O documento discute a Doença Hemolítica Perinatal (DHP), ocorrendo quando há passagem de anticorpos maternos para o feto através da placenta, podendo causar anemia e outras complicações. Apresenta informações sobre incidência, etiologia, diagnóstico, sintomas, exames, prevenção e tratamentos como fototerapia e transfusões. Também destaca os cuidados de enfermagem necessários, como durante procedimentos invasivos e no controle de sinais vitais.
1. FARESI
FACULDADE DA REGIÃO SISALEIRA
Bacharelado em Enfermagem - 5º semestre
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Á SAÚDE DA MULHER
Docente: Fernanda Mota
Discentes:
Aderilio Oliveira
Lucila Matos
Priscila Cunha
Virla Lopes
DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL
2. Doença Hemolítica
Perinatal
INTRODUÇÃO
Os anticorpos do tipo IgM por possuir grande
peso molecular não ultrapassa a placenta,
porém em caso de reincidência, haverá
produção de anticorpos IgG que devido ao
baixo peso molecular ultrapassa a placenta.
A Doença Hemolítica Perinatal (DHP) ocorre a
partir da passagem de eritrócitos fetais para a
circulação materna através da placenta.
Figura 1.Passagem de anticorpos maternos IgG através do
trofoblasto por meio de endocitose receptormediada.
Fonte: Resende(2018)
3. INCIDÊNCIA
A Incidência após a universalização de sua prevenção pelo uso da
imunoglobulina anti-D adquiriu novo perfil:
6,8 para cada 1000 nascidos vivos
Média de profilaxia universal do último dado demográfico do
National Center for Health Statistcs (NCHS) em 2003 relatou
incidência da aloimunização Rh em:
Na década de 1940, Rezende estimou o aparecimento da
eritroblastose em 1/400 partos na cidade do Rio de Janeiro
4. Incompatibilidade sanguínea
maternofetal
Passagem de anticorpos da
gestante para o organismo do
feto
Aloimunização maternal
ETIOPATOGENIA
Ação dos anticorpos materno no concepto.
Estão relacionados com a ocorrência de doença
hemolítica os seguintes fatores:
5. DIAGNÓSTICO
Doppler
Método não invasivo atualmente consagrado na avaliação
do grau de anemia fetal. Valores da velocidade sistólica
máxima (VSmáx) acima de 1,5 múltiplo da mediana (MoM)
são indicativos de anemia fetal.
Ultrassonografia
O aumento da espessura placentária (maior que
4 cm), perda de sua arquitetura e maior
homogeneidade parecem ser os primeiros
indicadores da doença. Polidrâmnio e aumento
da circunferência abdominal do feto, medida
seriadamente, correspondem ao agravamento
do processo hemolítico.
Cordocentese
Como o procedimento está relacionado com 1 a 2% de taxa de
óbito fetal, sua indicação está reservada para a eventualidade
de a VSmáx mostrar resultado > 1,5 MoM. Utilizado nesse
contexto, o sangue fetal com hematócrito < 30% (Hb < 10
g/dℓ)
Cardiotocografia
Traçados terminais (lisos, sinusoides, com
dips tardios) correspondem a fetos
gravemente atingidos por DHPN.
7. PROVAS
IMUNOEMATOLOGICAS
São indispensáveis: a determinação do grupo sanguíneo e do
fator Rh e o teste de Coombs direto.
› Teste de Coombs direto: Avalia a sensibilização das
hemácias do recém-nascido pelos anticorpos maternos.
› Subsidio anatomopatológico: A hematopoese
extramedular é considerada um mecanismo fisiológico
compensatório que ocorre quando a medula óssea é
incapaz de suprir a demanda corporal de células
sanguíneas. Encontrados em muitos órgãos (fígado, baço,
placenta), são da maior relevância. A Hepatoesplenomegalia
está sempre presente.
NO RECÉM-NASCIDO
8. PREVENÇÃO
Tipagem sanguínea dos pais antes da gestação
Injeção de imunoglobulina
aproximadamente na 28º semana
de gestação e 72h após o parto.
9. A transfusão intra-uterina, consiste na infusão de eritrócitos Rh negativos, coletados nas ultimas 72
h, através da veia umbilical do feto, a fim de elevar o nível de hematócrito fetal, quando este se
apresenta < 30% (Hb < 10 g/dℓ) é indicação para o tratamento.
TRATAMENTO Transfusão Intraperitoneal
Procura -se atingir hematócrito final de 40 a 50%. Este
tratamento deve ser utilizado para tratar filhos de mães já
sensibilizadas e a frequência das transfusões podem variar,
porém podem ser feitas somente a cada 2 semanas, até que
ocorra a maturidade pulmonar do feto. No concepto
extremamente anemiado, em especial no hidrópico, o
hematócrito não deve ser acrescido em mais de 4 vezes para
não sobrecarregar o sistema cardiovascular fetal pelo
aumento agudo da viscosidade sanguínea.
Figura 2. transfusão intraperitoneal
Fonte: FMFLA Centro de Medicina & Cirurgia Fetal ,2020
10. TRATAMENTO
A molécula da bilirrubina, fotossensível, quando exposta à luz (radiação de 420 a 460 mÅ),
transforma-se na atóxica biliverdina; esse achado possibilitou o emprego da
superiluminação como recurso para o tratamento das hiperbilirrubinemias do recém-
nascido.
Entre as medidas terapêuticas, estão: fototerapia,
realizada em casos leves, qual pode controlar os
níveis de bilirrubina no sangue, porém pode
continuar o processo hemolítico e originar
anemia; e exanguineotransfusão em casos
graves.
Fototerapia
Figura 3 Fototerapia no recém-nascido ictérico com doença hemolítica perinatal (DHPN).
Fonte: Resende (2018)
11. TRATAMENTO Transfusão Neonatal
A exanguineotransfusão é um método para tratamento da
hiperbilirrubinemia grave e hidropisia ocasionadas por
incompatibilidade Rh. Nesta terapia, o sangue do neonato
é retirado em pequenas quantidades, aproximadamente 5
a 10 ml por vez e este, é substituído com sangue
compatível. É um procedimento realizado com o neonato
em fonte de calor radiante, onde o mesmo é coberto por
campos estéreis.
O procedimento consiste na inserção de um cateter direcionado à veia cava inferior Assim,
ocorre a diminuição dos eritrócitos sensibilizados, diminui a bilirrubina, corrige anemia e
previne encefalopatia e insuficiência cardíaca (WONG et al, 2006).
Figura 4. Transfusão Neonatal
12. CUIDADOS DE
ENFERMAGEM
Quando existe a necessidade de realizar exanguineotransfusão, a
enfermeira tem como competência auxiliar o médico durante o
procedimento e antes disso, orientar a família sobre o tratamento. Durante
a exanguineotransfusão, a enfermeira deve fazer o registro do volume de
sangue trocado, retirado e transfundido (WONG et al, 2006).
O enfermeiro tem um papel muito importante na segurança transfusional,
deve conhecer o procedimento, indicações, orientar, detectar e
documentar todo o processo, porém, muitos profissionais não estão
preparados para tal prática, necessitam de formação e treinamentos
adequados (FERREIRA, et. al., 2007).
A equipe de enfermagem deve atuar na prevenção da DHPN, durante o pré-
natal, a partir da verificação de incompatibilidade e teste de Coombs positivo,
além de ser responsável em reconhecer a icterícia (WONG et al, 2006).
13. CUIDADOS DE
ENFERMAGEM
Os sinais vitais devem ser controlados, observar a
termorregulacão do neonato é importante, pois a
hipotermia gera o aumento do consumo de
glicose e oxigênio, podendo gerar uma acidose
metabólica.
Com isso, o estado físico do neonato é
prejudicado, causa lesão nos eritrócitos do
doador, eleva o potássio do neonato, facilitando a
ocorrência de uma parada cardíaca (WONG et al,
2006).
A enfermagem também deve se atentar à ocorrência de problemas cardíacos
ou respiratórios durante o procedimento, pois nestes casos, o mesmo deve ser
interrompido. Após o término do procedimento, é importante observar sinais
de sangramentos e quando necessária a realização de outras transfusões, o
cateter pode permanecer inserido (WONG et al, 2006).
14. REFERÊNCIAS
• MONTENEGRO, Carlos Antônio Barbosa.; RESENDE-FILHO, Jorge de. Rezende obstetrícia:
Doença Hemolítica Perinatal. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. E-book 421-
433 p. v. reimpressa. ISBN 978-85-277-3071-6. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527730723/epubcfi/6/10[%3B
vnd.vst.idref%3Dcopyright]!. Acesso em: 10 de maio de 2022.
• LOPES, V. R. da. S. Doença Hemolítica: A atuação do enfermeiro enquanto cuidador e
orientador, Assis, 2013. Disponível em: https://docplayer.com.br/50471906-Vanessa-ramos-
da-silva-lopes.html. Acesso em: 09 de maio de 2022.