2. Movimento literário que esteve marcado
pela produção de cantigas líricas (focadas
em sentimentos e emoções) e satíricas
(com críticas diretas ou indiretas).
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Considerado o primeiro movimento
literário europeu, ele reuniu registros
escritos da primeira época da literatura
medieval entre os séculos XI e XIV.
Esse movimento, que ocorreu somente na
Europa, teve como principal característica
a aproximação da música e da poesia.
Trovadorismo
4. Escrita em galego-português (língua que se falava na época), a Cantiga da Ribeirinha (ou
Cantiga de Guarvaia) é o registro mais antigo que se tem da produção literária desse
momento nas terras portuguesas.
Confira abaixo um trecho dessa cantiga:
CantigadaRibeirinha
No mundo non me sei parelha,
mentre me for' como me vai,
ca ja moiro por vós - e ai!
mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia!
Mao dia me levantei,
que vos enton non vi fea!
5. ContextohistóricodoTrovadorismo
Continente europeu durante a Idade Média
Domínio da Igreja Católica dominava na Europa
Teocentrismo
Feudalismo
Principais características do Trovadorismo
União da música e da poesia;
Recitação de poemas com acompanhamento musical;
Produção de cantigas líricas (que evidencia os sentimentos, emoções e
percepções do autor) e satíricas (que tem como objetivo criticar ou
ridicularizar algo ou alguém);
Principais temas explorados: amor, sofrimento, amizade e críticas
política e social.
6. OTrovadorismoemPortugal(1189ou
1198-1418)
O ano de 1189 (ou 1198) é considerado o marco inicial da literatura portuguesa e do movimento do
trovadorismo, data provável da primeira composição literária conhecida “Cantiga da Ribeirinha” ou “Cantiga
de Guarvaia”. Escrita pelo trovador Paio Soares da Taveirós e dedicada a dona Maria Pais Ribeiro.
Paio Soares de
Taveirós
Rei D. Dinis (1261-1325) Martim Codax João Soares Paiva
7. Amor Escárnio
Amigo Maldizer
AscantigasdoTrovadorismo
Líricas Satíricas
“Cantiga da Ribeirinha” de Paio Soares de Taveirós
No mundo non me sei parelha,
mentre me for' como me vai,
ca ja moiro por vós - e ai!
mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia!
Mao dia me levantei,
que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquelha
me foi a mí mui mal di'ai!,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e ben vos semelha
d'haver eu por vós guarvaia,
pois eu, mia senhor, d'alfaia
nunca de vós houve nen hei
valía dũa correa.
Originárias da região de Provença, na França,
apresenta uma expressão poética sutil e bem
elaborada. Os sentimentos são expressos com mais
profundidade, sendo que o tema mais frequente é o
sofrimento amoroso.
8. Amigo
AscantigasdoTrovadorismo
Líricas
Originárias da Península Ibérica, as cantigas de amigo constituem a
manifestação mais antiga e original do lirismo português.
Nelas, o trovador procura traduzir os sentimentos femininos,
falando como se fosse uma mulher. Nessa época, a palavra “amigo”
significava “namorado” ou “amante”.
Cantiga “Ai Deus, se sab'ora meu amigo” de Martin Codax
Ai Deus, se sab'ora meu amigo
com'eu senheira estou em Vigo!
E vou namorada...
Ai Deus, se sab'ora meu amado
com'eu em Vigo senheira manho!
E vou namorada...
Com'eu senheira estou em Vigo
e nulhas gardas nom hei comigo!
E vou namorada...
Com'eu senheira em Vigo manho
e nulhas gardas migo nom trago!
E vou namorada...
E nulhas gardas nom hei comigo,
ergas meus olhos que choram migo!
E vou namorada...
E nulhas gardas migo nom trago,
ergas meus olhos que choram ambos!
E vou namorada...
9. Escárnio
AscantigasdoTrovadorismo
Satíricas
Cantiga de escárnio “A Dom Foam quer'eu gram mal” de
João Garcia de Guilhade
A Dom Foam quer'eu gram mal
e quer'a sa molher gram bem;
gram sazom há que m'est'avém
e nunca i já farei al;
ca, desquand'eu sa molher vi,
se púdi, sempre a servi
e sempr'a ele busquei mal.
Quero-me já maenfestar,
e pesará muit'[a] alguém,
mais, sequer que moira por en,
dizer quer'eu do mao mal
e bem da que mui bõa for,
qual nom há no mundo melhor,
quero-[o] já maenfestar.
Esses tipos de cantigas são satíricas e irreverentes, as quais
reuniam versos que criticavam a sociedade, os costumes e
ridicularizavam os defeitos humanos.
De parecer e de falar
e de bõas manhas haver,
ela, nõn'a pode vencer
dona no mund', a meu cuidar;
ca ela fez Nostro Senhor
e el fez o Demo maior,
e o Demo o faz falar.
E pois ambos ataes som,
como eu tenho no coraçom,
os julg'Aquel que pod'e val.
Maldizer
10. Os três cancioneiros que reúnem as cantigas trovadorescas são:
Cancioneiro da Ajuda: constituído de 310 cantigas, esse
cancioneiro se encontra na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em
Lisboa, originado provavelmente no século XIII.
Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa: conhecido
também pelo nome em italiano, “Cancioneiro Colocci-Brancuti”,
esse cancioneiro, composto de 1647 cantigas, foi compilado
provavelmente no século XV.
Cancioneiro da Vaticana: originado provavelmente no século
XV e composto de 1205 cantigas, esse cancioneiro está na
Biblioteca do Vaticano.
11. O humanismo foi um movimento que marcou o modo de pensar do ser
humano, que a partir daí, começaram a se importar com coisas
diferentes além do teocentrismo. Como o foco era o valor do ser
humano, ele teve destaque com as produções artísticas em massa,
como fundamento a valorização do ser humano.
Humanismo
12. Características
O Humanismo buscava na razão a explicação para os fenômenos do mundo.
Para o humanista, estudioso da Antiguidade Clássica, somente com a ordem era possível chegar à
harmonia. Este princípio servia tanto para a arte como para a política.
Desta maneira, surge o antropocentrismo, onde o homem e não Deus estaria no centro do
universo.
Não significa que a religião foi abandonada, nem deixou de fazer parte da vida dos seres
humanos. No entanto, o homem se vê agora como protagonista da história, dotado de
inteligência e vontade, e capaz de mudar seu destino.
Assim, o homem do renascimento não aceita as verdades pré-concebidas, pois tudo deve ser
provado pelo meio da experimentação (empirismo).
13. NaLiteratura
Os autores recuperaram a temática da mitologia greco-romana e com isso
escreveram obras de teatro, poesia e prosa.
O hedonismo estará presente valorizando a mulher jovem, graciosa e de formas
harmônicas. Esta ideia será usada também pelos pintores e escultores.
14. Auto da barca do inferno é uma peça teatral do escritor
português Gil Vicente. Ela mostra de forma irônica o drama
de personagens condenados a viajar na barca do inferno.
Gil Vicente e o teatro
humanista
18. O Classicismo foi uma escola literária que teve
seu apogeu durante o Renascimento - cujo berço
foi a Itália -, época que marcou o fim da Idade
Média e o início da Idade Moderna. Foi um
período de intenso renascimento filosófico,
político, cultural e artístico. A sociedade já não
queria seguir o teocentrismo medieval.
19. Contexto histórico
as Grandes Navegações;
a Reforma Protestante (que levou a uma crise
religiosa) encabeçada por Martinho Lutero;
a invenção da Imprensa pelo alemão
Gutenberg;
o fim do sistema feudal (início do
capitalismo);
o cientificismo de Copérnico e Galileu.
21. OS LUSÍADAS
HISTORY
Camões
Sua grande obra "Os Lusíadas” (1572), é uma
epopeia classicista onde ele narra a viagem de
Vasco da Gama às Índias. Ela foi escrita em 10
cantos e está composta de 8816 versos
decassílabos em oitava rima distribuídos em 1120
estrofes.
A obra está dividida em 5 partes:
Proposição: introdução da obra com apresentação do tema e dos
personagens (Canto I).
Invocação: nessa parte o poeta invoca as ninfas do Tejo (Canto I) como
inspiração.
Dedicatória: parte em que o poeta dedica a obra ao rei Dom Sebastião
(Canto I).
Narração: o autor narra a viagem de Vasco da Gama e dos feitos
realizados pelos personagens. (Cantos II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX).
Epílogo: conclusão da obra (Canto X).
22. A Epopeia escrita em dez cantos, tem como tema as navegações ultramarinas
do século XVI, as grandes conquistas do povo português e a Viagem de Vasco
da Gama às Índias. A mitologia greco-romana a o Cristianismo são temas
recorrentes na obra.
No início ele narra sobre a frota de Vasco da Gama que vai em direção ao
Cabo da Boa Esperança.
A epopeia termina com o encontro dos viajantes e as musas na Ilha dos
Amores. Os principais episódios da obra são:
Inês de Castro (Canto III)
Velho do Restelo (Conto IV)
Gigante Adamastor (Canto V)
Ilha dos Amores (Canto IX)
23. Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor