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Representação do negro nas
Artes Plásticas
Artistas negros;
Obras com temática étnico-racial
Adriana Varejão
Adriana Varejão nasceu no Rio de Janeiro,
Brasil, 1964, onde vive e trabalha. Seu trabalho
está presente em coleções como a Tate Modern
em Londres, Salomon R. Guggenheim Museum
em New York, Hara Museum, Tóquio, Museum
of Contemporary Art, San Diego, Stedelijik
Museum, Amsterdam, Museu de Arte Moderna
de São Paulo e Museu de Arte Moderna do Rio
de Janeiro; entre outras.
A recém-criada série Polvo, fruto de uma
pesquisa de forte caráter conceitual,
desenvolvida ao longo de mais de 15 anos
acerca da representação das cores de pele dos
brasileiros e da maneira ambivalente como se
define raça no Brasil.
Polvo é o nome do conjunto de tintas
idealizado e criado por Adriana. O ponto de
partida para a criação deste trabalho foi uma
pesquisa de campo elaborada pelo IBGE, em
1976. Normalmente, o censo oficial brasileiro
classificaria as pessoas em cinco grupos
diferentes de acordo com sua cor de pele:
branco, preto, vermelho, amarelo e
pardo. Naquele ano, no entanto, a pesquisa
domiciliar introduziu uma questão em aberto:
"Qual é a sua cor?".
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Polvo Portraits III (China Series), 2014
Óleo sobre tela
Políptico de 7
52 x 45,5 cm | ø 52 cm (cada)
Foto: Jaime Acioli
PlayClose
8/17
O resultado foram 136 termos, alguns deles
inusitados, cujos significados são muito mais
figurativos do que literais. A artista selecionou
os 33 termos mais exóticos, poéticos ou
vinculados a uma interpretação especificamente
brasileira de cor como suposto social, e a partir
deles criou as suas próprias tintas a óleo
baseadas em tons de pele. Assim, surgiram
as cores ‘Fogoió’, ‘Enxofrada’, ‘Café com leite’,
‘Branquinha’, ‘Burro quando foge’, ‘Cor firme’,
‘Morenão’, ‘Encerada’ e ‘Queimada de sol’, entre
outras.
O resultado mais imediato desse processo é um objeto de
arte - uma caixa com 33 tubos de tinta. Varejão
também apresenta uma série de pinturas,
intituladas Polvo Portraits (China Series), elaboradas
a partir dessas tintas, montadas formando um grande
painel. As pinturas são retratos da própria
Adriana, porém não são exatamente autorretratos, já
que foram executadas por pintores retratistas, sob
encomenda. O caráter autoral, porém, é resgatado a
partir das intervenções e reinterpretações dadas
pela artista. A cor da pele permanece neutra,
acinzentada, mas a imagem é complementada por
uma série de pinturas faciais de caráter
geometrizante e inspiração indígena feitas com
as 33 cores Polvo. Acompanhando os retratos há
pinturas circulares abstratas que trazem somente tabelas
de cores com tons de peles das tintas.
O conjunto apresentado na mostra mantém estreita
relação com trabalhos anteriores da artista que
lidam com questões como miscigenação,
colonialismo e a cor da pele. Temas que
constituem uma espécie de chão do trabalho de
Adriana Varejão, quer assumindo um caráter mais
metafórico e sutil (como nas Tintas Polvo), quer
adotando um caráter de forte expressividade,
tributário da arte barroca (como na série Língua).
“Cor é linguagem”, defende Adriana, “quando
nomeamos todos esses matizes de peles, a gente
dilui a questão das grandes raças – conceito, aliás, já
derrubado por terra pela biologia”, pontua.
Albert Eckhout -
Mulher africana, 1637,
óleo sobre tela.
Arthur Timótheo
da Costa –
Retrato de
menino, s.d., óleo
sobre tela.
final do século XIX
Arthur Thimóteo da Costa (1882 – 1922)
Estudou na Casa da Moeda e na Escola Nacional de
Belas Artes. Ainda muito jovem trabalhou com o
cenógrafo italiano Oreste Colliva, esta experiência
parece ter influenciado sua técnica, no destaque do
jogo de luzes e composição. Em 1906 com a obra,
“Antes da Aleluia”, ganhou o prêmio que o levou a
Europa onde percorreu a Itália e a Espanha.
Retornou a Europa em 1911 integrando a equipe de
pintores que trabalharam na decoração do pavilhão
do Brasil na exposição de Turim. A sua procura por
uma expressão o levou a contrariar o modelo
acadêmico, da época, o que atraiu criticas do meio
artístico. O MARGS (Museu de Artes do Rio Grande
do Sul) possui a obra deste artista intitulada “A
Dama de Branco”.
Djanira Motta
Djanira Motta e Silva
Nasceu na cidade de Avaré SP, no dia 20 de junho
de 1914. Era neta de imigrantes austríacos e
indígenas. Foi pintora, desenhista, ilustradora e
cenógrafa.
Já no Brasil, realizou o mural Candomblé para a
residência do escritor Jorge Amado e painel para o
Liceu Municipal de Petrópolis. No Rio de Janeiro
tornou-se uma das líderes do movimento pelo Salão
Preto e Branco, como protesto de artistas contra os
altos preços do material para pintura.
Foi a primeira artista latino-americana
representada com obras no Museu do Vaticano
pintada por apenas seu braço esquerdo.
Suas obras eram poéticas e singelas, pintando a
paisagem nacional, habitantes e costumes nacionais.
Heitor dos Prazeres
(1898-1966)
Heitor dos Prazeres
Nasceu no Rio de Janeiro, em 1898, e faleceu na mesma cidade em
1966. Cresceu na cercanias da zona do Mangue e da Praça 11. Aos 7
anos de idade trabalhava na rua. Frequentou as primeiras
rodas de samba na casa da Tia Ciata. Está entre os fundadores
da escola de samba Mangueira; e também 'Vai Como Pode',
hoje Portela, nos anos 20.
Expoente do cavaquinho, criou um método revolucionário para o
instrumento. Compositor, instrumentista e letrista, em parceria
com Noel Rosa compôs a música carnavalesca Pierrô Apaixonado.
Notabilizou-se como compositor de música popular. Em meados dos
anos 30 começou a pintar mulatas, malandros, o samba e o mundo
da favela. Participou da Bienal de São Paulo em 1951. Fez diversas
individuais no Brasil e mostras nacionais e internacionais. Um se
seus quadros foi adquirido pela rainha da Inglaterra.
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho
Filho de mãe africana e pai português, Aleijadinho nasceu em Vila Rica,
MG, atual Ouro Preto. Aleijadinho nunca esteve fora do Brasil e o essencial de
sua formação artística se processou no convívio com o pai, Manuel Francisco
Lisboa, que era arquiteto e mestre de obras.
Aleijadinho introduziu inovações na adaptação dos modelos europeus ao meio
colonial, especialmente os do rococó internacional. São reconhecidas como de
autoria do artista, os projetos da igreja da Ordem Terceira de São Francisco de
Assis de Ouro Preto e da homônima de São João del Rey, além de intervenções
em outras igrejas.
Em suas esculturas estão presentes características do rococó e dos estilos
clássico e gótico. Utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a
pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo
artista.
Aleijadinho sofreu uma doença degenerativa das articulações a partir
dos 40 anos. Começa, então, a dar um tom mais expressionista às suas obras. É
deste período o conjunto de esculturas "Os Passos da Paixão" e "Os Doze
Profetas", da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do
Campo. O trabalho artístico formado por 66 imagens religiosas esculpidas em
madeira e 12 feitas de pedra-sabão, é considerado um dos mais importantes e
representativos do barroco brasileiro. Aleijadinho morreu no ano provável de
1814.
Jean-Michel Basquiat
Jean-Michel Basquiat (Brooklyn, Nova
Iorque, 22 de dezembro 1960 - Nova
Iorque, 12 de agosto de 1988)
Foi um artista americano. Ganhou popularidade
primeiro como um grafiteiro na cidade onde
nasceu e então como neoexpressionista. As
pinturas de Basquiat ainda são influência para
vários artistas e costumam atingir preços altos
em leilões de arte.
Rosana Paulino
Paulistana formada em Artes Plásticas retira de suas vivências o seu
assunto principal. No universo da sua intimidade, transmite e causa
reflexões ao compartilhar o exercício de ser “mulher e negra”
em um mundo moldado para o “homem e branco”. Na
pequena série Sem título, na qual a artista usa como suporte
bastidores de bordado com fotografias de mulheres de sua família
transferidas para o tecido, evidencia a condição de mulheres que se
sentem impotentes diante de uma sociedade que as menospreza,
que ignora suas opiniões, seus anseios e sua estética. Todas essas
privações foram exteriorizadas por Paulino através de um ato
doméstico: costurar, coser. O inocente ato de costurar ou de
bordar é transformado em agressão, coação, deformação.
O que de belo resultaria da confecção das linhas coloridas de um
bordado, manifesta-se como a impossibilidade de ser, ter e
pertencer a todos os valores que estão agregados a este fazer: ter um
marido, uma família, constituir um lar.
Suas mulheres são cerzidas, assim como algumas mulheres que
sofrem a excisão, e por isso são privadas do prazer sexual, neste
caso, privadas do prazer de viver com dignidade, com a consciência
do próprio valor. Esse contrassenso, ou até “castração social”, é
perceptível no cotidiano de mulheres negras abandonadas à própria
sorte pelo companheiro, pelos serviços sociais, pela sociedade.
Valentim, Rubem (1922-1991)
Rubem Valentim (Salvador BA 1922 - São Paulo SP 1991). Escultor, pintor,
gravador, professor. Inicia-se nas artes visuais na década de 1940, como
pintor autodidata. Entre 1946 e 1947 participa do movimento de renovação
das artes plásticas na Bahia. Em 1953 forma-se em jornalismo pela
Universidade da Bahia e publica artigos sobre arte. Reside no Rio de
Janeiro entre 1957 e 1963, onde se torna professor assistente de Carlos
Cavalcanti no curso de história da arte, no Instituto de Belas Artes. Reside
em Roma entre 1963 e 1966, com o prêmio viagem ao exterior, obtido
no Salão Nacional de Arte Moderna - SNAM. Em 1966 participa do Festival
Mundial de Artes Negras em Dacar, Senegal. Ao retornar ao Brasil, reside
em Brasília e leciona pintura no Ateliê Livre do Instituto de Artes da
Universidade de Brasília - UnB. Em 1972, faz um mural de mármore para o
edifício-sede da Novacap em Brasília, considerado sua primeira obra
pública. O crítico de arte Frederico Morais elabora em 1974 o audiovisual A
Arte de Rubem Valentim. Em 1979, Valentim realiza escultura de
concreto aparente, instalada na Praça da Sé, em São Paulo, definindo-a
como o Marco Sincrético da Cultura Afro-Brasileira e, no mesmo
ano e é designado, por uma comissão de críticos, para executar cinco
medalhões de ouro, prata e bronze, para os quais recria símbolos afro-
brasileiros para a Casa da Moeda do Brasil. Em 1998 o Museu de Arte da
Moderna da Bahia - MAM/BA inaugura a Sala Especial Rubem Valentim no
Parque de Esculturas.
Pense bem antes de falar ou criticar!
Candomblé: Religião africana trazida ao Brasil pelos
africanos durante o período escravocrata. Segue as
leis da Natureza, que tem como divindade os orixás,
estes que cuidam e equilibram as energias da nossa
vida.
Umbanda: Religião Brasileira criada através do da
mistura dos cultos africanos e do catolicismo. Segue
os princípios da fraternidade e da caridade sob as
leis da Natureza do plano espiritual.
Macumba: Apesar do termo amplamente para se
referir pejorativamente as religiões descendência
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Representação do negro nas artes plásticas

  • 1. Representação do negro nas Artes Plásticas Artistas negros; Obras com temática étnico-racial
  • 3. Adriana Varejão nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, 1964, onde vive e trabalha. Seu trabalho está presente em coleções como a Tate Modern em Londres, Salomon R. Guggenheim Museum em New York, Hara Museum, Tóquio, Museum of Contemporary Art, San Diego, Stedelijik Museum, Amsterdam, Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; entre outras.
  • 4. A recém-criada série Polvo, fruto de uma pesquisa de forte caráter conceitual, desenvolvida ao longo de mais de 15 anos acerca da representação das cores de pele dos brasileiros e da maneira ambivalente como se define raça no Brasil.
  • 5. Polvo é o nome do conjunto de tintas idealizado e criado por Adriana. O ponto de partida para a criação deste trabalho foi uma pesquisa de campo elaborada pelo IBGE, em 1976. Normalmente, o censo oficial brasileiro classificaria as pessoas em cinco grupos diferentes de acordo com sua cor de pele: branco, preto, vermelho, amarelo e pardo. Naquele ano, no entanto, a pesquisa domiciliar introduziu uma questão em aberto: "Qual é a sua cor?".
  • 6. • • • • • • • • • • • Next Polvo Portraits III (China Series), 2014 Óleo sobre tela Políptico de 7 52 x 45,5 cm | ø 52 cm (cada) Foto: Jaime Acioli PlayClose 8/17
  • 7. O resultado foram 136 termos, alguns deles inusitados, cujos significados são muito mais figurativos do que literais. A artista selecionou os 33 termos mais exóticos, poéticos ou vinculados a uma interpretação especificamente brasileira de cor como suposto social, e a partir deles criou as suas próprias tintas a óleo baseadas em tons de pele. Assim, surgiram as cores ‘Fogoió’, ‘Enxofrada’, ‘Café com leite’, ‘Branquinha’, ‘Burro quando foge’, ‘Cor firme’, ‘Morenão’, ‘Encerada’ e ‘Queimada de sol’, entre outras.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11. O resultado mais imediato desse processo é um objeto de arte - uma caixa com 33 tubos de tinta. Varejão também apresenta uma série de pinturas, intituladas Polvo Portraits (China Series), elaboradas a partir dessas tintas, montadas formando um grande painel. As pinturas são retratos da própria Adriana, porém não são exatamente autorretratos, já que foram executadas por pintores retratistas, sob encomenda. O caráter autoral, porém, é resgatado a partir das intervenções e reinterpretações dadas pela artista. A cor da pele permanece neutra, acinzentada, mas a imagem é complementada por uma série de pinturas faciais de caráter geometrizante e inspiração indígena feitas com as 33 cores Polvo. Acompanhando os retratos há pinturas circulares abstratas que trazem somente tabelas de cores com tons de peles das tintas.
  • 12.
  • 13. O conjunto apresentado na mostra mantém estreita relação com trabalhos anteriores da artista que lidam com questões como miscigenação, colonialismo e a cor da pele. Temas que constituem uma espécie de chão do trabalho de Adriana Varejão, quer assumindo um caráter mais metafórico e sutil (como nas Tintas Polvo), quer adotando um caráter de forte expressividade, tributário da arte barroca (como na série Língua). “Cor é linguagem”, defende Adriana, “quando nomeamos todos esses matizes de peles, a gente dilui a questão das grandes raças – conceito, aliás, já derrubado por terra pela biologia”, pontua.
  • 14.
  • 15.
  • 16. Albert Eckhout - Mulher africana, 1637, óleo sobre tela.
  • 17. Arthur Timótheo da Costa – Retrato de menino, s.d., óleo sobre tela. final do século XIX
  • 18. Arthur Thimóteo da Costa (1882 – 1922) Estudou na Casa da Moeda e na Escola Nacional de Belas Artes. Ainda muito jovem trabalhou com o cenógrafo italiano Oreste Colliva, esta experiência parece ter influenciado sua técnica, no destaque do jogo de luzes e composição. Em 1906 com a obra, “Antes da Aleluia”, ganhou o prêmio que o levou a Europa onde percorreu a Itália e a Espanha. Retornou a Europa em 1911 integrando a equipe de pintores que trabalharam na decoração do pavilhão do Brasil na exposição de Turim. A sua procura por uma expressão o levou a contrariar o modelo acadêmico, da época, o que atraiu criticas do meio artístico. O MARGS (Museu de Artes do Rio Grande do Sul) possui a obra deste artista intitulada “A Dama de Branco”.
  • 20.
  • 21. Djanira Motta e Silva Nasceu na cidade de Avaré SP, no dia 20 de junho de 1914. Era neta de imigrantes austríacos e indígenas. Foi pintora, desenhista, ilustradora e cenógrafa. Já no Brasil, realizou o mural Candomblé para a residência do escritor Jorge Amado e painel para o Liceu Municipal de Petrópolis. No Rio de Janeiro tornou-se uma das líderes do movimento pelo Salão Preto e Branco, como protesto de artistas contra os altos preços do material para pintura. Foi a primeira artista latino-americana representada com obras no Museu do Vaticano pintada por apenas seu braço esquerdo. Suas obras eram poéticas e singelas, pintando a paisagem nacional, habitantes e costumes nacionais.
  • 23.
  • 24. Heitor dos Prazeres Nasceu no Rio de Janeiro, em 1898, e faleceu na mesma cidade em 1966. Cresceu na cercanias da zona do Mangue e da Praça 11. Aos 7 anos de idade trabalhava na rua. Frequentou as primeiras rodas de samba na casa da Tia Ciata. Está entre os fundadores da escola de samba Mangueira; e também 'Vai Como Pode', hoje Portela, nos anos 20. Expoente do cavaquinho, criou um método revolucionário para o instrumento. Compositor, instrumentista e letrista, em parceria com Noel Rosa compôs a música carnavalesca Pierrô Apaixonado. Notabilizou-se como compositor de música popular. Em meados dos anos 30 começou a pintar mulatas, malandros, o samba e o mundo da favela. Participou da Bienal de São Paulo em 1951. Fez diversas individuais no Brasil e mostras nacionais e internacionais. Um se seus quadros foi adquirido pela rainha da Inglaterra.
  • 25.
  • 26.
  • 27. Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho Filho de mãe africana e pai português, Aleijadinho nasceu em Vila Rica, MG, atual Ouro Preto. Aleijadinho nunca esteve fora do Brasil e o essencial de sua formação artística se processou no convívio com o pai, Manuel Francisco Lisboa, que era arquiteto e mestre de obras. Aleijadinho introduziu inovações na adaptação dos modelos europeus ao meio colonial, especialmente os do rococó internacional. São reconhecidas como de autoria do artista, os projetos da igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Ouro Preto e da homônima de São João del Rey, além de intervenções em outras igrejas. Em suas esculturas estão presentes características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo artista. Aleijadinho sofreu uma doença degenerativa das articulações a partir dos 40 anos. Começa, então, a dar um tom mais expressionista às suas obras. É deste período o conjunto de esculturas "Os Passos da Paixão" e "Os Doze Profetas", da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo. O trabalho artístico formado por 66 imagens religiosas esculpidas em madeira e 12 feitas de pedra-sabão, é considerado um dos mais importantes e representativos do barroco brasileiro. Aleijadinho morreu no ano provável de 1814.
  • 29. Jean-Michel Basquiat (Brooklyn, Nova Iorque, 22 de dezembro 1960 - Nova Iorque, 12 de agosto de 1988) Foi um artista americano. Ganhou popularidade primeiro como um grafiteiro na cidade onde nasceu e então como neoexpressionista. As pinturas de Basquiat ainda são influência para vários artistas e costumam atingir preços altos em leilões de arte.
  • 30.
  • 31.
  • 32.
  • 33.
  • 34.
  • 35.
  • 36.
  • 37. Rosana Paulino Paulistana formada em Artes Plásticas retira de suas vivências o seu assunto principal. No universo da sua intimidade, transmite e causa reflexões ao compartilhar o exercício de ser “mulher e negra” em um mundo moldado para o “homem e branco”. Na pequena série Sem título, na qual a artista usa como suporte bastidores de bordado com fotografias de mulheres de sua família transferidas para o tecido, evidencia a condição de mulheres que se sentem impotentes diante de uma sociedade que as menospreza, que ignora suas opiniões, seus anseios e sua estética. Todas essas privações foram exteriorizadas por Paulino através de um ato doméstico: costurar, coser. O inocente ato de costurar ou de bordar é transformado em agressão, coação, deformação. O que de belo resultaria da confecção das linhas coloridas de um bordado, manifesta-se como a impossibilidade de ser, ter e pertencer a todos os valores que estão agregados a este fazer: ter um marido, uma família, constituir um lar. Suas mulheres são cerzidas, assim como algumas mulheres que sofrem a excisão, e por isso são privadas do prazer sexual, neste caso, privadas do prazer de viver com dignidade, com a consciência do próprio valor. Esse contrassenso, ou até “castração social”, é perceptível no cotidiano de mulheres negras abandonadas à própria sorte pelo companheiro, pelos serviços sociais, pela sociedade.
  • 38.
  • 39.
  • 40. Valentim, Rubem (1922-1991) Rubem Valentim (Salvador BA 1922 - São Paulo SP 1991). Escultor, pintor, gravador, professor. Inicia-se nas artes visuais na década de 1940, como pintor autodidata. Entre 1946 e 1947 participa do movimento de renovação das artes plásticas na Bahia. Em 1953 forma-se em jornalismo pela Universidade da Bahia e publica artigos sobre arte. Reside no Rio de Janeiro entre 1957 e 1963, onde se torna professor assistente de Carlos Cavalcanti no curso de história da arte, no Instituto de Belas Artes. Reside em Roma entre 1963 e 1966, com o prêmio viagem ao exterior, obtido no Salão Nacional de Arte Moderna - SNAM. Em 1966 participa do Festival Mundial de Artes Negras em Dacar, Senegal. Ao retornar ao Brasil, reside em Brasília e leciona pintura no Ateliê Livre do Instituto de Artes da Universidade de Brasília - UnB. Em 1972, faz um mural de mármore para o edifício-sede da Novacap em Brasília, considerado sua primeira obra pública. O crítico de arte Frederico Morais elabora em 1974 o audiovisual A Arte de Rubem Valentim. Em 1979, Valentim realiza escultura de concreto aparente, instalada na Praça da Sé, em São Paulo, definindo-a como o Marco Sincrético da Cultura Afro-Brasileira e, no mesmo ano e é designado, por uma comissão de críticos, para executar cinco medalhões de ouro, prata e bronze, para os quais recria símbolos afro- brasileiros para a Casa da Moeda do Brasil. Em 1998 o Museu de Arte da Moderna da Bahia - MAM/BA inaugura a Sala Especial Rubem Valentim no Parque de Esculturas.
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  • 42. Pense bem antes de falar ou criticar! Candomblé: Religião africana trazida ao Brasil pelos africanos durante o período escravocrata. Segue as leis da Natureza, que tem como divindade os orixás, estes que cuidam e equilibram as energias da nossa vida. Umbanda: Religião Brasileira criada através do da mistura dos cultos africanos e do catolicismo. Segue os princípios da fraternidade e da caridade sob as leis da Natureza do plano espiritual. Macumba: Apesar do termo amplamente para se referir pejorativamente as religiões descendência africana, Macumba nada mais é que uma arvore africana e também um instrumento musical utilizados em rituais afro-brasileiros.