3. A Ética Protestante e o Espírito
do Capitalismo
◦Livro de Max Weber, 1930;
◦Weber encontrou muitas conexões entre o
movimento protestante e o capitalismo
moderno;
◦Porém, a tese de Weber produziu alguns
resultados infelizes.
4. O DINHEIRO É BOM
OU RUIM?
Os Puritanos Como Realmente Eram
5. O Dinheiro é Bom ou Ruim?
◦A visão católica medieval dizia que a pobreza é
inerentemente virtuosa;
◦O ponto de partida do pensamento reformado sobre
o dinheiro e os bens era de que essas coisas, em
princípio, eram boas;
◦Os puritanos concordaram com Calvino que “o
dinheiro em si é bom”;
6. “As riquezas são consistentes com a
santidade, e quanto mais um homem
tem, mais condições tem de fazer o
bem, se Deus lhe dá um coração para
isso.” Samuel Willard
7. O Dinheiro é Bom ou Ruim?
◦Ao afirmar as virtudes do dinheiro, os puritanos
acharam necessário defender os aspectos legítimos
do dinheiro contra as suas depreciações;
◦Os puritanos não sentiam culpa com relação a
ganhar dinheiro; ganhar dinheiro era uma forma de
mordomia;
8. O Dinheiro é Bom ou Ruim?
◦Por que os puritanos estavam tão certos de
que o dinheiro era algo bom?
◦Principalmente porque criam que o dinheiro e
riquezas eram presentes de Deus;
◦Os puritanos dissociavam a ideia do mérito
humano.
9. O Dinheiro é Bom ou Ruim?
◦Uma extensão desse pensamento foi a defesa dos
puritanos pela propriedade privada;
◦Entretanto, os puritanos desprezavam aqueles
que confundem a prosperidade exterior com a
verdadeira felicidade.
10. “Assim, pode-se dizer de nossa prosperidade exterior que,
sendo que Deus tem dado tão grande encorajamento,
podemos de boa vontade nos deleitar com os outros nas
coisas que são boas. Mas devemos descobrir que o nosso
abraçar entusiástico da doutrina de Deus e do amor a ela
e o esforço para em boa consciência apreciar a redenção de
Cristo é o que faz nossas vidas alegres, pois isso não pode
por qualquer malícia do homem ou do diabo ser tomado
de nós.” Richard Rogers
12. E Quanto à Pobreza?
◦Se as riquezas são uma bênção de Deus, então a
pobreza deve ser uma maldição e um sinal do
desfavor de Deus – certo?
◦Em primeiro lugar, os puritanos discordavam de que
a santidade é uma garantia de sucesso;
◦O contrário também é verdadeiro: o sucesso não é
sinal de santidade;
13. “A verdadeira santidade é geralmente
acompanhada de perseguição... Os
santos não têm carta de isenção de
provações... Sua piedade não lhe
protegerá dos sofrimentos.” Thomas
Watson
14. E Quanto à Pobreza?
◦A pobreza não é necessariamente algo mau ou
vergonhoso;
◦Os puritanos alegaram que a pobreza pode
muito bem ser o modo de Deus abençoar ou
ensinar espiritualmente uma pessoa;
15. “A pobreza trabalha para o bem dos filhos de
Deus. Ela enfraquece suas cobiças. Ela
aumenta suas graças. “Pobre no mundo, rico
na fé” (Tiago 2.5). A pobreza tende à
oração. Depois que Deus poda as asas de seus
filhos pela pobreza, eles voam velozes ao trono
da graça.” Thomas Watson
16. E Quanto à Pobreza?
◦Os puritanos foram cuidadosos ao se distinguirem
do ensino católico sobre a pobreza como algo
meritório;
◦Eles não idealizaram a pobreza como algo a ser
buscado;
◦Também rejeitaram a ética do descaso, que se
contenta com deixar os pobres permaneceram
pobres.
17. “A pobreza também tem suas tentações...
Pois mesmo os pobres podem angustiar-se
com o amor àquela riqueza e abundância
que nunca alcançam; e podem perecer por
amar demasiadamente o mundo os que
ainda não prosperaram no mundo.”
Richard Baxter
19. Os Perigos da Riqueza
◦Para nossa grande surpresa, os puritanos viram uma
relação inversa entre riqueza e a santidade;
◦As razões por que o dinheiro é perigoso:
◦O dinheiro pode substituir Deus;
◦Instilam confiança no eu em vez de em Deus;
◦Absorve tanto a energia, quanto o tempo de uma pessoa;
◦Gera um apetite que nunca pode satisfazer.
20. “A experiência mostra que é algo fácil em
meio aos negócios seculares perder a vida e o
poder da religião, nada restando disso senão
apenas a forma externa, como se fosse o
cadáver ou a casca, tendo o mundanismo
carcomido o miolo, tendo consumido a própria
alma e a vida da santidade.” Richard
Mather
21. Os Perigos da Riqueza
◦Se o dinheiro é tão perigoso assim, não deveria uma
pessoa simplesmente evitá-lo?
◦O antídoto aos pecados que a riqueza pode trazer é
desobstruir-se da devoção à riqueza;
◦Em suma, o meio de evitar os perigos do dinheiro é
colocar em primeiro lugar as primeiras coisas.
22. “No comércio, na agricultura ou em qualquer
outro empreendimento lucrativo, estamos
acostumados a dizer de um homem que ficou rico
que ele fez uso do seu tempo; mas quando o céu e
a comunhão com Deus no dia a dia, e uma vida
santa e o conforto de uma morte cheia de gozo
estão em vista, com que alegria se deveria remir o
tempo para estas coisas?” Richard Baxter
24. Quanto é o Bastante?
◦Para os puritanos, a questão crucial não era o valor
da renda de uma pessoa, mas quanto era gasto
consigo mesmo;
◦Devemos buscar o contentamento em nossa
condição atual;
◦A moderação como objetivo;
25. Quanto é o Bastante?
◦Inimigos da moderação:
◦A ganância pela riqueza;
◦Os “vícios da riqueza”:
◦Comer em excesso;
◦Gastos excessivos com esportes e recreação;
◦Prédios suntuosos desnecessários.
26. Quanto é o Bastante?
◦Chaves para viver moderadamente:
◦Estar contente com um estilo de vida moderado;
◦A habilidade de voluntariamente definir limites a nossos
gastos;
◦Pôr riqueza e bens na perspectiva de que o espiritual e o
eterno são mais dignos de nosso tempo e atenção que o
físico e o temporal.
27. PARA QUE É O
DINHEIRO?
Os Puritanos Como Realmente Eram
28. Para Que é o Dinheiro?
◦É um bem social, não uma propriedade privada;
◦Quais são os fins ou as utilidades do dinheiro?
Os puritanos podem falar sobre si sobre o
assunto:
29. Para Que é o Dinheiro?
◦“As riquezas podem nos capacitar a aliviar nossos irmãos
carentes e promover boas obras para a igreja e para o
Estado.”
◦“Dinheiro existe para a glória de Deus e o bem dos outros.”
◦“Os filhos de Deus buscam o uso espiritual daquelas coisas
que as pessoas do mundo usam carnalmente.”
30. Para Que é o Dinheiro?
◦A perspectiva puritana originava-se de uma firme
convicção de que as pessoas são mordomos do
que Deus lhes confiou;
◦Esta teoria da mordomia fornece um teste
seguro sobre se as pessoas estão gastando seu
dinheiro bem ou pobremente.
31. “Se você desejou riquezas apenas para o serviço do
seu Senhor e as tem usado para Ele, e pode
verdadeiramente dar este testemunho de que as dispôs
não para o prazer ou o orgulho desnecessários da
carne, mas para suprir a si mesmo, sua família e a
outros para o serviço de Deus..., de acordo com a
vontade dEle, e para uso dEle, então deve esperar a
recompensa de servo bom e fiel.” Richard Baxter
33. Crítica Puritana das Atitudes
Modernas
◦Crítica Puritana da ética do sucesso;
◦Crítica Puritana da pessoa autorrealizada;
◦Crítica Puritana da moderna ética dos negócios;
◦Crítica Puritana da filosofia da “vida simples”;
◦Crítica Puritana do socialismo.
Notas do Editor
Esse foi um dos livros mais influentes e controversos do nosso século, o nome do livro é A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo – Cia das Letras. Max Weber diz que o aparecimento do comércio da classe média ocorreu principalmente entre os protestantes.
A crença de servia a Deus em seu chamado pessoal secular, uma tendência de viver vidas disciplinadas, ênfase no trabalho árduo e uma boa consciência referente ao ganho de dinheiro.
Os protestantes passaram a carregar a imagem de ter colocado o lucro como o grande objetivo da vida, de terem acumulado riquezas e de terem aprovado todo o tipo de competição nos negócios. A conclusão é que a tese de Weber era uma boa ideia que acabou pervertendo seriamente a verdade.
Lembram dos monges no período medieval? Eles faziam voto de pobreza, por causa desse tipo de pensamento. Os reformadores não viam dessa forma, inclusive Lutero, monge, ele não pensava dessa forma.
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Nos nossos dias, além disso, ele é necessário. O problema está na maneira de pensar sobre o dinheiro, no que fazer com ele.
Existem pregações puritanas especificamente nesse assunto no qual eles afirmam que a posse de bens, por exemplo, deve ser vista como bênção de Deus quando essas forem bem usadas, que amontoar tesouros não é simplesmente proibido, mas que a Palavra permite em um certo sentido.
Richard Baxter disse: “Se Deus lhe mostrar um meio pelo qual possa legalmente ganhar mais do que por outro meio (sem prejuízo à sua alma, ou à qualquer outra), se você o recusa e escolhe o meio menos lucrativo, você cruza uma fronteira do seu chamado e recusa-se a ser o mordomo de Deus”.
Como seria se as grandes riquezas estivessem nas mãos dos verdadeiros cristãos nesse mundo? Exemplo do Francis Chan.
A propriedade privada se fundamenta não apenas do direito humano mas também no direito natural e divino. Tem uma história sobre um puritano chamado John Hull, foi um dos primeiros príncipes mercantes dos EUA, ele certa vez perdeu seus navios para os holandeses, então encontrou consolo na providência de Deus, disse assim: “A perda do meu patrimônio não será nada, se agradar ao Senhor aproximar de Si minha alma e desprendê-la dos confortos da criatura”. Mais tarde ele teve seus cavalos roubados, John Hull reagiu na perspectiva da posse privada disse que “o faria saber que são, pela boa providência de Deus, meus.”
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Errado, segundo os puritanos.
Inclusive eles afirmavam que a verdadeira santidade é geralmente acompanhada de perseguição.
Se as riquezas não são evidências do amor de Deus, assim também a pobreza não é sinal da sua raiva ou ódio.
Eles diziam que a pobreza várias vezes é enviada por Deus aos santos, ou como correção, ou provação ou ambos.
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Eles denunciaram os votos de pobreza dos monges dizendo que era loucura, superstição, tentando alcançar méritos diante de Deus.
Eles julgaram que a pobreza não é um meio seguro de se evitar a tentação.
O homem rico deve confortar o pobre pela liberalidade. Eles diziam que Deus ao enviar riquezas, também enviaria homens pobres para serem ajudados por ela.
Em vez de considerar o sucesso sempre como um sinal de aprovação de Deus ou da sua própria virtude, os puritanos estavam muito mais dispostos a olhar a prosperidade como uma tentação.
Não, eles diziam que não devemos jogar fora a bolsa, mas a cobiça.
Baxter dizia que devemos deixar as coisas terrenas como trajes externos, mas Deus e a sua glória junto do coração.
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O ideal é a moderação. “O estado médio preserva-nos do esquecimento de Deus, da ausência da religião e da impureza.”
Isso deveria ser buscado para evitar a cobiça.
Devemos ser habilidosos em voluntariamente definir limites a nossos gastos. Perkins escreveu: “O homem pode de boa consciência desejar e buscar bens necessários, mas não deve desejar e buscar bens mais do que necessários, pois, se o faz, peca.”
Sua principal finalidade é o bem-estar de todos na sociedade, não o prazer pessoal da pessoa.
A convicção de que a prosperidade material é o valor máximo na vida e que o valor de uma pessoa pode ser medido por padrões materiais e sociais.
Uma pessoa realizada é aquela que ficou rica e famosa através dos seus próprios esforços. Ética puritana era a ética da graça, prosperidade é dom de Deus.
Como o objetivo dos negócios é o lucro, então todo tipo de competição ou prática de venda é aceitável desde que seja legal. Os puritanos não concordariam com isso, eles viam o trabalho como um serviço à sociedade.
O materialismo moderno também criou aquelas pessoas que veem a riqueza e os bens como inerentemente corrompidos, por mais que os puritanos se aproximem mais disso do que a aprovação do acumulo de bens, eles certamente não concordariam com isso. Eles eram contra as condenações generalizadas de pessoas com um padrão de vida mais elevado que outras.
William Ames escreveu: “Propriedade e diferenças na quantidade de bens são ordenanças de Deus e aprovadas por Ele”.