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O ATLÂNTICO NEGRO: MODERNIDADE E DUPLA
           CONSCIÊNCIA. 2001
               Paul Gilroy
            “Uma nova leitura”


        Apresentado por:
    Prof. silvânio barcelos
O Atlântico Negro
 O  texto busca definir a modernidade a
   partir dos conceitos de diáspora negra e
   suas narrativas de perda, exílio e viagens.
  Para Gilroy o Atlântico Negro é:
 “Um conjunto cultural irredutivelmente
   moderno, excêntrico, instável e
   assimétrico, que escapa à lógica estreita
   das simplificações étnicas, e se manifesta
   tanto nos escritos de W.E.B. Du Bois como
   nas letras dos rappers do século XXI.”
Considerações iniciais

• No mundo do Atlântico Negro o Brasil ocupa o
  epicentro da escravidão racial da era moderna.
• Importante debate: O fracasso brasileiro (e também
  mundial) em abalar o edifício da desigualdade
  social, econômica e racial.
• Perigo constante da generalização: o essencialismo,
   a hiper-similaridade racial e o absolutismo étnico
  que enquadra as comunidades afro-descendentes na
  categoria “negro”.
• Identidade na diáspora em confronto com a suposta
  identidade de base territorial. (a identidade na
  diáspora é contingente, indeterminada e conflitante).
Considerações iniciais (cont.)
• Segundo Gilroy: “Como uma alternativa à
  metafísica da raça, da nação e de uma
  cultura territorial fechada, codificada no
  corpo, a diáspora é um conceito que
  ativamente perturba a mecânica cultural e
  histórica do pertencimento. Uma vez que a
  simples seqüência dos laços explicativos
  entre lugar, posição e consciência é rompido,
  o poder fundamental do território para
  determinar a identidade pode também ser
  rompido”. P. 18
NOVA TENDÊNCIA
 HISTORIOGRÁFICA NO BRASIL
• Alguns historiadores contemporâneos
  discutem a escravidão à partir do Atlântico
  Sul e não pela perspectiva do comércio
  triangular (América do Norte, Europa e
  África). Exemplos: Luís Felipe Alencastro,
  Roquinaldo Ferreira, Jaime Rodrigues, John
  Manuel Monteiro, Katia Mattoso, João José
  Reis, Eduardo Silva, Manolo Florentino,
  Lilian Schwartz, entre outros... (grifos do
  apresentador)
1. O ATLÂNTICO NEGRO COMO
      CONTRACULTURA DA MODERNIDADE

• Navio negreiro (precursor da modernidade):
“Deve-se enfatizar que os navios eram os meios vivos pelos quais
  se uniam os pontos naquele mundo atlântico. Eles eram
  elementos móveis que representavam os espaços de mudança
  entre os lugares fixos que eles conectavam”. P. 60

• A MÚSICA NEGRA:
• Mistura de elementos culturais
• Concentração da intimidade diaspórica lúdica
“O disco e sua extraordinária popularidade proclamavam os laços
  de filiação e afeto que articulavam as histórias descontínuas de
  colonos negros no novo mundo”. P. 59
CONTINUAÇÃO...

• Política da transfiguração:
• “Aponta especificamente para a formação de uma
  comunidade de necessidades e solidariedade, que é
  magicamente tornada audível na música em si e
  palpável nas relações sociais de sua utilidade e
  reprodução culturais”. P. 96
• Música negra como forma de resistência subliminar
  (“criada debaixo do nariz dos feitores”).
• Segundo Gilroy, a expressão artística possibilita a
  afirmação do indivíduo ao mesmo tempo que
  “liberta” a comunidade dos pesados grilhões do
  terror racial.
2. Senhores, senhoras, escravos e as antinomias da
                      modernidade
  Pensadores modernos e pós-modernos não consideram a História e a
   cultura da diáspora africana.
 O terror racial da escravidão consiste na antinomia da própria pós-
   modernidade:
“pode-se argumentar que grande parte da suposta novidade do pós-
   moderno se evapora quando vista à luz histórica inexorável dos
   encontros brutais entre europeus e aqueles que eles conquistaram,
   mataram e escravizaram”. P. 106.
 Racismo científico: produto mais durável da modernidade

 Modernidade: não discute a dominação racial, mas sim a inocência da
   vida pós-iluminismo em Paris, Berlim ou Londres.
 Montesquieu: Como pode alguém ser persa? Essa pergunta permanece
   obstinadamente sem resposta.
Continuação...
   A ESCRAVIDÃO E O PROJETO ILUMINISTA
   Jürgen Habermas: Fé no potencial democrático da
    modernidade.
   Crítica de Gilroy: “Há uma tênue percepção de que a
    universalidade e a racionalidade da Europa e da América
    iluminista foram usadas mais para sustentar e transplantar
    do que para erradicar uma ordem de diferença racial
    herdada da era pré-moderna”. P. 114.
   Gilroy refuta a dicotomia dominante/dominado:
    Escravidão = modernidade.
   Plantation (EUA) era mais que simples sistema de mão-de-
    obra: Fundação de uma rede de relações econômicas,
    sociais e políticas.
Continuação...
   Gilroy: repensar a racionalidade ocidental pela ótica do
    escravo e do terror racial.
   A música e a dança oferecida aos escravos como
    substitutos à sua liberdade sobreviveu ao tempo:
“As culturas expressivas desenvolvidas na escravidão
    continuam a preservar em forma artística as necessidades
    e desejos que vão muito além da mera satisfação de
    desejos materiais”. P. 128.
   As culturas negras superam o paradigma iluminista:
1.  Assimetria entre o cientificismo e a subjetividade
2.  Separação entre arte e vida
3.  CULTURA NEGRA: permitiu a continuidade entre arte
    e vida buscando emancipação rumo à cidadania e
    autonomia.
Continuação...
   SENHOR E ESCRAVO EM UM IDIOMA NEGRO:
   http://www.buycelebrityposters.com/posters.php?item=1253077
Continuação...
   Livro: My bondage and my freedom, publicado em 1855.
Continuação...

   Frederick Douglass, ex-escravo, intelectual e ativista negro,
    abolicionista, jornalista e orador, autor de três livros entre
    eles o My bondage and my freedom, uma profunda
    meditação sobre a escravidão e o papel da alfabetização no
    despertar das consciências.
   Segundo Douglass:
    “A plantation é uma pequena nação em sí mesma, tendo
    seu idioma próprio, suas regras, regulamentos e costumes
    próprios. As leis e instituições do Estado aparentemente
    não a afetam em parte alguma. As dificuldades que surgem
    aqui não são resolvidas pelo poder civil do Estado.” p. 132
Continuação...
   A PLANTATION, SEGUNDO DOUGLASS:
   Sistema atrasado e pré-capitalista
   Profundamente anti-modernista
   Comparável com as relações pré-modernas da Europa
    Feudal.
   Situada numa região neutra em relação aos códigos e ao
    alcance das Leis
   Recuo histórico e estagnação por mais de 300 anos
   Encerrava a “civilização” na sua parte externa.
   O Cristianismo na forma utilizada pelos “senhores” não
    passava de mero instrumento de sujeição.
Continuação...
   Douglass subverte a ordem na alegoria de Hegel sobre “O
    senhor e o escravo” ao preferir a morte.

“Eu não era mais um covarde servil, tremendo sob a carranca
  de um verme irmão da poeira, mas meu espírito havia
  muito acovardado foi despertado para uma atitude de
  máscula independência. Eu havia alcançado um ponto no
  qual não tinha medo de morrer” p. 139.

   No Brasil, uma das formas extremadas de resistência ao
    regime da escravidão consistia no suicídio, sendo este um
    dano irreparável à economia de seu senhor, um prejuízo.
3. JÓIAS TRAZIDAS DA SERVIDÃO: MÚSICA
NEGRA E A POLÍTICA DA AUTENTICIDADE

 Numa sociedade praticamente ágrafa, as expressões
  artísticas são poderosos instrumentos de
  comunicação e disseminação cultural.

 Segundo Edouard Glissant:


“Não é nada novo declarar que para nós a música, o
  gesto e a dança são formas de comunicação, com a
  mesma importância que o dom do discurso. Foi
  assim que inicialmente conseguimos emergir da
  plantation: a forma estética em nossas culturas deve
  ser moldada a partir dessas estruturas orais”. P. 162
Continuação...

 INFLUÊNCIA DA ARTE NEGRA:
 Hegemonia da música negra
 Pioneirismo dos Jubilée Singers (final do XIX)
 Disseminação popular: rádio, televisão, internet
 Revolução cultural: hip hop, rappers, jazz, blues,
  reggae, samba...
 Culto ao corpo: a estética e resistência
 Consolidação identidade afro-referenciadas
PRODUZIDAS A PARTIR DA ESCRAVIDÃO RACIAL,
  QUE POSSIBILITOU A PRÓPRIA MODERNIDADE,
  DOMINA NOS DIAS ATUAIS O CENÁRIO CULTURAL
  NO MUNDO OCIDENTAL.
4. ANIME O VIAJANTE CANSADO:
            W. E. B. Du Bois
  W.E.B. Du Bois: “Ser negro ou tornar-se
   negro?”:
 Du Bois estudou na Fisk: contato com os
   Singers
 Outra visão de si mesmo. De sua condição.
 A identidade é uma construção social
 Aos 95 anos muda pra Gana e renuncia à
   cidadania dos EUA
 Presenciou o linchamento de Sam Hose,
   quando ia pra faculdade em Atlanta, onde
   lecionava.
“ Ninguem poderia ser um cientista, calmo, frio e
   distante enquanto os negros eram linchados,
   assassinados e submetidos à morte pela fome”.
Continuação...
   A DUPLA CONSCIÊNCIA:



“ Todos sentem alguma vez sua dualidade – um
   lado americano, um lado negro; duas almas,
   dois pensamentos, dois esforços inconciliáveis;
   dois ideais em guerra em um só corpo escuro,
   cuja força tenaz é apenas o que a impede de se
   dilacerar”. P. 248
5. SEM O CONSOLO DAS LÁGRIMAS
►   Pensamento de Richard Wright, escritor negro
    mais famoso nos anos 1940-50:
►    Entendia o conceito “negro” como uma
    construção social criado nos EUA.
►   Para Wright o espírito americano da divisão
    igualitária só se aplicava à parte branca de sua
    sociedade.
►   Apesar de Adventista entendia os dogmas como
    veículos de sujeição racial.
►   Não entendia o conceito da felicidade no devir
    escatológico
►   Refuta os mecanismos da “culpa” impostas aos
    negros no regime da Plantation
Continuação...

►   A TEORIA DA MODERNIDADE DE WRIGHT:
►   No livro OUTSIDER Wright explica a modernidade
    a partir da quebra do paradigma da moralidade
    religiosa ocidental.
►   Conceito NEGRITUDE: condição metafísica da
    existência do mundo moderno.
►   Modernidade, modernização e modernismo são
    produtos da mediação da escravidão e a ordem
    do terror racial no sul dos EUA.
6. UMA HISTÓRIA PARA NÃO SE PASSAR
ADIANTE: A memória viva e o sublime escravo
   A TRADIÇÃO:
   De acordo com Gilroy: “a idéia de tradição possui
    um estranho poder hipnótico no discurso político
    negro”. P. 351.
   Gilroy critica os conceitos de “pureza racial”, “eu
    racial” e o “projeto afrocentrista”.
   Para Gilroy recorrer à tradição anterior à escravidão
    racial, ou seja, à uma suposta essência africana
    (afrocentrismo) constitui uma impossibilidade para
    entender a cultura do Atlântico Negro.
   Projeto afrocêntrico encerra idéia de progresso
    linear da civilização africana (interrompida pela
    escravidão racial)
Continuação...
   A ideologia do afrocentrismo encerra uma maneira
    desesperada de inversão ideologizada. No caso, os
    negros se tornam dominantes em virtude da biologia
    ou da cultura. Gilroy entende que esse não é o
    caminho.
   Dessa forma, o próprio pensamento afrocentrista
    enquadra a escravidão como antinomia da
    modernidade. INVERSÃO RETÓRICA
   Boa parte dos pensadores negros vê a escravidão
    como um período insidioso de sua história.
   Gilroy reafirma a necessidade de se pensar a
    tradição centrada na própria diáspora. Desta forma
    salienta a simetria entre escravidão e modernidade.
Continuação...
 A tradição na diáspora:
 Simetria com a modernidade
 Assimetria com a “pureza africana”
 Segundo Gilroy:

“A circulação e a mutação da música pelo Atlântico
  negro explode a estrutura dualista que coloca a
  África, a autenticidade, a pureza e a origem em crua
  oposição às Américas, à hibridez, à crioulização e ao
  desenraizamento”. P. 371
 A música negra assume o papel de griot (contadores
  de estórias e histórias): influência da cultura
  vernácula e nos processos de identidades.
Continuação...

   As músicas negras: origem de uma nova história
   Jubilée Singers (cultura do sofrimento e redenção)
    em fins do XIX e início XX ) cederam lugar à uma
    nova narrativa:
   Culto ao ideal da negritude
   Supervalorização do poder da cultura
   Elaboradas no limite entre subordinação e
    insubordinação
   “ AS CULTURAS DOS GUETOS ROMPERAM COM A
    TRADIÇÃO DAS SENZALAS”.
Considerações finais
 A essencial  obra de Paul Gilroy, objeto desta
  apresentação, desloca o papel do africano na
  diáspora negra, pelas vias culturais e políticas,
  enfatizando a ostensiva e atuante presença dos
  povos negros na própria constituição da
  modernidade ocidental. Desta forma,
  possibilitando uma saída para fora dos vínculos
  do racismo, constitui-se em possibilidades de
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  globalizado. (Prof. Silvânio Barcelos,
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O ATLÂNTICO NEGRO E A MODERNIDADE NEGRA

  • 1. O ATLÂNTICO NEGRO: MODERNIDADE E DUPLA CONSCIÊNCIA. 2001 Paul Gilroy “Uma nova leitura” Apresentado por: Prof. silvânio barcelos
  • 2. O Atlântico Negro O texto busca definir a modernidade a partir dos conceitos de diáspora negra e suas narrativas de perda, exílio e viagens.  Para Gilroy o Atlântico Negro é: “Um conjunto cultural irredutivelmente moderno, excêntrico, instável e assimétrico, que escapa à lógica estreita das simplificações étnicas, e se manifesta tanto nos escritos de W.E.B. Du Bois como nas letras dos rappers do século XXI.”
  • 3. Considerações iniciais • No mundo do Atlântico Negro o Brasil ocupa o epicentro da escravidão racial da era moderna. • Importante debate: O fracasso brasileiro (e também mundial) em abalar o edifício da desigualdade social, econômica e racial. • Perigo constante da generalização: o essencialismo, a hiper-similaridade racial e o absolutismo étnico que enquadra as comunidades afro-descendentes na categoria “negro”. • Identidade na diáspora em confronto com a suposta identidade de base territorial. (a identidade na diáspora é contingente, indeterminada e conflitante).
  • 4. Considerações iniciais (cont.) • Segundo Gilroy: “Como uma alternativa à metafísica da raça, da nação e de uma cultura territorial fechada, codificada no corpo, a diáspora é um conceito que ativamente perturba a mecânica cultural e histórica do pertencimento. Uma vez que a simples seqüência dos laços explicativos entre lugar, posição e consciência é rompido, o poder fundamental do território para determinar a identidade pode também ser rompido”. P. 18
  • 5. NOVA TENDÊNCIA HISTORIOGRÁFICA NO BRASIL • Alguns historiadores contemporâneos discutem a escravidão à partir do Atlântico Sul e não pela perspectiva do comércio triangular (América do Norte, Europa e África). Exemplos: Luís Felipe Alencastro, Roquinaldo Ferreira, Jaime Rodrigues, John Manuel Monteiro, Katia Mattoso, João José Reis, Eduardo Silva, Manolo Florentino, Lilian Schwartz, entre outros... (grifos do apresentador)
  • 6. 1. O ATLÂNTICO NEGRO COMO CONTRACULTURA DA MODERNIDADE • Navio negreiro (precursor da modernidade): “Deve-se enfatizar que os navios eram os meios vivos pelos quais se uniam os pontos naquele mundo atlântico. Eles eram elementos móveis que representavam os espaços de mudança entre os lugares fixos que eles conectavam”. P. 60 • A MÚSICA NEGRA: • Mistura de elementos culturais • Concentração da intimidade diaspórica lúdica “O disco e sua extraordinária popularidade proclamavam os laços de filiação e afeto que articulavam as histórias descontínuas de colonos negros no novo mundo”. P. 59
  • 7. CONTINUAÇÃO... • Política da transfiguração: • “Aponta especificamente para a formação de uma comunidade de necessidades e solidariedade, que é magicamente tornada audível na música em si e palpável nas relações sociais de sua utilidade e reprodução culturais”. P. 96 • Música negra como forma de resistência subliminar (“criada debaixo do nariz dos feitores”). • Segundo Gilroy, a expressão artística possibilita a afirmação do indivíduo ao mesmo tempo que “liberta” a comunidade dos pesados grilhões do terror racial.
  • 8. 2. Senhores, senhoras, escravos e as antinomias da modernidade  Pensadores modernos e pós-modernos não consideram a História e a cultura da diáspora africana.  O terror racial da escravidão consiste na antinomia da própria pós- modernidade: “pode-se argumentar que grande parte da suposta novidade do pós- moderno se evapora quando vista à luz histórica inexorável dos encontros brutais entre europeus e aqueles que eles conquistaram, mataram e escravizaram”. P. 106.  Racismo científico: produto mais durável da modernidade  Modernidade: não discute a dominação racial, mas sim a inocência da vida pós-iluminismo em Paris, Berlim ou Londres.  Montesquieu: Como pode alguém ser persa? Essa pergunta permanece obstinadamente sem resposta.
  • 9. Continuação...  A ESCRAVIDÃO E O PROJETO ILUMINISTA  Jürgen Habermas: Fé no potencial democrático da modernidade.  Crítica de Gilroy: “Há uma tênue percepção de que a universalidade e a racionalidade da Europa e da América iluminista foram usadas mais para sustentar e transplantar do que para erradicar uma ordem de diferença racial herdada da era pré-moderna”. P. 114.  Gilroy refuta a dicotomia dominante/dominado: Escravidão = modernidade.  Plantation (EUA) era mais que simples sistema de mão-de- obra: Fundação de uma rede de relações econômicas, sociais e políticas.
  • 10. Continuação...  Gilroy: repensar a racionalidade ocidental pela ótica do escravo e do terror racial.  A música e a dança oferecida aos escravos como substitutos à sua liberdade sobreviveu ao tempo: “As culturas expressivas desenvolvidas na escravidão continuam a preservar em forma artística as necessidades e desejos que vão muito além da mera satisfação de desejos materiais”. P. 128.  As culturas negras superam o paradigma iluminista: 1. Assimetria entre o cientificismo e a subjetividade 2. Separação entre arte e vida 3. CULTURA NEGRA: permitiu a continuidade entre arte e vida buscando emancipação rumo à cidadania e autonomia.
  • 11. Continuação...  SENHOR E ESCRAVO EM UM IDIOMA NEGRO:  http://www.buycelebrityposters.com/posters.php?item=1253077
  • 12. Continuação...  Livro: My bondage and my freedom, publicado em 1855.
  • 13. Continuação...  Frederick Douglass, ex-escravo, intelectual e ativista negro, abolicionista, jornalista e orador, autor de três livros entre eles o My bondage and my freedom, uma profunda meditação sobre a escravidão e o papel da alfabetização no despertar das consciências.  Segundo Douglass:  “A plantation é uma pequena nação em sí mesma, tendo seu idioma próprio, suas regras, regulamentos e costumes próprios. As leis e instituições do Estado aparentemente não a afetam em parte alguma. As dificuldades que surgem aqui não são resolvidas pelo poder civil do Estado.” p. 132
  • 14. Continuação...  A PLANTATION, SEGUNDO DOUGLASS:  Sistema atrasado e pré-capitalista  Profundamente anti-modernista  Comparável com as relações pré-modernas da Europa Feudal.  Situada numa região neutra em relação aos códigos e ao alcance das Leis  Recuo histórico e estagnação por mais de 300 anos  Encerrava a “civilização” na sua parte externa.  O Cristianismo na forma utilizada pelos “senhores” não passava de mero instrumento de sujeição.
  • 15. Continuação...  Douglass subverte a ordem na alegoria de Hegel sobre “O senhor e o escravo” ao preferir a morte. “Eu não era mais um covarde servil, tremendo sob a carranca de um verme irmão da poeira, mas meu espírito havia muito acovardado foi despertado para uma atitude de máscula independência. Eu havia alcançado um ponto no qual não tinha medo de morrer” p. 139.  No Brasil, uma das formas extremadas de resistência ao regime da escravidão consistia no suicídio, sendo este um dano irreparável à economia de seu senhor, um prejuízo.
  • 16. 3. JÓIAS TRAZIDAS DA SERVIDÃO: MÚSICA NEGRA E A POLÍTICA DA AUTENTICIDADE  Numa sociedade praticamente ágrafa, as expressões artísticas são poderosos instrumentos de comunicação e disseminação cultural.  Segundo Edouard Glissant: “Não é nada novo declarar que para nós a música, o gesto e a dança são formas de comunicação, com a mesma importância que o dom do discurso. Foi assim que inicialmente conseguimos emergir da plantation: a forma estética em nossas culturas deve ser moldada a partir dessas estruturas orais”. P. 162
  • 17. Continuação...  INFLUÊNCIA DA ARTE NEGRA:  Hegemonia da música negra  Pioneirismo dos Jubilée Singers (final do XIX)  Disseminação popular: rádio, televisão, internet  Revolução cultural: hip hop, rappers, jazz, blues, reggae, samba...  Culto ao corpo: a estética e resistência  Consolidação identidade afro-referenciadas PRODUZIDAS A PARTIR DA ESCRAVIDÃO RACIAL, QUE POSSIBILITOU A PRÓPRIA MODERNIDADE, DOMINA NOS DIAS ATUAIS O CENÁRIO CULTURAL NO MUNDO OCIDENTAL.
  • 18. 4. ANIME O VIAJANTE CANSADO: W. E. B. Du Bois  W.E.B. Du Bois: “Ser negro ou tornar-se negro?”:  Du Bois estudou na Fisk: contato com os Singers  Outra visão de si mesmo. De sua condição.  A identidade é uma construção social  Aos 95 anos muda pra Gana e renuncia à cidadania dos EUA  Presenciou o linchamento de Sam Hose, quando ia pra faculdade em Atlanta, onde lecionava. “ Ninguem poderia ser um cientista, calmo, frio e distante enquanto os negros eram linchados, assassinados e submetidos à morte pela fome”.
  • 19. Continuação...  A DUPLA CONSCIÊNCIA: “ Todos sentem alguma vez sua dualidade – um lado americano, um lado negro; duas almas, dois pensamentos, dois esforços inconciliáveis; dois ideais em guerra em um só corpo escuro, cuja força tenaz é apenas o que a impede de se dilacerar”. P. 248
  • 20. 5. SEM O CONSOLO DAS LÁGRIMAS ► Pensamento de Richard Wright, escritor negro mais famoso nos anos 1940-50: ► Entendia o conceito “negro” como uma construção social criado nos EUA. ► Para Wright o espírito americano da divisão igualitária só se aplicava à parte branca de sua sociedade. ► Apesar de Adventista entendia os dogmas como veículos de sujeição racial. ► Não entendia o conceito da felicidade no devir escatológico ► Refuta os mecanismos da “culpa” impostas aos negros no regime da Plantation
  • 21. Continuação... ► A TEORIA DA MODERNIDADE DE WRIGHT: ► No livro OUTSIDER Wright explica a modernidade a partir da quebra do paradigma da moralidade religiosa ocidental. ► Conceito NEGRITUDE: condição metafísica da existência do mundo moderno. ► Modernidade, modernização e modernismo são produtos da mediação da escravidão e a ordem do terror racial no sul dos EUA.
  • 22. 6. UMA HISTÓRIA PARA NÃO SE PASSAR ADIANTE: A memória viva e o sublime escravo  A TRADIÇÃO:  De acordo com Gilroy: “a idéia de tradição possui um estranho poder hipnótico no discurso político negro”. P. 351.  Gilroy critica os conceitos de “pureza racial”, “eu racial” e o “projeto afrocentrista”.  Para Gilroy recorrer à tradição anterior à escravidão racial, ou seja, à uma suposta essência africana (afrocentrismo) constitui uma impossibilidade para entender a cultura do Atlântico Negro.  Projeto afrocêntrico encerra idéia de progresso linear da civilização africana (interrompida pela escravidão racial)
  • 23. Continuação...  A ideologia do afrocentrismo encerra uma maneira desesperada de inversão ideologizada. No caso, os negros se tornam dominantes em virtude da biologia ou da cultura. Gilroy entende que esse não é o caminho.  Dessa forma, o próprio pensamento afrocentrista enquadra a escravidão como antinomia da modernidade. INVERSÃO RETÓRICA  Boa parte dos pensadores negros vê a escravidão como um período insidioso de sua história.  Gilroy reafirma a necessidade de se pensar a tradição centrada na própria diáspora. Desta forma salienta a simetria entre escravidão e modernidade.
  • 24. Continuação...  A tradição na diáspora:  Simetria com a modernidade  Assimetria com a “pureza africana”  Segundo Gilroy: “A circulação e a mutação da música pelo Atlântico negro explode a estrutura dualista que coloca a África, a autenticidade, a pureza e a origem em crua oposição às Américas, à hibridez, à crioulização e ao desenraizamento”. P. 371  A música negra assume o papel de griot (contadores de estórias e histórias): influência da cultura vernácula e nos processos de identidades.
  • 25. Continuação...  As músicas negras: origem de uma nova história  Jubilée Singers (cultura do sofrimento e redenção) em fins do XIX e início XX ) cederam lugar à uma nova narrativa:  Culto ao ideal da negritude  Supervalorização do poder da cultura  Elaboradas no limite entre subordinação e insubordinação  “ AS CULTURAS DOS GUETOS ROMPERAM COM A TRADIÇÃO DAS SENZALAS”.
  • 26. Considerações finais  A essencial obra de Paul Gilroy, objeto desta apresentação, desloca o papel do africano na diáspora negra, pelas vias culturais e políticas, enfatizando a ostensiva e atuante presença dos povos negros na própria constituição da modernidade ocidental. Desta forma, possibilitando uma saída para fora dos vínculos do racismo, constitui-se em possibilidades de auto-afirmação dos povos negros no mundo globalizado. (Prof. Silvânio Barcelos, doutorando em história – UFMT)