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RODRIGUES, Glauco (1929). Nascido em Bagé (RS). Começou a pintar, como autodidata, por
volta de 1945, para dois anos mais tarde matricular-se na Escola de Belas Artes de Porto
Alegre, que não chegaria a concluir. Transferindo-se em 1949 para o Rio de Janeiro,
freqüentou por alguns meses a Escola Nacional de Belas Artes, e no mesmo ano participou
pela primeira vez do Salão Nacional de Belas Artes (Divisão Moderna). Regressando logo em
seguida ao Sul, foi um dos fundadores, em 1950 do Clube de Gravura de Porto Alegre, núcleo
de um movimento de repercussão nacional. Em 1958 retornou ao Rio de Janeiro, já agora em
caráter definitivo, contratado para, ao lado de Carlos Scliar, dirigir o setor de arte da nova
revista Senhor. Dessa cidade tem-se ausentado raramente desde então, como entre 1962 e
1965, quando viveu em Roma como chefe do setor de artes gráficas da Embaixada do Brasil.
Participou de inúmeras coletivas, como o Salão Nacional de Arte Moderna (prêmio de viagem
ao país em 1960), as Bienais de Paris (1961), de Veneza (1964) e de São Paulo (1959, 1967,
1989), mostras como Nova Objetividade Brasileira (1967), Portraits of a Country (1984,
Londres), Natureza (1992, Rio de Janeiro) etc. Após sua primeira individual, em 1961, tem
realizado várias outras mostras pessoais, em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto
Alegre, Brasília, Paris, Roma, Munique, Frankfurt e Cassel.

Glauco Rodrigues foi no começo gravador estilisticamente alinhado entre os adeptos do
Realismo Social. Em começos da década de 1960 atravessou uma fase de gradativo
afastamento da figura, se bem que nunca tivesse sido a rigor um puro abstracionista, porquanto
suas naturezas-mortas e composições de tal época conservam ainda alusões a formas naturais
ou de objetos, perceptíveis sem muita dificuldade por entre sucessivas diluições cromáticas e
morfológicas. Após seu retorno da Itália, de novo abraçou a representação dos seres e das
coisas, já agora obedecendo a uma acentuada postura crítica, ditada possivelmente pela Pop
Art Norte-americana, que então afetava tantos de nossos artistas. O gigantismo de suas
naturezas-mortas de frutos tropicais, ampliadas no todo ou em parte em obediência a um
processo não sem analogias com o fotográfico, as cenas de praia e alguns retratos que lhe
brotam em 1967 e 1968 serão dentro em pouco substituídos pelos grandes óleos da série
Terra Brasilis (expostos em 1970 na Galeria Bonino, do Rio de Janeiro), que acusam
influência simultaneamente do antropofagismo de Tarsila e Oswald de Andrade e do
Tropicalismo. A essa primeira série voltada para assuntos brasileiros iriam suceder-se diversas
outras: Descobrimento do Brasil, A Lenda do Coati-Puru, Tradições Gaúchas, Aquarela
do Brasil, No Tempo dos Vice-Reis, Ciclo do Café, Paisagens Imaginárias Brasileiras, No
País do Carnaval, Os Sete Vícios Capitais, etc . Em todas, Glauco faz uso de um desenho de
extrema correção e fidelidade quase fotográfica, avivando o suporte com cores de grande
intensidade e logrando obter efeitos expressivos surpreendentes ao colocar lado a lado
elementos do passado e do presente na busca de uma consciência nacional, não recuando
sequer ante certas situações de conotação kitsch. Como a seu respeito escreveu em 1986
Frederico Morais, "em Glauco o que temos é a carnavalização de nossa cultura e de nossa
história. O próprio artista indicou que a estrutura de sua obra funciona um pouco como os
enredos das escolas de samba. Mudam os temas, os personagens, mas há uma estrutura
básica que é sempre a mesma. Na sua pintura, desfilam temas e mitos da vida brasileira:
carnaval, futebol, índio, negro, religião, política, lendas, praia, sol, a flora e a fauna, o regional e
o nacional, o passado e o presente, a própria arte, a de Glauco inclusive. Tudo canibalizado,
deglutido e em seguida expelido na forma de uma explosão colorida, de um delírio visual.
Brasil-pindorama, 365 dias de carnaval e futebol. Imagem de um Brasil tropical e barroco, mas
também a sua contra-imagem ou contraface: o falso milagre econômico, repressão, a retórica
política e o economês, o medo e a censura, que esta insiste em não sair de cena. É um pouco
como o samba do crioulo-doido, tudo está fora do lugar, isto é, no seu lugar, pois no país do
carnaval, o velho e o novo se misturam, tempo e espaço se confundem na mesma imagem, e a
história se refaz a cada instante, antropofagicamente".

                                   Sem título, xilogravura, 1951;
                       0,13 X 0,29, Museu de Arte Contemporânea da USP.

                                 Alegoria barroca, litografia, 1980;
                         0,57 X 0,76, Museu Nacional de Belas Artes, RJ.

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Rodrigues, glauco

  • 1. RODRIGUES, Glauco (1929). Nascido em Bagé (RS). Começou a pintar, como autodidata, por volta de 1945, para dois anos mais tarde matricular-se na Escola de Belas Artes de Porto Alegre, que não chegaria a concluir. Transferindo-se em 1949 para o Rio de Janeiro, freqüentou por alguns meses a Escola Nacional de Belas Artes, e no mesmo ano participou pela primeira vez do Salão Nacional de Belas Artes (Divisão Moderna). Regressando logo em seguida ao Sul, foi um dos fundadores, em 1950 do Clube de Gravura de Porto Alegre, núcleo de um movimento de repercussão nacional. Em 1958 retornou ao Rio de Janeiro, já agora em caráter definitivo, contratado para, ao lado de Carlos Scliar, dirigir o setor de arte da nova revista Senhor. Dessa cidade tem-se ausentado raramente desde então, como entre 1962 e 1965, quando viveu em Roma como chefe do setor de artes gráficas da Embaixada do Brasil. Participou de inúmeras coletivas, como o Salão Nacional de Arte Moderna (prêmio de viagem ao país em 1960), as Bienais de Paris (1961), de Veneza (1964) e de São Paulo (1959, 1967, 1989), mostras como Nova Objetividade Brasileira (1967), Portraits of a Country (1984, Londres), Natureza (1992, Rio de Janeiro) etc. Após sua primeira individual, em 1961, tem realizado várias outras mostras pessoais, em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Paris, Roma, Munique, Frankfurt e Cassel. Glauco Rodrigues foi no começo gravador estilisticamente alinhado entre os adeptos do Realismo Social. Em começos da década de 1960 atravessou uma fase de gradativo afastamento da figura, se bem que nunca tivesse sido a rigor um puro abstracionista, porquanto suas naturezas-mortas e composições de tal época conservam ainda alusões a formas naturais ou de objetos, perceptíveis sem muita dificuldade por entre sucessivas diluições cromáticas e morfológicas. Após seu retorno da Itália, de novo abraçou a representação dos seres e das coisas, já agora obedecendo a uma acentuada postura crítica, ditada possivelmente pela Pop Art Norte-americana, que então afetava tantos de nossos artistas. O gigantismo de suas naturezas-mortas de frutos tropicais, ampliadas no todo ou em parte em obediência a um processo não sem analogias com o fotográfico, as cenas de praia e alguns retratos que lhe brotam em 1967 e 1968 serão dentro em pouco substituídos pelos grandes óleos da série Terra Brasilis (expostos em 1970 na Galeria Bonino, do Rio de Janeiro), que acusam influência simultaneamente do antropofagismo de Tarsila e Oswald de Andrade e do Tropicalismo. A essa primeira série voltada para assuntos brasileiros iriam suceder-se diversas outras: Descobrimento do Brasil, A Lenda do Coati-Puru, Tradições Gaúchas, Aquarela do Brasil, No Tempo dos Vice-Reis, Ciclo do Café, Paisagens Imaginárias Brasileiras, No País do Carnaval, Os Sete Vícios Capitais, etc . Em todas, Glauco faz uso de um desenho de extrema correção e fidelidade quase fotográfica, avivando o suporte com cores de grande intensidade e logrando obter efeitos expressivos surpreendentes ao colocar lado a lado elementos do passado e do presente na busca de uma consciência nacional, não recuando sequer ante certas situações de conotação kitsch. Como a seu respeito escreveu em 1986 Frederico Morais, "em Glauco o que temos é a carnavalização de nossa cultura e de nossa história. O próprio artista indicou que a estrutura de sua obra funciona um pouco como os enredos das escolas de samba. Mudam os temas, os personagens, mas há uma estrutura básica que é sempre a mesma. Na sua pintura, desfilam temas e mitos da vida brasileira: carnaval, futebol, índio, negro, religião, política, lendas, praia, sol, a flora e a fauna, o regional e o nacional, o passado e o presente, a própria arte, a de Glauco inclusive. Tudo canibalizado, deglutido e em seguida expelido na forma de uma explosão colorida, de um delírio visual. Brasil-pindorama, 365 dias de carnaval e futebol. Imagem de um Brasil tropical e barroco, mas também a sua contra-imagem ou contraface: o falso milagre econômico, repressão, a retórica política e o economês, o medo e a censura, que esta insiste em não sair de cena. É um pouco como o samba do crioulo-doido, tudo está fora do lugar, isto é, no seu lugar, pois no país do carnaval, o velho e o novo se misturam, tempo e espaço se confundem na mesma imagem, e a história se refaz a cada instante, antropofagicamente". Sem título, xilogravura, 1951; 0,13 X 0,29, Museu de Arte Contemporânea da USP. Alegoria barroca, litografia, 1980; 0,57 X 0,76, Museu Nacional de Belas Artes, RJ.