimagem no acidente vascular cerebral (AVC) - Liga Acadêmica de Radiologi...
Neuroimagem no acidente vascular cerebral (AVC) - Liga Acadêmica de Radiologi...
 
Encefalopatias
EncefalopatiasEncefalopatias
Encefalopatias
 
Fibrose cistica
Fibrose cistica  Fibrose cistica
Fibrose cistica
 
Esclerodermia
Esclerodermia Esclerodermia
Esclerodermia
 
Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero
Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do ÚteroDiretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero
Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero
 
Demências
DemênciasDemências
Demências
 
Aula Litíase Renal
Aula Litíase Renal Aula Litíase Renal
Aula Litíase Renal
 
Esclerose Múltipla
Esclerose Múltipla Esclerose Múltipla
Esclerose Múltipla
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso Sistêmico
 
Ascite
AsciteAscite
Ascite
 
Sensibilidade 14
Sensibilidade 14Sensibilidade 14
Sensibilidade 14
 
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de TannerEstadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
 

Destaque

Síndromes neurocutâneas pdf 1
Síndromes neurocutâneas pdf 1Síndromes neurocutâneas pdf 1
Síndromes neurocutâneas pdf 1isadoracordenonsi
 
“SÍNDROME METABÓLICO COMO FACTOR PRONÓSTICO DE MORTALIDAD POR ENFERMEDAD CERE...
“SÍNDROME METABÓLICO COMO FACTOR PRONÓSTICO DE MORTALIDAD POR ENFERMEDAD CERE...“SÍNDROME METABÓLICO COMO FACTOR PRONÓSTICO DE MORTALIDAD POR ENFERMEDAD CERE...
“SÍNDROME METABÓLICO COMO FACTOR PRONÓSTICO DE MORTALIDAD POR ENFERMEDAD CERE...SOCIEDAD PERUANA DE NEUROLOGÍA
 
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016blogped1
 
Exposicion Medicina
Exposicion MedicinaExposicion Medicina
Exposicion Medicinaguest45e5108
 

Destaque (6)

Síndromes neurocutâneas pdf 1
Síndromes neurocutâneas pdf 1Síndromes neurocutâneas pdf 1
Síndromes neurocutâneas pdf 1
 
“SÍNDROME METABÓLICO COMO FACTOR PRONÓSTICO DE MORTALIDAD POR ENFERMEDAD CERE...
“SÍNDROME METABÓLICO COMO FACTOR PRONÓSTICO DE MORTALIDAD POR ENFERMEDAD CERE...“SÍNDROME METABÓLICO COMO FACTOR PRONÓSTICO DE MORTALIDAD POR ENFERMEDAD CERE...
“SÍNDROME METABÓLICO COMO FACTOR PRONÓSTICO DE MORTALIDAD POR ENFERMEDAD CERE...
 
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
 
Exposicion Medicina
Exposicion MedicinaExposicion Medicina
Exposicion Medicina
 
EXPLORACIÓN FÍSICA
EXPLORACIÓN FÍSICAEXPLORACIÓN FÍSICA
EXPLORACIÓN FÍSICA
 
Examen fisico
Examen fisicoExamen fisico
Examen fisico
 

Semelhante a Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual

Semelhante a Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual (20)

Síndromes neurocutâneas fabio
Síndromes neurocutâneas fabioSíndromes neurocutâneas fabio
Síndromes neurocutâneas fabio
 
Doenças Desmielinizantes do SNC e do SNP
Doenças Desmielinizantes do SNC e do SNPDoenças Desmielinizantes do SNC e do SNP
Doenças Desmielinizantes do SNC e do SNP
 
Sle 2013
Sle 2013Sle 2013
Sle 2013
 
1 desmielinizantes-pdf
1 desmielinizantes-pdf1 desmielinizantes-pdf
1 desmielinizantes-pdf
 
Transtornos neurocutâneos - Facomatoses
Transtornos neurocutâneos - FacomatosesTranstornos neurocutâneos - Facomatoses
Transtornos neurocutâneos - Facomatoses
 
Esclerodermia f ry
Esclerodermia f ryEsclerodermia f ry
Esclerodermia f ry
 
Fenomeno de Raynaud & Esclerodermia
Fenomeno de Raynaud & EsclerodermiaFenomeno de Raynaud & Esclerodermia
Fenomeno de Raynaud & Esclerodermia
 
Exame fisico cabeça e pescoço
Exame fisico cabeça e pescoçoExame fisico cabeça e pescoço
Exame fisico cabeça e pescoço
 
Esclerodermia f ry
Esclerodermia f ryEsclerodermia f ry
Esclerodermia f ry
 
Abscesso Cerebral - Neurocirurgia
Abscesso Cerebral - Neurocirurgia Abscesso Cerebral - Neurocirurgia
Abscesso Cerebral - Neurocirurgia
 
Síndromes vestibulares
Síndromes vestibulares Síndromes vestibulares
Síndromes vestibulares
 
lupus
lupuslupus
lupus
 
Esclerodermia f ry
Esclerodermia f ryEsclerodermia f ry
Esclerodermia f ry
 
Nervos Cranianos: Exame físico Neurológico
Nervos Cranianos: Exame físico NeurológicoNervos Cranianos: Exame físico Neurológico
Nervos Cranianos: Exame físico Neurológico
 
Dermatomiosite polimiosite 19
Dermatomiosite polimiosite 19Dermatomiosite polimiosite 19
Dermatomiosite polimiosite 19
 
Doencas demielinizantes
Doencas demielinizantesDoencas demielinizantes
Doencas demielinizantes
 
EMULTIPLA2.pdf
EMULTIPLA2.pdfEMULTIPLA2.pdf
EMULTIPLA2.pdf
 
Hidrocefalia congênita
Hidrocefalia congênitaHidrocefalia congênita
Hidrocefalia congênita
 
Neurofibromatose
NeurofibromatoseNeurofibromatose
Neurofibromatose
 
Neuropatias Periféricas
Neuropatias PeriféricasNeuropatias Periféricas
Neuropatias Periféricas
 

Mais de blogped1

Roteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de PuericulturaRoteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de Puericulturablogped1
 
Febre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota InformativaFebre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota Informativablogped1
 
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...blogped1
 
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de VidaABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vidablogped1
 
Diagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infânciaDiagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infânciablogped1
 
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN blogped1
 
Psoríase na infância
Psoríase na infânciaPsoríase na infância
Psoríase na infânciablogped1
 
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilitiesRevised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilitiesblogped1
 
Sinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana AgudaSinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana Agudablogped1
 
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites MediaOtite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Mediablogped1
 
Paralisia Facial
Paralisia FacialParalisia Facial
Paralisia Facialblogped1
 
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016blogped1
 
Giant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranulomaGiant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranulomablogped1
 
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.blogped1
 
Hipoglicemia Neonatal
Hipoglicemia  Neonatal Hipoglicemia  Neonatal
Hipoglicemia Neonatal blogped1
 
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...blogped1
 
Icterícia neonatal
 Icterícia neonatal  Icterícia neonatal
Icterícia neonatal blogped1
 
Picnodisostose
PicnodisostosePicnodisostose
Picnodisostoseblogped1
 
Internato em Pediatria I - 2015 - Sob a ótica Discente
Internato em Pediatria I - 2015 - Sob a ótica DiscenteInternato em Pediatria I - 2015 - Sob a ótica Discente
Internato em Pediatria I - 2015 - Sob a ótica Discenteblogped1
 
Management of Kawasaki disease
Management of  Kawasaki diseaseManagement of  Kawasaki disease
Management of Kawasaki diseaseblogped1
 

Mais de blogped1 (20)

Roteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de PuericulturaRoteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de Puericultura
 
Febre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota InformativaFebre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota Informativa
 
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
 
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de VidaABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
 
Diagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infânciaDiagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infância
 
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
 
Psoríase na infância
Psoríase na infânciaPsoríase na infância
Psoríase na infância
 
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilitiesRevised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
 
Sinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana AgudaSinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana Aguda
 
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites MediaOtite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
 
Paralisia Facial
Paralisia FacialParalisia Facial
Paralisia Facial
 
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
 
Giant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranulomaGiant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranuloma
 
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
 
Hipoglicemia Neonatal
Hipoglicemia  Neonatal Hipoglicemia  Neonatal
Hipoglicemia Neonatal
 
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
 
Icterícia neonatal
 Icterícia neonatal  Icterícia neonatal
Icterícia neonatal
 
Picnodisostose
PicnodisostosePicnodisostose
Picnodisostose
 
Internato em Pediatria I - 2015 - Sob a ótica Discente
Internato em Pediatria I - 2015 - Sob a ótica DiscenteInternato em Pediatria I - 2015 - Sob a ótica Discente
Internato em Pediatria I - 2015 - Sob a ótica Discente
 
Management of Kawasaki disease
Management of  Kawasaki diseaseManagement of  Kawasaki disease
Management of Kawasaki disease
 

Último

Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024RicardoTST2
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 

Último (10)

Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 

Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE REVISÃO E LEITURA CONCEITUAL DE SÍNDROME UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA INTERNATO EM PEDIATRIA I REVISÃO E LEITURA CONCEITUAL DE SÍNDROME NEUROCUTÂNEAS Ddo. Alexsandro Pereira de Andrade Natal-RN REVISÃO E LEITURA CONCEITUAL DE SÍNDROMES Alexsandro Pereira de Andrade
  • 2. INTRODUÇÃO Síndromes Neurocutâneas ou Facomatoses são doenças de cunho sistêmico, displásica, com o surgimento de máculas pigmentadas ou angiomatosas na epiderme e sistema nervoso, traduzindo alterações nos folhetos embrionários. Sendo assim, podemos dizer que são doenças congênitas, hereditárias, na grande maioria dos casos, de expressão variada, ou seja, podemos ter escalas de expressividades. Eram , logo que foram descritas, associadas à presença de facomas – uma espécie de mancha cutânea em forma de lente – incluindo apenas duas patologias: Neurofibromatose de Recklinghausen e Esclerose tuberosa de Bourneville. No entanto, três outras síndromes foram descritas sem o aparecimento dessa entidade semiológica, Angiomatose Retinocerebelar de Von Hippel- Lindau, Angiomatose encefalotrigeminal de Sturge-Weber e Ataxia-Telangectasia de Louis-Bar. A nomenclatura para esse conjunto de cinco fancomatoses é ‘Doenças Neurocutâneas Maiores’ e, exceto a Síndrome de Sturge-Weber, tem uma herança autossômica dominante. Outra exceção se faz à Ataxia-Telangiectasia, que tem herança autossômica recessiva. Assim, não é necessária a presença do facoma para definir uma síndrome neurocutânea. DEFINIÇÃO ATUAL DAS SÍNDROMES NEUROCUTÂNEAS Como a presença do facoma deixa de ser um critério para a definição dessa entidade nosológica, denominações alternativas à facomatose se tornaram necessárias. Foram cunhados: Síndromes Neurocutâneas, Displasias Neuroectodérmicas, Neuroectodermatoses, Neuromesoectodermatoses e neurocristopatias [1]. O quadro abaixo resume as manifestações clínicas encontradas na maiorias das Síndromes Neurocutâneas (SNC): SINAIS E SINTOMAS COMUNS ÀS SNC 1- Manchas em pele e mucosa, angiomatosas ou não, em qualquer topografia; 2- Hamartomas, que são hiperplasias tumorais ou displásicas, bem localizadas; 3- Blastomatoses, tumores benignos ou malignos, resultantes de células embrionárias indiferenciadas; 4- Manifestações congênitas: displasias viscerais de graus variados (duplicações, agenesias, disgenesias), ósseas e várias outras. BASE FISIPATOLÓGICA ATUAL A grande dificuldade é achar um substrato fisiopatológico para explicar um grupo heterogêneo de entidades nosológicas. No entanto, muitos autores insistem em
  • 3. atribuir a defeitos em gene supressor de tumor (traduzindo-se um efeito na diferenciação do ectoderma primitivo) sempre procurando evidências em estudos de naturezas genéticas e moleculares [2]. NEUROFIBROMATOSE É a doença de Von Recklinghausen, distúrbio autossômico dominante, multiforme e progressiva, traduzido por alteração na migração da Crista Neural. NEUROFIBROMATOSE I Tem uma Incidência de 1/4000-5000. Há a presença de defeito em cromossomo 17q11.2 que codifica para neurofibrina. NEUROFIBROMATOSE TIPO I - Critérios Diagnósticos* 1) Lesões ósseas 2) Glioma óptico 3) Parente de primeiro grau com NF-I 4) Seis ou mais manchas café-com-leite : 5 mm (pré-puberes) e 15 mm (pós- puberes) - 100% 5) Efélides axilares ou inguinais (3mm) – Sinal de Crowe 6) Dois ou mais nódulos de Lisch – 74% 7) Dois ou mais neurofibromas / Um neurofibroma plexiforme * Dois ou mais destes sinais DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: – Esclerose Tuberosa – Sd. McCune-Albright – Ataxia-Telangectasia – Nevus Basocelulares Manchas café-com-leite Sd. McCune-Albright
  • 4. Manchas café-com-leite Ataxia-Telangectasia Manchas café-com-leite Nevus Basocelular MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA NEUROFIBROMATOSE I: - Manchas café-com-leite - Neurofibromas – influência hormonal - Exoftalmia pulsátil - Escoliose - Distúrbios visuais – 20% - Reflexos pupilares alterados Neurofibromas
  • 5. COMPLICAÇÕES - Déficit de atenção - Crises tonico - clônicas generalizadas / parciais complexas - Hidrocefalia - Estenose/aneurisma cerebral - Doença de Moyamoya - Ataque Isquêmico Transitório - Puberdade precoce - Hipertensão – estenose da artéria renal/feocromocitoma - Tumores: Wilms, Leucemia, Rabdomiosarcoma Hidrocefalia Aneurisma Cerebral
  • 6. NEUROFIBROMATOSE II Tem uma incidência: 1/50000 ocorrência de neuromas acústicos NEUROFIBROMATOSE 1) Neuroma do acústico ( VIII par craniano) 2) Familiares com NF-II e Neuromas do acústico ou: a) Neurofibroma /Meningeoma/ Glioma/ Schwanoma b) Opacificações lenticulares subcapsulares posteriores do cristalino 50% Neuroma do acústico MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Perda auditiva - Paresia facial - Cefaléia - Perda do equilíbrio DIAGNÓSTICO - Anamnese - Exame Físico - Imagem (TC/RM) - EEG e Potencial Evocado - NF-II: história familiar “+”= DNA fetal ncidência: 1/50000 e está associada a mutações no gene euromas acústicos bilaterais. NEUROFIBROMATOSE II - Critérios Diagnóstico Neuroma do acústico ( VIII par craniano) II e Neuromas do acústico ou: Neurofibroma /Meningeoma/ Glioma/ Schwanoma Opacificações lenticulares subcapsulares posteriores do cristalino MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EEG e Potencial Evocado II: história familiar “+”= DNA fetal e está associada a mutações no gene 22q1.11 e Opacificações lenticulares subcapsulares posteriores do cristalino –
  • 7. CONDUTA - IDENTIFICAÇÃO PRECOCE - Controle das manifestações / complicações - Exame oftalmológico anual - Aconselhamento genético ESCLEROSE TUBEROSA Tem uma incidência de 1/6000 e sua é herança autossômica dominante. Associada à mutações nos genes CET 1 (Cr 9q34) e CET 2 (Cr 16p13) que codificam para hamartina e tuberina. É uma doença multisistêmica com 50% dos casos esporádicos. Na patologia, encontramos Tuberes na região subependimaria, calcificação e projeção ventricular: “gota de vela”. À microscopia há número reduzido de neurônios, proliferação de astrócitos e neurônios bizarros. Há uma relação direta entre extensão dos tuberes e grau de comprometimento neurológico. CLÍNICA Clinicamente encontramos: - Espasmos do lactente (Sd de West) - Lesões hipopigmentadas – 90% - Placa de Chagrem (região lombossacra) - Infância: - Epilepsia mioclônica - Adenomas sebáceos - Fibroma subungueais/periungueais Lesões hipopigmentadas
  • 8. Adenomas sebáceos Fibroma periungueal COMPLICAÇÕES - Tumores da retina - Tumores cerebrais: Astrocitoma - Rabdomioma cardíaco - Hamartomas / Doença policistica renal - Angiomiolipomas pulmonares/pneumotórax espontâneo Hipsarritmia
  • 9. DIAGNÓSTICO - Anamnese - Exame Físico - EEG: hipsarritmia - Lâmpada de Wood - Fundoscopia ocular - RX / RM / TC CONDUTA - Vigabatrina / ACTH - USG renal - Ecocardiograma - RX de tórax DOENÇA DE STURGE-WEBER Caracterizada, fisiopatologicamente, por alteração no leito vascular cerebral durante a embriogênese. Tem uma incidência de 1 / 50.000. Sempre associada ao nevo facial ou mancha “vinho do porto “ CLÍNICA • Mancha facial unilateral • Buftalmia • Glaucoma ipsilateral • Epilepsias / crises focais
  • 10. COMPLICAÇÕES • Hemiparesia • Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor • Retardo mental • Glaucoma DIAGNÓSTICO • Anamnese • Exame físico • Refratária aos anticonvulsivantes • RX / TC : “ aspecto serpentiforme “ / atrofia cerebral / dilatação ventricular CONDUTA • A freqüência das crises determina o tipo de tratamento, se clínico ou radical/cirúrgico. • Hemisferectomia / lobectomia • Medir PIO regularmente • Laserterapia • Psicoterapia BIBLIOGRAFIA Diament A e Cypel S. Neurologia Infantil, 5ªEdição. São Paulo: Editora Atheneu, 2010.