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ALDEMIR Martins (1922). Nascido em Ingazeiras (CE). Transferindo-se na adolescência para
Fortaleza, ali deu começo, em princípios da década de 1940, à sua carreira artística,
participando do movimento de renovação cultural desencadeado pela Sociedade Cearense de
Artes Plásticas, que ajudou a fundar. Mudando-se em 1945 para o Rio de Janeiro, pouco se
demorou nessa cidade, pois em 1946 já se achava radicado em São Paulo, onde desde então
tem transcorrido toda a sua carreira. Foi em São Paulo, em 1947, que obteve seu primeiro
prêmio de significação: o terceiro lugar na mostra 19 Pintores, realizada na União Cultural
Brasil-Estados Unidos e julgada por Segall, Malfatti e Di Cavalcanti (Grupo dos 19).

Oriundo de uma das regiões mais dramaticamente carentes do país, era compreensível que
Aldemir evocasse, nos primeiros testemunhos de sua produção pictórica, temas e motivos
pungentes, reveladores das condições subumanas em que viviam - e ainda vivem - tantos
nordestinos. E embora muito jovem e inexperiente, sem dispor sequer dos recursos técnicos de
que mais tarde se apossaria, é de se realçar a força dramática dos seus quadros da época, nos
quais a miséria, a seca, a fome e a doença desempenham o papel principal; força dramática,
de resto, que a partir da década de 1950 cederia gradativamente vez a uma crescente
estilização e a uma acentuada pesquisa formal, que os tornariam mais bem realizados, sem
dúvida, mas menos expressivos.

Com o passar dos anos, também, Aldemir foi-se definindo cada vez mais como artista gráfico,
em detrimento da pintura. E como gravador e desenhista foi que se impôs no panorama de
nossas artes plásticas, ganhando prêmios da importância do da Bienal de São Paulo em 1955
(Melhor Desenhista), ou do da Bienal de Veneza em 1956 (Desenho), ou ainda do de viagem
ao estrangeiro do Salão Nacional de Arte Moderna de 1959, graças ao qual passou dois anos
na Itália.

A temática sofrida dos seus primeiros tempos em Fortaleza e São Paulo foi pouco a pouco
substituída por assuntos menos agressivos, de bichos (e em especial gatos), aves (sobretudo
galos), flores, frutos, cangaceiros e mulheres rendeiras, tratados não mais
expressionisticamente, mas de modo mais adocicado. E foram esses assuntos, divulgados por
todo o país até como padrões decorativos de louças e tecidos, que terminaram por transformar
Aldemir num dos artistas plásticos mais populares do Brasil.

Recentemente, Aldemir vem praticando com assiduidade crescente a pintura, sem contudo
abandonar o desenho, em que melhor se realiza. A temática de sua pintura é a mesma dos
desenhos e das gravuras, apenas acrescida de certas paisagens e marinhas produzidas nos
últimos anos em longas temporadas passadas no Ceará. Mas era natural que um artista todo
voltado para a linearidade não encontrasse na pintura seu meio expressivo favorito, e assim, o
que realiza nesse gênero pouco acrescenta ao que logrou externar enquanto gravador, e
principalmente enquanto desenhista.

                              Lavando marmita, nanquim, 1945;
                               0,35 X 0,50, coleção particular.

                                 Cangaceiro, nanquim, 1956;
                       0,98 X 0,46, Pinacoteca do Estado de São Paulo.

                  Ilustração para o livro Passárgada, água-forte, cerca 1959;
                            0,16 X 0,21, Museus Castro Maya, RJ.

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  • 1. ALDEMIR Martins (1922). Nascido em Ingazeiras (CE). Transferindo-se na adolescência para Fortaleza, ali deu começo, em princípios da década de 1940, à sua carreira artística, participando do movimento de renovação cultural desencadeado pela Sociedade Cearense de Artes Plásticas, que ajudou a fundar. Mudando-se em 1945 para o Rio de Janeiro, pouco se demorou nessa cidade, pois em 1946 já se achava radicado em São Paulo, onde desde então tem transcorrido toda a sua carreira. Foi em São Paulo, em 1947, que obteve seu primeiro prêmio de significação: o terceiro lugar na mostra 19 Pintores, realizada na União Cultural Brasil-Estados Unidos e julgada por Segall, Malfatti e Di Cavalcanti (Grupo dos 19). Oriundo de uma das regiões mais dramaticamente carentes do país, era compreensível que Aldemir evocasse, nos primeiros testemunhos de sua produção pictórica, temas e motivos pungentes, reveladores das condições subumanas em que viviam - e ainda vivem - tantos nordestinos. E embora muito jovem e inexperiente, sem dispor sequer dos recursos técnicos de que mais tarde se apossaria, é de se realçar a força dramática dos seus quadros da época, nos quais a miséria, a seca, a fome e a doença desempenham o papel principal; força dramática, de resto, que a partir da década de 1950 cederia gradativamente vez a uma crescente estilização e a uma acentuada pesquisa formal, que os tornariam mais bem realizados, sem dúvida, mas menos expressivos. Com o passar dos anos, também, Aldemir foi-se definindo cada vez mais como artista gráfico, em detrimento da pintura. E como gravador e desenhista foi que se impôs no panorama de nossas artes plásticas, ganhando prêmios da importância do da Bienal de São Paulo em 1955 (Melhor Desenhista), ou do da Bienal de Veneza em 1956 (Desenho), ou ainda do de viagem ao estrangeiro do Salão Nacional de Arte Moderna de 1959, graças ao qual passou dois anos na Itália. A temática sofrida dos seus primeiros tempos em Fortaleza e São Paulo foi pouco a pouco substituída por assuntos menos agressivos, de bichos (e em especial gatos), aves (sobretudo galos), flores, frutos, cangaceiros e mulheres rendeiras, tratados não mais expressionisticamente, mas de modo mais adocicado. E foram esses assuntos, divulgados por todo o país até como padrões decorativos de louças e tecidos, que terminaram por transformar Aldemir num dos artistas plásticos mais populares do Brasil. Recentemente, Aldemir vem praticando com assiduidade crescente a pintura, sem contudo abandonar o desenho, em que melhor se realiza. A temática de sua pintura é a mesma dos desenhos e das gravuras, apenas acrescida de certas paisagens e marinhas produzidas nos últimos anos em longas temporadas passadas no Ceará. Mas era natural que um artista todo voltado para a linearidade não encontrasse na pintura seu meio expressivo favorito, e assim, o que realiza nesse gênero pouco acrescenta ao que logrou externar enquanto gravador, e principalmente enquanto desenhista. Lavando marmita, nanquim, 1945; 0,35 X 0,50, coleção particular. Cangaceiro, nanquim, 1956; 0,98 X 0,46, Pinacoteca do Estado de São Paulo. Ilustração para o livro Passárgada, água-forte, cerca 1959; 0,16 X 0,21, Museus Castro Maya, RJ.