O documento apresenta uma introdução sobre a literatura brasileira no período colonial e a influência da literatura portuguesa. Em seguida, resume os principais momentos da literatura portuguesa até o século XVI, como o Trovadorismo, o Humanismo, o Classicismo e o Quinhentismo, que serviram de referência para os escritores brasileiros.
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A Primeira Fase do Modernismo surge como consequência da Semana de Arte Moderna. Entre 1922 e 1930 consolida-se o período, que ficou conhecido como fase da “destruição”. Essa etapa atuou como elemento de desconstrução dos movimentos literários anteriores.
Revolucionária, traz consigo uma nova perspectiva à composição literária. Surpreendente, inovador e crítico: o movimento modernista – rejeitado em sua época – expõe, hoje, a sua influência e relevância para a literatura contemporânea.
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Revolucionária, traz consigo uma nova perspectiva à composição literária. Surpreendente, inovador e crítico: o movimento modernista – rejeitado em sua época – expõe, hoje, a sua influência e relevância para a literatura contemporânea.
O documento além de conter a maioria dos autores e obras do Romantismo brasileiro, também explica várias das características desse período literário e como eles estão presentes nas obras desses importantes autores.
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1. Revisão – Literatura I
Portuguesa e Brasileira
Profª Maria Glalcy Fequetia Dalcim
IFSP - Avaré
2. Introdução
“As primeiras manifestações da literatura brasileira ocorreram durante o
período colonial, de 1500 a 1882. Evidentemente, essa produção foi fortemente
marcada pelas influências da cultura e da literatura portuguesa, uma vez que
nossos escritores ou eram portugueses de nascimento ou brasileiros com
formação universitária em Portugal.
Por essa razão, antes de estudar as obras e os autores nacionais, convém
conhecer, de forma panorâmica, os momentos mais significativos da literatura
portuguesa até o século XVI que servirão de referência aos escritores
brasileiros.”
CEREJA, W. R. & MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens: volume 1: ensino
médio. 5ª ed. São Paulo: Atual, 2005.
3. Era Medieval – Portugal - Trovadorismo
Séculos XII a XV
Época dos Trovadores
Poesia Lírica (Cantigas de amigo / Cantigas de amor)
Poesia Satírica (Cantigas de escárnio / Cantigas de maldizer)
Prosa (Novelas de cavalaria / Hagiografias / Crônicas / Nobiliários)
Teatro (Mistérios / Milagres / Moralidades / Autos / Sotties)
Cantiga da Ribeirinha e Cantiga da Guarvaia – Paio Soares de Taveirós (1189
ou 1198)
4. Era Medieval – Portugal – Trovadorismo
Cantiga de amor Cantiga de amigo
Autoria masculina Autoria masculina
Sentimento masculino Sentimento feminino
Origem provençal Origem :galego-portuguesa
Ambiente palaciano (aristocrático) Ambiente rural (popular)
Vassalagem amorosa A mulher sofre pelo amigo (namorado,
amante) ausente
A mulher é um ser idealizado, superior A mulher é um ser mais real e concreto
“A bõa dona por que eu trobava,
e que nom dava nulha rem por mi,
pero s'ela de mi rem nom pagava,
sofrendo coita sempre a servi;
e ora já por ela 'nsandeci,
e dá por mi bem quanto x'ante dava.”
(João Garcia de Guilhade)
“Ondas do mar de Vigo,
Se vistes meu amigo?
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
Se vistes meu amado?
E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amigo,
E por que eu sospiro?
E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amado,
Por que ei gran coidado?
E ai Deus, ser verrá cedo!
(Martim Codax)
5. Era Medieval – Portugal - Trovadorismo
Cantigas Satíricas – Muitos eram os temas das cantigas satíricas: os
costumes, notadamente do clero; a covardia; a decadência de alguns
nobres; os vilãos (habitantes das vilas medievais); o adultério das
damas. Dividem-se em dois tipos:
Cantigas de escárnio – sátiras indiretas, palavras ambíguas, expressões
irônicas, sem contudo, revelar o nome da pessoa satirizada.
Cantigas de maldizer – sátiras diretas com citação nominal da pessoa
ironizada, marcadas pela maledicência. Seus temas prediletos eram o
adultério, amores interesseiros ou amores ilícitos (padres); usavam um
vocabulário direto com palavras obscenas, carregadas de erotismo.
6. Era Medieval – Portugal - Humanismo
Século XV e início do século XVI.
A literatura registra a consolidação da prosa historiográfica e do teatro.
A poesia, por sua vez, afasta-se do acompanhamento musical e
enriquece-se do ponto de vista formal.
“ O Humanismo é um período muito rico no desenvolvimento da prosa,
graças ao trabalho dos cronistas, notadamente de Fernão Lopes,
considerado o iniciador da historiografia portuguesa. Outra
manifestação importantíssima que se desenvolve no Humanismo, já no
início do século XVI, é o teatro popular, com a produção de Gil Vicente.”
(Nicola, 1997)
Poesia palaciana – Garcia de Resende – Cancioneiro Geral.
7. Era Clássica – Portugal - Classicismo
“Classicismo ou Quinhentismo é o nome que se dá à literatura produzida
durante a vigência do Renascimento. Este foi um amplo movimento
artístico, cultural e científico que ocorreu no século XVI, inspirado
sobretudo na ideias e nos textos da cultura clássica greco-latina.”
(CEREJA, 2005)
Itália – berço do Renascimento – Dante Alighieri (Divina Comédia),
Petrarca (Cancioneiro) e Bocaccio (Decameron).
Contexto histórico de profundas transformações sociais, econômicas,
culturais e religiosas – séculos XV e XVI.
Substituição da fé medieval pela razão, o cristianismo pela mitologia, o
antropocentrismo pelo teocentrismo.
Destaque – Luís de Camões (1525 – 1580) – poesia lírica e épica (Os
lusíadas)
8. Quadro Comparativo – Trovadorismo / Classicismo
Trovadorismo Classicismo
Quanto ao conteúdo Quanto ao conteúdo
Amor cortês (cantiga de amor) Idealização amorosa, neoplatonismo
Predomínio da emoção Predomínio da razão
Cristianismo Paganismo
Poesia provençal – tradições populares Influência da cultura greco-romana
Temas profanos – ruptura da
mentalidade teocêntrica
Antropocentrismo
Ambiente cortês, rural ou marítimo Universalismo
Temas: amor, saudade, crítica de
costumes
Busca da clareza e equilíbrio de ideias
Exaltação do ideal cavalheiresco. Nacionalismo
Quanto à forma Quanto à forma
Emprego de formas simples e populares Soneto – formas clássicas
Emprego de medida velha Emprego medida nova
Estrutura simples, refrão e repetições. Busca pelo equilíbrio formal.
9. Quinhentismo - Brasil
Século XVI
Literatura de informação ou expansão
Narração e descrição das viagens e dos primeiros contatos coma a terra
brasileira e seus nativos.
Temas: índios, belezas naturais, origens históricas.
Pero Vaz de Caminha – A Carta
Pero de Magalhães Gândavo – O Tratado da terra do Brasil (1576)
Gabriel Soares de Souza – O Tratado descritivo do Brasil (1587)
As cartas dos missionários jesuítas
A literatura de catequese – José de Anchieta (1534-1597) - poemas,
hinos, canções, autos – com destaque para o teatro.
10. Barroco - Portugal
Século XVII
Barroco ou Seiscentismo
Unificação da Península Ibérica
Crise dos valores renascentistas
Culto exagerado da forma
Conflito / Dualismo
Cultismo X Conceptismo
Cultismo- é caracterizado pela linguagem rebuscada, culta, extravagante; pela
valorização do pormenor mediante jogos de palavra, exploração de efeitos
sensoriais.
Conceptismo – é marcado pelo jogo de ideias e conceitos, seguindo um
raciocínio lógico, racionalista , que utiliza uma retórica aprimorada.
Propagação da fé católica
Padre Antônio Vieira - Sermões
11. Barroco - Brasil
Bento Teixeira (1601) – Prosopopéia – procura imitar Os Lúsiadas
“ A realidade brasileira era então muito diferente da portuguesa.
Tratava-se de um centro de comércio, de exploração da cana-de-
açúcar; de uma realidade de violência, em que se escravizada o negro
e se perseguia o índio. Não se via aqui o luxo e a pompa da
aristocracia europeia, que, como público consumidor, apreciava e
estimulava o refinamento da arte”.
Impulso entre 1720 e 1750 – academias literárias.
Artes – século XVII – ouro de Minas – igrejas de estilo Barroco.
Gregório de Matos – poesia lírica e satírica – “boca do inferno”
“ Que falta nesta cidade? ....................Verdade
Que mais por sua desonra..................Honra
Falta mais que se lhe ponha...............Vergonha.”
12. Arcadismo - Portugal
Século XVIII
Fortalecimento da política burguesa
Filósofos iluministas – Primeira enciclopédia
“Neoclassicismo” – “Setecentismo”
Fundação da Arcádia Lusitana
Inutilia Truncat – cortar as inutilidades
Fugere urbem – fugir da cidade
Carpem diem – gozar o dia / viver o presente
Manuel Maria L´Hedoux Barbosa du Bocage - poesia lírica e satírica
13. Arcadismo - Portugal
Ó tranças, de que Amor prisão me tece,
Ó mãos de neve, que regeis meu fado!
Ó tesouro! ó mistério! ó par sagrado,
Onde o menino alígero (1) adormece.
Ó ledos (2) olhos, cuja luz parece
Tênue raio de sol! Ó gesto(3) amado,
De rosas e açucenas semeado
Por quem morrera esta alma, se pudesse!
Ó lábios, cujo riso a paz me tira,
E por cujos dulcíssimos favores
Talvez o próprio Júpiter (4) suspira!
Ó perfeições! Ó dons encantadores!
De quem sois?... Sois de Vênus?(5) –
É mentira;Sois de Marília, sois de meus amores.
1. Cupido / ligeiro
2. Risonho / alegre
3. Rosto
4. Deus supremo
5. Deusa da beleza e do
amor
14. Arcadismo - Brasil
Reflete a condição do intelectual brasileiro do século XVIII – de um
lado, recebia as influências da literatura e das ideias iluministas
vindas da Europa, de outro lado, interessava-se pelas coisas da terra
e alimentava sonhos de liberdade política.
Inconfidência Mineira
Poesia lírica – Claudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Silva
Alvarenga.
Poesia épica – Basílio da Gama, Santa Rita Durão e Claudio Manuela da
Costa.
Poesia Satírica – Tomás Antônio Gonzaga.
Poesia Encomiástica (laudatória) – Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto.
15. Arcadismo - Brasil
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!