Alcaptonúria Fenilcetonúria
Resumo geral da apresentação sobre erros inatos do metabolismo.
Características, sintomas, tratamentos, diagnósticos, medicamentos
alcaptonúricos e fenilcetonúricos
Erros metabólicos inatos: fenilcetonúria e alcaptonúria
1. UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
AMANDA FRANCHIN,
CARLA BAZZO,
GABRIELE BEE,
KAREN ZANFERRARI;
GENÉTICA: Erros inatos do metabolismo
2017
2. 1. INTRODUÇÃO
A recente utilização da espectrometria de massas em tandem nos testes de triagem
neonatal tem tornado possível o diagnóstico présintomático de muitos Erros Inatos do
Metabolismo (EIM), diminuindo assim a ocorrência de dano neurológico ao paciente,
muitas vezes está associada ao tempo e ao período de exposição ao metabólito tóxico.
A intervenção adequada e imediata após o diagnóstico é, em muitos casos,
determinante fundamental para definir o prognóstico desses pacientes.
Os EIM embora tidos como raros, são na verdade, pouco conhecidos e pouco
diagnosticados, e compreendem mais de 700 distúrbios, a maioria deles relacionados à
síntese, degradação, transporte e armazenamento de moléculas no organismo.
1.1 Fenicetonúria
A Fenicetonúria é um erro inato do metabolismo de herança autossômica recessiva
descrito inicialmente em 1934 pelo químico norueguês Asbjorn Fölling, sendo o primeiro
distúrbio metabólico hereditário associado à etiologia da deficiência mental.
Quem tem fenilcetonúria não possui ou apresenta baixa atividade da fenilalanina
hidroxilase, enzima necessária para quebrar fenilalanina (aminoácido que é parte integral
de todas as proteínas do nosso corpo).
Na década de 1980, foi descoberto que o gene para a deficiência da enzima PAH está
presente no cromossomo 12q22 a q24.1.
1.1.1 Características
Tem como características: deficiência mental; comportamento agitado ou padrão
autista; convulsões; alterações eletroencefalográficas; odor característico na urina.
1.1.2 Incidência
Geralmente afeta 1 em cada 10.000 crianças (UFPE) mas existem fontes que afirmam
a incidência de um caso para cada 21.000 nascidos vivos (NUPAD).
1.1.3 Sintomas
Os sintomas aparecem entre 3 e 6 meses de idade, dentre eles podemos citar: odor
característico, mais evidente na urina, de rato ou de mofo; microcefalia; convulsões;
hipertonia muscular; hiperatividade; atraso do crescimento; atraso ou involução do
desenvolvimento neuropsicomotor.entre outros.
1.1.4 Diagnóstico
O diagnóstico precoce da fenilcetonúria é realizado através do exame de triagem
neonatal mediante dosagem das concentrações de phe no sangue retirado do calcanhar do
recém-nascido. O paciente com suspeita de ter a doença é encaminhado ao Centro de
Referência para diagnóstico diferencial e início imediato do tratamento, quando
necessário. Onde a primeira consulta é realizada por geneticista que, de acordo com a
nova dosagem de phe no sangue realizada neste dia, faz o diagnóstico diferencial e o
aconselhamento genético da família. De acordo com a dosagem de fenilalanina feita neste
dia da primeira consulta, a criança recebe um dos seguintes diagnósticos:
4. 1.2.1 Características
Urina de coloração acastanhada ou negra, ao entrar em contato com o ar e manchas
escuras na parte branca dos olhos e ao redor das orelhas. Muito rara, não é uma doença
que possui cura e não existe um tratamento específico.
1.2.2 Incidência
Afeta uma em cada 100 mil a 200 mil pessoas em todo o mundo.
1.2.3 Sintomas
Dentre os sintomas de uma pessoa que possui a alcaptonúria estão: urina escura, quase
negra; cera dos ouvidos azulada; manchas negras na parte branca do olho, ao redor da
orelha e laringe; surdez; artrite que causa dores nas articulações e limitação dos
movimentos; rigidez das cartilagens; pedra nos rins e próstata; problemas de coração.
1.2.4 Diagnóstico
Pode ser feito através da cromatografia gasosa para detectar traços de ácido
homogentísico na urina ou pelo exame de DNA - mutação do gene HGD.
1.2.5 Tratamento
Usa-se grandes doses de vitamina C, para desacelerar o acúmulo de pigmentos na
cartilagem.
Recomendar uma dieta pobre em proteínas para reduzir os níveis de aminoácidos. A
fenilalanina deve ser eliminada da dieta, portanto o paciente deve evitar carnes, leite e
seus derivados, soja, nozes e sementes e adoçantes artificiais.
CONCLUSÃO
A fenilcetonúria e a alcaptonúria devem ser diagnosticadas e tratadas o mais
precocemente possível. O diagnóstico assim como o tratamento tardio de ambas pode
ocasionar sequelas. O rastreamento da doença por meio do Teste do Pezinho evita que os
portadores de Fenilcetonúria cresçam sem o devido acompanhamento e tratamento assim
como a cromatografia gasosa ajuda nos portadores de alcaptonúria. Embora existam
diversos estudos, referentes ao tratamento destas doenças, a dieta continua sendo o fator
principal do tratamento, logo a orientação dietética deve ser realizada de forma adequada
e o acompanhamento do estado nutricional de portadores deve persistir por toda a vida.
Além dos profissionais de saúde, a família também deve compreender a importância da
terapia nutricional, pois influencia diretamente no seguimento e monitoramento da dieta,
além de permitir o crescimento e desenvolvimento dos fenilcetonúricos e alcaptonúricos.