Estudo panorâmico do Novo Testamento. Introdução - Aula2.
Igreja Bíblica Luz do Mundo, Passo Fundo - RS.
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1. Panorama do Novo Testamento
A Plenitude dos Tempos
Igreja Bíblica Luz do Mundo
2. Introdução ao Novo Testamento
“Mas, quando chegou a plenitude do
tempo, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido debaixo
da lei,”
Gálatas 4.4
3. Influência Cultural / Religiosa / Política
• Brasil
– Europeu
– Africano
– Índio
• Novo Testamento
– Gregos
– Romanos
– Judeus
4. Definição
• “Plenitude dos Tempos”
– Época ou contexto histórico cuja realidade
(acontecimentos) foi muito favorável ao objetivo da
vinda de Cristo ao mundo, que é a anunciação e
propagação universal do Evangelho. A natureza dessa
realidade é a uniformização política propiciada pelo
sistema administrativo do Império Romano, somada as
contribuições religiosas, dos judeus, e culturais, dos
gregos, que já faziam parte desse ambiente mundial.
5. Os Judeus
• Monoteísmo
– O monoteísmo judaico preparou os povos pagãos para o
critianismo.
• Em parte alguma do mundo, quando do surgimento
do cristianismo, havia uma vida religiosa tão pura e
tão forte como a existente entre os representantes
judaicos, as duas principais características eram: a
mais alta concepção de Deus e o mais alto ideal de
vida moral que se conhecia.
6. Os Judeus
• Esperança messiânica
– Os judeus ofereceram ao mundo a esperança de um
messias que estabeleceria a justiça na terra.
• Essa propagação do “sonho” messiânico pelo Império
Romano contribuiu para o cristianismo, em razão de
preparar aqueles que mais tarde iriam abraçar a fé
cristã no mundo gentílico.
7. Os Judeus
• Sistema ético
– Na parte moral da lei judaica, o judaísmo ofereceu ao
mundo o mais puro sistema ético de então.
• O elevado padrão proposto nos Dez Mandamentos
chocava-se com os sistemas éticos prevalecentes e
com práticas por demais corruptas dos sistemas
morais dos demais povos da época.
8. Os Judeus
• Antigo Testamento
– A Escritura que Jesus lia e que servia de base
para a teologia apostólica foi escrita e preservada
pelos judeus.
• Jesus fez uso constante do AT para nutir sua
própria vida e basear os seus ensinos. As
Escrituras judaicas eram lidas regularmente nas
reunições de culto primitivos cristãos.
9. Os Judeus
• Sinagoga
– A sinagoga foi a casa de pregação do cristianismo
primitivo. No tempo de Jesus existia uma sinagoga em
cada povoado de judeus. Não se poderia compreender
a disseminação do cristianismo sem as sinagogas. Nas
cidades maiores, como Jerusalém, Roma, Alexandria
ou Antioquia, havia várias sinagogas para o culto, o
estudo da lei e o ensino das crianças.
10. Os Judeus
• Sinagoga
–Além disso, a sinagoga sempre esteve no
centro das estratégias evangelísticas de
Jesus (Mt 4.23, 9.35; Mc 1.39; Lc 4.15,44,
13.10) e também do apóstolo Paulo (At 9.20,
13.5, 15.21, 24.12) sendo terreno fértil para,
a partir do Antigo Testamento, expor as
Escrituras e chegar ao Evangelho de Cristo.
11. Os Gregos
O Império Grego nunca existiu politicamente,
mas intelectualmente é vivo até hoje.
Alexandre, o Grande, não viu a concretização
de seu projeto helenista, mas foi graças à
ambição de levar a cultura grega ao mundo
todo que o cristianismo encontrou ambiente
fértil para seu surgimento e expansão.
12. Os Gregos
• Língua universal
– O Evangelho universal precisava de uma língua
universal para poder exercer um impacto real sobre
o mundo. Os seres humanos têm procurado, desde
a Torre de Babel, criar uma língua universal para
que possam se comunicar suas ideias uns aos
outros sem problemas.
13. Os Gregos
• Filosofia
–Platão e Aristóteles foram os filósofos
que mais trouxeram influências ao
cristianismo. De certa forma, eles
influenciaram a teologia antes e depois
do seu tempo.
14. Os Gregos
• Filosofia
–O estoicismo afirmava o governo do
universo por uma razão universal e a
felicidade humana como resultado do
exercício de virtudes que acomodassem
o homem à razão soberana.
15. Os Gregos
• Filosofia
– Já o epicurismo afirmava que o homem vivia
para buscar a felicidade e como a verdade só
se conhecia pelos sentidos, então o que o
homem descobrisse por eles traria felicidade.
Pregavam aproveitar a vida porque tudo
acabava depois da morte.
16. Os Gregos
• Filosofia
– O Novo Testamento é a contracultura de todas essas
escolas filosóficas. O ideal se fez carne e habitou entre
nós sem contaminar-se com a carne. A ética só é possível
quando produzida pelo próprio Deus. A felicidade
verdadeira se dá pela obra de Deus em nós, ao nos
redimir por meio da obra de Cristo na cruz.
17. Os Romanos
Os romanos dominaram literalmente o mundo da
antiguidade. Eles tiveram poder político e militar sem
comparação até os dias de hoje. Tanta grandeza
ajudou o cristianismo ainda que de maneira negativa,
quando passou a perseguir os cristãos entre 60 a
300 d.C., quando foi oficializado pelo imperador
Constantino.
18. Os Romanos
• A pax romana
– A pax romana foi um longo período de ausências de guerras civis no
império romano e vigorou de 29 a.C. até aproximadamente 180 d.C. Ao
mesmo tempo que desfrutava de paz interna, os cidadãos tinham a
proteção do exército romano contra ataque dos “bárbaros”. Os povos
conquistados tinham de aceitar a pax romana, acordo controlado pelo
exército na região conquistada.
19. Os Romanos
• A pax romana
–Quebrar ou agredir a pax romana era
um problema sério. Por vezes, os
acusadores de Jesus tentaram arranjar
motivos para acusá-Lo de perturbador
da ordem (Lc 20.20-26), mas nunca
conseguiram.
20. Os Romanos
• A unidade do império
–Os romanos tinham uma grande malha
viária, de estradas pavimentadas. A
possibilidade de uma viagem segura,
sem problemas, fomentou alguns
hábitos e benefícios ao cristianismo.
21. Os Romanos
• A unidade do império
1) A segurança e a boa qualidade das estradas
permitiram que vários missionários viajassem com
segurança. O único relato que encontramos de
perigos no Novo Testamento em uma das viagens
de Paulo foi o naufrágio. Violência ou assaltos não
são mencionados.
22. Os Romanos
• A unidade do império
2) O exército garantia o acordo de paz, à medida que se
deslocavam por todo o império com segurança.
3) O correio público também beneficiou o cristianismo, já
que cartas podiam ser enviadas com certa rapidez.
Sabemos que as cartas de Paulo tinham remetentes
certos e que depois circulavam entre outras igrejas.
23. Os Romanos
• A unidade do império
4) O comércio também foi facilitado
pelas estradas. Imagine quantos
podiam evangelizar e ser
evangelizados numa cidade com
mercado e rota comercial como Corinto!
24. Conclusão
A expressão “plenitude do tempo” (Gl 4.4)
não significa o período de cumprimento
de todas as demais eras. Mas, antes, o
fato de que o Pai enviou Seu Filho no
“momento exato”, no “tempo certo”. E
esse tempo é o tempo de Deus.
Notas do Editor
Definição de John MacArthur sobre “plenitude dos tempos”: No tempo designado por Deus, quando as precisas condições religiosas, culturais e políticas exigidas pelo seu plano perfeito haviam atingido o auge, Jesus veio ao mundo.
Nunca, depois da sua volta do cativeiro babilónico, os judeus caíram em idolatria. A mensagem de Deus para eles através de Moisés ligava-os ao único Deus verdadeiro de toda a terra. Os deuses dos pagãos eram apenas ídolos que os profetas judeus condenavam em termos muito claros. Este sublime monoteísmo foi espalhado por numerosas sinagogas localizadas em volta da área mediterrânea durante os três últimos séculos anteriores à vinda de Cristo.
A esperança de um Messias tinha sido popularizada no mundo romano a partir desta firme proclamação pelos judeus. Até mesmo os discípulos depois da morte e ressurreição de Cristo ainda esperavam por um reino messiânico sobre a terra (At 1:6). Certamente, os homens instruídos que viveram em Jerusalém na época imediatamente anterior ao nascimento de Cristo tiveram contato com esta esperança. A expectativa de muitos cristãos hoje em torno da vinda de Cristo ajuda-nos a compreender a atmosfera da expectação no mundo judeu acerca da vinda do Messias.
Para os judeus, o pecado não era o fracasso externo, mecânico e contratual dos gregos e romanos, mas era uma violação da vontade de Deus, violação esta que se expressava num coração impuro e, mais ainda, em atos pecaminosos, externos e visíveis. Esta perspectiva moral e espiritual do Velho Testamento favoreceu uma doutrina de pecado e redenção que realmente resolvesse o problema do pecado. A salvação vinha de Deus e não seria encontrada em sistemas racionalistas de ética ou nas subjetivas religiões de mistério.
Muitos gentios também o leram e se familiarizaram com os fundamentos da fé judaica. Este fato é indicado pelos relatos de vários prosélitos judeus. Muitos desses prosélitos foram capazes de passar do judaísmo ao cristianismo por causa do Velho Testamento.
Nascida da necessidade decorrente da ausência dos judeus do templo de Jerusalém durante o cativeiro babilónico, a sinagoga se tornou parte integrante da vida judaica.
Foi também o lugar em que Paulo primeiro pregou em todas as cidades por onde passou no itinerário de suas viagens missionárias. Foi ela a casa de pregação do cristianismo primitivo.
Só recentemente se soube que o grego do Novo Testamento (Koinê) era o grego do homem comum dos dias de Jesus Cristo, o que o diferencia do grego dos clássicos. Um teólogo alemão chegou mesmo a dizer que o grego do Novo Testamento era um grego especial criado pelo Espírito Santo para a produção do Novo Testamento.
A filosofia grega preparou o caminho para a vinda do Cristianismo por ter levado à destruição as antigas religiões. Qualquer um que chegasse a conhecer seus princípios, fosse grego ou romano, logo perceberia que sua disciplina intelectual tornou a religião tão ininteligível que a acabava abandonando em favor da filosofia.
A filosofia falhou, porém, na satisfação das necessidades espirituais do homem, que se via obrigado então a tornar-se um cético ou a procurar conforto nas religiões de mistério do Império Romano. À época do advento de Cristo, a filosofia descera do ponto elevado que alcançara com Platão para um sistema de pensamento individualista egoísta, como no caso do Estoicismo ou do Epicurismo.
Na maioria dos casos, a filosofia apenas aspirava por Deus, fazendo dEle uma abstração; jamais revelava um Deus pessoal de amor. Este fracasso da filosofia do tempo da vinda de Cristo tornou as mentes humanas prontas para entender uma apresentação mais espiritual da vida. Só o cristianismo pode preencher o vazio na vida espiritual de então.
Tanto Sócrates quanto Platão ensinaram, cinco séculos antes de Cristo, que este presente mundo temporal dos sentidos é apenas uma sombra do mundo real em que os ideais supremos são ao mesmo tempo abstrações intelectuais, o bem, a beleza e a verdade.
Insistiam que a realidade não era temporal e material, mas espiritual e eterna. Sua busca da verdade jamais lhes conduziram a um Deus pessoal, mas evidenciou que o melhor que o homem deve fazer é buscar a Deus através do intelecto.
O cristianismo ofereceu a este povo que aceitava a filosofia de Sócrates e Platão, a revelação histórica do Bem, da Beleza e da Verdade na pessoa do Deus-homem, Cristo. Os gregos aceitavam a imortalidade da alma, mas não tinham lugar para a ressurreição do corpo.
À época da vinda de Cristo, os homens tinham compreendido finalmente a insuficiência da razão humana e do politeísmo. As filosofias as religiões de mistério testemunham do desejo humano por um relacionamento mais pessoal com Deus.
O cristianismo, com sua oferta de um relacionamento pessoal, forneceu aquilo para o que a cultura grega, em função de sua própria inadequação, tinha produzido muitos corações famintos.
As conquistas romanas levaram muitos povos à falta de fé em seus deuses, uma vez que eles não foram capazes de protegê-los dos romanos. Tais povos foram deixados num vácuo espiritual que não estava sendo satisfeito pelas religiões de então.