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PROF.VLADIMIR LUIS DE 
OLIVEIRA 
Disciplina: BASES CONCEITUAIS E HISTÓRICAS DOS 
MODELOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE MENTAL: 30 H
A LOUCURA NA GRÉCIA ANTIGA 
• Grécia Pré-clássica: (XX a.C.-VI a.C.) 
– causação anímica e sobrenatural; 
• Grécia Clássica: (séc. VI-IV a.C.) 
– perda da autonomia da consciência 
– o entendimento da loucura provinha das 
metáforas fornecidas pelos mitos: 
• Aflição da alma (filósofos/teatrólogos) 
• Aflição do corpo (Hipócrates)
LOUCURA NA GRÉCIA 
ANTIGA 
• Não era uma doença, poderia 
SER até um privilégio. 
• Loucura divina era chamada de 
Maniké (divinatório/delirante) 
• Deviam ser mantidos a certa 
distancia, para separar o 
sagrado do profano; 
• No período clássico a relação 
entre misticismo e consciência 
vão se separando;
Mitologia e loucura na Grécia Antiga 
– Até: perda do entendimento da 
realidade; 
– Thymos: pssessão ou apetite voraz 
dos instintos; 
– Hybris: “excessos do sentir” 
– Pathos: “paixões desacerbadas” – 
Eurípides 
– Erínias/Fúrias:”forças morais 
destrutivas” – (Melancolia, Mania, 
Esquisofrenia) Ésquilo 
– Epilepsia: “doença sagrada”
Sócrates (469–399 a.C), : 
• Possessão das moiras: 
quatro tipos de loucuras: 
• a profética: possesão no 
oráculo 
• A ritual, em que o louco se 
via conduzido ao êxtase 
através de danças e rituais. 
• A loucura amorosa, 
produzida por Afrodite, 
• a loucura poética, produzida 
pelas musas.
Hipócrates (460– 377 a.C) 
• a loucura de 
organiciza e se 
naturaliza, 
– DECORRE DE 
DISFUNÇÕES 
HUMORAIS E 
PROCESSOS 
ORGANICOS
Platão ( 428/427 – Atenas, 
348/347 a.C) 
• A psique (alma) era 
dividida em três partes: 
1.Racional (logistikon) - 
função superior do 
conhecimento abstrato 
2.Afetivo-espiritual 
(Thymoides)- mediação 
entre razão e instinto 
3.Apetitiva (Ephithymoides) 
– sensação, percepção e 
conhecimento concreto
Platão classifica a desrazão 
(Anóia): 
• Mania de origem divina: 
– Profético 
– Poético 
– Extático (dionísico) 
– erótico 
• Mania de origem terrestre: 
– Loucura (melanchólikós) 
– Ignorancia (amanthia) – ou demência
A LOUCURA NO MUNDO 
MEDIEVAL
Baixa Idade Média - Foucault 
Pobres, vagabundos, 
presidiários e "cabeças 
alienadas“ assumiram o 
papel abandonado do 
lazarento.
Papel ambíguo do louco - Idade 
Média 
• É que ela simboliza toda uma 
inquietude, soerguida 
subitamente no horizonte da 
cultura européia, por volta do 
fim da Idade Média. 
• A loucura e o louco tornam-se 
personagens maiores em 
sua ambigüidade: ameaça e 
irrisão(zombaria)
IDADE MÉDIA 
O “Bobo” assume cada vez 
maior importância. Ele não é 
mais marginalmente, a silhueta 
ridícula e familiar: toma lugar no 
centro do teatro, como o 
detentor da verdade — 
desempenhando aqui o papel 
complementar e inverso ao que 
assume a loucura nos contos e 
sátiras.
HISTÓRIA DA LOUCURA – 
PERÍODO CLÁSSICO 
• MICHEL FOUCAULT-A 
HISTÓRIA DA 
LOUCURA
LOUCURA DURANTE O 
RENASCIMENTO 
“A loucura torna-se uma forma relativa à 
razão ou, melhor, loucura e razão entram 
numa relação eternamente reversível que 
faz com que toda loucura tenha sua 
razão que a julga e controla, e toda 
razão sua loucura na qual ela encontra 
sua verdade irrisória.”
TRANSIÇÕES CONFLITUOSAS: 
DA PRÉ-MODERNIDADE A 
MODERNIDADE – A 
HEGEMONIZAÇÃO DOS SABERES 
MÉDICOS
Bases psiquiátricas no 
Renascimento 
• “Na mudança de atitude com 
relação a bruxaria, a psiquiatria 
nasceu como disciplina médica” 
HENRY SIGERIST 
• Johan Weier (1515-1588) escreve 
um tratado médico em 1563 
diziam que as bruxarias 
confessadas na Alemanha 
resultavam de ilusões criadas 
pelos demônios ou doenças;
NARRATIVA DE UM CURANDEIRO NO 
BR COLONIA DIANTE DA INQUISIÇÃO 
(SEC.XVII) 
Domingo Alvares administrou a um 
paciente uma mistura de aguardente 
com pós de raizes midas e ervas, 
benzendo a bebereagem. De noite o 
doente tossiu e “lançou pela boca um 
vômito uns cabelos, e pela via 
prebóstera uns ossinhos que 
pareciam de gallinhas , e unhas de 
gavião. 
SOUZA, Laura de Mello e. O diabo e a Terra de Santa 
cruz. São Paulo: cia das letras, 1986.
RELATÓRIO MÉDICO 
SÉC.XVIII: 
Pome tratou e curou uma histérica fazendo-a tomar banhos de 10 
a 12 h por dia, durante 10 meses. ao término desta cura contra a 
ressecção do sistema nervoso e o calor que o conservara, Pomme 
viu “porções membranosas, semelhantes a pedaços de 
pergaminhos mlhados, se desprenderem om pequenas dores, e 
diariamnte sairem da urina.(...) O mesmo ocorreu com “intesittnos 
que, em outro momento, se despojaram de sua tunica interna, que 
vimos sair pelo reto. O esôfago, a traqueia-arteria e a lingua 
também se desojaram e a doente lançaram vários pedaços por 
meio de vômito e expectoração”. Foucault, M. O nascimento da 
clínica.
A LOUCURA, A PSIQUIATRIA CIENTÍFICA 
NO PERÍODO PRÉ-CLASSICO 
PHILIPPE PINEL (1745-1826) 
MODELO FRANCES 
WILLIAM TUKE ( 1732 -1822) 
MODELO INGLES
Psiquiatrização (séc-XVIII-XIX) 
• A a psiquiatria de 
Pinel, Esquirol e 
Charcot passa a 
considerar a 
bruxaria, em 
particular, como 
uma forma de 
loucura 
contagiosa e 
coletiva. 
(Nogueira, p.118)
O saber psiquiátrico moderno 
• O divisor de águas 
sobre a loucura é o 
sec. XVIII, pois a 
mesma passa a ser 
classificada como 
doença mental; 
• FILME: “OS CONTOS PROIBIDOS 
DO MARQUES DE SADE”
Freud continuou os passos 
de Charcot (1825-1893) 
• Bruxaria era um problema 
de psicopatologia, pois para 
Freud a possessão 
demoníaca causa de um 
fenômeno histérico; 
• A psiquiatria é 
possivelmente mais uma 
revisão semântica da 
doutrina demonológica;
Resultado da psiquiatrização: 
A hospitalização dos loucos 
• “Há uma 
interpretação 
equivocada de Pinel 
como humanizador 
no tratamento dos 
loucos 
• O manicômio é um 
aparelho displinar 
concebido para vigiar, 
controlar e punir:
Mecanismos da cura 
manicomial: 
1. visibilidade permanente 
2. vigilância piramidal dos olhares 
3. Isolamento como valor terapêutico 
4. Jogo de punição 
O objetivo mais do que a cura, era 
estabelecer o poder médico diante 
ao paciente, pois no âmbito da 
terapia não havia uma teoria ou 
explicação para as intervenções;
A OBRA DE PHILIPPE PINEL 
• constitui um sistema descritivo, 
mas não explicativo, das doenças 
psiquiátricas, no sentido de 
doenças organocerebrais que se 
expressam como distúrbios das 
funções superiores do sistema 
nervoso central.
Principais distúrbios - Pinel 
• 1) as afecções comatosas, cuja 
característica era a abolição da função e 
2) as Vesânias que englobavam tanto a 
loucura propriamente dita como também 
outras “doenças mentais” que não eram 
propriamente alienações no sentido estrito 
do termo, 
• tais como a hipocondria, o sonambulismo, 
o pesadelo, a hidrofobia ou raiva, com 
alterações excitativas e depressivas, etc. 
Hidrofobia (raiva)
MANIFESTAÇÕES MORBIDAS - PINEL 
• 1) A Mania - julgamento falso na acepção usual, 
1.1) mania racional, se caracterizava pela 
preservação da razão com alterações da 
afetividade e excitação freqüentemente furiosa; 
2) A Melancolia, caracterizada por um estado 
afetivo de tristeza ou de agitação, e com a 
preservação das faculdades mentais, com 
exceção do juízo de realidade devido ao delírio 
nihilista ou de ruína; 
• 3) A Demência 
• 4) O Idiotismo ou obliteração das faculdades 
intelectuais e afetivas, com supressão parcial ou 
quase completa da atividade mental,
ORGANICISMO PÓS-PINEL 
Jean-Etienne Dominique Esquirol 
(1772-1840), conceituou a loucura 
como: 
“uma afecção cerebral comumente 
crônica, sem febre, caracterizada por 
distúrbios da sensibilidade, da 
inteligência e da vontade” 
(Traité des maladies mentales, 1838, I, p.5).
APARELHOS PSI 
• PARTINDO DA TRADIÇÃO DE PINEL 
DESENVOLVEU-SE: 
• A PSIQUIATRIA CLÁSSICA(1876-1911) : 
– Antoine J.L. Bayle (1799-1858) 
– Jean-Martin Charcot (1825-1893) 
– A. Tamburini (1848-1919) e outros. 
• A CRIMINOLOGIA PSIQUIATRICA (séc. XIX-XX): 
– Franz Joseph Gall - FRENOLOGIA 
– Lombroso – CRIMINOLOGIA POSITIVA
Franz Joseph Gall – (1758-1828) 
• Frenologia (1800) 
Procurava determinar o 
caráter, características da 
personalidade, e grau de 
criminalidade pela forma 
da cabeça (lendo 
"caroços ou 
protuberâncias").
Teses de CESARE 
LOMBROSO(1835-1909) 
• O criminoso nato seria 
caracterizado por uma 
cabeça sui generis, com 
pronunciada assimetria 
craniana, fronte baixa e 
fugídia, orelhas em forma de 
asa, zigomas, lóbulos 
occipitais e arcadas 
superciliares salientes, 
maxilares proeminentes 
(prognatismo), face longa e 
larga, apesar do crânio 
pequeno, cabelos 
abundantes, mas barba 
escassa, rosto pálido.
• Apesar de todas essas medidas terem possibilitado a redução dos 
leitos psiquiátricos de 72.514 para 42.076, no período de 1996 a 
2005 (BIONDI, 2006), o mesmo não ocorre nos HCTP do país, que 
ainda aguardam um plano nacional para a reorientação do seu 
modelo de atenção. Na pesquisa realizada por Biondi, Fialho e 
Kolker (2006), consta que, segundo o Ministério da Saúde, no Brasil 
há 4000 pacientes distribuídos em 19 HCTP, sendo que nos 
estados que não possuem HCTP, existe um número desconhecido 
de inimputáveis custodiados em unidades prisionais. Porém, o 
Quadro Geral de Estabelecimentos Penais por Estado, atualizado 
pelo Ministério da Justiça (Departamento Penitenciário Nacional), 
através do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias - 
InfoPen, no mês de março de 2007, informa que existem no Brasil 
28 HCTP, distribuídos em 17 Estados. Para os referidos 
pesquisadores, uma das grandes dificuldades nessa área é a 
ausência de um recenseamento que permita conhecer o perfil da 
clientela das instituições manicomiais judiciárias do país, onde 
apenas alguns estudos locais foram realizados (BIONDI, 2006, p. 
5).
A GÊNESE DA PSICANÁLISE – SIGMUND 
FREUD (1856-1939) 
Ainda que já tivesse publicado, em parceria com Joseph Breuer (1842-1925), a obra 
“Estudos sobre a Histeria” (1893-5) e outros artigos, a primeira grande obra 
psicanalítica veio a lume, em 1900, sob o título “A interpretação dos Sonhos”. Seu 
autor, o neuropatologista Sigmund Freud, obteve uma fraca aceitação de suas idéias 
no meio neuropsiquiátrico de então. Também em 1900, apareceram as Investigações 
lógicas (Logische Untersuchungen) de Edmund Husserl, com repercussões diretas e 
indiretas nas ciências psicológicas . 
O primeiro reflexo das importantes contribuições da psicopatologia psicanalítica e 
demais correntes de escolas psicodinâmicas foi o deslindamento da neuropsiquiatria 
em psiquiatria e neurologia como especialidades distintas, apesar dos problemas 
conexos entre as duas áreas quanto a muitas doenças de etiologia complexa. 
A psicanálise surgiu como uma teoria do “aparelho psíquico”, um método de 
investigação do psiquismo humano e dos processos inconscientes desconhecidos, 
além de uma técnica de tratamento das doenças mentais. Mesmo que não tenha 
descoberto “o Inconsciente”, Freud teve o mérito de inaugurar uma importante escola 
de pensamento a partir de idéias que já estavam presentes na obra de seus 
predecessores e de novas formulações e reformulações conceituais relacionadas às 
pesquisas da psique inconsciente. Paralelamente às investigações psicanalíticas de 
Freud e colaboradores diretos, a escola de Zurique forneceu importantes 
contribuições na psiquiatria clínica e na psicopatologia através de Eugen Bleuler 
(1857-1939) no estudo da Demência precoce (Esquizofrenia) e de seu colaborador 
assistente Carl Gustav Jung (1875- 1961), fundador da psicologia analítica e 
propugnador do método .
A PSICANÁLISE ANALÍTICA DE KARL 
JUNG (1875-1961) 
• A psicanálise apareceu como uma teoria e uma nova 
técnica de tratamento de doenças mentais, a fim de 
preencher uma lacuna científica no âmbito da psicologia e 
da psicopatologia, ligando a medicina à filosofia da mente 
e à epistemologia da neurociência e da psicopatologia. A 
teoria freudiana da psique assumiu uma postura 
exageradamente centrada na sexualidade e isso afastou 
muitos cientistas, tais como Eugen Bleuler, Alfred Adler, 
Otto Rank e o próprio Jung, dentre outros. Segundo Jung, 
faltou à psicanálise uma discussão mais ampla de seus 
princípios teóricos em meio a uma farta casuística e 
formulações casuísticas, além da falta de aceitação do 
próprio método psicanalítico, pois “quem não reconhece a 
cientificidade do método também não reconhece o caráter 
científico de seus resultados”. (Jung, 1913[1989], FP, 
p.221)
PSICANÁLISE E A CRITICA AS 
TESES ORGANICISTAS 
• Num artigo de 1939, intitulado “A 
Psicogênese da Esquizofrenia”, Jung 
questiona a possibilidade de causas 
psíquicas na esquizofrenia lesarem 
secundariamente o cérebro ou se, ao 
contrário, uma lesão primária cerebral 
poderia produzir sozinha uma 
esquizofrenia. 
• FILME: “A JORNADA DA ALMA”
AS TEORIAS PSIQUIÁTRICAS 
CONTEMPORÂNEAS 
• O panorama geral das principais teorias da psiquiatria contemporânea e sua função com 
respeito à clínica, ao diagnóstico e ao tratamento, na proposta de Georges Lantéri-Laura, em 
seu artigo intitulado “As principais Teorias na Psiquiatria Contemporânea”, de 2004, faz uma 
distinção entre a teoria, de um lado, e teoria da prática, de outro, e classifica as teorias em 
intrínsecas, conforme se refiram ao sistema nervoso central e à psicogênese, ou em extrínsecas, 
se a referência for à conduta e à sociogênese (Lantéri-Laura, 2004, E-37-006-A-10,TPC, p. 1- 
15). Desse modo, teríamos no grupo das teorias intrínsecas à psiquiatria as teorias: 1) 
organomecânicas neurobiológicas, 2) neuropsicogenéticas, 3) biotipológicas, 4) psicogenéticas 
reativas, 5) psicanalíticas, 6) organodinâmica (Henri Ey) e 7) antipsiquiatria inglesa. Já no grupo 
das teorias extrínsecas teríamos: 1) reflexologia, 2) condutismo, 3) comportamentalismo, 4) 
cognitivismo, 5) concepções sociogenéticas, 6) escola de Palo Alto e 7) antipsiquiatria italiana. 
Ficam de fora a fenomenologia e a etnopsiquiatria, e nem sequer são consideradas as escolas 
ecléticas e holistas de orientação espiritualista, em função de seus pressupostos religiosos, a 
exemplo da psicologia espírita, budista, hinduísta, trans-humanista ou transpessoal, etc. 
Segundo Lantéri-Laura, a medicina contemporânea está habitada por teorias, mas não quer 
saber delas. A psiquiatria, ao contrário, aceita as teorias, sem, todavia, denegri-las, em princípio, 
embora oscile entre uma espécie de “monoteísmo” intransigente da teoria pretensamente 
verdadeira e única, e um “politeísmo” tolerante que justapõe no mesmo altar os 
neurotransmissores, o inconsciente dinâmico e a neuropsicopatologia, de um lado, e o 
cognitivismo, de outro lado. Vemos, portanto, nesta proposta classificatória que o ponto de 
clivagem das orientações teóricas deslocou-se, ao longo dos anos, da oposição organicismo-psicodinamismo 
para uma espécie contemporânea de “neuropsicodinamismo” intrínseco, de um 
lado, e um sociogenismo cognitivista extrínseco, de outro lado. Mas serão novas essas 
concepções teóricas contemporâneas ou suas fontes de inspiração seriam as já 
tradicionalmente conhecidas, com algumas modificações não essenciais
MOVIMENTOS SOCIAIS 
ANTI-MANICOMIAIS (ANOS 60) 
• Com a Antipsiquiatria, na Inglaterra, e a Psiquiatria Democrática 
Italiana, inaugura-se um novo movimento nos processos de reforma 
psiquiátrica. 
• Nestas experiências, trata-se de recusar o modelo psiquiátrico, ao invés 
de reformá-lo de seu interior -- o manicômio não é lugar de tratamento e 
não se acredita na psiquiatria como saber autorizado para atuar sobre a 
loucura. 
• Questiona-se a epistemologia do saber e a prática psiquiátrica em seus 
fundamentos, seu estatuto de verdade e cientificidade, sua capacidade 
de responder a seu objeto – a doença mental – e atingir a cura. 
• A psiquiatria é tomada como operadora do status quo e instrumento de 
gestão da desordem e da exclusão, aprisionando e reduzindo a 
complexidade dos fenômenos. 
• Na Itália, a desinstitucionalização na tradição basagliana foi um 
“movimento inicialmente político, referido a questões do direito e da 
cidadania dos pacientes” (AMARANTE et col., 1998: 22):
DIFERENTES ALTERNATIVAS: 
OS CAMINHOS DA SAÚDE MENTAL 
Em primeiro lugar, surgem reformulações que não 
exorbitam o próprio âmbito do modelo asilar. 
Faz-se menção aqui às Comunidades Terapêuticas da 
Inglaterra e à Psicoterapia Institucional francesa 
(ambas operando a partir do final da década de 1940 e 
início da década de 1950). O denominador 
comum entre as duas reside no questionamento da 
dinâmica manicomial, mas sempre partindo de uma 
proposta revisionista, que não incluía a extinção, in totum, 
do mecanismo de internação nem do espaço 
manicomial.
ANTI-PSIQUIATRIA INGLESA 
(DÉC.60/70) 
• R.D. Laing e David Cooper 
• denúncia da violência direta e indireta das práticas pseudo-psiquiátricas, 
da violência das altas doses de psicofármacos neurolépticos, da 
eletroconvulsoterapia, do aprisionamento miserável ou luxuoso das 
instituições ditas reabilitadoras, das interpretações dispendiosas dos 
psicanalistas de renome ou da ausência de psicoterapia nas filas 
ambulatoriais públicas de atenção à saúde mental que apenas repetiam 
cronicamente os mesmos neurolépticos, o que na verdade seria uma forma 
disfarçada e corrompida de manicomização extra-muros. 
• Apesar da linguagem, às vezes excessiva, das teorizações anti-psiquiátricas, 
ela teve o mérito de alertar as consciências entorpecidas da 
prática médica contra o falso triunfalismo terapêutico, a violência da 
supressão dos sintomas a qualquer custo, sem o benefício de uma cura 
real e duradoura, a ilusão das interpretações alienantes e o isolamento do 
elemento mais frágil da constelação social ou familiar, sem se perguntar 
como este chegou à condição de enfermo psiquiatrizado, muitas vezes pela 
própria loucura das contradições do sistema social.
REFORMA PSIQUIATRICA FRANCESA: 
INFLUÊNCIA FREUDIANA 
A Psicoterapia Institucional francesa partia do pressuposto que as próprias instituições 
têm características doentias que devem ser tratadas, de modo que não apenas os 
pacientes careciam de tratamento, mas também os técnicos, a própria relação 
terapêutica e toda a instituição (AMARANTE, 1995). 
O intento era criar uma referência coletiva que, baseada na atuação dos funcionários e 
dos pacientes, traduzia uma crítica à costumeira verticalidade que colore a relação entre 
esses últimos. A fonte teórica que permeia toda a proposta é a psicanálise, a partir da 
qual o hospital psiquiátrico é representado como uma rede de significantes e um campo 
eminentemente transferencial e contratransferencial, visão que autoriza uma “escuta 
analítica coletiva” (DESVIAT, 1999). 
Já o modelo inglês das Comunidades Terapêuticas tentava providenciar maior 
implicação dos pacientes em suas terapias, através da promoção de grupos de 
discussão, de grupos operativos ou de assembléias. Isto é, transformar o hospital em um 
corpo comunal que se auto-organizava e que incluía os pacientes e os funcionários, 
almejando a horizontalidade e a democratização nas relações interpessoais, a liberdade 
de comunicação e o maior engajamento dos pacientes nos seus respectivos 
tratamentos. 
Entretanto, as próprias benesses que poderiam surgir deste modelo poderiam funcionar 
como reforço ao internato, visto que as Comunidades Terapêuticas não tinham a 
proposta clara de saída do manicômio.
REFORMA PSIQUIATRICA: 
O MODELO ITALIANO 
Seguindo essa vereda, a tradição basagliana contesta a loucura como um objeto de 
saber suscetível a uma intervenção terapêutica centrada no poder médico-psicológico 
vigente. A institucionalização da doença, o modelo repressivo-custodial e a dinâmica 
perversa do par funcional médico-doente são os alvos prioritários deste movimento. Isto 
é, trata-se de um enfrentamento técnico e político das bases ideológicas da psiquiatria, 
no qual o ocaso da existência dos manicômios liga-se à intenção de desmontar 
estruturas mentais que balizavam o mesmo (MELMAN, 2001). 
Basaglia, pela fecundidade e agudez de seu pensamento, tornou-se uma influência 
indelével para toda uma geração de profissionais em Saúde Mental no Brasil. Com 
efeito, a experiência concretizada na cidade de Trieste e respaldada posteriormente pela 
lei 18053, que incluíra a desativação dos asilos, a construção de serviços comunitários 
territorializados e o foco na reinserção social dos usuários, fez da Reforma Italiana uma 
grande referência para o movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil.
BASES FENOMENOLÓGICAS DO 
MOVIMENTO ITALIANO 
Fenomenologia e filosofia de Sartre: “certamente, foram 
fundamentais os movimentos de estudantes em 68 e em 69 a luta dos 
operários na Itália” (ROTELLI, 1994, p.152). 
Esta influência parece decisiva no desenvolvimento de uma Reforma 
Psiquiátrica que problematize não apenas algumas 
práticas existentes no aparato psiquiátrico e manicomial, mas, 
sobretudo, a quintessência da psiquiatria 
como prática social. Envolvida nesta atmosfera, surgiu a Reforma 
Psiquiátrica Italiana que, liderada por Franco Basaglia, logrou êxito na 
produção de uma inflexão no processo de assistência psiquiátrica.
DOIS PARADIGMAS PRINCIPAIS 
DAS SAÚDE MENTAL 
1)Modelo tradicional de saúde-loucura: 
psiquiatrizado, centrado na Doença Mental; 
2)Modelo de Produção de Saúde: ruptura do 
modelo tradicional da psiquiatria, que implica 
em mudar o lugar da saúde, Recentrar a saúde 
na cidade.
CONTEXTO HISTÓRICO DA 
REFORMA MANICOMIAL 
Pos-2 guerra 
•Há dois grandes períodos nas experiências de reforma: 
– O primeiro período corresponde ao surgimento das Comunidades 
Terapêuticas, na Inglaterra e EUA, e da Psicoterapia Institucional, na 
França. Partindo da crítica à estrutura asilar e seus altos índices de 
cronificação, pensa-se em resgatar a capacidade terapêutica do 
manicômio, ainda considerado instituição de cura, eliminando os meios 
violentos e a segregação integral. A solução é “resgatar esse caráter 
positivo da instituição através de uma reforma interna da organização 
psiquiátrica” (AMARANTE et col., 1998: 22). 
– O segundo período corresponde às experiências da Psiquiatria de 
Setor, na França, e da Psiquiatria Preventiva ou Comunitária, nos 
EUA, em que a psiquiatria se expande para o espaço público, visando 
prevenir e promover a saúde mental da população.
DA PSIQUIATRIA A PÓS-PSIQUIATRIA 
– VELHAS E 
NOVAS TENDENCIAS 
•DISCURSO ORGANICISTA 
•DISCURSO PREVENTIVISTA 
•DISCURSO PSICOTERÁPICO
• O DISCURSO ORGANICISTA: 
– NO PODER DOS MÉDICOS, TEVE UM 
REFLUXO A PARTIR DOS MOVIMENTOS 
ANTI-PISIQUIATRICOS. 
• ESTE MOVIMENTO FAVORECEU A 
EMERGÊNCIA DE TENDENCIAS PÓS-PISIQUIATRICAS; 
– PREVENTIVISTA 
– PSICOTERÁPICOS
A CRÍTICA A ANTI-PSIQUIATRIA, 
QUAL É A VERDADE? 
• DIMINUIÇÃO DE LEITOS 
HOSPITALARES 
• AUMENTO DO NUMERO DE 
MENDIGOS 
• FORTALECIMENTO DE UM SISTEMA 
PRIVADO EM SAÚDE MENTAL
BRASIL ANTES DA REFORMA 
MANICOMIAL
Brasil 
• 1852: inaugurado o primeiro hospício (Hospício Pedro II – RJ), 
hospícios isolados em locais afastados; função saneadora 
• Intensificação dos processos de exclusão e proposta de 
recuperação do “material excluído” (doentes mentais e 
marginalizados sociais) 
• Surgimento das colônias agrícolas  objetivo de tratar, recuperar 
pelo trabalho agrícola e devolver à comunidade como “cidadão útil” 
(São Paulo: Juqueri, 1898). 
• Crescimento da população de internos: ampliação dos hospitais e 
construção de novos, demandas por mais verbas e mais leitos.
• Após anos 40: criação dos primeiros ambulatórios (em 1961 eram 
17 em todo o país) 
• Fim da década de 50: situação caótica nos hospícios (superlotação, 
maus tratos, deficiência de pessoal, condições físicas); ineficiência 
do setor público 
• 1964 em diante: psiquiatria de massa (progressiva extensão do 
cuidado psiquiátrico a grupos cada vez maiores da população) – 
alto custo da doença mental para o processo produtivo  
investimento em saúde mental como proposta economicamente 
rentável; clientela dos hospitais psiquiátricos passaram a incluir 
neuróticos e alcoolistas 
• Ideologia privativista: contratação de leitos em hospitais privados: 
mercantilização da loucura  função iatrogênica  incentivo às 
internações  expansão de leitos.
A desinstitucionalização 
psiquiátrica no Brasil 
• começou a partir da década de 70, propondo-se a mudança do tratamento 
psiquiátrico, baseado na internação hospitalar para alternativas de 
atendimento na comunidade Porém, essa política não foi implementada. 
• De fato, o que aconteceu foi uma diminuição mais acelerada dos leitos 
psiquiátricos públicos em comparação com os privados, não havendo uma 
correspondente implantação de serviços alternativos na comunidade e nem 
um aumento significativo de unidades psiquiátricas em hospitais gerais para 
suprir a demanda (Botega & Schetchman, 1997; Lima & Teixeira, 1995). Os 
pacientes dos hospitais públicos não passaram a ser atendidos nos centros 
comunitários e sim transferidos para clínicas conveniadas, num processo 
de transinstitucionalização. 
• Houve, na década de 70, um aumento de internações por neuroses, 
sobretudo na rede contratada, através de um incremento no financiamento 
de convênios firmados pelo INPS com clínicas privadas (Andrade, 1992). 
Atualmente, a grande maioria dos leitos psiquiátricos, tanto do Brasil como 
do estado do Rio de Janeiro, são privados e filantrópicos, correspondendo 
a 77,8% e 72%, respectivamente (Ministério da Saúde, 1997).
AÇÕES NO BR A PARTIR DOS MOVIMENTOS 
PRÓ-REFORMA MANICOMIAL 
Filme: O museu da loucura 
•REDUÇÃO DE LEITOS NOS 
HOSPITAIS PSIQUIATRICOS 
•DESENVOLVIMENTO DE CAPS (1987/SÃO 
PAULO) 
•DESENVOLVIMENTO DOS NAPS 
(1989/SANTOS)
DILEMAS DA REFORMA NO BR 
• Essa diminuição dos leitos psiquiátricos não foi 
acompanhada pela construção suficiente de centros 
alternativos para o tratamento de indivíduos com 
problemas mentais. Nos países desenvolvidos, o 
principal serviço criado para tratar os pacientes na 
comunidade foi a instalação de Unidades Psiquiátricas 
em Hospitais Gerais (UPHG). O Brasil tinha 60 dessas 
unidades, em 1994, sendo 36 delas em hospitais 
públicos e 24 em hospitais contratados. Nos últimos 
cinco anos, o percentual de UPHGs em relação ao total 
de leitos psiquiátricos se manteve constante em torno de 
2,9%, enquanto nesse mesmo período houve uma 
diminuição de 10% dos leitos psiquiátricos.
DILEMAS DA REFORMA NO BR 
Todo o debate crítico em torno da saúde mental e do 
processo de Reforma Psiquiátrica, na atualidade, bem 
como a literatura da área, colocam a desconstrução como 
uma busca de superação dos paradigmas clássicos, de 
crítica da verdade e neutralidade nas ciências, de 
problematização das concepções naturalistas de 
subjetividade, saúde, doença e loucura e de reconstrução 
de sua complexidade, bem como colocam a incapacidade 
da psiquiatria de explicar ou curar o seu objeto de 
intervenção, a doença mental (BASAGLIA, 
1981 e 1985; ROTELLI, 1990 e 1994; ROTELLI et col., 
1990).
REFORMA PISIQUIATRICA 
BRASILEIRA 
INFLUENCIA ITALIANA 
FRANCO BASAGLIA 
(1924-1980) 
INFLUENCIA AMERICANA - 
GERALD CAPLAN (1934-
Reforma Psiquiátrica 
Brasileira 
Filme: CAPS – HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA 
Seguindo seu trajeto histórico, a psiquiatria nas décadas de 1920 e 1930 amplia a escala 
de sua intervenção social através da Liga Brasileira e Higiene Mental (LBHM) que, por 
meio de um discurso em favor da higiene mental e 
Antes do século XX, o percurso da assistência à loucura no Brasil tem como um dos 
seus grandes ícones a inauguração, em 1852, do Hospício Dom Pedro II. A criação do 
primeiro hospital psiquiátrico brasileiro, situado na aprazível Praia Vermelha, 
representou tanto uma resposta do poder público para a circulação de loucos nas 
cidades quanto uma solução para os maus tratos sofridos pelos mesmos nas Casas de 
Misericórdia, responsáveis até então por abrigá-los (TEIXEIRA, 2000). Sobre Juliano 
Moreira e seu papel na assistência psiquiátrica brasileira do começo do século XX, 
conferir Portocarrero (1990) e Portocarrero (2002). 
Novo nome dado ao Hospício Pedro II após a instauração da República. 
Conferir capítulo seis para mais detalhes. 
Embasado no biologismo eugênico, teve ingerência saliente na sociedade brasileira, em 
especial no campo da educação e nas estruturas familiares da época
HISTÓRICO DA REFORMA NO BR 
• A crise deflagra-se em 1978 com uma greve nas quatro unidades do DINSAM no Rio de Janeiro e 
tinha como mote a denúncia acerca das irregularidades nas condições de trabalho e de assistência, 
vividas tanto por pacientes quanto por profissionais da área de Saúde Mental. As reivindicações 
trabalhistas, o combate à excessiva privatização da assistência e as críticas ao modelo hospitalocêntrico 
plasmam-se em uma teia bem heterogênea, a partir da qual surge um espaço de discussão sobre o 
caráter do tratamento psiquiátrico no Brasil. A crise desemboca na demissão sumária de estagiários e 
profissionais grevistas e acaba repercutindo na mídia e na opinião pública (AMARANTE, 1995). 
• As transformações no sistema de Saúde e previdenciário a partir do golpe militar não foram exclusividade do 
campo 
psiquiátrico. As políticas de Saúde da época, marcadas pela opção da medicina previdenciária de características 
curativa, 
individual e hospitalocêntrica, direcionavam maciçamente os recursos públicos para o setor privado, ação “justificada” 
oficialmente pela expansão da cobertura assistencial (OLIVEIRA ; TEIXEIRA, 1986). 
• Outros atores coletivos importantes no nascedouro da Reforma Psiquiátrica brasileira são Movimento de 
Renovação Médica (REME) e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES), entidades solidárias com a luta 
por melhorias no campo da Saúde Mental. 
• Ainda no ano de 1978, o V Congresso de Psiquiatria em Camboriú, Santa Catarina, além de 
nacionalizar este debate e fincá-lo em um fórum acadêmico conservador, abalizou um matiz 
essencialmente político no que tange aos processos de revisão da praxis psiquiátrica, posto que 
transcendeu discussões meramente técnicas. Outros pontos comumente destacados na literatura como 
marcos para a Reforma Psiquiátrica Brasileira são o I Congresso Brasileiro de Psicanálise de Grupos e 
Instituições (1978), o I Congresso Brasileiro de Trabalhadores em Saúde Mental em São Paulo (1979) e 
o III Congresso Mineiro de Psiquiatria, que contou com a presença de Franco Basaglia (1979). 
• Concomitante às discussões nos congressos, espraiam-se as idéias de Foucault, Castel, Basaglia, Szaz 
entre os profissionais de Saúde Mental e ocorre o boom da psicanálise no Brasil, configurando um 
contexto intelectual contestador e reflexivo que toma as cátedras acadêmicas (BEZERRA JÚNIOR, 
1994).
HISTÓRICO DA REFORMA NO BR 
• Em 1978, é criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde 
Mental (MTSM). Combinando reivindicações trabalhistas e um 
discurso humanitário, o MTSM alcançou grande repercussão e, 
nos anos seguintes, liderou os acontecimentos que fizeram 
avançar a luta até seu caráter definidamente antimanicomial. 
• 1980, o Ministério da Saúde redige o documento Diretrizes para a 
área de Saúde Mental, no qual defende a ênfase no tratamento 
extra-hospitalar, a limitação do período de internação, a 
reintegração familiar e a promoção de pesquisas epidemiológicas 
no campo da Saúde Mental.
HISTÓRICO DA REFORMA NO BR 
• 1987, em São Paulo, foi criado o primeiro CAPS, em 1988 constituiu-se o SUS, e em 
1989, em Santos, o primeiro NAPS. E nesse mesmo ano o projeto de Lei 3.657/89 de 
autoria do deputado Paulo Delgado. 
• 1989 - em Santos, um hospital psiquiátrico privado, conveniado ao Inamps, a “Casa de 
Saúde Anchieta”, RECEBE INTERVENÇÃO DO MUNICIPIO 
• No mês anterior à intervenção, a Casa de Saúde Anchieta teve uma receita de NCz$ 
300.000,00 para uma folha de pagamentos de aproximadamente NCz$ 12.000,00. 
• Daqui podemos fazer uma primeira distinção a partir da intencionalidade desta 
Intervenção: não se buscou uma readequação do hospício às normas supostamente 
suficientes e tecnicamente fundamentadas que por qualquer razão teriam sido deixadas 
de lado pelos gestores, que poderiam ser desqualificados como maus administradores ou 
como gananciosos movidos pelo lucro fácil. Ao invés disso, partiu-se da premissa que a 
própria organização da instituição manicomial é ela mesma geradora de violência e 
opressão, porque é parte de uma corrente de relações de opressão e violência em que os 
pacientes encontram-se no último anel – o Circuito do Controle. 
• Esta dinâmica complexa foi formatando a organização dos Núcleos de Apoio Psico-social, 
os NAPS. O hospital foi reordenado em 5 enfermarias que seguiam uma divisão 
dos 5 territórios da cidade, de modo que todos os pacientes e familiares de uma região 
seriam sempre atendidos e referenciados a uma mesma equipe.
INFLUÊNCIA AMERICANA NA REFORMA 
BRASILEIRA - GERALD CAPLAN 
• A proposta do autor é prevenir momentos 
de crise e intervir nestas situações, com o 
objetivo de evitar que o transtorno mental 
se instale e se cronifique. 
• Para desenvolver esta proposta, ele 
sugere a prevenção primária, na qual se 
trabalha com as dimensões física, 
psicossocial e sociocultural da vida das 
pessoas.
PSIQUIATRIA PREVENTIVA - CAPLAN 
• À primeira vista, o texto pode deixar a impressão de que estamos tratando 
de um modelo de prevenção em saúde mental que considera não apenas o 
indivíduo portador da enfermidade, mas também todos os aspectos sócio-culturais 
ou a unidade biopsicossocial na produção da doença mental. 
Entretanto, uma análise crítica do material revela que o indivíduo continua 
sendo o locus da produção da saúde ou da doença, do sucesso ou do fracasso 
pessoal-social, como será visto a seguir. 
• No decorrer do texto, as definições de saúde e de doença referem-se à 
possibilidade de adaptação ou desadaptação individual: “Esta abordagem 
baseia-se no pressuposto de que muitas perturbações mentais resultam de 
inadaptação e desajustamento, e que, pela alteração do equilíbrio de 
forças, é 
possível conseguir uma adaptação e um ajustamento saudáveis” (Caplan, 
1980, p. 42).
PSIQUIATRIA PREVENTIVA - CAPLAN 
• No decorrer do texto, as definições de saúde e de doença referem-se à 
possibilidade de adaptação ou desadaptação individual: “Esta abordagem baseia-se 
no pressuposto de que muitas perturbações mentais resultam de inadaptação 
e desajustamento, e que, pela alteração do equilíbrio de forças, é 
possível conseguir uma adaptação e um ajustamento saudáveis” (Caplan, 
1980, p. 42). 
• Para determinar os fatores que levam ao aparecimento da doença mental, 
o autor compara características da população doente e da população sadia: 
Se a pessoa nasceu num grupo favorecido em uma sociedade estável, seus papéis 
sociais e as mudanças esperadas destes ao longo de sua vida irão proporcionar-lhe 
oportunidades adequadas para um saudável desenvolvimento da personalidade. Se, 
por outro lado, a pessoa pertence a um grupo desfavorecido ou sociedade instável, 
poderá encontrar seu progresso bloqueado e ser privada de desafios e 
oportunidade. Isso terá um efeito negativo em sua saúde mental. (p. 47, grifos 
nossos) 
• As palavras destacadas fazem parte de um articulado ideário que localiza 
o sucesso ou fracasso social numa classe específica, causadora e propagadora 
de distúrbios mentais e sociais: uma classe abstratamente designada 
como “desfavorecida
PSIQUIATRIA PREVENTIVA - CAPLAN 
• A prevenção primária, de acordo com Caplan 
(1980), implica em lidar com algo que ainda não 
aconteceu, com o objetivo de antecipar um mal 
para que ele possa ser evitado. Em resumo, 
alguns indivíduos podem possuir características 
responsáveis por seu adoecimento. 
• Além disso, saúde mental é adaptação dos 
indivíduos. Caberia ao psiquiatra a manipulação 
de algumas circunstâncias de vida da população 
para efetivar tal adaptação.
PSIQUIATRIA PREVENTIVA - CAPLAN 
• Interessado em quais os fatores de resistência 
ou vulnerabilidade do indivíduo que podem ou 
não ser manipulados, Caplan deixa ver o 
aspecto declaradamente eugenista da 
psiquiatria preventiva, ao afirmar sua 
esperança de que o aumento do conhecimento 
sobre os fatores cromossômicos nos permita 
intervir eugenicamente para modificar padrões 
genéticos numa população e, assim, aperfeiçoar 
a dotação constitucional fundamental de seus 
membros.
PSIQUIATRIA PREVENTIVA - CAPLAN 
• O modelo da Psiquiatria preventiva conseguiria, 
trabalhando com toda a população e não 
apenas com alguns indivíduos, garantir que 
doenças mentais fossem evitadas em grande 
escala. Vale ressaltar que o compromisso 
ideológico-político das idéias psiquiátricas, 
representadas pelo texto de Caplan e pela 
noção de prevenção, não se refere à promoção 
da saúde mental de todos os indivíduos, mas 
somente daqueles que já possuírem condições 
favoráveis para que isto aconteça.
Principais programas no Brasil 
• CAPS – Centro de 
Atenção Psicossocial 
• RTs – Residências 
terapêuticas 
• PVC - O Programa 
de Volta para Casa
Leis que regulam a saúde 
mental no BR
• AVALIAÇÃO DO CURSO
Referências: 
• ALEXANDER, F.G.; SELESNICK, S.T. História da psiquiatria. São Paulo: IBRASA, 1968. ALVES, P.C.: MINAYO, M.C.S. (Orgs). Saúde e doença: um olhar 
antropológico. Rio de Janeiro (RJ). Fio Cruz, 1994. ALVES, P.C.: RABEL0, M.C. (org.) Antropologia da saúde: traçando identidade e explorando fronteiras. Rio de 
Janeiro: Fiocruz/Dumará, 1998, 245p. AMARANTE, P. (org.) Loucos pela vida. Rio de Janeiro. Panorama ENSP, 1995. AMARANTE, P.D.C. O homem e a serpente. Rio 
de Janeiro (RJ). Fio Cruz, 1996, 141p. AMARANTE, P. Loucura, cultura e subjetividade: conceitos e estratégias, percursos e atores da reforma psiquiátrica brasileira. In: 
FLEURY, S. (Org.) Saúde e democracia – a luta do cebes. São Paulo: Lemos, 1997. AYLLON, T.; AZRIN, N. O emprego de fichas-vale em hospitais psiquiátricos. São 
Paulo: EPU/ EDUSP, 1974. BARROS, D.D. Jardins de Abel – desconstrução do manicômio de Trieste. São Paulo. Lemos/EDUSP, 1994, 155p. BARROS, S. O louco, a 
loucura e a alienação institucional: o ensino de enfermagem psiquiátrica “sub judice”. São Paulo. 1996, 201p. Tese (Doutorado) Escola de Enfermagem – USP. 
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(RJ): Graal, 1984, 191p. CAPLAN, G. Princípios de psiquiatria preventiva. Buenos Aires, Paidós, 1966, 306p. CAMPOS, G.W.S. Saúde Paidéia. São Paulo (SP): Hucitec, 
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História da loucura na Grécia Antiga e o surgimento da psiquiatria

  • 1.
  • 2. PROF.VLADIMIR LUIS DE OLIVEIRA Disciplina: BASES CONCEITUAIS E HISTÓRICAS DOS MODELOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE MENTAL: 30 H
  • 3. A LOUCURA NA GRÉCIA ANTIGA • Grécia Pré-clássica: (XX a.C.-VI a.C.) – causação anímica e sobrenatural; • Grécia Clássica: (séc. VI-IV a.C.) – perda da autonomia da consciência – o entendimento da loucura provinha das metáforas fornecidas pelos mitos: • Aflição da alma (filósofos/teatrólogos) • Aflição do corpo (Hipócrates)
  • 4. LOUCURA NA GRÉCIA ANTIGA • Não era uma doença, poderia SER até um privilégio. • Loucura divina era chamada de Maniké (divinatório/delirante) • Deviam ser mantidos a certa distancia, para separar o sagrado do profano; • No período clássico a relação entre misticismo e consciência vão se separando;
  • 5. Mitologia e loucura na Grécia Antiga – Até: perda do entendimento da realidade; – Thymos: pssessão ou apetite voraz dos instintos; – Hybris: “excessos do sentir” – Pathos: “paixões desacerbadas” – Eurípides – Erínias/Fúrias:”forças morais destrutivas” – (Melancolia, Mania, Esquisofrenia) Ésquilo – Epilepsia: “doença sagrada”
  • 6. Sócrates (469–399 a.C), : • Possessão das moiras: quatro tipos de loucuras: • a profética: possesão no oráculo • A ritual, em que o louco se via conduzido ao êxtase através de danças e rituais. • A loucura amorosa, produzida por Afrodite, • a loucura poética, produzida pelas musas.
  • 7. Hipócrates (460– 377 a.C) • a loucura de organiciza e se naturaliza, – DECORRE DE DISFUNÇÕES HUMORAIS E PROCESSOS ORGANICOS
  • 8. Platão ( 428/427 – Atenas, 348/347 a.C) • A psique (alma) era dividida em três partes: 1.Racional (logistikon) - função superior do conhecimento abstrato 2.Afetivo-espiritual (Thymoides)- mediação entre razão e instinto 3.Apetitiva (Ephithymoides) – sensação, percepção e conhecimento concreto
  • 9. Platão classifica a desrazão (Anóia): • Mania de origem divina: – Profético – Poético – Extático (dionísico) – erótico • Mania de origem terrestre: – Loucura (melanchólikós) – Ignorancia (amanthia) – ou demência
  • 10. A LOUCURA NO MUNDO MEDIEVAL
  • 11. Baixa Idade Média - Foucault Pobres, vagabundos, presidiários e "cabeças alienadas“ assumiram o papel abandonado do lazarento.
  • 12. Papel ambíguo do louco - Idade Média • É que ela simboliza toda uma inquietude, soerguida subitamente no horizonte da cultura européia, por volta do fim da Idade Média. • A loucura e o louco tornam-se personagens maiores em sua ambigüidade: ameaça e irrisão(zombaria)
  • 13. IDADE MÉDIA O “Bobo” assume cada vez maior importância. Ele não é mais marginalmente, a silhueta ridícula e familiar: toma lugar no centro do teatro, como o detentor da verdade — desempenhando aqui o papel complementar e inverso ao que assume a loucura nos contos e sátiras.
  • 14. HISTÓRIA DA LOUCURA – PERÍODO CLÁSSICO • MICHEL FOUCAULT-A HISTÓRIA DA LOUCURA
  • 15. LOUCURA DURANTE O RENASCIMENTO “A loucura torna-se uma forma relativa à razão ou, melhor, loucura e razão entram numa relação eternamente reversível que faz com que toda loucura tenha sua razão que a julga e controla, e toda razão sua loucura na qual ela encontra sua verdade irrisória.”
  • 16. TRANSIÇÕES CONFLITUOSAS: DA PRÉ-MODERNIDADE A MODERNIDADE – A HEGEMONIZAÇÃO DOS SABERES MÉDICOS
  • 17. Bases psiquiátricas no Renascimento • “Na mudança de atitude com relação a bruxaria, a psiquiatria nasceu como disciplina médica” HENRY SIGERIST • Johan Weier (1515-1588) escreve um tratado médico em 1563 diziam que as bruxarias confessadas na Alemanha resultavam de ilusões criadas pelos demônios ou doenças;
  • 18. NARRATIVA DE UM CURANDEIRO NO BR COLONIA DIANTE DA INQUISIÇÃO (SEC.XVII) Domingo Alvares administrou a um paciente uma mistura de aguardente com pós de raizes midas e ervas, benzendo a bebereagem. De noite o doente tossiu e “lançou pela boca um vômito uns cabelos, e pela via prebóstera uns ossinhos que pareciam de gallinhas , e unhas de gavião. SOUZA, Laura de Mello e. O diabo e a Terra de Santa cruz. São Paulo: cia das letras, 1986.
  • 19. RELATÓRIO MÉDICO SÉC.XVIII: Pome tratou e curou uma histérica fazendo-a tomar banhos de 10 a 12 h por dia, durante 10 meses. ao término desta cura contra a ressecção do sistema nervoso e o calor que o conservara, Pomme viu “porções membranosas, semelhantes a pedaços de pergaminhos mlhados, se desprenderem om pequenas dores, e diariamnte sairem da urina.(...) O mesmo ocorreu com “intesittnos que, em outro momento, se despojaram de sua tunica interna, que vimos sair pelo reto. O esôfago, a traqueia-arteria e a lingua também se desojaram e a doente lançaram vários pedaços por meio de vômito e expectoração”. Foucault, M. O nascimento da clínica.
  • 20. A LOUCURA, A PSIQUIATRIA CIENTÍFICA NO PERÍODO PRÉ-CLASSICO PHILIPPE PINEL (1745-1826) MODELO FRANCES WILLIAM TUKE ( 1732 -1822) MODELO INGLES
  • 21. Psiquiatrização (séc-XVIII-XIX) • A a psiquiatria de Pinel, Esquirol e Charcot passa a considerar a bruxaria, em particular, como uma forma de loucura contagiosa e coletiva. (Nogueira, p.118)
  • 22. O saber psiquiátrico moderno • O divisor de águas sobre a loucura é o sec. XVIII, pois a mesma passa a ser classificada como doença mental; • FILME: “OS CONTOS PROIBIDOS DO MARQUES DE SADE”
  • 23. Freud continuou os passos de Charcot (1825-1893) • Bruxaria era um problema de psicopatologia, pois para Freud a possessão demoníaca causa de um fenômeno histérico; • A psiquiatria é possivelmente mais uma revisão semântica da doutrina demonológica;
  • 24. Resultado da psiquiatrização: A hospitalização dos loucos • “Há uma interpretação equivocada de Pinel como humanizador no tratamento dos loucos • O manicômio é um aparelho displinar concebido para vigiar, controlar e punir:
  • 25. Mecanismos da cura manicomial: 1. visibilidade permanente 2. vigilância piramidal dos olhares 3. Isolamento como valor terapêutico 4. Jogo de punição O objetivo mais do que a cura, era estabelecer o poder médico diante ao paciente, pois no âmbito da terapia não havia uma teoria ou explicação para as intervenções;
  • 26. A OBRA DE PHILIPPE PINEL • constitui um sistema descritivo, mas não explicativo, das doenças psiquiátricas, no sentido de doenças organocerebrais que se expressam como distúrbios das funções superiores do sistema nervoso central.
  • 27. Principais distúrbios - Pinel • 1) as afecções comatosas, cuja característica era a abolição da função e 2) as Vesânias que englobavam tanto a loucura propriamente dita como também outras “doenças mentais” que não eram propriamente alienações no sentido estrito do termo, • tais como a hipocondria, o sonambulismo, o pesadelo, a hidrofobia ou raiva, com alterações excitativas e depressivas, etc. Hidrofobia (raiva)
  • 28. MANIFESTAÇÕES MORBIDAS - PINEL • 1) A Mania - julgamento falso na acepção usual, 1.1) mania racional, se caracterizava pela preservação da razão com alterações da afetividade e excitação freqüentemente furiosa; 2) A Melancolia, caracterizada por um estado afetivo de tristeza ou de agitação, e com a preservação das faculdades mentais, com exceção do juízo de realidade devido ao delírio nihilista ou de ruína; • 3) A Demência • 4) O Idiotismo ou obliteração das faculdades intelectuais e afetivas, com supressão parcial ou quase completa da atividade mental,
  • 29. ORGANICISMO PÓS-PINEL Jean-Etienne Dominique Esquirol (1772-1840), conceituou a loucura como: “uma afecção cerebral comumente crônica, sem febre, caracterizada por distúrbios da sensibilidade, da inteligência e da vontade” (Traité des maladies mentales, 1838, I, p.5).
  • 30. APARELHOS PSI • PARTINDO DA TRADIÇÃO DE PINEL DESENVOLVEU-SE: • A PSIQUIATRIA CLÁSSICA(1876-1911) : – Antoine J.L. Bayle (1799-1858) – Jean-Martin Charcot (1825-1893) – A. Tamburini (1848-1919) e outros. • A CRIMINOLOGIA PSIQUIATRICA (séc. XIX-XX): – Franz Joseph Gall - FRENOLOGIA – Lombroso – CRIMINOLOGIA POSITIVA
  • 31. Franz Joseph Gall – (1758-1828) • Frenologia (1800) Procurava determinar o caráter, características da personalidade, e grau de criminalidade pela forma da cabeça (lendo "caroços ou protuberâncias").
  • 32. Teses de CESARE LOMBROSO(1835-1909) • O criminoso nato seria caracterizado por uma cabeça sui generis, com pronunciada assimetria craniana, fronte baixa e fugídia, orelhas em forma de asa, zigomas, lóbulos occipitais e arcadas superciliares salientes, maxilares proeminentes (prognatismo), face longa e larga, apesar do crânio pequeno, cabelos abundantes, mas barba escassa, rosto pálido.
  • 33. • Apesar de todas essas medidas terem possibilitado a redução dos leitos psiquiátricos de 72.514 para 42.076, no período de 1996 a 2005 (BIONDI, 2006), o mesmo não ocorre nos HCTP do país, que ainda aguardam um plano nacional para a reorientação do seu modelo de atenção. Na pesquisa realizada por Biondi, Fialho e Kolker (2006), consta que, segundo o Ministério da Saúde, no Brasil há 4000 pacientes distribuídos em 19 HCTP, sendo que nos estados que não possuem HCTP, existe um número desconhecido de inimputáveis custodiados em unidades prisionais. Porém, o Quadro Geral de Estabelecimentos Penais por Estado, atualizado pelo Ministério da Justiça (Departamento Penitenciário Nacional), através do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias - InfoPen, no mês de março de 2007, informa que existem no Brasil 28 HCTP, distribuídos em 17 Estados. Para os referidos pesquisadores, uma das grandes dificuldades nessa área é a ausência de um recenseamento que permita conhecer o perfil da clientela das instituições manicomiais judiciárias do país, onde apenas alguns estudos locais foram realizados (BIONDI, 2006, p. 5).
  • 34. A GÊNESE DA PSICANÁLISE – SIGMUND FREUD (1856-1939) Ainda que já tivesse publicado, em parceria com Joseph Breuer (1842-1925), a obra “Estudos sobre a Histeria” (1893-5) e outros artigos, a primeira grande obra psicanalítica veio a lume, em 1900, sob o título “A interpretação dos Sonhos”. Seu autor, o neuropatologista Sigmund Freud, obteve uma fraca aceitação de suas idéias no meio neuropsiquiátrico de então. Também em 1900, apareceram as Investigações lógicas (Logische Untersuchungen) de Edmund Husserl, com repercussões diretas e indiretas nas ciências psicológicas . O primeiro reflexo das importantes contribuições da psicopatologia psicanalítica e demais correntes de escolas psicodinâmicas foi o deslindamento da neuropsiquiatria em psiquiatria e neurologia como especialidades distintas, apesar dos problemas conexos entre as duas áreas quanto a muitas doenças de etiologia complexa. A psicanálise surgiu como uma teoria do “aparelho psíquico”, um método de investigação do psiquismo humano e dos processos inconscientes desconhecidos, além de uma técnica de tratamento das doenças mentais. Mesmo que não tenha descoberto “o Inconsciente”, Freud teve o mérito de inaugurar uma importante escola de pensamento a partir de idéias que já estavam presentes na obra de seus predecessores e de novas formulações e reformulações conceituais relacionadas às pesquisas da psique inconsciente. Paralelamente às investigações psicanalíticas de Freud e colaboradores diretos, a escola de Zurique forneceu importantes contribuições na psiquiatria clínica e na psicopatologia através de Eugen Bleuler (1857-1939) no estudo da Demência precoce (Esquizofrenia) e de seu colaborador assistente Carl Gustav Jung (1875- 1961), fundador da psicologia analítica e propugnador do método .
  • 35. A PSICANÁLISE ANALÍTICA DE KARL JUNG (1875-1961) • A psicanálise apareceu como uma teoria e uma nova técnica de tratamento de doenças mentais, a fim de preencher uma lacuna científica no âmbito da psicologia e da psicopatologia, ligando a medicina à filosofia da mente e à epistemologia da neurociência e da psicopatologia. A teoria freudiana da psique assumiu uma postura exageradamente centrada na sexualidade e isso afastou muitos cientistas, tais como Eugen Bleuler, Alfred Adler, Otto Rank e o próprio Jung, dentre outros. Segundo Jung, faltou à psicanálise uma discussão mais ampla de seus princípios teóricos em meio a uma farta casuística e formulações casuísticas, além da falta de aceitação do próprio método psicanalítico, pois “quem não reconhece a cientificidade do método também não reconhece o caráter científico de seus resultados”. (Jung, 1913[1989], FP, p.221)
  • 36. PSICANÁLISE E A CRITICA AS TESES ORGANICISTAS • Num artigo de 1939, intitulado “A Psicogênese da Esquizofrenia”, Jung questiona a possibilidade de causas psíquicas na esquizofrenia lesarem secundariamente o cérebro ou se, ao contrário, uma lesão primária cerebral poderia produzir sozinha uma esquizofrenia. • FILME: “A JORNADA DA ALMA”
  • 37. AS TEORIAS PSIQUIÁTRICAS CONTEMPORÂNEAS • O panorama geral das principais teorias da psiquiatria contemporânea e sua função com respeito à clínica, ao diagnóstico e ao tratamento, na proposta de Georges Lantéri-Laura, em seu artigo intitulado “As principais Teorias na Psiquiatria Contemporânea”, de 2004, faz uma distinção entre a teoria, de um lado, e teoria da prática, de outro, e classifica as teorias em intrínsecas, conforme se refiram ao sistema nervoso central e à psicogênese, ou em extrínsecas, se a referência for à conduta e à sociogênese (Lantéri-Laura, 2004, E-37-006-A-10,TPC, p. 1- 15). Desse modo, teríamos no grupo das teorias intrínsecas à psiquiatria as teorias: 1) organomecânicas neurobiológicas, 2) neuropsicogenéticas, 3) biotipológicas, 4) psicogenéticas reativas, 5) psicanalíticas, 6) organodinâmica (Henri Ey) e 7) antipsiquiatria inglesa. Já no grupo das teorias extrínsecas teríamos: 1) reflexologia, 2) condutismo, 3) comportamentalismo, 4) cognitivismo, 5) concepções sociogenéticas, 6) escola de Palo Alto e 7) antipsiquiatria italiana. Ficam de fora a fenomenologia e a etnopsiquiatria, e nem sequer são consideradas as escolas ecléticas e holistas de orientação espiritualista, em função de seus pressupostos religiosos, a exemplo da psicologia espírita, budista, hinduísta, trans-humanista ou transpessoal, etc. Segundo Lantéri-Laura, a medicina contemporânea está habitada por teorias, mas não quer saber delas. A psiquiatria, ao contrário, aceita as teorias, sem, todavia, denegri-las, em princípio, embora oscile entre uma espécie de “monoteísmo” intransigente da teoria pretensamente verdadeira e única, e um “politeísmo” tolerante que justapõe no mesmo altar os neurotransmissores, o inconsciente dinâmico e a neuropsicopatologia, de um lado, e o cognitivismo, de outro lado. Vemos, portanto, nesta proposta classificatória que o ponto de clivagem das orientações teóricas deslocou-se, ao longo dos anos, da oposição organicismo-psicodinamismo para uma espécie contemporânea de “neuropsicodinamismo” intrínseco, de um lado, e um sociogenismo cognitivista extrínseco, de outro lado. Mas serão novas essas concepções teóricas contemporâneas ou suas fontes de inspiração seriam as já tradicionalmente conhecidas, com algumas modificações não essenciais
  • 38. MOVIMENTOS SOCIAIS ANTI-MANICOMIAIS (ANOS 60) • Com a Antipsiquiatria, na Inglaterra, e a Psiquiatria Democrática Italiana, inaugura-se um novo movimento nos processos de reforma psiquiátrica. • Nestas experiências, trata-se de recusar o modelo psiquiátrico, ao invés de reformá-lo de seu interior -- o manicômio não é lugar de tratamento e não se acredita na psiquiatria como saber autorizado para atuar sobre a loucura. • Questiona-se a epistemologia do saber e a prática psiquiátrica em seus fundamentos, seu estatuto de verdade e cientificidade, sua capacidade de responder a seu objeto – a doença mental – e atingir a cura. • A psiquiatria é tomada como operadora do status quo e instrumento de gestão da desordem e da exclusão, aprisionando e reduzindo a complexidade dos fenômenos. • Na Itália, a desinstitucionalização na tradição basagliana foi um “movimento inicialmente político, referido a questões do direito e da cidadania dos pacientes” (AMARANTE et col., 1998: 22):
  • 39. DIFERENTES ALTERNATIVAS: OS CAMINHOS DA SAÚDE MENTAL Em primeiro lugar, surgem reformulações que não exorbitam o próprio âmbito do modelo asilar. Faz-se menção aqui às Comunidades Terapêuticas da Inglaterra e à Psicoterapia Institucional francesa (ambas operando a partir do final da década de 1940 e início da década de 1950). O denominador comum entre as duas reside no questionamento da dinâmica manicomial, mas sempre partindo de uma proposta revisionista, que não incluía a extinção, in totum, do mecanismo de internação nem do espaço manicomial.
  • 40. ANTI-PSIQUIATRIA INGLESA (DÉC.60/70) • R.D. Laing e David Cooper • denúncia da violência direta e indireta das práticas pseudo-psiquiátricas, da violência das altas doses de psicofármacos neurolépticos, da eletroconvulsoterapia, do aprisionamento miserável ou luxuoso das instituições ditas reabilitadoras, das interpretações dispendiosas dos psicanalistas de renome ou da ausência de psicoterapia nas filas ambulatoriais públicas de atenção à saúde mental que apenas repetiam cronicamente os mesmos neurolépticos, o que na verdade seria uma forma disfarçada e corrompida de manicomização extra-muros. • Apesar da linguagem, às vezes excessiva, das teorizações anti-psiquiátricas, ela teve o mérito de alertar as consciências entorpecidas da prática médica contra o falso triunfalismo terapêutico, a violência da supressão dos sintomas a qualquer custo, sem o benefício de uma cura real e duradoura, a ilusão das interpretações alienantes e o isolamento do elemento mais frágil da constelação social ou familiar, sem se perguntar como este chegou à condição de enfermo psiquiatrizado, muitas vezes pela própria loucura das contradições do sistema social.
  • 41. REFORMA PSIQUIATRICA FRANCESA: INFLUÊNCIA FREUDIANA A Psicoterapia Institucional francesa partia do pressuposto que as próprias instituições têm características doentias que devem ser tratadas, de modo que não apenas os pacientes careciam de tratamento, mas também os técnicos, a própria relação terapêutica e toda a instituição (AMARANTE, 1995). O intento era criar uma referência coletiva que, baseada na atuação dos funcionários e dos pacientes, traduzia uma crítica à costumeira verticalidade que colore a relação entre esses últimos. A fonte teórica que permeia toda a proposta é a psicanálise, a partir da qual o hospital psiquiátrico é representado como uma rede de significantes e um campo eminentemente transferencial e contratransferencial, visão que autoriza uma “escuta analítica coletiva” (DESVIAT, 1999). Já o modelo inglês das Comunidades Terapêuticas tentava providenciar maior implicação dos pacientes em suas terapias, através da promoção de grupos de discussão, de grupos operativos ou de assembléias. Isto é, transformar o hospital em um corpo comunal que se auto-organizava e que incluía os pacientes e os funcionários, almejando a horizontalidade e a democratização nas relações interpessoais, a liberdade de comunicação e o maior engajamento dos pacientes nos seus respectivos tratamentos. Entretanto, as próprias benesses que poderiam surgir deste modelo poderiam funcionar como reforço ao internato, visto que as Comunidades Terapêuticas não tinham a proposta clara de saída do manicômio.
  • 42. REFORMA PSIQUIATRICA: O MODELO ITALIANO Seguindo essa vereda, a tradição basagliana contesta a loucura como um objeto de saber suscetível a uma intervenção terapêutica centrada no poder médico-psicológico vigente. A institucionalização da doença, o modelo repressivo-custodial e a dinâmica perversa do par funcional médico-doente são os alvos prioritários deste movimento. Isto é, trata-se de um enfrentamento técnico e político das bases ideológicas da psiquiatria, no qual o ocaso da existência dos manicômios liga-se à intenção de desmontar estruturas mentais que balizavam o mesmo (MELMAN, 2001). Basaglia, pela fecundidade e agudez de seu pensamento, tornou-se uma influência indelével para toda uma geração de profissionais em Saúde Mental no Brasil. Com efeito, a experiência concretizada na cidade de Trieste e respaldada posteriormente pela lei 18053, que incluíra a desativação dos asilos, a construção de serviços comunitários territorializados e o foco na reinserção social dos usuários, fez da Reforma Italiana uma grande referência para o movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil.
  • 43. BASES FENOMENOLÓGICAS DO MOVIMENTO ITALIANO Fenomenologia e filosofia de Sartre: “certamente, foram fundamentais os movimentos de estudantes em 68 e em 69 a luta dos operários na Itália” (ROTELLI, 1994, p.152). Esta influência parece decisiva no desenvolvimento de uma Reforma Psiquiátrica que problematize não apenas algumas práticas existentes no aparato psiquiátrico e manicomial, mas, sobretudo, a quintessência da psiquiatria como prática social. Envolvida nesta atmosfera, surgiu a Reforma Psiquiátrica Italiana que, liderada por Franco Basaglia, logrou êxito na produção de uma inflexão no processo de assistência psiquiátrica.
  • 44. DOIS PARADIGMAS PRINCIPAIS DAS SAÚDE MENTAL 1)Modelo tradicional de saúde-loucura: psiquiatrizado, centrado na Doença Mental; 2)Modelo de Produção de Saúde: ruptura do modelo tradicional da psiquiatria, que implica em mudar o lugar da saúde, Recentrar a saúde na cidade.
  • 45. CONTEXTO HISTÓRICO DA REFORMA MANICOMIAL Pos-2 guerra •Há dois grandes períodos nas experiências de reforma: – O primeiro período corresponde ao surgimento das Comunidades Terapêuticas, na Inglaterra e EUA, e da Psicoterapia Institucional, na França. Partindo da crítica à estrutura asilar e seus altos índices de cronificação, pensa-se em resgatar a capacidade terapêutica do manicômio, ainda considerado instituição de cura, eliminando os meios violentos e a segregação integral. A solução é “resgatar esse caráter positivo da instituição através de uma reforma interna da organização psiquiátrica” (AMARANTE et col., 1998: 22). – O segundo período corresponde às experiências da Psiquiatria de Setor, na França, e da Psiquiatria Preventiva ou Comunitária, nos EUA, em que a psiquiatria se expande para o espaço público, visando prevenir e promover a saúde mental da população.
  • 46. DA PSIQUIATRIA A PÓS-PSIQUIATRIA – VELHAS E NOVAS TENDENCIAS •DISCURSO ORGANICISTA •DISCURSO PREVENTIVISTA •DISCURSO PSICOTERÁPICO
  • 47. • O DISCURSO ORGANICISTA: – NO PODER DOS MÉDICOS, TEVE UM REFLUXO A PARTIR DOS MOVIMENTOS ANTI-PISIQUIATRICOS. • ESTE MOVIMENTO FAVORECEU A EMERGÊNCIA DE TENDENCIAS PÓS-PISIQUIATRICAS; – PREVENTIVISTA – PSICOTERÁPICOS
  • 48. A CRÍTICA A ANTI-PSIQUIATRIA, QUAL É A VERDADE? • DIMINUIÇÃO DE LEITOS HOSPITALARES • AUMENTO DO NUMERO DE MENDIGOS • FORTALECIMENTO DE UM SISTEMA PRIVADO EM SAÚDE MENTAL
  • 49. BRASIL ANTES DA REFORMA MANICOMIAL
  • 50. Brasil • 1852: inaugurado o primeiro hospício (Hospício Pedro II – RJ), hospícios isolados em locais afastados; função saneadora • Intensificação dos processos de exclusão e proposta de recuperação do “material excluído” (doentes mentais e marginalizados sociais) • Surgimento das colônias agrícolas  objetivo de tratar, recuperar pelo trabalho agrícola e devolver à comunidade como “cidadão útil” (São Paulo: Juqueri, 1898). • Crescimento da população de internos: ampliação dos hospitais e construção de novos, demandas por mais verbas e mais leitos.
  • 51. • Após anos 40: criação dos primeiros ambulatórios (em 1961 eram 17 em todo o país) • Fim da década de 50: situação caótica nos hospícios (superlotação, maus tratos, deficiência de pessoal, condições físicas); ineficiência do setor público • 1964 em diante: psiquiatria de massa (progressiva extensão do cuidado psiquiátrico a grupos cada vez maiores da população) – alto custo da doença mental para o processo produtivo  investimento em saúde mental como proposta economicamente rentável; clientela dos hospitais psiquiátricos passaram a incluir neuróticos e alcoolistas • Ideologia privativista: contratação de leitos em hospitais privados: mercantilização da loucura  função iatrogênica  incentivo às internações  expansão de leitos.
  • 52. A desinstitucionalização psiquiátrica no Brasil • começou a partir da década de 70, propondo-se a mudança do tratamento psiquiátrico, baseado na internação hospitalar para alternativas de atendimento na comunidade Porém, essa política não foi implementada. • De fato, o que aconteceu foi uma diminuição mais acelerada dos leitos psiquiátricos públicos em comparação com os privados, não havendo uma correspondente implantação de serviços alternativos na comunidade e nem um aumento significativo de unidades psiquiátricas em hospitais gerais para suprir a demanda (Botega & Schetchman, 1997; Lima & Teixeira, 1995). Os pacientes dos hospitais públicos não passaram a ser atendidos nos centros comunitários e sim transferidos para clínicas conveniadas, num processo de transinstitucionalização. • Houve, na década de 70, um aumento de internações por neuroses, sobretudo na rede contratada, através de um incremento no financiamento de convênios firmados pelo INPS com clínicas privadas (Andrade, 1992). Atualmente, a grande maioria dos leitos psiquiátricos, tanto do Brasil como do estado do Rio de Janeiro, são privados e filantrópicos, correspondendo a 77,8% e 72%, respectivamente (Ministério da Saúde, 1997).
  • 53. AÇÕES NO BR A PARTIR DOS MOVIMENTOS PRÓ-REFORMA MANICOMIAL Filme: O museu da loucura •REDUÇÃO DE LEITOS NOS HOSPITAIS PSIQUIATRICOS •DESENVOLVIMENTO DE CAPS (1987/SÃO PAULO) •DESENVOLVIMENTO DOS NAPS (1989/SANTOS)
  • 54. DILEMAS DA REFORMA NO BR • Essa diminuição dos leitos psiquiátricos não foi acompanhada pela construção suficiente de centros alternativos para o tratamento de indivíduos com problemas mentais. Nos países desenvolvidos, o principal serviço criado para tratar os pacientes na comunidade foi a instalação de Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais (UPHG). O Brasil tinha 60 dessas unidades, em 1994, sendo 36 delas em hospitais públicos e 24 em hospitais contratados. Nos últimos cinco anos, o percentual de UPHGs em relação ao total de leitos psiquiátricos se manteve constante em torno de 2,9%, enquanto nesse mesmo período houve uma diminuição de 10% dos leitos psiquiátricos.
  • 55. DILEMAS DA REFORMA NO BR Todo o debate crítico em torno da saúde mental e do processo de Reforma Psiquiátrica, na atualidade, bem como a literatura da área, colocam a desconstrução como uma busca de superação dos paradigmas clássicos, de crítica da verdade e neutralidade nas ciências, de problematização das concepções naturalistas de subjetividade, saúde, doença e loucura e de reconstrução de sua complexidade, bem como colocam a incapacidade da psiquiatria de explicar ou curar o seu objeto de intervenção, a doença mental (BASAGLIA, 1981 e 1985; ROTELLI, 1990 e 1994; ROTELLI et col., 1990).
  • 56. REFORMA PISIQUIATRICA BRASILEIRA INFLUENCIA ITALIANA FRANCO BASAGLIA (1924-1980) INFLUENCIA AMERICANA - GERALD CAPLAN (1934-
  • 57. Reforma Psiquiátrica Brasileira Filme: CAPS – HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA Seguindo seu trajeto histórico, a psiquiatria nas décadas de 1920 e 1930 amplia a escala de sua intervenção social através da Liga Brasileira e Higiene Mental (LBHM) que, por meio de um discurso em favor da higiene mental e Antes do século XX, o percurso da assistência à loucura no Brasil tem como um dos seus grandes ícones a inauguração, em 1852, do Hospício Dom Pedro II. A criação do primeiro hospital psiquiátrico brasileiro, situado na aprazível Praia Vermelha, representou tanto uma resposta do poder público para a circulação de loucos nas cidades quanto uma solução para os maus tratos sofridos pelos mesmos nas Casas de Misericórdia, responsáveis até então por abrigá-los (TEIXEIRA, 2000). Sobre Juliano Moreira e seu papel na assistência psiquiátrica brasileira do começo do século XX, conferir Portocarrero (1990) e Portocarrero (2002). Novo nome dado ao Hospício Pedro II após a instauração da República. Conferir capítulo seis para mais detalhes. Embasado no biologismo eugênico, teve ingerência saliente na sociedade brasileira, em especial no campo da educação e nas estruturas familiares da época
  • 58. HISTÓRICO DA REFORMA NO BR • A crise deflagra-se em 1978 com uma greve nas quatro unidades do DINSAM no Rio de Janeiro e tinha como mote a denúncia acerca das irregularidades nas condições de trabalho e de assistência, vividas tanto por pacientes quanto por profissionais da área de Saúde Mental. As reivindicações trabalhistas, o combate à excessiva privatização da assistência e as críticas ao modelo hospitalocêntrico plasmam-se em uma teia bem heterogênea, a partir da qual surge um espaço de discussão sobre o caráter do tratamento psiquiátrico no Brasil. A crise desemboca na demissão sumária de estagiários e profissionais grevistas e acaba repercutindo na mídia e na opinião pública (AMARANTE, 1995). • As transformações no sistema de Saúde e previdenciário a partir do golpe militar não foram exclusividade do campo psiquiátrico. As políticas de Saúde da época, marcadas pela opção da medicina previdenciária de características curativa, individual e hospitalocêntrica, direcionavam maciçamente os recursos públicos para o setor privado, ação “justificada” oficialmente pela expansão da cobertura assistencial (OLIVEIRA ; TEIXEIRA, 1986). • Outros atores coletivos importantes no nascedouro da Reforma Psiquiátrica brasileira são Movimento de Renovação Médica (REME) e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES), entidades solidárias com a luta por melhorias no campo da Saúde Mental. • Ainda no ano de 1978, o V Congresso de Psiquiatria em Camboriú, Santa Catarina, além de nacionalizar este debate e fincá-lo em um fórum acadêmico conservador, abalizou um matiz essencialmente político no que tange aos processos de revisão da praxis psiquiátrica, posto que transcendeu discussões meramente técnicas. Outros pontos comumente destacados na literatura como marcos para a Reforma Psiquiátrica Brasileira são o I Congresso Brasileiro de Psicanálise de Grupos e Instituições (1978), o I Congresso Brasileiro de Trabalhadores em Saúde Mental em São Paulo (1979) e o III Congresso Mineiro de Psiquiatria, que contou com a presença de Franco Basaglia (1979). • Concomitante às discussões nos congressos, espraiam-se as idéias de Foucault, Castel, Basaglia, Szaz entre os profissionais de Saúde Mental e ocorre o boom da psicanálise no Brasil, configurando um contexto intelectual contestador e reflexivo que toma as cátedras acadêmicas (BEZERRA JÚNIOR, 1994).
  • 59. HISTÓRICO DA REFORMA NO BR • Em 1978, é criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM). Combinando reivindicações trabalhistas e um discurso humanitário, o MTSM alcançou grande repercussão e, nos anos seguintes, liderou os acontecimentos que fizeram avançar a luta até seu caráter definidamente antimanicomial. • 1980, o Ministério da Saúde redige o documento Diretrizes para a área de Saúde Mental, no qual defende a ênfase no tratamento extra-hospitalar, a limitação do período de internação, a reintegração familiar e a promoção de pesquisas epidemiológicas no campo da Saúde Mental.
  • 60. HISTÓRICO DA REFORMA NO BR • 1987, em São Paulo, foi criado o primeiro CAPS, em 1988 constituiu-se o SUS, e em 1989, em Santos, o primeiro NAPS. E nesse mesmo ano o projeto de Lei 3.657/89 de autoria do deputado Paulo Delgado. • 1989 - em Santos, um hospital psiquiátrico privado, conveniado ao Inamps, a “Casa de Saúde Anchieta”, RECEBE INTERVENÇÃO DO MUNICIPIO • No mês anterior à intervenção, a Casa de Saúde Anchieta teve uma receita de NCz$ 300.000,00 para uma folha de pagamentos de aproximadamente NCz$ 12.000,00. • Daqui podemos fazer uma primeira distinção a partir da intencionalidade desta Intervenção: não se buscou uma readequação do hospício às normas supostamente suficientes e tecnicamente fundamentadas que por qualquer razão teriam sido deixadas de lado pelos gestores, que poderiam ser desqualificados como maus administradores ou como gananciosos movidos pelo lucro fácil. Ao invés disso, partiu-se da premissa que a própria organização da instituição manicomial é ela mesma geradora de violência e opressão, porque é parte de uma corrente de relações de opressão e violência em que os pacientes encontram-se no último anel – o Circuito do Controle. • Esta dinâmica complexa foi formatando a organização dos Núcleos de Apoio Psico-social, os NAPS. O hospital foi reordenado em 5 enfermarias que seguiam uma divisão dos 5 territórios da cidade, de modo que todos os pacientes e familiares de uma região seriam sempre atendidos e referenciados a uma mesma equipe.
  • 61. INFLUÊNCIA AMERICANA NA REFORMA BRASILEIRA - GERALD CAPLAN • A proposta do autor é prevenir momentos de crise e intervir nestas situações, com o objetivo de evitar que o transtorno mental se instale e se cronifique. • Para desenvolver esta proposta, ele sugere a prevenção primária, na qual se trabalha com as dimensões física, psicossocial e sociocultural da vida das pessoas.
  • 62. PSIQUIATRIA PREVENTIVA - CAPLAN • À primeira vista, o texto pode deixar a impressão de que estamos tratando de um modelo de prevenção em saúde mental que considera não apenas o indivíduo portador da enfermidade, mas também todos os aspectos sócio-culturais ou a unidade biopsicossocial na produção da doença mental. Entretanto, uma análise crítica do material revela que o indivíduo continua sendo o locus da produção da saúde ou da doença, do sucesso ou do fracasso pessoal-social, como será visto a seguir. • No decorrer do texto, as definições de saúde e de doença referem-se à possibilidade de adaptação ou desadaptação individual: “Esta abordagem baseia-se no pressuposto de que muitas perturbações mentais resultam de inadaptação e desajustamento, e que, pela alteração do equilíbrio de forças, é possível conseguir uma adaptação e um ajustamento saudáveis” (Caplan, 1980, p. 42).
  • 63. PSIQUIATRIA PREVENTIVA - CAPLAN • No decorrer do texto, as definições de saúde e de doença referem-se à possibilidade de adaptação ou desadaptação individual: “Esta abordagem baseia-se no pressuposto de que muitas perturbações mentais resultam de inadaptação e desajustamento, e que, pela alteração do equilíbrio de forças, é possível conseguir uma adaptação e um ajustamento saudáveis” (Caplan, 1980, p. 42). • Para determinar os fatores que levam ao aparecimento da doença mental, o autor compara características da população doente e da população sadia: Se a pessoa nasceu num grupo favorecido em uma sociedade estável, seus papéis sociais e as mudanças esperadas destes ao longo de sua vida irão proporcionar-lhe oportunidades adequadas para um saudável desenvolvimento da personalidade. Se, por outro lado, a pessoa pertence a um grupo desfavorecido ou sociedade instável, poderá encontrar seu progresso bloqueado e ser privada de desafios e oportunidade. Isso terá um efeito negativo em sua saúde mental. (p. 47, grifos nossos) • As palavras destacadas fazem parte de um articulado ideário que localiza o sucesso ou fracasso social numa classe específica, causadora e propagadora de distúrbios mentais e sociais: uma classe abstratamente designada como “desfavorecida
  • 64. PSIQUIATRIA PREVENTIVA - CAPLAN • A prevenção primária, de acordo com Caplan (1980), implica em lidar com algo que ainda não aconteceu, com o objetivo de antecipar um mal para que ele possa ser evitado. Em resumo, alguns indivíduos podem possuir características responsáveis por seu adoecimento. • Além disso, saúde mental é adaptação dos indivíduos. Caberia ao psiquiatra a manipulação de algumas circunstâncias de vida da população para efetivar tal adaptação.
  • 65. PSIQUIATRIA PREVENTIVA - CAPLAN • Interessado em quais os fatores de resistência ou vulnerabilidade do indivíduo que podem ou não ser manipulados, Caplan deixa ver o aspecto declaradamente eugenista da psiquiatria preventiva, ao afirmar sua esperança de que o aumento do conhecimento sobre os fatores cromossômicos nos permita intervir eugenicamente para modificar padrões genéticos numa população e, assim, aperfeiçoar a dotação constitucional fundamental de seus membros.
  • 66. PSIQUIATRIA PREVENTIVA - CAPLAN • O modelo da Psiquiatria preventiva conseguiria, trabalhando com toda a população e não apenas com alguns indivíduos, garantir que doenças mentais fossem evitadas em grande escala. Vale ressaltar que o compromisso ideológico-político das idéias psiquiátricas, representadas pelo texto de Caplan e pela noção de prevenção, não se refere à promoção da saúde mental de todos os indivíduos, mas somente daqueles que já possuírem condições favoráveis para que isto aconteça.
  • 67. Principais programas no Brasil • CAPS – Centro de Atenção Psicossocial • RTs – Residências terapêuticas • PVC - O Programa de Volta para Casa
  • 68. Leis que regulam a saúde mental no BR
  • 70. Referências: • ALEXANDER, F.G.; SELESNICK, S.T. História da psiquiatria. São Paulo: IBRASA, 1968. ALVES, P.C.: MINAYO, M.C.S. (Orgs). Saúde e doença: um olhar antropológico. Rio de Janeiro (RJ). Fio Cruz, 1994. ALVES, P.C.: RABEL0, M.C. (org.) Antropologia da saúde: traçando identidade e explorando fronteiras. Rio de Janeiro: Fiocruz/Dumará, 1998, 245p. AMARANTE, P. (org.) Loucos pela vida. Rio de Janeiro. Panorama ENSP, 1995. AMARANTE, P.D.C. O homem e a serpente. Rio de Janeiro (RJ). Fio Cruz, 1996, 141p. AMARANTE, P. Loucura, cultura e subjetividade: conceitos e estratégias, percursos e atores da reforma psiquiátrica brasileira. In: FLEURY, S. (Org.) Saúde e democracia – a luta do cebes. São Paulo: Lemos, 1997. AYLLON, T.; AZRIN, N. O emprego de fichas-vale em hospitais psiquiátricos. São Paulo: EPU/ EDUSP, 1974. BARROS, D.D. Jardins de Abel – desconstrução do manicômio de Trieste. São Paulo. Lemos/EDUSP, 1994, 155p. BARROS, S. 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