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TRATAMENTO DA CANDIDÍASE VULVOVAGINAL E NOVAS
PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS: Uma revisão narrativa
Farmácia - Unoesc
Micologia Clínica – 7ª Fase
Acadêmica: Karen Zanferrari
Candidíase vulvovaginal (CVV)
A candidíase vulvovaginal (CVV) é um processo
infeccioso do trato geniturinário inferior feminino, causada
por várias espécies de cândida e que compromete
principalmente a vulva e a vagina.
Espécies de interesse clínico: subespécies de Candida albicans,
glabrata, krusei, parapsilosis e tropicalis.
Vagina
Vulva
Prevalência
2ª infeção genital mais comum
do Brasil, perdendo apenas para a
vaginose bacteriana.
Atinge mulheres em estado
reprodutivo ( a partir dos 14 anos).
Prevalência
75% das mulheres apresentam
vulvovaginite fúngica *
40% a 50%
vivenciam novos surtos
5% tornam-se
recorrentes
Prevalência
A Candida albicans é mais frequente que as espécies não-
albicans, correspondendo a 80% dos casos.
Porém foi observado no estudo a
ocorrência do aumento na frequência de
espécies não albicans, como a
Candida glabrata.
*Resistência
Características
• Prurido intenso;
• Edema;
• Eritema vulvovaginal;
• Corrimento branco espesso e inodoro;
• Fissura na vulva e vagina;
• Eventualmente: pontos branco-amarelados nas paredes da
vagina e do colo uterino.
Diagnóstico
É estabelecido através da história e quadro clínico da paciente,
devendo ser confirmado por exames complementares, já que a
sintomatologia não é patognomônica*.
Realização da microscopia a fresco com hidróxido de potássio
(KOH) 10%. Para detectar a presença de leveduras e/ou pseudohifas
fúngicas, confirmando o diagnóstico.
Casos recorrentes
Nos casos recorrentes, deve-se acrescentar a realização de
cultura vaginal específica, em meio de Sabouraud, realizada em
laboratório, para especificar o subtipo de cândida envolvida no
processo infeccioso.
Resistência fúngica
Devido ao elevado nível de incômodo relatado pela
paciente, principalmente decorrente do prurido, muitas vezes o
diagnóstico é realizado de forma empírica, levando a prescrição
precipitada de medicamentos ou a automedicação.
Crescimento dos casos de recorrência;
Tratamento
Objetivo de melhorar a sintomatologia da paciente.
Via oral ou tópica.
Fluconazol 150 mg: dose
única
Cetoconazol 200mg:
uma vez ao dia, por 14
dias.
Clotrimazol 1%: durante 7
dias
Terconazol 0.8%:
aplicação de 5g durante
três dias
Ácido bórico:
600mg duas vezes
ao dia, por 14 dias.
Tratamento CVV recorrente
Tratamento mais prolongado;
Fluconazol 150 mg: 1
mês.
Cetoconazol 2 cap.
200mg: 5 dias após a
menstruação (6 meses)
Itraconazol 200mg: 30
dias
Clotrimazol 2 cap.
100mg: 2x por semana (6
meses)
Terconazol 0.8%:
aplicação de 5g durante 7
dias.
Recidivas
Foi observado que em pacientes que fizeram o uso de
itraconazol, a taxa de recidivas foi maior que pacientes que
fizeram tratamento com fluconazol.
Até 3 dias
Mais de 3 dias
Reações adversas
Principalmente administração via oral:
• Dor vaginal,
• Infecção do trato urinário,
• Insônia,
• Ansiedade,
• Desconforto gastrointestinal,
• Disúria.
Terapia fotodinâmica
Utilizada em diversas patologias;
Necessita de:
Droga fotossensibilizante
(azul de metileno)
Uma droga fotossensibilizante é capaz de absorver
luz na presença de oxigênio e produzir espécies reativas
de oxigênio, que reagem com componentes celulares
dos microrganismos, gerando morte celular.
O²
Fototerapia com uso do LED azul
400nm
Primeiro era utilizada com associação de substâncias
fotosensibilizadoras, mas foi observado que o LED sozinho, e em
comprimentos de onda menores (400 á 410 nm) acabam inibindo
o crescimento de inúmeros microrganismos.
Comprimento de onda de 405 nm apresentou melhor
resposta na inativação de fungos e bactérias.
Os efeitos variam conforme a dose, natureza do
microrganismo e comprimento de onda.
Como a fototerapia funciona?
Na membrana plasmática dos fungos e nas mitocôndrias há
a presença de porfirinas.
Porfirinas expostas a luz em 405 nm > oxigênio singleto
+ radicais livres.
Não ocorre desenvolvimento de resistência microbiana.
Tempo X Ação
Explicado pela presença
das porfirinas na
membrana e nas
mitocôndrias
20
10
5
min
60 90
0 % de diminuição da ação
microbiana
Reações adversas
Apesar da luz azul 405 nm ser germicida, ele encontra-se
dentro de um espectro de comprimento de onda benigna e se for
operado a níveis de irradiância adequados é seguro para
exposição humana, tendo como reação adversa leve eritema na
região tratada.
Conclusão
• Patologia com alta prevalência em mulheres.
• Em idade reprodutiva
• Muitas não respondem a terapia medicamentosa;
• Ocorrem recidivas;
• Terapia alternativa: Fototerapia;
• O led tem o melhor custo benefício;
• São necessários maiores estudos sobre o led azul 405nm no tratamento
da Cândida albicans.
http://www.gineco.com.br
Referências
Artigo base: TRATAMENTO DA CANDIDÍASE VULVOVAGINAL E NOVAS
PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS: Uma revisão narrativa (Mariana Robatto
Dantas Leal, Maria Clara Neves Pavie Cardoso Lima, Sibele de Oliveira
Tozetto Klein, Patrícia Lordêlo)
Imagem capa – Disponível em <https://perfeito.guru/lbpfc-3966-voce-
sabe-o-que-e-candidiase-vaginal/>
Imagem microscópica – Disponível em
https://www.researchgate.net/figure/Morphology-of-C-albicans-and-C-
tropicalis-in-the-control-and-the-test-groups-under-
SEM_fig3_263100357?_sg=pw5LEbrcactDoDzwJuE9x9uybUAdTNQecYf5uk_iB
qfiA3civYO3DwfK5AGTRRM86N83CoQxCwRxrhXFCwhH6g
Vídeo – Disponível em <http://www.gineco.com.br/videos/doencas-
femininas-2/qual-a-importancia-do-tratamento-correto-das-infeccoes-
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Novas perspectivas no tratamento da candidíase vulvovaginal

  • 1. TRATAMENTO DA CANDIDÍASE VULVOVAGINAL E NOVAS PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS: Uma revisão narrativa Farmácia - Unoesc Micologia Clínica – 7ª Fase Acadêmica: Karen Zanferrari
  • 2. Candidíase vulvovaginal (CVV) A candidíase vulvovaginal (CVV) é um processo infeccioso do trato geniturinário inferior feminino, causada por várias espécies de cândida e que compromete principalmente a vulva e a vagina. Espécies de interesse clínico: subespécies de Candida albicans, glabrata, krusei, parapsilosis e tropicalis.
  • 4. Prevalência 2ª infeção genital mais comum do Brasil, perdendo apenas para a vaginose bacteriana. Atinge mulheres em estado reprodutivo ( a partir dos 14 anos).
  • 5. Prevalência 75% das mulheres apresentam vulvovaginite fúngica * 40% a 50% vivenciam novos surtos 5% tornam-se recorrentes
  • 6. Prevalência A Candida albicans é mais frequente que as espécies não- albicans, correspondendo a 80% dos casos. Porém foi observado no estudo a ocorrência do aumento na frequência de espécies não albicans, como a Candida glabrata. *Resistência
  • 7. Características • Prurido intenso; • Edema; • Eritema vulvovaginal; • Corrimento branco espesso e inodoro; • Fissura na vulva e vagina; • Eventualmente: pontos branco-amarelados nas paredes da vagina e do colo uterino.
  • 8. Diagnóstico É estabelecido através da história e quadro clínico da paciente, devendo ser confirmado por exames complementares, já que a sintomatologia não é patognomônica*. Realização da microscopia a fresco com hidróxido de potássio (KOH) 10%. Para detectar a presença de leveduras e/ou pseudohifas fúngicas, confirmando o diagnóstico.
  • 9. Casos recorrentes Nos casos recorrentes, deve-se acrescentar a realização de cultura vaginal específica, em meio de Sabouraud, realizada em laboratório, para especificar o subtipo de cândida envolvida no processo infeccioso.
  • 10. Resistência fúngica Devido ao elevado nível de incômodo relatado pela paciente, principalmente decorrente do prurido, muitas vezes o diagnóstico é realizado de forma empírica, levando a prescrição precipitada de medicamentos ou a automedicação. Crescimento dos casos de recorrência;
  • 11. Tratamento Objetivo de melhorar a sintomatologia da paciente. Via oral ou tópica. Fluconazol 150 mg: dose única Cetoconazol 200mg: uma vez ao dia, por 14 dias. Clotrimazol 1%: durante 7 dias Terconazol 0.8%: aplicação de 5g durante três dias Ácido bórico: 600mg duas vezes ao dia, por 14 dias.
  • 12. Tratamento CVV recorrente Tratamento mais prolongado; Fluconazol 150 mg: 1 mês. Cetoconazol 2 cap. 200mg: 5 dias após a menstruação (6 meses) Itraconazol 200mg: 30 dias Clotrimazol 2 cap. 100mg: 2x por semana (6 meses) Terconazol 0.8%: aplicação de 5g durante 7 dias.
  • 13. Recidivas Foi observado que em pacientes que fizeram o uso de itraconazol, a taxa de recidivas foi maior que pacientes que fizeram tratamento com fluconazol. Até 3 dias Mais de 3 dias
  • 14. Reações adversas Principalmente administração via oral: • Dor vaginal, • Infecção do trato urinário, • Insônia, • Ansiedade, • Desconforto gastrointestinal, • Disúria.
  • 15. Terapia fotodinâmica Utilizada em diversas patologias; Necessita de:
  • 16. Droga fotossensibilizante (azul de metileno) Uma droga fotossensibilizante é capaz de absorver luz na presença de oxigênio e produzir espécies reativas de oxigênio, que reagem com componentes celulares dos microrganismos, gerando morte celular. O²
  • 17. Fototerapia com uso do LED azul 400nm Primeiro era utilizada com associação de substâncias fotosensibilizadoras, mas foi observado que o LED sozinho, e em comprimentos de onda menores (400 á 410 nm) acabam inibindo o crescimento de inúmeros microrganismos. Comprimento de onda de 405 nm apresentou melhor resposta na inativação de fungos e bactérias. Os efeitos variam conforme a dose, natureza do microrganismo e comprimento de onda.
  • 18. Como a fototerapia funciona? Na membrana plasmática dos fungos e nas mitocôndrias há a presença de porfirinas. Porfirinas expostas a luz em 405 nm > oxigênio singleto + radicais livres. Não ocorre desenvolvimento de resistência microbiana.
  • 19. Tempo X Ação Explicado pela presença das porfirinas na membrana e nas mitocôndrias 20 10 5 min 60 90 0 % de diminuição da ação microbiana
  • 20. Reações adversas Apesar da luz azul 405 nm ser germicida, ele encontra-se dentro de um espectro de comprimento de onda benigna e se for operado a níveis de irradiância adequados é seguro para exposição humana, tendo como reação adversa leve eritema na região tratada.
  • 21. Conclusão • Patologia com alta prevalência em mulheres. • Em idade reprodutiva • Muitas não respondem a terapia medicamentosa; • Ocorrem recidivas; • Terapia alternativa: Fototerapia; • O led tem o melhor custo benefício; • São necessários maiores estudos sobre o led azul 405nm no tratamento da Cândida albicans.
  • 23. Referências Artigo base: TRATAMENTO DA CANDIDÍASE VULVOVAGINAL E NOVAS PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS: Uma revisão narrativa (Mariana Robatto Dantas Leal, Maria Clara Neves Pavie Cardoso Lima, Sibele de Oliveira Tozetto Klein, Patrícia Lordêlo) Imagem capa – Disponível em <https://perfeito.guru/lbpfc-3966-voce- sabe-o-que-e-candidiase-vaginal/> Imagem microscópica – Disponível em https://www.researchgate.net/figure/Morphology-of-C-albicans-and-C- tropicalis-in-the-control-and-the-test-groups-under- SEM_fig3_263100357?_sg=pw5LEbrcactDoDzwJuE9x9uybUAdTNQecYf5uk_iB qfiA3civYO3DwfK5AGTRRM86N83CoQxCwRxrhXFCwhH6g Vídeo – Disponível em <http://www.gineco.com.br/videos/doencas- femininas-2/qual-a-importancia-do-tratamento-correto-das-infeccoes- vaginais-gineco-responde-ep-07/>

Notas do Editor

  1. 75% das mulheres adultas apresentem pelo menos um episódio de vulvovaginite fúngica em sua vida Recorrentes: quatro ou mais episódios no período de um ano.
  2. A maior preocupação reside no fato de que essas outras espécies tendem a ser mais resistentes aos antifúngicos, considerado um importante fator de recorrência.
  3. PATOGNOMONICA: Sintomas que permitam a identificação do diagnostico correto.
  4. Estes fatores são vistos como os principais responsáveis pelo crescente índice de resistência fúngica medicamentosa, propiciando o crescimento dos casos de recorrência e dificultando o tratamento
  5. A terapia com agentes orais apresenta melhor resposta quando comparada aos antifúngicos tópicos
  6. Após esse período de tratamento a terapia é descontinuada Se tiver alguma recaída, é iniciado novamente o tratamento, seguido de manutenção durante 1 ano
  7. Explicado pela vantagem farmacocinética do fluconazol de permanecer em concentrações terapêuticas no tecido vaginal por no mínimo 3 dias, ao contrario do itraconazol que permanece no máximo 3 dias.
  8. Fonte de luz que pode ser led ou laser ( laser é melhor pq o feiche de luz é mais controlado que no led) mas o led tem vantagens pq é de mais fácil manuseio e pelo feiche de luz ser maior abrange uma maior área de tratamento. Além do baixo custo azul de metileno, quando associado ao laser, apresentar elevada penetração na pele, com ação antimicrobiana contra fungos e bactérias
  9. fotossensibilizantes podem ser ativados por luz e produzir efeito fungicida e bactericida, sem prejuízo para as células humanas TFD é geralmente aplicada em modelos de candidíase oral, não existem muitos estudos dela na cvv
  10. Porfirinas são substancias fotossensibilizadora Oxigenio singleto : Causam danos celulares irreversíveis com consequente morte celular. (ruptura de organelas e meterial cromossômico)
  11. 10 min 60% de redução 20 min 90% de reduçãp