SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 31
José Evaldo Leandro Júnior 
R4 Neurologia Infantil 
Orientadora: Dra. Áurea Nogueira de Melo / UFRN
 Bilirrubina é o produto 
catabólico do anel de 
porfirina, derivado do heme 
 Este componente pode 
existir no plasma como 
ânion de bilirrubina ou 
ácido de bilirrubina 
 O diácido tem uma 
estrutura rígida e pouco 
solúvel
 Quando atinge uma concentração limite da 
solubilidade forma microagregados 
 A precipitação dos microagregados causa 
dano às membranas 
 No pH fisiológico as espécies de bilirrubina 
livre estão na forma de: 
◦ 82% diácido 
◦ 16% monoânion 
◦ 2% diânion
 Eventos sequenciais: 
1. Produção 
2. Transporte 
3. Captação hepática 
4. Conjugação 
5. Excreção 
6. Circulação entero-hepática
 Aumento na produção de bilirrubina 
◦ ↑ Volume de hemácias 
◦ ↓ Sobrevida das hemácias 
◦ ↑ “Outras” fontes 
 Aumento na circulação entero-hepática 
 Diminuição da captação hepática da 
bilirrubina plasmática 
◦ ↓ Trasportador de membrana 
◦ ↓ Ligandina 
 Defeito na conjugação de bilirrubina 
◦ ↓ Uridina-difosfato-glucuronil transferase
 Aumento na produção 
 Doença hemolítica 
◦ Imunomediada: incompatibilidade Rh ou ABO 
◦ Defeitos hematológicos hereditários: esferocitose, talassemias, 
funcionamento da glicose-6-fosfato desidrogenase 
 Outros 
◦ Hematoma, incluindo cerebral, outros extravasamentos de sangue 
◦ Policitemia 
◦ Sepse 
◦ RN grandes filhos de mães diabéticas 
 Aumento na circulação entero-hepática 
◦ Aleitamento materno 
◦ Estenose pilórica 
◦ Obstrução intestinal 
 Diminuição na conjugação 
◦ Prematuridade 
◦ Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase 
◦ Erros inatos do metabolismo: Crigler-Najjar, Síndrome de Gilbert 
◦ Hipotireoidismo
[ânion de bilirrubina]-Albumina <-> [ânion de bilirrubina]+albumina 
[ânion de bilirrubina]+2H+ <-> [bilirrubina ácida] 
Ou seja: 
[ânion de bilirrubina]-albumina+2H + <-> [bilirrubina ácida]+albumina
 Concentração sérica e livre (não conjugada) 
de bilirrubina 
 Concentração sérica de albumina 
 Bilirrubina ligada à albumina 
 Concenração de íons de hidrogênio (pH) 
 Barreira hemato-encefálica 
 Susceptibilidade neuronal
 Prejuízo na: 
◦ Utilização de glicose 
◦ Fosforilação oxidativa 
◦ Síntese de DNA 
◦ Síntese de proteínas 
◦ Atividade de múltiplas enzimas 
◦ Fosforilação de proteínas 
◦ Síntese de neurotransmissores 
◦ Transporte de íons 
◦ Transmissão sináptica 
◦ Homeostase excitatória dos aminoácidos 
◦ Concentração citosólica do cálcio
Ives BK, Cos, DWG, Gardiner RM, Bachelar HS: The effects 
of bilirubin on brain energy metabolism during normoxia 
and hypoxia: Na in vitro study using 31P nuclear magnetic 
resonanse spectroscopy, Pediatr Res 23:569-573, 1988
 Vão depender da topografia e intensidade dos 
achados neuropatológicos e suas correlações 
com a maturação cerebral 
 Severidade da hiperbilirrubinemia 
 Duração 
 Idade 
 Os achados neurológicos não vão ser tão 
evidentes nos prematuros, exceto, a maior 
incidência de apnéia e bradicardia documentada 
em prematuros de 25 a 32 semanas com 
hiperbilirrubinemia
 Fase inicial 
◦ Estupor discreto (“letárgico”, “sonolento”) 
◦ Discreta hipotonia, poucos movimentos 
◦ Sucção débil; choro discretamente agudo 
 Fase intermediária 
◦ Estupor moderado: irritabilidade 
◦ Tônus variável, usualmente aumentado; alguns com 
opistotóno 
◦ Minima alimentação; choro agudo 
 Fase avançada 
◦ Estupor profundo a coma 
◦ Tônus normalmente aumentado; pronunciado 
opistótono 
◦ Não se alimenta; choro estridente
 Anormalidades extrapiramidais 
 Anormalidades do olhar, especialmente do 
olhar vertical 
 Alterações auditivas, especialmente perda 
auditiva neurossensitiva 
 Intelecto relativamente poupado
 Vários relatos sugerem que sim! 
 Eles apresentam déficits neurológicos? 
 Normalmente, atraso no desenvolvimento 
inicialmente, sem sequela cognitiva ou 
motora posterior. Sequela auditiva 
subnormal. 
 O quadro clínico neurológico é o mesmo? 
 Nos casos mais intensos pode ser semelhante 
a uma paralisia cerebral leve de início tardio.
 Bilirrubina sérica na zona de alto risco 
 Icterícia nas primeiras 24 horas 
 Incompatibilidade sanguínea com teste de 
antiglobulina direto positivo ou doença 
hemolítica (ex: glicose-6-fosfato desidrogenase) 
 Idade gestacional entre 35 e 36 semanas 
 Aleitamento materno exclusivo (especialmente se 
a alimentação não estiver boa ou apresentar 
perda de peso excessiva) 
 Cefalohematoma ou equimose significante 
 Irmão com história de fototerapia 
 Raça do leste asiático
Guidelines for phototherapy in hospitalized infants ≥35 weeks’ gestation. 
Maisels M J et al. Pediatrics 2009;124:1193-1198 
©2009 by American Academy of Pediatrics
 Não sabem qual a estatística atual de 
kernicterus nos EUA ou Canadá 
 Sabem que é um evento que pode ser 
completamente evitado com a monitorização 
ideal 
 Recomendam um screening universal do nível 
de bilirrubina antes da alta hospitalar 
 A eficácia e custo-benefício são 
desconhecidos
 Aproximadamente 75 casos estudados por RM; 
incluindo 11 prematuros somente com 
hiperbilirrubinemia moderada 
 Globo pálido é afetado bilateralmente e simétrico em 
90% dos casos, o núcleo subtalâmico em 40% e o 
hipocampo em 5%. 
 Nas primeiras 3 semanas, as lesões são melhores 
vistas em T2 
 Lesões agudas podem desaparecer e não ser 
substituidas por lesões crônicas; a frequência é 
incerta 
 A presença de anormalidade crônica à RM está 
consistentemente associada a achados clínicos 
clássicos crônicos de encefalopatia bilirrubínica pós-kernicterus, 
alguns casos com a síndrome clássica 
podem não apresentar a lesão característica.
Nwaesei CG, Van Aerde J, Boyden M, Perlman M: 
Changes in auditory brainstem response in 
hyperbilirybinemic infants before and after exchange 
transfusion, Pediatrics 74:800-803, 1984
 O aspecto essencial é a prevenção! 
 Além da hiperbilirrubinemia, considerar 
outros fatores: 
◦ Prematuridade 
◦ Acidose 
◦ Hipoalbuminemia 
◦ Lesão hipóxico-isquêmica 
◦ Infecção 
◦ Outros insultos ao SNC
 Prevenção 
◦ Screening materno para isoimunização 
◦ Uso materno de imunoglobulina imune anti-Rh 
◦ Transfusão fetal 
 Vigilância e Detecção precoce 
 Fototerapia 
 Exsanguineotransfusão 
 Outras terapias 
◦ Inibidores do heme oxigenase: metaloporfirinas 
◦ Fenobarbital 
◦ Melhora na circulação entero-hepática (agar/orlistat)
Icterícia neonatal
Icterícia neonatal
Icterícia neonatal

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ciclo êntero hepático da bilirrubina e Icterícia em RN
Ciclo êntero hepático da bilirrubina e Icterícia em RNCiclo êntero hepático da bilirrubina e Icterícia em RN
Ciclo êntero hepático da bilirrubina e Icterícia em RNArnaldo Neto
 
Caso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASIL
Caso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASILCaso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASIL
Caso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASILSofía Leal Fuentes
 
2012 2_-_afecções_do_recém_na
2012  2_-_afecções_do_recém_na2012  2_-_afecções_do_recém_na
2012 2_-_afecções_do_recém_naRafaela Bulhões
 
Hipoglicemia Neonatal
Hipoglicemia  Neonatal Hipoglicemia  Neonatal
Hipoglicemia Neonatal blogped1
 
Apresentacao eritroblastose fetal
Apresentacao eritroblastose fetalApresentacao eritroblastose fetal
Apresentacao eritroblastose fetalFernanda Marinho
 
Doença renal crônica e gestação
Doença renal crônica e gestaçãoDoença renal crônica e gestação
Doença renal crônica e gestaçãoEduardo Tibali
 
Hipoglicemia e lesão cerebral neonatal
Hipoglicemia e lesão cerebral neonatalHipoglicemia e lesão cerebral neonatal
Hipoglicemia e lesão cerebral neonatalLeandro Junior
 
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação ppManejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pptvf
 
Fisiopatologia e dieto aula iii
Fisiopatologia e dieto aula iiiFisiopatologia e dieto aula iii
Fisiopatologia e dieto aula iiiCarlos Patricio
 

Mais procurados (20)

Icterícia Neonatal
Icterícia NeonatalIcterícia Neonatal
Icterícia Neonatal
 
Ciclo êntero hepático da bilirrubina e Icterícia em RN
Ciclo êntero hepático da bilirrubina e Icterícia em RNCiclo êntero hepático da bilirrubina e Icterícia em RN
Ciclo êntero hepático da bilirrubina e Icterícia em RN
 
Icterícia 2014
Icterícia 2014Icterícia 2014
Icterícia 2014
 
Caso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASIL
Caso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASILCaso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASIL
Caso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASIL
 
2012 2_-_afecções_do_recém_na
2012  2_-_afecções_do_recém_na2012  2_-_afecções_do_recém_na
2012 2_-_afecções_do_recém_na
 
Hiperplasia congenita da supra renal
Hiperplasia congenita da supra renalHiperplasia congenita da supra renal
Hiperplasia congenita da supra renal
 
Hiperplasia Adrenal Congênita
Hiperplasia Adrenal CongênitaHiperplasia Adrenal Congênita
Hiperplasia Adrenal Congênita
 
Hipoglicemia Neonatal
Hipoglicemia  Neonatal Hipoglicemia  Neonatal
Hipoglicemia Neonatal
 
Leucinose
LeucinoseLeucinose
Leucinose
 
Hipoglicemias em recém nascidos
Hipoglicemias em recém nascidos  Hipoglicemias em recém nascidos
Hipoglicemias em recém nascidos
 
Apresentacao eritroblastose fetal
Apresentacao eritroblastose fetalApresentacao eritroblastose fetal
Apresentacao eritroblastose fetal
 
Doença renal crônica e gestação
Doença renal crônica e gestaçãoDoença renal crônica e gestação
Doença renal crônica e gestação
 
Hipoglicemia e lesão cerebral neonatal
Hipoglicemia e lesão cerebral neonatalHipoglicemia e lesão cerebral neonatal
Hipoglicemia e lesão cerebral neonatal
 
trabalho de hematologia
trabalho de hematologia trabalho de hematologia
trabalho de hematologia
 
Anemias na infância
Anemias na infânciaAnemias na infância
Anemias na infância
 
Anemias carenciais
Anemias carenciaisAnemias carenciais
Anemias carenciais
 
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação ppManejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
 
Fisiopatologia e dieto aula iii
Fisiopatologia e dieto aula iiiFisiopatologia e dieto aula iii
Fisiopatologia e dieto aula iii
 
Eim
EimEim
Eim
 
Anemias em pediatria
Anemias em pediatriaAnemias em pediatria
Anemias em pediatria
 

Destaque

Infecção do Trato Urinário e Icterícia em Recém- Nascidos
Infecção do Trato Urinário e Icterícia em Recém- NascidosInfecção do Trato Urinário e Icterícia em Recém- Nascidos
Infecção do Trato Urinário e Icterícia em Recém- Nascidosblogped1
 
Tomografia pediatrica
Tomografia   pediatricaTomografia   pediatrica
Tomografia pediatricaLuanapqt
 
Protocolos de-tomografia-computadorizada-em-radiologia-pediatrica
Protocolos de-tomografia-computadorizada-em-radiologia-pediatricaProtocolos de-tomografia-computadorizada-em-radiologia-pediatrica
Protocolos de-tomografia-computadorizada-em-radiologia-pediatricaFlavia Santos
 
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013Juliana Ledur
 
Protocolo de emergência pediátrica
Protocolo de emergência pediátricaProtocolo de emergência pediátrica
Protocolo de emergência pediátricaAntonio Souto
 
Apresentação odontopediatria (2)
Apresentação   odontopediatria (2)Apresentação   odontopediatria (2)
Apresentação odontopediatria (2)Jhonny Marques
 
Enfermagem em neonatologia
Enfermagem em neonatologiaEnfermagem em neonatologia
Enfermagem em neonatologiaCarlos Seabra
 
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuro
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuroAssistência de enfermagem ao recém nascido prematuro
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuroJuliana Maciel
 
Nutrição enteral e parenteral
Nutrição enteral e parenteralNutrição enteral e parenteral
Nutrição enteral e parenteralAlexandra Caetano
 
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERAL
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERALNUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERAL
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERALElyda Santos
 
Assistência de enfermagem em neonatologia
Assistência de enfermagem em neonatologiaAssistência de enfermagem em neonatologia
Assistência de enfermagem em neonatologiaAmanda Corrêa
 

Destaque (19)

Protocolos NICU
Protocolos NICUProtocolos NICU
Protocolos NICU
 
Infecção do Trato Urinário e Icterícia em Recém- Nascidos
Infecção do Trato Urinário e Icterícia em Recém- NascidosInfecção do Trato Urinário e Icterícia em Recém- Nascidos
Infecção do Trato Urinário e Icterícia em Recém- Nascidos
 
Tomografia pediatrica
Tomografia   pediatricaTomografia   pediatrica
Tomografia pediatrica
 
Livro de Enfermagem
 Livro de Enfermagem Livro de Enfermagem
Livro de Enfermagem
 
Protocolos de-tomografia-computadorizada-em-radiologia-pediatrica
Protocolos de-tomografia-computadorizada-em-radiologia-pediatricaProtocolos de-tomografia-computadorizada-em-radiologia-pediatrica
Protocolos de-tomografia-computadorizada-em-radiologia-pediatrica
 
Neonatologia
NeonatologiaNeonatologia
Neonatologia
 
Evolução pós parto
Evolução pós partoEvolução pós parto
Evolução pós parto
 
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
 
Uti Neonatal Parte 1
Uti Neonatal Parte 1Uti Neonatal Parte 1
Uti Neonatal Parte 1
 
Protocolo de emergência pediátrica
Protocolo de emergência pediátricaProtocolo de emergência pediátrica
Protocolo de emergência pediátrica
 
Apresentação odontopediatria (2)
Apresentação   odontopediatria (2)Apresentação   odontopediatria (2)
Apresentação odontopediatria (2)
 
Enfermagem em neonatologia
Enfermagem em neonatologiaEnfermagem em neonatologia
Enfermagem em neonatologia
 
Urgencias de pediatria
Urgencias de pediatriaUrgencias de pediatria
Urgencias de pediatria
 
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuro
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuroAssistência de enfermagem ao recém nascido prematuro
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuro
 
Nutrição enteral e parenteral
Nutrição enteral e parenteralNutrição enteral e parenteral
Nutrição enteral e parenteral
 
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERAL
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERALNUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERAL
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERAL
 
Ictericia neonatal
Ictericia neonatal Ictericia neonatal
Ictericia neonatal
 
Apresentando TCC
Apresentando TCCApresentando TCC
Apresentando TCC
 
Assistência de enfermagem em neonatologia
Assistência de enfermagem em neonatologiaAssistência de enfermagem em neonatologia
Assistência de enfermagem em neonatologia
 

Semelhante a Icterícia neonatal

GLOMERULONEFRITE E SINDROME NEFRÓTICA
GLOMERULONEFRITE E SINDROME NEFRÓTICAGLOMERULONEFRITE E SINDROME NEFRÓTICA
GLOMERULONEFRITE E SINDROME NEFRÓTICAFernanda Marinho
 
Farmacologia: Diabetes mellitus
Farmacologia: Diabetes mellitusFarmacologia: Diabetes mellitus
Farmacologia: Diabetes mellitusLeonardo Souza
 
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaquecaAnticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaquecaDr. Rafael Higashi
 
PANCREATITE AGUDA CORREÇÃO.pptx
PANCREATITE AGUDA CORREÇÃO.pptxPANCREATITE AGUDA CORREÇÃO.pptx
PANCREATITE AGUDA CORREÇÃO.pptxThayaneAldTech
 
Alguns dos utilizados para confirmar a anemia são: hemograma; esfregaço sangu...
Alguns dos utilizados para confirmar a anemia são: hemograma; esfregaço sangu...Alguns dos utilizados para confirmar a anemia são: hemograma; esfregaço sangu...
Alguns dos utilizados para confirmar a anemia são: hemograma; esfregaço sangu...fernandoalvescosta3
 
Diagnóstico Laboratorial - Anemias
Diagnóstico Laboratorial - AnemiasDiagnóstico Laboratorial - Anemias
Diagnóstico Laboratorial - AnemiasSEMUSA
 
Nutrição enteral e parenteral no doente crítico
Nutrição enteral e parenteral no doente críticoNutrição enteral e parenteral no doente crítico
Nutrição enteral e parenteral no doente críticoEduardo Tibali
 
Doença celiaca apresentacao.pdf
Doença celiaca apresentacao.pdfDoença celiaca apresentacao.pdf
Doença celiaca apresentacao.pdfAnnaJuOliveira
 

Semelhante a Icterícia neonatal (20)

Proteínas
 Proteínas Proteínas
Proteínas
 
Estudo dirigido
Estudo dirigidoEstudo dirigido
Estudo dirigido
 
Patologias NN.pptx
Patologias NN.pptxPatologias NN.pptx
Patologias NN.pptx
 
aula dm vanielle novafapi.pdf
aula dm vanielle novafapi.pdfaula dm vanielle novafapi.pdf
aula dm vanielle novafapi.pdf
 
Dieto Neuro 2016.pdf
Dieto Neuro 2016.pdfDieto Neuro 2016.pdf
Dieto Neuro 2016.pdf
 
GLOMERULONEFRITE E SINDROME NEFRÓTICA
GLOMERULONEFRITE E SINDROME NEFRÓTICAGLOMERULONEFRITE E SINDROME NEFRÓTICA
GLOMERULONEFRITE E SINDROME NEFRÓTICA
 
Farmacologia: Diabetes mellitus
Farmacologia: Diabetes mellitusFarmacologia: Diabetes mellitus
Farmacologia: Diabetes mellitus
 
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaquecaAnticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
 
PANCREATITE AGUDA CORREÇÃO.pptx
PANCREATITE AGUDA CORREÇÃO.pptxPANCREATITE AGUDA CORREÇÃO.pptx
PANCREATITE AGUDA CORREÇÃO.pptx
 
Alguns dos utilizados para confirmar a anemia são: hemograma; esfregaço sangu...
Alguns dos utilizados para confirmar a anemia são: hemograma; esfregaço sangu...Alguns dos utilizados para confirmar a anemia são: hemograma; esfregaço sangu...
Alguns dos utilizados para confirmar a anemia são: hemograma; esfregaço sangu...
 
Doença Hepática e Sepse
Doença Hepática e SepseDoença Hepática e Sepse
Doença Hepática e Sepse
 
Diagnóstico Laboratorial - Anemias
Diagnóstico Laboratorial - AnemiasDiagnóstico Laboratorial - Anemias
Diagnóstico Laboratorial - Anemias
 
semináriocurso.pdf
semináriocurso.pdfsemináriocurso.pdf
semináriocurso.pdf
 
Samuel_Complicações_agudas
Samuel_Complicações_agudasSamuel_Complicações_agudas
Samuel_Complicações_agudas
 
Nutrição enteral e parenteral no doente crítico
Nutrição enteral e parenteral no doente críticoNutrição enteral e parenteral no doente crítico
Nutrição enteral e parenteral no doente crítico
 
Uti Neonatal Parte 1
Uti Neonatal Parte 1Uti Neonatal Parte 1
Uti Neonatal Parte 1
 
Doença celiaca apresentacao.pdf
Doença celiaca apresentacao.pdfDoença celiaca apresentacao.pdf
Doença celiaca apresentacao.pdf
 
Aula 4 - B
Aula 4 - BAula 4 - B
Aula 4 - B
 
Nefropatia por IgA
Nefropatia por IgANefropatia por IgA
Nefropatia por IgA
 
Patologia obstetricia 2014
Patologia obstetricia  2014Patologia obstetricia  2014
Patologia obstetricia 2014
 

Último

HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptAlberto205764
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivProfessorThialesDias
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfMedTechBiz
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdfMichele Carvalho
 

Último (8)

HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 

Icterícia neonatal

  • 1. José Evaldo Leandro Júnior R4 Neurologia Infantil Orientadora: Dra. Áurea Nogueira de Melo / UFRN
  • 2.  Bilirrubina é o produto catabólico do anel de porfirina, derivado do heme  Este componente pode existir no plasma como ânion de bilirrubina ou ácido de bilirrubina  O diácido tem uma estrutura rígida e pouco solúvel
  • 3.
  • 4.  Quando atinge uma concentração limite da solubilidade forma microagregados  A precipitação dos microagregados causa dano às membranas  No pH fisiológico as espécies de bilirrubina livre estão na forma de: ◦ 82% diácido ◦ 16% monoânion ◦ 2% diânion
  • 5.  Eventos sequenciais: 1. Produção 2. Transporte 3. Captação hepática 4. Conjugação 5. Excreção 6. Circulação entero-hepática
  • 6.
  • 7.  Aumento na produção de bilirrubina ◦ ↑ Volume de hemácias ◦ ↓ Sobrevida das hemácias ◦ ↑ “Outras” fontes  Aumento na circulação entero-hepática  Diminuição da captação hepática da bilirrubina plasmática ◦ ↓ Trasportador de membrana ◦ ↓ Ligandina  Defeito na conjugação de bilirrubina ◦ ↓ Uridina-difosfato-glucuronil transferase
  • 8.  Aumento na produção  Doença hemolítica ◦ Imunomediada: incompatibilidade Rh ou ABO ◦ Defeitos hematológicos hereditários: esferocitose, talassemias, funcionamento da glicose-6-fosfato desidrogenase  Outros ◦ Hematoma, incluindo cerebral, outros extravasamentos de sangue ◦ Policitemia ◦ Sepse ◦ RN grandes filhos de mães diabéticas  Aumento na circulação entero-hepática ◦ Aleitamento materno ◦ Estenose pilórica ◦ Obstrução intestinal  Diminuição na conjugação ◦ Prematuridade ◦ Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase ◦ Erros inatos do metabolismo: Crigler-Najjar, Síndrome de Gilbert ◦ Hipotireoidismo
  • 9. [ânion de bilirrubina]-Albumina <-> [ânion de bilirrubina]+albumina [ânion de bilirrubina]+2H+ <-> [bilirrubina ácida] Ou seja: [ânion de bilirrubina]-albumina+2H + <-> [bilirrubina ácida]+albumina
  • 10.  Concentração sérica e livre (não conjugada) de bilirrubina  Concentração sérica de albumina  Bilirrubina ligada à albumina  Concenração de íons de hidrogênio (pH)  Barreira hemato-encefálica  Susceptibilidade neuronal
  • 11.  Prejuízo na: ◦ Utilização de glicose ◦ Fosforilação oxidativa ◦ Síntese de DNA ◦ Síntese de proteínas ◦ Atividade de múltiplas enzimas ◦ Fosforilação de proteínas ◦ Síntese de neurotransmissores ◦ Transporte de íons ◦ Transmissão sináptica ◦ Homeostase excitatória dos aminoácidos ◦ Concentração citosólica do cálcio
  • 12. Ives BK, Cos, DWG, Gardiner RM, Bachelar HS: The effects of bilirubin on brain energy metabolism during normoxia and hypoxia: Na in vitro study using 31P nuclear magnetic resonanse spectroscopy, Pediatr Res 23:569-573, 1988
  • 13.
  • 14.  Vão depender da topografia e intensidade dos achados neuropatológicos e suas correlações com a maturação cerebral  Severidade da hiperbilirrubinemia  Duração  Idade  Os achados neurológicos não vão ser tão evidentes nos prematuros, exceto, a maior incidência de apnéia e bradicardia documentada em prematuros de 25 a 32 semanas com hiperbilirrubinemia
  • 15.  Fase inicial ◦ Estupor discreto (“letárgico”, “sonolento”) ◦ Discreta hipotonia, poucos movimentos ◦ Sucção débil; choro discretamente agudo  Fase intermediária ◦ Estupor moderado: irritabilidade ◦ Tônus variável, usualmente aumentado; alguns com opistotóno ◦ Minima alimentação; choro agudo  Fase avançada ◦ Estupor profundo a coma ◦ Tônus normalmente aumentado; pronunciado opistótono ◦ Não se alimenta; choro estridente
  • 16.
  • 17.  Anormalidades extrapiramidais  Anormalidades do olhar, especialmente do olhar vertical  Alterações auditivas, especialmente perda auditiva neurossensitiva  Intelecto relativamente poupado
  • 18.  Vários relatos sugerem que sim!  Eles apresentam déficits neurológicos?  Normalmente, atraso no desenvolvimento inicialmente, sem sequela cognitiva ou motora posterior. Sequela auditiva subnormal.  O quadro clínico neurológico é o mesmo?  Nos casos mais intensos pode ser semelhante a uma paralisia cerebral leve de início tardio.
  • 19.  Bilirrubina sérica na zona de alto risco  Icterícia nas primeiras 24 horas  Incompatibilidade sanguínea com teste de antiglobulina direto positivo ou doença hemolítica (ex: glicose-6-fosfato desidrogenase)  Idade gestacional entre 35 e 36 semanas  Aleitamento materno exclusivo (especialmente se a alimentação não estiver boa ou apresentar perda de peso excessiva)  Cefalohematoma ou equimose significante  Irmão com história de fototerapia  Raça do leste asiático
  • 20. Guidelines for phototherapy in hospitalized infants ≥35 weeks’ gestation. Maisels M J et al. Pediatrics 2009;124:1193-1198 ©2009 by American Academy of Pediatrics
  • 21.
  • 22.  Não sabem qual a estatística atual de kernicterus nos EUA ou Canadá  Sabem que é um evento que pode ser completamente evitado com a monitorização ideal  Recomendam um screening universal do nível de bilirrubina antes da alta hospitalar  A eficácia e custo-benefício são desconhecidos
  • 23.  Aproximadamente 75 casos estudados por RM; incluindo 11 prematuros somente com hiperbilirrubinemia moderada  Globo pálido é afetado bilateralmente e simétrico em 90% dos casos, o núcleo subtalâmico em 40% e o hipocampo em 5%.  Nas primeiras 3 semanas, as lesões são melhores vistas em T2  Lesões agudas podem desaparecer e não ser substituidas por lesões crônicas; a frequência é incerta  A presença de anormalidade crônica à RM está consistentemente associada a achados clínicos clássicos crônicos de encefalopatia bilirrubínica pós-kernicterus, alguns casos com a síndrome clássica podem não apresentar a lesão característica.
  • 24.
  • 25.
  • 26. Nwaesei CG, Van Aerde J, Boyden M, Perlman M: Changes in auditory brainstem response in hyperbilirybinemic infants before and after exchange transfusion, Pediatrics 74:800-803, 1984
  • 27.  O aspecto essencial é a prevenção!  Além da hiperbilirrubinemia, considerar outros fatores: ◦ Prematuridade ◦ Acidose ◦ Hipoalbuminemia ◦ Lesão hipóxico-isquêmica ◦ Infecção ◦ Outros insultos ao SNC
  • 28.  Prevenção ◦ Screening materno para isoimunização ◦ Uso materno de imunoglobulina imune anti-Rh ◦ Transfusão fetal  Vigilância e Detecção precoce  Fototerapia  Exsanguineotransfusão  Outras terapias ◦ Inibidores do heme oxigenase: metaloporfirinas ◦ Fenobarbital ◦ Melhora na circulação entero-hepática (agar/orlistat)

Notas do Editor

  1. Guidelines for phototherapy in hospitalized infants ≥35 weeks’ gestation. Note that these guidelines are based on limited evidence and that the levels shown are approximations. The guidelines refer to the use of intensive phototherapy, which should be used when the TSB level exceeds the line indicated for each category. Use total bilirubin. Do not subtract direct-reacting or conjugated bilirubin.Risk factors are isoimmune hemolytic disease, G6PD deficiency, asphyxia, significant lethargy, temperature instability, sepsis, acidosis, or an albumin level of <3.0 g/dL (if measured).For well infants at 35 to 376/7 weeks’ gestation, one can adjust TSB levels for intervention around the medium-risk line. It is an option to intervene at lower TSB levels for infants closer to 35 weeks’ gestation and at higher TSB levels for those closer to 376/7 weeks’ gestation.It is an option to provide conventional phototherapy in the hospital or at home at TSB levels of 2 to 3 mg/dL (35–50 μmol/L) below those shown, but home phototherapy should not be used in any infant with risk factors.