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Trovadorismo ( 1189
ou 1198 a 1434)
Literatura Medieval Portuguesa (séc. XII e
XIII)

Profa. Rosângela Ribeiro de Aviz do Nascimento
   O Trovadorismo é a primeira manifestação
    literária da língua portuguesa. Seu surgimento
    ocorre no mesmo período em que Portugal começa
    a despontar como nação independente, no século
    XII; porém, as suas origens dão-se na Provença,
    de onde vai se espalhar por praticamente toda a
    Europa. Apesar disso, a lírica medieval galego-
    portuguesa ( língua da Galiza com o português)vai
    possuir características próprias, uma grande
    produtividade e um número considerável de
    autores conservados.
O Trovador

   Trovadores - eram
    aqueles que
    compunham as
    poesias e as
    melodias que as
    acompanhavam.
   • cantigas - são as
    poesias cantadas.
Hierarquia dos artistas

  Trovador – nobre que compõe o texto
 Jogral – homem de classe social inferior
  que canta os textos acompanhado de
  instrumentos musicais como o alaúde e a
  flauta
 Jogralesa ou soldadeira – mulher que canta,

dança e toca pandeiro
CANTIGA

   • João Soares de Paiva – “Ora faz o
    senhorde Navarra“;
   • Paio Soares de Taveirós - "Cantiga
    de Guarvaia", "Cantiga da
    Ribeirinha"dedicada à Dona Maria
    Paes Ribeiro, a ribeirinha.
A Ribeirinha

“No mundo nom me sei parelha
Mentre me for como me vai,
Ca já moiro por vós – e ai!
Mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retrais
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!...”
Em linguagem atual...
“No mundo não conheço ninguém que se
  compare a mim em infelicidade,
Enquanto minha vida continuar como vai indo,
Porque já morro de amor por vós – e ai!
Minha senhora vestida de branco e de faces
  rosadas,
Quereis que vos descreva
Quando eu vos vi sem manto!
Em infeliz dia me levantei,
Pois vos vi bela, e não feia!”
Cancioneiros

   • (livros que reuniam grande número de trovas).
   • três Cancioneiros galego-portugueses:
   – o "Cancioneiro da Ajuda“;
   – o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa"
    (Colocci-Brancutti);
   – o "Cancioneiro da Vaticana“;
   • cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei
    Afonso X, o sábio;
   • textos em prosa de cronistas como Rui de Pina,
    Fernão Lopes e Eanes de Azuraram e as novelas
    de cavalaria, como A Demanda do Santo Graal.
Classificação das
cantigas

• Genero Lírico
 • - Cantigas de amor

 • - Cantigas de amigo

• Genero satírico
 • - Cantigas de escárnio e maldizer
A Cantiga de Amor

   Eu-lírico, masculino - canta as
    qualidades de seu amor, a "senhora",
    a quem ele trata como superior. Ele
    canta a dor de amar e não ser
    correspondido (chamada de coita), e é
    a sua amada a quem ele se submete
    e "presta serviço", e, por isso, espera
    benefício ( vassalagem amorosa)
Identifique as
características da cantiga
de amor.
“ Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
Que do mal que me fazeis
Me fizésseis correção,
Quem dera, senhora, então
Que eu vos visse e agradasse.

Ó formosura sem falha
Que nunca um homem viu tanto
Para o meu mal e meu quebranto!
Senhora, que Deus vos valha!
Por quanto tenho penado
Seja eu recompensado
Vendo-vos só um instante.

De vossa grande beleza
Da qual esperei um dia
Grande bem e alegria,
Só me vem mal tristeza.
Sendo-me a mágoa sobeja
Deixai que ao menos vos veja
No ano, o espaço de um dia.”

CORREIA, Natália. Cantares dos Trovadores galego-
  portugueses. 2 ed. Lisboa.Estampa, 1978. p.253.
   1. quem fala é um homem, dirigindo-se à sua
    amada, chamada de senhor(inspiração em
    valores cultivados pelos nobres)
   2. amor impossível, pois a mulher é comprometida
    ou pertence a classe social mais elevada.
   3. obediência a determinadas convenções (amor
    cortês):
   A. vassalagem amorosa – o trovador comporta-se
    com sua dama como o vassalo comporta-se com
    seu senhor no sistema feudal.
   B. a mesura – obriga o trovador a conter seus
    sentimentos e a nunca revelar o nome da mulher,
    que muitas vezes é casada.
   Como consequência dessa convenção, a mulher
    torna-se um ser inatingível, idealizado.
A Cantiga de Amigo

   Eu-lírico - uma mulher (mas o autor era
    masculino, devido à sociedade feudal e o
    restrito acesso ao conhecimento da época),
    que canta seu amor pelo amigo (amigo =
    namorado),
   • Outra diferença da cantiga de amor, é que
    nela não há a relação Suserano x Vassalo,
    ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal
    cantiga também revelava a tristeza da
    mulher, pela ida de seu amor à guerra.
Examine essa cantiga
adaptada para a linguagem
atual.
Ai ondas do mar de Vigo
Se vistes o meu amigo.
Dizei-me: voltará cedo?

Ondas do mar levantado
Se vistes o meu amado,
Dizei-me: voltará cedo?

Se vistes o meu amigo,
Aquele por quem suspiro,
Dizei-me: voltará cedo?

Se vistes o meu amado,
Que me pôs neste cuidado,
Dize-me: voltará cedo?      (CORREIA, Natália, op. Cit.,p. 76)
   1. quem fala é a mulher, referindo-se ao
    amigo ( namorado ou amante)
   2. quando não se dirige diretamente ao
    amante, a mulher dirige-se a à sua mães,
    aos irmãos ou à natureza.
   3. inspiração popular, ambiente rural ou
    marinho.
   4. evidencia o amor físico e não só
    espiritual.
   Tema: ausência do amado, que abandonou
    a namorada por causa de outra mulher ou
    para participar de guerras.
A Cantiga de Escárnio

   Eu-lírico - sátira a alguma pessoa. Sátira indireta,
    cheia de duplos sentidos. feitas para dizer mal de
    alguém, por meio de ambigüidades, trocadilhos e
    jogos semânticos, num processo que os trovadores
    chamavam "equívoco".
   • A cantiga de escárnio exigindo unicamente a
    alusão indireta e velada, para que o destinatário
    não seja reconhecido, estimula a imaginação do
    poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora,
    por vezes, bastante mordaz.
Cantiga de Maldizer

   Traz uma sátira direta e sem duplos
    sentidos. É comum a agressão verbal
    à pessoa satirizada, e muitas vezes,
    são utilizados até palavrões. O nome
    da pessoa satirizada pode ou não ser
    revelado.
Nas cantigas satíricas, os
trovadores zombavam alguém,
não poupando nenhum grupo
social: clero, nobreza, povo.
“ Ai, dona feia, foste-vos queixar
De que nunca vos louvo em meu trovar;
E umas trovas vos quero dedicar
Em que louvada de toda maneira
Serei, tal é o meu louvar:
Dona feia, velha e gaiteira

Ai, dona feia, se com tanto ardor
Querei que vos louve, como trovador
Trovas farei e de tal teor
Em que louvada de toda maneira
Serei, tal é o meu louvor:
Dona feia, velha e gaiteira.” CORREIA, Natália, op. Cit. P. 137
Trovadores

   Afonso Sanches
   • Aires Corpancho
   • Aires Nunes
   • Bernardo Bonaval
   • Dom Dinis
   • D. Pedro, Conde de Barcelos
   • João Garcia de Guilhade
   • João Soares de Paiva ou João Soares de Pávia
   • João Zorro
   • Paio Gomes Charinho
   • Paio Soares de Taveirós (Cantiga da Garvaia)
   • Meendinho
   • Martim Codax
   • Nuno Fernandes Torneol
Na prosa – Novelas de
Cavalaria
   Aventuras dos cavaleiros medievais que se
    distinguiam pela coragem, lealdade e
    castidade, tudo de acordo com os padrões
    cristãos.
   Traduzidas do francês
   Autoria desconhecida
   Circulavam como verdadeira propaganda
    das Cruzadas, para estimular a fé cristã e
    angariar o apoio da população ao
    movimento.
    Amadis de Gaula e A demanda do Santo
    Graal- mais populares entre os
    portugueses.
Humanismo
A visão teocêntrica
medieval expressa através
da arte- estilo gótico
   Verticalização das formas, pureza das
    linhas e a simplicidade da
    ornamentação, tinha o objetivo de
    expressar a harmonia divina e a
    aproximação do ser humano com
    Deus
   As torres
    agulhadas,
    apontando para o
    céu, indicam a
    supremacia do
    plano espiritual
    sobre o terreno:
    para o céu estava
    voltado o
    pensamento do
    homem medieval.
   Rostos sem
    expressão, o olhar
    fixo, as vestes
    retas, a ausência
    de curvas, tudo
    parece negar a
    natureza carnal do
    ser humano,
    elevando-o ao
    plano espiritual-
    esculturas em
    estilo gótico da
    fachada da
    catedral de
    Chartres, Frence.
O lamento pela morte de Cristo, Niccolà dell'Arca
(1463). Com o Humanismo, as imagens estáticas da
arte gótica dão lugar ao movimento e à emoção, como
pode ser verificado na extrema dramaticidade da cena

retratada.
Humanismo

   Nome que se dá à produção escrita
    histórica literária do final da Idade Média e
    início da Moderna.
   • Três atividades mais destacadas
    compuseram esse período:
   – a produção historiográfica de Fernão
    Lopes;
   – a produção poética dos nobres, por isso
    dita Poesia Palaciana; e
   – a atividade teatral de Gil Vicente.
   No final do século XV , a Europa passava por
    grandes
   mudanças:
   – invenção da bússola;
   – expansão marítima;
   – desenvolvimento do comércio com a substituição
    da economia de subsistência;
   – crescimento urbano;
   – florescimento de pequenas indústrias; e
    – mudanças econômicas provenientes do
    Mercantilismo, inclusive o surgimento da
    burguesia .
Características

   Culturalmente, a melhoria técnica da
    imprensa propiciou uma divulgação mais
    ampla e rápida do livro;
   • O homem desse período passa a se
    interessar mais pelo saber , convivendo
   com a palavra escrita; e
   • O homem adquire novas idéias e outras
    culturas como a greco-latina.
PROSA DOUTRINÁRIA

   – (incluíam a atitude de transmitir ensinamentos
    sobre certas práticas diárias , e sobre a vida )
   • Aumento de interesse pela leitura:
   – Crescimento da cultura;
   – surgimento de bibliotecas;
   – intensificação de traduções de obras religiosas e
   profanas;
   – O envolvimento com o saber atinge também a
    nobreza;
   – crônicas históricas passam a ser escritas pelos
   próprios reis como D. João I , D.Duarte e D. Pedro .
POESIA PALACIANA

   o Mercantilismo modificou o gosto literário
    do público , diminuindo-o quanto à
    produção lírica;
   • poesia enfraquecida durante um século ;
   • Em Portugal , graças à preferência do rei
    D.Afonso V ( 1438-1481) , abriu-se um
    espaço na corte lusitana para a prática lírica
    e poética;
   • Sobreviveu em Portugal e recebeu o nome
    de Poesia Palaciana , também identificada
    por quatrocentista.
   Certa limitação quanto aos conteúdos:
   – autores , nobres e fidalgos , abordavam
   apenas realidades palacianas ;
   – O amor era tratado de forma mais sensual
    do que no Trovadorismo;
   –menos intensa a idealização da mulher;
   – neste gênero poético , ocorre a sátira;
   – Formalmente são superiores à poesia
   trovadoresca.
   A diferença mais significativa em
    relação às cantigas do Trovadorismo
    é que as poesias palacianas foram
    desligadas da música , ou seja , o
    texto poético passou a ser feito para a
    leitura e declamação , não mais para
    o canto .
AUTORES

   • FERNÃO LOPES – prosa
    historiográfica
   • GIL VICENTE- teatro
O nascimento do Teatro
   O teatro vicentino mostra com maior clareza
    o espírito da época, ou seja a transição do
    teocentrismo medieval para o
    antropocentrismo renascentista.
   Nenhuma classe social escapou da crítica
    Gil Vicente, que coloca em cena fatos
    reveladores da degradação dos costumes,
    da imoralidade de muitos religiosos da
    corrupção
Produção de Gil Vicente
   Autos ( peças
    de caráter
    predominante
    mente
    religioso)
   Farsas (peças
    cômicas
    curtas)
Características do teatro
vicentino
   1.personagens: tipos representativos das
    classes sociais da época, identificados pela
    ocupação que exercem ou por algum traço
    social ( compõem um painel da sociedade
    da época, apenas reproduzem
    comportamentos que aparecem na
    coletividade.
   Tem a finalidade de ensinar como ser bom
    cristão.
   2. concepção religiosa: critica os maus
    cristãos, prega um cristianismo mais
    humanizado e mais próximo do povo.
   3. crítica social: crítica ao adultério, a
    falta de sentimento religioso, a
    hipocrisia, o excessivo apego aos
    bens materiais, a vaidade.
   4. os efeitos cômicos: decorre não só das
    situações criadas, mas também da
    linguagem das personagens que incorpora
    trocadilhos, ditos populares, blasfêmias,
    grosserias, insultos e até palavrões.
   5.pobreza de cenários: os ambientes em
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    mudanças.

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Trovadorismo e humanismo

  • 1. Trovadorismo ( 1189 ou 1198 a 1434) Literatura Medieval Portuguesa (séc. XII e XIII) Profa. Rosângela Ribeiro de Aviz do Nascimento
  • 2. O Trovadorismo é a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Seu surgimento ocorre no mesmo período em que Portugal começa a despontar como nação independente, no século XII; porém, as suas origens dão-se na Provença, de onde vai se espalhar por praticamente toda a Europa. Apesar disso, a lírica medieval galego- portuguesa ( língua da Galiza com o português)vai possuir características próprias, uma grande produtividade e um número considerável de autores conservados.
  • 3. O Trovador  Trovadores - eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam.  • cantigas - são as poesias cantadas.
  • 4. Hierarquia dos artistas  Trovador – nobre que compõe o texto  Jogral – homem de classe social inferior que canta os textos acompanhado de instrumentos musicais como o alaúde e a flauta  Jogralesa ou soldadeira – mulher que canta, dança e toca pandeiro
  • 5. CANTIGA  • João Soares de Paiva – “Ora faz o senhorde Navarra“;  • Paio Soares de Taveirós - "Cantiga de Guarvaia", "Cantiga da Ribeirinha"dedicada à Dona Maria Paes Ribeiro, a ribeirinha.
  • 6. A Ribeirinha “No mundo nom me sei parelha Mentre me for como me vai, Ca já moiro por vós – e ai! Mia senhor branca e vermelha, Queredes que vos retrais Quando vos eu vi em saia! Mau dia me levantei, Que vos enton non vi fea!...”
  • 7. Em linguagem atual... “No mundo não conheço ninguém que se compare a mim em infelicidade, Enquanto minha vida continuar como vai indo, Porque já morro de amor por vós – e ai! Minha senhora vestida de branco e de faces rosadas, Quereis que vos descreva Quando eu vos vi sem manto! Em infeliz dia me levantei, Pois vos vi bela, e não feia!”
  • 8. Cancioneiros  • (livros que reuniam grande número de trovas).  • três Cancioneiros galego-portugueses:  – o "Cancioneiro da Ajuda“;  – o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa" (Colocci-Brancutti);  – o "Cancioneiro da Vaticana“;  • cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X, o sábio;  • textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Eanes de Azuraram e as novelas de cavalaria, como A Demanda do Santo Graal.
  • 9. Classificação das cantigas • Genero Lírico  • - Cantigas de amor  • - Cantigas de amigo • Genero satírico  • - Cantigas de escárnio e maldizer
  • 10. A Cantiga de Amor  Eu-lírico, masculino - canta as qualidades de seu amor, a "senhora", a quem ele trata como superior. Ele canta a dor de amar e não ser correspondido (chamada de coita), e é a sua amada a quem ele se submete e "presta serviço", e, por isso, espera benefício ( vassalagem amorosa)
  • 11. Identifique as características da cantiga de amor. “ Senhora, que bem pareceis! Se de mim vos recordásseis Que do mal que me fazeis Me fizésseis correção, Quem dera, senhora, então Que eu vos visse e agradasse. Ó formosura sem falha Que nunca um homem viu tanto Para o meu mal e meu quebranto! Senhora, que Deus vos valha!
  • 12. Por quanto tenho penado Seja eu recompensado Vendo-vos só um instante. De vossa grande beleza Da qual esperei um dia Grande bem e alegria, Só me vem mal tristeza. Sendo-me a mágoa sobeja Deixai que ao menos vos veja No ano, o espaço de um dia.” CORREIA, Natália. Cantares dos Trovadores galego- portugueses. 2 ed. Lisboa.Estampa, 1978. p.253.
  • 13. 1. quem fala é um homem, dirigindo-se à sua amada, chamada de senhor(inspiração em valores cultivados pelos nobres)  2. amor impossível, pois a mulher é comprometida ou pertence a classe social mais elevada.  3. obediência a determinadas convenções (amor cortês):  A. vassalagem amorosa – o trovador comporta-se com sua dama como o vassalo comporta-se com seu senhor no sistema feudal.  B. a mesura – obriga o trovador a conter seus sentimentos e a nunca revelar o nome da mulher, que muitas vezes é casada.  Como consequência dessa convenção, a mulher torna-se um ser inatingível, idealizado.
  • 14. A Cantiga de Amigo  Eu-lírico - uma mulher (mas o autor era masculino, devido à sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento da época), que canta seu amor pelo amigo (amigo = namorado),  • Outra diferença da cantiga de amor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu amor à guerra.
  • 15. Examine essa cantiga adaptada para a linguagem atual. Ai ondas do mar de Vigo Se vistes o meu amigo. Dizei-me: voltará cedo? Ondas do mar levantado Se vistes o meu amado, Dizei-me: voltará cedo? Se vistes o meu amigo, Aquele por quem suspiro, Dizei-me: voltará cedo? Se vistes o meu amado, Que me pôs neste cuidado, Dize-me: voltará cedo? (CORREIA, Natália, op. Cit.,p. 76)
  • 16. 1. quem fala é a mulher, referindo-se ao amigo ( namorado ou amante)  2. quando não se dirige diretamente ao amante, a mulher dirige-se a à sua mães, aos irmãos ou à natureza.  3. inspiração popular, ambiente rural ou marinho.  4. evidencia o amor físico e não só espiritual.  Tema: ausência do amado, que abandonou a namorada por causa de outra mulher ou para participar de guerras.
  • 17. A Cantiga de Escárnio  Eu-lírico - sátira a alguma pessoa. Sátira indireta, cheia de duplos sentidos. feitas para dizer mal de alguém, por meio de ambigüidades, trocadilhos e jogos semânticos, num processo que os trovadores chamavam "equívoco".  • A cantiga de escárnio exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz.
  • 18. Cantiga de Maldizer  Traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.
  • 19. Nas cantigas satíricas, os trovadores zombavam alguém, não poupando nenhum grupo social: clero, nobreza, povo. “ Ai, dona feia, foste-vos queixar De que nunca vos louvo em meu trovar; E umas trovas vos quero dedicar Em que louvada de toda maneira Serei, tal é o meu louvar: Dona feia, velha e gaiteira Ai, dona feia, se com tanto ardor Querei que vos louve, como trovador Trovas farei e de tal teor Em que louvada de toda maneira Serei, tal é o meu louvor: Dona feia, velha e gaiteira.” CORREIA, Natália, op. Cit. P. 137
  • 20. Trovadores  Afonso Sanches  • Aires Corpancho  • Aires Nunes  • Bernardo Bonaval  • Dom Dinis  • D. Pedro, Conde de Barcelos  • João Garcia de Guilhade  • João Soares de Paiva ou João Soares de Pávia  • João Zorro  • Paio Gomes Charinho  • Paio Soares de Taveirós (Cantiga da Garvaia)  • Meendinho  • Martim Codax  • Nuno Fernandes Torneol
  • 21. Na prosa – Novelas de Cavalaria
  • 22. Aventuras dos cavaleiros medievais que se distinguiam pela coragem, lealdade e castidade, tudo de acordo com os padrões cristãos.  Traduzidas do francês  Autoria desconhecida  Circulavam como verdadeira propaganda das Cruzadas, para estimular a fé cristã e angariar o apoio da população ao movimento.  Amadis de Gaula e A demanda do Santo Graal- mais populares entre os portugueses.
  • 24. A visão teocêntrica medieval expressa através da arte- estilo gótico  Verticalização das formas, pureza das linhas e a simplicidade da ornamentação, tinha o objetivo de expressar a harmonia divina e a aproximação do ser humano com Deus
  • 25. As torres agulhadas, apontando para o céu, indicam a supremacia do plano espiritual sobre o terreno: para o céu estava voltado o pensamento do homem medieval.
  • 26. Rostos sem expressão, o olhar fixo, as vestes retas, a ausência de curvas, tudo parece negar a natureza carnal do ser humano, elevando-o ao plano espiritual- esculturas em estilo gótico da fachada da catedral de Chartres, Frence.
  • 27. O lamento pela morte de Cristo, Niccolà dell'Arca (1463). Com o Humanismo, as imagens estáticas da arte gótica dão lugar ao movimento e à emoção, como pode ser verificado na extrema dramaticidade da cena retratada.
  • 28. Humanismo  Nome que se dá à produção escrita histórica literária do final da Idade Média e início da Moderna.  • Três atividades mais destacadas compuseram esse período:  – a produção historiográfica de Fernão Lopes;  – a produção poética dos nobres, por isso dita Poesia Palaciana; e  – a atividade teatral de Gil Vicente.
  • 29. No final do século XV , a Europa passava por grandes  mudanças:  – invenção da bússola;  – expansão marítima;  – desenvolvimento do comércio com a substituição da economia de subsistência;  – crescimento urbano;  – florescimento de pequenas indústrias; e  – mudanças econômicas provenientes do Mercantilismo, inclusive o surgimento da burguesia .
  • 30. Características  Culturalmente, a melhoria técnica da imprensa propiciou uma divulgação mais ampla e rápida do livro;  • O homem desse período passa a se interessar mais pelo saber , convivendo  com a palavra escrita; e  • O homem adquire novas idéias e outras culturas como a greco-latina.
  • 31. PROSA DOUTRINÁRIA  – (incluíam a atitude de transmitir ensinamentos sobre certas práticas diárias , e sobre a vida )  • Aumento de interesse pela leitura:  – Crescimento da cultura;  – surgimento de bibliotecas;  – intensificação de traduções de obras religiosas e  profanas;  – O envolvimento com o saber atinge também a nobreza;  – crônicas históricas passam a ser escritas pelos  próprios reis como D. João I , D.Duarte e D. Pedro .
  • 32. POESIA PALACIANA  o Mercantilismo modificou o gosto literário do público , diminuindo-o quanto à produção lírica;  • poesia enfraquecida durante um século ;  • Em Portugal , graças à preferência do rei D.Afonso V ( 1438-1481) , abriu-se um espaço na corte lusitana para a prática lírica e poética;  • Sobreviveu em Portugal e recebeu o nome de Poesia Palaciana , também identificada por quatrocentista.
  • 33. Certa limitação quanto aos conteúdos:  – autores , nobres e fidalgos , abordavam  apenas realidades palacianas ;  – O amor era tratado de forma mais sensual do que no Trovadorismo;  –menos intensa a idealização da mulher;  – neste gênero poético , ocorre a sátira;  – Formalmente são superiores à poesia  trovadoresca.
  • 34. A diferença mais significativa em relação às cantigas do Trovadorismo é que as poesias palacianas foram desligadas da música , ou seja , o texto poético passou a ser feito para a leitura e declamação , não mais para o canto .
  • 35. AUTORES  • FERNÃO LOPES – prosa historiográfica  • GIL VICENTE- teatro
  • 36. O nascimento do Teatro  O teatro vicentino mostra com maior clareza o espírito da época, ou seja a transição do teocentrismo medieval para o antropocentrismo renascentista.  Nenhuma classe social escapou da crítica Gil Vicente, que coloca em cena fatos reveladores da degradação dos costumes, da imoralidade de muitos religiosos da corrupção
  • 37. Produção de Gil Vicente  Autos ( peças de caráter predominante mente religioso)  Farsas (peças cômicas curtas)
  • 38. Características do teatro vicentino  1.personagens: tipos representativos das classes sociais da época, identificados pela ocupação que exercem ou por algum traço social ( compõem um painel da sociedade da época, apenas reproduzem comportamentos que aparecem na coletividade.  Tem a finalidade de ensinar como ser bom cristão.
  • 39. 2. concepção religiosa: critica os maus cristãos, prega um cristianismo mais humanizado e mais próximo do povo.  3. crítica social: crítica ao adultério, a falta de sentimento religioso, a hipocrisia, o excessivo apego aos bens materiais, a vaidade.
  • 40. 4. os efeitos cômicos: decorre não só das situações criadas, mas também da linguagem das personagens que incorpora trocadilhos, ditos populares, blasfêmias, grosserias, insultos e até palavrões.  5.pobreza de cenários: os ambientes em que as peças não passam por grandes mudanças.