2. CONCEPÇÕES
DE
O QUE ENSINAR
ALFABETIZAÇÃO
ALFABETIZAÇÃO:
NO CICLO DE
A escrita não é um código que precisa só
ser decodificado e memorizado;
O aluno precisa entender que a escrita no
papel representa a fala;
Para apropriação do Sistema de escrita
alfabética, os alunos passam por fases;
4. PRÉ - SILÁBICA
Não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada, esta fase pode-se dividir
em dois níveis:
O Nível I pode ser:
• Pictórico onde ocorrem na escrita as garatujas ou os rabiscos (desenhos sem figuração);
O Nível II – é onde a criança:
• Escreve diversas letras para representar palavras.;
• Ela percebe que para escrever precisa de letras;
• Sua escrita não tem relação com a sonoridade;
• A ordem das letras não tem importância;
• Para ela a escrita não pode conter menos que três ou quatro letras;
• Sua leitura é global;
• Nesta fase pode ocorrer o “Realismo Nominal”, ou seja, associa o tamanho da palavra ao
tamanho do objeto. Exemplo: A criança acredita que para escrever “ELEFENTE” ela
precisa de muitas letras, por que o elefante é grande, e para escrever “FORMIGA” ela
precisa de poucas letras, por que a formiga é pequena;
5. PRÉ-SILÁBICO I
• Não estabelecem vinculo entre fala e escrita;
• Supõem que a escrita é outra forma de desenhar ou representar
coisas
• Taíssa e Lucas são pictóricos, pois a escrita ocorre em forma de
rabiscos ou garatujas (desenhos sem figuração);
6. PRÉ-SILÁBICO II
•
Usa
várias
letras
para
representar
uma
palavra;
• Sabe que para escrever precisa de letras;
• Acha que para escrever precisa de mais de três ou quatro letras;
• Sua leitura é global;
• No caso da Maria apresenta Realismo Nominal (escreve a
quantidade de letras de acordo com o tamanho do animal, a formiga
é pequena poucas letras, o elefante é grande mais letras). Além de
usar as letras do próprio nome na escrita.
7. SILÁBICA
• Interpreta a letra a sua maneira, atribuído valor de silaba a cada uma;
• É nesta fase que a criança percebe que não precisa de um monte de letras para cada palavra
escrita. Mas às vezes coloca letras entre as sílabas que são chamadas de “almofadas” (no
meio da palavra) ou “sobrantes” (no final da palavra) talvez para ficar “mais bonito”.
Exemplo: UAX (uva)
• As vezes pode usar uma letra para representar cada palavra na frase, pois para a criança
nesta fase a “sílaba” é a menor unidade da escrita, na frase a menor unidade é a “palavra”.
• Esta hipótese pode se dividir em dois níveis: Silábico Sem Valor Sonoro e Silábico Com Valor
Sonoro.
• Silábico Sem Valor Sonoro a criança relaciona a escrita e a fala, para cada vez que pronuncia
uma sílaba, ela escreve uma letra, porém essa letra (grafema) não tem relação com o som
(fonema). Exemplo: XLH (cavalo);
• Silábico Com Valor Sonoro, usa uma letra para cada vez que pronuncia uma sílaba, mas desta
vez faz relação com o fonema (som). Exemplo: CVL, CVO, AAO ou AVL (cavalo).
• Na hipótese silábica com valor sonoro, pode surgir a falha na alfabetização, a criança pode ser
“vocálica” (iniciou a alfabetização a partir das vogais, exemplo: escreve AAO - cavalo) ou
“consonantal” (iniciou a alfabetização a partir das consoantes, exemplo: escreve CVL cavalo).
8. SILÁBICO SEM VALOR SONORO
•Usa uma letra para cada vez que pronuncia uma sílaba, porém
sem relacionar a letra com o fonema (som);
• No caso de Ana ela usa na frase uma letra para representar
uma palavra;
9. SILÁBICO COM VALOR SONORO
• Usa uma letra para cada vez que pronuncia uma sílaba, relacionando letra a
fonema (som);
• Gabriel é vocálico, iniciou sua alfabetização a partir das vogais;
• Júlia é consonantal, iniciou sua alfabetização a partir das consoantes.
10. SILÁBICA-ALFABÉTICA
Esta é a hipótese intermediária em que a
criança ora escreve silabicamente, ora
alfabeticamente, ou seja, mistura a lógica da
fase anterior com a identificação de algumas
sílabas. Exemplo: escreve SAPT – sapato.
11. SILÁBICO-ALFABÉTICO
• Ora escreve de forma silábica, ora de forma alfabética;
• Percebe
o som da sílaba acrescentando letras;
• Ainda em conflito
12. Alfabética
Toda criança nesta hipótese é sonora;
Domina a maioria das letras do alfabeto, apresentando apenas dificuldades na ortografia;
Domina, enfim, o código escrito, distinguindo letras, sílabas, palavras e frases.
O princípio de que o processo de conhecimento por parte da criança deve ser gradual, corresponde
aos mecanismos deduzidos por Piaget, segundo os quais cada salto cognitivo depende de uma
assimilação e de uma reacomodação dos esquemas internos, que necessariamente levam tempo.
A alfabetização é um processo continuo construído ao longo do desenvolvimento da criança é a ação
de ensinar, ou aprender a ler e a escrever, estando intimamente ligada aos conhecimentos da leitura
e escrita.
Ao organizar atividades que favoreçam a aquisição da leitura e da escrita, o alfabetizador deve
buscar conhecimentos teóricos nos estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky em “Psicogênese da
Língua Escrita”, para que possa compreender que saber ler não é apenas conhecer o sistema
alfabético da língua escrita, mas é também saber ler de forma critica, reconhecendo diferentes tipos
de textos.
O professor envolvido no processo de aquisição da língua escrita precisa construir um ambiente
alfabetizador, isto significa possibilitar ao aluno o contato com a diversidade de textos presentes no
dia-a-dia e utilizar a escrita de maneira crítica e ativa na alfabetização.
13. ALFABÉTICO
• Domina a maioria das letras;
•Apresenta dificuldades ortográficas;
• Distingue letras, sílabas, palavras e frase;
• Lê de acordo com o ritmo frasal;
• Tem domínio do código escrito.
16. LETRAMENTO
Surge
na década de 1990
ALFABETIZAR: corresponde à ação de ensinar
a ler e escrever;
LETRAMENTO:
corresponde a um estado ou a
condição de quem não apenas sabe ler e
escrever, mas que cultiva e exerce as práticas
sociais que usam a escrita.
17. REFLEXÕES
Uma pessoa pode ser letrada se não for
alfabetizada?
Apenas a interação com textos que circulam na
sociedade garante que os alunos se apropriem da
escrita alfabética?
Por que muitos alunos ainda continuam chegando ao
final do 1º ano ou mesmo no final do 1º ciclo do
Ensino Fundamental sem saber ler e escrever?
Será que se a gente desconsiderar tudo o que já foi
visto até hoje sobre Educação e desenvolver uma
nova teoria, método, abordagem resolveria o nosso
problema?
18. Letramento e alfabetização: as
muitas facetas – Magda Soares
1º
lugar, a necessidade de reconhecimento da
especificidade da alfabetização, entendida como
processo de aquisição e apropriação do sistema da
escrita, alfabético e ortográfico;
2º lugar, e como decorrência, a importância de que a
alfabetização se desenvolva num contexto de
letramento - entendido este, no que se refere à etapa
inicial da aprendizagem da escrita, como a
participação em eventos variados de leitura e de
escrita, e o consequente desenvolvimento de
habilidades de uso da leitura e da escrita nas
práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de
atitudes positivas em relação a essas práticas;
19.
3º lugar, o reconhecimento de que tanto a alfabetização
quanto o letramento têm diferentes dimensões, ou
facetas, a natureza de cada uma delas demanda uma
metodologia diferente, de modo que a aprendizagem inicial
da língua escrita exige múltiplas metodologias, algumas
caracterizadas por ensino direto, explícito e sistemáticoparticularmente a alfabetização, em suas diferentes
facetas-outras caracterizadas por ensino incidental, indireto
e subordinado a possibilidades e motivações das crianças;
4º lugar, a necessidade de rever e reformular a formação
dos professores das séries iniciais do ensino
fundamental, de modo a torná-los capazes de enfrentar o
grave e reiterado fracasso escolar na aprendizagem inicial
da língua escrita nas escolas brasileiras.
20. “alfabetizar e letrar são duas
ações
distintas,
mas
não
inseparáveis, ao contrário: o
ideal
seria
alfabetizar
letrando, ou seja: ensinar a ler e
escrever
no
contexto
das
práticas sociais da leitura e da
escrita, de modo que o indivíduo
se
tornasse,
ao
mesmo
tempo, alfabetizado e letrado.”
(Soares, 1998, p. 47)
21. O que estamos chamando de atividades de reflexão sobre o Sistema
de Escrita Alfabética?
Como abordado por Leal e Morais (2010), para compreender as
propriedades do sistema alfabético, é necessário que o indivíduo se
aproprie de uma série de conhecimentos, tais como:
A reflexão mais aprofundada sobre os princípios do Sistema de Escrita Alfabética
é contemplada na Unidade 3.
22. Nessa perspectiva, defendemos que as
crianças
possam vivenciar, desde cedo, atividades que as levem
a pensar sobre as características do nosso sistema de
escrita, de forma reflexiva, lúdica, inseridas em
atividades de leitura e escrita de diferentes textos. É
importante considerar, no entanto, que a apropriação da
escrita alfabética não significa que o sujeito esteja
alfabetizado.
Essa
é
uma
aprendizagem
fundamental, mas para que os indivíduos possam ler
e produzir textos com autonomia é necessário que
eles
consolidem
as
correspondências
grafofônicas, ao mesmo tempo em que vivenciem
atividades de leitura e produção de textos.
23.
24. AVALIAÇÃO NO CICLO DE
ALFABETIZAÇÃO
ANTES
AGORA
PARA
CONHECER
MEDIR
CLASSIFICAR
EXCLUIR
PARA
RETOMAR
PARA
REFLETIR
PARA
PLANEJAR
PARA
ACOLHER
25. AVALIAÇÃO
ANTES
O erro ou a escrita
não convencional
indicavam que os
alunos não sabiam
o conteúdo.
AGORA
O erro ou a escrita
não convencional
passam a ser vistos
como reveladores
de suas hipóteses
de escrita.
26. Como realizar a avaliação diagnóstica?
1.
Por que estou aplicando a avaliação?
PARA
CONHECER
PARA
RETOMAR
PARA
REFLETIR
PARA
PLANEJAR
PARA
ACOLHER
2.
Como proceder?
É uma atividade individual de escrita de uma lista de palavras de um mesmo campo
semântico, seguida da escrita de uma frase.
O professor deve observar como a criança procede em seu pensamento e ações.
Após cada escrita o professor deve pedir para que o aluno faça a leitura .
O professor deve registrar a pauta sonora.
O professor deve fazer todos os registros que achar pertinente sobre a sondagem.
Com essas observações, poderemos saber qual é nível de nossa sala .
Planejar situações onde os alunos vão ter atividades possíveis e desafiadoras.
27. Ana Cristina Bezerra da Silva, professora do 1º ano de uma escola da rede municipal de ensino do
Recife, relata de forma breve como faz uso da avaliação diagnóstica para identificar os
conhecimentos das crianças em relação ao Sistema de Escrita Alfabética e poder planejar as
atividades de forma a possibilitar que elas avancem em suas hipóteses de escrita:
“Nos primeiros dias de aula deste ano letivo foi estabelecido pela
coordenação da escola, juntamente com todos os professores, um
período de sondagem inicial (ou diagnóstico da turma), para que
pudéssemos descobrir o que cada aluno sabia sobre o sistema de
escrita, bem como identificar quais hipóteses da língua escrita em
que as crianças encontravam- se para que pudéssemos adequar o
planejamento das aulas de acordo com as necessidades de
aprendizagem do grupo. Essa avaliação inicial me permite
acompanhar os avanços na apropriação do Sistema de Escrita
Alfabética durante todo ano. A sondagem inicial foi realizada através
de uma atividade feita individualmente com a produção espontânea
de uma lista de palavras de um mesmo grupo
28. semântico que, no caso desta turma, escolhi nome de alguns
animais (SAPO, CAVALO, MACACO, CORUJA, VACA, GATO). Em
outro momento fiz aplicação de uma avaliação elaborada pela
coordenadora para aplicação nas turmas do 1 ano, em seguida
foram tabulados os acertos de cada criança de acordo com os
descritores estabelecidos pela escola. Com base nessa tabela, foi
possível fazer uma análise crítica de como deveria ser a rotina e
quais atividades seriam contempladas para que cada criança
avançasse do seu estágio inicial de escrita. Com o resultado desta
sondagem organizei as primeiras atividades para que pudesse fazer
as intervenções adequadas à diversidade de saberes da turma.
Como, no grupo de dezessete alunos, doze estavam no nível présilábico, iniciei as atividades partindo do nome das crianças, para
que as crianças entrassem em contato com a leitura e a escrita
através do que lhe pertence, que é o seu nome. Elaborei também um
quadro, para que, no final de cada bimestre, pudesse manter um
registro criterioso do processo de evolução das hipóteses de escrita
29. das crianças, pois é através das sondagens e da observação
cuidadosa e constante das produções dos alunos durante o
ano, que eu posso saber em que momento se encontra cada um, e
se a minha rotina está funcionando, e como posso ajustar o
planejamento do meu trabalho para que, no final do ano
letivo, todos estejam alfabetizados.”
(Ana Cristina Bezerra da Silva, professora do 1 Ano da Escola
Municipal Maurício de Nassau – Recife/PE).
30. Para Ferreira e Leal (2006, p. 18),
“[...] os argumentos para a adoção do regime ciclado são muitos.
Um deles repousa na ideia de que essa estrutura curricular favorece
a continuidade, a interdisciplinaridade e a participação, respeitandose os ritmos e os tempos dos alunos.
Há ainda, nessas propostas, uma negação da lógica
excludente e competitiva (quem vai chegar primeiro?) e
a adoção de uma lógica de inclusão e solidariedade
(partilha de saberes). Outro aspecto a destacar é a
mudança da perspectiva conteudista de “quanto já se
sabe sobre” para uma perspectiva multicultural, que
respeita a diversidade de saberes, práticas e valores
construídos pelo grupo. Há, ainda, uma rejeição da
busca de homogeneização e uma valorização da
heterogeneidade e da diversidade.”