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DANIELLE OLIVEIRA DE ALMEIDA RIBEIRO
Fatores de Sucesso e Fracasso no Gerenciamento de
Projetos de Engenharia
BELO HORIZONTE
FACULDADE PITÁGORAS – NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO
2013
DANIELLE OLIVEIRA DE ALMEIDA RIBEIRO
Fatores de Sucesso e Fracasso no Gerenciamento de
Projetos de Engenharia
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Núcleo de Pós-Graduação da Faculdade
Pitágoras, como requisito parcial à obtenção do
grau de especialista em MBA Gerenciamento
de Projetos.
Orientador: Prof. Márcio Tibo
BELO HORIZONTE
FACULDADE PITÁGORAS – NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO
2013
DANIELLE OLIVEIRA DE ALMEIDA RIBEIRO
Fatores de Sucesso e Fracasso no Gerenciamento de
Projetos de Engenharia
Este trabalho foi julgado adequado como parte dos requisitos para a obtenção do grau de
especialista em MBA Gerenciamento de Projetos do Núcleo de Pós-Graduação da Faculdade
Pitágoras.
________________________________________
Prof. Márcio Tibo
PROFESSOR ORIENTADOR
________________________________________
Prof. Márcio Tibo
COORDENADOR DO CURSO
Data:____/____/________
Dedico este trabalho em primeiro lugar à Deus,
o maior responsável por tudo que sou,
e por tudo que tenho conquistado até hoje.
E aos meus pais Mauro e Regina,
fontes eternas de amor incondicional,
por todo suporte dedicado à minha formação,
e pelo apoio nos momentos mais difíceis.
Agradecimentos
Dedico meus sinceros agradecimentos à Progettare Engenharia de Projetos e Construções
Ltda., pelo apoio financeiro, suporte técnico, e por ter tornado os meus horários flexíveis, sem-
pre que possível, possibilitando a continuação dos meus estudos.
Agradeço também aos meus professores e orientadores do Curso MBA Gerenciamento de
Projetos da Faculdade Pitágoras, pela paciência, dedicação e por toda a orientação que recebi
até a conclusão deste trabalho, e aos meus colegas de turma, pela intensa troca de experiências,
companheirismo, e apoio mútuo que compartilhamos durante todo o curso.
Por fim, agradeço aos meus colegas de trabalho da CEMIG, TV Globo Minas e Progettare,
pessoas muito importantes e presentes em toda minha formação acadêmica, e de forma muito
especial aos meus pais Mauro e Regina, meus irmãos Marcelle e Guilherme, meu namorado
Carlos Eduardo e demais familiares e amigos por todo carinho, apoio e compreensão que sempre
me dedicaram.
Resumo
Muitas vezes, os gerentes de projetos de engenharia monitoram e gerenciam vários projetos
simultaneamente. Muitos destes projetos são concluídos com êxito, porém alguns, ou não são
concluídos dentro do prazo e do orçamento, ou acabam sendo cancelados. Algumas das razões
de fracasso em projetos são: a falta de envolvimento do usuário, falta de planejamento, requi-
sitos incompletos, falta de recursos, erros de estimativas de custo, entre vários outros. Ter uma
melhor compreensão das possíveis causas de fracasso em projetos é de grande importância para
os gerentes de projetos. As pesquisas nesta área têm sido de grande interesse para pesquisado-
res e profissionais. Assim, através de uma breve revisão da literatura, este trabalho tem como
objetivo discutir as questões envolvidas no sucesso e fracasso de projetos, além de apresentar
alguns fatores críticos para o sucesso da implementação de um projeto. Estes fatores que cau-
sam o sucesso ou insucesso de um projeto podem ser generalizados para uma grande variedade
de tipos de projetos e organizações.
Palavras-chaves: Gerenciamento de Projetos, Engenharia, Sucesso em Projetos, Projetos Fra-
cassados
Abstract
Often, project managers in engineering have to monitor and manage many projects concur-
rently. Unfortunately, some projects were completed successfully but some were not completed
on time, over budget or being cancelled. Some of the reasons of this project failure are: lack of
user involvement, lack of planning,incomplete requirements, lack of resources, incorrect cost
estimation, just to name a few. It is important for project managers and researchers to gain a
better understanding of the causes of project failure. The search for factors that influence pro-
ject success or failure has been of great interest to both researchers and practitioners. Based on
a survey of the literature this work discusses the issues involved in project success and failure,
and presents some factors that were found to be critical to the successful implementation of a
project. These factors that causes project success or failure were found to be generalizable to a
wide variety of project types and organizations.
Keywords: Project Manager, Engineering, Project Success, Project Failure
Sumário
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
1 Introdução p. 11
1.1 Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 11
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 12
1.3 Hipótese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13
1.4 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13
1.5 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 15
2 Conceitos Básicos de Gerenciamento de Projetos p. 17
2.1 Definição e Características de um Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 17
2.2 Definição, Objetivos e Benefícios do Gerenciamento de Projetos . . . . . . . p. 18
2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos . . . . . . . . . . . . . . . p. 20
2.3.1 PMBOK (Project Management Body of Knowledge) . . . . . . . . . p. 21
2.3.2 ISO 10006: Quality management - Guidelines to quality in project
management . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22
2.3.3 PRINCE2 (Project in a Controlled Environment) . . . . . . . . . . . p. 23
2.3.4 ICB (IPMA Competence Baseline) e NCB (National Competence Ba-
seline) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 25
2.4 Fases do Ciclo de Vida de Um Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 27
2.5 Áreas de Gerenciamento de Projetos (PMBOK) . . . . . . . . . . . . . . . . p. 28
3 Gerenciamento de Projetos de Engenharia p. 30
3.1 Características Gerais dos Projetos de Engenharia . . . . . . . . . . . . . . . p. 30
3.2 Critérios Gerais de Avaliação do Sucesso ou Fracasso de um Projeto . . . . . p. 32
3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia . . . . . . . p. 33
3.3.1 Causas de Fracasso em Projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 33
3.3.2 Fatores Críticos de Sucesso em Projetos . . . . . . . . . . . . . . . . p. 36
4 Conclusão p. 41
Referências Bibliográficas p. 44
Lista de Figuras
2.1 Variação do esforço com o tempo e fases do projeto . . . . . . . . . . . . . . p. 27
Lista de Tabelas
3.1 Fatores de Rejeição de Projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 35
3.2 Fatores de Fracasso de Projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 35
3.3 Fatores de Sucesso Percebido do Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 37
3.4 Fatores Críticos de Sucesso na Implementação de Projetos . . . . . . . . . . p. 38
3.5 Fatores de Sucesso para todos os estudos (N = 13) . . . . . . . . . . . . . . . p. 39
3.6 Fatores de Sucesso para estudos relacionados à engenharia e projetos de cons-
trução (N = 7) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 40
11
1 Introdução
1.1 Tema
Engenharia e desenvolvimento caminham juntos. O cenário de crescimento econômico que
o país se encontra e o aumento da exigência por qualidade nos produtos e na prestação de servi-
ços vêm, de forma crescente, aumentando cada vez mais a demanda por serviços e profissionais
de engenharia com atuação continuada de inovação e organização na rotina dos empreendimen-
tos. Com o entendimento do governo no início de 2007, de que a economia nacional possuía
indicadores macroeconômicos e sociais positivos que possibilitavam uma aceleração do cres-
cimento, criou-se um ambiente favorável para investimentos e uma reduzida dependência de
financiamentos externos.
Nos últimos anos, foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com gran-
des investimentos em infra-estrutura, principalmente em áreas como energia, transportes, sa-
neamento, habitação e recursos hídricos. Além disso, a demanda crescente dos projetos do
“Programa Minha Casa, Minha Vida” e de empreendimentos como a exploração de petróleo na
camada pré-sal, e eventos como as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo de 2014, também
podem ser citados como atuais fontes geradoras de demanda por serviços de engenharia.
No mercado imobiliário, 2013 deverá ser um ano de ajustes no processo produtivo do setor.
Em 2012, o PIB da construção civil cresceu cerca de 4%, abaixo dos 5% estimados para o pe-
ríodo pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).
O setor passou por períodos turbulentos nos últimos anos, marcados por estouros de orçamentos
das obras e péssimos resultados das incorporados de capital aberto. A projeção para este ano é
de um crescimento semelhante, entre 3,5 e 4% (MENDES, 2013).
Todos estes fatores ligaram o alerta para a necessidade de revisão e aprimoramento de todo
o processo produtivo no setor, com preocupação especial pelo controle de custos. Diversas
empresas passaram a adotar uma postura diferente dos outros anos, quando o que interessavam
eram metas quantitativas, privilegiando portanto a qualidade dos investimentos, dos orçamentos
1.2 Objetivos 12
e dos processos construtivos. Além disso, em dezembro de 2012, o Governo Federal anunciou
novas medidas para impulsionar o setor da construção: desoneração da folha de pagamento,
com o objetivo de que o setor repasse o benefício aos valores dos imóveis, à melhora na pro-
dutividade e ao aumento dos investimentos; redução de 6% para 4% da alíquota do Regime
Especial de Tributação (RET), e criação de uma linha de capital de giro de R$ 2 bilhões voltada
às micro e pequenas empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais. Desta forma, o
Governo espera que a construção civil contribua mais fortemente com a aceleração do cresci-
mento do País (GOVERNO.. . , 2013).
Visando propiciar a redução de custos em seus empreendimentos, a minimização dos ris-
cos e redução dos erros nos processos produtivos, as empresas de engenharia têm muitas vezes
procurado executar seus projetos, processos e técnicas de gerenciamento, a partir das boas práti-
cas reconhecidas por profissionais de gerenciamento de projetos, com padrões semelhantes aos
recomendados, por exemplo, pelo PMI (Project Management Institute). Estes padrões são espe-
cificados e detalhados no PMBOK (Project Management Body of Knowledge) que constitui-se
como um guia prático de conhecimentos, reunidos e comprovados internacionalmente, indo
desde práticas tradicionais até práticas inovadoras e avançadas, objetivando a padronização de
termos utilizados na gerência de projetos (PMI, 2009; HOZUMI; SOARES; BROCHADO,
2006).
1.2 Objetivos
Neste contexto, este trabalho tem como objetivo geral apontar quais são os principais fatores
de sucesso e fracasso no gerenciamento de projetos na área de engenharia, e assim apresentar
as melhores práticas que possam ser utilizadas como referência para muitos profissionais que
trabalham ou desejam trabalhar nesta área.
Como objetivos específicos, pretende-se, através deste trabalho:
• Discutir práticas de sucesso em gerenciamento de projetos, que possam ser adotadas com
o objetivo de aumentar as margens de lucro, a eficiência e a qualidade dos serviços pres-
tados, além de uma melhor satisfação dos seus clientes;
• Listar alguns fatores que geraram fracasso em projetos de engenharia, com o objetivo de
possibilitar uma melhor análise de riscos, evitar erros e minimizar retrabalhos;
• Incentivar uma maior capacitação dos profissionais desta área;
1.3 Hipótese 13
• Buscar melhor eficiência e qualidade dos trabalhos que estes profissionais executam e
gerenciam em suas organizações;
• Incentivar e promover uma crescente inovação nas empresas, com consequente aumento
da qualidade e eficiência dos serviços prestados.
1.3 Hipótese
Os conceitos de administração geral e de ferramentas de planejamento sempre nortearam
os empreendimentos de engenharia com o objetivo de otimizar seus processos e reduzir o du-
eto prazo-custo. Aplicar todas estas técnicas e habilidades de Gerenciamento de Projetos no
planejamento de atividades no âmbito da engenharia tem trazido resultados satisfatórios. Estes
resultados são obtidos principalmente de lições aprendidas, quando devidamente documenta-
das em uma organização, assim como os referenciais de custo-prazo, modelos de projetos e
otimização dos recursos humanos e materiais (COUTINHO, 2006).
Diariamente, vários projetos de engenharia são gerenciados nas organizações em todo o
mundo. Neste contexto, o registro das “Lições Aprendidas” em cada projeto torna-se cada vez
mais imprescindível. A importância da documentação destas “Lições Aprendidas” é um fato
que gera benefícios para a organização como um todo.
O planejamento e ordenamento das tarefas sempre garantiu o sucesso das empreitadas, se-
jam projetos de construção, inovação, ampliação ou meramente organizacionais. Supõe-se que
através do registro das “Lições Aprendidas” de projetos de engenharia que podem ser conside-
rados verdadeiros exemplos de sucesso, assim como de fracasso, poderá ser possível levantar
os principais fatores que influenciaram o alcance deste resultado.
1.4 Justificativa
O aumento da qualidade nos produtos e na prestação de serviços tem exigido das empresas e
profissionais uma atuação continuada de inovação e organização na rotina do empreendimento.
A inovação é uma necessidade essencialmente econômica nas empresas. As empresas preci-
sam inovar para competir no mercado, mas esse não é o principal problema. Uma das maiores
dificuldades encontradas pelos empresários, mesmos daqueles que já possuem a cultura da ino-
vação como uma prática, é a carência de profissionais capacitados. E um ponto fundamental
para o desenvolvimento da inovação nas empresas é fortalecer a engenharia.
1.4 Justificativa 14
Uma pequena demonstração do que o Brasil seria capaz de fazer se levasse mais a sério a
formação do engenheiro, que é um profissional básico para o desenvolvimento industrial, é o
resultado de pesquisas que indicam que há uma relação direta entre a capacidade de as empresas
e os países criarem inovação e o número e a qualidade dos engenheiros dos quais dispõem. Na
Coreia do Sul, por exemplo, dos 125.000 profissionais que trabalham com pesquisa, 90.000 são
engenheiros e técnicos com formação ligada à engenharia (IKEDA, 2012).
Porém, apesar do cenário de crescimento econômico que o país se encontra, a formação em
ensino superior no Brasil ainda é baixa. Faltam profissionais formados nas áreas de ciências em
geral, mas faltam, principalmente, engenheiros capacitados. O país forma hoje pouco mais de
40.000 engenheiros por ano, bem menos do que a demanda, causando um déficit de 150.000 pro-
fissionais no mercado, pela estimativa da Confederação Nacional da Indústria (IKEDA, 2012).
Por outro lado, não adianta o país formar centenas de alunos em cursos superiores a cada
ano se eles não têm conhecimento suficiente para comandar ou gerenciar um empreendimento.
A China, por exemplo, forma 600.000 engenheiros por ano. Porém, uma pesquisa da consultoria
McKinsey com 83 multinacionais que atuam em países emergentes identificou que, de cada 100
engenheiros chineses, apenas dez têm formação adequada ao mercado. O Brasil não está muito
distante desta realidade: apenas 13 de cada 100 engenheiros formados nos país têm um bom
perfil (IKEDA, 2012).
A distância cultural entre profissionais do chamado “chão de fábrica” e aqueles que atuam
com a concepção, geração e a execução do projeto são enormes. O prejuízo por não se fazer
entender projetistas, encarregados e ou lideres de equipes são significativos. A dificuldade
que um profissional desqualificado tem para ler um desenho, interpretar uma planta, raciocinar
com lógica, entre outras atividades, pode gerar desperdícios de tempo e materiais e até mesmo
inviabilizar um empreendimento. Um bom profissional deve ter habilidades com os métodos,
procedimentos e processos construtivos (CASTRO, 2009).
Uma pesquisa com médias e grandes indústrias revelou que os engenheiros recém-formados
têm limitação para se comunicar, assumir a gestão de projetos e exercer liderança (IKEDA,
2012). A maioria não tem espírito empreendedor nem consegue trabalhar em equipe, ou seja,
o engenheiro hoje é despreparado do ponto de vista da gestão. Essa é uma falha estrutural da
grade curricular: falta desenvolver na faculdade uma matéria que complemente a parte de gestão
(REIS, 2013).
O aumento da disponibilidade no mercado, de engenheiros capacitados com amplo conhe-
cimento das melhores práticas em gerenciamento de projetos é essencial, pois são eles os prin-
cipais responsáveis pelo funcionamento das indústrias, e de empresas prestadoras de serviços
1.5 Metodologia 15
técnicos executivos (obras) e intelectuais (consultoria e projetos).
Assim, este trabalho se faz necessário por discutir e apresentar práticas em gerenciamento
de projetos a serem aplicadas na engenharia, que possam ser utilizadas como referência para
muitos profissionais que trabalham ou desejam trabalhar nesta área, e que anseiam por uma
maior capacitação, além de melhor eficiência e qualidade dos trabalhos que executam e geren-
ciam em suas organizações. Como conseqüência da crescente capacitação destes profissionais
em gerenciamento de projetos, é a promoção de uma crescente inovação nas empresas, além
do aumento da qualidade e eficiência dos serviços prestados. E o Brasil poderá contar, cada
vez mais, com empresas e profissionais qualificados, sem precisar recorrer à importação de
mão-de-obra e contratação de empresas no exterior.
1.5 Metodologia
A monografia a ser apresentada como resultado desta pesquisa que se deseja realizar, será
de revisão de literatura, com o objetivo de se identificar exemplos de sucesso e fracasso em
práticas de gerenciamento de projetos. A partir da identificação destes exemplos, através de uma
raciocínio lógico indutivo, será realizada uma análise qualitativa de quais fatores propiciaram o
alcance destes resultados, para assim concluir quais práticas deverão ou não ser adotadas, para
aumentar as chances de obtenção de sucesso em gerenciamento de projetos de engenharia.
A pesquisa será exploratória, pois pretende explorar e conhecer melhor o tema; descritiva,
explicativa, pois pretende caracterizar, mostrar, retratar uma situação, um processo, uma situa-
ção; metodológica e aplicativa, pois pretende apresentar modelos que poderão ser aplicados por
outras empresas e profissionais da área.
O meio da pesquisa será bibliográfico, tendo como fontes principais, os artigos que tratam
do tema Gerenciamento de Projetos de Engenharia e causas gerais de sucesso e fracasso em
projetos. A abordagem será qualitativa, com Análise de Conteúdo, Grupo de Foco e Estudo de
caso. O universo foco deste trabalho será as empresas do ramo de engenharia.
Para atingir os objetivos esperados, este trabalho está estruturado da seguinte forma:
• Capítulo 1 - Introdução: Apresenta o tema do trabalho, os objetivos esperados, hipótese,
justificativa e a metodologia adotada para alcançar os resultados desejados;
• Capítulo 2 - Conceitos Básicos de Gerenciamento de Projetos: Serão apresentados as
definições de projeto e gerenciamento de projetos; os principais benefícios da adoção de
1.5 Metodologia 16
práticas de gerenciamento de projetos; os principais padrões existentes de gerenciamento
de projetos; ciclo de vida de um projeto e as áreas de gerenciamento de projetos segundo
o PMBOK;
• Capítulo 3 - Gerenciamento de Projetos de Engenharia: Este capítulo abordará as
características gerais de projetos na engenharia, critérios gerais de avaliação do sucesso
ou fracasso de um projeto, assim como as suas principais causas;
• Capítulo 4 - Conclusões: Será apresentado uma análise e conclusão acerca dos fatores
de sucesso e fracasso no gerenciamento de projetos de engenharia, abordados ao longo
deste trabalho.
17
2 Conceitos Básicos de Gerenciamento
de Projetos
2.1 Definição e Características de um Projeto
Um projeto pode ser definido da seguinte forma:
Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência
clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um
objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros
de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade (VARGAS, 2009).
Resumindo conforme o PMI (2009), “um projeto é um esforço temporário empreendido
para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”, e são frequentemente utilizados como
meio de atingir o plano estratégico de uma organização.
Assim, podemos listar as principais características de um projeto:
Temporariedade: Trata-se de um esforço temporário, ou seja, um projeto possui um início e
um término definidos;
Individualidade do Produto: Cada projeto cria um produto, serviço ou resultado exclusivo;
Processo não repetitivo: Trabalho não contínuo, ou seja, não segue os procedimentos existen-
tes de uma organização, não faz parte da rotina da empresa. As tarefas podem ser novas
para a equipe do projeto;
Incerteza: Podem surgir incertezas quanto aos produtos, serviços ou resultados criados pelo
projeto devido a sua natureza exclusiva;
Complexidade: Os projetos podem envolver uma única pessoa ou múltiplas unidades organi-
zacionais. Além disso, como as tarefas podem ser novas para a equipe, o projeto demanda
um planejamento maior do que outro trabalho rotineiro;
2.2 Definição, Objetivos e Benefícios do Gerenciamento de Projetos 18
Um projeto pode criar uma capacidade de realizar um serviço, ou um resultado, como um
produto ou um documento. Para melhor ilustrar o conceito de projeto, pode-se usar o exemplo
da construção de uma edificação qualquer. Trata-se de uma obra complexa, constituída de
diversas etapas que utilizam inúmeros recursos e que possui um prazo de conclusão. Uma
empresa ou organização pode construir vários prédios, a princípio, isso parece ser uma atividade
repetitiva. Porém, a obra como um todo é não repetitiva, o produto final de cada obra tem as
suas próprias características. Trata-se de um empreendimento único.
Como exemplos de motivos que podem gerar e autorizar um projeto, podemos citar:
• Demanda de mercado (por exemplo, desenvolvimento de um carro mais econômico e
menos poluente);
• Oportunidade/necessidade estratégica de negócios (por exemplo, criação de um novo
curso para aumentar a receita de uma empresa ou promover uma maior capacitação de
profissionais);
• Solicitação de cliente (por exemplo, construção de uma nova subestação para atender a
um novo parque industrial);
• Avanço tecnológico (por exemplo, desenvolver ou readequar um produto de acordo com
as novas tendências tecnológicas do mercado); e
• Requisito legal (por exemplo, um projeto para estabelecer diretrizes para o manuseio de
um determinado material tóxico).
2.2 Definição, Objetivos e Benefícios do Gerenciamento de
Projetos
O conceito de gestão ou gerenciamento pode ser resumido como um conjunto de tarefas
que procuram garantir a utilização eficaz de todos os recursos disponibilizados pela organiza-
ção, afim de serem atingidos os objetivos pré-determinados. Cabe à gestão a otimização do
funcionamento das organizações através de tomada de decisões racionais, fundamentadas na
escolha e tratamento de dados e informações relevantes. Além disso, cabe à gestão contribuir
para desenvolvimento desta organização, e para a satisfação dos interesses de todos os seus
colaboradores, proprietários e das necessidades da sociedade em geral ou de um grupo em par-
ticular.
2.2 Definição, Objetivos e Benefícios do Gerenciamento de Projetos 19
Dentro deste contexto, definimos gerenciamento de projetos como sendo a “aplicação de
conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades de projeto a fim de atender aos
seus requisitos” (PMI, 2009). Em poucas palavras, o gerenciamento de projetos visa atingir um
conjunto de objetivos pré-definidos, num certo prazo, com um certo custo e qualidade, através
da mobilização de recursos técnicos e humanos.
ABNT (2006) refere-se a projeto como sendo um empreendimento, e define gestão de em-
preendimento como sendo o “planejamento, organização, monitoramento, controle e relato de
todos os aspectos de um empreendimento e a motivação de todos os envolvidos no alcance dos
objetivos do empreendimento.”
Entre as tarefas necessárias para se gerenciar um projeto, podemos incluir: a identificação
dos requisitos; a adaptação às diferentes necessidades, preocupações e expectativas das partes
interessadas à medida que o projeto é planejado e realizado; e o balanceamento das restrições
conflitantes do projeto, como por exemplo, o escopo, a qualidade, o cronograma, o orçamento,
os recursos e os riscos. O projeto específico influenciará as restrições nas quais o gerente precisa
se concentrar.
Os benefícios obtidos com o gerenciamento de projetos podem ser classificados em:
• Financeiros: através da redução de custos com projetos em atraso;
• Processos Internos: com o aumento da produtividade no desenvolvimento dos projetos,
melhoria na alocação de recursos críticos aos projetos e redução do retrabalho;
• Inovação e Melhoria Contínua: obtendo-se a unificação do gerenciamento de projetos
com os processos de comercialização, desenvolvimento e operação;
• Clientes: atendendo aos requisitos definidos para o projeto, e com o alinhamento dos
projetos com as estratégias da organização;
• Pessoas: com a busca da maturidade no processo de gestão como garantia de que as
pessoas possam desenvolver suas capacidades e terem uma melhor satisfação no trabalho
realizado.
Quando bem executado e planejado, o gerenciamento de projetos pode propiciar os seguin-
tes principais benefícios (VARGAS, 2009):
• Evitar surpresas durante a execução dos trabalhos;
2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 20
• Permite desenvolver diferenciais competitivos e novas técnicas, através do uso de meto-
dologia estruturada;
• Antecipa as situações desfavoráveis que poderão ser encontradas, para que ações pre-
ventivas e corretivas possam ser tomadas antes que essas situações se consolidem como
problemas;
• Disponibiliza os orçamentos antes do início dos gastos;
• Agiliza as decisões, através da disponibilização e uso de informações estruturadas;
• Aumenta o controle gerencial de todas as fases a serem implementadas;
• Facilita e orienta as revisões da estrutura do projeto melhorando sua capacidade de adap-
tação;
• Otimiza a alocação de recursos necessários ao projeto (pessoas, equipamentos e materi-
ais);
• Documenta e facilita as estimativas para futuros projetos.
Assim, dentre as principais características técnicas de um projeto bem sucedido, podem ser
citados:
• A conclusão dentro do tempo e orçamento previstos;
• A utilização dos recursos (materiais, equipamentos e pessoas) de forma eficiente, sem
desperdícios;
• O atendimento à qualidade e à performance desejada.
2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos
Ao longo do tempo, houve diversas tentativas para desenvolver padrões internacionais de
gerência de projetos. Dentre estes padrões, se destacam os que serão apresentados nas seções a
seguir.
2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 21
2.3.1 PMBOK (Project Management Body of Knowledge)
O Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK) é
uma norma reconhecida para a profissão de gerenciamento de projetos. Trata-se de um padrão
que contém conhecimentos que evoluiram a partir das boas práticas reconhecidas de profissi-
onais de gerenciamento de projetos que contribuíram para o seu desenvolvimento. Este guia
fornece diretrizes para o gerenciamento de projetos individuais, define o gerenciamento e os
conceitos relacionados e descreve o ciclo de vida do gerenciamento de projetos e os processos
relacionados (PMI, 2009).
Este conjunto de conhecimentos é gerenciado pela organização Project Management Ins-
titute (PMI). O PMBOK é visto como a mais importante bibliografia de gestão de projetos da
atualidade. Não se trata de uma metodologia de gerenciamento de projetos, e sim, de uma
padronização que identifica e nomeia processos, áreas de conhecimento, técnicas, regras e mé-
todos. O guia foi reconhecido, em 1999, como um padrão de gerenciamento de projetos pelo
ANSI (American National Standards Institute), e por sua imensa importância internacional, se
transformou num padrão que é fonte de inspiração para quase todas as metodologias existentes
(PROJECT BUILDER, 2012).
Conforme padronização do PMI, os processos citados anteriormente abordam nove áreas
de conhecimento:
1. Gerenciamento de Integração;
2. Gerenciamento do Escopo;
3. Gerenciamento do Tempo;
4. Gerenciamento de Custos;
5. Gerenciamento da Qualidade;
6. Gerenciamento de Recursos Humanos;
7. Gerenciamento de Comunicações;
8. Gerenciamento de Riscos;
9. Gerenciamento das Aquisições.
2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 22
2.3.2 ISO 10006: Quality management - Guidelines to quality in project
management
A norma ISO 10006 aborda o gerenciamento de projetos, mas, como a própria diz, não é
um guia. Trata-se de um padrão internacional, desenvolvido pela ISO, específico para gerência
de projetos, que reúne diretrizes que devem ser usadas para manter a qualidade em projetos.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou esta norma em 2006, sendo
denominada ABNT NBR ISO 10006:2006 - Sistemas de gestão da qualidade - Diretrizes para
a gestão da qualidade em empreendimentos.
Esta norma define os princípios de gestão da qualidade e práticas que dizem respeito à
gestão de projetos. Ele fornece a orientação sobre questões de qualidade que tenham impacto
em projetos. É aplicável a projetos de dimensão, complexidade e tamanho variados. Estas
diretrizes podem ser aplicadas a projetos gerenciados por um indivíduo, por uma equipe, por
programa (grande projeto composto de projetos menores, mas inter-relacionados) ou de uma
carteira de projetos.
Considerando que a ISO 10006 é um documento de orientação, ela não deve ser usada para
fins de certificação ou registro. Seu objetivo geral é criar e manter a qualidade em projetos
através de um processo sistemático que garanta que:
• As necessidades explícitas e implícitas dos clientes sejam entendidas e atingidas;
• As necessidades das partes interessadas sejam entendidas e avaliadas;
• As políticas de qualidade da organização sejam incorporadas no gerenciamento de proje-
tos.
Um projeto deve ser realizado em um determinado espaço de tempo, enquanto o PMBOK
enfoca a criação de um produto, serviço ou algo cujo resultado possa ser mensurável. A ISO
10006 aborda o processo que leva a este resultado.
Em ABNT (2006) nove etapas são relacionadas para o processo estratégico:
• Aplicação dos princípios de gestão da qualidade através do processo estratégico;
• Foco no Cliente;
• Liderança;
• Envolvimento de pessoal;
2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 23
• Abordagem de processo;
• Abordagem sistêmica para o gerenciamento;
• Melhoria contínua;
• Abordagem factual para tomada de decisão;
• Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores.
Sete grupos de processos de gestão de empreendimento (projetos) são então relacionados
como sendo necessários para elaborar os produtos do empreendimento:
• Processos relacionados à interdependência;
• Processos relacionados ao escopo;
• Processos relacionados ao prazo;
• Processos relacionados ao custo;
• Processos relacionados à comunicação;
• Processos relacionados ao risco;
• Processos relacionados às aquisições.
2.3.3 PRINCE2 (Project in a Controlled Environment)
O PRINCE2 foi lançado como um método para gerenciamento de projetos pelo governo
britânico em 1996, tendo sido criado em 1989 a partir do PROMPTII, o qual, por sua vez, surgiu
em 1975 e foi adotado em 1979 como padrão para gerenciamento dos projetos de sistemas de
informação do governo. O PRINCE2 vem sendo adotado como padrão para todos os projetos
governamentais no Reino Unido e tem sido amplamente utilizado pela iniciativa privada não
só naquele país, mas também em outros lugares da Europa, África, Oceania e Estados Unidos,
sendo considerado o método de gerenciamento de projetos mais utilizado no mundo (ANGELO,
2008).
Trata-se de um método não proprietário para gerenciamento de projetos. É adaptável a
qualquer tipo ou tamanho de projeto e cobre seu gerenciamento, controle e organização. Isso é
possível porque o PRINCE2 isola o gerenciamento do projeto (ou seja, os aspectos ligados ao
2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 24
escopo, tempo, custo, qualidade, riscos, benefícios, tolerâncias, etc.) das contribuições especi-
alizadas (o esforço para realizar o produto, como por exemplo: design, construção, etc.).
O método PRINCE2 aborda o gerenciamento de projeto com quatro elementos integrados:
princípios, temas, processos e ambiente do projeto. Além disso, foca-se no controle de seis
objetivos principais do projeto: escopo, tempo, custo, qualidade, riscos e benefícios.
Os princípios são orientações obrigatórias e boas práticas que determinam se o projeto
está sendo genuinamente gerenciado de acordo com o método PRINCE2. Sem a aplicação de
qualquer dos princípios, o projeto não estará utilizando o PRINCE2. São sete princípios:
• Justificação contínua do Business Case
• Aprender com a experiência;
• Papéis e responsabilidades definidos;
• Gerenciamento por estágios;
• Gerenciamento por exceção;
• Foco no produto;
• Adequação ao ambiente do projeto.
Os temas descrevem aspectos do gerenciamento de projeto que devem ser tratados conti-
nuamente e em paralelo ao longo de toda a duração do projeto, e explicam o tratamento do
PRINCE2 para as várias áreas de gerenciamento de projetos. Também são sete temas:
• Business Case;
• Organização;
• Qualidade;
• Planos;
• Risco;
• Mudança;
• Progresso.
2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 25
Os processos são percorridos de acordo com as etapas ao longo do ciclo de vida do projeto.
Cada processo fornece listas de verificação de atividades, com recomendações de produtos (de
gerenciamento de projetos, ex.: business case, descrição de produtos, relatórios, registros, notas
de lição, etc.) e responsabilidades relacionadas. São sete processos:
• Starting Up a Project (SU);
• Directing a Project (DP);
• Initiating a Project (IP);
• Managing a Stage Boundary (SB);
• Controlling a Stage (CS);
• Managing Product Delivery (MP);
• Closing a Project (CP).
A adequação ao ambiente do projeto se refere à adequação do PRINCE2 ao contexto par-
ticular do projeto. O PRINCE2 não é uma solução de tamanho único, mas sim um framework
flexível que pode ser adequado a qualquer tipo e porte de projeto.
No Brasil, a metodologia PRINCE2 já vem sendo utilizada em algumas organizações, e é
crescente a procura por informações a respeito do assunto.
2.3.4 ICB (IPMA Competence Baseline) e NCB (National Competence Ba-
seline)
A instituição IPMA (International Project Management Association), registrada na Suíça,
é uma associação sem fins lucrativos, cujo objetivo é promover internacionalmente o Gerenci-
amento de Projetos. Ela foi criada em 1965 com o nome INTERNET, como fórum de troca de
experiências entre gerentes de projetos internacionais. Sua primeira conferência internacional
ocorreu em 1967, em Viena, e desde então a IPMA tem se desenvolvido constantemente, da
mesma forma que o Gerenciamento de Projetos (SANTOS; CARVALHO; CARVALHO, 2005;
IPMA BRASIL, 2012).
Os membros da IPMA são principalmente as Associações Nacionais dedicadas ao Geren-
ciamento de Projetos (33 países, em dezembro de 2003). Com quase 50 anos no mercado a
IPMA representa atualmente mais de 50 associações de todo o mundo. Trata-se de uma rede In-
ternacional de Associações de Gerenciamento de Projetos, onde cada país tem autonomia para
2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 26
atuar nacionalmente, levando em consideração os requisitos e necessidades locais, desde que
mantenham as diretrizes da IPMA.
A estrutura geral da Certificação da IPMA é apresentada no documento ICB (IPMA Compe-
tence Baseline). Esta estrutura define os Domínios, as Competências e os Sistemas de Classifi-
cação (taxonomias) do Gerenciamento de Projetos, para a avaliação de conhecimento, experiên-
cia, atitudes pessoais e impressões gerais, nos 4 níveis da certificação IPMA. As especificações
para certificação do Project Management Institute (PMI), dos Estados Unidos, é o “Guide to
Project Management Body of Knowledge” (PMBOK Guide). O PMBOK Guide refere-se es-
sencialmente aos “conhecimentos” em Gerenciamento de Projetos. No ICB, não somente os
elementos dos conhecimentos em Gerenciamento de Projetos são descritos; ele também contém
uma estrutura ampla para a avaliação das competências do profissional de Gerenciamento de
Projetos.
Cada associação nacional tem a responsabilidade pela elaboração detalhada de suas próprias
especificações de competência (National Competence Baseline - NCB) em coerência com o
ICB e a cultura local. As especificações nacionais podem incluir novos elementos, detalhar
ou simplificar os elementos já descritos no ICB, de maneira razoável, de modo a contemplar
particularidades da cultura local e novas tendências. O NCB representa a compreensão e as
práticas nacionais do Gerenciamento de Projetos e contém uma bibliografia simplificada sobre
Gerenciamento de Projetos.
Em Março de 2010, na Holanda, a Associação Brasileira de Gerenciamento de Projetos
(ABGP), que antes era o braço da IPMA no Brasil, foi afastada pelo IPMA. A extinta ABGP
era filiada à IPMA desde junho de 2002. A ABGP foi criada no final de 2001, com a finalidade
de permitir o acesso do Brasil a uma consagrada rede internacional de certificação em Geren-
ciamento de Projetos, da qual participavam mais de 30 países. Desta forma o Brasil passou a
ser o único país da América do Sul integrante desta rede. A ABGP lançou em janeiro de 2005,
o NCB que no Brasil foi denominado como RBC - Referencial Brasileiro de Competências em
Gerenciamento de Projetos (SANTOS; CARVALHO; CARVALHO, 2005).
Em 2012, o IPMA Brasil lançou o NCB Versão 3.0 (Referencial Brasileiro de Competên-
cias). Este documento foi localizado e adaptado para o Brasil segundo o ICB - IPMA Compe-
tence Baseline Version 3.0, com a colaboração das organizações associadas da IPMA. O NCB
contém termos básicos, atividades, habilidades, funções, processos de gestão, métodos, técni-
cas e ferramentas que são utilizadas na teoria e nas melhores práticas de gestão de projetos,
assim como conhecimento e experiência especializados e de práticas inovadoras e avançadas,
utilizados em situações mais específicas (IPMA BRASIL, 2012).
2.4 Fases do Ciclo de Vida de Um Projeto 27
2.4 Fases do Ciclo de Vida de Um Projeto
O esforço de um projeto é definido como sendo a quantidade de pessoas envolvidas, o
dispêndio de trabalho e dinheiro, as preocupações , as complicações, etc. A variação do esforço
com o tempo e com as fases do projeto pode ser representada através do gráfico apresentado
na figura 2.1. A localização exata do valor máximo do gráfico pode variar para cada projeto
(VARGAS, 2009).
Figura 2.1: Variação do esforço com o tempo e fases do projeto
De uma forma geral, o ciclo de um projeto pode ser dividido nas seguintes fases caracterís-
ticas:
Fase de Iniciação: O objetivo da Fase de Iniciação é produzir um conjunto de documentos
que justifique e defina o projeto e forme a base para o gerenciamento durante as outras
fases do ciclo de vida deste projeto. Trata-se da fase inicial de um projeto, onde uma
necessidade é identificada. Nessa fase são definidos o objetivo do projeto, os documentos
iniciais são confeccionados, as melhores estratégias são identificadas e selecionadas e o
projeto é então formalizado.
Uma característica comum a todos os projetos é que eles são criados para atender a uma
necessidade, como por exemplo, uma solicitação de um cliente, a identificação de uma
oportunidade de mercado, a verificação de que algum concorrente possui um produto que
a empresa não tem, a necessidade de um novo produto detectada através de pesquisas, etc.
A elaboração destes documentos assegura com que os tópicos principais como necessi-
dades e objetivos estejam completamente definidos, entendidos, garantindo a aceitação e
comprometimento por parte dos envolvidos.
2.5 Áreas de Gerenciamento de Projetos (PMBOK) 28
Fase de Planejamento: A Fase de Planejamento tem como objetivo detalhar a execução do
projeto, através do detalhamento e definição do escopo, definição e sequenciamento das
atividades, elaboração do cronograma, definição e alocação de recursos, análise de custos,
análise dos riscos, etc. No final dessa fase, o projeto deve estar suficientemente detalhado,
minimizando as dificuldades e os imprevistos durante a sua execução.
Nessa fase, os planos auxiliares de comunicação, qualidade, riscos, suprimentos e recur-
sos humanos também são desenvolvidos.
Fase de Execução: A Fase de Execução materializa tudo aquilo que foi planejado e detalhado
nas fases de Iniciação e de Planejamento. Os erros cometidos nas fases anteriores fi-
cam evidentes nesta fase, e grande parte do orçamento e do esforço total do projeto são
consumidos.
Fase de Monitoramento e Controle: A Fase de Monitoramento e Controle acontece paralela-
mente às demais fases do projeto, e tem como objetivo acompanhar e controlar a evolução
do projeto de modo a permitir a rápida tomada de ações preventivas e corretivas quando
alguma anormalidade ou desvio é detectado em relação ao que havia sido planejado.
Fase de Encerramento: Também conhecida como Fase de Aprendizado. na Fase de Encer-
ramento os documentos do projeto são encerrados, e todas as falhas ocorridas durante o
projeto são discutidas e analisadas para que erros similares não ocorram em novos proje-
tos.
2.5 Áreas de Gerenciamento de Projetos (PMBOK)
Conforme padronização do PMI, os processos citados anteriormente abordam as seguintes
nove áreas de conhecimento (VARGAS, 2009):
Gerenciamento de Integração: Esta área engloba os processos necessários para assegurar que
todos os elementos do projeto sejam adequadamente coordenados e integrados;
Gerenciamento do Escopo: Área que engloba os processos necessários para assegurar que, no
projeto, esteja incluído todo o trabalho requerido, e somente o trabalho requerido, para
concluí-lo de maneira bem-sucedida;
Gerenciamento do Tempo: Área que engloba os processos necessários para assegurar a con-
clusão do projeto no prazo previsto. É uma das áreas mais visíveis do gerenciamento de
projetos;
2.5 Áreas de Gerenciamento de Projetos (PMBOK) 29
Gerenciamento de Custos: Área que engloba os processos requeridos para assegurar que um
projeto seja concluído de acordo com seu orçamento previsto;
Gerenciamento da Qualidade: Área que engloba os processos requeridos para assegurar que
os produtos ou serviços do projeto estarão em conformidade com o solicitado pelo cliente
ou contratante;
Gerenciamento de Recursos Humanos: Área que engloba os processos requeridos para fazer
uso mais efetivo do pessoal envolvido com o projeto;
Gerenciamento de Comunicações: Área que engloba os processos requeridos para assegurar
que as informações do projeto sejam adequadamente obtidas e disseminadas;
Gerenciamento de Riscos: Área que visa planejar, identificar, qualificar, quantificar, respon-
der e monitorar os riscos do projeto;
Gerenciamento das Aquisições: Área que engloba os processos requeridos para adquirir bens
e serviços de fora da organização promotora. Também conhecido como gerenciamento
de suprimentos ou contratos.
30
3 Gerenciamento de Projetos de
Engenharia
3.1 Características Gerais dos Projetos de Engenharia
A engenharia é uma ciência bastante abrangente que engloba uma série de ramos mais es-
pecializados, cada qual com uma ênfase mais específica em determinados campos de aplicação
e em determinados tipos de tecnologia. Os projetos de engenharia geralmente são derivados
de empreendimentos onde a multidisciplinaridade é grande e complexa. Estes projetos são
compostos por vários subprojetos de diversas áreas de conhecimento ou disciplinas, como (MI-
CHALICK; SANTANNA; COUTINHO, 2008):
• Arquitetura;
• Engenharia Ambiental;
• Engenharia Civil;
• Engenharia Elétrica;
• Engenharia Eletrônica;
• Engenharia Mecânica;
• Engenharia de Automação, Controle e Instrumentação;
• Outras engenharias (Química, de Minas, Petroquímica, etc.).
Em projetos de engenharia, onde a multidisciplinaridade dos empreendimentos é grande,
um eficiente gerenciamento de projeto pode garantir o sucesso e reduzir os impactos nos cus-
tos devido aos atrasos e mudanças que podem ocorrer durante a sua execução. Devido à sua
complexidade, os projetos de engenharia devem ser gerenciados por metodologias próprias e
3.1 Características Gerais dos Projetos de Engenharia 31
embasadas nas melhores práticas de mercado e histórico de empreendimentos anteriores. Es-
tas metodologias devem ser desenvolvidas pelas empresas visando garantir o cumprimento de
escopo, prazo e orçamento (COUTINHO; NETO, 2009).
A maioria dos problemas e erros que podem ser encontrados durante a execução de um em-
preendimento podem ser evitados através das melhores práticas em gerenciamento de projeto,
que fornecem técnicas e metodologias que possibilitam garantir um início e um final satisfató-
rio.
A gestão de projetos tem sido aplicada em diversos tipos de organizações. Várias pesquisas
demonstram que as empresas têm obtido resultados resultados satisfatórios com a implemen-
tação de melhorias nas suas práticas de gerenciamento de projetos. Uma pesquisa realizada
em 2002 pelo Center for Business Practices apontou que 94% das empresas consideram que a
implementação da gerenciamento de projetos representa significativos ganhos para as suas or-
ganizações, com melhorias em resultados financeiros, satisfação dos clientes, desempenho dos
projetos e processos e medidas de crescimento e aprendizagem organizacional. De acordo com
essa pesquisa, as melhorias que uma empresa pode esperar com o gerenciamento de projetos
são (AMORIM, 2006):
• 50% de melhorias na execução dos projetos e programas;
• 88% nos retorno dos investimentos;
• 33% na satisfação dos clientes; e
• 36% na satisfação dos empregados.
Para alcançar estes resultados, as organizações adotam as seguintes iniciativas:
• a implementação de escritórios de gerenciamento de projetos;
• metodologias de gerenciamento de projetos;
• software e ferramentas;
• a integração da gestão de projetos com os demais processos da organização;
• treinamento em métodos e técnicas; e
• o desenvolvimento de programas de capacitação de gerentes de projetos.
3.2 Critérios Gerais de Avaliação do Sucesso ou Fracasso de um Projeto 32
Três ou mais destas iniciativas tem sido adotada por mais de 70% das organizações nos
últimos anos. Porém, mesmo com a adoção de práticas de gerenciamento de projetos, muitos
projetos ainda fracassam, ou são concluídos
3.2 Critérios Gerais de Avaliação do Sucesso ou Fracasso de
um Projeto
Um projeto pode ser considerado fracassado quando um ou mais das seguintes afirmativas
são verdadeiras (SCHRIVER, 2004):
• O orçamento financeiro é excedido;
• O projeto não é entregue no prazo;
• O resultado não satisfaz os objetivos esperados;
• O compromisso de alcançar os resultados não é garantido.
Conforme PINTO e MANTEL (1990), com base em uma análise da literatura e entrevistas
com gerentes de projeto experientes, três ítens foram identificados como pontos de referência
para avaliação do sucesso ou o fracasso de um projeto:
1. o processo de implementação;
2. o valor percebido do projeto;
3. a satisfação do cliente com o projeto entregue.
O sucesso ou fracasso do processo de implementação do projeto é um fator interno, rela-
cionado ao desempenho da equipe envolvida no projeto, e que inclui critérios como cumprir o
cronograma, o orçamento, e as metas técnicas do projeto, além da manutenção de boas rela-
ções de trabalho dentro da equipe e da organização. A questão-chave para a implementação do
processo é a eficiência.
O segundo aspecto da avaliação do fracasso ou sucesso do projeto é a qualidade que este
alcançou, e inclui as percepções da equipe de projeto do valor e utilidade de suas entregas. Essa
avaliação enfatiza o potencial impacto do projeto sobre os seus usuários, e está relacionado ao
julgamento da equipe de projeto sobre o quão bom foi o trabalho realizado para o cliente.
3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 33
Avaliação da equipe de projeto pode ou não concordar com a avaliação do cliente. A satis-
fação do cliente, terceiro aspecto de desempenho do projeto, é uma medida externa de eficácia,
realizada pelo cliente.
Note que todas essas três medidas de desempenho não são absolutas. O critério principal no
qual estes se baseiam quase sempre contem elementos conflitantes (e que provavelmente não
serão consistentes ao longo do tempo). A precedência entre as medidas dependerá da forma
como a equipe, a organização e o cliente respondem às pressões internas ou externas. Todas
estas incertezas refletem a realidade da avaliação de desempenho de um projeto. A medida que
as causas podem ser diferentes para cada uma destas formas de definição de fracasso de um
projeto, uma hipótese é então sugerida: as causas percebidas de fracasso do projeto variam,
dependendo de qual dessas medidas é usado para avaliar o seu desempenho.
3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de En-
genharia
3.3.1 Causas de Fracasso em Projetos
Obter um entendimento mais completo das causas do fracasso do projeto tem sido uma
tarefa difícil para pesquisadores e profissionais acadêmicos. Há muitas discordâncias entre os
autores sobre como definir exatamente quais são as causas do fracasso de um projeto. Existem
vários fatores listados na literatura, o que sugere uma falta de um consenso geral. As causas
de fracasso podem variar de acordo com o tipo de projeto que está sendo estudado e podem
também depender da fase do ciclo de vida em que o projeto se encontra (PINTO; MANTEL,
1990).
Apesar da dificuldade de se definir exatamente as causas de fracasso de projetos, ao exami-
nar uma variedade de projetos fracassados, alguns aspectos comuns sugerem que certas carac-
terísticas são fortemente relacionadas a estas causas.
Schriver (2004), após uma extensa revisão da literatura e pesquisa de campo, concluiu que
projetos podem fracassar por dois principais motivos:
• Falha dos gerentes de projeto no planejamento e gerenciamento do escopo;
• Falha dos gerentes de projeto no gerenciamento e controle de mudanças.
A pesquisa provou que o planejamento define o padrão a ser seguido em todo o projeto.
Uma forma eficiente de planejar é usar estimativas bem estruturadas. A elaboração de um plano
3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 34
é ideal para fornecer uma visão global do projeto em questão. O gerenciamento deve trabalhar
com um número limitado de projetos visando o equilíbrio das restrições triplas tempo, custo e
qualidade.
Assim como no planejamento, o processo de gerenciamento e controle de mudanças tam-
bém deve ser construído sobre uma abordagem seqüencial estruturada. A base do processo
de mudança é uma forte base de apoio. O gestor da organização deve conduzir as mudanças
com habilidade e competência, incentivando toda a organização a apoiar e acreditar nesta visão,
apontando para o sentido da urgência e necessidade da mudança. O gestor deve formar esta
base em toda a organização através da construção de uma aliança de apoio suportada pelo foco
no fortalecimento da confiança organizacional na gestão e capacitação da gerência de projeto e
dos demais gerentes.
Conforme Attarzadeh e Ow (2008), os projetos falham principalmente devido às seguintes
causas:
• mau planejamento e erros de estimativas;
• não executar as atividades de acordo com o plano elaborado;
• falhas causadas por fatores humanos.
O mau planejamento e os erros de estimativas estão relacionados ao custo inicial e cro-
nograma estimados, quando estes não são revisados a partir do momento que se tem maiores
informações disponíveis durante o andamento do projeto. Também ocorre quando os planos do
projeto não são seguidos corretamente, causando o fracasso do projeto.
As falhas de implementação são causadas por alterações no escopo do projeto, uso incorreto
da metodologia adotada, grandes mudanças nos requisitos e testes, ou por inspeções e controles
mal executados.
As falhas causadas por fatores humanos ocorrem principalmente quando os gerentes de
projetos não são treinados para adquirir as competências de gestão necessária. Além disso,
alguns gestores não são capazes de aplicar e colocar a teoria de gerenciamento de projetos em
prática. As falhas de comunicação também constituem fatores humanos que causam o fracasso
de projetos.
Entre esses três fatores, a principal causa de fracasso de projetos é o uso inadequado do
planejamento do projeto e das metodologias de planejamento. Podem se citados ainda os pro-
jetos incompletos, rejeitados ou não aceitos, ou seja, aqueles projetos que foram concluídos
3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 35
fora do orçamento e do prazo estimados, ou que não contém todas as funções e características
originalmente requeridas.
Projetos bem-sucedidos revelaram a boa preparação e capacitação do gerente de projeto,
enquanto projetos fracassados mostraram que este possuia habilidades limitadas. Segundo ainda
Attarzadeh e Ow (2008), os fatores que influenciaram a rejeição dos projetos pesquisados são
os apresentados na tabela 3.1.
Tabela 3.1: Fatores de Rejeição de Projetos
Fatores %
Falta de contribuição do usuário 12.8
Requisitos e especificações incompletas 12.3
Alteração de requisitos e especificações 11.8
Falta de suporte executivo 7.5
Incompetência tecnológica 7.0
Falta de recursos 6.4
Expectativas irreais 5.9
Falta de objetivos claros 5.3
Prazos irreais 4.3
Novas tecnologias 3.7
Outros 23.0
De acordo com os resultados apresentados na tabela 3.1, os principais fatores de rejeição
de projetos são a falta de contribuição do usuário, requisitos e especificações incompletas e a
alteração destes pelos usuários. Estes fatores dificultam a elaboração de um bom planejamento
pelo gerente de projeto, visando obter os requisitos esperados pelos usuários finais.
A tabela 3.2 apresenta uma lista dos dez principais fatores encontrados em projetos que
fracassaram (ATTARZADEH; OW, 2008).
Tabela 3.2: Fatores de Fracasso de Projetos
Fatores %
Requisitos incompletos 13.1
Falta de envolvimento pelo usuário 12.4
Falta de recursos 10.6
Expectativas irreais 9.9
Falta de suporte executivo 9.3
Alterações nos requisitos e especificações 8.7
Falta de planejamento 8.1
Não era mais necessário 7.5
Falta de Gestão de TI 6.2
Tecnologia pouco prática 4.3
Outros 9.9
3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 36
Conforme Attarzadeh e Ow (2008), as três principais razões que podem levar um projeto ao
fracasso são requisitos incompletos, a falta de envolvimento pelo usuário e a falta de recursos.
Assim, quanto maior a capacidade do gerente de projetos de envolver os usuários e de capturar
as suas necessidades de forma correta e mais completa possível, maior será a chance de sucesso
do projeto. Porém, alguns desses fatores vem mudando nos últimos anos, o que alerta para a
necessidade de sempre realizar pesquisas nesta área, com o objetivo de se conhecer os principais
fatores que influenciam o fracasso ou o sucesso dos projetos na atualidade.
3.3.2 Fatores Críticos de Sucesso em Projetos
Os fatores de sucesso em projetos tem sido alvo de pesquisas de diversos autores ao longo
dos anos. Investigados desde a década de 60, as pesquisas que circundam essa temática apre-
sentam limitada concordância quanto aos fatores identificados. Aparentemente não há consenso
entre pesquisadores e autores quanto aos critérios de sucesso e os fatores que o influenciam. Os
estudos existentes não apresentam uniformidade e em alguns casos são contraditórios. Após vá-
rios estudos já realizados, a idéia de encontrar um único conjunto de fatores de sucesso universal
é considerada ingênua.
Listas de fatores críticos de sucesso têm sido produto de diversos estudos teóricos e empí-
ricos, e alguns destes tiveram como foco identificar os fatores que levam ao sucesso de projetos
em geral, ou seja, considerando projetos de diferentes naturezas, porte e realizados em diferen-
tes organizações.
O trabalho de BAKER, MURPHY e FISHER (1998) utiliza uma amostra de 650 projetos
completos do setor aeroespacial, de construção e outros, com informações fornecidas princi-
palmente por gerente de projetos. Este trabalho continua sendo um dos estudos mais extensos
e bem balizado sobre fatores que contribuem para o sucesso de projetos. BAKER, MURPHY
e FISHER (1998) apresentam a idéia de que a percepção representa um importante papel na
definição de sucesso em projetos, se referindo ao termo “sucesso percebido do projeto”. Estes
autores apresentam uma lista de 10 fatores, listados na tabela 3.3, cuja presença tenderia a me-
lhorar a percepção do projeto, enquanto a sua ausência contribuiria para o aumento do fracasso
percebido:
Baseado em uma avaliação da literatura e entrevistas com Gerentes de Projetos e Programas,
PINTO e SLEVIN (1988) identificaram 10 fatores críticos de sucesso na implementação de
projetos. Estes fatores podem ser generalizados para uma ampla variedade de tipos projetos e
organizações. A tabela 3.4 lista de forma breve estes fatores.
3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 37
Tabela 3.3: Fatores de Sucesso Percebido do Projeto
1. Comprometimento da equipe do projeto com os objetivos;
2. Estimativas iniciais acuradas dos custos;
3. Capacidade adequada da equipe de projetos;
4. Financiamento adequado para finalização do projeto;
5. Técnicas de planejamento e controle adequadas;
6. Dificuldades de início mínimas;
7. Orientação para a tarefa (versus orientação social);
8. Ausência de burocracia;
9. Presença do gerente de projetos in loco;
10. Critérios de sucesso claramente estabelecidos.
Observando a tabela 3.4, cada um destes 10 fatores estão relacionados a assuntos sobre os
quais a equipe do projeto ou a organização podem exercer alguma medida de controle. A rele-
vância ou a mera presença desses fatores pode ser o fator responsável por uma parte significativa
do sucesso da implementação do projeto. Em um estudo realizado com 400 projetos, os autores
buscaram verificar empiricamente a contribuição dos dez fatores para o sucesso dos projetos. A
conclusão deste estudo mostrou que todos os 10 fatores relacionam-se significativamente com
o sucesso dos projetos, sendo que 61% das causas de sucesso destes projetos analisados podem
ser explicadas por estes fatores.
Crawford (2000) realizou levantamento dos fatores críticos de sucesso em projetos refe-
rente a 13 estudos, analisando a freqüência com que estes eram mencionados de acordo com
o segmento foco do estudo, e também de acordo com o período em que o estudo foi realizado
(antes e após 1995). Os fatores semelhantes foram agrupadas e depois classificados de acordo
com o número de vezes que foram mencionados entre os treze estudos. A tabela 3.5 apresenta
o ranking geral de frequência destes fatores considerando os 13 estudos analisados. O mesmo
ranking, porém, para aqueles estudos relacionados à engenharia e projetos de construção (n =
7), será apresentado na tabela 3.6.
Assim, Crawford (2000) conclui que os fatores de sucesso demonstram estarem de acordo
com a idéia de que os atributos dos gerentes de projeto - tais como sua competência, conheci-
mento e habilidades - são críticos ao sucesso do projeto.
3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 38
Tabela 3.4: Fatores Críticos de Sucesso na Implementação de Projetos
1. Missão do Projeto: Clareza inicial dos objetivos e orientações gerais;
2. Apoio da alta administração: Disposição da alta gerência para fornecer a autonomia
e os recursos necessários para o sucesso do projeto;
3. Cronograma / plano do projeto: Especificação detalhada das atividades necessárias
para a execução do projeto;
4. Consulta ao cliente: Comunicação, consulta, e coleta das contribuições de todos os
interessados e potenciais usuários do projeto;
5. Pessoal: Recrutamento, seleção e formação do pessoal necessário para a equipe do
projeto;
6. Tarefas técnicas: Disponibilidade da tecnologia e experiência necessárias para rea-
lizar as ações técnicas específicas;
7. Aceitação do cliente: Capacidade de “vender” o produto final do projeto aos possí-
veis usuários finais;
8. Acompanhamento e feedback: Fornecimento de informações abrangentes de con-
trole de forma periódica, a cada etapa do processo de execução;
9. Comunicação: Fornecimento de uma rede de dados adequadas e necessárias aos
principais responsáveis pela implementação do projeto;
10. Solução de problemas: Habilidade para lidar com crises inesperadas e desvios do
plano.
Conforme o especialista George Paulus, engenheiro da Proage que desenvolveu o sistema
GP3 utilizado na gestão de projetos, mais do que empregar tempo tentando identificar pontos
falhos, é importante que sejam criadas condições para que os projetos sejam bem-sucedidos.
Sete pontos são então ressaltados (AMORIM, 2006):
1. Envolvimento da alta direção: “A alta direção precisa assumir seu papel de patrocinadora
dos projetos. O comportamento dos diretores ao apoiar, controlar e escolher os meios
de comunicação faz toda diferença na adequação da estrutura organizacional da empresa
em relação à nova rotina de trabalho. Sem esse suporte dificilmente os resultados são
alcançados sem sofrimento.”
2. Trabalho em equipe: “Tendo uma boa liderança, as pessoas tendem a desenvolver ainda
mais as habilidades e atitudes necessárias para que o trabalho esteja sempre direcionado
para os objetivos do projeto e da empresa. No trabalho em equipe, os processos de comu-
3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 39
Tabela 3.5: Fatores de Sucesso para todos os estudos (N = 13)
1. Planejamento (Integração);
2. Monitoramento e Controle (Integração), Seleção da equipe, Desempenho técnico;
3. Comunicação, Liderança, Direção estratégica, Desenvolvimento da equipe;
4. Monitoramento e Controle (Riscos), Apoio organizacional, gerenciamento de sta-
keholders (outros);
5. Estrutura organizacional;
6. Definição do projeto, Gerenciamento de stakeholders (Cliente).
nicação são fundamentais. Hoje em dia, um bom software de gerenciamento de projetos
cumpre esse papel.”
3. Maturidade na escolha das ferramentas de gestão: “Há uma grande oferta de profissionais
com conhecimentos teóricos em gerenciamento de projetos. O que os diferencia e, por
consequência, aumenta a eficácia de seus projetos é justamente sua capacidade de avaliar
e identificar as ferramentas de gestão mais apropriadas para cada projeto.”
4. Aprendizagem organizacional: “Acertos e erros sempre acontecem na gestão. O impor-
tante é estruturar a empresa para que o aprendizado seja incorporado na rotina de trabalho.
A aprendizagem organizacional é tão mais efetiva quanto mais as pessoas são estimuladas
a comunicar os erros. Repetir os acertos e cometer apenas erros diferentes faz parte de
uma boa estrutura de gestão de projetos.”
5. Escopo bem definido: “Escopo é aquilo que se pretende gerar com o projeto. Definindo
adequadamente o escopo, é possível determinar com mais precisão o investimento e o
tempo necessários. Entretanto, não basta uma boa definição do escopo logo no início. As
mudanças precisam ser atualizadas no planejamento do projeto.”
6. Uso efetivo de um sistema de informações: “Os software de projetos são utilizados tradi-
cionalmente durante as etapas de iniciação e planejamento. Recentemente, com o rápido
avanço da internet, novos software têm sido criados para as atividades de execução e con-
trole. Mas não basta comprar um software. Fazer uma escolha compatível com o grau de
maturidade da equipe de trabalho e cuidar para que a ferramenta seja usada em todos os
níveis da organização são atitudes fundamentais para atingir um bom resultado.”
3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 40
Tabela 3.6: Fatores de Sucesso para estudos relacionados à engenharia e projetos de construção
(N = 7)
1. Planejamento (Integração), gerenciamento de stakeholders (outros), Desenvolvi-
mento da equipe;
2. Comunicação, Liderança, Monitoramento e Controle (Integração), Monitoramento
e Controle (Riscos), Desempenho técnico;
3. Estrutura organizacional, Apoio organizacional;
4. Administração, Tomada de Decisão e Resolução de Problemas, Planejamento
(Tempo), Definição do Projeto, Gerenciamento de stakeholders (Cliente), Direção
Estratégica, Orientação das tarefas, Seleção da Equipe;
5. Custo Final, Encerramento (integração), Acompanhamento e Controle (Custo),
Acompanhamento e Controle (escopo), Acompanhamento e Controle (tempo), Pla-
nejamento (custo).
7. Controle eficiente das mudanças: “Não adianta engessar um projeto para evitar modifica-
ções; elas acontecem o tempo todo. O problema é a falta de registro das mudanças. Um
bom sistema de aprovação e documentação das mudanças cumpre esse papel de controle.
Quando a equipe não conta com esse tipo de ferramenta, as chances de o projeto fracassar
são maiores.”
41
4 Conclusão
Os projetos de engenharia geralmente são derivados de empreendimentos onde a multidisci-
plinaridade é grande e complexa. Logo, a saída para o atendimento das expectativas do mercado
e dos grandes investidores, cumprimento de escopo, prazos e orçamentos, enfim, para o sucesso
geral dos empreendimentos, está na introdução de modelos eficientes de gerenciamento de
projetos, baseados nas melhores práticas de mercado e históricos de sucesso e fracasso de pro-
jetos derivados de empreendimentos anteriores.
O gerenciamento de projetos é um conjunto de tarefas que procuram garantir a utilização
eficaz de todos os recursos disponibilizados pela organização, visando atingir objetivos pré-
determinados dentro de um certo prazo, com um certo custo e qualidade, através da mobilização
de recursos técnicos e humanos. Conforme comentado no capítulo 3, a maioria dos problemas e
erros encontrados durante a execução de um empreendimento de engenharia podem ser evitados
através do uso de modelos eficientes de gerenciamento de projetos. A gestão de projetos tem
sido aplicada em diversos tipos de organizações. Várias pesquisas demonstram que as empresas
têm obtido resultados satisfatórios com a implementação de melhorias nas suas práticas de
gerenciamento de projetos.
Existem vários fatores listados na literatura como causas de fracasso de projetos. Porém,
as muitas discordâncias entre os autores sugerem a falta de um consenso geral. As causas de
fracasso podem variar de acordo com o tipo de projeto, além de depender da fase do ciclo de
vida em que o projeto se encontra. Apesar dessas dificuldades alguns aspectos comuns entre os
projetos que fracassaram sugerem que certas características são fortemente relacionadas a estas
causas.
Analisando a revisão da literatura realizada neste trabalho, conclui-se que os seguintes fa-
tores podem ser citados como causas gerais de fracasso em projetos:
Erros de planejamento: Como discutido no capítulo 3, o planejamento define o padrão a ser
seguido em todo o projeto. Um planejamento mal executado influenciará todas as demais
fases do projeto. Os erros de planejamento estão relacionados à:
4 Conclusão 42
• Falta de objetivos claros e falhas na definição do escopo (relacionadas a requisitos e
especificações incompletas);
• Erros de estimativas (relacionados ao custo inicial e cronograma estimados);
• Falta de contribuição e envolvimento do cliente e/ou usuários.
Falhas de implementação: Estão relacionadas aos erros que surgem por não executar as ati-
vidades de acordo com o plano elaborado. Podem ser citados as alterações no escopo do
projeto, uso incorreto das ferramentas e da metodologia adotada, grandes mudanças nos
requisitos e testes, monitoramento e controles mal executados.
Fatores humanos: Estão relacionados a falhas de comunicação e a falta de capacitação do
Gerente de Projetos e demais membros da equipe.
Em geral, as causas de fracasso estão relacionadas a falta de um Plano de Gerenciamento
do Projeto que seja eficiente e bem estruturado. Porém, na existência deste plano, essas falhas
estão relacionadas a falta de habilidade ou incompetência por parte do Gerente de Projeto e
demais membros da equipe em executar o projeto conforme o planejado, ou por não realizar os
processos de monitoramento e controle de forma eficiente, o que permitiria a tomada rápida de
decisões quando qualquer desvio em relação ao planejado fosse identificado.
De acordo com a revisão da literatura apresentada neste trabalho, a gestão de pessoas im-
pulsiona mais o sucesso do projeto do que as respectivas questões técnicas. Apesar desta cons-
tatação, existem poucas pesquisas que examinam os fatores humanos da gestão de projetos. Os
três principais fatores que causam o sucesso do projeto são: a participação do usuário, um bom
planejamento e estimativas, uma boa liderança e membros da equipe com boas habilidades téc-
nicas. Esses fatores são fundamentais e apresentam forte impacto nos casos de falhas de muitos
projetos. Aplicação de boas práticas de gerenciamento de projetos ajudará a evitar esses fatores
de insucesso, e a conduzir o processo ao sucesso.
O Gerente de Projeto é um fator importante que leva ao sucesso do projeto. Muitos autores
concordam com este ponto de vista e estão conduzindo pesquisas para comprovar esta teoria. O
Gerente de Projeto bem sucedido deve ter as seguintes habilidades e competências (PRABHA-
KAR, 2008): flexibilidade e adaptabilidade, pro-atividade, liderança, agressividade, confiança,
poder de persuasão, fluência verbal, ambição, atividade, eficiente como um comunicador e inte-
grador, possuir ampla gama de interesses pessoais, equilíbrio, entusiasmo, imaginação, espon-
taneidade, capaz de equilibrar as soluções técnicas com o tempo, custo e fatores humanos, bem
organizado e disciplinado, ser um generalista e não um especialista, capacidade e disposição
para dedicar a maior parte de seu tempo no planejamento e controle, capacidade de identificar
4 Conclusão 43
problemas e tomar decisões, capacidade de manter um equilíbrio adequado no uso do tempo,
entre outras qualidades.
A competência dos gerentes de projeto é um fator vital para o sucesso dos projetos, o que
Necessidade de desenvolvimento de programas de capacitação de gerentes de projetos e demais
membros das equipes de projetos.
Enfim, para obter resultados práticos é necessário que a gestão de projetos envolva mudan-
ças bem realizadas e sustentadas no ambiente das empresas.
44
Referências Bibliográficas
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Fatores Críticos de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia

  • 1. DANIELLE OLIVEIRA DE ALMEIDA RIBEIRO Fatores de Sucesso e Fracasso no Gerenciamento de Projetos de Engenharia BELO HORIZONTE FACULDADE PITÁGORAS – NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO 2013
  • 2. DANIELLE OLIVEIRA DE ALMEIDA RIBEIRO Fatores de Sucesso e Fracasso no Gerenciamento de Projetos de Engenharia Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Núcleo de Pós-Graduação da Faculdade Pitágoras, como requisito parcial à obtenção do grau de especialista em MBA Gerenciamento de Projetos. Orientador: Prof. Márcio Tibo BELO HORIZONTE FACULDADE PITÁGORAS – NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO 2013
  • 3. DANIELLE OLIVEIRA DE ALMEIDA RIBEIRO Fatores de Sucesso e Fracasso no Gerenciamento de Projetos de Engenharia Este trabalho foi julgado adequado como parte dos requisitos para a obtenção do grau de especialista em MBA Gerenciamento de Projetos do Núcleo de Pós-Graduação da Faculdade Pitágoras. ________________________________________ Prof. Márcio Tibo PROFESSOR ORIENTADOR ________________________________________ Prof. Márcio Tibo COORDENADOR DO CURSO Data:____/____/________
  • 4. Dedico este trabalho em primeiro lugar à Deus, o maior responsável por tudo que sou, e por tudo que tenho conquistado até hoje. E aos meus pais Mauro e Regina, fontes eternas de amor incondicional, por todo suporte dedicado à minha formação, e pelo apoio nos momentos mais difíceis.
  • 5. Agradecimentos Dedico meus sinceros agradecimentos à Progettare Engenharia de Projetos e Construções Ltda., pelo apoio financeiro, suporte técnico, e por ter tornado os meus horários flexíveis, sem- pre que possível, possibilitando a continuação dos meus estudos. Agradeço também aos meus professores e orientadores do Curso MBA Gerenciamento de Projetos da Faculdade Pitágoras, pela paciência, dedicação e por toda a orientação que recebi até a conclusão deste trabalho, e aos meus colegas de turma, pela intensa troca de experiências, companheirismo, e apoio mútuo que compartilhamos durante todo o curso. Por fim, agradeço aos meus colegas de trabalho da CEMIG, TV Globo Minas e Progettare, pessoas muito importantes e presentes em toda minha formação acadêmica, e de forma muito especial aos meus pais Mauro e Regina, meus irmãos Marcelle e Guilherme, meu namorado Carlos Eduardo e demais familiares e amigos por todo carinho, apoio e compreensão que sempre me dedicaram.
  • 6. Resumo Muitas vezes, os gerentes de projetos de engenharia monitoram e gerenciam vários projetos simultaneamente. Muitos destes projetos são concluídos com êxito, porém alguns, ou não são concluídos dentro do prazo e do orçamento, ou acabam sendo cancelados. Algumas das razões de fracasso em projetos são: a falta de envolvimento do usuário, falta de planejamento, requi- sitos incompletos, falta de recursos, erros de estimativas de custo, entre vários outros. Ter uma melhor compreensão das possíveis causas de fracasso em projetos é de grande importância para os gerentes de projetos. As pesquisas nesta área têm sido de grande interesse para pesquisado- res e profissionais. Assim, através de uma breve revisão da literatura, este trabalho tem como objetivo discutir as questões envolvidas no sucesso e fracasso de projetos, além de apresentar alguns fatores críticos para o sucesso da implementação de um projeto. Estes fatores que cau- sam o sucesso ou insucesso de um projeto podem ser generalizados para uma grande variedade de tipos de projetos e organizações. Palavras-chaves: Gerenciamento de Projetos, Engenharia, Sucesso em Projetos, Projetos Fra- cassados
  • 7. Abstract Often, project managers in engineering have to monitor and manage many projects concur- rently. Unfortunately, some projects were completed successfully but some were not completed on time, over budget or being cancelled. Some of the reasons of this project failure are: lack of user involvement, lack of planning,incomplete requirements, lack of resources, incorrect cost estimation, just to name a few. It is important for project managers and researchers to gain a better understanding of the causes of project failure. The search for factors that influence pro- ject success or failure has been of great interest to both researchers and practitioners. Based on a survey of the literature this work discusses the issues involved in project success and failure, and presents some factors that were found to be critical to the successful implementation of a project. These factors that causes project success or failure were found to be generalizable to a wide variety of project types and organizations. Keywords: Project Manager, Engineering, Project Success, Project Failure
  • 8. Sumário Lista de Figuras Lista de Tabelas 1 Introdução p. 11 1.1 Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 11 1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 12 1.3 Hipótese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13 1.4 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13 1.5 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 15 2 Conceitos Básicos de Gerenciamento de Projetos p. 17 2.1 Definição e Características de um Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 17 2.2 Definição, Objetivos e Benefícios do Gerenciamento de Projetos . . . . . . . p. 18 2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos . . . . . . . . . . . . . . . p. 20 2.3.1 PMBOK (Project Management Body of Knowledge) . . . . . . . . . p. 21 2.3.2 ISO 10006: Quality management - Guidelines to quality in project management . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22 2.3.3 PRINCE2 (Project in a Controlled Environment) . . . . . . . . . . . p. 23 2.3.4 ICB (IPMA Competence Baseline) e NCB (National Competence Ba- seline) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 25 2.4 Fases do Ciclo de Vida de Um Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 27 2.5 Áreas de Gerenciamento de Projetos (PMBOK) . . . . . . . . . . . . . . . . p. 28
  • 9. 3 Gerenciamento de Projetos de Engenharia p. 30 3.1 Características Gerais dos Projetos de Engenharia . . . . . . . . . . . . . . . p. 30 3.2 Critérios Gerais de Avaliação do Sucesso ou Fracasso de um Projeto . . . . . p. 32 3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia . . . . . . . p. 33 3.3.1 Causas de Fracasso em Projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 33 3.3.2 Fatores Críticos de Sucesso em Projetos . . . . . . . . . . . . . . . . p. 36 4 Conclusão p. 41 Referências Bibliográficas p. 44
  • 10. Lista de Figuras 2.1 Variação do esforço com o tempo e fases do projeto . . . . . . . . . . . . . . p. 27
  • 11. Lista de Tabelas 3.1 Fatores de Rejeição de Projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 35 3.2 Fatores de Fracasso de Projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 35 3.3 Fatores de Sucesso Percebido do Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 37 3.4 Fatores Críticos de Sucesso na Implementação de Projetos . . . . . . . . . . p. 38 3.5 Fatores de Sucesso para todos os estudos (N = 13) . . . . . . . . . . . . . . . p. 39 3.6 Fatores de Sucesso para estudos relacionados à engenharia e projetos de cons- trução (N = 7) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 40
  • 12. 11 1 Introdução 1.1 Tema Engenharia e desenvolvimento caminham juntos. O cenário de crescimento econômico que o país se encontra e o aumento da exigência por qualidade nos produtos e na prestação de servi- ços vêm, de forma crescente, aumentando cada vez mais a demanda por serviços e profissionais de engenharia com atuação continuada de inovação e organização na rotina dos empreendimen- tos. Com o entendimento do governo no início de 2007, de que a economia nacional possuía indicadores macroeconômicos e sociais positivos que possibilitavam uma aceleração do cres- cimento, criou-se um ambiente favorável para investimentos e uma reduzida dependência de financiamentos externos. Nos últimos anos, foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com gran- des investimentos em infra-estrutura, principalmente em áreas como energia, transportes, sa- neamento, habitação e recursos hídricos. Além disso, a demanda crescente dos projetos do “Programa Minha Casa, Minha Vida” e de empreendimentos como a exploração de petróleo na camada pré-sal, e eventos como as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo de 2014, também podem ser citados como atuais fontes geradoras de demanda por serviços de engenharia. No mercado imobiliário, 2013 deverá ser um ano de ajustes no processo produtivo do setor. Em 2012, o PIB da construção civil cresceu cerca de 4%, abaixo dos 5% estimados para o pe- ríodo pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). O setor passou por períodos turbulentos nos últimos anos, marcados por estouros de orçamentos das obras e péssimos resultados das incorporados de capital aberto. A projeção para este ano é de um crescimento semelhante, entre 3,5 e 4% (MENDES, 2013). Todos estes fatores ligaram o alerta para a necessidade de revisão e aprimoramento de todo o processo produtivo no setor, com preocupação especial pelo controle de custos. Diversas empresas passaram a adotar uma postura diferente dos outros anos, quando o que interessavam eram metas quantitativas, privilegiando portanto a qualidade dos investimentos, dos orçamentos
  • 13. 1.2 Objetivos 12 e dos processos construtivos. Além disso, em dezembro de 2012, o Governo Federal anunciou novas medidas para impulsionar o setor da construção: desoneração da folha de pagamento, com o objetivo de que o setor repasse o benefício aos valores dos imóveis, à melhora na pro- dutividade e ao aumento dos investimentos; redução de 6% para 4% da alíquota do Regime Especial de Tributação (RET), e criação de uma linha de capital de giro de R$ 2 bilhões voltada às micro e pequenas empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais. Desta forma, o Governo espera que a construção civil contribua mais fortemente com a aceleração do cresci- mento do País (GOVERNO.. . , 2013). Visando propiciar a redução de custos em seus empreendimentos, a minimização dos ris- cos e redução dos erros nos processos produtivos, as empresas de engenharia têm muitas vezes procurado executar seus projetos, processos e técnicas de gerenciamento, a partir das boas práti- cas reconhecidas por profissionais de gerenciamento de projetos, com padrões semelhantes aos recomendados, por exemplo, pelo PMI (Project Management Institute). Estes padrões são espe- cificados e detalhados no PMBOK (Project Management Body of Knowledge) que constitui-se como um guia prático de conhecimentos, reunidos e comprovados internacionalmente, indo desde práticas tradicionais até práticas inovadoras e avançadas, objetivando a padronização de termos utilizados na gerência de projetos (PMI, 2009; HOZUMI; SOARES; BROCHADO, 2006). 1.2 Objetivos Neste contexto, este trabalho tem como objetivo geral apontar quais são os principais fatores de sucesso e fracasso no gerenciamento de projetos na área de engenharia, e assim apresentar as melhores práticas que possam ser utilizadas como referência para muitos profissionais que trabalham ou desejam trabalhar nesta área. Como objetivos específicos, pretende-se, através deste trabalho: • Discutir práticas de sucesso em gerenciamento de projetos, que possam ser adotadas com o objetivo de aumentar as margens de lucro, a eficiência e a qualidade dos serviços pres- tados, além de uma melhor satisfação dos seus clientes; • Listar alguns fatores que geraram fracasso em projetos de engenharia, com o objetivo de possibilitar uma melhor análise de riscos, evitar erros e minimizar retrabalhos; • Incentivar uma maior capacitação dos profissionais desta área;
  • 14. 1.3 Hipótese 13 • Buscar melhor eficiência e qualidade dos trabalhos que estes profissionais executam e gerenciam em suas organizações; • Incentivar e promover uma crescente inovação nas empresas, com consequente aumento da qualidade e eficiência dos serviços prestados. 1.3 Hipótese Os conceitos de administração geral e de ferramentas de planejamento sempre nortearam os empreendimentos de engenharia com o objetivo de otimizar seus processos e reduzir o du- eto prazo-custo. Aplicar todas estas técnicas e habilidades de Gerenciamento de Projetos no planejamento de atividades no âmbito da engenharia tem trazido resultados satisfatórios. Estes resultados são obtidos principalmente de lições aprendidas, quando devidamente documenta- das em uma organização, assim como os referenciais de custo-prazo, modelos de projetos e otimização dos recursos humanos e materiais (COUTINHO, 2006). Diariamente, vários projetos de engenharia são gerenciados nas organizações em todo o mundo. Neste contexto, o registro das “Lições Aprendidas” em cada projeto torna-se cada vez mais imprescindível. A importância da documentação destas “Lições Aprendidas” é um fato que gera benefícios para a organização como um todo. O planejamento e ordenamento das tarefas sempre garantiu o sucesso das empreitadas, se- jam projetos de construção, inovação, ampliação ou meramente organizacionais. Supõe-se que através do registro das “Lições Aprendidas” de projetos de engenharia que podem ser conside- rados verdadeiros exemplos de sucesso, assim como de fracasso, poderá ser possível levantar os principais fatores que influenciaram o alcance deste resultado. 1.4 Justificativa O aumento da qualidade nos produtos e na prestação de serviços tem exigido das empresas e profissionais uma atuação continuada de inovação e organização na rotina do empreendimento. A inovação é uma necessidade essencialmente econômica nas empresas. As empresas preci- sam inovar para competir no mercado, mas esse não é o principal problema. Uma das maiores dificuldades encontradas pelos empresários, mesmos daqueles que já possuem a cultura da ino- vação como uma prática, é a carência de profissionais capacitados. E um ponto fundamental para o desenvolvimento da inovação nas empresas é fortalecer a engenharia.
  • 15. 1.4 Justificativa 14 Uma pequena demonstração do que o Brasil seria capaz de fazer se levasse mais a sério a formação do engenheiro, que é um profissional básico para o desenvolvimento industrial, é o resultado de pesquisas que indicam que há uma relação direta entre a capacidade de as empresas e os países criarem inovação e o número e a qualidade dos engenheiros dos quais dispõem. Na Coreia do Sul, por exemplo, dos 125.000 profissionais que trabalham com pesquisa, 90.000 são engenheiros e técnicos com formação ligada à engenharia (IKEDA, 2012). Porém, apesar do cenário de crescimento econômico que o país se encontra, a formação em ensino superior no Brasil ainda é baixa. Faltam profissionais formados nas áreas de ciências em geral, mas faltam, principalmente, engenheiros capacitados. O país forma hoje pouco mais de 40.000 engenheiros por ano, bem menos do que a demanda, causando um déficit de 150.000 pro- fissionais no mercado, pela estimativa da Confederação Nacional da Indústria (IKEDA, 2012). Por outro lado, não adianta o país formar centenas de alunos em cursos superiores a cada ano se eles não têm conhecimento suficiente para comandar ou gerenciar um empreendimento. A China, por exemplo, forma 600.000 engenheiros por ano. Porém, uma pesquisa da consultoria McKinsey com 83 multinacionais que atuam em países emergentes identificou que, de cada 100 engenheiros chineses, apenas dez têm formação adequada ao mercado. O Brasil não está muito distante desta realidade: apenas 13 de cada 100 engenheiros formados nos país têm um bom perfil (IKEDA, 2012). A distância cultural entre profissionais do chamado “chão de fábrica” e aqueles que atuam com a concepção, geração e a execução do projeto são enormes. O prejuízo por não se fazer entender projetistas, encarregados e ou lideres de equipes são significativos. A dificuldade que um profissional desqualificado tem para ler um desenho, interpretar uma planta, raciocinar com lógica, entre outras atividades, pode gerar desperdícios de tempo e materiais e até mesmo inviabilizar um empreendimento. Um bom profissional deve ter habilidades com os métodos, procedimentos e processos construtivos (CASTRO, 2009). Uma pesquisa com médias e grandes indústrias revelou que os engenheiros recém-formados têm limitação para se comunicar, assumir a gestão de projetos e exercer liderança (IKEDA, 2012). A maioria não tem espírito empreendedor nem consegue trabalhar em equipe, ou seja, o engenheiro hoje é despreparado do ponto de vista da gestão. Essa é uma falha estrutural da grade curricular: falta desenvolver na faculdade uma matéria que complemente a parte de gestão (REIS, 2013). O aumento da disponibilidade no mercado, de engenheiros capacitados com amplo conhe- cimento das melhores práticas em gerenciamento de projetos é essencial, pois são eles os prin- cipais responsáveis pelo funcionamento das indústrias, e de empresas prestadoras de serviços
  • 16. 1.5 Metodologia 15 técnicos executivos (obras) e intelectuais (consultoria e projetos). Assim, este trabalho se faz necessário por discutir e apresentar práticas em gerenciamento de projetos a serem aplicadas na engenharia, que possam ser utilizadas como referência para muitos profissionais que trabalham ou desejam trabalhar nesta área, e que anseiam por uma maior capacitação, além de melhor eficiência e qualidade dos trabalhos que executam e geren- ciam em suas organizações. Como conseqüência da crescente capacitação destes profissionais em gerenciamento de projetos, é a promoção de uma crescente inovação nas empresas, além do aumento da qualidade e eficiência dos serviços prestados. E o Brasil poderá contar, cada vez mais, com empresas e profissionais qualificados, sem precisar recorrer à importação de mão-de-obra e contratação de empresas no exterior. 1.5 Metodologia A monografia a ser apresentada como resultado desta pesquisa que se deseja realizar, será de revisão de literatura, com o objetivo de se identificar exemplos de sucesso e fracasso em práticas de gerenciamento de projetos. A partir da identificação destes exemplos, através de uma raciocínio lógico indutivo, será realizada uma análise qualitativa de quais fatores propiciaram o alcance destes resultados, para assim concluir quais práticas deverão ou não ser adotadas, para aumentar as chances de obtenção de sucesso em gerenciamento de projetos de engenharia. A pesquisa será exploratória, pois pretende explorar e conhecer melhor o tema; descritiva, explicativa, pois pretende caracterizar, mostrar, retratar uma situação, um processo, uma situa- ção; metodológica e aplicativa, pois pretende apresentar modelos que poderão ser aplicados por outras empresas e profissionais da área. O meio da pesquisa será bibliográfico, tendo como fontes principais, os artigos que tratam do tema Gerenciamento de Projetos de Engenharia e causas gerais de sucesso e fracasso em projetos. A abordagem será qualitativa, com Análise de Conteúdo, Grupo de Foco e Estudo de caso. O universo foco deste trabalho será as empresas do ramo de engenharia. Para atingir os objetivos esperados, este trabalho está estruturado da seguinte forma: • Capítulo 1 - Introdução: Apresenta o tema do trabalho, os objetivos esperados, hipótese, justificativa e a metodologia adotada para alcançar os resultados desejados; • Capítulo 2 - Conceitos Básicos de Gerenciamento de Projetos: Serão apresentados as definições de projeto e gerenciamento de projetos; os principais benefícios da adoção de
  • 17. 1.5 Metodologia 16 práticas de gerenciamento de projetos; os principais padrões existentes de gerenciamento de projetos; ciclo de vida de um projeto e as áreas de gerenciamento de projetos segundo o PMBOK; • Capítulo 3 - Gerenciamento de Projetos de Engenharia: Este capítulo abordará as características gerais de projetos na engenharia, critérios gerais de avaliação do sucesso ou fracasso de um projeto, assim como as suas principais causas; • Capítulo 4 - Conclusões: Será apresentado uma análise e conclusão acerca dos fatores de sucesso e fracasso no gerenciamento de projetos de engenharia, abordados ao longo deste trabalho.
  • 18. 17 2 Conceitos Básicos de Gerenciamento de Projetos 2.1 Definição e Características de um Projeto Um projeto pode ser definido da seguinte forma: Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade (VARGAS, 2009). Resumindo conforme o PMI (2009), “um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”, e são frequentemente utilizados como meio de atingir o plano estratégico de uma organização. Assim, podemos listar as principais características de um projeto: Temporariedade: Trata-se de um esforço temporário, ou seja, um projeto possui um início e um término definidos; Individualidade do Produto: Cada projeto cria um produto, serviço ou resultado exclusivo; Processo não repetitivo: Trabalho não contínuo, ou seja, não segue os procedimentos existen- tes de uma organização, não faz parte da rotina da empresa. As tarefas podem ser novas para a equipe do projeto; Incerteza: Podem surgir incertezas quanto aos produtos, serviços ou resultados criados pelo projeto devido a sua natureza exclusiva; Complexidade: Os projetos podem envolver uma única pessoa ou múltiplas unidades organi- zacionais. Além disso, como as tarefas podem ser novas para a equipe, o projeto demanda um planejamento maior do que outro trabalho rotineiro;
  • 19. 2.2 Definição, Objetivos e Benefícios do Gerenciamento de Projetos 18 Um projeto pode criar uma capacidade de realizar um serviço, ou um resultado, como um produto ou um documento. Para melhor ilustrar o conceito de projeto, pode-se usar o exemplo da construção de uma edificação qualquer. Trata-se de uma obra complexa, constituída de diversas etapas que utilizam inúmeros recursos e que possui um prazo de conclusão. Uma empresa ou organização pode construir vários prédios, a princípio, isso parece ser uma atividade repetitiva. Porém, a obra como um todo é não repetitiva, o produto final de cada obra tem as suas próprias características. Trata-se de um empreendimento único. Como exemplos de motivos que podem gerar e autorizar um projeto, podemos citar: • Demanda de mercado (por exemplo, desenvolvimento de um carro mais econômico e menos poluente); • Oportunidade/necessidade estratégica de negócios (por exemplo, criação de um novo curso para aumentar a receita de uma empresa ou promover uma maior capacitação de profissionais); • Solicitação de cliente (por exemplo, construção de uma nova subestação para atender a um novo parque industrial); • Avanço tecnológico (por exemplo, desenvolver ou readequar um produto de acordo com as novas tendências tecnológicas do mercado); e • Requisito legal (por exemplo, um projeto para estabelecer diretrizes para o manuseio de um determinado material tóxico). 2.2 Definição, Objetivos e Benefícios do Gerenciamento de Projetos O conceito de gestão ou gerenciamento pode ser resumido como um conjunto de tarefas que procuram garantir a utilização eficaz de todos os recursos disponibilizados pela organiza- ção, afim de serem atingidos os objetivos pré-determinados. Cabe à gestão a otimização do funcionamento das organizações através de tomada de decisões racionais, fundamentadas na escolha e tratamento de dados e informações relevantes. Além disso, cabe à gestão contribuir para desenvolvimento desta organização, e para a satisfação dos interesses de todos os seus colaboradores, proprietários e das necessidades da sociedade em geral ou de um grupo em par- ticular.
  • 20. 2.2 Definição, Objetivos e Benefícios do Gerenciamento de Projetos 19 Dentro deste contexto, definimos gerenciamento de projetos como sendo a “aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades de projeto a fim de atender aos seus requisitos” (PMI, 2009). Em poucas palavras, o gerenciamento de projetos visa atingir um conjunto de objetivos pré-definidos, num certo prazo, com um certo custo e qualidade, através da mobilização de recursos técnicos e humanos. ABNT (2006) refere-se a projeto como sendo um empreendimento, e define gestão de em- preendimento como sendo o “planejamento, organização, monitoramento, controle e relato de todos os aspectos de um empreendimento e a motivação de todos os envolvidos no alcance dos objetivos do empreendimento.” Entre as tarefas necessárias para se gerenciar um projeto, podemos incluir: a identificação dos requisitos; a adaptação às diferentes necessidades, preocupações e expectativas das partes interessadas à medida que o projeto é planejado e realizado; e o balanceamento das restrições conflitantes do projeto, como por exemplo, o escopo, a qualidade, o cronograma, o orçamento, os recursos e os riscos. O projeto específico influenciará as restrições nas quais o gerente precisa se concentrar. Os benefícios obtidos com o gerenciamento de projetos podem ser classificados em: • Financeiros: através da redução de custos com projetos em atraso; • Processos Internos: com o aumento da produtividade no desenvolvimento dos projetos, melhoria na alocação de recursos críticos aos projetos e redução do retrabalho; • Inovação e Melhoria Contínua: obtendo-se a unificação do gerenciamento de projetos com os processos de comercialização, desenvolvimento e operação; • Clientes: atendendo aos requisitos definidos para o projeto, e com o alinhamento dos projetos com as estratégias da organização; • Pessoas: com a busca da maturidade no processo de gestão como garantia de que as pessoas possam desenvolver suas capacidades e terem uma melhor satisfação no trabalho realizado. Quando bem executado e planejado, o gerenciamento de projetos pode propiciar os seguin- tes principais benefícios (VARGAS, 2009): • Evitar surpresas durante a execução dos trabalhos;
  • 21. 2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 20 • Permite desenvolver diferenciais competitivos e novas técnicas, através do uso de meto- dologia estruturada; • Antecipa as situações desfavoráveis que poderão ser encontradas, para que ações pre- ventivas e corretivas possam ser tomadas antes que essas situações se consolidem como problemas; • Disponibiliza os orçamentos antes do início dos gastos; • Agiliza as decisões, através da disponibilização e uso de informações estruturadas; • Aumenta o controle gerencial de todas as fases a serem implementadas; • Facilita e orienta as revisões da estrutura do projeto melhorando sua capacidade de adap- tação; • Otimiza a alocação de recursos necessários ao projeto (pessoas, equipamentos e materi- ais); • Documenta e facilita as estimativas para futuros projetos. Assim, dentre as principais características técnicas de um projeto bem sucedido, podem ser citados: • A conclusão dentro do tempo e orçamento previstos; • A utilização dos recursos (materiais, equipamentos e pessoas) de forma eficiente, sem desperdícios; • O atendimento à qualidade e à performance desejada. 2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos Ao longo do tempo, houve diversas tentativas para desenvolver padrões internacionais de gerência de projetos. Dentre estes padrões, se destacam os que serão apresentados nas seções a seguir.
  • 22. 2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 21 2.3.1 PMBOK (Project Management Body of Knowledge) O Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK) é uma norma reconhecida para a profissão de gerenciamento de projetos. Trata-se de um padrão que contém conhecimentos que evoluiram a partir das boas práticas reconhecidas de profissi- onais de gerenciamento de projetos que contribuíram para o seu desenvolvimento. Este guia fornece diretrizes para o gerenciamento de projetos individuais, define o gerenciamento e os conceitos relacionados e descreve o ciclo de vida do gerenciamento de projetos e os processos relacionados (PMI, 2009). Este conjunto de conhecimentos é gerenciado pela organização Project Management Ins- titute (PMI). O PMBOK é visto como a mais importante bibliografia de gestão de projetos da atualidade. Não se trata de uma metodologia de gerenciamento de projetos, e sim, de uma padronização que identifica e nomeia processos, áreas de conhecimento, técnicas, regras e mé- todos. O guia foi reconhecido, em 1999, como um padrão de gerenciamento de projetos pelo ANSI (American National Standards Institute), e por sua imensa importância internacional, se transformou num padrão que é fonte de inspiração para quase todas as metodologias existentes (PROJECT BUILDER, 2012). Conforme padronização do PMI, os processos citados anteriormente abordam nove áreas de conhecimento: 1. Gerenciamento de Integração; 2. Gerenciamento do Escopo; 3. Gerenciamento do Tempo; 4. Gerenciamento de Custos; 5. Gerenciamento da Qualidade; 6. Gerenciamento de Recursos Humanos; 7. Gerenciamento de Comunicações; 8. Gerenciamento de Riscos; 9. Gerenciamento das Aquisições.
  • 23. 2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 22 2.3.2 ISO 10006: Quality management - Guidelines to quality in project management A norma ISO 10006 aborda o gerenciamento de projetos, mas, como a própria diz, não é um guia. Trata-se de um padrão internacional, desenvolvido pela ISO, específico para gerência de projetos, que reúne diretrizes que devem ser usadas para manter a qualidade em projetos. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou esta norma em 2006, sendo denominada ABNT NBR ISO 10006:2006 - Sistemas de gestão da qualidade - Diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos. Esta norma define os princípios de gestão da qualidade e práticas que dizem respeito à gestão de projetos. Ele fornece a orientação sobre questões de qualidade que tenham impacto em projetos. É aplicável a projetos de dimensão, complexidade e tamanho variados. Estas diretrizes podem ser aplicadas a projetos gerenciados por um indivíduo, por uma equipe, por programa (grande projeto composto de projetos menores, mas inter-relacionados) ou de uma carteira de projetos. Considerando que a ISO 10006 é um documento de orientação, ela não deve ser usada para fins de certificação ou registro. Seu objetivo geral é criar e manter a qualidade em projetos através de um processo sistemático que garanta que: • As necessidades explícitas e implícitas dos clientes sejam entendidas e atingidas; • As necessidades das partes interessadas sejam entendidas e avaliadas; • As políticas de qualidade da organização sejam incorporadas no gerenciamento de proje- tos. Um projeto deve ser realizado em um determinado espaço de tempo, enquanto o PMBOK enfoca a criação de um produto, serviço ou algo cujo resultado possa ser mensurável. A ISO 10006 aborda o processo que leva a este resultado. Em ABNT (2006) nove etapas são relacionadas para o processo estratégico: • Aplicação dos princípios de gestão da qualidade através do processo estratégico; • Foco no Cliente; • Liderança; • Envolvimento de pessoal;
  • 24. 2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 23 • Abordagem de processo; • Abordagem sistêmica para o gerenciamento; • Melhoria contínua; • Abordagem factual para tomada de decisão; • Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores. Sete grupos de processos de gestão de empreendimento (projetos) são então relacionados como sendo necessários para elaborar os produtos do empreendimento: • Processos relacionados à interdependência; • Processos relacionados ao escopo; • Processos relacionados ao prazo; • Processos relacionados ao custo; • Processos relacionados à comunicação; • Processos relacionados ao risco; • Processos relacionados às aquisições. 2.3.3 PRINCE2 (Project in a Controlled Environment) O PRINCE2 foi lançado como um método para gerenciamento de projetos pelo governo britânico em 1996, tendo sido criado em 1989 a partir do PROMPTII, o qual, por sua vez, surgiu em 1975 e foi adotado em 1979 como padrão para gerenciamento dos projetos de sistemas de informação do governo. O PRINCE2 vem sendo adotado como padrão para todos os projetos governamentais no Reino Unido e tem sido amplamente utilizado pela iniciativa privada não só naquele país, mas também em outros lugares da Europa, África, Oceania e Estados Unidos, sendo considerado o método de gerenciamento de projetos mais utilizado no mundo (ANGELO, 2008). Trata-se de um método não proprietário para gerenciamento de projetos. É adaptável a qualquer tipo ou tamanho de projeto e cobre seu gerenciamento, controle e organização. Isso é possível porque o PRINCE2 isola o gerenciamento do projeto (ou seja, os aspectos ligados ao
  • 25. 2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 24 escopo, tempo, custo, qualidade, riscos, benefícios, tolerâncias, etc.) das contribuições especi- alizadas (o esforço para realizar o produto, como por exemplo: design, construção, etc.). O método PRINCE2 aborda o gerenciamento de projeto com quatro elementos integrados: princípios, temas, processos e ambiente do projeto. Além disso, foca-se no controle de seis objetivos principais do projeto: escopo, tempo, custo, qualidade, riscos e benefícios. Os princípios são orientações obrigatórias e boas práticas que determinam se o projeto está sendo genuinamente gerenciado de acordo com o método PRINCE2. Sem a aplicação de qualquer dos princípios, o projeto não estará utilizando o PRINCE2. São sete princípios: • Justificação contínua do Business Case • Aprender com a experiência; • Papéis e responsabilidades definidos; • Gerenciamento por estágios; • Gerenciamento por exceção; • Foco no produto; • Adequação ao ambiente do projeto. Os temas descrevem aspectos do gerenciamento de projeto que devem ser tratados conti- nuamente e em paralelo ao longo de toda a duração do projeto, e explicam o tratamento do PRINCE2 para as várias áreas de gerenciamento de projetos. Também são sete temas: • Business Case; • Organização; • Qualidade; • Planos; • Risco; • Mudança; • Progresso.
  • 26. 2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 25 Os processos são percorridos de acordo com as etapas ao longo do ciclo de vida do projeto. Cada processo fornece listas de verificação de atividades, com recomendações de produtos (de gerenciamento de projetos, ex.: business case, descrição de produtos, relatórios, registros, notas de lição, etc.) e responsabilidades relacionadas. São sete processos: • Starting Up a Project (SU); • Directing a Project (DP); • Initiating a Project (IP); • Managing a Stage Boundary (SB); • Controlling a Stage (CS); • Managing Product Delivery (MP); • Closing a Project (CP). A adequação ao ambiente do projeto se refere à adequação do PRINCE2 ao contexto par- ticular do projeto. O PRINCE2 não é uma solução de tamanho único, mas sim um framework flexível que pode ser adequado a qualquer tipo e porte de projeto. No Brasil, a metodologia PRINCE2 já vem sendo utilizada em algumas organizações, e é crescente a procura por informações a respeito do assunto. 2.3.4 ICB (IPMA Competence Baseline) e NCB (National Competence Ba- seline) A instituição IPMA (International Project Management Association), registrada na Suíça, é uma associação sem fins lucrativos, cujo objetivo é promover internacionalmente o Gerenci- amento de Projetos. Ela foi criada em 1965 com o nome INTERNET, como fórum de troca de experiências entre gerentes de projetos internacionais. Sua primeira conferência internacional ocorreu em 1967, em Viena, e desde então a IPMA tem se desenvolvido constantemente, da mesma forma que o Gerenciamento de Projetos (SANTOS; CARVALHO; CARVALHO, 2005; IPMA BRASIL, 2012). Os membros da IPMA são principalmente as Associações Nacionais dedicadas ao Geren- ciamento de Projetos (33 países, em dezembro de 2003). Com quase 50 anos no mercado a IPMA representa atualmente mais de 50 associações de todo o mundo. Trata-se de uma rede In- ternacional de Associações de Gerenciamento de Projetos, onde cada país tem autonomia para
  • 27. 2.3 Principais Padrões de Gerênciamento de Projetos 26 atuar nacionalmente, levando em consideração os requisitos e necessidades locais, desde que mantenham as diretrizes da IPMA. A estrutura geral da Certificação da IPMA é apresentada no documento ICB (IPMA Compe- tence Baseline). Esta estrutura define os Domínios, as Competências e os Sistemas de Classifi- cação (taxonomias) do Gerenciamento de Projetos, para a avaliação de conhecimento, experiên- cia, atitudes pessoais e impressões gerais, nos 4 níveis da certificação IPMA. As especificações para certificação do Project Management Institute (PMI), dos Estados Unidos, é o “Guide to Project Management Body of Knowledge” (PMBOK Guide). O PMBOK Guide refere-se es- sencialmente aos “conhecimentos” em Gerenciamento de Projetos. No ICB, não somente os elementos dos conhecimentos em Gerenciamento de Projetos são descritos; ele também contém uma estrutura ampla para a avaliação das competências do profissional de Gerenciamento de Projetos. Cada associação nacional tem a responsabilidade pela elaboração detalhada de suas próprias especificações de competência (National Competence Baseline - NCB) em coerência com o ICB e a cultura local. As especificações nacionais podem incluir novos elementos, detalhar ou simplificar os elementos já descritos no ICB, de maneira razoável, de modo a contemplar particularidades da cultura local e novas tendências. O NCB representa a compreensão e as práticas nacionais do Gerenciamento de Projetos e contém uma bibliografia simplificada sobre Gerenciamento de Projetos. Em Março de 2010, na Holanda, a Associação Brasileira de Gerenciamento de Projetos (ABGP), que antes era o braço da IPMA no Brasil, foi afastada pelo IPMA. A extinta ABGP era filiada à IPMA desde junho de 2002. A ABGP foi criada no final de 2001, com a finalidade de permitir o acesso do Brasil a uma consagrada rede internacional de certificação em Geren- ciamento de Projetos, da qual participavam mais de 30 países. Desta forma o Brasil passou a ser o único país da América do Sul integrante desta rede. A ABGP lançou em janeiro de 2005, o NCB que no Brasil foi denominado como RBC - Referencial Brasileiro de Competências em Gerenciamento de Projetos (SANTOS; CARVALHO; CARVALHO, 2005). Em 2012, o IPMA Brasil lançou o NCB Versão 3.0 (Referencial Brasileiro de Competên- cias). Este documento foi localizado e adaptado para o Brasil segundo o ICB - IPMA Compe- tence Baseline Version 3.0, com a colaboração das organizações associadas da IPMA. O NCB contém termos básicos, atividades, habilidades, funções, processos de gestão, métodos, técni- cas e ferramentas que são utilizadas na teoria e nas melhores práticas de gestão de projetos, assim como conhecimento e experiência especializados e de práticas inovadoras e avançadas, utilizados em situações mais específicas (IPMA BRASIL, 2012).
  • 28. 2.4 Fases do Ciclo de Vida de Um Projeto 27 2.4 Fases do Ciclo de Vida de Um Projeto O esforço de um projeto é definido como sendo a quantidade de pessoas envolvidas, o dispêndio de trabalho e dinheiro, as preocupações , as complicações, etc. A variação do esforço com o tempo e com as fases do projeto pode ser representada através do gráfico apresentado na figura 2.1. A localização exata do valor máximo do gráfico pode variar para cada projeto (VARGAS, 2009). Figura 2.1: Variação do esforço com o tempo e fases do projeto De uma forma geral, o ciclo de um projeto pode ser dividido nas seguintes fases caracterís- ticas: Fase de Iniciação: O objetivo da Fase de Iniciação é produzir um conjunto de documentos que justifique e defina o projeto e forme a base para o gerenciamento durante as outras fases do ciclo de vida deste projeto. Trata-se da fase inicial de um projeto, onde uma necessidade é identificada. Nessa fase são definidos o objetivo do projeto, os documentos iniciais são confeccionados, as melhores estratégias são identificadas e selecionadas e o projeto é então formalizado. Uma característica comum a todos os projetos é que eles são criados para atender a uma necessidade, como por exemplo, uma solicitação de um cliente, a identificação de uma oportunidade de mercado, a verificação de que algum concorrente possui um produto que a empresa não tem, a necessidade de um novo produto detectada através de pesquisas, etc. A elaboração destes documentos assegura com que os tópicos principais como necessi- dades e objetivos estejam completamente definidos, entendidos, garantindo a aceitação e comprometimento por parte dos envolvidos.
  • 29. 2.5 Áreas de Gerenciamento de Projetos (PMBOK) 28 Fase de Planejamento: A Fase de Planejamento tem como objetivo detalhar a execução do projeto, através do detalhamento e definição do escopo, definição e sequenciamento das atividades, elaboração do cronograma, definição e alocação de recursos, análise de custos, análise dos riscos, etc. No final dessa fase, o projeto deve estar suficientemente detalhado, minimizando as dificuldades e os imprevistos durante a sua execução. Nessa fase, os planos auxiliares de comunicação, qualidade, riscos, suprimentos e recur- sos humanos também são desenvolvidos. Fase de Execução: A Fase de Execução materializa tudo aquilo que foi planejado e detalhado nas fases de Iniciação e de Planejamento. Os erros cometidos nas fases anteriores fi- cam evidentes nesta fase, e grande parte do orçamento e do esforço total do projeto são consumidos. Fase de Monitoramento e Controle: A Fase de Monitoramento e Controle acontece paralela- mente às demais fases do projeto, e tem como objetivo acompanhar e controlar a evolução do projeto de modo a permitir a rápida tomada de ações preventivas e corretivas quando alguma anormalidade ou desvio é detectado em relação ao que havia sido planejado. Fase de Encerramento: Também conhecida como Fase de Aprendizado. na Fase de Encer- ramento os documentos do projeto são encerrados, e todas as falhas ocorridas durante o projeto são discutidas e analisadas para que erros similares não ocorram em novos proje- tos. 2.5 Áreas de Gerenciamento de Projetos (PMBOK) Conforme padronização do PMI, os processos citados anteriormente abordam as seguintes nove áreas de conhecimento (VARGAS, 2009): Gerenciamento de Integração: Esta área engloba os processos necessários para assegurar que todos os elementos do projeto sejam adequadamente coordenados e integrados; Gerenciamento do Escopo: Área que engloba os processos necessários para assegurar que, no projeto, esteja incluído todo o trabalho requerido, e somente o trabalho requerido, para concluí-lo de maneira bem-sucedida; Gerenciamento do Tempo: Área que engloba os processos necessários para assegurar a con- clusão do projeto no prazo previsto. É uma das áreas mais visíveis do gerenciamento de projetos;
  • 30. 2.5 Áreas de Gerenciamento de Projetos (PMBOK) 29 Gerenciamento de Custos: Área que engloba os processos requeridos para assegurar que um projeto seja concluído de acordo com seu orçamento previsto; Gerenciamento da Qualidade: Área que engloba os processos requeridos para assegurar que os produtos ou serviços do projeto estarão em conformidade com o solicitado pelo cliente ou contratante; Gerenciamento de Recursos Humanos: Área que engloba os processos requeridos para fazer uso mais efetivo do pessoal envolvido com o projeto; Gerenciamento de Comunicações: Área que engloba os processos requeridos para assegurar que as informações do projeto sejam adequadamente obtidas e disseminadas; Gerenciamento de Riscos: Área que visa planejar, identificar, qualificar, quantificar, respon- der e monitorar os riscos do projeto; Gerenciamento das Aquisições: Área que engloba os processos requeridos para adquirir bens e serviços de fora da organização promotora. Também conhecido como gerenciamento de suprimentos ou contratos.
  • 31. 30 3 Gerenciamento de Projetos de Engenharia 3.1 Características Gerais dos Projetos de Engenharia A engenharia é uma ciência bastante abrangente que engloba uma série de ramos mais es- pecializados, cada qual com uma ênfase mais específica em determinados campos de aplicação e em determinados tipos de tecnologia. Os projetos de engenharia geralmente são derivados de empreendimentos onde a multidisciplinaridade é grande e complexa. Estes projetos são compostos por vários subprojetos de diversas áreas de conhecimento ou disciplinas, como (MI- CHALICK; SANTANNA; COUTINHO, 2008): • Arquitetura; • Engenharia Ambiental; • Engenharia Civil; • Engenharia Elétrica; • Engenharia Eletrônica; • Engenharia Mecânica; • Engenharia de Automação, Controle e Instrumentação; • Outras engenharias (Química, de Minas, Petroquímica, etc.). Em projetos de engenharia, onde a multidisciplinaridade dos empreendimentos é grande, um eficiente gerenciamento de projeto pode garantir o sucesso e reduzir os impactos nos cus- tos devido aos atrasos e mudanças que podem ocorrer durante a sua execução. Devido à sua complexidade, os projetos de engenharia devem ser gerenciados por metodologias próprias e
  • 32. 3.1 Características Gerais dos Projetos de Engenharia 31 embasadas nas melhores práticas de mercado e histórico de empreendimentos anteriores. Es- tas metodologias devem ser desenvolvidas pelas empresas visando garantir o cumprimento de escopo, prazo e orçamento (COUTINHO; NETO, 2009). A maioria dos problemas e erros que podem ser encontrados durante a execução de um em- preendimento podem ser evitados através das melhores práticas em gerenciamento de projeto, que fornecem técnicas e metodologias que possibilitam garantir um início e um final satisfató- rio. A gestão de projetos tem sido aplicada em diversos tipos de organizações. Várias pesquisas demonstram que as empresas têm obtido resultados resultados satisfatórios com a implemen- tação de melhorias nas suas práticas de gerenciamento de projetos. Uma pesquisa realizada em 2002 pelo Center for Business Practices apontou que 94% das empresas consideram que a implementação da gerenciamento de projetos representa significativos ganhos para as suas or- ganizações, com melhorias em resultados financeiros, satisfação dos clientes, desempenho dos projetos e processos e medidas de crescimento e aprendizagem organizacional. De acordo com essa pesquisa, as melhorias que uma empresa pode esperar com o gerenciamento de projetos são (AMORIM, 2006): • 50% de melhorias na execução dos projetos e programas; • 88% nos retorno dos investimentos; • 33% na satisfação dos clientes; e • 36% na satisfação dos empregados. Para alcançar estes resultados, as organizações adotam as seguintes iniciativas: • a implementação de escritórios de gerenciamento de projetos; • metodologias de gerenciamento de projetos; • software e ferramentas; • a integração da gestão de projetos com os demais processos da organização; • treinamento em métodos e técnicas; e • o desenvolvimento de programas de capacitação de gerentes de projetos.
  • 33. 3.2 Critérios Gerais de Avaliação do Sucesso ou Fracasso de um Projeto 32 Três ou mais destas iniciativas tem sido adotada por mais de 70% das organizações nos últimos anos. Porém, mesmo com a adoção de práticas de gerenciamento de projetos, muitos projetos ainda fracassam, ou são concluídos 3.2 Critérios Gerais de Avaliação do Sucesso ou Fracasso de um Projeto Um projeto pode ser considerado fracassado quando um ou mais das seguintes afirmativas são verdadeiras (SCHRIVER, 2004): • O orçamento financeiro é excedido; • O projeto não é entregue no prazo; • O resultado não satisfaz os objetivos esperados; • O compromisso de alcançar os resultados não é garantido. Conforme PINTO e MANTEL (1990), com base em uma análise da literatura e entrevistas com gerentes de projeto experientes, três ítens foram identificados como pontos de referência para avaliação do sucesso ou o fracasso de um projeto: 1. o processo de implementação; 2. o valor percebido do projeto; 3. a satisfação do cliente com o projeto entregue. O sucesso ou fracasso do processo de implementação do projeto é um fator interno, rela- cionado ao desempenho da equipe envolvida no projeto, e que inclui critérios como cumprir o cronograma, o orçamento, e as metas técnicas do projeto, além da manutenção de boas rela- ções de trabalho dentro da equipe e da organização. A questão-chave para a implementação do processo é a eficiência. O segundo aspecto da avaliação do fracasso ou sucesso do projeto é a qualidade que este alcançou, e inclui as percepções da equipe de projeto do valor e utilidade de suas entregas. Essa avaliação enfatiza o potencial impacto do projeto sobre os seus usuários, e está relacionado ao julgamento da equipe de projeto sobre o quão bom foi o trabalho realizado para o cliente.
  • 34. 3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 33 Avaliação da equipe de projeto pode ou não concordar com a avaliação do cliente. A satis- fação do cliente, terceiro aspecto de desempenho do projeto, é uma medida externa de eficácia, realizada pelo cliente. Note que todas essas três medidas de desempenho não são absolutas. O critério principal no qual estes se baseiam quase sempre contem elementos conflitantes (e que provavelmente não serão consistentes ao longo do tempo). A precedência entre as medidas dependerá da forma como a equipe, a organização e o cliente respondem às pressões internas ou externas. Todas estas incertezas refletem a realidade da avaliação de desempenho de um projeto. A medida que as causas podem ser diferentes para cada uma destas formas de definição de fracasso de um projeto, uma hipótese é então sugerida: as causas percebidas de fracasso do projeto variam, dependendo de qual dessas medidas é usado para avaliar o seu desempenho. 3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de En- genharia 3.3.1 Causas de Fracasso em Projetos Obter um entendimento mais completo das causas do fracasso do projeto tem sido uma tarefa difícil para pesquisadores e profissionais acadêmicos. Há muitas discordâncias entre os autores sobre como definir exatamente quais são as causas do fracasso de um projeto. Existem vários fatores listados na literatura, o que sugere uma falta de um consenso geral. As causas de fracasso podem variar de acordo com o tipo de projeto que está sendo estudado e podem também depender da fase do ciclo de vida em que o projeto se encontra (PINTO; MANTEL, 1990). Apesar da dificuldade de se definir exatamente as causas de fracasso de projetos, ao exami- nar uma variedade de projetos fracassados, alguns aspectos comuns sugerem que certas carac- terísticas são fortemente relacionadas a estas causas. Schriver (2004), após uma extensa revisão da literatura e pesquisa de campo, concluiu que projetos podem fracassar por dois principais motivos: • Falha dos gerentes de projeto no planejamento e gerenciamento do escopo; • Falha dos gerentes de projeto no gerenciamento e controle de mudanças. A pesquisa provou que o planejamento define o padrão a ser seguido em todo o projeto. Uma forma eficiente de planejar é usar estimativas bem estruturadas. A elaboração de um plano
  • 35. 3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 34 é ideal para fornecer uma visão global do projeto em questão. O gerenciamento deve trabalhar com um número limitado de projetos visando o equilíbrio das restrições triplas tempo, custo e qualidade. Assim como no planejamento, o processo de gerenciamento e controle de mudanças tam- bém deve ser construído sobre uma abordagem seqüencial estruturada. A base do processo de mudança é uma forte base de apoio. O gestor da organização deve conduzir as mudanças com habilidade e competência, incentivando toda a organização a apoiar e acreditar nesta visão, apontando para o sentido da urgência e necessidade da mudança. O gestor deve formar esta base em toda a organização através da construção de uma aliança de apoio suportada pelo foco no fortalecimento da confiança organizacional na gestão e capacitação da gerência de projeto e dos demais gerentes. Conforme Attarzadeh e Ow (2008), os projetos falham principalmente devido às seguintes causas: • mau planejamento e erros de estimativas; • não executar as atividades de acordo com o plano elaborado; • falhas causadas por fatores humanos. O mau planejamento e os erros de estimativas estão relacionados ao custo inicial e cro- nograma estimados, quando estes não são revisados a partir do momento que se tem maiores informações disponíveis durante o andamento do projeto. Também ocorre quando os planos do projeto não são seguidos corretamente, causando o fracasso do projeto. As falhas de implementação são causadas por alterações no escopo do projeto, uso incorreto da metodologia adotada, grandes mudanças nos requisitos e testes, ou por inspeções e controles mal executados. As falhas causadas por fatores humanos ocorrem principalmente quando os gerentes de projetos não são treinados para adquirir as competências de gestão necessária. Além disso, alguns gestores não são capazes de aplicar e colocar a teoria de gerenciamento de projetos em prática. As falhas de comunicação também constituem fatores humanos que causam o fracasso de projetos. Entre esses três fatores, a principal causa de fracasso de projetos é o uso inadequado do planejamento do projeto e das metodologias de planejamento. Podem se citados ainda os pro- jetos incompletos, rejeitados ou não aceitos, ou seja, aqueles projetos que foram concluídos
  • 36. 3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 35 fora do orçamento e do prazo estimados, ou que não contém todas as funções e características originalmente requeridas. Projetos bem-sucedidos revelaram a boa preparação e capacitação do gerente de projeto, enquanto projetos fracassados mostraram que este possuia habilidades limitadas. Segundo ainda Attarzadeh e Ow (2008), os fatores que influenciaram a rejeição dos projetos pesquisados são os apresentados na tabela 3.1. Tabela 3.1: Fatores de Rejeição de Projetos Fatores % Falta de contribuição do usuário 12.8 Requisitos e especificações incompletas 12.3 Alteração de requisitos e especificações 11.8 Falta de suporte executivo 7.5 Incompetência tecnológica 7.0 Falta de recursos 6.4 Expectativas irreais 5.9 Falta de objetivos claros 5.3 Prazos irreais 4.3 Novas tecnologias 3.7 Outros 23.0 De acordo com os resultados apresentados na tabela 3.1, os principais fatores de rejeição de projetos são a falta de contribuição do usuário, requisitos e especificações incompletas e a alteração destes pelos usuários. Estes fatores dificultam a elaboração de um bom planejamento pelo gerente de projeto, visando obter os requisitos esperados pelos usuários finais. A tabela 3.2 apresenta uma lista dos dez principais fatores encontrados em projetos que fracassaram (ATTARZADEH; OW, 2008). Tabela 3.2: Fatores de Fracasso de Projetos Fatores % Requisitos incompletos 13.1 Falta de envolvimento pelo usuário 12.4 Falta de recursos 10.6 Expectativas irreais 9.9 Falta de suporte executivo 9.3 Alterações nos requisitos e especificações 8.7 Falta de planejamento 8.1 Não era mais necessário 7.5 Falta de Gestão de TI 6.2 Tecnologia pouco prática 4.3 Outros 9.9
  • 37. 3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 36 Conforme Attarzadeh e Ow (2008), as três principais razões que podem levar um projeto ao fracasso são requisitos incompletos, a falta de envolvimento pelo usuário e a falta de recursos. Assim, quanto maior a capacidade do gerente de projetos de envolver os usuários e de capturar as suas necessidades de forma correta e mais completa possível, maior será a chance de sucesso do projeto. Porém, alguns desses fatores vem mudando nos últimos anos, o que alerta para a necessidade de sempre realizar pesquisas nesta área, com o objetivo de se conhecer os principais fatores que influenciam o fracasso ou o sucesso dos projetos na atualidade. 3.3.2 Fatores Críticos de Sucesso em Projetos Os fatores de sucesso em projetos tem sido alvo de pesquisas de diversos autores ao longo dos anos. Investigados desde a década de 60, as pesquisas que circundam essa temática apre- sentam limitada concordância quanto aos fatores identificados. Aparentemente não há consenso entre pesquisadores e autores quanto aos critérios de sucesso e os fatores que o influenciam. Os estudos existentes não apresentam uniformidade e em alguns casos são contraditórios. Após vá- rios estudos já realizados, a idéia de encontrar um único conjunto de fatores de sucesso universal é considerada ingênua. Listas de fatores críticos de sucesso têm sido produto de diversos estudos teóricos e empí- ricos, e alguns destes tiveram como foco identificar os fatores que levam ao sucesso de projetos em geral, ou seja, considerando projetos de diferentes naturezas, porte e realizados em diferen- tes organizações. O trabalho de BAKER, MURPHY e FISHER (1998) utiliza uma amostra de 650 projetos completos do setor aeroespacial, de construção e outros, com informações fornecidas princi- palmente por gerente de projetos. Este trabalho continua sendo um dos estudos mais extensos e bem balizado sobre fatores que contribuem para o sucesso de projetos. BAKER, MURPHY e FISHER (1998) apresentam a idéia de que a percepção representa um importante papel na definição de sucesso em projetos, se referindo ao termo “sucesso percebido do projeto”. Estes autores apresentam uma lista de 10 fatores, listados na tabela 3.3, cuja presença tenderia a me- lhorar a percepção do projeto, enquanto a sua ausência contribuiria para o aumento do fracasso percebido: Baseado em uma avaliação da literatura e entrevistas com Gerentes de Projetos e Programas, PINTO e SLEVIN (1988) identificaram 10 fatores críticos de sucesso na implementação de projetos. Estes fatores podem ser generalizados para uma ampla variedade de tipos projetos e organizações. A tabela 3.4 lista de forma breve estes fatores.
  • 38. 3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 37 Tabela 3.3: Fatores de Sucesso Percebido do Projeto 1. Comprometimento da equipe do projeto com os objetivos; 2. Estimativas iniciais acuradas dos custos; 3. Capacidade adequada da equipe de projetos; 4. Financiamento adequado para finalização do projeto; 5. Técnicas de planejamento e controle adequadas; 6. Dificuldades de início mínimas; 7. Orientação para a tarefa (versus orientação social); 8. Ausência de burocracia; 9. Presença do gerente de projetos in loco; 10. Critérios de sucesso claramente estabelecidos. Observando a tabela 3.4, cada um destes 10 fatores estão relacionados a assuntos sobre os quais a equipe do projeto ou a organização podem exercer alguma medida de controle. A rele- vância ou a mera presença desses fatores pode ser o fator responsável por uma parte significativa do sucesso da implementação do projeto. Em um estudo realizado com 400 projetos, os autores buscaram verificar empiricamente a contribuição dos dez fatores para o sucesso dos projetos. A conclusão deste estudo mostrou que todos os 10 fatores relacionam-se significativamente com o sucesso dos projetos, sendo que 61% das causas de sucesso destes projetos analisados podem ser explicadas por estes fatores. Crawford (2000) realizou levantamento dos fatores críticos de sucesso em projetos refe- rente a 13 estudos, analisando a freqüência com que estes eram mencionados de acordo com o segmento foco do estudo, e também de acordo com o período em que o estudo foi realizado (antes e após 1995). Os fatores semelhantes foram agrupadas e depois classificados de acordo com o número de vezes que foram mencionados entre os treze estudos. A tabela 3.5 apresenta o ranking geral de frequência destes fatores considerando os 13 estudos analisados. O mesmo ranking, porém, para aqueles estudos relacionados à engenharia e projetos de construção (n = 7), será apresentado na tabela 3.6. Assim, Crawford (2000) conclui que os fatores de sucesso demonstram estarem de acordo com a idéia de que os atributos dos gerentes de projeto - tais como sua competência, conheci- mento e habilidades - são críticos ao sucesso do projeto.
  • 39. 3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 38 Tabela 3.4: Fatores Críticos de Sucesso na Implementação de Projetos 1. Missão do Projeto: Clareza inicial dos objetivos e orientações gerais; 2. Apoio da alta administração: Disposição da alta gerência para fornecer a autonomia e os recursos necessários para o sucesso do projeto; 3. Cronograma / plano do projeto: Especificação detalhada das atividades necessárias para a execução do projeto; 4. Consulta ao cliente: Comunicação, consulta, e coleta das contribuições de todos os interessados e potenciais usuários do projeto; 5. Pessoal: Recrutamento, seleção e formação do pessoal necessário para a equipe do projeto; 6. Tarefas técnicas: Disponibilidade da tecnologia e experiência necessárias para rea- lizar as ações técnicas específicas; 7. Aceitação do cliente: Capacidade de “vender” o produto final do projeto aos possí- veis usuários finais; 8. Acompanhamento e feedback: Fornecimento de informações abrangentes de con- trole de forma periódica, a cada etapa do processo de execução; 9. Comunicação: Fornecimento de uma rede de dados adequadas e necessárias aos principais responsáveis pela implementação do projeto; 10. Solução de problemas: Habilidade para lidar com crises inesperadas e desvios do plano. Conforme o especialista George Paulus, engenheiro da Proage que desenvolveu o sistema GP3 utilizado na gestão de projetos, mais do que empregar tempo tentando identificar pontos falhos, é importante que sejam criadas condições para que os projetos sejam bem-sucedidos. Sete pontos são então ressaltados (AMORIM, 2006): 1. Envolvimento da alta direção: “A alta direção precisa assumir seu papel de patrocinadora dos projetos. O comportamento dos diretores ao apoiar, controlar e escolher os meios de comunicação faz toda diferença na adequação da estrutura organizacional da empresa em relação à nova rotina de trabalho. Sem esse suporte dificilmente os resultados são alcançados sem sofrimento.” 2. Trabalho em equipe: “Tendo uma boa liderança, as pessoas tendem a desenvolver ainda mais as habilidades e atitudes necessárias para que o trabalho esteja sempre direcionado para os objetivos do projeto e da empresa. No trabalho em equipe, os processos de comu-
  • 40. 3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 39 Tabela 3.5: Fatores de Sucesso para todos os estudos (N = 13) 1. Planejamento (Integração); 2. Monitoramento e Controle (Integração), Seleção da equipe, Desempenho técnico; 3. Comunicação, Liderança, Direção estratégica, Desenvolvimento da equipe; 4. Monitoramento e Controle (Riscos), Apoio organizacional, gerenciamento de sta- keholders (outros); 5. Estrutura organizacional; 6. Definição do projeto, Gerenciamento de stakeholders (Cliente). nicação são fundamentais. Hoje em dia, um bom software de gerenciamento de projetos cumpre esse papel.” 3. Maturidade na escolha das ferramentas de gestão: “Há uma grande oferta de profissionais com conhecimentos teóricos em gerenciamento de projetos. O que os diferencia e, por consequência, aumenta a eficácia de seus projetos é justamente sua capacidade de avaliar e identificar as ferramentas de gestão mais apropriadas para cada projeto.” 4. Aprendizagem organizacional: “Acertos e erros sempre acontecem na gestão. O impor- tante é estruturar a empresa para que o aprendizado seja incorporado na rotina de trabalho. A aprendizagem organizacional é tão mais efetiva quanto mais as pessoas são estimuladas a comunicar os erros. Repetir os acertos e cometer apenas erros diferentes faz parte de uma boa estrutura de gestão de projetos.” 5. Escopo bem definido: “Escopo é aquilo que se pretende gerar com o projeto. Definindo adequadamente o escopo, é possível determinar com mais precisão o investimento e o tempo necessários. Entretanto, não basta uma boa definição do escopo logo no início. As mudanças precisam ser atualizadas no planejamento do projeto.” 6. Uso efetivo de um sistema de informações: “Os software de projetos são utilizados tradi- cionalmente durante as etapas de iniciação e planejamento. Recentemente, com o rápido avanço da internet, novos software têm sido criados para as atividades de execução e con- trole. Mas não basta comprar um software. Fazer uma escolha compatível com o grau de maturidade da equipe de trabalho e cuidar para que a ferramenta seja usada em todos os níveis da organização são atitudes fundamentais para atingir um bom resultado.”
  • 41. 3.3 Causas Gerais de Sucesso e Fracasso em Projetos de Engenharia 40 Tabela 3.6: Fatores de Sucesso para estudos relacionados à engenharia e projetos de construção (N = 7) 1. Planejamento (Integração), gerenciamento de stakeholders (outros), Desenvolvi- mento da equipe; 2. Comunicação, Liderança, Monitoramento e Controle (Integração), Monitoramento e Controle (Riscos), Desempenho técnico; 3. Estrutura organizacional, Apoio organizacional; 4. Administração, Tomada de Decisão e Resolução de Problemas, Planejamento (Tempo), Definição do Projeto, Gerenciamento de stakeholders (Cliente), Direção Estratégica, Orientação das tarefas, Seleção da Equipe; 5. Custo Final, Encerramento (integração), Acompanhamento e Controle (Custo), Acompanhamento e Controle (escopo), Acompanhamento e Controle (tempo), Pla- nejamento (custo). 7. Controle eficiente das mudanças: “Não adianta engessar um projeto para evitar modifica- ções; elas acontecem o tempo todo. O problema é a falta de registro das mudanças. Um bom sistema de aprovação e documentação das mudanças cumpre esse papel de controle. Quando a equipe não conta com esse tipo de ferramenta, as chances de o projeto fracassar são maiores.”
  • 42. 41 4 Conclusão Os projetos de engenharia geralmente são derivados de empreendimentos onde a multidisci- plinaridade é grande e complexa. Logo, a saída para o atendimento das expectativas do mercado e dos grandes investidores, cumprimento de escopo, prazos e orçamentos, enfim, para o sucesso geral dos empreendimentos, está na introdução de modelos eficientes de gerenciamento de projetos, baseados nas melhores práticas de mercado e históricos de sucesso e fracasso de pro- jetos derivados de empreendimentos anteriores. O gerenciamento de projetos é um conjunto de tarefas que procuram garantir a utilização eficaz de todos os recursos disponibilizados pela organização, visando atingir objetivos pré- determinados dentro de um certo prazo, com um certo custo e qualidade, através da mobilização de recursos técnicos e humanos. Conforme comentado no capítulo 3, a maioria dos problemas e erros encontrados durante a execução de um empreendimento de engenharia podem ser evitados através do uso de modelos eficientes de gerenciamento de projetos. A gestão de projetos tem sido aplicada em diversos tipos de organizações. Várias pesquisas demonstram que as empresas têm obtido resultados satisfatórios com a implementação de melhorias nas suas práticas de gerenciamento de projetos. Existem vários fatores listados na literatura como causas de fracasso de projetos. Porém, as muitas discordâncias entre os autores sugerem a falta de um consenso geral. As causas de fracasso podem variar de acordo com o tipo de projeto, além de depender da fase do ciclo de vida em que o projeto se encontra. Apesar dessas dificuldades alguns aspectos comuns entre os projetos que fracassaram sugerem que certas características são fortemente relacionadas a estas causas. Analisando a revisão da literatura realizada neste trabalho, conclui-se que os seguintes fa- tores podem ser citados como causas gerais de fracasso em projetos: Erros de planejamento: Como discutido no capítulo 3, o planejamento define o padrão a ser seguido em todo o projeto. Um planejamento mal executado influenciará todas as demais fases do projeto. Os erros de planejamento estão relacionados à:
  • 43. 4 Conclusão 42 • Falta de objetivos claros e falhas na definição do escopo (relacionadas a requisitos e especificações incompletas); • Erros de estimativas (relacionados ao custo inicial e cronograma estimados); • Falta de contribuição e envolvimento do cliente e/ou usuários. Falhas de implementação: Estão relacionadas aos erros que surgem por não executar as ati- vidades de acordo com o plano elaborado. Podem ser citados as alterações no escopo do projeto, uso incorreto das ferramentas e da metodologia adotada, grandes mudanças nos requisitos e testes, monitoramento e controles mal executados. Fatores humanos: Estão relacionados a falhas de comunicação e a falta de capacitação do Gerente de Projetos e demais membros da equipe. Em geral, as causas de fracasso estão relacionadas a falta de um Plano de Gerenciamento do Projeto que seja eficiente e bem estruturado. Porém, na existência deste plano, essas falhas estão relacionadas a falta de habilidade ou incompetência por parte do Gerente de Projeto e demais membros da equipe em executar o projeto conforme o planejado, ou por não realizar os processos de monitoramento e controle de forma eficiente, o que permitiria a tomada rápida de decisões quando qualquer desvio em relação ao planejado fosse identificado. De acordo com a revisão da literatura apresentada neste trabalho, a gestão de pessoas im- pulsiona mais o sucesso do projeto do que as respectivas questões técnicas. Apesar desta cons- tatação, existem poucas pesquisas que examinam os fatores humanos da gestão de projetos. Os três principais fatores que causam o sucesso do projeto são: a participação do usuário, um bom planejamento e estimativas, uma boa liderança e membros da equipe com boas habilidades téc- nicas. Esses fatores são fundamentais e apresentam forte impacto nos casos de falhas de muitos projetos. Aplicação de boas práticas de gerenciamento de projetos ajudará a evitar esses fatores de insucesso, e a conduzir o processo ao sucesso. O Gerente de Projeto é um fator importante que leva ao sucesso do projeto. Muitos autores concordam com este ponto de vista e estão conduzindo pesquisas para comprovar esta teoria. O Gerente de Projeto bem sucedido deve ter as seguintes habilidades e competências (PRABHA- KAR, 2008): flexibilidade e adaptabilidade, pro-atividade, liderança, agressividade, confiança, poder de persuasão, fluência verbal, ambição, atividade, eficiente como um comunicador e inte- grador, possuir ampla gama de interesses pessoais, equilíbrio, entusiasmo, imaginação, espon- taneidade, capaz de equilibrar as soluções técnicas com o tempo, custo e fatores humanos, bem organizado e disciplinado, ser um generalista e não um especialista, capacidade e disposição para dedicar a maior parte de seu tempo no planejamento e controle, capacidade de identificar
  • 44. 4 Conclusão 43 problemas e tomar decisões, capacidade de manter um equilíbrio adequado no uso do tempo, entre outras qualidades. A competência dos gerentes de projeto é um fator vital para o sucesso dos projetos, o que Necessidade de desenvolvimento de programas de capacitação de gerentes de projetos e demais membros das equipes de projetos. Enfim, para obter resultados práticos é necessário que a gestão de projetos envolva mudan- ças bem realizadas e sustentadas no ambiente das empresas.
  • 45. 44 Referências Bibliográficas AMORIM, T. O que é gerenciamento de projetos. PONTOGP, 2006. Disponível em: <http://pontogp.wordpress.com/gerenciamento-de-projetos/>. Acesso em: 07 jan. 2013. ANGELO, A. da S. Entendendo o PRINCE2. Revista Mundo PM, mai. 2008. Disponível em: <http://www.mundopm.com.br/noticia.jsp?id=264>. Acesso em: 07 jan. 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 10006: Sistemas de gestão da qualidade diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos. Rio de Janeiro, jun. 2006. 33 p. ATTARZADEH, I.; OW, S. H. Project management practices: The criteria for success or failure. Communications of the IBIMA, v. 1, p. 234–241, 2008. BAKER, B. N.; MURPHY, D. C.; FISHER, D. Factors affecting project success. In: CLELAND, D.; KING, W. (Ed.). Project Management Handbook. New York: John Wiley and Sons, 1998. p. 902–919. CASTRO, J. L. de A. Desemprego ou falta de profissionais capacitados? Webartigos, n. 1023, 16 set. 2009. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/desemprego-ou-falta-de- profissionais-capacitados/24883>. Acesso em: 07 jan. 2013. COUTINHO Ítalo. A gestão de projetos e a engenharia. mar. 2006. Disponível em: <http://www.luisborges.com.br/artigos/artigo011.html>. Acesso em: 25 ago. 2013. COUTINHO Ítalo de A.; NETO, M. T. R. Gestão de projetos de engenharia: satis- fação dos profissionais na execução dos empreendimentos. out. 2009. Disponível em: <http://www.eniopadilha.com.br/biblioteca>. Acesso em: 25 ago. 2013. CRAWFORD, L. Profiling the competent project manager. In: Project Management Research at the Turn of the Millenium: Proceedings of PMI Research Conference. Paris, France: Sylva, NC: Project Management Institute, 2000. p. 3–15. GOVERNO anuncia medidas de estímulo à construção. Revista Construção Mercado, Ano 66, n. 138, jan. 2013. HOZUMI, C. R. J.; SOARES, C. A. P.; BROCHADO, M. R. Processos de gerenciamento de projetos de engenharia com padrão PMI: eficácia de sua aplicação. In: XXVI ENEGEP. Fortaleza, Brasil: [s.n.], 2006. IKEDA, P. A falta que bons engenheiros fazem. Revista Exame, n. 1023, 03 set. 2012. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1023/noticias/a-falta-que- eles-fazem?page=1>. Acesso em: 07 jan. 2013.
  • 46. Referências Bibliográficas 45 IPMA BRASIL. NCB: National competence baseline (referencial brasileiro de competências). Brasil, 2012. MENDES, G. Menos quantidade, mais qualidade. Revista Construção Mercado, Ano 66, n. 138, jan. 2013. MICHALICK, I.; SANTANNA, A.; COUTINHO, I. Serviços de gerenciamento: Desafios nos grandes projetos de engenharia. Revista Mundo PM, out. 2008. Disponível em: <http://www.pmkb.com.br/artigos-mainmenu-25/155-servi-de-gerenciamento-desafios-nos- grandes-projetos-de-engenharia.html>. Acesso em: 07 jan. 2013. PINTO, J. K.; MANTEL, J. S. J. The causes of project failure. IEEE TRANSACTIONS ON ENGINEERING MANAGEMENT, v. 37, n. 4, p. 269–273, nov. 1990. PINTO, J. K.; SLEVIN, D. P. Critical success factors in effective project implementation. In: CLELAND, D.; KING, W. (Ed.). Project Management Handbook. New York: John Wiley and Sons, 1988. p. 479–512. PRABHAKAR, G. P. What is project success: A literature review. International Journal of Business and Management, v. 3, n. 9, p. 1–10, sep. 2008. PROJECT BUILDER. Quais são os principais padrões de gerenciamento de projetos? out. 2012. Disponível em: <http://www.projectbuilder.com.br/blog/gestao-de-projetos/98-quais- sao-os-principais-padroes-de-gerencia-de-projetos>. Acesso em: 07 jan. 2013. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos: Guia PMBOK. 4. ed. [S.l.], 2009. REIS, P. Mercado visto de dentro. Revista Construção Mercado, Ano 66, n. 138, jan. 2013. SANTOS, J. A.; CARVALHO, H. G.; CARVALHO, N. P. Referencial Brasileiro de Competências em Gerenciamento de Projetos. Curitiba: ABGP, 2005. Disponível em: <https://sites.google.com/a/ipmabrasil.org/ipmabr/biblioteca>. Acesso em: 07 jan. 2013. SCHRIVER, H. Why projects fail. Dissertação (Mestrado) — Henley Management College, 2004. VARGAS, R. V. Manual prático do plano de projeto: utilizando o PMBOK guide. 4. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2009.