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SCHENDEL Hergesheimer, Mira (1919-1988). Nascida em Zurique (Suíça) e falecida em São
Paulo. Mudando-se muito jovem para Milão, nessa cidade freqüentou cursos de arte e
estudava Filosofia quando, em 1941, teve de deixar a Itália para escapar às perseguições
movidas pelos nazistas. Estabelecendo-se em Sarajevo, ali conheceu Josip Hergesheimer,
com quem se casou visando obter mais facilmente permissão para emigrar. Em 1946 está em
Roma com o marido, trabalhando na Organização Internacional dos Refugiados até obter, em
1949, licença para viajar para o Brasil, fixando-se em Porto Alegre e ali realizando em 1950 sua
primeira individual. Em 1951, quando participa da I Bienal de São Paulo, ainda se assina Mira
Hergesheimer. Dois anos mais tarde, após trabalhar durante alguns meses como desenhista na
Tipografia Mercantil, embarca já sozinha para São Paulo, onde em 1954 realiza exposição no
MAM e conhece o livreiro Knut Schendel, com quem se casaria em 1960, passando a partir de
então a se assinar Mira Schendel. Em 1955 participa da III Bienal de São Paulo, tendo de
interromper sua carreira entre 1957 e 1960 em função do nascimento da filha. Após expor mais
uma vez na Bienal de São Paulo em 1963, dá início em 1964 à produção de suas "monotipias"
- na verdade desenhos a óleo feitos sobre papel de arroz -, "trenzinhos" e "droguinhas" -
delicados objetos feitos com tiras trançadas de papel japonês, durando essa fase mais ou
menos até 1974. A convite do crítico britânico Guy Brett, a quem conhecera em 1965 ao expor
mais uma vez na Bienal de São Paulo, tomará parte na coletiva de arte experimental Sounding
Two, realizada nesse mesmo ano na Galeria Signals, de Londres. Por essa época passa a se
interessar por psicologia e psicanálise junguiana, do mesmo modo como muitos anos mais
tarde seria atraída pelo Zen Budismo, freqüentando em 1978 grupos de meditação zen. Esse
aspecto transcedental, filosófico, da arte de Mira Schendel transparece em toda a sua
produção: nos desenhos com letras, palavras e símbolos gráficos com os quais em 1970 e
1971 preenche em febril atividade 150 cadernos logo expostos no MAC-USP, tal como na
última série - os Sarrafos, de 1987, superfícies brancas da qual abruptamente irrompem
sarrafos negros de madeira. Na verdade, toda a sua obra se pauta por contínua busca do
essencial, tendência à transparência e à imaterialidade e extrema economia dos recursos
expressivos.

A artista realizou numerosas individuais em cidades como Porto Alegre, São Paulo, Rio de
Janeiro, Campinas, Niterói, Vitória, Lisboa, Londres, Stuttgart, Viena, Oslo, Graz, Washington,
Nuremberg e Nova York; quanto às demais coletivas de que tomou parte incluem mais cinco
versões da Bienal de São Paulo - em 1967 (aquisição), 1969 (menção honrosa), 1981
(têmperas sobre madeira da série I Ching), e postumamente em 1989 (Sala Especial Pintura
Abtrata Efeito Bienal) e 1994 (Sala Especial) -, Propostas 65 na FAAP-SP, XXXIV Bienal de
Veneza (1968; expõe seus "objetos gráficos", desenhos em papel transparente com signos
repetitivos, mostrados em placas de acrílico penduradas no espaço), II Trienal de Nova Delhi
(1971, medalha de ouro), Tradição e Ruptura (1984, São Paulo), Modernidade: Arte Brasileira
do Século XX (1987, MAM de Paris; 1988, MAM-SP). Postumamente, trabalhos de sua autoria
seriam incluídos na grande exposição Bienal Brasil Século XX (1994, São Paulo), além de em
três retrospectivas, realizadas na Galeria Paulo Figueiredo em 1989, no MAC-USP em 1990 e
na Galeria de Arte do SESI em 1996.

Personalidade singular da arte brasileira, sua carreira mereceu de Walter Zanini, em 1983, as
seguintes palavras:

- Mira Schendel, anteriormente citada enquanto pintora de organizadas composições
geométricas, conduziu em profundidade uma própria experiência gráfica. Sua obra teve
sequência em fases distintas, acopladas, entretanto, por uma percepção que essencializava a
experiência adquirida. A escritura desta artista abrange campos vários de valores semânticos.
Signos gráficos ou a utilização de letras como puras existencialidades espaciais. Nesses
limites, como na pintura, em configurações geométricas ou em interpretações espaciais
recentes de I Ching, caracteriza-se Mira Schendel pela intuição penetrante e os rigores da
contenção.

                         Abstrato branco, tinta e areia s/ tela, s/ data;
                     0,80 X 1,00, Museu de Arte Contemporânea da USP.

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Schendel hergesheimer, mira

  • 1. SCHENDEL Hergesheimer, Mira (1919-1988). Nascida em Zurique (Suíça) e falecida em São Paulo. Mudando-se muito jovem para Milão, nessa cidade freqüentou cursos de arte e estudava Filosofia quando, em 1941, teve de deixar a Itália para escapar às perseguições movidas pelos nazistas. Estabelecendo-se em Sarajevo, ali conheceu Josip Hergesheimer, com quem se casou visando obter mais facilmente permissão para emigrar. Em 1946 está em Roma com o marido, trabalhando na Organização Internacional dos Refugiados até obter, em 1949, licença para viajar para o Brasil, fixando-se em Porto Alegre e ali realizando em 1950 sua primeira individual. Em 1951, quando participa da I Bienal de São Paulo, ainda se assina Mira Hergesheimer. Dois anos mais tarde, após trabalhar durante alguns meses como desenhista na Tipografia Mercantil, embarca já sozinha para São Paulo, onde em 1954 realiza exposição no MAM e conhece o livreiro Knut Schendel, com quem se casaria em 1960, passando a partir de então a se assinar Mira Schendel. Em 1955 participa da III Bienal de São Paulo, tendo de interromper sua carreira entre 1957 e 1960 em função do nascimento da filha. Após expor mais uma vez na Bienal de São Paulo em 1963, dá início em 1964 à produção de suas "monotipias" - na verdade desenhos a óleo feitos sobre papel de arroz -, "trenzinhos" e "droguinhas" - delicados objetos feitos com tiras trançadas de papel japonês, durando essa fase mais ou menos até 1974. A convite do crítico britânico Guy Brett, a quem conhecera em 1965 ao expor mais uma vez na Bienal de São Paulo, tomará parte na coletiva de arte experimental Sounding Two, realizada nesse mesmo ano na Galeria Signals, de Londres. Por essa época passa a se interessar por psicologia e psicanálise junguiana, do mesmo modo como muitos anos mais tarde seria atraída pelo Zen Budismo, freqüentando em 1978 grupos de meditação zen. Esse aspecto transcedental, filosófico, da arte de Mira Schendel transparece em toda a sua produção: nos desenhos com letras, palavras e símbolos gráficos com os quais em 1970 e 1971 preenche em febril atividade 150 cadernos logo expostos no MAC-USP, tal como na última série - os Sarrafos, de 1987, superfícies brancas da qual abruptamente irrompem sarrafos negros de madeira. Na verdade, toda a sua obra se pauta por contínua busca do essencial, tendência à transparência e à imaterialidade e extrema economia dos recursos expressivos. A artista realizou numerosas individuais em cidades como Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Niterói, Vitória, Lisboa, Londres, Stuttgart, Viena, Oslo, Graz, Washington, Nuremberg e Nova York; quanto às demais coletivas de que tomou parte incluem mais cinco versões da Bienal de São Paulo - em 1967 (aquisição), 1969 (menção honrosa), 1981 (têmperas sobre madeira da série I Ching), e postumamente em 1989 (Sala Especial Pintura Abtrata Efeito Bienal) e 1994 (Sala Especial) -, Propostas 65 na FAAP-SP, XXXIV Bienal de Veneza (1968; expõe seus "objetos gráficos", desenhos em papel transparente com signos repetitivos, mostrados em placas de acrílico penduradas no espaço), II Trienal de Nova Delhi (1971, medalha de ouro), Tradição e Ruptura (1984, São Paulo), Modernidade: Arte Brasileira do Século XX (1987, MAM de Paris; 1988, MAM-SP). Postumamente, trabalhos de sua autoria seriam incluídos na grande exposição Bienal Brasil Século XX (1994, São Paulo), além de em três retrospectivas, realizadas na Galeria Paulo Figueiredo em 1989, no MAC-USP em 1990 e na Galeria de Arte do SESI em 1996. Personalidade singular da arte brasileira, sua carreira mereceu de Walter Zanini, em 1983, as seguintes palavras: - Mira Schendel, anteriormente citada enquanto pintora de organizadas composições geométricas, conduziu em profundidade uma própria experiência gráfica. Sua obra teve sequência em fases distintas, acopladas, entretanto, por uma percepção que essencializava a experiência adquirida. A escritura desta artista abrange campos vários de valores semânticos. Signos gráficos ou a utilização de letras como puras existencialidades espaciais. Nesses limites, como na pintura, em configurações geométricas ou em interpretações espaciais recentes de I Ching, caracteriza-se Mira Schendel pela intuição penetrante e os rigores da contenção. Abstrato branco, tinta e areia s/ tela, s/ data; 0,80 X 1,00, Museu de Arte Contemporânea da USP.