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Profº José Ferreira Júnior
Final do século V, as invasões germânicas
promoveram divisões do território antes
dominado por Roma.
A Igreja também foi afetada por esse
quadro de transformações; contudo,
sofreu seus efeitos em menor grau, tendo
absorvido alguns importantes elementos
da estrutura do Império, como a
administração centralizada e baseada na
autoridade do líder.
No final do século VI teve início o papado
de Gregório Magno, momento importante
da consolidação da Igreja.
O poder papal impôs-se para além da
Itália ou mesmo da Europa, exigindo a
subordinação dos patriarcas do Império
Bizantino. Isso se verificou até o ano de
1054, quando ocorreu o Cisma do Oriente.
 Em meados do século VIII, o rei franco,
depois de conquistar territórios sob domínio
dos lombardos na península Itálica, doou-os
ao papa, junto com o ducado de Roma,
constituindo assim o Patrimônio de São
Pedro, que daria origem aos territórios da
Igreja.
 A aliança entre o Império Carolíngio e a Igreja
foi decisiva para a história do continente
europeu nos séculos seguintes, em que o
cristianismo foi aos poucos se impondo
diante das religiões ditas pagãs.
Depois da morte de Santo Agostinho, não
se desenvolveu nenhuma corrente de
pensamento tão bem definida como a
patrística, nem surgiu alguém cuja
importância intelectual pudesse ser
comparada à do bispo de Hipona.
Entretanto, formularam-se algumas
doutrinas filosóficas interessantes, que
merecem nossa atenção.
A providência é a
própria razão
divina que,
constituída como
supremo princípio
de tudo, dispõe
todas as coisas.
 A principal característica de sua obra é seu
apego à filosofia antiga muito mais que à fé
cristã.
 O amor do filósofo pelo pensamento grego se
evidencia, por exemplo, em seu prolongado
empenho em traduzir várias obras de Platão
e Aristóteles, para o latim.
 Dedicou-se às ciências e às artes, tendo
redigido tratados sobre matemática, física,
geometria e música.
Segundo Boécio, a amizade é uma
experiência sagrada, ou seja, tem valor
semelhante ao das coisas divinas e, por
isso, deve ser cultivada com o mesmo zelo
destinado aos assuntos religiosos.
Sobre a natureza de Deus, ele afirmava
que a essência divina é o bem.
O homem feliz é aquele que tem a
presença de Deus em sua vida, pois Ele é
o bem supremo.
Boécio ensinava que o homem passava
a compartilhar a essência de Deus por
meio da participação da natureza divina.
Em outras palavras, uma pessoa feliz é,
de certa forma, como um deus.
Demonstrou que o mal é o nada.
Deus não pode fazer o mal, porque é
infinitamente bom.
No entanto, Deus pode fazer qualquer
coisa, pois é todo-poderoso.
Por isso, a conclusão é de que o mal
não tem existência nenhuma.
Caso contrário, isso seria uma
contradição das características
essenciais da divindade.
Que significa lidar com a
filosofia senão expor as
regras da verdadeira
religião, por meio das
quais a suma e principal
causa de todas as
coisas, isto é, Deus, é
humildemente adorada e
racionalmente
investigada?
Dedicou sua vida à religião cristã e ao
exercício da filosofia.
Seu pensamento se caracteriza sobretudo
pelo modo como valoriza a razão diante
da fé.
Segundo ele, a verdade se origina de duas
fontes distintas: a razão e a revelação.
 A RAZÃO é o alicerce e o guia que deve
conduzir todo o desenvolvimento das
reflexões filosóficas.
 A REVELAÇÃO é o alicerce da religião; a
verdade que se mostra por meio dela deve
ser aceita pelo homem por intermédio da fé.
 Afirmava que a verdade deve ser única, isto
é, não pode haver duas verdades
simultaneamente válidas a respeito de um
mesmo fenômeno, experiência ou crença.
 Por isso, é impossível que a razão e a
revelação estejam em conflito.
 No entanto, há situações em que uma
verdade parece contradizer a outra, levando
a conclusões opostas.
 Isso deve ser encarado como oposição
apenas aparente, e a solução deve ser
encontrada com o recurso à razão.
 Em outras palavras, a razão deve prevalecer
sobre a fé sempre que haja um impasse
entre as duas.
Predestinação X Livre-arbítrio.
Para Erígena o livre-arbítrio é o elemento
mais importante entre os que determinam
a conduta humana.
 As reflexões filosóficas produzidas durante a
Idade Média tiveram como pano de fundo a
doutrina do cristianismo.
 Entretanto, a Idade Média produziu algumas
correntes de pensamento independentes da
fé cristã que devem ser mencionadas.
 Essas escolas filosóficas mantêm pelo
menos um ponto em comum com a filosofia
cristã: o fato de se inspirarem também em
doutrinas religiosas – o islamismo e o
judaismo.
De forma semelhante ao que aconteceu
no cristianismo, os adeptos do islamismo
se depararam com o problema de conciliar
a razão e a fé.
Para resolver isso, diversos pensadores
se empenharam na elaboração de uma
filosofia própria, que fosse além dos puros
ensinamentos dos líderes religiosos
islâmicos.
 As reflexões que constituíam o pensamento
mulçumano dessa época se fundamentavam
no conhecimento científico que o islamismo
acumulou ao entrar em contato com as
diversas culturas.
 Na filosofia, a maior influência proveio das
obras de Aristóteles, o que acarretou um fato
de grande importância na história da filosofia
medieval, pois as traduções de seus textos
para o árabe serviram como meio de
apresentação das idéias aristotélicas aos
pensadores da Europa cristã.
Entre os pensadores islâmicos,
estudaremos Avicena e Averróis.
Do lado judaico, falaremos de
Maimônides.
O ser é testemunha
de si enquanto ser,
e ele mesmo, em
razão disso,
testemunha tudo o
que vem a ter
existência depois
dele.
 Ibn Siná, conhecido no Ocidente como
Avicena, passou sua vida na Pérsia, atual Irã,
no Oriente Médio.
 Ainda criança, ganhou fama graças à sua
memória prodigiosa; era capaz de decorar
extensos poemas e textos religiosos inteiros.
 Seu pai, diante das potencialidades
demonstradas pelo jovem, providenciou que
ele recebesse uma educação ampla, em
ciências e em doutrina religiosa.
O jovem Avicena superou as expectativas
do pai e dos mestres.
Dominava conhecimentos em medicina,
lógica, teologia, geometria e astronomia.
Aos 21 anos, já tinha sólida reputação
como médico, profissão que exerceu em
muitas cidades para onde viajou.
A principal contribuição de Avicena para o
pensamento medieval é sua doutrina
sobre essências e existência.
 ESSÊNCIA descreve o que determinado ser
é; designa aquilo que define uma coisa, um
ser vivo ou um elemento da natureza.
 Um ser pode apresentar diversas
características particulares que não fazem
parte da sua essência ou, vendo de outra
forma, coisas ou indivíduos bastante distintos
entre si podem compartilhar a mesma
essência.
 Exemplo: os felinos.
 EXISTÊNCIA designa a presença de um ser
concreto, como pessoas, seres ou elementos
da natureza e objetos produzidos pelo ser
humano.
 Essa “presença” deve ser entendida como
“ser perceptível pela consciência”: um ser
existente pode ser captado pelo intelecto por
meio dos cinco sentidos (no caso dos seres
materiais), da inteligência (no caso das
idéias, do conhecimento e da memória das
coisas) ou da autoconsciência.
Segundo Avicena, essência e existência,
embora ligadas de maneira íntima, são
categorias que devem ser estudadas
separadamente.
Na prática, para ele as essências são
como possibilidades, no sentido de que
podem vir a definir um objeto concreto que
se apresenta na realidade, que existe.
 A essência não é uma
“substância”
impregnada nos seres
em geral, nem uma
entidade imaterial
com existência
própria.
 A essência não é o
elemento suficiente
para fazer com que
algo exista.
Haveria infinitas essências possíveis, mas
os seres somente teriam existência se
algo ou alguém agisse no sentido de fazer
com que uma essência se manifestasse
na realidade.
“Tudo que existe, existe por necessidade,
e essa necessidade é Deus”.
Na origem de tudo que existe, está Deus,
o criador de todas as coisas.
Somente em Deus, Ser infinito, onipotente
e eterno, essência e existência estariam
unidas, porque Ele não tem origem ou,
dizendo de outra forma, Ele é a origem de
si mesmo.
Não se poderá
render a Deus um
culto melhor do que
aquele que consiste
em conhecer suas
obras e que leva ao
conhecimento do
próprio Deus.
Nascido em Córdoba, na antiga Espanha
sob o domínio muçulmano, Abu al-Walid
ibn Ruschd, ou Averróis, descendia de
uma respeitada família de juristas.
Estudou medicina, teologia e, em filosofia,
conheceu com profundidade as idéias dos
pensadores islâmicos e as obras dos
filósofos da Antiguidade grega,
especialmente Platão e Aristóteles.
Trabalhou como médico particular do
califa, de quem angariou a simpatia, e
posteriormente veio a ocupar em Córdoba
o cargo de juiz, cujas funções incluíam,
além de ministrar a justiça, uma
significativa parcela de poder de governo
sobre a cidade.
Averróis foi um seguidor de Aristóteles, de
cuja obra foi um dos maiores
comentaristas.
Escreveu diversos livros, deixando textos
variados sobre física, medicina,
astronomia, direito, filosofia e teologia.
Tendo se destacado nas funções públicas
que ocupou, Averróis também se
notabilizou pela firme coerência entre o
que pensava e o que acreditava ser
melhor para a gestão dos assuntos
sociais.
 Os tratados de Averróis e o seu comentário à
República de Platão mostram a unidade
essencial que havia entre sua atitude e suas
opiniões, revelando de que modo procurou
harmonizar a lei islâmica à filosofia.
 Para Averróis só existe uma verdade, e ela é
atingida por meio da aceitação e da
compreensão da lei religiosa, profeticamente
revelada por Maomé e designada pela
palavra árabe xariá.
 Se pudéssemos falar sobre “verdades”
distintas para efeito de estudo, a verdade
científica, a do senso comum e sobretudo a
filosófica coincidiriam perfeitamente com a
verdade religiosa que Deus comunica aos
seres humanos por intermédio de seus
profetas.
 Averróis acreditava que a filosofia deveria
servir como um importante instrumento para
que o povo islâmico vivesse de acordo com
os preceitos da xariá e iluminado por sua
verdade.
A partir da classificação aristotélica do
conhecimento humano em ciências
teóricas, técnicas e práticas, Averróis
constatou que a xariá levava todas à
perfeição.
Afirmou, por isso, que a religião se destina
a todas as classes, sem exceção do
filósofo.
Ao insistir nas prerrogativas dos
metafísicos para interpretar, como dever
atribuído por Deus, as doutrinas da
religião na forma de crenças e convicções
corretas, Averróis admitiu que a xariá
contém ensinamentos que ultrapassam o
entendimento humano, mas que devem
ser aceitos por todas as pessoas, por se
tratar de verdades que procedem da
revelação divina.
Segundo o pensador, tal como o povo em
geral, os administradores, os líderes
religiosos e os teólogos, os filósofos
acham-se definitivamente sujeitos à lei
religiosa.
A principal atividade a que o filósofo pode
se dedicar é a de refletir sobre a xariá
utilizando os métodos filosóficos de
interpretação, sob as regras da lógica
aristotélica.
 Averróis afirma que o método tradicional de
interpretação da lei divina, a discussão
retórica e dialética realizada pelos teólogos
muçulmanos, não poderia revelar o
verdadeiro espírito das normas estabelecidas
por Deus para a religião e o comportamento
humano.
 Para o povo em geral, as metáforas e regras
tal como expostas no Alcorão devem ser
seguidas porque representam a lei divina de
forma fiel e correta.
 Averróis afirma que uma das principais
finalidades do islamismo é a felicidade, que
pode e deve ser alcançado pela obediência à
xariá.
 Segundo ele, a meta da filosofia é a mesma,
sendo essa a verdadeira companheira da lei
religiosa, como uma irmã adotiva.
 A felicidade se traduz no estabelecimento de
uma sociedade justa e com as necessidades
materiais atendidas.
 Para Averróis, fazer com que as mulheres
sejam destinadas apenas a gerar e criar
filhos é danoso à economia e um dos
elementos responsáveis pela existência da
pobreza.
 Averróis não podia, entretanto, sustentar e
divulgar livremente suas idéias, pois elas se
opunham ao pensamento e às intenções de
teólogos e outros líderes muçulmanos, que
chegaram mesmo a incitar a população
contra o filósofo.
Creio que o verdadeiro
modo, o método
demonstrativo que
elimina a dúvida,
consiste em
estabelecer a
existência de Deus, a
sua unidade e a sua
corporeidade de acordo
com o procedimento
dos filósofos.
Nascido em Córdoba, Moshe Ibn-Maymon,
ou Maimônides, pertencia a uma família
culta e respeitada pela comunidade local.
Ainda criança, já impressionava seus
mestres por sua inteligência.
A cidade era governada por muçulmanos
que toleravam os cidadãos que tivessem
outras crenças.
 Em 1148, no entanto, a região foi dominada
pela fanática seita dos almôadas. Intolerante,
esse grupo permitia apenas duas opções
para as pessoas de credos diferentes:
• Converter-se à fé islâmica; ou
• Abandonar a região.
 Durante alguns anos, sua família praticou o
judaísmo de forma oculta, dentro de casa,
vestindo-se e comportando-se em público
como muçulmanos.
Quando isto se tornou impraticável, a
família foi viver em Fez, no atual
Marrocos.
Posteriormente, mudaram-se para a
Palestina e, finalmente, para uma cidade
próxima ao Cairo, no Egito, onde o pai de
Maimônides morreu e ele teve de trabalhar
como médico para sustentar a família.
Maimônides viveu o resto da vida,
dedicando aos estudos talmúdicos e
filosóficos e ao exercício da medicina, em
que se distinguiu, sendo designado
médico do sultão Saladino.
Faleceu no Egito e foi enterrado em
Tiberíade, na Palestina. Seu túmulo
tornou-se lugar de peregrinação para os
judeus.
 Procurou conciliar os princípios religiosos
com os conhecimentos e os métodos
proporcionados pela filosofia, tendo exercido
grande influência tanto no meio judaico como
fora dele.
 A sua obra é vasta. No campo religioso, são
notáveis seus comentários sobre a Michná, a
codificação mais antiga das leis orais do
judaísmo registrada depois dos textos
bíblicos, e sobre o Talmude, que reúne
interpretações teológicas e anotações sobre
a Michná.
O maior tratado filosófico de Maimônides
foi escrito originalmente em árabe; é o
Dalalat al-hairin (Guia dos Perplexos), no
qual o filósofo trabalhou durante quinze
anos a partir de 1176.
Nesse tratado, ele propõe a concordância
entre fé e razão e a necessidade de
compatibilizar a religião com a filosofia e a
ciência, o que despertou divergências
entre os judeus ortodoxos
O que nós cremos
pela fé sobre a
natureza divina e as
pessoas da mesma,
exceto a encarnação,
pode ser demonstrado
com razões
necessárias, sem se
recorrer à autoridade
das Escrituras.
 Filósofo e Teólogo, Anselmo nasceu em
Aosta, no norte da Itália.
 Tornou-se monge beneditino e foi arcebispo
de Cantuária, na Iglaterra, embora tenha
passado parte dos anos posteriores no exílio,
devido a disputas políticas entre o poder civil
e a Igreja.
 Defendeu com firmeza os direitos da Igreja e,
em teologia, os direitos da razão, que ele via
como base, e não como ameaça à verdadeira
fé.
 De maneira semelhante a Santo Agostinho,
“creio para compreender” era o lema de
Santo Anselmo.
 Entendia que, pra atingir o conhecimento, era
preciso partir da revelação divina, da fé, e
não da razão; em seguida se poderia
penetrar a fé mediante a razão.
 Sua notoriedade se deve principalmente à
proposição do argumento ontológico da
existência de Deus.
 Até então, essa afirmação era sustentada
filosoficamente por meio de argumentos que
lançavam mão da autoridade dos apóstolos e
dos representantes da comunidade cristã,
geração após geração.
 Santo Anselmo mudou a maneira de abordar
o tema ao oferecer o que ele definia como
uma demonstração racional e lógica da
existência de Deus, sem precisar que
houvesse testemunhos sobre a revelação
divina.
 De modo sumário, sua prova é a seguinte:
em primeiro lugar, é preciso aceitar a idéia de
que há diferentes “graus de perfeição” entre
os seres representados em nossa mente e os
existentes na realidade.
 Assim, o ser existente na realidade é “mais
perfeito” que um ser que existe apenas em
nosso intelecto, ou é “mais perfeito” que a
representação que temos dele em nossa
mente.
 Apliquemos o mesmo raciocínio à divindade.
 Podemos representar mentalmente a idéia de
um ser infinito, todo-poderoso, eterno,
onisciente, absolutamente perfeito – estes
são os principais atributos de Deus. Esse ser
necessariamente é o mais perfeito entre
todos os que podem ser imaginados, isto é,
não pode haver nenhum ser mais perfeito
que este, por princípio.
 No entanto, se ele é o ser de mais alto grau
de perfeição possível, ele necessariamente
tem de existir na realidade; caso contrário,
chegaríamos a uma contradição.
 Afinal, algo, para ser absolutamente perfeito,
tem de existir tanto como representação
intelectual quanto na realidade; se não fosse
assim, simplesmente não conseguiríamos
pensar num ser totalmente perfeito.
Por isso, Deus tem de existir, porque a
razão obedece à lógica argumentativa.
CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia.
Editora Ática: São Paulo, 2006.

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A filosofia medieval e o diálogo entre razão e fé

  • 2. Final do século V, as invasões germânicas promoveram divisões do território antes dominado por Roma. A Igreja também foi afetada por esse quadro de transformações; contudo, sofreu seus efeitos em menor grau, tendo absorvido alguns importantes elementos da estrutura do Império, como a administração centralizada e baseada na autoridade do líder.
  • 3. No final do século VI teve início o papado de Gregório Magno, momento importante da consolidação da Igreja. O poder papal impôs-se para além da Itália ou mesmo da Europa, exigindo a subordinação dos patriarcas do Império Bizantino. Isso se verificou até o ano de 1054, quando ocorreu o Cisma do Oriente.
  • 4.  Em meados do século VIII, o rei franco, depois de conquistar territórios sob domínio dos lombardos na península Itálica, doou-os ao papa, junto com o ducado de Roma, constituindo assim o Patrimônio de São Pedro, que daria origem aos territórios da Igreja.  A aliança entre o Império Carolíngio e a Igreja foi decisiva para a história do continente europeu nos séculos seguintes, em que o cristianismo foi aos poucos se impondo diante das religiões ditas pagãs.
  • 5. Depois da morte de Santo Agostinho, não se desenvolveu nenhuma corrente de pensamento tão bem definida como a patrística, nem surgiu alguém cuja importância intelectual pudesse ser comparada à do bispo de Hipona. Entretanto, formularam-se algumas doutrinas filosóficas interessantes, que merecem nossa atenção.
  • 6. A providência é a própria razão divina que, constituída como supremo princípio de tudo, dispõe todas as coisas.
  • 7.  A principal característica de sua obra é seu apego à filosofia antiga muito mais que à fé cristã.  O amor do filósofo pelo pensamento grego se evidencia, por exemplo, em seu prolongado empenho em traduzir várias obras de Platão e Aristóteles, para o latim.  Dedicou-se às ciências e às artes, tendo redigido tratados sobre matemática, física, geometria e música.
  • 8. Segundo Boécio, a amizade é uma experiência sagrada, ou seja, tem valor semelhante ao das coisas divinas e, por isso, deve ser cultivada com o mesmo zelo destinado aos assuntos religiosos. Sobre a natureza de Deus, ele afirmava que a essência divina é o bem. O homem feliz é aquele que tem a presença de Deus em sua vida, pois Ele é o bem supremo.
  • 9. Boécio ensinava que o homem passava a compartilhar a essência de Deus por meio da participação da natureza divina. Em outras palavras, uma pessoa feliz é, de certa forma, como um deus. Demonstrou que o mal é o nada. Deus não pode fazer o mal, porque é infinitamente bom.
  • 10. No entanto, Deus pode fazer qualquer coisa, pois é todo-poderoso. Por isso, a conclusão é de que o mal não tem existência nenhuma. Caso contrário, isso seria uma contradição das características essenciais da divindade.
  • 11. Que significa lidar com a filosofia senão expor as regras da verdadeira religião, por meio das quais a suma e principal causa de todas as coisas, isto é, Deus, é humildemente adorada e racionalmente investigada?
  • 12. Dedicou sua vida à religião cristã e ao exercício da filosofia. Seu pensamento se caracteriza sobretudo pelo modo como valoriza a razão diante da fé. Segundo ele, a verdade se origina de duas fontes distintas: a razão e a revelação.
  • 13.  A RAZÃO é o alicerce e o guia que deve conduzir todo o desenvolvimento das reflexões filosóficas.  A REVELAÇÃO é o alicerce da religião; a verdade que se mostra por meio dela deve ser aceita pelo homem por intermédio da fé.  Afirmava que a verdade deve ser única, isto é, não pode haver duas verdades simultaneamente válidas a respeito de um mesmo fenômeno, experiência ou crença.
  • 14.  Por isso, é impossível que a razão e a revelação estejam em conflito.  No entanto, há situações em que uma verdade parece contradizer a outra, levando a conclusões opostas.  Isso deve ser encarado como oposição apenas aparente, e a solução deve ser encontrada com o recurso à razão.  Em outras palavras, a razão deve prevalecer sobre a fé sempre que haja um impasse entre as duas.
  • 15. Predestinação X Livre-arbítrio. Para Erígena o livre-arbítrio é o elemento mais importante entre os que determinam a conduta humana.
  • 16.  As reflexões filosóficas produzidas durante a Idade Média tiveram como pano de fundo a doutrina do cristianismo.  Entretanto, a Idade Média produziu algumas correntes de pensamento independentes da fé cristã que devem ser mencionadas.  Essas escolas filosóficas mantêm pelo menos um ponto em comum com a filosofia cristã: o fato de se inspirarem também em doutrinas religiosas – o islamismo e o judaismo.
  • 17. De forma semelhante ao que aconteceu no cristianismo, os adeptos do islamismo se depararam com o problema de conciliar a razão e a fé. Para resolver isso, diversos pensadores se empenharam na elaboração de uma filosofia própria, que fosse além dos puros ensinamentos dos líderes religiosos islâmicos.
  • 18.  As reflexões que constituíam o pensamento mulçumano dessa época se fundamentavam no conhecimento científico que o islamismo acumulou ao entrar em contato com as diversas culturas.  Na filosofia, a maior influência proveio das obras de Aristóteles, o que acarretou um fato de grande importância na história da filosofia medieval, pois as traduções de seus textos para o árabe serviram como meio de apresentação das idéias aristotélicas aos pensadores da Europa cristã.
  • 19. Entre os pensadores islâmicos, estudaremos Avicena e Averróis. Do lado judaico, falaremos de Maimônides.
  • 20. O ser é testemunha de si enquanto ser, e ele mesmo, em razão disso, testemunha tudo o que vem a ter existência depois dele.
  • 21.  Ibn Siná, conhecido no Ocidente como Avicena, passou sua vida na Pérsia, atual Irã, no Oriente Médio.  Ainda criança, ganhou fama graças à sua memória prodigiosa; era capaz de decorar extensos poemas e textos religiosos inteiros.  Seu pai, diante das potencialidades demonstradas pelo jovem, providenciou que ele recebesse uma educação ampla, em ciências e em doutrina religiosa.
  • 22. O jovem Avicena superou as expectativas do pai e dos mestres. Dominava conhecimentos em medicina, lógica, teologia, geometria e astronomia. Aos 21 anos, já tinha sólida reputação como médico, profissão que exerceu em muitas cidades para onde viajou. A principal contribuição de Avicena para o pensamento medieval é sua doutrina sobre essências e existência.
  • 23.  ESSÊNCIA descreve o que determinado ser é; designa aquilo que define uma coisa, um ser vivo ou um elemento da natureza.  Um ser pode apresentar diversas características particulares que não fazem parte da sua essência ou, vendo de outra forma, coisas ou indivíduos bastante distintos entre si podem compartilhar a mesma essência.  Exemplo: os felinos.
  • 24.  EXISTÊNCIA designa a presença de um ser concreto, como pessoas, seres ou elementos da natureza e objetos produzidos pelo ser humano.  Essa “presença” deve ser entendida como “ser perceptível pela consciência”: um ser existente pode ser captado pelo intelecto por meio dos cinco sentidos (no caso dos seres materiais), da inteligência (no caso das idéias, do conhecimento e da memória das coisas) ou da autoconsciência.
  • 25. Segundo Avicena, essência e existência, embora ligadas de maneira íntima, são categorias que devem ser estudadas separadamente. Na prática, para ele as essências são como possibilidades, no sentido de que podem vir a definir um objeto concreto que se apresenta na realidade, que existe.
  • 26.  A essência não é uma “substância” impregnada nos seres em geral, nem uma entidade imaterial com existência própria.  A essência não é o elemento suficiente para fazer com que algo exista.
  • 27. Haveria infinitas essências possíveis, mas os seres somente teriam existência se algo ou alguém agisse no sentido de fazer com que uma essência se manifestasse na realidade. “Tudo que existe, existe por necessidade, e essa necessidade é Deus”. Na origem de tudo que existe, está Deus, o criador de todas as coisas.
  • 28. Somente em Deus, Ser infinito, onipotente e eterno, essência e existência estariam unidas, porque Ele não tem origem ou, dizendo de outra forma, Ele é a origem de si mesmo.
  • 29. Não se poderá render a Deus um culto melhor do que aquele que consiste em conhecer suas obras e que leva ao conhecimento do próprio Deus.
  • 30. Nascido em Córdoba, na antiga Espanha sob o domínio muçulmano, Abu al-Walid ibn Ruschd, ou Averróis, descendia de uma respeitada família de juristas. Estudou medicina, teologia e, em filosofia, conheceu com profundidade as idéias dos pensadores islâmicos e as obras dos filósofos da Antiguidade grega, especialmente Platão e Aristóteles.
  • 31. Trabalhou como médico particular do califa, de quem angariou a simpatia, e posteriormente veio a ocupar em Córdoba o cargo de juiz, cujas funções incluíam, além de ministrar a justiça, uma significativa parcela de poder de governo sobre a cidade. Averróis foi um seguidor de Aristóteles, de cuja obra foi um dos maiores comentaristas.
  • 32. Escreveu diversos livros, deixando textos variados sobre física, medicina, astronomia, direito, filosofia e teologia. Tendo se destacado nas funções públicas que ocupou, Averróis também se notabilizou pela firme coerência entre o que pensava e o que acreditava ser melhor para a gestão dos assuntos sociais.
  • 33.  Os tratados de Averróis e o seu comentário à República de Platão mostram a unidade essencial que havia entre sua atitude e suas opiniões, revelando de que modo procurou harmonizar a lei islâmica à filosofia.  Para Averróis só existe uma verdade, e ela é atingida por meio da aceitação e da compreensão da lei religiosa, profeticamente revelada por Maomé e designada pela palavra árabe xariá.
  • 34.  Se pudéssemos falar sobre “verdades” distintas para efeito de estudo, a verdade científica, a do senso comum e sobretudo a filosófica coincidiriam perfeitamente com a verdade religiosa que Deus comunica aos seres humanos por intermédio de seus profetas.  Averróis acreditava que a filosofia deveria servir como um importante instrumento para que o povo islâmico vivesse de acordo com os preceitos da xariá e iluminado por sua verdade.
  • 35. A partir da classificação aristotélica do conhecimento humano em ciências teóricas, técnicas e práticas, Averróis constatou que a xariá levava todas à perfeição. Afirmou, por isso, que a religião se destina a todas as classes, sem exceção do filósofo.
  • 36. Ao insistir nas prerrogativas dos metafísicos para interpretar, como dever atribuído por Deus, as doutrinas da religião na forma de crenças e convicções corretas, Averróis admitiu que a xariá contém ensinamentos que ultrapassam o entendimento humano, mas que devem ser aceitos por todas as pessoas, por se tratar de verdades que procedem da revelação divina.
  • 37. Segundo o pensador, tal como o povo em geral, os administradores, os líderes religiosos e os teólogos, os filósofos acham-se definitivamente sujeitos à lei religiosa. A principal atividade a que o filósofo pode se dedicar é a de refletir sobre a xariá utilizando os métodos filosóficos de interpretação, sob as regras da lógica aristotélica.
  • 38.  Averróis afirma que o método tradicional de interpretação da lei divina, a discussão retórica e dialética realizada pelos teólogos muçulmanos, não poderia revelar o verdadeiro espírito das normas estabelecidas por Deus para a religião e o comportamento humano.  Para o povo em geral, as metáforas e regras tal como expostas no Alcorão devem ser seguidas porque representam a lei divina de forma fiel e correta.
  • 39.  Averróis afirma que uma das principais finalidades do islamismo é a felicidade, que pode e deve ser alcançado pela obediência à xariá.  Segundo ele, a meta da filosofia é a mesma, sendo essa a verdadeira companheira da lei religiosa, como uma irmã adotiva.  A felicidade se traduz no estabelecimento de uma sociedade justa e com as necessidades materiais atendidas.
  • 40.  Para Averróis, fazer com que as mulheres sejam destinadas apenas a gerar e criar filhos é danoso à economia e um dos elementos responsáveis pela existência da pobreza.  Averróis não podia, entretanto, sustentar e divulgar livremente suas idéias, pois elas se opunham ao pensamento e às intenções de teólogos e outros líderes muçulmanos, que chegaram mesmo a incitar a população contra o filósofo.
  • 41. Creio que o verdadeiro modo, o método demonstrativo que elimina a dúvida, consiste em estabelecer a existência de Deus, a sua unidade e a sua corporeidade de acordo com o procedimento dos filósofos.
  • 42. Nascido em Córdoba, Moshe Ibn-Maymon, ou Maimônides, pertencia a uma família culta e respeitada pela comunidade local. Ainda criança, já impressionava seus mestres por sua inteligência. A cidade era governada por muçulmanos que toleravam os cidadãos que tivessem outras crenças.
  • 43.  Em 1148, no entanto, a região foi dominada pela fanática seita dos almôadas. Intolerante, esse grupo permitia apenas duas opções para as pessoas de credos diferentes: • Converter-se à fé islâmica; ou • Abandonar a região.  Durante alguns anos, sua família praticou o judaísmo de forma oculta, dentro de casa, vestindo-se e comportando-se em público como muçulmanos.
  • 44. Quando isto se tornou impraticável, a família foi viver em Fez, no atual Marrocos. Posteriormente, mudaram-se para a Palestina e, finalmente, para uma cidade próxima ao Cairo, no Egito, onde o pai de Maimônides morreu e ele teve de trabalhar como médico para sustentar a família.
  • 45. Maimônides viveu o resto da vida, dedicando aos estudos talmúdicos e filosóficos e ao exercício da medicina, em que se distinguiu, sendo designado médico do sultão Saladino. Faleceu no Egito e foi enterrado em Tiberíade, na Palestina. Seu túmulo tornou-se lugar de peregrinação para os judeus.
  • 46.  Procurou conciliar os princípios religiosos com os conhecimentos e os métodos proporcionados pela filosofia, tendo exercido grande influência tanto no meio judaico como fora dele.  A sua obra é vasta. No campo religioso, são notáveis seus comentários sobre a Michná, a codificação mais antiga das leis orais do judaísmo registrada depois dos textos bíblicos, e sobre o Talmude, que reúne interpretações teológicas e anotações sobre a Michná.
  • 47. O maior tratado filosófico de Maimônides foi escrito originalmente em árabe; é o Dalalat al-hairin (Guia dos Perplexos), no qual o filósofo trabalhou durante quinze anos a partir de 1176. Nesse tratado, ele propõe a concordância entre fé e razão e a necessidade de compatibilizar a religião com a filosofia e a ciência, o que despertou divergências entre os judeus ortodoxos
  • 48. O que nós cremos pela fé sobre a natureza divina e as pessoas da mesma, exceto a encarnação, pode ser demonstrado com razões necessárias, sem se recorrer à autoridade das Escrituras.
  • 49.  Filósofo e Teólogo, Anselmo nasceu em Aosta, no norte da Itália.  Tornou-se monge beneditino e foi arcebispo de Cantuária, na Iglaterra, embora tenha passado parte dos anos posteriores no exílio, devido a disputas políticas entre o poder civil e a Igreja.  Defendeu com firmeza os direitos da Igreja e, em teologia, os direitos da razão, que ele via como base, e não como ameaça à verdadeira fé.
  • 50.  De maneira semelhante a Santo Agostinho, “creio para compreender” era o lema de Santo Anselmo.  Entendia que, pra atingir o conhecimento, era preciso partir da revelação divina, da fé, e não da razão; em seguida se poderia penetrar a fé mediante a razão.  Sua notoriedade se deve principalmente à proposição do argumento ontológico da existência de Deus.
  • 51.  Até então, essa afirmação era sustentada filosoficamente por meio de argumentos que lançavam mão da autoridade dos apóstolos e dos representantes da comunidade cristã, geração após geração.  Santo Anselmo mudou a maneira de abordar o tema ao oferecer o que ele definia como uma demonstração racional e lógica da existência de Deus, sem precisar que houvesse testemunhos sobre a revelação divina.
  • 52.  De modo sumário, sua prova é a seguinte: em primeiro lugar, é preciso aceitar a idéia de que há diferentes “graus de perfeição” entre os seres representados em nossa mente e os existentes na realidade.  Assim, o ser existente na realidade é “mais perfeito” que um ser que existe apenas em nosso intelecto, ou é “mais perfeito” que a representação que temos dele em nossa mente.
  • 53.  Apliquemos o mesmo raciocínio à divindade.  Podemos representar mentalmente a idéia de um ser infinito, todo-poderoso, eterno, onisciente, absolutamente perfeito – estes são os principais atributos de Deus. Esse ser necessariamente é o mais perfeito entre todos os que podem ser imaginados, isto é, não pode haver nenhum ser mais perfeito que este, por princípio.
  • 54.  No entanto, se ele é o ser de mais alto grau de perfeição possível, ele necessariamente tem de existir na realidade; caso contrário, chegaríamos a uma contradição.  Afinal, algo, para ser absolutamente perfeito, tem de existir tanto como representação intelectual quanto na realidade; se não fosse assim, simplesmente não conseguiríamos pensar num ser totalmente perfeito.
  • 55. Por isso, Deus tem de existir, porque a razão obedece à lógica argumentativa.
  • 56. CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. Editora Ática: São Paulo, 2006.