As Cruzadas foram uma série de expedições militares organizadas pela Igreja Católica entre os séculos XI e XIII com o objetivo de reconquistar a Terra Santa dos muçulmanos, além de defender o Império Bizantino e unir a cristandade sob a liderança do papado. Apesar dos motivos religiosos, as Cruzadas também tinham interesses econômicos e políticos. Os resultados foram pouco duradouros e em alguns casos trágicos.
2. “Eu digo aos presentes e
ordeno que seja dito aos
ausentes. Cristo está
mandando. Todos os que
forem e lá perderem a
vida, no caminho por
terra ou mar, ou na luta
contra os pagãos, terão
perdão imediato dos seus
pecados. Isso eu concedo a
todos os que marcharem,
em virtude do grande dom
que Deus me tem dado.
3. Durante vários séculos, a Europa
ocidental derramou seu fervor e seu
sangue em uma série de expedições
cujos resultados foram, nos melhores
casos, de pouca duração; nos piores
casos, trágicos.
4. O objetivo era derrotar os
muçulmanos que ameaçavam
Constantinopla, salvar o Império do
Oriente, unir de novo a cristandade,
reconquistar a Terra Santa, e em tudo
isso ganhar o céu.
6. Apesar de terem interesses econômicos ou
políticos, o motivo primeiro das Cruzadas era
religioso;
Razões econômicas levaram muitos a se unir aos
esforços cristãos para expulsar os muçulmanos;
Muitos nobres e cavaleiros feudais se uniram as
Cruzadas pelo simples prazer da aventura
militar, santificada pela Igreja Romana;
Ainda outros, se uniram às Cruzadas para fugir
da rotina da vida ou de penas de crimes.
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10. O feudalismo se enfraqueceu;
Reis puderam concentrar o controle;
O papado teve aumentado o seu
prestígio durante as Cruzadas;
O Reino do Oriente se enfraqueceu e
acabou caindo em 1453;
Surgimento de ordens militares;
11. A persuasão substituiu a força como
técnica de negociação com os
muçulmanos;
Cidades italianas começaram a
comercializar com o Oriente Próximo;
Também, a vida intelectual sofreu o
impacto das cruzadas.
Notas do Editor
Se esse último propósito foi alcançado, não cabe a nós decidir, Deus é quem sabe. Todos os demais foram concretizados, mas nenhum deles de maneira permanente.
Os muçulmanos derrotados no início por estarem divididos entre si, mais tarde se uniriam e expulsariam os cruzados.
Constantinopla continua existindo até o século XV, quando cai para os turcos otomanos.
As igrejas do ocidente e oriente se uniram por um tempo, mas essa união forçada resultaria em ódio ainda maior dos gregos pelos latinos.
A terra santa esteve nas mãos dos cristãos por um século aproximadamente, depois disso cai para os muçulmanos.
Desde o século 4, as peregrinações até a Terra Santa se tornam cada vez mais populares.
O costume de visitar o túmulo dos mártires no aniversário de suas mortes.
Iam até a Terra Santa ou Roma para ver os restos mortais de Pedro e Paulo.
A mãe de Constantino, inclusive disse que achou os restos da cruz de Cristo, “Vera Cruz”.
Os pais da igreja que estudamos sempre foram contra essas peregrinações.
Mas, na idade média essas peregrinações estavam cada vez mais populares.
Não demorou muito para se tornarem uma forma de penitência.
Quando os árabes tomaram os lugares sagrados do cristianismo, algumas pessoas temeram que essas peregrinações acabariam. Mas os governos árabes na grande maioria eram pacíficos com os peregrinos cristãos, o maior problema era os piratas saqueadores.
Só que no século 11 isso muda. Um grande império turco surge em Bagdá, esses turcos querem invadir Constantinopla e começam o seu plano conquistando primeiro os lugares sagrados do cristianismo. Esses turcos se dividiram em diversos grupos.
A viagem passa a se tornar difícil e insegura, muitos não regressavam da peregrinação, isso trouxe um certo ar de martírio e muitos ficam decepcionados quando conseguiam voltar, por outro lado surge grupos de peregrinos armados que viajavam prontos para se defender, esse é o início do espírito das cruzadas.
2) Uma mistura do conceito de guerra santa com o contexto das peregrinações cria o conceito das cruzadas.
Na igreja antiga haviam muitas dúvidas se um cristão podia ser um soldado, na época de Constantino essa dúvida parece ter sido desfeita e muitos cristãos entram para as legiões romanas.
Eusébio relata as guerras de Constantino como sendo ordenadas por Deus. Depois Agostinho desenvolve a teoria da guerra justa. As conquistas de Carlos Magno(800) receberam aval papal.
Existem relatos do papa Leão 9 marchando à frente das tropas quando a Espanha tentava expulsar os mouros.
Recuperar os lugares sagrados
A fome era comum nesse período na Europa Ocidental, muitas pessoas viram nas cruzadas uma oportunidade para saquear os locais conquistados ou estabelecer feudos.
Pedro o Ermitão. Um dos maiores pregadores das cruzadas.
Contexto: Fome – tristeza – pestes (ardentes) – O oriente pedindo socorro contra os turcos
Junta com o discurso de Urbano, dando indulgência para todo aquele que participasse das cruzadas, isso logo virou uma praga que se alastrou, o papa pensou que apenas os nobres e seus pequenos exércitos participariam, mas antes mesmo de terminar o discurso diz que o povo em geram gritava “Deus o quer”, “Deus o quer”.
Nisso teve gente tendo visões da Nova Jerusalém que descia do céu, pessoas que diziam ter recebido uma cruz no ombro que indicava que deveriam participar.
O resultado é que a galera saiu sem organização nenhuma para a primeira cruzada, sem preparo militar, sem tática nada.
Os primeiros foram massacrados pelos turcos ou feitos prisioneiros e vendidos como escravos.
Depois saiu a primeira cruzada organizada por nobres da França, da Bélgica e da Itália. Esses conseguiram tomar Nicéia, Antioquia em 1098, e em 15 de julho de 1099 Jerusalém. Os templários aqui ficaram encarregados de manter a segurança, socorrer os peregrinos e combater os muçulmanos.
Em 1146, Bernardo de Claraval promoveu a pregação para a segunda cruzada, devido uma suposta ameaça muçulmana contra Jerusalém, essa segunda cruzada fracassa e Jerusalém é reconquistada pelos muçulmanos em 1187.
A terceira cruzada, conhecida como cruzada dos Reis, liderada por Filipe Augusto da França, Ricardo da Inglaterra e pelo Imperador Frederico. Frederico morre afogado no caminho para a Palestina, Ricardo e Filipe brigam e Filipe abandona a cruzada, Ricardo continua, não consegue reconquistar Jerusalém, mas faz um acordo para que os peregrinos possam entrar novamente em Jerusalém.
A quarta cruzada nasce no discurso de reparar o fracasso da terceira, tinha objetivo de conquistar o Egito e estabelecer uma base de operações contra a Palestina. Nessa cruzada há a captura de Constantinopla em 13 de abril de 1204, depois de 150 anos de independência religiosa, isso acabou por colocar a igreja grega debaixo da autoridade papal, essa união acbou gerando uma aversão ainda maior entre os cristãos latinos e gregos.
Conta-se sobre uma cruzada das crianças de 1212. Um grupo francês, liderado por Estevão, com 12 anos, foi a Roma, e mais um grupo alemão, saíram em uma cruzada, essas crianças foram mortas em batalha, de fome e o restante tomada como escravos.
Muitos cavaleiros e nobres que saíram com os cruzados jamais voltaram e porque muitos venderam suas terras para financiar as cruzadas.
Com o enfraquecimento dos feudos houve o fortalecimento da nação-estado, controle concentrado em um monarca, isso era muito importante para a segurança e os negócios.
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Com a tomada de Constantinopla pelo reino latino isso enfraqueceu o reino do oriente que acabou caindo por completo em 1453.
Eram ordens monásticas com os mesmos votos de pobreza, obediência e castidade, mas dedicavam-se a guerra. Surgem os templários, os hospitalários.
Com o fim das cruzadas muitas dessas ordens militares passaram a fazer intrigas políticas na Europa, por conta disso e porque tinham muitas riquezas, vários reis acabam com essas ordens e confiscam seus bens.
Pessoas passaram a aprender árabe e a cultura daquele povo, alguns faziam isso com objetivo missionário, outros apenas comerciais.
Isso ocorre logo após a primeira cruzada, negociavam principalmente os artigos de luxo do Oriente, tecidos, temperos, perfumes. Quando as pessoas retornavam do Oriente elas queriam comprar os produtos que viram lá.
Os escolásticos começaram a estudar a filosofia, a ciência e a literatura árabe.