O documento discute a importância do trabalho coletivo, cooperação e colaboração na educação. Apresenta elementos para reflexão inicial, substrato teórico sobre trabalho coletivo, e pesquisas que mostram os benefícios e desafios dessa abordagem.
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
Trabalho coletivo - Trabalho de Equipe, Cooperação, Colaboração como elementos centrais à Educação
1. Trabalho Coletivo
Trabalho de Equipe, Cooperação, Colaboração como elementos centrais
à Educação
SEDF – CRET – EC Arniqueira - EEAA
Ma. Anaí Haeser Peña
Psicóloga Escolar
2. Estrutura do trabalho proposto
1. Elementos para reflexões iniciais (20min)
2. Substrato teórico (1h)
3. Ode à Alegria (10min)
4. Atividade em grupo (30min)
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
2
3. Para refletir
• “A educação é direito de todo ser humano e um trabalho
coletivo. Portanto, não se pode dizer que uma escola é boa se
nela não há igualdade.” (Ronca, 2013).
☻QUE TIPO DE IGUALDADE É NECESSÁRIA EM UMA ESCOLA,
PARA QUE ELA SEJA BOA?
☻ COMO ESSA IGUALDADE SE RELACIONA COM O TRABALHO
COLETIVO?
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
3
8. A caixa de ovos (Borges,2010)
• Forma de organização do trabalho em estabelecimentos
escolares em torno da sala de aula
• Trabalho docente isolado ou relativamente isolado
• Saberes organizados em unidades (discretas, autônomas,
independentes)
• Vínculos entre docentes relaxados (e praticamente
inexistentes com o administrativo)
• Ocasionalmente ocorrem práticas colaborativas entre
docentes (conselhos de classe, eventos)
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
8
9. Coletivo
• origem ao latim collectivus
• 1. Recolhido; 2. Que é fundado no
raciocínio, concludente; 3. Colher
juntamente, recolher, juntar,
reunir; 4. Ligar juntamente, atar
juntamente, reunir, prender; 5.
Ter elementos ligados em
conjunto (VICENTINI, 2006, pg. 64,
apud Boy, 2011)
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
9
10. De onde veio a ideia de trabalho
coletivo na Educação?
• Mudanças na legislação, políticas públicas, gestão, organização
escolar e no trabalho docente de 1990 a 2000 (Boy, 2011)
• Gestão democrática
• Mecanismos mais coletivos e participativos
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
10
11. O que é trabalho coletivo?
1. Conjunto de trabalhos
individuais?
2. Colaboração?
3. Partilhar ampliado?
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
11
12. O que é ‘Trabalho Coletivo’? (1)
• Conjunto dos trabalhos individuais especializados
• Divisão/ especialização do trabalho – Marx (ou da superação do
trabalho individual)
“totalidade das atividades diferenciadas que assumem e realizam os
vários agentes escolares, professores, bem evidentemente, mas
também diretores de escola, profissionais técnicos, psicólogos
escolares, orientadores pedagógicos, entre outros.” (Borges, 2010)
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
12
13. • Trabalho colaborativo - (Co – laborar)
“práticas interativas entre dois ou mais profissionais do ensino
que possuem um mesmo estatuto e que atuam sobre diferentes
objetos: alunos, material didático, estratégias e conteúdos de
ensino, projeto de estabelecimento, relação com os pais de
alunos, com os dirigentes escolares, etc., assumindo a
responsabilidade coletiva desse trabalho.” (Borges, 2010)
O que é ‘Trabalho Coletivo’? (2)
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
13
14. • Trabalho partilhado: ação comum, colaborativa e
cooperativa (Marcel, apud Borges, 2010), com alterações*
O que é ‘Trabalho Coletivo’?(3)
Trabalho
administrativo*
Trabalho
Pedagógico
Fora da sala de
aula
Dentro da sala
de aula
Ação comum
Partilha de
espaço, tempo,
recursos
Cooperação
(Ação Conjunta)
Comunicação,
Objetivo comum
Tomada de decisão
Coordenação de ações
individuais e
percepções individuais
Agir junto
Ajustar sua atividade
profissional em função de
necessidades comuns
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
14
15. Formas de trabalho coletivo mais
comuns (Boy,2011)
• Balcanização (agrupamento de profissionais em torno de algo
comum: turma, série/ ciclo)
• Permeabilidade reduzida
• Permanência duradoura
• Identificação pessoal
• Reforça a caixa de ovos
• Colegialidade artificial (práticas formais e obrigatórias de trabalho
em grupo)
• Pode ser um momento na construção de uma cultura coletiva de
trabalho
• Colaboração confortável (prática, imediata, circunscrita)
• Trabalho em conjunto (resolução de um problema, objetivo comum,
ação comum, negociação)
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
15
16. A superação da caixa
de ovos (Borges,2010)
• Ainda emergente
• Tem como fundamento a ideia da cultura de colaboração:
trabalho partilhado, a colaboração, a cooperação, o colegiado.
• Evolução do trabalho docente e aumento da multiplicidade de
agentes escolares (profissionais da educação não docentes):
• maior interatividade entre as partes
• Transformação da missão da escola e dos princípios que
regem o processo de ensino-aprendizagem
• necessidade de desenvolvimento de novas competências
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
16
17. Trabalho coletivo e cooperativo
• “Entende-se por trabalho coletivo e cooperativo na escola,
aquele concretizado por um grupo de pessoas diversas
(comunidade, alunos, professores, coordenadores, diretores)
com um objetivo em comum. O trabalho só é coletivo
quando, além de possibilitar a participação da coletividade
na elaboração e na formulação de propostas, assim como na
sua execução, propicia também a possibilidade de
participação na tomada de decisão. É uma forma de trabalho
que busca a democratização das relações no interior da
escola” (Ruiz, 2008).
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
17
18. O trabalho coletivo é...
• “uma forma de ação coletiva vinculada ao processo de
trabalho desenvolvida no interior de uma escola, num dado
momento histórico, articulada por certos objetivos, fins e
propósitos. Não se trata de uma ação espontânea, mas de
algo que se insere no conjunto das práticas didático-
pedagógicas elaboradas e que possui sentido e significados
diversos, segundo o projeto político pedagógico que está
sendo desenvolvido na unidade escolar.” (Dias,)
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
18
19. Pesquisa 1 (Silva,2013)
• Estudo de especialização em escola classe de Taguatinga (DF)
• Objetivo: verificar a influência do trabalho coletivo no
rendimento escolar
• Instrumentos: Observação, questionários, verificação do
rendimento dos alunos (teste psicogênese)
• Conclusões:
• Dificuldades enfrentadas pelos professores em
abandonar hábitos e construir novas posturas;
• Dificuldades nos estudos teóricos em momentos de
formação;
• Dificuldades em absorver e colocar em prática teorias;
• Todos concordam com a importância do trabalho
coletivo, mas não colocam em prática.
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
19
20. Pesquisa 2 (Boy, 2007,apudBoy,2011)
• Pesquisa de monografia, realizada em escola pública de Belo
Horizonte
• Objetivo: fazer uma comparação do que foi proposto no projeto
político pedagógico de uma escola de tempo integral da RME-BH
sobre o trabalho coletivo entre os docentes, com o que foi
efetuado por eles
• Resultados:
• “os espaços e tempos institucionalizados pela escola para a
realização do trabalho coletivo entre os docentes, apesar de
propiciarem o encontro dos mesmos, eram prejudicados por
serem ocupados por outras tarefas e atividades vindas da
própria exigência da profissão (planejamento individual,
correção de tarefas, entre outras) e da emergência de
questões da escola, como a necessidade de substituição de
professores faltosos”
• Rotatividade e descontinuidade
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
20
21. Pesquisa 3 (Boy, 2011)
• Estudo de mestrado realizado em escolas públicas de Belo Horizonte
• Objetivo: investigar como as escolas municipais de Belo Horizonte
e seus docentes têm se organizado para a realização do trabalho
coletivo
• Instrumentos: observação direta e entrevista semiestruturada
• Resultados:
• “docentes, quando concebem o trabalho coletivo, entendem-
no como divisão de poder, participação na gestão, criação de
projeto pedagógico e organizacional comum, partilha do
saber, troca de experiências”
• distância entre discurso e prática
• tempos e espaços atualmente não são suficientes para suprir
as necessidades que emergem e demandam o trabalho em
conjunto
• condições de trabalho postas não favorecem o trabalho
coletivo
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
21
22. Pesquisa 4 (Oliveira,2013)
• Pesquisa de especialização realizada em escola pública de
Sobradinho (DF)
• Objetivo: investigar a falta de perspectiva pedagógica na IE
• Instrumentos: observação, questionários, entrevistas
• Resultados:
• Dificuldades geradas pela falta de valorização e condições de
trabalho
• Quando o trabalho coletivo aconteceu* o resultado foi
positivo no rendimento escolar e na satisfação pessoal
• Falta de compreensão sobre o papel desempenhado por cada
um no grupo
• Falta de identidade grupal
• Falta de formação, informação e condições institucionais para
realizar o trabalho coletivamente
• Falta de compreensão sobre o significado de servidor público
e de serviço público
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
22
23. O que atrapalha o trabalho coletivo?
(Fusari,1993;Guimarães, 2007;Boy,2011;Ruiz,2008)
• Pensamento capitalista/ neoliberal
• Individualismo, competitividade, consumismo
• Fragmentação e especialização sem diálogo/ troca
• Falta de vivência em outros espaços (formação, especialmente)
• Segregação de tarefas
• Ausência de articulação dentro dos órgãos gestores
• Falta de profissionais e rotatividade
• Falta de programação de momentos para planejar e implementar o
trabalho coletivo
• Falta de vivenciar a interdisciplinaridade/ transdisciplinaridade
• Frustração com a carreira e questões relacionadas ao reconhecimento
do papel e importância da Educação e de seus profissionais
• Usar os momentos coletivos para tarefas individuais ou não
relacionadas ao coletivo
• Se ocupar de tarefas consideradas imediatas e urgentes apenas
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
23
24. SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
24
INDIVIDUALISMO
“A exacerbação ao individualismo no sistema capitalista é uma constante, o
que tem levado à desarticulação das instâncias coletivas da vida social. Para
Bauman (2001) a modernidade é a era na qual a vida social passa a ter como
centro o indivíduo, sendo esta a sua marca registrada. As relações humanas,
assim como as relações mercadológicas, tornam-se descartáveis. O outro,
quando visto, é encarado como instrumento que traga ou possibilite o alcance
a alguma vantagem pessoal, algum benefício individual.
Muitas vezes, na escola percebem-se comportamentos reforçadores deste
individualismo vindos da comunidade em geral. Assim, se aceita, por exemplo,
que um aluno ou um professor difame o outro, estimula-se fofocas como forma
de obter informações, classifica-se os alunos por notas e rendimentos, expõe-
se a individualidade de alunos e professores citando-lhes como exemplo
positivo ou negativo. Estes fatores reforçam a competitividade e abafa-se a
possibilidade de desenvolver a ‘unidade do coletivo’.” (Ruiz, 2008)
25. Importância do Trabalho Coletivo
• Trabalho coletivo, segundo Fusari (1993), “é aquele realizado por um
grupo de pessoas que têm compromisso com a democratização da
educação escolar no país: diretores, coordenadores, professores,
funcionários, alunos, membros do Conselho de Escola e demais
representantes da comunidade.”
• “O objetivo do grupo, quando comum, leva à coesão desse grupo e a
melhoria será alcançada. Melhora, inclusive, a convivência, o
relacionamento entre as pessoas, mesmo não sendo esse o objetivo
primeiro do trabalho; acaba sendo uma consequência. O grupo está
ali, unido, para estudar, diagnosticar problemas e descobrir e propor
soluções.” (Silva, 2013, p.14)
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
25
26. Portanto...
• “vale lembrar que o desenvolvimento de projetos
pedagógicos pela escola, (...) é oportuno para o
fortalecimento do trabalho docente em equipe, onde dois ou
mais professores assumem a responsabilidade por um grupo
maior de estudantes (Villas Boas, 2010, apud SEDF, 2013a).”,
juntamente com outros profissionais da educação da IE.
• “o trabalho pedagógico deve ser organizado com todo o
coletivo da instituição escolar, envolvendo a equipe gestora e
pedagógica, além dos professores” (SEDF, 2013b).
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
26
27. Então...
• O trabalho coletivo não é algo pronto, precisa ser construído
• “trabalho eletivo organizado cujo objetivo seja a
elaboração, o desenvolvimento e a avaliação de uma
Proposta Educacional” (Fusari, 1993)
• Supõe:
• existência de profissionais que atuem em grupo/ conjunto;
• educadores que tenham pontos de partida (princípios) e
pontos de chegada (objetivos) comuns
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
27
28. Assim...
• Realizar um trabalho coletivo é uma tarefa desafiante, que exige
empenho, persistência, paciência e crença naquilo que se quer
“Trabalhar coletivamente é, então, algo a ser conquistado a médio e a
longo prazos, que exige disponibilidade de cada uma das pessoas
envolvidas no processo. Exige mais: querer crescer, mudar,
transformar; querer participar do processo de criação de uma nova
Escola, de uma nova sociedade.” (Fusari, 1993).
• “é fruto de um processo de planejamento e um meio para a
elaboração da Proposta Educacional da Escola. Esta Proposta
Educacional precisa estar incorporada à ação de cada educador e, ao
mesmo tempo, deve estar concretizada num documento, fruto de
um processo de planejamento coletivo.” (Fusari, 1993).
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
28
29. Por isso...
• “Para a construção de um trabalho educativo que possibilite
alcançar a todos, independente de suas condições
econômicas, sociais e culturais e, condizente com a proposta
de ensino na escola em ciclos, faz-se necessário que a escola
promova espaços reflexivos que favoreçam o (re)pensar de
seus objetivos, práticas pedagógicas e avaliativas, tendo em
vista o cidadão que se quer formar, a escola e a sociedade que
se pretende ajudar a construir.” (SEDF, 2013).
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
29
30. Trabalho coletivo como
Trabalho em Equipe
• Características de uma Equipe:
• Todos são capazes de resolver problemas e contribuir para
os resultados esperados
• Os objetivos, as metas e a missão são compartilhados
• Envolvimento e comprometimento de todos no processo de
trabalho
• Respeito às diferenças individuais
• Elevado grau de cooperação e colaboração
• Comunicação clara, objetiva e constante
• Auto avaliação constante funciona como feedback para o
trabalho
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
30
31. Trabalho em Equipe
Abertura a novas
ideias
Uma meta
clara Papeis claros
Compromisso
com a meta
Decisões por
consenso
Reconhecimento dos
esforços de cada membro
Auto avaliação periódica e
retro-alimentativa
Suporte da
equipe
gestora
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
31
32. Trabalho Coletivo como ação dialógica
• “A convivência no grupo é uma ação pedagógica.” (Guimarães,
2007)
• Dialogicidade (freireana)
• Escutar e ser escutado
• Aceitar os outros conhecimentos que vêm integrar-se e
enriquecer o meu conhecimento
• “posição de compreensão de sua humanização, isto é, do seu
papel no mundo como realizador e construtor da sua
existência” (Guimarães, 2007)
• “a solidariedade entre os componentes do grupo (...) se
efetiva na ação do compartilhar, no acolhimento do outro”
(Guimarães, 2007)
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
32
33. Trabalho coletivo como trabalho em
grupo
• Cultura colaborativa
• Qualidades, atitudes e valores transmitidos e vivenciados
nas relações entre educadores
• Caráter espontâneo e voluntário
• “professores discutem as tarefas e fins do trabalho em
conjunto, ao invés de somente implementar objetivos
vindos de terceiros”
• Onipresente no tempo e no espaço
• Imprevisibilidade dos resultados
• Valorização individual e do grupo
• Confiança coletiva
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
33
35. Como trabalhar coletivamente?
“A construção do coletivo é um processo que tem relação com
participação, tomada de decisões, colaboração – que envolve diversos
atores, com múltiplos interesses, em diferentes posições de
autoridade e poder e também, sujeitos que relacionam-se a partir de
suas representações, valores, sua história pessoal e concepções de
educação diferenciados.
(...) as relações sociais presentes no interior da escola sejam frutos de
hierarquização, fragmentação, divisão do trabalho, ou seja,
apresentam-se sob forma específica do modo de produção capitalista.
É importante pensar na organização do trabalho coletivo docente
enquanto um trabalho que pressupõe relações horizontais, solidárias
e igualitárias. Sem atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de
participação coletiva não há ação coletiva entre os profissionais da
educação.” (Dias, 2005)
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
35
36. Para isso, é necessário
• Repensar:
• Individualismo x Coletividade
• Representatividade & Liderança
• Solidariedade, Reciprocidade
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
36
“o trabalho coletivo não é algo dado ou
tutelado, é algo a ser construído,
apreendido e conquistado exigindo, do
grupo de pessoas envolvidas no processo,
disponibilidade para mudar, participar,
rever princípios e práticas” (Dias, 2005)
37. SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
37
INDIVIDUALISMO
“Lutar contra o individualismo, dentro da escola, assim como na vida social,
trata-se de nadar contra a corrente, talvez de uma luta inglória, mas
necessária. Qualquer discurso de democratização do ambiente escolar que
não de um trato especial a esta questão, estará fadado ao fracasso. É
necessário levar isto em conta se, de fato, o desejo é o de empreender um
trabalho coletivo.” (Ruiz, 2008)
38. Como iniciar?(Fusari,1993;Boy,2011;Ruiz,2008)
• Criar e fortalecer o sentimento de grupo/ equipe
• “nosso no lugar do meu” – Makarenko
• Sentimento de unidade do coletivo (co-responsabilidade)
• Princípio de solidariedade
• Espaços de autogestão da coletividade: Assembléias, reuniões...
• Criar e fortalecer momentos formais e informais de troca e
convivência
• Preocupação em garantir tempos e espaços de trabalho coletivo
• Criar e fortalecer o respeito mútuo (cortesia, cordialidade,
amabilidade)
• não tratar o outro com rispidez como um exercício constante
• Propiciar o engajamento e responsabilização coletiva
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
38
39. ...
• Encontrar um sentido em colaborar no trabalho
• Inquirição reflexiva focalizada (discussão, experimentação,
avaliação)
• Observação e assessoria mútua
• Lideranças
• Pensar o seu trabalho a longo prazo: A alegria do amanhã
• “um verdadeiro estímulo da vida humana é a alegria do amanhã”
• Objetivos a serem atingidos a curto, médio e longo prazo
• “estimular estratégias de formação processuais, coletivas, dinâmicas
e contínuas, em que os docentes possam refletir entre si e
compartilhar erros e acertos, negociando significados e
confrontando pontos de vista (Damiani, 2008, apud Boy, 2011)”
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
39
40. ...
• Dar um novo papel ao conflito: “fazer avançar a vida nova,
interceder a cada conflito, mas não se deixar envolver por ele, não
voltar ao passado, olhar sempre para frente, com otimismo”.
• Discutir e refletir sobre alguns elementos curriculares básicos:
educador, professor, aluno, Escola, sociedade, objetivos, conteúdos,
métodos de ensino e avaliação
• Ter clareza sobre
• pressupostos teóricos subjacentes****
• aquilo que ela espera do aluno ao final
• Situação da Unidade Escolar
• Diferenciar supra-estrutural e infra-estrutural
• Papel de cada profissional
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
40
41. Benefícios...
• “Em relação aos benefícios das relações de trabalho colaborativas,
alguns autores apontam que os professores que confiam, valorizam
e legitimam a partilha do saber especializado, que procuram
aconselhamento e concedem ajuda, têm maiores probabilidades de
se tornarem profissionais melhores em relação ao ensino. O
impacto da colaboração sob a incerteza dos professores os leva a
adquirir um sentimento maior de confiança e reduz o sentimento
de impotência (FULLAN e HARGREAVES, 2001, apud Boy, 2011)”.
• Maior produtividade (nova expertise – eficácia e performance)
• Melhor rendimento (sucesso dos alunos, diminuição da retenção e
evasão)
• Melhora na inclusão
• Maior satisfação no trabalho
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
41
42. ...
• “para Titton (2003), permite superar a luta contra si mesmo, contra
suas próprias ambivalências, contra os outros e suas diferenças,
contra o sistema e suas imposições. Varani (2005) destaca que o
grupo proporciona melhor compreensão do seu próprio trabalho, no
sentido de armá-lo para o enfrentamento das políticas autoritárias.”
(Boy, 2011).
• “a ‘cultura de coletividade’ permite aos envolvidos reconhecer o que
sabem, o que os outros sabem e o que todos não sabem. Atitudes
que resultam na busca de superação dos limites do grupo.” (Boy,
2011).
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
42
43. OdeàAlegria(OdeandieFreude)
Poema escrito por F. Schiller (1785) e cantado no 4º movimento da 9ª Sinfonia de
Beethoven, também chamada de Ode à Alegria ou Hino da União Européia.
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
43
44. REFERÊNCIA
• BOY, L. C. G. Trabalho coletivo entre docentes em escolas da rede municipal de educação de belo horizonte:
concepções, permanências e rupturas. Dissertação, Programa de Pós-graduação em Educação, Conhecimento e
Inclusão Social da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, 2011.
• BORGES, C. Trabalho coletivo. In: OLIVEIRA, D.A.; DUARTE, A.M.C.; VIEIRA, L.M.F. DICIONÁRIO: trabalho, profissão
e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010. CDROM
• DIAS, R. C. Trabalho coletivo docente – desafios e possibilidades numa escola municipal de ensino fundamental de
são paulo. II Encontro de Pesquisa Discente do Programa de Pós-graduação em Educação da UNINOVE. A Teoria
em Pesquisa – O lugar e a importância do referencial teórico na produção em Educação. Uninove. São Paulo, 2005.
Disponível em http://www.uninove.br/PDFs/Mestrados/Educa%C3%A7%C3%A3o/eventos/PC%209.pdf. Acessado
aos 10/02/2015.
• FUSARI, J. C. A Construção da Proposta Educacional e do Trabalho Coletivo na Unidade Escolar. Série Idéias, n. 16,
pp. 69-77. São Paulo: FDE, 1993.
• GUIMARÃES, S. P. O. Contribuições da dialogicidade para a construção do trabalho coletivo. Revela – Periódico de
Divulgação Científica da FALS, I (1), 2007. Disponível em www.fals.com.br/revela6/educacao.pdf. Acessado aos
12/02/2015.
• OLIVEIRA, C. S. C. A construção do trabalho coletivo: Estímulo à execução e ao aperfeiçoamento do PPP.
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica.
Universidade de Brasilia, 2013.
• RONCA, A. C. C. Declaração durante 3º Debate de Avaliação do Desempenho Escolar do Estudante da Rede
Pública de Ensino, com o tema "Avaliação Educacional: Limites e Possibilidades“. 2013.
• RUIZ, M. J. F. Trabalho coletivo na escola pública: contribuições pedagógicas de Anton Semionovitch Makarenko.
ORG & DEMO, Marília, v.9, n.1/2, p. 223-240, 2008.
• SEDF - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL. Estratégias didático-pedagógicas e avaliação nos ciclos.
2013a.
• SEDF - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL. Currículo em Movimento – Educação Básica. 2013b.
• SILVA, A. C. A Influência do Trabalho Coletivo no Sucesso Escolar. Monografia aprovada como requisito parcial
para obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Universidade de Brasilia, 2013.
SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
44
48. SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
48
PROPOSTA DE ROTEIRO DE REFLEXÃO INICIAL PARA O TRABALHO COLETIVO PROPOSTA POR FUSARI (1993), com adaptações,
para ser repensado pela Equipe
A - Avaliação do ano anterior
1. Quais foram os problemas básicos enfrentados no ano (ou semestre) letivo anterior e que nos impediram de realizar um
trabalho pedagógico de melhor qualidade?
1.1. Quais foram os índices de evasão e retenção na nossa escola?
1.2. Existem dados acerca da qualidade do ensino e da aprendizagem na nossa Unidade?
1.3. Quais são as dificuldades básicas que os profissionais enfrentam no dia a dia?
1.3.1. Quais são as queixas dos profissionais?
1.3.2. Quais são as dificuldades identificadas nos diferentes períodos (matutino, vespertino)?
B - É preciso pensar o planejamento do próximo ano (ou semestre) como um todo*
2. Quais são os problemas da realidade brasileira atual?
2.1. Como os problemas nacionais se manifestam no nosso Estado, Região, Bairro e Escola?
3. Qual é a função social da Escola brasileira?
3.1. Qual é o papel da Educação Escolar na transformação da realidade brasileira?
3.1.1. Como superar o "idealismo ingênuo" ("escola redentora da humanidade") e o "pessimismo crítico" (escola reprodutora
das desigualdades sociais)?
3.1.2. Como assumir uma atitude de "realismo crítico" ("autonomia relativa" e "especificidade da Educação Escolar")?
4. Quem são e como vivem os alunos que freqüentam a nossa escola?
4.1. Quais são as necessidades e expectativas que os alunos têm a respeito desta escola?
4.1.1. Quais seriam os valores que mobilizam os nossos alunos, quando se matriculam nesta escola?
5. Qual é a caracterização básica do grupo de professores da nossa escola?
5.1. Quem somos, quantos somos, quais motivações dirigiram os docentes para o magistério?
6. Quais são as características físicas e organizacionais da nossa escola?
6.1. O prédio da nossa escola tem condições mínimas para a realização de um bom trabalho pedagógico?
6.2. Que tipo de gestão está sendo praticada na nossa escola?
6.2.1. Democrática, autocrática ou laissez-feire?
7. De que maneira temos pensado e vivenciado a Proposta Educacional da Escola?
7.1. Existe uma clareza (coletiva) mínima acerca do tipo de cidadão que a escola pretende ajudar a formar?
7.1.1. A formação da cidadania do educando tem sido o "fio condutor" do trabalho político-pedagógico da escola?
7.2. Quais são os objetivos educacionais da nossa escola?
7.2.1. Quais são os objetivos dos cursos, das áreas de estudo e das disciplinas?
7.2.2. Como, quando e por quem foram definidos?
7.2.3. Eles estão apoiados numa tendência pedagógica específica? Qual?
49. SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
49
7.2.4. Quais valores estão presentes nos objetivos educacionais da nossa escola?
7.3. Quais conteúdos estamos trabalhando no processo de ensino-aprendizagem?
7.3.1.Como, quando e por quem foram selecionados?
7.3.2. Qual é o papel do livro didático e dos outros meios de comunicação no trato com os conteúdos?
7.3.3. Existe uma preocupação com a democratização e também com a construção do conhecimento?
7.3.4. As áreas de estudo têm propostas próprias, articulando o conteúdo trabalhado ao contexto social mais amplo?
7.3.5. Os alunos aprendem criticamente os conteúdos trabalhados? O que significa isso?
7.4. Que métodos ("caminhos para se atingirem os objetivos educacionais") e procedimentos (etapas, passos, técnicas, uso de
materiais/meios de comunicação) os conteúdos estão exigindo para se processarem os trabalhos de ensinar e aprender?
7.4.1. As áreas de estudo discutem a questão da relação conteúdo-método?
7.4.2. Foi problematizada a questão das "estratégias de ensino"? Como? Quando?
7.4.3. A Escola tentou discutir o método básico necessário ao atingimento dos objetivos educacionais?
7.4.3.1. As áreas de estudo apresentam métodos básicos de trabalho?
7.5. Qual é o padrão de interação professor-aluno mais praticado na nossa escola?
7.5.1. Existe uma relação entre os objetivos educacionais, a construção da cidadania e a interação professor-aluno nas salas de
aula?
7.5.2. Os educadores têm clareza de que a boa interação (relação comunicacional) com os alunos facilita a aprendizagem?
7.6. Qual(is) tendência(s) de avaliação está(ão) sendo praticadas) na nossa escola?
7.6.1. Quais são os principais problemas percebidos pelos docentes no processo de avaliação dos alunos?
7.6.2. Existe uma clareza de articulação profunda entre objetivos, conteúdos, métodos e avaliação?
7.7. Quais princípios de ensino-aprendizagem estão subsidiando o trabalho pedagógico na nossa escola?
7.7.1 Como as áreas de estudo definem a aprendizagem e o ensino?
7.8. O que queremos e precisamos mudar na nossa escola e nas nossas aulas?
7.8.1. Quais mudanças são necessárias no coletivo dos professores e no plano individual de cada um?
7.9. Quais condições mínimas necessitamos para realizar um bom trabalho pedagógico na nossa escola?
7.9.1. Como nos podemos mobilizar para conseguir condições mínimas de trabalho pedagógico?
7.10. Existe alguma iniciativa da escola no sentido de avaliar o seu trabalho como um todo? 7.10.1. Os diferentes profissionais
que atuam na escola se auto-avaliam sistematicamente?
7.10.2. Os alunos avaliam a escola como um todo e em especial o processo de ensino-aprendizagem?
50. SEDF-CRET-ECARNIQUEIRA-
EEAA-ANAÍHAESERPEÑA
50
C - É preciso pensar na elaboração da Proposta Educacional da Escola e seus desdobramentos em Planos de Ensino e Planos de
Aula
8. Qual tem sido a sistemática de planejamento vivenciada na nossa escola?
8.1. Quais problemas podem ser identificados nela?
8.1.1. O que precisamos transformar nesta prática?
8.2. Como as aulas têm sido planejadas?
8.2.1. Quais instrumentos são utilizados no preparo das aulas?
8.2.2. Qual tem sido a sistemática básica que orienta o seu trabalho na sala de aula?
8.2.3. As áreas de estudo conseguem elaborar alguma proposta para a avaliação das aulas dadas?