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A FUNDACAO DA IGREJA CRISTA
44.1 . Esclarecimentos
0 tema desta aula nao esta mui-
to claramente exposto no Atos
dos Apostolos. encontrando-se, to-
davia, contido em notas esparsas
daquele livro do Novo Testamento
e em outras obras igualmente me-
recedoras de serem lidas pelos in-
teressados. cups titulos estao re-
lacionados ao final deste fasciculo.
Procuramos abordar, na medida
do possivel, todos os aspectos do
tema de maneira sucinta: o aspec-
to social, o politico, e o religioso
que mais diretamente nos inte-
ressa.
Embora pareca eslar desligada
do contexto do Atos, esta aula nos
proporcionara uma visao antecipa-
da e, portanto, orientadora do de-
senvolvimento da igreja crista, per-
mitindo urn entendimento maior
dos fatos.
44.2. Simao, a "Pedra"
A afirmativa do Mestre narrada
por Mateus em XVI. 13 a 20. da^
nos a ideia_de que Simao Bar^lo-
nas pode ser considerad^_o pri-
meiro representante da nova dou-
trina. __— .
"Eu te digo que tu es Pedro, e
sobre esla pedra edificarei a mi-
nha igreja..."
Simao sempre fora destacado
pelo Mestre dentre os seus disci-
pulos. pela sua coragem, determj-
napao, forca e principalmente pela
sua fe pura e simples, que o tor-
nava um bom depositario dos en-
sinamentos valiosos que necessi-
tavam ser cultivados e distribuidos
posleriormente.
As negativas do pescador quan-
do intcrpolado, por ocasiao da pri-
sao do seu rabi e as palavras des
te apos a revolta de Simao contra
a profecia da crucificaeae-:--" Arre.-.
da-te_ Satanas!. tu es para mim pe^
dra _de__troEeegI, (Mat_ejjs XVI, 23).
revelam que ele era humano e (a->
livel como qualquer outro, mas
que aprendta com suas derrotas, "
porque dali por diante nunca mais
vacilou nos momentos mais difi-
ceis do seu testemunho.
Durante a ultima aparigao de
Jesus apos a sua crucificacao, no-
vamente vem ele depositar em
Pedro a sua confianca dizendo:
"Simao Bar Jonas, pastoreia as mi-
nfios ovelhas".
O primeiro nucleo de seguidores
do Nazareno fundou-se em Jerusa
lem, tendo como lider Pedro, cujas
palavras ja eram. na epoca, ouvidas
por todos e aceitas como verda-
deiras.
Apos o sucesso de Felipe nas
suas predicas aos samaritanos, Si
mao, JoSo e muitos outros apos,
iniciaram a expansao da nova dou-
trina levando-a para fora do Ju-
daismo.
44.3. O Apostolo dos Gentios
Esta expansao das novas ideias
permaneceu como timida tentativa
ate o aparecimento do convertido
Paulo.de Tarso. Foi gramas a esse
batalhad_pr__ incansavel, que quase
todo o mundo conliecido da epoca
pode tomar contato com a doutri-
na do Messias.
Paulo lancou tambem as bases
da teologia crista atraves das suas
epistolas, primeira tentativa de in-
terpretagao e aplicacao pratica dos
ensinamentos cristaos. A imensa
fraternidade constituida pelos se
guidores de Jesus mantinha-se fiel
aos mandamentos da moral crista
aprendidos atraves das predicas e
dos escritos dos apostolos.
Na Asia Menor, Africa, Grecia.
Galias e ate mesmo em Roma po-
dia-se encontrar grande quantida-
de de cristaos.
Embora a principle parecessem
nao interferir com o poderio dos
reis e dos grandes da epoca, as
ideias de libertacao,_igualdade -e
fraternidade, comecaram a causax
preocup_acao-_
Epoca houve e muito longa, den-
Iro e fora da Palestina em que os
cristaos foram proscritos e perse-
guidos implacavelmente. ocorrendo
enormes massacres de inocentes
cujo unico "erro" era a fe inaba-
lavel no Cristo Jesus. No_ano 64,
AD Paulo foi sacrificado juntamen-
te com Pedro, na cidade de Ftoma.-
44.4. Cristianismo ou Paganismo
Com o tempo, o idealismo dos
antigos cristaos deu lugar ao inte-
resse e a mesquinharia. 0 sentido
das medidas tomadas pelos primei-
ros apostolos foi paulatinamente
sendo distorcido. 0 importante car
go de diacono instituido por Pedro,
transformou-se num valioso meio
de se alcancar prestigio a ser uti-
lizado para fins nem sempre mui
to cristaos. A rivaiidade cx&agja.
entre os bispos das diferentes re^
gioes. os quais dTspendiam preclo-
sas~lioras em discussoes estereis
sobre pontos de vistas particula-
res. totalmente afastados das ne-
cessidades da comunidade.
O rito semanal que. para os juj:
deus. era realizado no sabado, pas-
sou ao domingo no seculo II AD.
No fim desse seculo ainda era per-
mitida a "profotizacao", principal
mente para as mulheres, porem
em poucc tempo tal pratica foi
abolida por "produ:ir confusio" no
espirilo dos adeptos.
'
-
*
-
1
■
1
—
54
*
*
Foi nessa epoca que as cerimo-
nias adquiriram as caracteristicas
muito proximas das atuais "misses
catolicas".
A trindade Egipcia: Osiris. Isis e
Horus. passou ao cristianismo jg-
'tno a Santissima Trindade: sao
"tambe7rr~egi^clas a adoragao da
Mae e do Filho e as ideias sobre
o Juizo Final; da Frigia, da Siria,
da Tracia vieram outras tantas con-
cepgoes que foram mais on menos
rapidamente incorporadas ao ritua-
lismo "cristao". Era tao grande a
semelhanca da missa com o ritual
de Mitras que os padres acusavam
o diabo de forjar as semelhancas
para confundir os homens devotos.
Os gregos ji inclusive os pro-
prios Tudeus tambem contribuiram.
transformando a cerimonia simples
e humilde dos primitives cristaos
no rosario de oragoes, salmos, an-
tifonas, sacrificios e hinos da
"missa".
44.5. Organizacao:
Heranga Romana
A literatura crista do seculo II
era tao abundante que cada bispo
podia dar-se o luxo de ter prefe-
rencia e dar tnterpretagoes parti-
culares sobre diversos pontos ba-
sicos da doutrina.
Comegaram entao, com certa
frequencia. a se reunir os bispos.
padres e diaconos, constituindo os
conselhos eclesiasticos ou sino-
dos. No seculo 111 estes__encontros
passaram a ser exclusivos dos.bis-.,
pos, os quais, ao final desse se
culo, foram reconhecidos como os
arbitros finais da fe catolica.
Apos o deglinio de Jerusalem
como sede do cristianismo. com o
desaparecimento dos apostolos,
surgiu um problema de dificil so-
lugao que era a determinagao da
igreja sucessora da sede mater.
Os primeiros "papas" (como
eram conhecidos todos _os bispos
cristaosl de Roma eram muito pou-
co respeitados pelos seus padres
que os desafiavam ostensivamente.
A se romana foi gradativamente
aumentando seu poder pelas ri-
quezas materials que comegava a
acumular, alem da sua crescente
autoridade quanto as questoes das
heresias e da fixagao canonica das
Escrituras.
Os primeiros passos para o en-
tenditnenta entre as bispos no sen-
tido da unificagao das posicoes
religiosas foram: o_primeiro_con-
gresso ecumenico. ou seja, univer-
"sair~da igreja, convocado em 325
AD por Constantino, o primeiro im-
perador romano cristao; a
zacao do crislianismo por Teodo-
sio em 381 AD e finalmente, em
607, por Bonifacio III, a criacao do
Pap a do. _
Assim como diversos povos e
suas religioes nao cristas haviam.
cada um a seu tempo, contribuido
morais que possuia de inicio, tam
bem aquela grande fraternidade
fragmentou-se em pequenos gru-
pos os quais nem sempre estavam
em harmonia de opinioes e acoes.
Ja no seculo II AD, sabe-se que
a moral entre os cristaos nao era.
tao cultivada. Um panfleto anonimo
da epoca assinado por "0 Pastor
de Hermas", acusava o reaparecf-
mento entre os cristaos da "ava-
reza. da desonestjdade, da b'ebe-
e do adulterio".
Logo aquela forma simples e
objetiva do culto cristao primitivo
com diversas particularidades do
culto cristao, tambem Roma parti-
cipou do processo fornecendo uma
das mais importantes caracteristi
cas da Igreja: uma vasta e aperfel-
goada estrutura de qoverno. ,
44.6. Conclusoes
A pureza do cristianismo primi
tivo pode resistir enquanto a cora-
gem e a fe dos seguidores dire-
tos do Mestre estavam presentes,
e enquanto a perseguigao impla-
cavel dos poderosos selecionava
os adeptos dentre aqueles que
possuiam as qualidades mais puras
dos primeiros discipulos.
Logo que a palavra "cristao^
Perdeu_as_profundas .impljcac_oes_,
I
foi assimilando as irracionais pra-
ticas das muitas religioes que to-
cavam mais grosseiramente os
sentidos e que praticamente nada
posuiam para o espirito. Perma-
neciam ainda ligados uns aos ou-
tros, aqueles grupos, agora nao i
mais fraternos, mas sim solidarios
em torno do objetivo de exercerem
poder e dominio sobre a grande
massa de simples e ignorantes
que constituia a nossa humanidade
da epoca.
Naquela epoca, como hoje, so
ha dois caminhos: ao nos distan
:j
mos da materla__e__das__i_ronetfel:
;l::i.i ......
55

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A reforma da Liturgia Católica Apostólica Romana
 

Aula 054 fundação da igreja cristã

  • 1. A FUNDACAO DA IGREJA CRISTA 44.1 . Esclarecimentos 0 tema desta aula nao esta mui- to claramente exposto no Atos dos Apostolos. encontrando-se, to- davia, contido em notas esparsas daquele livro do Novo Testamento e em outras obras igualmente me- recedoras de serem lidas pelos in- teressados. cups titulos estao re- lacionados ao final deste fasciculo. Procuramos abordar, na medida do possivel, todos os aspectos do tema de maneira sucinta: o aspec- to social, o politico, e o religioso que mais diretamente nos inte- ressa. Embora pareca eslar desligada do contexto do Atos, esta aula nos proporcionara uma visao antecipa- da e, portanto, orientadora do de- senvolvimento da igreja crista, per- mitindo urn entendimento maior dos fatos. 44.2. Simao, a "Pedra" A afirmativa do Mestre narrada por Mateus em XVI. 13 a 20. da^ nos a ideia_de que Simao Bar^lo- nas pode ser considerad^_o pri- meiro representante da nova dou- trina. __— . "Eu te digo que tu es Pedro, e sobre esla pedra edificarei a mi- nha igreja..." Simao sempre fora destacado pelo Mestre dentre os seus disci- pulos. pela sua coragem, determj- napao, forca e principalmente pela sua fe pura e simples, que o tor- nava um bom depositario dos en- sinamentos valiosos que necessi- tavam ser cultivados e distribuidos posleriormente. As negativas do pescador quan- do intcrpolado, por ocasiao da pri- sao do seu rabi e as palavras des te apos a revolta de Simao contra a profecia da crucificaeae-:--" Arre.-. da-te_ Satanas!. tu es para mim pe^ dra _de__troEeegI, (Mat_ejjs XVI, 23). revelam que ele era humano e (a-> livel como qualquer outro, mas que aprendta com suas derrotas, " porque dali por diante nunca mais vacilou nos momentos mais difi- ceis do seu testemunho. Durante a ultima aparigao de Jesus apos a sua crucificacao, no- vamente vem ele depositar em Pedro a sua confianca dizendo: "Simao Bar Jonas, pastoreia as mi- nfios ovelhas". O primeiro nucleo de seguidores do Nazareno fundou-se em Jerusa lem, tendo como lider Pedro, cujas palavras ja eram. na epoca, ouvidas por todos e aceitas como verda- deiras. Apos o sucesso de Felipe nas suas predicas aos samaritanos, Si mao, JoSo e muitos outros apos, iniciaram a expansao da nova dou- trina levando-a para fora do Ju- daismo. 44.3. O Apostolo dos Gentios Esta expansao das novas ideias permaneceu como timida tentativa ate o aparecimento do convertido Paulo.de Tarso. Foi gramas a esse batalhad_pr__ incansavel, que quase todo o mundo conliecido da epoca pode tomar contato com a doutri- na do Messias. Paulo lancou tambem as bases da teologia crista atraves das suas epistolas, primeira tentativa de in- terpretagao e aplicacao pratica dos ensinamentos cristaos. A imensa fraternidade constituida pelos se guidores de Jesus mantinha-se fiel aos mandamentos da moral crista aprendidos atraves das predicas e dos escritos dos apostolos. Na Asia Menor, Africa, Grecia. Galias e ate mesmo em Roma po- dia-se encontrar grande quantida- de de cristaos. Embora a principle parecessem nao interferir com o poderio dos reis e dos grandes da epoca, as ideias de libertacao,_igualdade -e fraternidade, comecaram a causax preocup_acao-_ Epoca houve e muito longa, den- Iro e fora da Palestina em que os cristaos foram proscritos e perse- guidos implacavelmente. ocorrendo enormes massacres de inocentes cujo unico "erro" era a fe inaba- lavel no Cristo Jesus. No_ano 64, AD Paulo foi sacrificado juntamen- te com Pedro, na cidade de Ftoma.- 44.4. Cristianismo ou Paganismo Com o tempo, o idealismo dos antigos cristaos deu lugar ao inte- resse e a mesquinharia. 0 sentido das medidas tomadas pelos primei- ros apostolos foi paulatinamente sendo distorcido. 0 importante car go de diacono instituido por Pedro, transformou-se num valioso meio de se alcancar prestigio a ser uti- lizado para fins nem sempre mui to cristaos. A rivaiidade cx&agja. entre os bispos das diferentes re^ gioes. os quais dTspendiam preclo- sas~lioras em discussoes estereis sobre pontos de vistas particula- res. totalmente afastados das ne- cessidades da comunidade. O rito semanal que. para os juj: deus. era realizado no sabado, pas- sou ao domingo no seculo II AD. No fim desse seculo ainda era per- mitida a "profotizacao", principal mente para as mulheres, porem em poucc tempo tal pratica foi abolida por "produ:ir confusio" no espirilo dos adeptos. ' - * - 1 ■ 1 — 54
  • 2. * * Foi nessa epoca que as cerimo- nias adquiriram as caracteristicas muito proximas das atuais "misses catolicas". A trindade Egipcia: Osiris. Isis e Horus. passou ao cristianismo jg- 'tno a Santissima Trindade: sao "tambe7rr~egi^clas a adoragao da Mae e do Filho e as ideias sobre o Juizo Final; da Frigia, da Siria, da Tracia vieram outras tantas con- cepgoes que foram mais on menos rapidamente incorporadas ao ritua- lismo "cristao". Era tao grande a semelhanca da missa com o ritual de Mitras que os padres acusavam o diabo de forjar as semelhancas para confundir os homens devotos. Os gregos ji inclusive os pro- prios Tudeus tambem contribuiram. transformando a cerimonia simples e humilde dos primitives cristaos no rosario de oragoes, salmos, an- tifonas, sacrificios e hinos da "missa". 44.5. Organizacao: Heranga Romana A literatura crista do seculo II era tao abundante que cada bispo podia dar-se o luxo de ter prefe- rencia e dar tnterpretagoes parti- culares sobre diversos pontos ba- sicos da doutrina. Comegaram entao, com certa frequencia. a se reunir os bispos. padres e diaconos, constituindo os conselhos eclesiasticos ou sino- dos. No seculo 111 estes__encontros passaram a ser exclusivos dos.bis-., pos, os quais, ao final desse se culo, foram reconhecidos como os arbitros finais da fe catolica. Apos o deglinio de Jerusalem como sede do cristianismo. com o desaparecimento dos apostolos, surgiu um problema de dificil so- lugao que era a determinagao da igreja sucessora da sede mater. Os primeiros "papas" (como eram conhecidos todos _os bispos cristaosl de Roma eram muito pou- co respeitados pelos seus padres que os desafiavam ostensivamente. A se romana foi gradativamente aumentando seu poder pelas ri- quezas materials que comegava a acumular, alem da sua crescente autoridade quanto as questoes das heresias e da fixagao canonica das Escrituras. Os primeiros passos para o en- tenditnenta entre as bispos no sen- tido da unificagao das posicoes religiosas foram: o_primeiro_con- gresso ecumenico. ou seja, univer- "sair~da igreja, convocado em 325 AD por Constantino, o primeiro im- perador romano cristao; a zacao do crislianismo por Teodo- sio em 381 AD e finalmente, em 607, por Bonifacio III, a criacao do Pap a do. _ Assim como diversos povos e suas religioes nao cristas haviam. cada um a seu tempo, contribuido morais que possuia de inicio, tam bem aquela grande fraternidade fragmentou-se em pequenos gru- pos os quais nem sempre estavam em harmonia de opinioes e acoes. Ja no seculo II AD, sabe-se que a moral entre os cristaos nao era. tao cultivada. Um panfleto anonimo da epoca assinado por "0 Pastor de Hermas", acusava o reaparecf- mento entre os cristaos da "ava- reza. da desonestjdade, da b'ebe- e do adulterio". Logo aquela forma simples e objetiva do culto cristao primitivo com diversas particularidades do culto cristao, tambem Roma parti- cipou do processo fornecendo uma das mais importantes caracteristi cas da Igreja: uma vasta e aperfel- goada estrutura de qoverno. , 44.6. Conclusoes A pureza do cristianismo primi tivo pode resistir enquanto a cora- gem e a fe dos seguidores dire- tos do Mestre estavam presentes, e enquanto a perseguigao impla- cavel dos poderosos selecionava os adeptos dentre aqueles que possuiam as qualidades mais puras dos primeiros discipulos. Logo que a palavra "cristao^ Perdeu_as_profundas .impljcac_oes_, I foi assimilando as irracionais pra- ticas das muitas religioes que to- cavam mais grosseiramente os sentidos e que praticamente nada posuiam para o espirito. Perma- neciam ainda ligados uns aos ou- tros, aqueles grupos, agora nao i mais fraternos, mas sim solidarios em torno do objetivo de exercerem poder e dominio sobre a grande massa de simples e ignorantes que constituia a nossa humanidade da epoca. Naquela epoca, como hoje, so ha dois caminhos: ao nos distan :j mos da materla__e__das__i_ronetfel: ;l::i.i ...... 55