O documento resume um estudo sobre a ocorrência de pneumocistose pulmonar em pacientes com AIDS em relação ao uso de terapia antirretroviral (TARV) e contagem de linfócitos T CD4 entre 1992-2002. Os resultados mostraram que o uso de TARV combinada e potente esteve associado a uma redução na ocorrência de pneumocistose, e que a ocorrência foi maior em pacientes com contagem de CD4 menor que 200. A ocorrência de pneumocistose diminuiu ao longo do período estudado.
8. Objetivo
Relacionar a ocorrência de pneumocistose pulmonar com a
contagem de linfócitos T CD4 e o uso ou não de TARV em pacientes
com aids
Casuística
Pacientes com HIV/aids atendidos na área de Doenças Tropicais da
FMB - Unesp entre 1992 – 2002 (n = 820)
Seleção ao acaso de pacientes (n = 376)
Análise retrospectiva dos prontuários durante todo o período
Barbosa AN, 2011
9. Grupos de Estudo
G1 – Pacientes virgens de ARVs ou uso de mono ou duplo terapia. (n = 171)
G2 – Uso de terapia anti-retroviral combinada e potente, ou seja, esquemas
com dois ITRN e um ITRNN, ou dois ITRN e um IP, ou ainda esquemas com
mais de três drogas. (n = 205)
Critérios de Inclusão
a - Diagnóstico de infecção pelo HIV, confirmado sorologicamente.
b - Primeiro atendimento e seguimento clínico entre jan/1992 e dez/2002.
c - Idade maior que 12 anos no primeiro atendimento
Barbosa AN, 2011
10. Coleta de dados
- sexo, idade, ano de início acompanhamento, cor da pele e procedência.
- fator de risco sexual, uso de drogas ilícitas.
- classificação nos grupos de ARVs, episódio de PCP, ano e PCP como 1ª IO.
- contagem de linfócitos T CD4+
Estatística
- estudos de tabelas de contingência para cruzamentos de dados
classificatórios (estatísticas χ2 e Odds- Ratio)
- comparação entre grupos utilizando-se de análise de variância, cálculo das
estatísticas F e p. (software SPSS® 13.0 for Windows®.)
Barbosa AN, 2011
15. Discussão
Estudos Retrospectivos
Limitações
- falta de informações no prontuário;
- dúvidas quanto a uniformidade dos dados;
- coleta primária feita na ausência de um instrumento padronizado
Vantagens
- baixo custo, facilidade de execução vs estudos prospectivos multicêntricos
Barbosa AN, 2011
16. Discussão
Caracterização da Casuística
- homogeneidade entre G1 e G2: sexo, idade, cor da pele, procedência, risco
sexual e uso de drogas.
- idade: média (32,22 anos)
- gênero: 1,6H/M Concordância
com os dados oficiais
- risco sexual: heterossexual no período
- drogas: uso em 27,6%
PNDSTAIDS. Bol Epidemiol AIDS 2002
Barbosa AN, 2011
17. Discussão
Ocorrência de PCP
- G1 > G2 (69% vs 31%, p < 0,001)
- Odds Ratio = 2,66: sugere que o uso de terapia anti-retroviral combinada e
potente associa-se como fator protetor a PCP
- dados concordantes com ASD e EuroSIDA.
- dados concordantes estudos brasileiros.
Guimarães MD. Cad Saúde Pública 2000
- PCP em G2: falta de aderência e/ou falha terapêutica
Barbosa AN, 2011
18. Discussão
Ocorrência de PCP como 1ª IO
- G1 > G2 (75% vs 25%, p< 0,001)
- concordância com estudos internacionais
ASD.2004; Palella FJ, et al. N Engl J Med 1998
- países sem ARVs, alta incidência (~70%)
Fisk DT, et al. Clin Infect Dis 2003
- PCP mantém-se como IO mais freqüente, apesar da queda
Barbosa AN, 2011
19. Discussão
Contagem de linfócitos T CD4+
- PCP + < PCP - (117,6 vs 325,5, p = 0,001)
- explica, em parte, PCP > G1/G2
- maior fator de risco para PCP: CD4+ < 200
Phair J, et al. N Engl J Med 1990
Barbosa AN, 2011
20. Discussão
Redução temporal de PCP após 1996
- tendência de redução linear entre 1992-2002.
- concordância com estudos nacionais e internacionais
Guimarães MD. Cad Saúde Pública 2000; EuroSIDA 2000; ASD 2004
- uso da terapia anti-retroviral combinada e potente
- busca de atendimento mais precocemente
- aumento no uso de esquemas profiláticos
Barbosa AN, 2011
21. Considerações Finais
- Uso da terapia anti-retroviral combinada e potente relacionou-se com
queda na ocorrência de PCP
- A ocorrência de PCP relacionou-se com dosagens menores de linfócitos T CD4+
- Houve redução temporal da ocorrência de PCP no período estudado.
Barbosa AN, 2011