O documento descreve a evolução histórica da saúde mental, desde períodos antigos como o Neolítico e Mesopotâmico até a Reforma Psiquiátrica no Brasil no século XX. Aborda tratamentos antigos como trepanação e castigos físicos, o desenvolvimento de hospitais psiquiátricos e a transição para modelos comunitários a partir do século XIX com ênfase na humanização.
2. O que é Saúde Mental?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar
no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser
produtivo e contribuir com a sua comunidade. A saúde mental implica muito mais que a ausência de
doenças mentais, BVMS (2017).
3. Marcos Históricos
PERÍODO NEOLÍTICO e MESOPOTÂMICO (8000 a.C. – 5000 a.C.)
EGÍPICIOS (3100 a.C. – 31 a.C.)
GREGOS (500 a.C. – 146 a.C.)
IDADE MÉDIA (SÉCULO V – XV)
CASAS DE TRABALHO, CLERO E ASILOS PARA “DOENTES” MENTAIS (SÉCULO XVI – XVIII)
AS RAÍZES DA REFORMA E OS NOVOS TRATAMENTOS (SÉCULO XIX)
4. MARCOS CARACTERÍSTICOS
PERÍODO NEOLÍTICO e MESOPOTÂMICO (8000 a.C. – 5000 a.C.)
- Doenças Mentais são espíritos malignos residindo dentro da cabeça das pessoas.
- Através de uma abertura no crânio do doente mental é possível a saída do/dos espíritos malignos
lá existentes.
- Em muitos casos, havia processo de recuperação do crânio.
- Aprimoramento do “tratamento” com a criação de serras de crânio.
- Muitos outros problemas de saúde como consequência destes procedimentos, como, por exemplo,
enxaqueca, diversas enfermidades mentais e fraturas no crânio.
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6. MARCOS CARACTERÍSTICOS
EGÍPICIOS (3100 a.C. – 31 a.C.)
- Uso de atividades artísticas e recreativas para alívio de sintomas, tais como: música, dança e
pintura.
7. MARCOS CARACTERÍSTICOS
GREGOS (500 a.C. – 146 a.C.)
- Insanidade Mental associada à uma transgressão das leis/mandamentos divinos.
- Doença mental como castigo de Deus ou Deusa raivosa.
- Intervenção de filósofos europeus para evolução de ideias sobre a saúde mental.
- Entre os séculos III e V a.C., o médico grego Hipócrates deixou de lado a ideia da relação entre
doença mental e castigo divino.
8. IDADE MÉDIA (SÉCULO V – XV)
- Doenças mentais passam a serem tratadas como ocorrências naturais do corpo.
- Tratamentos com uso de substâncias como laxantes e eméticos (náuseas), aloés e heléboro negro
(analgésicos e calmantes), também sanguessugas na tentativa de recuperar o equilíbrio no corpo e
mente.
- Métodos como espancamentos, prisões temporárias e perpétuas foram usados como tratamento.
- Primeiro Hospital Psiquiátrico foi fundado em Bagdá, no século VI.
9. CASAS DE TRABALHO, CLERO E ASILOS PARA “DOENTES”
MENTAIS (SÉCULO XVI – XVIII)
- A igreja oferecia alojamento, alimentação e cuidados em troca de trabalho dos mais pobre.
- Enfermos de famílias com maior poder aquisitivo poderiam ser internados em um local mais
confortável e sob cuidados de membros do clero.
- Lotação de casas de trabalho e mosteiros criação de asilos (1406) em Valência na Espanha.
10. Asilos
- Condições precárias, pouco ou nenhum conforto, comparados a um presídio.
- Tratamento com uso de violência, uso de cadeira giratória, camisas de força e ameaças.
- Uso de administração de drogas em pacientes considerados mais perigosos.
- Funcionava como o local em que os rejeitados pela sociedade era mantidos.
- A repercussão desses maus tratos daria início aos apelos por uma Reforma na Europa em meados
do século XIX.
11. AS RAÍZES DA REFORMA E OS NOVOS TRATAMENTOS
(SÉCULO XIX)
- 1792: Estudos do Dr. Philippe Pinel Tratamento gratuito para doenças mentais.
- Implementação de moralidade e humanização aos pacientes psiquiátricos.
- Transição de manicômio para “lar estrito e bem administrado”.
- Punições bem mais leves.
- Em meados dos século XX: Sigmund Freud elabora estudos a partir de diálogos com os pacientes
com problemas mentais.
12. Saúde Mental no Brasil
No Brasil, em 1852, no Rio de Janeiro, o Imperador inaugurou o primeiro hospício brasileiro, que
tomou seu nome “Hospício de Pedro II”. Nos 100 anos que se seguiram nota-se a proliferação de
muitos outros, predominantemente nas capitais dos estados.
13. Colônias
Em áreas rurais surgiram também as colônias – nada mais que hospícios -, seguindo a tendência
de que a natureza, por si só, faria bem às pessoas internadas, além do trabalho agrícola
14. Reforma Psiquiátrica
A Reforma Psiquiátrica, instituída pela Lei Federal 10.216 em 6 de abril de 2001, trouxe a proposta
de transformar o modelo assistencial de Saúde Mental vigente a partir da construção de um novo
estatuto para pessoas portadoras de transtornos mentais, respeitando os princípios fundamentais de
cidadania.
15. Principais Mudanças
O velho modelo manicomial deu lugar á criação de uma rede de serviços territoriais de atenção
psicossocial e de base comunitária. Nessa nova e mais humanitária linha de cuidado, os usuários dos
serviços passaram a ter à sua disposição equipes multidisciplinares para acompanhamento terapêutico.
Composição da equipe:
- médico psiquiatra, enfermeiro psiquiatra, técnico em enfermagem, psicólogo, terapeuta
ocupacional, assistente social e os outros profissionais que assistem diretamente o cliente.