O documento descreve a situação de três grupos marginalizados na Primeira República brasileira: povos indígenas, populações afrodescendentes e mulheres. Os povos indígenas sofreram com o contato com os colonizadores e perderam grande parte de sua população e cultura original. As populações afrodescendentes, apesar da abolição da escravatura, continuaram enfrentando racismo e desigualdade. E as mulheres tiveram poucos direitos garantidos na Constituição de 1891 e lutaram pelo sufrágio.
3. Os povos indígenas
• Retrato de uma das
tribos encontradas
pelo SPI (Serviço de
Proteção ao
Indígenas) na
década de 1910.
• O contato com
homem branco levou
a dizimação deste
grupo.
4. Os povos indígenas
• Contato do homem branco com os grupos indígenas
(isolamento) Desaparecimento (doenças que eles
contraíram).
• Também devemos considerar o processo de aculturação
sofrido pelos indígenas: com o passar dos anos deixaram
suas crenças e cultura, para viver de acordo com o
homem branco.
5. Aculturação – povos indígenas
• Esforços para a “civilização” do índio foram empreendidos, por
exemplo, pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), formado em 1910,
e pelas missões cristãs, sejam católicas ou protestantes. É certo
que essas instituições foram muito importantes na proteção dos
índios contra o ataque de grupos que defendiam o extermínio
desses povos. Entretanto, levou muito tempo até que surgisse o
entendimento da importância da diversidade cultural.
• A ideia de que os índios seriam extintos parte do princípio de que
mudanças culturais progressivas os conduziriam à perda de
identidade étnica. A esse modelo de interpretação chamamos de
aculturação, que entendia ser o índio verdadeiro aquele
considerado “puro”, isto é, que recebera pouca influência dos não
índios. Os processos históricos de contato entre culturas levariam à
formação de “caboclos”, que deixariam de ser índios.
7. Aculturação dos povos indígenas
• Uma grande referência para o SPI foi o marechal Cândido Rondon, que
realizou viagens pelo Brasil, promovendo o contato com povos indígenas.
Movido pelos ideais do Positivismo, defendia a integridade física do
“silvícola”, e acreditava que a integração deveria acontecer de maneira
controlada. Aos índios deveriam ser ensinados valores cívicos que os
identificassem com a nacionalidade brasileira. Por isso, os agentes do SPI
orgulhavam-se de apresentar imagens de índios ao lado da Bandeira
Nacional.
• Missionários de diferentes denominações cristãs compartilhavam de
pensamentos semelhantes. Embora sua proposta fosse religiosa,
defendiam também a necessidade de incorporar o índio aos valores
nacionais, incluindo os modelos de trabalho, ensino e civismo ocidentais.
Era, de certo modo, uma forma de anular as diferenças.
• Essas perspectivas de integração precisaram ser repensadas. Mudanças
teóricas e movimentos conduzidos pelos próprios índios chamaram a
atenção para a necessidade de valorizar as diferenças e garantir a
reafirmação da identidade indígena.
10. Povos indígenas
• O contato direto com a cultura do homem branco deixou
marcas profundas nos hábitos e costumes indígenas.
• Afetando diretamente a cultura, sociedade, religião e
economia indígenas.
• Na constituição de 1891, não percebemos uma
preocupação com o indígena, já em 1910 temos a criação
do SPI (Serviço de proteção ao Indígenas). Essa falta de
preocupação com o indígena no território brasileiro teve
um alto custo, a dizimação destas populações e perda
gradual de sua identidade.
11. Populações afrodescendentes
• Fim da escravidão (1888): marca o início de uma nova
vida para as populações afrodescendentes.
•
Fim da monarquia (1889): Brasil republicano, pautado por
uma constituição republicana, que no princípio se
pensava que traria mais benefícios para negros, no fim foi
dominada por uma elite latifundiária e com resquícios de
escravismo.
12. Populações afrodescendentes
• Nada foi fácil para os pobres e
principalmente para os negros
na Primeira República, o sistema
desigual e excludente se
manteve por muitos anos.
• Os negros se organizaram e
criaram redutos para discutir
política e lutar por igualdade
14. Populações afrodescendentes
• Na Primeira República os cultos
africanos eram proibidos, os
negros eram perseguidos e
presos se fossem pegos
praticando o Candomblé,
capoeira e outros ritos
africanos.
•
Capa da primeira constituição
pós monarquia 1891.
15. Constituição de 1891
• Algumas características da Constituição de 1891:
•
Tripartição dos poderes: executivo, legislativo e judiciário;
• Voto aberto;
• Sufrágio masculino, ou seja, voto masculino universal para
maiores de 21 anos;
• Não votavam analfabetos (maioria dos ex-escravizados),
mulheres, mendigos e soldados;
• Estado laico;
• Fim da pena de morte.
17. • A situação dos afrodescendentes no Brasil da Primeira
República não era nada fácil, e os ex-escravizados, agora
homens livres tiveram que lutar muito por um lugar nesta
sociedade que ainda apresentava traços de escravismos e
muito racista que se formava no século XX.
• A constituição de 1891, trouxe desvantagens para a
população afro-brasileira com limitações no seus cultos e
na suas práticas culturais.
Populações afrodescendentes
18. • Muitos negros fugiram após a
abolição do campo para as
cidades e formaram as
favelas, sem opção de
emprego, sem acesso as
escolas.
Populações afrodescendentes
19. • O voto aberto, os colocava em situação de risco, já que
eram obrigados a votar nas elites em troca de favores no
trabalho e na própria vida em sociedade.
•
Essa forma de votação aberta, irá levar ao chamado voto
de cabresto, muito comum na Primeira República.
Populações afrodescendentes
20. • Desde o início da República no Brasil, as mulheres foram
excluídas de qualquer direito político.
• Mas isso, não significa que as mulheres não lutaram pelo
seu direito a voto, participação política, direitos iguais,
educação e ensino superior.
• A constituição de 1891, não concedeu o voto a mulher e
nem o direito de ser votada.
• As mulheres brancas e negras nada possuíam de direito, o
machismo imperava.
As mulheres na Primeira República
21. • Professora
Leolinda Daltro
foi uma das
mulheres que
lutou pelos
direitos
femininos, ou
seja, uma das
muitas feministas
do século XX.
As mulheres na Primeira República
22. • Bertha Lutz,
juntamente com
Leonilda fundam o
Partido Republicano
Feminista, que dá
início ao movimento
feminista no Brasil.
As mulheres na Primeira República
23. • As mulheres resistiram em atividades autônomas, como
domésticas, lavadeiras, vendedoras de doces e quitutes
entre outros produtos, costureiras.
• Mulheres pobres e sua maioria negras, que sobreviviam
com precárias condições de vida, mau garantiam o
necessário para sustentar seus filhos.
• Com a industrialização e urbanização foram relegadas a
margem da sociedade republicana e machista.
As mulheres na Primeira República
24. • Mesmo com todas essas
adversidades as mulheres
lutaram e conquistaram seu
lugar na sociedade brasileira
ao longo das décadas pós
escravidão.
As mulheres na Primeira República
25. • Retrato das
mulheres da elite
na Primeira
República.
As mulheres na Primeira República
26. • Percebemos que ao longo da Primeira República, os
excluídos buscam a todo o momento serem incluídos:
indígenas, afrodescendentes, mulheres.
• Todos esses grupos buscam sua inserção social nesta
nova sociedade republicana e democrática.
• Mas nós sabemos, que estão longe de ver seus direitos
plenos estabelecidos e principalmente reconhecidos.
27. • Cabe a cada membro da sociedade contemporânea, lutar
para que toda a forma de preconceito e exclusão sejam
extirpados da nossa sociedade e a história nos possibilita
evitarmos cometermos novamente os erros do passado.
• Os indígenas devem ter seu direito a propriedade
reconhecido e o Estado dar o suporte para manutenção
deste direito.
• Os povos afrodescendentes direitos plenos a sua cultura e
o mesmo acesso a bens e serviços das classes
dominantes.
• As mulheres não serem mais coagidas, reprimidas e
violentadas (socialmente e politicamente) pelo machismo
ainda existente em nossa sociedade.