O documento discute o idealismo romântico na Alemanha no século XVIII e XIX. O idealismo surgiu como reação contra o racionalismo iluminista e enfatizou a liberdade, criatividade e sentimentos humanos. Filósofos como Fichte, Schelling e Hegel desenvolveram versões do idealismo que viam a mente humana como fundamental para entender a realidade. O romantismo alemão também valorizou a natureza, arte e nacionalismo.
2.
A filosofia racionalista teve duas derivações
principais: o idealismo e o realismo.
Ambas foram fundadas pela crítica ao
pensamento de Kant.
Os IDEALISTAS abraçam a crítica da razão
pura de Kant.
Os REALISTAS se baseiam na crítica da
razão prática.
Idealistas e Realistas
3.
Com origem na Alemanha, a filosofia
idealista propagou-se para a França e
posteriormente para a Inglaterra, Itália e
Estados Unidos.
A preocupação científica manteve-se
influente, mas agora com um sensível
desenvolvimento da lógica, da psicologia, da
filosofia da natureza, da filosofia política,
bem como da estética, da educação e dos
estudos sobre a linguagem.
Idealistas e Realistas
4.
As bases do IDEALISMO vieram de Kant,
que foi o primeiro a tentar conciliar os
conflitos que opunham a realidade e a razão,
assegurando a prioridade da mente sobre a
natureza sem, contudo, invalidar os
princípios da investigação científica.
A ideia kantiana de LIBERDADE INTERIOR
se tornou inspiração dos gênios criativos.
O idealismo romântico na
Alemanha
5.
O conceito de uma mente criativa e livre
passou a fornecer a base para a ética, a
estética e a religião.
O movimento filosófico idealista
desenvolveu-se intimamente ligado ao
movimento artístico e literário denominado
Romantismo.
O Romantismo era caracterizado pela ideia
de criatividade e liberdade de espírito.
O idealismo romântico na
Alemanha
6.
Causas históricas podem explicar o surgimento
e a rápida expansão do idealismo na Alemanha.
Final do século XVIII e no começo do seguinte, a
Alemanha encontrava-se totalmente fragmentada.
A nação era formada por aproximadamente 300
territórios independentes que competiam entre si.
Predominava na região o regime de servidão.
Qualquer manifestação de pensamento era vista
como uma ameaça tolhida com rigor.
O idealismo romântico na
Alemanha
7.
A ideia de liberdade era divulgada, mas não
a liberdade em si. Não havia liberdade na
prática.
O Romantismo teve início na Alemanha, mas
alcançou toda a civilização ocidental.
Atingiu a criação poética e literária com
Goethe e Schiller, a música com Beethoven e
Brahms, as artes plásticas com a Escola de
Berlim, além da filosofia.
O idealismo romântico na
Alemanha
8.
O Romantismo nasceu como uma reação,
principalmente dos jovens, contra o modelo
racionalista apregoado pelo Iluminismo.
Foi uma forma de conceber o homem não só
como detentor de razão, mas também de
sentimento.
A aquisição do conhecimento era resultante
da interação entre a razão e o sentimento.
O idealismo romântico na
Alemanha
9.
O Romantismo significou uma ruptura com a
educação cristalizada, fundamentada apenas
no desenvolvimento da razão, e conferiu ao
ser humano o direito de ter a sua
interpretação pessoal do mundo.
Uma das características marcantes do
Romantismo é o amor à natureza e à sua
mística: o homem faz parte da natureza,
assim como a natureza faz parte do homem.
O idealismo romântico na
Alemanha
10.
As personagens da literatura romântica
são essencialmente portadoras de
ideias, especialmente do ideal da
liberdade.
Algumas exprimem a rebeldia política
e social, outras combatem os
preconceitos aristocráticos.
O idealismo romântico na
Alemanha
12.
O idealismo romântico (dialético), levou ao
máximo a racionalidade da ideia.
Os primeiros grande idealistas dialéticos
foram:
FICHTE com predomínio dos aspectos
éticos da filosofia;
SCHELLING com predomínio da natureza;
HEGEL com predomínio da ideia de
absoluto.
Fichte e Schelling
13.
Foi extremamente influenciado pela
obra de Kant.
Alcançou o posto de professor na
Universidade de Iena ao apresentar um
estudo sobre a filosofia kantiana,
acrescentando-lhe algumas
modificações, que a adequavam ao
idealismo.
Fichte e Schelling
14.
Teve que deixar a Universidade de Iena
sob a acusação de ser ateu, transferindo-se
para a Universidade de Berlim, onde foi
nomeado seu primeiro reitor.
Promoveu uma campanha nacionalista, de
defesa e de unificação dos Estados
alemães.
Ficaram particularmente famosos seus
Discursos à nação alemã, de 1807 e 1808.
Fichte e Schelling
15.
É considerado o fundador do nacionalismo alemã,
elemento fundamental na luta pela unificação do
país, que só se consumaria em 1871.
Segundo seu idealismo, o pensamento do
indivíduo é o único instrumento hábil para
explicar a realidade
O espírito humano, livre e absoluto, poderia ser
considerado o ponto de partida de todo e qualquer
conhecimento que se pretende alcançar,
demonstrando, assim, que a atividade de reflexão
do homem possuiria um caráter infinito, ao
explicar tudo o que existe ao seu redor.
Fichte e Schelling
16.
O processo de conhecimento de um
objeto se daria na chamada forma
dialética, a qual caminharia
sucessivamente pelas seguintes etapas:
TESE
ANTÍTESE
SÍNTESE
Fichte e Schelling
17.
TESE
Primeiramente, a consciência se
contemplaria a si mesma, num
processo de autoanálise, descobrindo
as suas determinações fundamentais,
ou seja, o seu “eu absoluto”.
Fichte e Schelling
18.
ANTÍTESE
Na segunda etapa, esse “eu
absoluto” entraria em confronto com
os pensamentos inconscientes,
contrários às suas próprias
estipulações, que formariam o “não-
eu”.
Fichte e Schelling
19.
SÍNTESE
Num terceiro momento, a partir do
surgimento do choque de ideias entre o
“eu absoluto” e o “não-eu”, aconteceria o
pretendido conhecimento do objeto,
promovendo, então, a unificação entre a
realidade humana (mundo sensível) e seu
pensamento (mundo inteligível).
Da síntese reinicia-se o movimento do
pensamento (tese – antítese – síntese).
Fichte e Schelling
20.
Foi assistente e sucessor de Fichte na
Universidade de Iena.
Assim como seu mestre, que o
influenciou, também partia do princípio
da infinitude do pensamento,
considerando como único conhecimento
possível aquele que se estabelece na
consciência do ser humano, em
contraposição à ideia de que o homem
conhece somente a partir de suas
experiências concretas.
Fichte e Schelling
21.
Suas ideias davam grande ênfase à
natureza.
Concebeu a natureza como uma
totalidade viva e independente, que se
basta e se explica a si mesma.
Ela é o espírito adormecido que emerge
como consciência de se mesmo no
homem, como efeito da evolução.
Fichte e Schelling
22.
A natureza e a consciência identificam-se
no plano das ideias racionais contidas no
chamado eu absoluto, superando, assim,
qualquer oposição existente entre o sujeito
e o objeto a ser conhecido.
Por meio da atividade artística que se
poderia captar de forma consciente o
mundo exterior, devendo a filosofia
apontar para esse caminho, como forma
de encontrar o autoconhecimento pleno.
Fichte e Schelling
23.
Georg Hegel
O absoluto é o universal
e uma ideia que, como
autojustificativa, se
particulariza num
sistema de ideias
determinadas.
Hegel
24.
Nasceu em Stuttgart.
Estudou filosofia e teologia na
Universidade de Tübingen e foi um
entusiasta da Revolução Francesa.
Lecionou em Iena, Nuremberg,
Heidelgerb e em Berlim.
Georg Hegel
25.
Propôs-se a desenvolver uma série de
critérios que possibilitassem ao homem
um modo histórico de reflexão.
Entendia que a forma de pensar do
homem seria variável de acordo com o
tempo.
Assim, seria impossível determinar uma
verdade universal.
Georg Hegel
26.
A VERDADE UNIVERSAL seria válida
para todos os homens em todas as suas
gerações, ou seja, vigoraria
independente do tempo e do espaço.
A filosofia hegeliana apóia-se na própria
história, uma vez que o pensamento
humano se encontraria vinculado ao
elemento temporal e o ser estaria em
constante transformação.
Georg Hegel
27.
Cada época, cada povo, teria sua
própria verdade.
A história constitui o ponto central
das ideias de Hegel, uma vez que ela
determina a maneira como as
pessoas pensam e agem em
determinado período de tempo.
Georg Hegel
28.
O fundamento de uma ideia é o
contexto em que ela se encontra
inserida, ou seja, o tempo histórico
será a condição necessária para
determinarmos a racionalidade dessa
forma de pensar.
Exemplo: mulher (passado e
presente).
Georg Hegel
29.
O que o pensamento do filósofo realça é
que cada época tem seus valores, sua
verdade.
O contexto histórico é configurado em
uma determinada unidade de tempo,
que se transforma pela adaptação aos
conceitos estabelecidos pelo próprio
homem, em um constante processo de
mutabilidade.
Georg Hegel
30.
Esse processo de mutabilidade é evolutivo:
um pensamento está vinculado ao contexto
histórico em que se insere e evolui à
medida que acrescentamos algo novo.
A humanidade está sempre se
desenvolvendo, progredindo dentro dos
respectivos contextos históricos, para
encontrar a consciência de si mesma, o
autoconhecimento. Hegel chama a isso de
“espírito do mundo”.
Georg Hegel
31.
Retomando o idealismo de Fichte,
Hegel diz que a progressão do
pensamento não acontece por força do
acaso, mas por meio de um processo
dialético que convém recordar.
O processo dialético é formado pela
contraposição de uma tese (ideia) a
uma antítese (ideia contrária à tese),
que dá origem a uma síntese
(conclusão).
A Dialética
32.
Um determinado pensamento sempre
surgirá com base em pensamentos
formulados anteriormente.
Quando consolidado (tese), esse
pensamento encontrará
necessariamente uma forma de pensar
oposta (antítese), o que ocasionará um
elo.
A Dialética
33.
Esse elo será rompido por um
terceiro pensamento, que reunirá o
que há de melhor em ambos
(síntese).
Esse terceiro pensamento formará
uma nova tese, dando origem a um
novo ciclo.
A Dialética
34.
Se aplicarmos à própria história da
filosofia as concepções hegelianas
de tese-antítese-síntese, verificamos
que os conhecimentos filosóficos
avançaram seguindo esse
movimento.
A Dialética
36.
Considera o ser humano como parte
de um todo, confirmando, desse modo,
a grande importância atribuída pelo
filósofo ao meio histórico em que o
indivíduo está inserido.
O chamado espírito do mundo
somente pode ser compreendido tendo
em conta uma determinada
coletividade, da qual não podemos
desligá-lo.
A Dialética
37.
Conceito de espírito.
“Mas que é o espírito? É o único
Infinito Imutavelmente homgêneo – a
Identidade pura – que, em sua
segunda fase, se separa de si mesmo e
faz desse segundo aspecto seu próprio
oposto polar, ou seja, como existência
por si e em si em contraste com o
universal”.
A Dialética
38.
O caminho para o autoconhecimento
do ser humano rumo ao
desenvolvimento do espírito do
mundo deve passar por 3 etapas:
1ª - Razão Subjetiva
2ª - Razão Objetiva
3ª - Razão Absoluta
A Dialética
39.
1ª - Razão Subjetiva
Quando o espírito do mundo toma consciência
de si mesmo no homem.
2ª - Razão Objetiva
O espírito do mundo se conscientiza em nível
social (família, sociedade civil e Estado).
3ª - Razão Absoluta
O espírito do mundo atinge seu ponto mais
elevado tomando consciência de si ao utilizar a
filosofia, que demonstra seu papel no contexto
histórico.
A Dialética
40.
Na razão objetiva, encontra-se o
Estado que consiste no grau máximo
de agrupamento entre os diversos
interesses contraditórios dos
indivíduos que o compõem.
A família e a sociedade civil estariam
situadas em um patamar inferior ao do
Estado, pois não teriam a possibilidade
de superar os antagonismos que
imperam na esfera social.
O Estado
41.
Somente o Estado, único e soberano,
pacificaria as possíveis tensões
existentes na coletividade, pois, em seu
manto, todos reconheceriam a
necessidade de atuar em prol do bem
comum.
Essa concepção foi utilizada para
fundamentar os Estados totalitários do
século XX.
O Estado
42.
O conceito de liberdade em Hegel está
associado à noção de Estado.
Identifica o Estado com o Absoluto,
uma vez que o homem necessita da
vida social para determinar a razão de
seus pensamentos.
O Estado é a instituição responsável
por instaurar todo o corpo de leis que
regula a vida social.
O Estado
43.
Não há liberdade sem leis e onde há
lei, há necessariamente liberdade, de
modo que o emprego do termo
liberdade é determinado pelo direito
de obedecer à lei, uma vez que aquele
que faz as leis e os que a cumprem
fazem parte do mesmo todo, cujo
objetivo é a realização plena da
Verdade.
O Estado
44.
Definição de Estado:
“O Estado é a Ideia do Espírito na
manifestação exterior da Vontade
Humana e de sua Liberdade”.
Hegel confere ao Estado o papel
atribuído pelos filósofos medievais
à Igreja.
O Estado
45.
As relações entre Estados também
estão acima das normas morais, e o
que deve prevalecer é o interesse de
cada Estado.
Defende a concepção de que o Estado
fundamentaria a própria sociedade,
não sendo necessário recorrer à ideia
de Estado de natureza.
O Estado
46.
Kierkegaard e a Crítica ao
Realismo
A subjetividade é a
verdade; a
subjetividade é a
realidade.
Kierkegaard
47.
Nasceu em Copenhague, na Dinamarca.
Proveniente de uma família de
intelectuais abastados.
Estudou teologia entre 1830 e 1840,
atendendo aos desejos do pai.
Suas várias e graves crises de fé o
impediram de seguir carreira como
pastor luterano.
Com a morte do pai passou a viver da
fortuna herdada.
Vida
48.
Pensamento Filosófico
Contestou a supremacia da razão como
único instrumento capaz de estabelecer a
verdade, tal como Hegel propunha.
Como pensador cristão, defendeu o
conhecimento que se origina da fé.
Afirmava que a existência humana possui
três fases:
Fase estética;
Fase ética; e
Fase religiosa.
49.
Pensamento Filosófico
FASE ESTÉTICA: satisfação de seus
desejos, guiado pelo prazer;
FASE ÉTICA: o indivíduo deixa-se guiar
pela consciência do valor sobre o certo e o
errado, do que é moral e justo. Vivencia o
problema da liberdade e da contradição
entre o prazer e o dever;
FASE RELIGIOSA: o indivíduo vai além da
lei, da moral e da razão, deixando-se guiar
pela fé.
50.
Pensamento Filosófico
Cabe ao homem escolher em que fase ele
quer viver, já que se trata de fases que se
excluem entre si.
Essas fases podem ser entendidas como
etapas pelas quais o homem passa durante
a sua existência.
Primeiro viria a estética, depois a ética e,
por último, a religiosa, que seria a mais
elevada.
51.
Pensamento Filosófico
Sua principal crítica à filosofia
hegeliana se deve ao fato de ela não
levar em consideração a subjetividade
humana.
Para ele, nenhum sistema de
pensamento consegue dar conta
(pensar tudo) da experiência ampla e
única da vida individual.
52.
Pensamento Filosófico
Opondo-se à filosofia sistemática
de Hegel e a seu caráter abstrato,
procurou destacar as condições
específicas da existência humana e
incorporá-las às reflexões
filosóficas.
É normalmente considerado o “Pai
do Existencialismo”.
53.
Pensamento Filosófico
Em sua obra, procurou
analisar os problemas da
relação existencial do homem
com o mundo, consigo mesmo
e com Deus.
54.
Pensamento Filosófico
A RELAÇÃO DO HOMEM COM O
MUNDO
É dominada pela angústia.
A angústia é entendida como o sentimento
profundo que temos ao perceber a
instabilidade de viver num mundo de
acontecimentos possíveis, sem garantia de
que nossas expectativas sejam realizadas.
55.
Pensamento Filosófico
A RELAÇÃO DO HOMEM CONSIGO
MESMO
É marcada pela inquietação e pelo desespero.
Isso ocorre por duas razões fundamentais: ou
porque o homem nunca está plenamente
satisfeito com as possibilidades que realizou,
ou
Porque não conseguiu realizar o que
pretendia, esgotando os limites do possível e
fracassando diante de suas expectativas.
56.
KIERKEGAARD:
a experiência única da vida
A RELAÇÃO DO HOME COM DEUS
Seria talvez a única via para a
superação da angústia e do
desespero.
É marcada pelo paradoxo de ter de
compreender pela fé o que é
incompreensível pela razão.
57.
SCHOPENHAUER:
Vida
Nasceu em Dantzing, na Alemanha.
Filho de comerciantes prósperos, estudou
nas universidades de Göttingen, de 1809 a
1811, e de Berlim, de 1811 a 1813, tornando-
se docente em 1819.
Seus ataques a Hegel o tornaram
impopular e o levaram a fixar-se em
Frankfurt, como escritor independente.
58.
SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
Atacou com maior veemência o
pensamento hegeliano.
Em sua opinião, Hegel seria um verdadeiro
“charlatão”, ao construir sua filosofia
segundo os interesses do Estado prussiano.
Referia-se a Hegel como um “acadêmico
mercenário”.
Obra: O mundo como vontade e representação.
59.
SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
Sustenta que, como o conhecimento é uma
relação na qual o objeto é percebido pelo
sujeito, o homem não conhece as coisas
como elas são, mas como elas podem ser
percebidas e interpretadas.
“Tudo o que o mundo inclui ou pode
incluir é inevitavelmente dependente do
sujeito, não existindo senão para o sujeito.
O mundo é representação”.
60.
SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
Para existir o conhecimento do
mundo, é preciso existir o sujeito.
A representação do mundo seria
para ele como uma “ilusão”, pois
o objeto conhecido é
condicionado pelo sujeito.
61.
SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
Mas, admite ser possível alcançar a
essência das coisas, através do
insight intuitivo, uma espécie de
iluminação.
Nesse processo, a arte teria grande
relevância, pois a atividade estética
permitiria ao homem a compreensão
da verdade.
62.
SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
Pela arte, o sujeito se desprenderia de
sua individualidade para fundir-se no
objeto, numa entrega pura e plena.
Sua filosofia se caracteriza por uma visão
pessimista do homem e da vida.
O ser humano seria essencialmente
vontade, o que o levaria a desejar sempre
mais, produzindo uma insatisfação
constante.
63.
SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
Essa vontade, que se expressa nas ações
humanas, seria parte de uma vontade
que anima todas as coisas da natureza.
Se a essência do homem e do mundo é
essa vontade insaciável, Shopenhauer
identifica aí a origem das lutas entre os
homens, da dor e do sofrimento.
64.
SCHOPENHAUER:
Vontade e Representação
A história é a história de lutas, onde
“a infelicidade é a norma”, a regra
geral.
Apenas pela arte a ascese, ou seja, o
abandono de si, pode o homem se
libertar da dor.
65.
Friedrich Nietzsche
A moral não subsiste
quando falta um
Deus que a sancione.
O além é
absolutamente
necessário quando se
quer conservar
sinceramente a fé na
moral.
Nietzsche
66.
Nascido em Röcken, perto de Leipzig, na Alemanha.
Era filho e neto de pastores protestantes.
Em 1858, conseguiu uma bolsa de estudos na escola
de Pforta.
Na juventude, foi bastante influenciado pelo
Romantismo, tornando-se admirador de Schiller, que
mais tarde iria criticar.
Na adolescência estudou a Bíblia e os autores
clássicos da cultura grega.
Friedrich Nietzsche
67.
Em Bonn estudou filosofia e teologia, passando por
um curto período de intensa boemia.
Em 1869, tornou-se professor de filologia grega na
Universidade da Basiléia, na Suíça.
Em 1879 deixou de dar aulas, devido à saúde
precária.
De 1883 a 1885, escreve sua principal obra, Assim
falou Zaratustra (expõe as ideias do eterno retorno e
da derrota da moral cristã pelo super-homem).
Friedrich Nietzsche
68.
Em 1889, sofre uma crise de loucura da qual não
se recuperará até sua morte.
Nietzsche considerava-se o sucessor de
Schopenhauer e defendeu a primazia da vontade.
A parte mais significativa do seu pensamento
refere-se à ética e à crítica da religião (1872),
marca o início da reflexão sobre a cultura grega e
sua influência no desenvolvimento do
pensamento ocidental.
Friedrich Nietzsche
69.
Segundo Nietzsche, existem dois elementos
fundamentais e antagônicos:
ESPÍRITO APOLÍNEO: que representa a ordem, a
harmonia e a razão; vinculado ao deus Apolo, símbolo
da luz, da razão e da beleza masculina, associado à
música e à poesia, às profecias e à moralidade.
ESPÍRITO DIONISÍACO: que representa o sentimento,
a ação e a emoção; ligava-se a Dioniso, deus grego do
vinho e da fertilidade, símbolo do drama.
Friedrich Nietzsche
70.
Na cultura ocidental, o espírito apolíneo é mais forte
do que o dionisíaco, e o papel da filosofia seria o de
libertar o homem dessa tradição para encontrar-se
com o niilismo.
O niilismo de Nietzsche conduz o homem ao
encontro de valores que sejam afirmativos de sua
existência real, de sua vontade de poder, para que
possa escapar dos valores e das crenças tradicionais,
como aqueles impostos pelo cristianismo, que
pregou valores distintos.
Friedrich Nietzsche
71.
Na obra A origem da tragédia no espírito da música,
afirma que a verdadeira virtude do homem havia
sido corretamente trabalhada pelos pré-socráticos,
que consagravam a liberdade do elemento
emocional.
A moral defendida por Nietzsche é radicalmente
anticristã e o seu objetivo último é o poder.
Para Nietzsche a verdadeira virtude é característica
de uma minoria de indivíduos, que deve sobrepujar
as massas medíocres, formadas por homens
“inferiores”, que cultivam essencialmente o
ressentimento.
Friedrich Nietzsche
72.
O ETERNO RETORNO pode ser considerado
a fórmula que sintetiza todo o pensamento de
Nietzsche.
Coloca-se em oposição frontal ao platonismo
e ao cristianismo, considerando-os uma
espécie de platonismo popular.
Rejeita qualquer distinção entre este mundo e
outro, seja o mundo inteligível de Platão ou o
paraíso cristão.
Friedrich Nietzsche
73.
Para Nietzsche, só este mundo é real
com suas cores e movimentos, em
constante mudança.
Não admite a existência de uma outra
realidade que seja inteligível, única e
imutável.
Nega a existência de uma verdade
necessária e universal.
Friedrich Nietzsche
74.
Para ele, há apenas perspectivas diversas sobre um real
que está em permanente transformação e que se repete
num eterno retorno.
Segundo Nietzsche, devemos aceitar a vida como ela é, e
o eterno retorno consistiria num verdadeiro teste pelo
qual o homem deveria passar: a vida, revivida inúmeras
vezes, não trazendo nada de novo, tudo ocorrendo na
mesma ordem e na mesma sucessão, pode levá-lo à
destruição ou à exaltação, dependendo de sua
capacidade para superar e admitir essa contínua
repetição.
Friedrich Nietzsche
75.
Friedrich Nietzsche
Nietzsche considerava
o super-homem como a
própria expressão da
vontade de poder,
determinando a nova
ordem de valores.
Um líder guerreiro,
altamente disciplinado,
capaz de ser cruel
quando as suas
conquistas o exigirem.
76.
Nietzsche considera que o cristianismo tem um efeito
degenerativo, porque doma o espírito e enfraquece a
vontade de poder com a sua condenação do orgulho, da
paixão, da cólera, dos instintos de guerra e de conquista.
O filósofo deplora o arrependimento e a redenção; em
vez da figura do santo cristão, em sua essência, é a
própria vontade de poder, desvinculado dos conceitos
cultivados pela sociedade.
O santo cristão é um produto da medo do inferno, e não
do amor à humanidade.
Friedrich Nietzsche
77.
Apenas a vontade de poder permite ao homem
ultrapassar a si mesmo, em direção ao super-homem.
O filósofo afirma:
O super-homem é o sentido da terra. Eu vos conjuro,
irmãos meus, a que permaneçais fiéis ao sentido da terra e
não presteis fé aos que falam de esperanças supraterrenas.
Na obra Assim falou Zaratustra, composta de vários
discursos, expõe as suas ideias sobre o homem e o seu
comportamento diante de uma realidade desordenada,
sem princípio, meio e fim.
Friedrich Nietzsche
78.
Só resta ao homem, diante do espetáculo irracional do
mundo, adotar três posturas: ser fraco, forte ou inocente.
Para explicar essas atitudes, recorre a uma metáfora
envolvendo as figuras do camelo, do leão e do menino.
Assim, o homem passa da situação de:
CAMELO: que aceita, ou melhor, carrega todos os
valores;
LEÃO: que se revolta contra esses mesmos valores;
CRIANÇA: que é capaz de esquecer, de recomeçar, de
aceitar o jogo natural da criação e da vida.
Friedrich Nietzsche
79.
CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo:
Ática, 2012.
Referência Bibliográfica