SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 27
GLOBALIZAÇÃO
Releitura da obra de Zygmunt Bauman




  PrOf. SILvânIO BArceLOS
GLOBALIZAÇÃO: Uma palavra em
voga
   A “globalização” está na ordem do dia; uma palavra
    da moda que se transforma rapidamente em um
    lema, uma encantação mágica, uma senha capaz de
    abrir as portas de todos os mistérios presentes e
    futuros. Para alguns, “globalização” é o que
    devemos fazer se quisermos ser felizes; para
    outros, é a causa da nossa infelicidade. Para todos,
    porém, “globalização” é o destino irremediável do
    mundo, um processo irreversível; é também um
    processo que nos afeta a todos na mesma medida e
    da mesma maneira. Estamos todos sendo
    “globalizados” – e isso significa basicamente o
    mesmo para todos. (p. 7)
COMPRESSÃO TEMPO/ESPAÇO


   A globalização tanto divide quanto une; divide
    enquanto une.
   “Junto com as dimensões planetárias dos negócios,
    das finanças, do comércio e do fluxo de
    informação, é colocado em movimento um
    processo localizador, de fixação no espaço” p. 8
   Mobilidade: um valor cobiçado
   Liberdade X “localidade”
   Movimento: contragosto, desígnio ou revelia =
    GLOBAL X LOCAL
Tempo e classe
 “A companhia pertence às pessoas que nela investem – não aos
  empregados, fornecedores ou à localidade em que se situa”
  (Albert J. Dunlap). P. 13
 O poder absoluto dos acionistas
 Último quarto século XX: “Grande guerra de independência em
  relação ao espaço”
 Papel da empresa: pagar seus impostos devidos ao sistema
  negligenciando os direitos dos trabalhadores = o refugo humano
  descartável.
 Quando inviável a empresa muda de local deixando aos locais a
  tarefa de lamber as feridas, consertar o dano e se livrar do lixo. P.
  15
Tempo e classe (cont.)
Proprietários ausentes, marco II

  “A nova liberdade do capital é reminiscente da
   liberdade que tinham outrora os proprietários
   ausentes, notórios por sua negligência, muito
   sentida, face às necessidades das populações que
   os alimentavam” p. 17
  Extrair o produto excedente. Ficavam presos ao
   seu investimento. Esgotamento das terras,
   fortunas precárias. Limites territoriais, reduzir a
   diferença pela força.
  Capitalismo pós-moderno: Não há limitações
   territoriais. Se o embate com a alteridade exigir
   esforços dispendiosos MUDA-SE DE LOCAL.
Tempo e classe (cont.)
Liber dade de movimento e auto-
constituição das sociedades
  Paul Virílio: “Fim da geografia” = As distâncias já
   não importam, ao passo que a idéia de uma
   fronteira geográfica é cada vez mais difícil de
   sustentar no mundo real. P. 19
  Realidade das fronteiras: No passado, como hoje,
   as elites sempre foram mais cosmopolitas. Ao
   contrário, as classes inferiores eram confinadas
   em fronteiras bem definidas.
  Insignificância do “instante”: espaços e
   delimitadores de espaço perdem sua importância.
Continuação...
  Sobre o espaço planejado, territorial-urbanístico-
   arquitetônico, impôs-se um terceiro espaço
   cibernético do mundo humano com o advento da
   rede mundial de informática. P. 24
  “Aqui” e “lá” perderam o sentido.
  As classes subalternas, apesar de utilizar a
   velocidade da internet, continuam “separadas por
   obstáculos físicos e distâncias temporais”. P. 25
  “Separação que agora é mais impiedosa e tem
   efeitos psicológicos mais profundos do que nunca.
   P. 25.
Tempo e classe (cont.)
Nova velocidade, nova polarização
 CIBERESPAÇO:
 A) Para a elite móvel significa libertação em relação ao
     “físico”
 B) Combinação do etéreo com a onipotência
 C) Imunidade à interferência local (política da não-
     vizinhança): as elites se isolam em casas superprotegidas,
     como os fossos dos castelos medievais. A
     desterritorialização do poder anda de mãos dadas com a
     estruturação estrita do território. P. 27
 D) Elites supra-locais se isolam materialmente em suas
     localidades. Locais somente acessíveis por senhas.
 E) O espaço público é lentamente substituido pelo privado.
     Fim do modo de vida comunitário.
 F) Os excluidos são literalmente empurrados para fora das
     “cercas elétricas”.
Globalização: progressiva segregação
espacial = separação e exclusão

  “Os centros de produção de
   significado e valor são hoje
   extraterritoriais e emancipados de
   restrições locais – o que não se
   aplica, porém, à condição humana, à
   qual esses valores e significados
   devem informar e dar sentido” p. 9
CONTINUAÇÃO...

    GUERRAS ESPACIAIS nos territórios urbanos:
   “Os habitantes desprezados e despojados de poder
      das áreas pressionadas e implacavelmente
      usurpadas respondem com ações agressivas
      próprias; tentam instalar nas fronteiras de seus
      guetos seus próprios avisos de – não ultrapasse –
      Usam para isso qualquer material que lhes caia
      nas mãos – rituais, roupas estranhas, atitudes
      bizarras, ruptura de regras, quebrando garrafas,
      janelas ou cabeças, lançando retóricos desafios à
      lei” p. 29.
   * A lei aplicada escamoteia o significado real do
      movimento: tentativas de tornar audíveis e legíveis
      as reivindicações territoriais. Só o que querem os
      excluídos é sua inclusão no jogo territorial.
Continuação...

   FIM DO ESPAÇO PÚBLICO DE DEBATE:
   Lazarsfeld: Líderes de opiniões locais
   Nils Christie: Alegoria
 a) Moisés – Jesus – Maomé (Justiça piramidal)
 b) Mulheres reunidas na fonte (justiça igualitária)
 c) O poço é abolido: Lavanderias automáticas, sobrava algum
    tempinho para conversas.
 d) Shoppings: espaço de (in)sociabilidades
 “Os locais de encontro eram também aqueles em que se
    criavam as normas – de modo que se pudesse fazer justiça e
    distribuí-la horizontalmente, assim re-unindo os
    interlocutores numa comunidade.”p. 33
 = Não há mais espaço para a opinião local.
2. GUERRAS ESPACIAIS:
                informe de carreira

  Desde os primórdios o “corpo humano era a
   medida de todas as coisas” (Witold Kula, hist.).
 Burguesia cria a uniformidade das medidas
 ESTADO MODERNO:

“ Unificação do espaço submetido agora à sua
   autoridade direta; ela consistia em separar as
   categorias e distinções espaciais das práticas
   humanas que os poderes do Estado não
   controlavam”
= MAPAS: Territórios domesticados pelo Estado
   moderno. X caos dos aldeamentos/paróquias
A construção dos espaços: cidades
   Modêlo panóptico de Michel Foucault: espaço
    artifical = uma relação de poder
   Visões utópicas modernas da cidade perfeita:
    Planejamento prévio, construção à partir do
    nada, homogeneização dos elementos
    espaciais.
   Cidade chamada liberdade: Ano V da
    Revolução Francesa = sonhos de uma cidade
    perfeita.
   Visão da cidade perfeita (Jürgen Habermas):
    Rejeição total da história.
   “ La ville radieuse” de Le Corbusier: evangelho
    do modernismo urbano = morte das cidades
    existentes (refugo da história) = Brasília - DF
Agorafobia e o renascimento da localidade
   Devastação das pálidas sombras da Ágora: “as
    tentativas de homogeneizar o espaço urbano, de torná-lo
    lógico, funcional ou legível redundaram na desintegração
    das redes protetoras tecidas pelos laços humanos, na
    experiência fisicamente devastadora do abandono e da
    solidão” p. 53.
   Condição urbana ideal: aceitar a alteridade
   Realidade cidades nos EUA: Intolerância à diferença,
    ressentimento com os estranhos, necessidade de isolá-
    los ou bani-los, histeria paranóica com a Lei e a ordem =
    segregação racial, étnica e de classe.
   “ A uniformidade alimenta a conformidade e a outra face
    da conformidade é a intolerância”. P. 55.
   Mundo pós-moderno: Superação do panóptico (poucos
    observam muitos); Internet e Web não são para todos
    (potencial consumidor); TV = muitos observam poucos:
    os locais observam os globais.
3 – Depois da Nação-estado, o que?

   NOVA (DES)ORDEM MUNDIAL: O Estado-nação
    definha em detrimento ao poder das empresas
    transnacionais = mobilidade (procura por novos
    mercados e áreas que permitem maiores lucros).
   FIM DA GUERRA FRIA: “não há mais uma localidade
    com arrogância bastante para falar em nome da
    humanidade como um todo ou para ser ouvida e
    obedecida pela humanidade ao se pronunciar” p. 66
   GLOBALIZAÇÃO: ausência de um centro, de um
    painel de controle, de uma comissão diretora, de um
    gabinete administrativo. É a “nova desordem
    mundial”.
Continuação...
   A expropriação do Estado:
   Após os anos 1960 o Estado Keynesiano cedeu lugar à política
    neo-liberal. Conseqüência: tripé da soberania estatal foi
    abalado = os mercados financeiros globais impõem suas leis e
    preceitos ao planeta.
   Hoje a “nação-estado torna-se um mero serviço de segurança
    para as mega-empresas” p. 74.
   GLOCALIZAÇÃO: “A criação de riqueza está a caminho de
    finalmente emancipar-se das suas perpétuas conexões com a
    produção de coisas, o processamento de materiais, a criação
    de empregos e a direção de pessoas” p. 80
   Os antigos ricos precisavam dos pobres para fazê-los e mantê-
    los ricos.
   Os novos ricos não precisam mais dos pobres.
   As riquezas são globais, a miséria é local.
4. Turistas e vagabundos

   Hoje em dia estamos todos em movimento.
   Nossa sociedade é uma sociedade de consumo.
    A sociedade antecedente (industrial) era uma
    “sociedade de produtores”.
   A cultura da sociedade de consumo prega o
    esquecimento, não o aprendizado: consumidor
    impaciente, impetuoso, indócil, instigável e de
    fácil desinteresse. É PRECISO ALIMENTAR O
    CÍRCULO VICIOSO DO CONSUMO
    DESENFREADO.
CONTINUAÇÃO...

 “os consumidores são acima de tudo
    colecionadores de sensações”. O desejo não
    deseja satisfação, deseja apenas o desejo. P. 91
   Primeiro mundo: globalmente móveis, o espaço
    não é restritivo. Controle do tempo. Seus
    habitantes vivem no tempo. O espaço não
    importa.
   Segundo mundo: localidade amarrada, sujeitos
    às mudanças que afetam o seu local, o espaço
    real se fecha. Controlado pelo tempo.
Continuação...

   ABISMO SOCIAL: entre “uma rica elite enfurnada em
    condomínios vigiados” e “uma maioria sem trabalho e
    empobrecida”. P. 98
   CULTURA DO PRESENTE ABSOLUTO: A mobilidade total
    de uma elite privilegiada transforma o mundo numa aldeia
    global.
   TURISTA: Ficam ou se vão a seu bel-prazer. Se movem
    porque acham o mundo ao seu alcance (global)
    irresistivelmente atraente.
   VAGABUNDO: se movem porque acham o mundo a seu
    alcance (local) insuportavelmente inóspito.
Continuação...

   “o capital não precisa mais da mão-de-obra itinerante (enquanto
    sua mais avançada e emancipada vanguarda high-tech sequer
    precisa de mão-de-obra alguma, móvel ou fixa).
   MURALHAS CONTRA O VAGABUNDO: Leis de imigração ou de
    nacionalidade. = sinal verde para os turistas, sinal vermelho para
    os vagabundos.
   “Um mundo sem vagabundos: utopia da sociedade dos turistas =
    no entanto os turistas não existiriam sem os vagabundos.
   Sob a película dos “Globais” ferve um caldeirão do
    desconhecido: A feiúra das favelas, dos excluídos.

   PARADOXO: A era da “compressão espaço-temporal”, da
    ilimitada transferência de informação e da comunicação
    instantânea, é também a era de uma quase total quebra de
    comunicação entre as elites instruídas e o populus”
5. LEI GLOBAL, ORDENS LOCAIS
• Nos EUA, segundo Pierre Bourdieu: “o Estado
  Beneficente, fundado no conceito moralizante de
  pobreza, tende a bifurcar-se num Estado Social que
  provê garantias mínimas de segurança para as
  classes médias e num Estado cada vez mais
  repressivo que contra-ataca os efeitos violentos da
  condição cada vez mais precária da grande massa
  da população, principalmente os negros”. P. 111
• Para uns poucos: uma existência ordeira e segura.
• Para “os outros”: toda a espantosa e ameaçadora
  força da lei.
Continuação...

•   O império dos interesses dos “investidores”:
•   Controle mais estritos dos gastos públicos
•   Redução dos impostos
•   Reforma do sistema de proteção social
•   Desmantelamento das normas das relações de trabalho.
    Flexibilidade à favor dos acionistas.
•   CONSEQÜÊNCIAS:
•   A) liberdade de ir aonde os pastos são mais verdes
•   B) Aos “locais” a incumbência de limpar o lixo.
•   C) Extrema fragilização da posição do empregado: trabalhos
    temporários, relação vertical de poder.
•   POLARIZAÇÃO PÓS-MODERNA DAS CONDIÇÕES SOCIAIS: “o
    topo da nova hierarquia é extraterritorial; suas camadas
    inferiores são marcadas por graus variados de restrições
    espaciais e as da base são, para todos os efeitos práticos,
    glebae adscripti”. P. 113
FÁBRICAS DE IMOBILIDADE

• AS PRISÕES MODERNAS:
• Casas de correição século XVIII: produção de
  homens saudáveis, moderados no comer,
  acostumados ao trabalho, com vontade de ter um
  bom emprego, capazes do próprio sustento e
  tementes à Deus.
• Controle Panóptico de Bentham: tirar os internos do
  caminho da perdição moral, desenvolver hábitos que
  permitam o seu retorno ao convívio social, combater
  a preguiça. (era a época da ética do trabalho).
• PRISÃO DE PELICAN BAY: Uma fábrica de
  imobilidade. “laboratório da sociedade globalizada
  no qual são testadas as técnicas de confinamento
  espacial do lixo e do refugo da globalização.
PRISÕES NA IDADE DA PÓS-CORREÇÃO

•   Presos para cada grupo de 100.000 habitantes:
•   E U A: 649 presos
•   NORUEGA: 64 presos
•   HOLANDA: 86 presos
•   INGLATERRA E GALES: 114 presos
“Segundo Zigmunt Baumam: as causas do aumento acelerado de
  prisões no mundo se relacionam às transformações
    conhecidas pelo nome de globalização.

“Os governos não podem seriamente prometer nada exceto
    ‘flexibilidade de mão-de-obra’ – isto é, em última análise, mais
    insegurança e cada vez mais penosa e incapacitante”. P. 126
SEGURANÇA: meio palpável, fim ilusório

• Impossibilitados de resolver os problemas cruciais
  das sociedades modernas, os governos investem no
  espetáculo televisivo da segurança pública:
• Autopropulsão do medo
• Preocupação com a segurança pessoal
• Incerteza psicológica
“A espetaculosidade das operações punitivas importa
  mais que sua eficácia, que de qualquer forma, dada
  a indiferença geral e a curta duração da memória
  pública, raramente é testada”. P. 128
“o caminho mais curto para a prosperidade econômica
  da nação e, supõe-se, para a sensação de bem-estar
  dos eleitores, é a da pública exibição de
  competência policial e destreza do Estado”.
O FORA DE ORDEM

• O SISTEMA ATACA A BASE E NÃO O TOPO DA
  SOCIEDADE:
• Roubar os recursos de nações inteiras é chamado
  de “promoção do livre comércio”.
• Roubar famílias e comunidades inteiras de seu meio
  de subsistência é chamado “enxugamento” ou
  simplesmente “racionalização”
• (Nenhum desses feitos jamais foi incluído entre os
  atos criminosos passíveis de punição). P. 131
• “A exclusão das liberdades globais tende a redundar
  no fortalecimento das localidades”
• “A fragmentação e o isolamento ‘na base’ continuam
  sendo os irmãos gêmeos da globalização no topo”
Bibliografia
• As análises constantes desta
  apresentação tiveram por fio condutor a
  obra:
• Bauman, Zigmunt. Globalização: as
  conseqüências humanas, tradução
  Marcus Penchel.- Rio de Janeiro: Jorge
  Zahar, 1999.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Sociologia e meio ambiente
Sociologia e meio ambienteSociologia e meio ambiente
Sociologia e meio ambienteEEBMiguelCouto
 
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4GernciadeProduodeMat
 
Texto desigualdades sociespaciais-
Texto  desigualdades sociespaciais-Texto  desigualdades sociespaciais-
Texto desigualdades sociespaciais-blogarlete
 
Urbanização brasileira
Urbanização brasileiraUrbanização brasileira
Urbanização brasileiraAbner de Paula
 
Contributos Teóricos e Histórico-Políticos no Contexto da Educação de Adultos...
Contributos Teóricos e Histórico-Políticos no Contexto da Educação de Adultos...Contributos Teóricos e Histórico-Políticos no Contexto da Educação de Adultos...
Contributos Teóricos e Histórico-Políticos no Contexto da Educação de Adultos...Ricardo da Palma
 
História,sujeito e fato histórico
História,sujeito e fato históricoHistória,sujeito e fato histórico
História,sujeito e fato históricoUecson Santos
 
Sociologia identidade cultural
Sociologia   identidade culturalSociologia   identidade cultural
Sociologia identidade culturalGustavo Soares
 
Sociologia sociologia contemporanea
Sociologia   sociologia contemporaneaSociologia   sociologia contemporanea
Sociologia sociologia contemporaneaDaniele Rubim
 
Aula 3 A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...
Aula 3    A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...Aula 3    A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...
Aula 3 A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...Prof. Noe Assunção
 
Aula 1 Participação política e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Aula 1   Participação política e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe AssunçãoAula 1   Participação política e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Aula 1 Participação política e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe AssunçãoProf. Noe Assunção
 
Espaço e sociedade
Espaço e sociedadeEspaço e sociedade
Espaço e sociedadeEstude Mais
 
Teoria das representações sociais
Teoria das representações sociaisTeoria das representações sociais
Teoria das representações sociaisJhonata Andrade
 
ciencias-humanas-e-sociais-aplicadas.pdf
ciencias-humanas-e-sociais-aplicadas.pdfciencias-humanas-e-sociais-aplicadas.pdf
ciencias-humanas-e-sociais-aplicadas.pdfPaulo Ricardo
 
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13CHS603)
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13CHS603)HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13CHS603)
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13CHS603)GernciadeProduodeMat
 
A Construção da Identidade
A Construção da IdentidadeA Construção da Identidade
A Construção da IdentidadeNelson Ramalhoto
 
Sociologia - Globalização
Sociologia   - Globalização Sociologia   - Globalização
Sociologia - Globalização Carmem Rocha
 

Mais procurados (20)

01 - O que é Sociologia
01 - O que é Sociologia01 - O que é Sociologia
01 - O que é Sociologia
 
Sociologia e meio ambiente
Sociologia e meio ambienteSociologia e meio ambiente
Sociologia e meio ambiente
 
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4
 
Texto desigualdades sociespaciais-
Texto  desigualdades sociespaciais-Texto  desigualdades sociespaciais-
Texto desigualdades sociespaciais-
 
Urbanização brasileira
Urbanização brasileiraUrbanização brasileira
Urbanização brasileira
 
O pensamento social
O pensamento socialO pensamento social
O pensamento social
 
Contributos Teóricos e Histórico-Políticos no Contexto da Educação de Adultos...
Contributos Teóricos e Histórico-Políticos no Contexto da Educação de Adultos...Contributos Teóricos e Histórico-Políticos no Contexto da Educação de Adultos...
Contributos Teóricos e Histórico-Políticos no Contexto da Educação de Adultos...
 
História,sujeito e fato histórico
História,sujeito e fato históricoHistória,sujeito e fato histórico
História,sujeito e fato histórico
 
Sociologia identidade cultural
Sociologia   identidade culturalSociologia   identidade cultural
Sociologia identidade cultural
 
Sociologia sociologia contemporanea
Sociologia   sociologia contemporaneaSociologia   sociologia contemporanea
Sociologia sociologia contemporanea
 
Desigualdade Social
Desigualdade SocialDesigualdade Social
Desigualdade Social
 
Aula 3 A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...
Aula 3    A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...Aula 3    A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...
Aula 3 A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...
 
Aula 1 Participação política e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Aula 1   Participação política e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe AssunçãoAula 1   Participação política e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Aula 1 Participação política e cidadania - 3º Sociologia - Prof. Noe Assunção
 
Estratificação e Desigualdade Social
Estratificação e Desigualdade SocialEstratificação e Desigualdade Social
Estratificação e Desigualdade Social
 
Espaço e sociedade
Espaço e sociedadeEspaço e sociedade
Espaço e sociedade
 
Teoria das representações sociais
Teoria das representações sociaisTeoria das representações sociais
Teoria das representações sociais
 
ciencias-humanas-e-sociais-aplicadas.pdf
ciencias-humanas-e-sociais-aplicadas.pdfciencias-humanas-e-sociais-aplicadas.pdf
ciencias-humanas-e-sociais-aplicadas.pdf
 
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13CHS603)
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13CHS603)HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13CHS603)
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13CHS603)
 
A Construção da Identidade
A Construção da IdentidadeA Construção da Identidade
A Construção da Identidade
 
Sociologia - Globalização
Sociologia   - Globalização Sociologia   - Globalização
Sociologia - Globalização
 

Semelhante a A globalização e a segregação espacial segundo Zygmunt Bauman

PARA ALÉM DO PENSAMENTO ABISSAL
PARA ALÉM DO PENSAMENTO ABISSALPARA ALÉM DO PENSAMENTO ABISSAL
PARA ALÉM DO PENSAMENTO ABISSALMAICONDACAMARGO
 
Sociedades em rede, cidades globais, etc
Sociedades em rede, cidades globais, etcSociedades em rede, cidades globais, etc
Sociedades em rede, cidades globais, etcblogarlete
 
37930 vidas desperdiçadas zigmunt bauman
37930 vidas desperdiçadas  zigmunt bauman37930 vidas desperdiçadas  zigmunt bauman
37930 vidas desperdiçadas zigmunt baumanLilian Brito
 
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia Quadros
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia QuadrosDa ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia Quadros
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia QuadrosSilvânio Barcelos
 
A sociedade em rede TEDXCuritiba com Gil Giardelli
A sociedade em rede TEDXCuritiba com Gil GiardelliA sociedade em rede TEDXCuritiba com Gil Giardelli
A sociedade em rede TEDXCuritiba com Gil GiardelliGil Giardelli
 
Fronteira. a degradação do outro nos confins do humano
Fronteira. a degradação do outro nos confins do humanoFronteira. a degradação do outro nos confins do humano
Fronteira. a degradação do outro nos confins do humanoSilvânio Barcelos
 
Laudato Si'- Introdução
Laudato Si'- IntroduçãoLaudato Si'- Introdução
Laudato Si'- IntroduçãoSimone Ferreira
 
Direitos Humanos
Direitos HumanosDireitos Humanos
Direitos HumanosCatarina
 
"Sociedade em rede e economia criativa"
"Sociedade em rede e economia criativa" "Sociedade em rede e economia criativa"
"Sociedade em rede e economia criativa" Gil Giardelli
 
Sociedade contemporanea e alienação
Sociedade contemporanea e alienaçãoSociedade contemporanea e alienação
Sociedade contemporanea e alienaçãoErica Frau
 
Manifesto do partido comunista
Manifesto do partido comunistaManifesto do partido comunista
Manifesto do partido comunistasesounirio
 
éTica, estética e política na comunicação
éTica, estética e política na comunicaçãoéTica, estética e política na comunicação
éTica, estética e política na comunicaçãoJadisson Vaz
 

Semelhante a A globalização e a segregação espacial segundo Zygmunt Bauman (20)

PARA ALÉM DO PENSAMENTO ABISSAL
PARA ALÉM DO PENSAMENTO ABISSALPARA ALÉM DO PENSAMENTO ABISSAL
PARA ALÉM DO PENSAMENTO ABISSAL
 
Raizes do brasil
Raizes do brasilRaizes do brasil
Raizes do brasil
 
Raizes do brasil
Raizes do brasilRaizes do brasil
Raizes do brasil
 
Sociedades em rede, cidades globais, etc
Sociedades em rede, cidades globais, etcSociedades em rede, cidades globais, etc
Sociedades em rede, cidades globais, etc
 
37930 vidas desperdiçadas zigmunt bauman
37930 vidas desperdiçadas  zigmunt bauman37930 vidas desperdiçadas  zigmunt bauman
37930 vidas desperdiçadas zigmunt bauman
 
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia Quadros
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia QuadrosDa ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia Quadros
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia Quadros
 
A sociedade em rede TEDXCuritiba com Gil Giardelli
A sociedade em rede TEDXCuritiba com Gil GiardelliA sociedade em rede TEDXCuritiba com Gil Giardelli
A sociedade em rede TEDXCuritiba com Gil Giardelli
 
O indivíduo em bauman, hall, augé
O indivíduo em bauman, hall, augéO indivíduo em bauman, hall, augé
O indivíduo em bauman, hall, augé
 
Por uma outra globalizacao milton santos
Por uma outra globalizacao   milton santosPor uma outra globalizacao   milton santos
Por uma outra globalizacao milton santos
 
Fronteira. a degradação do outro nos confins do humano
Fronteira. a degradação do outro nos confins do humanoFronteira. a degradação do outro nos confins do humano
Fronteira. a degradação do outro nos confins do humano
 
Laudato Si'- Introdução
Laudato Si'- IntroduçãoLaudato Si'- Introdução
Laudato Si'- Introdução
 
Direitos Humanos
Direitos HumanosDireitos Humanos
Direitos Humanos
 
Modernidade
ModernidadeModernidade
Modernidade
 
Geografia agraria
Geografia agrariaGeografia agraria
Geografia agraria
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalização
 
A moradia
A moradiaA moradia
A moradia
 
"Sociedade em rede e economia criativa"
"Sociedade em rede e economia criativa" "Sociedade em rede e economia criativa"
"Sociedade em rede e economia criativa"
 
Sociedade contemporanea e alienação
Sociedade contemporanea e alienaçãoSociedade contemporanea e alienação
Sociedade contemporanea e alienação
 
Manifesto do partido comunista
Manifesto do partido comunistaManifesto do partido comunista
Manifesto do partido comunista
 
éTica, estética e política na comunicação
éTica, estética e política na comunicaçãoéTica, estética e política na comunicação
éTica, estética e política na comunicação
 

Mais de Silvânio Barcelos

A arte como princípio educativo
A arte como princípio educativo A arte como princípio educativo
A arte como princípio educativo Silvânio Barcelos
 
Cidadania, inclusão e ética na educação de jovens e adultos
Cidadania, inclusão e ética na educação de jovens e adultosCidadania, inclusão e ética na educação de jovens e adultos
Cidadania, inclusão e ética na educação de jovens e adultosSilvânio Barcelos
 
Adolescência a complexidade do ser na visão espírita
Adolescência a complexidade do ser na visão espíritaAdolescência a complexidade do ser na visão espírita
Adolescência a complexidade do ser na visão espíritaSilvânio Barcelos
 
Não se pode servir a deus e a mamon ppt
Não se pode servir a deus e a mamon pptNão se pode servir a deus e a mamon ppt
Não se pode servir a deus e a mamon pptSilvânio Barcelos
 
A lei de deus cap. 16 e 17 ppt
A lei de deus cap. 16 e 17 pptA lei de deus cap. 16 e 17 ppt
A lei de deus cap. 16 e 17 pptSilvânio Barcelos
 
Os dragões (apresentação Power Point)
Os dragões (apresentação Power Point)Os dragões (apresentação Power Point)
Os dragões (apresentação Power Point)Silvânio Barcelos
 
Dragões (baseado na obra de wanderley oliveira)
Dragões (baseado na obra de wanderley oliveira)Dragões (baseado na obra de wanderley oliveira)
Dragões (baseado na obra de wanderley oliveira)Silvânio Barcelos
 
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi 4)
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi   4)A lei de deus (revisitando pietro ubaldi   4)
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi 4)Silvânio Barcelos
 
A lei de deus (pietro ubaldi revisitado 3)
A lei de deus (pietro ubaldi revisitado   3)A lei de deus (pietro ubaldi revisitado   3)
A lei de deus (pietro ubaldi revisitado 3)Silvânio Barcelos
 
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi 2)
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi   2)A lei de deus (revisitando pietro ubaldi   2)
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi 2)Silvânio Barcelos
 
A grande síntese (revisitando pietro ubaldi)
A grande síntese (revisitando pietro ubaldi)A grande síntese (revisitando pietro ubaldi)
A grande síntese (revisitando pietro ubaldi)Silvânio Barcelos
 
A lei de deus revisitando pietro ubaldi 1
A lei de deus revisitando pietro ubaldi 1A lei de deus revisitando pietro ubaldi 1
A lei de deus revisitando pietro ubaldi 1Silvânio Barcelos
 
A educação da nova era silvânio barcelos
A educação da nova era silvânio barcelosA educação da nova era silvânio barcelos
A educação da nova era silvânio barcelosSilvânio Barcelos
 
Posse e conflito pela terra em jaurú mt
Posse e conflito pela terra em jaurú   mtPosse e conflito pela terra em jaurú   mt
Posse e conflito pela terra em jaurú mtSilvânio Barcelos
 
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroy
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroyO atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroy
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroySilvânio Barcelos
 
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...Silvânio Barcelos
 

Mais de Silvânio Barcelos (20)

A arte como princípio educativo
A arte como princípio educativo A arte como princípio educativo
A arte como princípio educativo
 
Cidadania, inclusão e ética na educação de jovens e adultos
Cidadania, inclusão e ética na educação de jovens e adultosCidadania, inclusão e ética na educação de jovens e adultos
Cidadania, inclusão e ética na educação de jovens e adultos
 
A educação quilombola
A educação quilombolaA educação quilombola
A educação quilombola
 
Adolescência a complexidade do ser na visão espírita
Adolescência a complexidade do ser na visão espíritaAdolescência a complexidade do ser na visão espírita
Adolescência a complexidade do ser na visão espírita
 
Não se pode servir a deus e a mamon ppt
Não se pode servir a deus e a mamon pptNão se pode servir a deus e a mamon ppt
Não se pode servir a deus e a mamon ppt
 
A lei de deus cap's 21 à 25
A lei de deus cap's 21 à 25A lei de deus cap's 21 à 25
A lei de deus cap's 21 à 25
 
A lei de deus cap. 16 e 17 ppt
A lei de deus cap. 16 e 17 pptA lei de deus cap. 16 e 17 ppt
A lei de deus cap. 16 e 17 ppt
 
Os dragões cap. 12 ppt
Os dragões cap. 12 pptOs dragões cap. 12 ppt
Os dragões cap. 12 ppt
 
Os dragões (apresentação Power Point)
Os dragões (apresentação Power Point)Os dragões (apresentação Power Point)
Os dragões (apresentação Power Point)
 
A lei de amor ppt
A lei de amor pptA lei de amor ppt
A lei de amor ppt
 
Dragões (baseado na obra de wanderley oliveira)
Dragões (baseado na obra de wanderley oliveira)Dragões (baseado na obra de wanderley oliveira)
Dragões (baseado na obra de wanderley oliveira)
 
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi 4)
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi   4)A lei de deus (revisitando pietro ubaldi   4)
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi 4)
 
A lei de deus (pietro ubaldi revisitado 3)
A lei de deus (pietro ubaldi revisitado   3)A lei de deus (pietro ubaldi revisitado   3)
A lei de deus (pietro ubaldi revisitado 3)
 
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi 2)
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi   2)A lei de deus (revisitando pietro ubaldi   2)
A lei de deus (revisitando pietro ubaldi 2)
 
A grande síntese (revisitando pietro ubaldi)
A grande síntese (revisitando pietro ubaldi)A grande síntese (revisitando pietro ubaldi)
A grande síntese (revisitando pietro ubaldi)
 
A lei de deus revisitando pietro ubaldi 1
A lei de deus revisitando pietro ubaldi 1A lei de deus revisitando pietro ubaldi 1
A lei de deus revisitando pietro ubaldi 1
 
A educação da nova era silvânio barcelos
A educação da nova era silvânio barcelosA educação da nova era silvânio barcelos
A educação da nova era silvânio barcelos
 
Posse e conflito pela terra em jaurú mt
Posse e conflito pela terra em jaurú   mtPosse e conflito pela terra em jaurú   mt
Posse e conflito pela terra em jaurú mt
 
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroy
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroyO atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroy
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroy
 
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...
 

A globalização e a segregação espacial segundo Zygmunt Bauman

  • 1. GLOBALIZAÇÃO Releitura da obra de Zygmunt Bauman PrOf. SILvânIO BArceLOS
  • 2. GLOBALIZAÇÃO: Uma palavra em voga  A “globalização” está na ordem do dia; uma palavra da moda que se transforma rapidamente em um lema, uma encantação mágica, uma senha capaz de abrir as portas de todos os mistérios presentes e futuros. Para alguns, “globalização” é o que devemos fazer se quisermos ser felizes; para outros, é a causa da nossa infelicidade. Para todos, porém, “globalização” é o destino irremediável do mundo, um processo irreversível; é também um processo que nos afeta a todos na mesma medida e da mesma maneira. Estamos todos sendo “globalizados” – e isso significa basicamente o mesmo para todos. (p. 7)
  • 3. COMPRESSÃO TEMPO/ESPAÇO  A globalização tanto divide quanto une; divide enquanto une.  “Junto com as dimensões planetárias dos negócios, das finanças, do comércio e do fluxo de informação, é colocado em movimento um processo localizador, de fixação no espaço” p. 8  Mobilidade: um valor cobiçado  Liberdade X “localidade”  Movimento: contragosto, desígnio ou revelia = GLOBAL X LOCAL
  • 4. Tempo e classe  “A companhia pertence às pessoas que nela investem – não aos empregados, fornecedores ou à localidade em que se situa” (Albert J. Dunlap). P. 13  O poder absoluto dos acionistas  Último quarto século XX: “Grande guerra de independência em relação ao espaço”  Papel da empresa: pagar seus impostos devidos ao sistema negligenciando os direitos dos trabalhadores = o refugo humano descartável.  Quando inviável a empresa muda de local deixando aos locais a tarefa de lamber as feridas, consertar o dano e se livrar do lixo. P. 15
  • 5. Tempo e classe (cont.) Proprietários ausentes, marco II  “A nova liberdade do capital é reminiscente da liberdade que tinham outrora os proprietários ausentes, notórios por sua negligência, muito sentida, face às necessidades das populações que os alimentavam” p. 17  Extrair o produto excedente. Ficavam presos ao seu investimento. Esgotamento das terras, fortunas precárias. Limites territoriais, reduzir a diferença pela força.  Capitalismo pós-moderno: Não há limitações territoriais. Se o embate com a alteridade exigir esforços dispendiosos MUDA-SE DE LOCAL.
  • 6. Tempo e classe (cont.) Liber dade de movimento e auto- constituição das sociedades  Paul Virílio: “Fim da geografia” = As distâncias já não importam, ao passo que a idéia de uma fronteira geográfica é cada vez mais difícil de sustentar no mundo real. P. 19  Realidade das fronteiras: No passado, como hoje, as elites sempre foram mais cosmopolitas. Ao contrário, as classes inferiores eram confinadas em fronteiras bem definidas.  Insignificância do “instante”: espaços e delimitadores de espaço perdem sua importância.
  • 7. Continuação...  Sobre o espaço planejado, territorial-urbanístico- arquitetônico, impôs-se um terceiro espaço cibernético do mundo humano com o advento da rede mundial de informática. P. 24  “Aqui” e “lá” perderam o sentido.  As classes subalternas, apesar de utilizar a velocidade da internet, continuam “separadas por obstáculos físicos e distâncias temporais”. P. 25  “Separação que agora é mais impiedosa e tem efeitos psicológicos mais profundos do que nunca. P. 25.
  • 8. Tempo e classe (cont.) Nova velocidade, nova polarização CIBERESPAÇO: A) Para a elite móvel significa libertação em relação ao “físico” B) Combinação do etéreo com a onipotência C) Imunidade à interferência local (política da não- vizinhança): as elites se isolam em casas superprotegidas, como os fossos dos castelos medievais. A desterritorialização do poder anda de mãos dadas com a estruturação estrita do território. P. 27 D) Elites supra-locais se isolam materialmente em suas localidades. Locais somente acessíveis por senhas. E) O espaço público é lentamente substituido pelo privado. Fim do modo de vida comunitário. F) Os excluidos são literalmente empurrados para fora das “cercas elétricas”.
  • 9. Globalização: progressiva segregação espacial = separação e exclusão  “Os centros de produção de significado e valor são hoje extraterritoriais e emancipados de restrições locais – o que não se aplica, porém, à condição humana, à qual esses valores e significados devem informar e dar sentido” p. 9
  • 10. CONTINUAÇÃO...  GUERRAS ESPACIAIS nos territórios urbanos: “Os habitantes desprezados e despojados de poder das áreas pressionadas e implacavelmente usurpadas respondem com ações agressivas próprias; tentam instalar nas fronteiras de seus guetos seus próprios avisos de – não ultrapasse – Usam para isso qualquer material que lhes caia nas mãos – rituais, roupas estranhas, atitudes bizarras, ruptura de regras, quebrando garrafas, janelas ou cabeças, lançando retóricos desafios à lei” p. 29. * A lei aplicada escamoteia o significado real do movimento: tentativas de tornar audíveis e legíveis as reivindicações territoriais. Só o que querem os excluídos é sua inclusão no jogo territorial.
  • 11. Continuação...  FIM DO ESPAÇO PÚBLICO DE DEBATE:  Lazarsfeld: Líderes de opiniões locais  Nils Christie: Alegoria a) Moisés – Jesus – Maomé (Justiça piramidal) b) Mulheres reunidas na fonte (justiça igualitária) c) O poço é abolido: Lavanderias automáticas, sobrava algum tempinho para conversas. d) Shoppings: espaço de (in)sociabilidades “Os locais de encontro eram também aqueles em que se criavam as normas – de modo que se pudesse fazer justiça e distribuí-la horizontalmente, assim re-unindo os interlocutores numa comunidade.”p. 33 = Não há mais espaço para a opinião local.
  • 12. 2. GUERRAS ESPACIAIS: informe de carreira  Desde os primórdios o “corpo humano era a medida de todas as coisas” (Witold Kula, hist.).  Burguesia cria a uniformidade das medidas  ESTADO MODERNO: “ Unificação do espaço submetido agora à sua autoridade direta; ela consistia em separar as categorias e distinções espaciais das práticas humanas que os poderes do Estado não controlavam” = MAPAS: Territórios domesticados pelo Estado moderno. X caos dos aldeamentos/paróquias
  • 13. A construção dos espaços: cidades  Modêlo panóptico de Michel Foucault: espaço artifical = uma relação de poder  Visões utópicas modernas da cidade perfeita: Planejamento prévio, construção à partir do nada, homogeneização dos elementos espaciais.  Cidade chamada liberdade: Ano V da Revolução Francesa = sonhos de uma cidade perfeita.  Visão da cidade perfeita (Jürgen Habermas): Rejeição total da história.  “ La ville radieuse” de Le Corbusier: evangelho do modernismo urbano = morte das cidades existentes (refugo da história) = Brasília - DF
  • 14. Agorafobia e o renascimento da localidade  Devastação das pálidas sombras da Ágora: “as tentativas de homogeneizar o espaço urbano, de torná-lo lógico, funcional ou legível redundaram na desintegração das redes protetoras tecidas pelos laços humanos, na experiência fisicamente devastadora do abandono e da solidão” p. 53.  Condição urbana ideal: aceitar a alteridade  Realidade cidades nos EUA: Intolerância à diferença, ressentimento com os estranhos, necessidade de isolá- los ou bani-los, histeria paranóica com a Lei e a ordem = segregação racial, étnica e de classe.  “ A uniformidade alimenta a conformidade e a outra face da conformidade é a intolerância”. P. 55.  Mundo pós-moderno: Superação do panóptico (poucos observam muitos); Internet e Web não são para todos (potencial consumidor); TV = muitos observam poucos: os locais observam os globais.
  • 15. 3 – Depois da Nação-estado, o que?  NOVA (DES)ORDEM MUNDIAL: O Estado-nação definha em detrimento ao poder das empresas transnacionais = mobilidade (procura por novos mercados e áreas que permitem maiores lucros).  FIM DA GUERRA FRIA: “não há mais uma localidade com arrogância bastante para falar em nome da humanidade como um todo ou para ser ouvida e obedecida pela humanidade ao se pronunciar” p. 66  GLOBALIZAÇÃO: ausência de um centro, de um painel de controle, de uma comissão diretora, de um gabinete administrativo. É a “nova desordem mundial”.
  • 16. Continuação...  A expropriação do Estado:  Após os anos 1960 o Estado Keynesiano cedeu lugar à política neo-liberal. Conseqüência: tripé da soberania estatal foi abalado = os mercados financeiros globais impõem suas leis e preceitos ao planeta.  Hoje a “nação-estado torna-se um mero serviço de segurança para as mega-empresas” p. 74.  GLOCALIZAÇÃO: “A criação de riqueza está a caminho de finalmente emancipar-se das suas perpétuas conexões com a produção de coisas, o processamento de materiais, a criação de empregos e a direção de pessoas” p. 80  Os antigos ricos precisavam dos pobres para fazê-los e mantê- los ricos.  Os novos ricos não precisam mais dos pobres.  As riquezas são globais, a miséria é local.
  • 17. 4. Turistas e vagabundos  Hoje em dia estamos todos em movimento.  Nossa sociedade é uma sociedade de consumo. A sociedade antecedente (industrial) era uma “sociedade de produtores”.  A cultura da sociedade de consumo prega o esquecimento, não o aprendizado: consumidor impaciente, impetuoso, indócil, instigável e de fácil desinteresse. É PRECISO ALIMENTAR O CÍRCULO VICIOSO DO CONSUMO DESENFREADO.
  • 18. CONTINUAÇÃO...  “os consumidores são acima de tudo colecionadores de sensações”. O desejo não deseja satisfação, deseja apenas o desejo. P. 91  Primeiro mundo: globalmente móveis, o espaço não é restritivo. Controle do tempo. Seus habitantes vivem no tempo. O espaço não importa.  Segundo mundo: localidade amarrada, sujeitos às mudanças que afetam o seu local, o espaço real se fecha. Controlado pelo tempo.
  • 19. Continuação...  ABISMO SOCIAL: entre “uma rica elite enfurnada em condomínios vigiados” e “uma maioria sem trabalho e empobrecida”. P. 98  CULTURA DO PRESENTE ABSOLUTO: A mobilidade total de uma elite privilegiada transforma o mundo numa aldeia global.  TURISTA: Ficam ou se vão a seu bel-prazer. Se movem porque acham o mundo ao seu alcance (global) irresistivelmente atraente.  VAGABUNDO: se movem porque acham o mundo a seu alcance (local) insuportavelmente inóspito.
  • 20. Continuação...  “o capital não precisa mais da mão-de-obra itinerante (enquanto sua mais avançada e emancipada vanguarda high-tech sequer precisa de mão-de-obra alguma, móvel ou fixa).  MURALHAS CONTRA O VAGABUNDO: Leis de imigração ou de nacionalidade. = sinal verde para os turistas, sinal vermelho para os vagabundos.  “Um mundo sem vagabundos: utopia da sociedade dos turistas = no entanto os turistas não existiriam sem os vagabundos.  Sob a película dos “Globais” ferve um caldeirão do desconhecido: A feiúra das favelas, dos excluídos.  PARADOXO: A era da “compressão espaço-temporal”, da ilimitada transferência de informação e da comunicação instantânea, é também a era de uma quase total quebra de comunicação entre as elites instruídas e o populus”
  • 21. 5. LEI GLOBAL, ORDENS LOCAIS • Nos EUA, segundo Pierre Bourdieu: “o Estado Beneficente, fundado no conceito moralizante de pobreza, tende a bifurcar-se num Estado Social que provê garantias mínimas de segurança para as classes médias e num Estado cada vez mais repressivo que contra-ataca os efeitos violentos da condição cada vez mais precária da grande massa da população, principalmente os negros”. P. 111 • Para uns poucos: uma existência ordeira e segura. • Para “os outros”: toda a espantosa e ameaçadora força da lei.
  • 22. Continuação... • O império dos interesses dos “investidores”: • Controle mais estritos dos gastos públicos • Redução dos impostos • Reforma do sistema de proteção social • Desmantelamento das normas das relações de trabalho. Flexibilidade à favor dos acionistas. • CONSEQÜÊNCIAS: • A) liberdade de ir aonde os pastos são mais verdes • B) Aos “locais” a incumbência de limpar o lixo. • C) Extrema fragilização da posição do empregado: trabalhos temporários, relação vertical de poder. • POLARIZAÇÃO PÓS-MODERNA DAS CONDIÇÕES SOCIAIS: “o topo da nova hierarquia é extraterritorial; suas camadas inferiores são marcadas por graus variados de restrições espaciais e as da base são, para todos os efeitos práticos, glebae adscripti”. P. 113
  • 23. FÁBRICAS DE IMOBILIDADE • AS PRISÕES MODERNAS: • Casas de correição século XVIII: produção de homens saudáveis, moderados no comer, acostumados ao trabalho, com vontade de ter um bom emprego, capazes do próprio sustento e tementes à Deus. • Controle Panóptico de Bentham: tirar os internos do caminho da perdição moral, desenvolver hábitos que permitam o seu retorno ao convívio social, combater a preguiça. (era a época da ética do trabalho). • PRISÃO DE PELICAN BAY: Uma fábrica de imobilidade. “laboratório da sociedade globalizada no qual são testadas as técnicas de confinamento espacial do lixo e do refugo da globalização.
  • 24. PRISÕES NA IDADE DA PÓS-CORREÇÃO • Presos para cada grupo de 100.000 habitantes: • E U A: 649 presos • NORUEGA: 64 presos • HOLANDA: 86 presos • INGLATERRA E GALES: 114 presos “Segundo Zigmunt Baumam: as causas do aumento acelerado de prisões no mundo se relacionam às transformações conhecidas pelo nome de globalização. “Os governos não podem seriamente prometer nada exceto ‘flexibilidade de mão-de-obra’ – isto é, em última análise, mais insegurança e cada vez mais penosa e incapacitante”. P. 126
  • 25. SEGURANÇA: meio palpável, fim ilusório • Impossibilitados de resolver os problemas cruciais das sociedades modernas, os governos investem no espetáculo televisivo da segurança pública: • Autopropulsão do medo • Preocupação com a segurança pessoal • Incerteza psicológica “A espetaculosidade das operações punitivas importa mais que sua eficácia, que de qualquer forma, dada a indiferença geral e a curta duração da memória pública, raramente é testada”. P. 128 “o caminho mais curto para a prosperidade econômica da nação e, supõe-se, para a sensação de bem-estar dos eleitores, é a da pública exibição de competência policial e destreza do Estado”.
  • 26. O FORA DE ORDEM • O SISTEMA ATACA A BASE E NÃO O TOPO DA SOCIEDADE: • Roubar os recursos de nações inteiras é chamado de “promoção do livre comércio”. • Roubar famílias e comunidades inteiras de seu meio de subsistência é chamado “enxugamento” ou simplesmente “racionalização” • (Nenhum desses feitos jamais foi incluído entre os atos criminosos passíveis de punição). P. 131 • “A exclusão das liberdades globais tende a redundar no fortalecimento das localidades” • “A fragmentação e o isolamento ‘na base’ continuam sendo os irmãos gêmeos da globalização no topo”
  • 27. Bibliografia • As análises constantes desta apresentação tiveram por fio condutor a obra: • Bauman, Zigmunt. Globalização: as conseqüências humanas, tradução Marcus Penchel.- Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.