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Avaliação
Bioquímica
PROFª DANIELLA DE BRITO TRINDADE
1 Solicitação de Exames
• Lei 8.234/91:
Artigo 4º, parágrafo VIII – É atribuído ao nutricionista a
solicitação de exames laboratoriais necessários ao
acompanhamento dietoterápico, desde que
relacionados com a alimentação e nutrição humana.
(LEI 8.234/91)
1 Solicitação de Exames
• Resolução CFN 306/2003:
O nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve
avaliar adequadamente os critérios técnicos e
científicos de sua conduta, estando ciente de sua
responsabilidade frente aos questionamentos técnicos
decorrentes.
(CFN 306/2003)
1 Importância da avaliação laboratorial
Identificar possíveis distúrbios antes que haja
manifestação clínica;
Saber o grau de comprometimento do paciente e orientar
corretamente a conduta dietética;
Otimizar recursos/tempo obtendo melhores resultados.
1 Saber interpretar...
Valores de referência;
Variações biológicas (variações intra e inter individuais);
Conjugar com os sinais e sintomas;
Uso de medicamentos;
Condições de estilo de vida;
Saber quais exames solicitar;
Usar como complementação de diagnóstico ou de estado
nutricional, não como início da avaliação nutricional.
1 Solicitação de Exames
• O que deve conter no formulário de pedido de
exames?
1. Nome do paciente;
2. Exames solicitados;
3. Data de solicitação;
4. Carimbo (contendo nome do Profissional e CRN
contendo a respectiva jurisdição);
5. Assinatura do profissional solicitante.
2 Processo Diagnóstico
Objetivo: entendimento do processo patológico;
Informações proporcionadas pela anamnese e pelo exame
físico, analisar os dados preliminares e formular uma hipótese
acerca da causa mais provável do problema do paciente.
(
-Diagnóstico de sinais e sintomas
• Anamnese
• Exame Físico
-Exames bioquímicos
Interpretação
2 Diagnóstico
Nem todos os pacientes tem acesso a exames
laboratoriais;
Análise e interpretação;
Alguns não fazem parte da rotina clínica;
Padrão ouro ≠ realidade.
+ DADOS = Melhor interpretação
2 Diagnóstico
• Os exames solicitados pelo nutricionista devem ser
limitados à monitorização dietoterápica e para
determinação do estado nutricional;
• Caso seja detectado algum tipo de alteração laboratorial
e que não caiba a você o tratamento, encaminhe o
paciente para tratamento médico;
• O diagnóstico de doenças deve ser feito exclusivamente
por médicos.
2 Processo da patologia
Alterações bioquímicas
iniciais sem
sintomatologia
Alterações da função celular
Manifestações subclínicas
Alterações morfológicas funcionais
Estágio precoce da doença
Patologia diagnosticada
3 Exames: Avaliação Nutricional
• Gerais:
• Hemograma completo;
• Proteínas totais;
• Lipidograma.
3 Exames: Avaliação Nutricional
• Hemograma completo:
Avalia os elementos celulares do sangue
quantitativamente e qualitativamente.
COMPOSTO DE:
Eritrograma: série vermelha
Leucograma: série branca
Plaquetograma: plaquetas
3.1 Hemograma completo
• Hemácias:
1. VR homens: 4.500.000-6.000.000 cél./mm³
2. VR mulheres: 4.000.000-5.500.000 cél./mm³
3. VR recém –nascidos: 4.000.000-6.000.000 cél./mm³
• Também designadas como eritrócitos
• Constituída por globulina e hemoglobina
• Vida média de 120 dias
• Função: Transportar O2 (principal) e CO2 aos tecidos
• OBS: Zinco – 75 a 88% das hemácias
(KRAUSE, 2018)
3.1 Hemograma completo
• Hemácias:
1. Apresenta-se reduzida em pacientes com:
• Hemorragia
• Hemólise (destruição prematura das hemácias)
• Aberrações genéticas
• Insuficiência da medula
• Doença da medula
• Ingestão de determinados fármacos
3.1 Hemograma completo
• Hemácias:
2. Apresenta-se aumentada em pacientes com:
•Diarreias
•Desidratação
•Queimadura
•Cardiopatia
•Intoxicação com álcool etílico ou fármaco
•Vômito
•Acidose metabólica
3.1 Hemograma completo
• Hemoglobina:
1. VR homens: 14-18g/dl ou 8,7-11,2mmol/l;
2. VR mulheres: 12-16g/dl ou 7,4-9,9mmol/l;
3. VR neonatos: 14-24g/dl ou 8,7-14,9mmol/l;
OBS: Cobre – essencial como coenzima ou catalizador da síntese de
hemoglobina
-Parte da enzima ceruloplasmina
3.1 Hemograma completo
• Hemoglobina:
5. Apresenta-se reduzida em pacientes com:
• Hemorragia
• Déficits Nutricionais
• Hemólise (destruição prematura das hemácias)
• Aberrações genéticas
• Insuficiência da medula
• Doença da medula
• Ingestão de determinados fármacos
(KRAUSE, 2018)
3.1 Hemograma completo
• Hematócrito:
1. VR homens: 40-54%;
2. VR mulheres: 37-47%;
3. VR neonatos: 44-60%;
4. Percentagem de volume ocupada por hemácias
(glóbulos vermelhos) no volume total de sangue.
3.1 Hemograma completo
• Hematócrito:
Apresenta-se reduzida em pacientes com:
• Hemorragia
• Anemia
• Leucemia
• Hemólise (destruição prematura das hemácias)
• Aberrações genéticas
• Insuficiência da medula
• Doença da medula
• Ingestão de determinados fármacos
• Pode ser afetada pelo estado de hidratação
(KRAUSE, 2018)
3.1 Hemograma completo
Apresenta-se aumentada em pacientes com:
• Hemoconcentração:
• Policitemias (aumento no número de hemácias, pela
maior produção delas pela medula óssea)
• Desidratações
• Queimaduras
• Diarréia
• Vômitos intensos.
3.1 Hemograma completo
• VCM (Volume Corpuscular Médio):
• Avalia o tamanho médio das hemácias
• Serve para avaliar os tipos de anemia que se manifestam com
hemácias de grande, pequeno ou tamanho normal (anemias
macro, micro e normocíticas);
1. VR geral: 80-99fl (fenolitros);
2. VR neonatos: 96-108fl;
3.1 Hemograma completo
• VCM (Volume Corpuscular Médio):
Apresenta-se alterada nos seguintes casos:
• Reduzido (microcítica):
• Deficiência de ferro
• Talassemia (doença hereditária que pode causar anemia)
• DRC
• Anemia crônica
• Normal ou Reduzido (normocítica)
• Aumentado (macrocítica):
• Deficiência de B12 ou Folato
3.1 Hemograma completo
• HCM (Hemoglobina Corpuscular Médio):
• É o conteúdo médio de hemoglobina por eritrócito (cor da
hemácia)
1. VR geral: 27/31 pg/célula (picograma/célula);
2. VR neonatos: 34/pg/célula;
• <27 correlaciona-se com baixos teores de hemoglobina
• >31/32 não apresentam significado clínico
3.1 Hemograma completo
• CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular
Média):
Avalia o % de hemoglobina em 100 mL de hemácias
Cálculo: Hb/Ht x 100
Significa quanto de hemoglobina média
percentualmente está contida na hemácia.
1. VR geral: 32-36g/dL ou 32-36%;
2. VR neonatos: 32-33g/dL ou 32-33%;
3.1 Hemograma completo
• CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular
Média):
1. Reduzido:
• Deficiência de ferro
• Traço de Talassemia (doença hereditária que pode
causar anemia)
• Não sensível a deficiência marginal do nutriente;
3.1 Hemograma completo
HCM E CHCM classificam as anemias quanto à concentração de
hemoglobina (cor);
HIPERCRÔMICAS
NORMOCRÔMICAS
HIPOCRÔMICAS
3.1 Hemograma completo
• RDW (Método de distribuição do tamanho das
hemácias):
• Avalia a dispersão das hemácias em relação ao tamanho;
• Encontrados em casos de anemia;
• Só pode ser determinado pelos analisadores automáticos;
• VR gerais: 11-15%
• >14,5% indicam maior dispersão de tamanho das hemácias;
• <11,5% não apresentam significado clínico.
3.1 Hemograma completo
• Leucócitos:
1. VR 2 anos-adultos: 5-10x10⁹/L ou 5.000-10.000/mm³;
2. VR (<2 anos): 6-17x10⁹/L ou 6.000-17.000/mm³;
3. VR neonatos: 9-30x10⁹/L ou 9.000-30.000/mm³;
4. Apresenta-se alterados nos seguintes casos:
• Aumentados (leucocitose)
• Reduzidos (leucopenia)
3.1 Hemograma completo
• Leucócitos:
• Aumentados (leucocitose):
• Infecção
• Neoplasia
• Estresse
• Reduzidos (leucopenia):
• Desnutrição
• Doenças autoimunes
• Infecções avassaladoras
• Quimioterapia
• Radioterapia
3.1 Hemograma completo
• Neutrófilos
1. VR geral: 55-70%;
2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos:
• Aumentados (neutrofilia):
• Cetoacidose (tipo de acidose metabólica)
• Traumatismo
• Leucemia
• Mieloma (tipo de CA nas células)
• Mononucleose (infecção viral)
• Reduzidos (neutropenia):
• Desnutrição
• Anemia aplásica (redução e produção de células vermelhas na medula
óssea)
• Quimioterapia
• Infecção avassaladora
(KRAUSE, 2018)
3.1 Hemograma completo
• Linfócitos
1. VR geral: 20-40%;
2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos:
• Aumentados (linfocitose):
• Infecção
• Leucemia
• Linfoma
• Reduzidos (linfocitopenia):
• Desnutrição proteico-calórica
• Hepatite
• Sepse
• AIDS e outras infecções virais
3.1 Hemograma completo
• Monócitos
1. VR geral: 2-8%;
Nos tecidos  Macrófagos
Monocitose (aumento no número de monócitos)  >1000/uL
Doenças: Tuberculose, malária, Leishmaniose, Leucemias, diversas
infecções por protozoários.
Monocitopenia  <100/ uL
Quimioterapia, fase aguda em processos infecciosos, caquexia,
desnutrição.
3.1 Hemograma completo
• Eosinófilos:
1. VR geral: 1-4%;
2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos:
• Aumentados (eosinofilia):
• Produção aumentada de esteroide;
• Reduzidos (eosinopenia):
• Síndrome de Cushing
• Sepse
• Coticóides
3.1 Hemograma completo
• Basófilos:
1. VR geral: 0,5-1%;
2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos:
• Aumentado (basofilia):
• Leucemia.
• Reduzido (basopenia):
• Alergia.
(KRAUSE, 2018)
3.2 Proteínas Totais
• Proteínas totais:
• VR geral: 6,0-8,0g/dL
• Albumina:
1. VR geral: 3,5-5,5g/dL;
Redução (hipoalbuminemia)  Desnutrição proteica, estados catabólicos intensos,
perdas intestinais ou renais.
2. VR urinária: 30-300mg/24h ou 20-200 µg/min.
URINA: A função glomerular (de exclusão da albumina na urina excretada) reflete a
função endotelial e funciona como preditor de doença vascular.
Microalbuminúria – fator de risco para doença arterial coronariana e doença renal
progressiva em pacientes com DM.
3.2 Proteínas Totais
Albumina:
Proteína sintetizada e secretada no fígado;
Desempenhando várias funções: transporte de substâncias endógenas (Aa,
ácidos graxos, bilirrubina e outros metabólitos) e exógenas (drogas e produtos
tóxicos);
 Essa célula possui meia-vida de cerca de 20 dias;
Sua concentração diminui lentamente, tornando-a insensível para a avaliação
Níveis reduzidos de albumina: quando há diminuição da sua síntese,
diminuição do consumo de proteínas na alimentação, catabolismo de
proteínas corporais,
Ex: Induzido por doença ou estresse, excreção anormal de proteína na urina: Síndrome
nefrótica
 Pode ocorrer edema, devido a albumina ter como função a manutenção da pressão
oncótica do plasma
3.2 Proteínas Totais
• Globulina:
1. VR geral: 1,4-3,2
Um tipo de globulina ou também chamada de betaglobulina é a TRANSFERRINA.
Síntese hepática
Responsável pelo transporte de ferro sérico no plasma
Meia-vida curta (8-10 dias)
Quando analisada isolada não é um método adequado para avaliar o estado nutricional
– valores que podem estar mascarados
Baixa especificidade
AUMENTADA: Carência de ferro, gravidez, desidratação, hepatite inicial
REDUZIDA: Hepatopatia crônica, anemias, doenças renais e de medula óssea,
insuficiência cardíaca congestiva, inflamações e infecções crônicas.
4 Exames: Doenças cardiovasculares/Dislipidemia
• Triglicérides
• Colesterol total
• HDL
• LDL
• VLDL
• Índice de Castelli
4.1 Dislipidemia
Modificação dos níveis circulantes dos lipídios em relação a valores de referência
para uma determinada amostra populacional;
Fator de risco mais frequentemente observado;
Alterações quantitativas e qualitativas entre os lipídios circulantes, também
causam influência significativa no desenvolvimento das DCV;
Dislipidemia: surge quando o delicado balanço é perdido;
Podendo progredir para doença arterial coronária.
Caracterizada por formação de placa aterosclerótica, que tem início quando fatores
agridem o endotélio vascular.
4.1 Dislipidemia
LIPÍDIOS CIRCULANTES:
Funções biológicas:
Componentes funcionais e estruturas das membranas celulares
(fosfolipídios);
Precursores de hormônios esteroides, ácidos biliares e vit. D (colesterol);
Armazenamento energético mais importante do organismo
(triglicerídeos).
4.1 Dislipidemia
LIPÍDIOS CIRCULANTES:
Biodinâmica das lipoproteínas circulantes:
Para circular em meio aquoso plasmático os lipídios precisam sofrer
solubilização
Ligam-se a proteínas específicas
denominadas apolipoproteínas (apos)
e formam as lipoproteínas
plasmáticas
Partículas constituídas por uma
parte central de lipídios
hidrofóbicos;
Circundados por uma
monocamada de lipídos polares
e apolipoproteínas
4.1 Dislipidemia
LIPÍDIOS CIRCULANTES:
LIPOPROTEÍNAS:
Quilomícrons (QM)- Transportam os lipídios provenientes da dieta aos tecidos
periféricos e fígado;
Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL)
Lipoproteínas de baixa densidade (LDL)
Lipoproteínas de alta densidade (HDL)- Facilitam o transporte reverso de colesterol
dos tecidos periféricos ao fígado.
Apolipoproteínas: presente na nas superfícies das lipoproteínas, regulam sua
velocidade de síntese e catabolismo; o movimento de entrada e saída em células-
alvo e tecidos periféricos.
Transportam os lipídios de
síntese endógena do fígado
aos tecidos periféricos
4.1 Dislipidemia
LIPÍDIOS CIRCULANTES:
Os lipídios provenientes da dieta (QM) e os da síntese endógena (VLDL),
entram na corrente sanguínea e sofrem hidrólise
Pela enzima lipase lipoproteica (LPL);
Localizada na superfície luminal de células endoteliais adjacentes
ao tecido adiposo, pulmonar e muscular  Por onde os ácidos
graxos liberados se difundem
4.1 Dislipidemia
LIPÍDIOS CIRCULANTES:
As LDL possuem em sua composição predomínio de colesterol;
As HDL são as únicas partículas envolvidas no transporte reverso do
colesterol;
CURIOSIDADE: A HDL pode ser dividida em 2 subclasses principais:
Apo- AI: Antiaterogênica (capaz de remover colesterol livre);
Apo- AII: pró-aterogênica.
Transporte reverso: Processo pelo qual o
lipídio é transportado dos tecidos periféricos
para o fígado, onde serão metabolizados ou
excretados na forma de sais biliares
4.1 Dislipidemia
LIPÍDIOS CIRCULANTES:
Classificação Laboratorial:
Hipercolesterolemia isolada: Elevação isolada do colesterol total (CT),
em geral representada por aumento do LDL.
Hipertrigliceridemia Isolada: elevação isolada dos triglicérides (TG),
representada por aumento das VLDL, dos quilomícrons ou de ambos.
Hiperlipidemia mista: Valores aumentados do CT e dos TG.
HDL baixo: Isolado ou em associação a aumento de LDL e/ou de TG.
4.1 Dislipidemia
LIPÍDIOS CIRCULANTES:
Classificação Etiológica:
Dislipidemias primárias: São geneticamente determinadas,
porém, algumas vezes só se manifestam pela influência de
fatores ambientais como, dieta inadequada e/ou sedentarismo;
Dislipidemias secundárias: A doença, medicamentos e hábitos
de vida inadequados (dieta, tabagismo e etilismo).
4.2 Triglicérides
Consiste em uma molécula de glicerol ligada a três cadeias de
ácidos graxos;
Representam mais 90% da gordura na alimentação e 90% da
gordura armazenada nos tecidos;
No organismo, se encontram ligados a quilomicrons
sintetizados no intestino (80%), às VLDL sintetizadas no fígado
(15%) e uma menor parte ligada às demais lipoproteínas
circulantes (5%);
Valores elevados são conhecidos por ser aterogênicos.
4.2 Triglicérides
1. VR geral: <100/150mg/dL
2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos:
• Aumentado:
• Intolerância a glicose
• Anorexia nervosa
• Causas genéticas
• DM mal controlado
• Gota
• Gravidez
• Pancreatite
• Reduzido:
• Má nutrição
• Perda de peso recente
4.3 Colesterol total
1. VR geral: <190/200mg/dL
2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos:
• Reduzido:
• Desnutrição;
• Má absorção;
• Doenças hepáticas;
• Hipertireoidismo;
• DPOC;
• Anemia crônica
• Aumentado:
• Síndrome metabólica (risco de DCV);
• Alcoolismo;
• DM descontrolado;
• Doenças pancreáticas;
• Doença hepatocelular;
• Nefrose
4.4 HDL
1. VR geral:
2. <40mg/dL considerado baixo
3. >60mg/dL considerado desejável;
4. Riso de DCV quando apresenta-se baixo.
(KRAUSE, 2018; XAVIER et. al., 2013)
4.5 LDL
1. VR geral:
2. Riso de DCV quando apresenta-se >131mg/dl;
(KRAUSE, 2018; XAVIER et. al., 2013)
4.6 VLDL
1. VR geral:
• Desejável: <30mg/dL
• Limítrofe: 30-67mg/dL
• Alto: >67mg/dl
2. Riso de DCV quando apresenta-se >30mg/dl.
(KRAUSE, 2018; ANVISA, 2011)
4.7 Índice de Castelli
Combinação entre níveis plasmáticos de colesterol total (CT),
de HDL e de LDL;
Maneira de visualizar a influência de cada um destes
componentes no desenvolvimento de doenças cardiovasculares;
ÍNDICE DE CASTELLI I: CT (mg/dL)/HDL (mg/dL)
VR: Homens: até 5,1
Mulheres: até 4,4
ÍNDICE DE CASTELLI II: LDL (mg/dL)/ HDL (mg/dL)
VR: Homens: até 3,3
Mulheres: até 2,9
4.8 Exames complementares
Homocisteína:
Aminoácido sintetizado como um produto intermediário do
metabolismo do aminoácido essencial metionina;
Existe relação entre sua concentração e risco cardiovascular
(doença cerebral, coronariana e arterial periférica);
Utilizada para o rastreamento de doenças cardiovasculares;
VR: Entre 5 e 15 mmol/L.
4.8 Exames complementares
Proteína C-reativa:
Proteína sintetizada no fígado;
Relacionada positivamente com processos inflamatórios;
Sua dosagem está associada com DCV;
VR: >3mg/dL (risco elevado para DCV).
5 Exames: Alterações endócrinas
• Teste oral de tolerância à glicose
• Curva glicêmica
• Glicemia de jejum
• Insulina de jejum
• Hemoglobina glicada
• HOMA IR e Beta
Diabetes mellitus:
Compreende um grupo heterogêneo de doenças metabólicas
caracterizadas por hiperglicemia, resultante de defeitos na
secreção de insulina e/ou em sua ação;
Insulina: Hormônio anabólico , favorece síntese e o
armazenamento hepático de glicogênio, triacilgliceróis e
colesterol, inibindo a glicogenólise, a gliconeogênese e a
cetogênese.
5 Exames: Alterações endócrinas
5.1 Alterações endócrinas
Valores de referência:
Glicemia de jejum:
Refere-se à dosagem de glicose no plasma após um jejum mínimo de
8h;
Aumentado:
Diabetes mellitus
Intolerância à glicose
Síndrome de Crushing
Reduzidos:
Alcoolismo
Anomalias pediátricas (ex: prematuridade)
5.2 Exames: Alterações endócrinas
Teste oral de tolerância à glicose (TOTG):
Pode-se utilizar isolado ou para avaliação da curva glicêmica (coleta da
glicose plasmática é realizada nos tempos de 30,60,90 e 120min após
sobrecarga de glicose);
Utilizado para diagnóstico de DM gestacional e para indivíduos com glicemia
de jejum alterada.
Aumentado:
Anticoncepcionais;
Corticosteróides;
Diuréticos (principalmente tiazínicos).
Reduzidos:
Hipoglicemiantes orais;
Heparina;
Anti-histamínicos;
Inibidores de monoamina
oxidase (MAO).
5.3 Exames: Alterações endócrinas
Hemoglobina glicada (HbA):
Aumentado:
Insuficiência renal crônica;
Hipertrigliceridemia;
Consumo de álcool;
Deficiência de ferro
Quando alterado nesses casos, recomenda-se a avaliação da frutosamina:
Produto da interação entre glicose e lisina (Aa presente em moléculas
proteicas como a albumina);
A meia-vida reflete a glicemia média nas últimas 2 a 3 semanas- glicemia a
curto prazo.
Reduzidos:
Anemia hemolítica;
Transfusão de sangue recente;
Gravidez;
Ingestão de altas doses de vit. C
5.5 Exames: Alterações endócrinas
Hemoglobina glicada:
É a principal forma de hemoglobina circulante no sangue;
Formada a partir de reações entre a HbA1 e açúcares redutores
(glicose);
Muito utilizada no diagnóstico e controle do DM
As reações de glicação ocorrem em intensidade proporcional à
glicemia;
1% na Ac1 corresponde a um aumento médio de 25 a 35 mg/dL na
glicemia
Esse marcador reflete a glicemia média nos 2 a 4 meses anteriores ao
exame
Frutosamina: exame que mede a glicação da albumina sanguínea e indica o
controle glicêmico das últimas 2 semanas.
5.4 Exames: Alterações endócrinas
Peptídio C:
Utilizado para avaliação de secreção de células beta
Permite uma correta classificação do diabetes como sendo do tipo 1 ou do
tipo 2
Quando o quadro clínico do pcte não permite essa diferenciação
Não se aplica em casos de diagnóstico recente (3 a 5 anos) de DM1 e em
casos de insuficiência renal aguda.
VR: Em jejum: 0,5 a 3ng/mL
Pós estímulo com glucagon: 1,5 a 9ng/mL
Aumentada:
DM tipo 2
Insulinoma (tumor das cél. Beta do pâncreas
Reduzidos:
DM tipo 1
Administração exógena
de insulina
5.6 Exames: Alterações endócrinas
HOMA IR:
Modelo matemático que prediz o nível de resistência à insulina a
partir dos valores plasmáticos de glicose e insulina basal;
Baseia-se na relação que existe entre produção hepática de
glicose e produção de insulina pelas células beta para a
homeostase
VR: >2,7 para adultos e idosos
HOMA Beta:
Reflete a capacidade secretória das células;
VR: 73-154
5.7 Exames: Alterações endócrinas
Cromo:
Cromo sérico: VR: 0,05 a 5µg/L
Existem evidências de que a deficiência de cromo
pode ser generalizada especialmente em indivíduos
com algum grau de intolerância à glicose;
Devido às baixas concentrações de cromo nos
tecidos, sua avaliação torna-se difícil.
5.8 Exames: Alterações endócrinas
6 Referências
LEI 8.234/91. Regulamenta a profissão de Nutricionista e determina outras
providências.
RESOLUÇÃO CFN 306/2003. Dispõe sobre solicitação de exames laboratoriais na área
de nutrição clínica, revoga a Resolução CFN nº 236, de 2000 e dá outras
providências.
PROCESSO-CONSULTA CFM 48/99. Atuação exorbitante de nutricionistas.
PARECER TÉCNICO CRN3-03/2014. Solicitação de exames laboratoriais pelo
nutricionista.
XAVIER, H. T., et al. V Diretriz brasileira de dislipidemia e prevenção de aterosclerose.
Arq Bras Cardiol. vol 101. n 4. p. 1-30. São Paulo, 2013.
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Saúde e economia: dislipidemia.
Ano III. ed 6. Brasil, 2011.
CAVAGNOLI, Gabriela; GROSS, Jorge Luiz; CAMARGO, Joíza Lins. HbA1C, glicemia de
jejum e teste oral de tolerância à glicose no diagnóstico de diabetes: que teste usar?
Rev HCPA. vol. 30. n. 4. p. 315-320. Porto Alegre, 2010.

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Bioquímica nutricional

  • 2. 1 Solicitação de Exames • Lei 8.234/91: Artigo 4º, parágrafo VIII – É atribuído ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários ao acompanhamento dietoterápico, desde que relacionados com a alimentação e nutrição humana. (LEI 8.234/91)
  • 3.
  • 4. 1 Solicitação de Exames • Resolução CFN 306/2003: O nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes. (CFN 306/2003)
  • 5. 1 Importância da avaliação laboratorial Identificar possíveis distúrbios antes que haja manifestação clínica; Saber o grau de comprometimento do paciente e orientar corretamente a conduta dietética; Otimizar recursos/tempo obtendo melhores resultados.
  • 6. 1 Saber interpretar... Valores de referência; Variações biológicas (variações intra e inter individuais); Conjugar com os sinais e sintomas; Uso de medicamentos; Condições de estilo de vida; Saber quais exames solicitar; Usar como complementação de diagnóstico ou de estado nutricional, não como início da avaliação nutricional.
  • 7. 1 Solicitação de Exames • O que deve conter no formulário de pedido de exames? 1. Nome do paciente; 2. Exames solicitados; 3. Data de solicitação; 4. Carimbo (contendo nome do Profissional e CRN contendo a respectiva jurisdição); 5. Assinatura do profissional solicitante.
  • 8. 2 Processo Diagnóstico Objetivo: entendimento do processo patológico; Informações proporcionadas pela anamnese e pelo exame físico, analisar os dados preliminares e formular uma hipótese acerca da causa mais provável do problema do paciente. ( -Diagnóstico de sinais e sintomas • Anamnese • Exame Físico -Exames bioquímicos Interpretação
  • 9. 2 Diagnóstico Nem todos os pacientes tem acesso a exames laboratoriais; Análise e interpretação; Alguns não fazem parte da rotina clínica; Padrão ouro ≠ realidade. + DADOS = Melhor interpretação
  • 10. 2 Diagnóstico • Os exames solicitados pelo nutricionista devem ser limitados à monitorização dietoterápica e para determinação do estado nutricional; • Caso seja detectado algum tipo de alteração laboratorial e que não caiba a você o tratamento, encaminhe o paciente para tratamento médico; • O diagnóstico de doenças deve ser feito exclusivamente por médicos.
  • 11. 2 Processo da patologia Alterações bioquímicas iniciais sem sintomatologia Alterações da função celular Manifestações subclínicas Alterações morfológicas funcionais Estágio precoce da doença Patologia diagnosticada
  • 12. 3 Exames: Avaliação Nutricional • Gerais: • Hemograma completo; • Proteínas totais; • Lipidograma.
  • 13. 3 Exames: Avaliação Nutricional • Hemograma completo: Avalia os elementos celulares do sangue quantitativamente e qualitativamente. COMPOSTO DE: Eritrograma: série vermelha Leucograma: série branca Plaquetograma: plaquetas
  • 14. 3.1 Hemograma completo • Hemácias: 1. VR homens: 4.500.000-6.000.000 cél./mm³ 2. VR mulheres: 4.000.000-5.500.000 cél./mm³ 3. VR recém –nascidos: 4.000.000-6.000.000 cél./mm³ • Também designadas como eritrócitos • Constituída por globulina e hemoglobina • Vida média de 120 dias • Função: Transportar O2 (principal) e CO2 aos tecidos • OBS: Zinco – 75 a 88% das hemácias (KRAUSE, 2018)
  • 15. 3.1 Hemograma completo • Hemácias: 1. Apresenta-se reduzida em pacientes com: • Hemorragia • Hemólise (destruição prematura das hemácias) • Aberrações genéticas • Insuficiência da medula • Doença da medula • Ingestão de determinados fármacos
  • 16. 3.1 Hemograma completo • Hemácias: 2. Apresenta-se aumentada em pacientes com: •Diarreias •Desidratação •Queimadura •Cardiopatia •Intoxicação com álcool etílico ou fármaco •Vômito •Acidose metabólica
  • 17. 3.1 Hemograma completo • Hemoglobina: 1. VR homens: 14-18g/dl ou 8,7-11,2mmol/l; 2. VR mulheres: 12-16g/dl ou 7,4-9,9mmol/l; 3. VR neonatos: 14-24g/dl ou 8,7-14,9mmol/l; OBS: Cobre – essencial como coenzima ou catalizador da síntese de hemoglobina -Parte da enzima ceruloplasmina
  • 18. 3.1 Hemograma completo • Hemoglobina: 5. Apresenta-se reduzida em pacientes com: • Hemorragia • Déficits Nutricionais • Hemólise (destruição prematura das hemácias) • Aberrações genéticas • Insuficiência da medula • Doença da medula • Ingestão de determinados fármacos (KRAUSE, 2018)
  • 19. 3.1 Hemograma completo • Hematócrito: 1. VR homens: 40-54%; 2. VR mulheres: 37-47%; 3. VR neonatos: 44-60%; 4. Percentagem de volume ocupada por hemácias (glóbulos vermelhos) no volume total de sangue.
  • 20. 3.1 Hemograma completo • Hematócrito: Apresenta-se reduzida em pacientes com: • Hemorragia • Anemia • Leucemia • Hemólise (destruição prematura das hemácias) • Aberrações genéticas • Insuficiência da medula • Doença da medula • Ingestão de determinados fármacos • Pode ser afetada pelo estado de hidratação (KRAUSE, 2018)
  • 21. 3.1 Hemograma completo Apresenta-se aumentada em pacientes com: • Hemoconcentração: • Policitemias (aumento no número de hemácias, pela maior produção delas pela medula óssea) • Desidratações • Queimaduras • Diarréia • Vômitos intensos.
  • 22. 3.1 Hemograma completo • VCM (Volume Corpuscular Médio): • Avalia o tamanho médio das hemácias • Serve para avaliar os tipos de anemia que se manifestam com hemácias de grande, pequeno ou tamanho normal (anemias macro, micro e normocíticas); 1. VR geral: 80-99fl (fenolitros); 2. VR neonatos: 96-108fl;
  • 23. 3.1 Hemograma completo • VCM (Volume Corpuscular Médio): Apresenta-se alterada nos seguintes casos: • Reduzido (microcítica): • Deficiência de ferro • Talassemia (doença hereditária que pode causar anemia) • DRC • Anemia crônica • Normal ou Reduzido (normocítica) • Aumentado (macrocítica): • Deficiência de B12 ou Folato
  • 24. 3.1 Hemograma completo • HCM (Hemoglobina Corpuscular Médio): • É o conteúdo médio de hemoglobina por eritrócito (cor da hemácia) 1. VR geral: 27/31 pg/célula (picograma/célula); 2. VR neonatos: 34/pg/célula; • <27 correlaciona-se com baixos teores de hemoglobina • >31/32 não apresentam significado clínico
  • 25. 3.1 Hemograma completo • CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média): Avalia o % de hemoglobina em 100 mL de hemácias Cálculo: Hb/Ht x 100 Significa quanto de hemoglobina média percentualmente está contida na hemácia. 1. VR geral: 32-36g/dL ou 32-36%; 2. VR neonatos: 32-33g/dL ou 32-33%;
  • 26. 3.1 Hemograma completo • CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média): 1. Reduzido: • Deficiência de ferro • Traço de Talassemia (doença hereditária que pode causar anemia) • Não sensível a deficiência marginal do nutriente;
  • 27. 3.1 Hemograma completo HCM E CHCM classificam as anemias quanto à concentração de hemoglobina (cor); HIPERCRÔMICAS NORMOCRÔMICAS HIPOCRÔMICAS
  • 28. 3.1 Hemograma completo • RDW (Método de distribuição do tamanho das hemácias): • Avalia a dispersão das hemácias em relação ao tamanho; • Encontrados em casos de anemia; • Só pode ser determinado pelos analisadores automáticos; • VR gerais: 11-15% • >14,5% indicam maior dispersão de tamanho das hemácias; • <11,5% não apresentam significado clínico.
  • 29. 3.1 Hemograma completo • Leucócitos: 1. VR 2 anos-adultos: 5-10x10⁹/L ou 5.000-10.000/mm³; 2. VR (<2 anos): 6-17x10⁹/L ou 6.000-17.000/mm³; 3. VR neonatos: 9-30x10⁹/L ou 9.000-30.000/mm³; 4. Apresenta-se alterados nos seguintes casos: • Aumentados (leucocitose) • Reduzidos (leucopenia)
  • 30. 3.1 Hemograma completo • Leucócitos: • Aumentados (leucocitose): • Infecção • Neoplasia • Estresse • Reduzidos (leucopenia): • Desnutrição • Doenças autoimunes • Infecções avassaladoras • Quimioterapia • Radioterapia
  • 31. 3.1 Hemograma completo • Neutrófilos 1. VR geral: 55-70%; 2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos: • Aumentados (neutrofilia): • Cetoacidose (tipo de acidose metabólica) • Traumatismo • Leucemia • Mieloma (tipo de CA nas células) • Mononucleose (infecção viral) • Reduzidos (neutropenia): • Desnutrição • Anemia aplásica (redução e produção de células vermelhas na medula óssea) • Quimioterapia • Infecção avassaladora (KRAUSE, 2018)
  • 32. 3.1 Hemograma completo • Linfócitos 1. VR geral: 20-40%; 2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos: • Aumentados (linfocitose): • Infecção • Leucemia • Linfoma • Reduzidos (linfocitopenia): • Desnutrição proteico-calórica • Hepatite • Sepse • AIDS e outras infecções virais
  • 33. 3.1 Hemograma completo • Monócitos 1. VR geral: 2-8%; Nos tecidos  Macrófagos Monocitose (aumento no número de monócitos)  >1000/uL Doenças: Tuberculose, malária, Leishmaniose, Leucemias, diversas infecções por protozoários. Monocitopenia  <100/ uL Quimioterapia, fase aguda em processos infecciosos, caquexia, desnutrição.
  • 34. 3.1 Hemograma completo • Eosinófilos: 1. VR geral: 1-4%; 2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos: • Aumentados (eosinofilia): • Produção aumentada de esteroide; • Reduzidos (eosinopenia): • Síndrome de Cushing • Sepse • Coticóides
  • 35. 3.1 Hemograma completo • Basófilos: 1. VR geral: 0,5-1%; 2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos: • Aumentado (basofilia): • Leucemia. • Reduzido (basopenia): • Alergia. (KRAUSE, 2018)
  • 36. 3.2 Proteínas Totais • Proteínas totais: • VR geral: 6,0-8,0g/dL • Albumina: 1. VR geral: 3,5-5,5g/dL; Redução (hipoalbuminemia)  Desnutrição proteica, estados catabólicos intensos, perdas intestinais ou renais. 2. VR urinária: 30-300mg/24h ou 20-200 µg/min. URINA: A função glomerular (de exclusão da albumina na urina excretada) reflete a função endotelial e funciona como preditor de doença vascular. Microalbuminúria – fator de risco para doença arterial coronariana e doença renal progressiva em pacientes com DM.
  • 37. 3.2 Proteínas Totais Albumina: Proteína sintetizada e secretada no fígado; Desempenhando várias funções: transporte de substâncias endógenas (Aa, ácidos graxos, bilirrubina e outros metabólitos) e exógenas (drogas e produtos tóxicos);  Essa célula possui meia-vida de cerca de 20 dias; Sua concentração diminui lentamente, tornando-a insensível para a avaliação Níveis reduzidos de albumina: quando há diminuição da sua síntese, diminuição do consumo de proteínas na alimentação, catabolismo de proteínas corporais, Ex: Induzido por doença ou estresse, excreção anormal de proteína na urina: Síndrome nefrótica  Pode ocorrer edema, devido a albumina ter como função a manutenção da pressão oncótica do plasma
  • 38. 3.2 Proteínas Totais • Globulina: 1. VR geral: 1,4-3,2 Um tipo de globulina ou também chamada de betaglobulina é a TRANSFERRINA. Síntese hepática Responsável pelo transporte de ferro sérico no plasma Meia-vida curta (8-10 dias) Quando analisada isolada não é um método adequado para avaliar o estado nutricional – valores que podem estar mascarados Baixa especificidade AUMENTADA: Carência de ferro, gravidez, desidratação, hepatite inicial REDUZIDA: Hepatopatia crônica, anemias, doenças renais e de medula óssea, insuficiência cardíaca congestiva, inflamações e infecções crônicas.
  • 39. 4 Exames: Doenças cardiovasculares/Dislipidemia • Triglicérides • Colesterol total • HDL • LDL • VLDL • Índice de Castelli
  • 40. 4.1 Dislipidemia Modificação dos níveis circulantes dos lipídios em relação a valores de referência para uma determinada amostra populacional; Fator de risco mais frequentemente observado; Alterações quantitativas e qualitativas entre os lipídios circulantes, também causam influência significativa no desenvolvimento das DCV; Dislipidemia: surge quando o delicado balanço é perdido; Podendo progredir para doença arterial coronária. Caracterizada por formação de placa aterosclerótica, que tem início quando fatores agridem o endotélio vascular.
  • 41. 4.1 Dislipidemia LIPÍDIOS CIRCULANTES: Funções biológicas: Componentes funcionais e estruturas das membranas celulares (fosfolipídios); Precursores de hormônios esteroides, ácidos biliares e vit. D (colesterol); Armazenamento energético mais importante do organismo (triglicerídeos).
  • 42. 4.1 Dislipidemia LIPÍDIOS CIRCULANTES: Biodinâmica das lipoproteínas circulantes: Para circular em meio aquoso plasmático os lipídios precisam sofrer solubilização Ligam-se a proteínas específicas denominadas apolipoproteínas (apos) e formam as lipoproteínas plasmáticas Partículas constituídas por uma parte central de lipídios hidrofóbicos; Circundados por uma monocamada de lipídos polares e apolipoproteínas
  • 43. 4.1 Dislipidemia LIPÍDIOS CIRCULANTES: LIPOPROTEÍNAS: Quilomícrons (QM)- Transportam os lipídios provenientes da dieta aos tecidos periféricos e fígado; Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) Lipoproteínas de baixa densidade (LDL) Lipoproteínas de alta densidade (HDL)- Facilitam o transporte reverso de colesterol dos tecidos periféricos ao fígado. Apolipoproteínas: presente na nas superfícies das lipoproteínas, regulam sua velocidade de síntese e catabolismo; o movimento de entrada e saída em células- alvo e tecidos periféricos. Transportam os lipídios de síntese endógena do fígado aos tecidos periféricos
  • 44. 4.1 Dislipidemia LIPÍDIOS CIRCULANTES: Os lipídios provenientes da dieta (QM) e os da síntese endógena (VLDL), entram na corrente sanguínea e sofrem hidrólise Pela enzima lipase lipoproteica (LPL); Localizada na superfície luminal de células endoteliais adjacentes ao tecido adiposo, pulmonar e muscular  Por onde os ácidos graxos liberados se difundem
  • 45. 4.1 Dislipidemia LIPÍDIOS CIRCULANTES: As LDL possuem em sua composição predomínio de colesterol; As HDL são as únicas partículas envolvidas no transporte reverso do colesterol; CURIOSIDADE: A HDL pode ser dividida em 2 subclasses principais: Apo- AI: Antiaterogênica (capaz de remover colesterol livre); Apo- AII: pró-aterogênica. Transporte reverso: Processo pelo qual o lipídio é transportado dos tecidos periféricos para o fígado, onde serão metabolizados ou excretados na forma de sais biliares
  • 46. 4.1 Dislipidemia LIPÍDIOS CIRCULANTES: Classificação Laboratorial: Hipercolesterolemia isolada: Elevação isolada do colesterol total (CT), em geral representada por aumento do LDL. Hipertrigliceridemia Isolada: elevação isolada dos triglicérides (TG), representada por aumento das VLDL, dos quilomícrons ou de ambos. Hiperlipidemia mista: Valores aumentados do CT e dos TG. HDL baixo: Isolado ou em associação a aumento de LDL e/ou de TG.
  • 47. 4.1 Dislipidemia LIPÍDIOS CIRCULANTES: Classificação Etiológica: Dislipidemias primárias: São geneticamente determinadas, porém, algumas vezes só se manifestam pela influência de fatores ambientais como, dieta inadequada e/ou sedentarismo; Dislipidemias secundárias: A doença, medicamentos e hábitos de vida inadequados (dieta, tabagismo e etilismo).
  • 48. 4.2 Triglicérides Consiste em uma molécula de glicerol ligada a três cadeias de ácidos graxos; Representam mais 90% da gordura na alimentação e 90% da gordura armazenada nos tecidos; No organismo, se encontram ligados a quilomicrons sintetizados no intestino (80%), às VLDL sintetizadas no fígado (15%) e uma menor parte ligada às demais lipoproteínas circulantes (5%); Valores elevados são conhecidos por ser aterogênicos.
  • 49. 4.2 Triglicérides 1. VR geral: <100/150mg/dL 2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos: • Aumentado: • Intolerância a glicose • Anorexia nervosa • Causas genéticas • DM mal controlado • Gota • Gravidez • Pancreatite • Reduzido: • Má nutrição • Perda de peso recente
  • 50. 4.3 Colesterol total 1. VR geral: <190/200mg/dL 2. Apresenta-se alterados nos seguintes casos: • Reduzido: • Desnutrição; • Má absorção; • Doenças hepáticas; • Hipertireoidismo; • DPOC; • Anemia crônica • Aumentado: • Síndrome metabólica (risco de DCV); • Alcoolismo; • DM descontrolado; • Doenças pancreáticas; • Doença hepatocelular; • Nefrose
  • 51. 4.4 HDL 1. VR geral: 2. <40mg/dL considerado baixo 3. >60mg/dL considerado desejável; 4. Riso de DCV quando apresenta-se baixo. (KRAUSE, 2018; XAVIER et. al., 2013)
  • 52. 4.5 LDL 1. VR geral: 2. Riso de DCV quando apresenta-se >131mg/dl; (KRAUSE, 2018; XAVIER et. al., 2013)
  • 53. 4.6 VLDL 1. VR geral: • Desejável: <30mg/dL • Limítrofe: 30-67mg/dL • Alto: >67mg/dl 2. Riso de DCV quando apresenta-se >30mg/dl. (KRAUSE, 2018; ANVISA, 2011)
  • 54. 4.7 Índice de Castelli Combinação entre níveis plasmáticos de colesterol total (CT), de HDL e de LDL; Maneira de visualizar a influência de cada um destes componentes no desenvolvimento de doenças cardiovasculares; ÍNDICE DE CASTELLI I: CT (mg/dL)/HDL (mg/dL) VR: Homens: até 5,1 Mulheres: até 4,4 ÍNDICE DE CASTELLI II: LDL (mg/dL)/ HDL (mg/dL) VR: Homens: até 3,3 Mulheres: até 2,9
  • 55. 4.8 Exames complementares Homocisteína: Aminoácido sintetizado como um produto intermediário do metabolismo do aminoácido essencial metionina; Existe relação entre sua concentração e risco cardiovascular (doença cerebral, coronariana e arterial periférica); Utilizada para o rastreamento de doenças cardiovasculares; VR: Entre 5 e 15 mmol/L.
  • 56. 4.8 Exames complementares Proteína C-reativa: Proteína sintetizada no fígado; Relacionada positivamente com processos inflamatórios; Sua dosagem está associada com DCV; VR: >3mg/dL (risco elevado para DCV).
  • 57. 5 Exames: Alterações endócrinas • Teste oral de tolerância à glicose • Curva glicêmica • Glicemia de jejum • Insulina de jejum • Hemoglobina glicada • HOMA IR e Beta
  • 58. Diabetes mellitus: Compreende um grupo heterogêneo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação; Insulina: Hormônio anabólico , favorece síntese e o armazenamento hepático de glicogênio, triacilgliceróis e colesterol, inibindo a glicogenólise, a gliconeogênese e a cetogênese. 5 Exames: Alterações endócrinas
  • 60. Glicemia de jejum: Refere-se à dosagem de glicose no plasma após um jejum mínimo de 8h; Aumentado: Diabetes mellitus Intolerância à glicose Síndrome de Crushing Reduzidos: Alcoolismo Anomalias pediátricas (ex: prematuridade) 5.2 Exames: Alterações endócrinas
  • 61. Teste oral de tolerância à glicose (TOTG): Pode-se utilizar isolado ou para avaliação da curva glicêmica (coleta da glicose plasmática é realizada nos tempos de 30,60,90 e 120min após sobrecarga de glicose); Utilizado para diagnóstico de DM gestacional e para indivíduos com glicemia de jejum alterada. Aumentado: Anticoncepcionais; Corticosteróides; Diuréticos (principalmente tiazínicos). Reduzidos: Hipoglicemiantes orais; Heparina; Anti-histamínicos; Inibidores de monoamina oxidase (MAO). 5.3 Exames: Alterações endócrinas
  • 62. Hemoglobina glicada (HbA): Aumentado: Insuficiência renal crônica; Hipertrigliceridemia; Consumo de álcool; Deficiência de ferro Quando alterado nesses casos, recomenda-se a avaliação da frutosamina: Produto da interação entre glicose e lisina (Aa presente em moléculas proteicas como a albumina); A meia-vida reflete a glicemia média nas últimas 2 a 3 semanas- glicemia a curto prazo. Reduzidos: Anemia hemolítica; Transfusão de sangue recente; Gravidez; Ingestão de altas doses de vit. C 5.5 Exames: Alterações endócrinas
  • 63. Hemoglobina glicada: É a principal forma de hemoglobina circulante no sangue; Formada a partir de reações entre a HbA1 e açúcares redutores (glicose); Muito utilizada no diagnóstico e controle do DM As reações de glicação ocorrem em intensidade proporcional à glicemia; 1% na Ac1 corresponde a um aumento médio de 25 a 35 mg/dL na glicemia Esse marcador reflete a glicemia média nos 2 a 4 meses anteriores ao exame Frutosamina: exame que mede a glicação da albumina sanguínea e indica o controle glicêmico das últimas 2 semanas. 5.4 Exames: Alterações endócrinas
  • 64. Peptídio C: Utilizado para avaliação de secreção de células beta Permite uma correta classificação do diabetes como sendo do tipo 1 ou do tipo 2 Quando o quadro clínico do pcte não permite essa diferenciação Não se aplica em casos de diagnóstico recente (3 a 5 anos) de DM1 e em casos de insuficiência renal aguda. VR: Em jejum: 0,5 a 3ng/mL Pós estímulo com glucagon: 1,5 a 9ng/mL Aumentada: DM tipo 2 Insulinoma (tumor das cél. Beta do pâncreas Reduzidos: DM tipo 1 Administração exógena de insulina 5.6 Exames: Alterações endócrinas
  • 65. HOMA IR: Modelo matemático que prediz o nível de resistência à insulina a partir dos valores plasmáticos de glicose e insulina basal; Baseia-se na relação que existe entre produção hepática de glicose e produção de insulina pelas células beta para a homeostase VR: >2,7 para adultos e idosos HOMA Beta: Reflete a capacidade secretória das células; VR: 73-154 5.7 Exames: Alterações endócrinas
  • 66. Cromo: Cromo sérico: VR: 0,05 a 5µg/L Existem evidências de que a deficiência de cromo pode ser generalizada especialmente em indivíduos com algum grau de intolerância à glicose; Devido às baixas concentrações de cromo nos tecidos, sua avaliação torna-se difícil. 5.8 Exames: Alterações endócrinas
  • 67. 6 Referências LEI 8.234/91. Regulamenta a profissão de Nutricionista e determina outras providências. RESOLUÇÃO CFN 306/2003. Dispõe sobre solicitação de exames laboratoriais na área de nutrição clínica, revoga a Resolução CFN nº 236, de 2000 e dá outras providências. PROCESSO-CONSULTA CFM 48/99. Atuação exorbitante de nutricionistas. PARECER TÉCNICO CRN3-03/2014. Solicitação de exames laboratoriais pelo nutricionista. XAVIER, H. T., et al. V Diretriz brasileira de dislipidemia e prevenção de aterosclerose. Arq Bras Cardiol. vol 101. n 4. p. 1-30. São Paulo, 2013. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Saúde e economia: dislipidemia. Ano III. ed 6. Brasil, 2011. CAVAGNOLI, Gabriela; GROSS, Jorge Luiz; CAMARGO, Joíza Lins. HbA1C, glicemia de jejum e teste oral de tolerância à glicose no diagnóstico de diabetes: que teste usar? Rev HCPA. vol. 30. n. 4. p. 315-320. Porto Alegre, 2010.