1. Escola Secundária/3 de Carregal do Sal
Disciplina: Área de projecto
Ano lectivo: 2006/2007
Luís Pais nº10 12ºA
Isabel Figueiredo nº8
12ºA
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2. Introdução
Existem certas doenças que não são do conhecimento da população em geral.
Algumas dessas doenças são denominadas de cromossomopatias. Este desconhecimento
por parte da população foi a principal razão para a escolha deste tema. O que completou
a nossa escolha foi o nosso interesse por este tipo de patologias.
Estas patologias estão associadas a modificações nos cromossomas. A estas
alterações vão ser atribuídos nomes como: Síndroma de Down, Síndroma de Klinefelter,
Síndroma de Patau, Síndroma de Edwards e Síndroma de Turner, cujas designações,
pertencem ao cientista que o descobriu. As Síndromas de Turner e de Klinefelter
podem-se classificar em heterocromossómicas, isto é, a mutação esta ligada ao par 23
(cromossomas sexuais – X ou Y), enquanto os Síndromas de Down, de Edwards e de
Patau podem-se designar como autossómicas, isto é, a alteração está ligada aos
cromossomas entre o par 1 e o par 22.
Dentro destas cromossomopatias iremos estudar diferentes aspectos: causas,
características físicas e psicológicas, métodos de rastreio, possíveis tratamentos e dar
alguns conselhos.
Um dos objectivos deste trabalho é preencher a lacuna que existe na sociedade
sobre este tema e mostrar que pode ser encarado sob uma perspectiva científica.
Para ser possível a realização deste trabalho foi necessário fazer pesquisa de
informação e a Internet foi o nosso primeiro recurso. Mas como estávamos em dúvida
quanto à veracidade e à quantidade/qualidade da informação recolhida, decidimos
contactar a Dr.ª Carolina Veloso, que exerce clínica geral no Centro de Saúde de
Carregal do Sal, e pedir apoio para, em conjunto, tratamos essa mesma informação.
Após a análise da informação, deparamo-nos com a situação de que a informação fazia
referência às doenças, mas a incidência destas não se referia a Portugal. Como o
trabalho era para apresentar a pessoas de origem portuguesa, decidimos pôr de lado esta
e, por a recomendação da Dr.ª Carolina Veloso, encaminhámos a nossa investigação
para livros. Um dos livros, o mais importante e cedido pela Dr.ª Carolina, de seu título
“Manual de Genética Médica” e tendo como autor o Dr. Fernando J. Regateiro serviu
como base para o nosso trabalho.
Devido a já termos algum contacto com este tipo de doenças, os resultados
obtidos não foram uma total novidade. Sendo assim, viemos confirmar o que já
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3. sabíamos e ainda completar esse conhecimento com informação extra que veio
clarificar/desvendar os restantes mistérios sobre as cromossomopatias. Com o
esclarecimento desses restantes assuntos, pudemos elaborar um trabalho de carácter oral
e outro de carácter escrito que iriam servir como forma de esclarecer e alertas as pessoas
para estes tipos de patologias.
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4. Breve Introdução
O ser humano possui 23 pares de cromossomas, ou seja, 46 cromossomas. No
entanto, durante a meiose pode ocorrer uma não-disjunção dos cromossomas
homólogos, tanto na primeira divisão como na segunda divisão da meiose. Dos dois
casos podem resultar células com excesso ou com défice de cromossomas. Em caso de
excesso estamos perante uma trissomia, em caso de défice estamos perante uma
monossomia.
As cromossomopatias dizem respeito a fenótipos patológicos determinados por
alterações cromossómicas numéricas ou estruturais. Estão normalmente associadas a
malformações congénitas múltiplas e a atraso mental.
Estas cromossomopatias dividem-se em dois grupos, em autossómicas, quando
ocorrem nos cromossomas dos pares 1 a 22 e em heterocromossómicas, quando dizem
respeito a alterações do cromossoma X ou Y, ou seja, nos cromossomas sexuais. Grande
parte dos embriões (cerca de 38%) que resultam de gâmetas com anomalias
cromossómicas abortam espontaneamente, outros sobrevivem mas vão ser doentes.
As alterações cromossómicas numéricas mais comuns em recém nascidos são a
trissomia 21, também chamada Síndroma de Down, a trissomia 18 ou Síndroma de
Edwards, e por fim, a trissomia 13, também denominada Síndroma de Patau. Quanto às
cromossomopatias heterocromossómicas, as mais comuns são a monossomia XO ou
Síndroma de Turner e a trissomia XXY ou também chamada Síndroma de Klinefelter.
Estas anomalias resultam da não-disjunção dos cromossomas homólogos na 1ª ou na 2ª
divisão mitotica. O sufixo –somia utiliza-se para indicar a alteração numérica do
respectivo cromossoma.
Fig.1 – Imagem onde se vê a Fig.2 – Imagem onde se vê a
não-disjunção na meiose I. não-disjunção na meiose II.
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5. Síndroma de Patau
Introdução
A trissomia 13 tem uma incidência de 1/10.000 recém-nascidos. Tem este nome
devido à existência de três cromossomas no par 13. A taxa de mortalidade no período
intra-uterino é muito elevada, e, dos fetos que passam essa fase, só 3% destes
sobrevivem e sendo muito raro o desenvolvimento até à idade adulta.
Com uma ecografia fetal cuidadosa pode-se verificar anomalias em algumas
partes do corpo, como o cérebro, a face, os membros, cardiopatias congénitas e
malformações renais.
Causas
Em aproximadamente ¾ dos casos há trissomia livre, isto é, verifica-se a
existência de um cromossoma supranumerário no mesmo par, o qual e tem a sua origem
numa não-disjunção meiótica, maioritariamente na mãe (cerca de 90% dos casos).
Metade dos casos de translocação resulta de mutação “de novo” e a outra metade é
herdada, na maioria das vezes da mãe.
Características
Os doentes com esta cromossomopatia possuem aspectos fenotípicos mais
característicos como polidactilia pós-axial (dos dedos das mãos ou dos pés) em conjunto
com microcefalia, anomalias oculares, lábio leporino em 2/3 dos casos. Fazem parte
deste grupo ainda as anomalias cardíacas e/ou renais e fenda esfenopalatina.
Estando em cerca de 66% dos casos, a malformação mais grave da trissomia 13
é a holoprosencefalia1. Esta pode dar origem a um cérebro alobar (sem separação dos
hemisférios cerebrais e com um único ventrículo), hemilobar ou lobar. Dentro desta a
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A holoprosencefalia consiste numa falha da segmentação do cérebro embrionário anterior na linha
média (sagital) que afecta a formação dos hemisférios cerebrais, da segmentação transversal, afectando a
formação do telecéfalo e do diencéfalo e da segmentação horizontal com perturbação da formação dos
bolbos ópticos e olfactivos.
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6. manifestação mais grave é a ciclopia, enquanto a menos grave tem como base a
presença de um único dente incisivo superior e um discreto hipertelorismo.
Outras malformações são o alargamento da sutura sagital e das fontanelas, as
orelhas malformadas de implatação baixa e com apêndices auriculares, a displasia
retiniana, hipoplasia do cerebelo, agenesia do corpo caloso, arrinencefalia (ausência dos
tractos e dos bolbos olfactivos) e hidrocefalia. Como características frequentes, temos a
cegueira, a surdez, dificuldades na alimentação e ainda convulsões epiléticas.
A riptorquidia aparece normalmente em indivíduos do sexo masculino; as
malformações cardíacas surgem em cerca de 80% dos casos; na pele, são frequentes os
hemangiomas sobretudo na fronte e os defeitos do couro cabeludo na região parieto-
occipipal; característica comum em algumas destas doenças é a prega palmar única.
Aconselhamento
Para uma mulher jovem com trissomia 13 livre, o risco de recorrência é de cerca
de 1%, sendo que às mulheres com idade mais avançada deverá ser adicionado ao risco
de 1% o risco decorrente da idade materna e é aconselhável fazer um estudo
citogenético pré-natal. No caso de um dos progenitores ser portador de uma
translocação, o risco de recorrência a indicar é também de 1%.
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7. Síndroma de Edwards
Introdução
A trissomia 18 está ligada ao par n.º 18 e onde há a existência de três
cromossomas em vez do normal, que são dois, e tem uma ocorrência de 1 em cada 8000
recém-nascidos. No entanto, este valor representa apenas 5% dos fetos com trissomia
18, já que cerca de 95% dos fetos abortam espontaneamente.
Durante a primeira semana de vida metade dos recém-nascidos morre devido à
gravidade, à multiplicidade das malformações e à incapacidade para se desenvolverem.
A sobrevivência é rara para além do ano de idade, mas aqueles que sobrevivem para
além de um ano de idade, numa percentagem de 5% a 10%, correspondem a crianças
com atraso mental grave e com incapacidade para andar sem apoios.
A frequência desta síndroma é três vezes maior em recém-nascidos do sexo
feminino, comparativamente com os do sexo masculino (3:1).
Causas
A trissomia 18 é causada, na grande maioria dos casos, pela presença de um
cromossoma 18 supranumerário, originado maioritariamente por não-disjunção
meiótica. A idade materna avançada está associada a maior incidência desta trissomia
na descendência.
Fig.3 – Cariótipo da Síndroma de Edwards
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8. Características
Durante a gravidez, quando se desenvolve um feto portador do Síndroma de
Edwards, é frequente detectar-se a placenta pequena e, por vezes, uma artéria umbilical
única. Há geralmente atraso de crescimento intra-uterino, movimentos fetais
hipocinéticos e podem ser identificadas malformações no feto.
Os recém-nascidos evidenciam atraso de crescimento e hipertonia após o
período neonatal. A resposta a estímulos sonoros é fraca e o choro é igualmente fraco.
Podem apresentar episódios de apneia. Devido à capacidade de sucção ser fraca deve-se
recorrer a uma sonda nasogástrica para proceder à alimentação.
A pele é redundante, o occipital é proeminente, a sutura metópica está aberta e
há dolicocefalia (redução do diâmetro bipareatal). As orelhas são malformadas e de
implantação baixa, as fendas palpebrais curtas, têm micrognatia, boca pequena com
lábio superior curto, palato muito arqueado e podem ocorrer quistos bilaterais do plexo
coróideu.
O pescoço é fino e o esterno é curto e com um reduzido número de pontos de
ossificação, as costelas e as clavículas são hipoplásicas, por vezes com fragmentação.
Na parede abdominal podem-se observar eventrações ou hérnias inguinais ou umbilicais
e diastasi recti devido a defeitos de musculatura.
A nível dos órgãos genitais observa-se criptorquidia no sexo masculino e
hipertrofia do clitóris e dos grandes lábios no sexo feminino. Os ovários são
hipoplásicos.
As malformações orgânicas são múltiplas, salientando-se cardiopatias
congénitas (sobretudo septais) e as malformações gastrintestinais (má rotação do cólon,
pâncreas ectópico), mas também a segmentação anormal dos pulmões, o rim ectópico e
o rim em ferradura.
Aconselhamento
Nos casos de trissomia livre, o risco de recorrência para futuras gravidezes é de
cerca de 1% e não é necessário realizar estudo citogenético nos progenitores. Nos casos
em que é encontrada uma translocação no recém-nascido, é necessário realizar o estudo
citogenético nos pais, para despistar a eventual presença de uma translocação
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9. equilibrada num dos progenitores. A presença de translocação equilibrada implica um
elevado risco de recorrência para futuros descendentes do portador da translocação.
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10. Síndroma de Turner
Introdução
A Síndroma de Turner é uma doença que afecta somente indivíduos do sexo
feminino, com uma prevalência de cerca de 1/2500 recém-nascidos do sexo feminino.
Os embriões e os fetos com este cariótipo têm uma viabilidade muito reduzida devido
ao aborto espontâneo. Calcula-se que menos de 1% sobrevivam até ao parto.
Causas
Como já foi referido anteriormente, esta patologia está ligada ao par de
cromossomas sexuais, o par 23. Nesse mesmo par, como o nome o sugere, deveriam
existir dois cromossomas, mas, devido a não-disjunção, cerca de 80% por parte paterna
e cerca de 20% por parte materna, este par normalmente possui somente um
cromossoma. Existe uma grande diferença de percentagens entre a parte materna e
paterna porque quando a não-disjunção ocorre por parte materna na maioria dos casos
ocorre aborto espontâneo. Devido a este fenómeno, esta doença tem como nome
monossomia X devido a estar presente só um cromossoma e está presente em cerca de
55% dos casos.
Ao contrário do que acontece com as outras patologias, a idade materna não está
relacionada com o risco de ocorrência da doença e também a probabilidade de
recorrência da doença é muito reduzida.
Fig.4 – Cariótipo da Síndrome de Turner
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11. Características
Logo quando nasce, o feto demonstra algumas características físicas que
indiciam o aparecimento da doença, como o pescoço curto, implantação baixa do
cabelo, orelhas também de implantação baixa, “pterigium coli” (pele redundante a
sugerir “asas”, no ângulo do pescoço com os ombros) e linfedema das mãos, dos pés e
dos dedos dos pés, o que leva a hipoplasia das unhas. O linfema vai desaparecer durante
primeiros anos de vida.
Com o avançar da idade, regista-se um atraso no crescimento e ausência do
“pulo de crescimento” na adolescência, o que vai originar uma baixa estatura e
membros inferiores curtos, atingindo assim uma altura média de 140 a 150 centímetros.
Em cerca de 50% dos casos estão presentes características como o cubitus
valgus (antebraço mais inclinado para fora do que o braço), o “tórax em escudo” e um
afastamento dos mamilos maior do que se esperava.
Nesta patologia ainda podem ocorrer algumas anomalias viscerais graves, como
a coarctação da aorta em 10% dos casos, duplicação ureteral e o rim em ferradura. Em
cerca de 27% dos casos está presente a hipertensão arterial, com uma maior incidência
de otite média, tiroidite autoimune, doença de Crohn, hemorragias gastrintestinais e
diabetes mellitus na idade adulta.
Apesar de suceder um atraso da fala e dificuldades de aprendizagem, o grau de
inteligência está dentro dos limites normais. Quando o cromossoma X existente é de
origem materna, o comportamento social é frequentemente afectado, porém o
comportamento social é muito parecido ao de uma mulher normal quando este é de
origem paterna. Outras características desta doença são a esterilidade, a falta de
desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários.
O que é uma constante é a disgenesia gonadal, que se representa na presença de
“gónadas em fita” reduzidas a tecido conjuntivo sem folículos ováricos, correspondente
à degenerescência dos folículos primordiais durante o período pré-natal e perinatal. Sem
estes folículos ováricos e consequente ausência de produção de estrogéneos e
progesterona na idade em que normalmente ocorre a puberdade, explicam algumas
manifestações como a amenorreia primária, a esterelidade e a ausência de
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12. desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários (infantilismo sexual) presentes
num fenótipo feminino.
Fig.5 – Imagem de um indivíduo com Síndroma de Turner
Tratamento
Não há nada que se possa fazer para corrigir esta anomalia cromossómica, mas é
possível implementar um tratamento para atenuar as suas consequências. É importante
que exista um diagnóstico clínico precoce e uma caracterização citogenética para poder
desencadear o tratamento adequado. Assim, pode-se recorrer à administração de
preparados hormonais na puberdade como hormonas de crescimento para que um
individuo cresça mais, e para favorecer o desenvolvimento dos seios e dos caracteres
sexuais secundários femininos administra-se uma combinação de estrogénios e
progesterona.
Nos casos em que existam pregas epicânticas ou outras anomalias físicas
proeminentes, deverá ser considerada a realização de cirurgia plástica antes da idade
escolar para uma melhor cicatrização. Existem exames que terão de ser feitos
periodicamente, como exemplo temos o ecocardiograma que se deve realizar de três em
três anos, dado o risco de desenvolvimento de coarctação da aorta.
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13. Síndroma de Klinefelter
Introdução
O Síndroma de Klinefelter está ligado ao par 23 (cromossomas sexuais) e em
cerca de 85% dos casos é representado por uma trissomia 47,XXY. Tem uma
prevalência aproximada de 1/600 recém-nascidos do sexo masculino.
Causas
Resulta da presença de um cromossoma X supranumerário num indivíduo com
fenótipo masculino, devido a uma não-disjunção num dos progenitores (estes têm
proporções iguais). Apesar de não ser tão aparente como outras trissomias existe uma
relação entre a idade materna e a percentagem do risco para o surgimento desta doença.
Fig.6 – Cariótipo da Síndroma de Klinefelter
Características
Para o diagnóstico da síndroma de Klinefelter existem aspectos clínicos como
hipogonadismo, a microorquidia, a esterilidade por azoospermia, a ginecomastia (30%
13
14. dos casos), a aparência eunucóide e a elevação dos valores séricos das gonadotrofinas
FSH e LH e marcada redução dos níveis de testosterona. Como muitos destes
parâmetros não estão presentes, a muitos indivíduos com a doença, esta não lhes foi
diagnosticada.
Ao nascer, os testículos apresentam um tamanho e uma consistência normal. Na
fase adulta, estes ficam com um comprimento de 1 a 2 centímetros, contrariamente aos
3,5 a 4,5 centímetros dos indivíduos normais. Dentro do sistema reprodutor masculino,
alguns túbulos podem apresentar uma ligeira diminuição do diâmetro e um número
elevado de células de Sertoli e outros podem-se apresentar completamente hialinizados.
Para além dos factos já referidos, pode-se incluir também a elevada estatura
sobretudo devido ao comprimento dos membros inferiores. Não existe atraso mental.
Existe uma maior susceptibilidade para problemas comportamentais em
condição de “stress” e para a depressão.
Na generalidade dos casos, há esterilidade embora possa haver erecções, coito e
ejaculação. Com esta doença há um risco acrescido para o cancro da mama nos
indivíduos adultos e para tumores de células germinativas, bem como para osteoporose
e doenças autoimunes.
Tratamento
Os doentes com síndroma de Klinefelter, no início da puberdade, necessitam de
acompanhamento médico para que se lhes possa ser explicado/esclarecido a sua
condição e as consequências que este tipo de patologia acarreta.
Juntamente com este acompanhamento, é necessário administrarem-se
suplementos de testosterona para melhorar significativamente os problemas
comportamentais, de auto-imagem e do líbido. Devido a uma possível hipertrofia da
próstata, como efeito secundário da administração de testosterona, é recomendado que
estes façam a vigilância clínica desse órgão a partir dos 30 anos. O atraso na fala e os
problemas de linguagem de aprendizagem podem exigir cuidados médicos e educativos
suplementares.
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15. Síndroma de Down
Introdução
Conhecida por Síndrome de Down, a Trissomia do 21 ocorre quando há um
excesso de material genético no portador da síndroma, mais exactamente esse portador
apresenta no seu cariótipo um cromossoma 21 a mais. Sendo assim, várias relações
essenciais ao bom desempenho do sistema do organismo não se fazem de forma
apropriada.
Estima-se que a cada 660 recém-nascidos, 1 possua a Síndroma de Down.
Causas
A Síndroma de Down é causada pela alteração de um dos pares de cromossomas
da célula humana, o par 21. Esse par passa a ter um cromossoma a mais. Logo, em cada
célula da pessoa com Síndrome de Down, existem 47 cromossomas.
A principal forma de ocorrer a Síndrome de Down é a não-disjunção dos
cromossomas durante uma das meioses. Um factor que influência o risco de ocorrência
desta doença é a idade materna.
Fig.7 – Gráfico que relaciona a idade materna
e o risco de incidência da síndroma de Down
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16. Características
Para os indivíduos com síndroma de Down, as características podem-se dividir
em dois grupos; as carcterísticas psicológicas e características físicas.
Nas características psicológicas, temos o atraso mental (QI médio de um adulto
é de 24, enquanto o de um adulto normal é de 100), dificuldade de comunicação
(dificuldade na articulação de palavras). Estes indivíduos são sossegados e amigáveis,
raramente choram, gostam de música e quase todos os doentes a partir dos 40 anos
desenvolvem manifestações da doença de Alzheimer.
Nas características físicas estão presentes anomalias como um crescimento lento,
baixa estatura, maturação óssea retardada, músculos um pouco flácidos, pés curtos,
cardiopatia congénita/ atrésia duodenal, cerca de 35% dos casos têm defeito no coração
e voz gutural (sons emitidos pela garganta). Podemos destacar também a cara larga com
perfil achatado, cabeça pequena, oval e arredondada, orelhas pequenas, fendas
palpebrais oblíquas, nariz pequeno e achatado, a boca apresenta-se aberta. Como de
pode verificar pela figura 9, as mãos são curtas e grossas, os dedos curtos e possuem
uma prega palmar única e unilateral.
Fig.9 – Ilustra uma mão de uma
pessoa com síndroma de Down
Fig.8 – Imagem a corpo inteiro de um
indivíduo com síndroma de Down
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17. Métodos de Rastreio
Existem alguns métodos de rastreio deste tipo de doenças. mas os principais são
a Amniocentese, que consiste na recolha do líquido amniótico durante o período fetal
destinado para análise; a biopsia das vilosidades, que tem como base a recolha de um
fragmento de tecido vivo para exame microscópico ou análise bioquímica; as moléculas
presentes no soro materno, que se resume a verificar se existem variações nos níveis de
certas moléculas, pois no caso da síndroma de Down há o aumento da Inibina A e do B-
hCG enquanto há diminuição do Estriol e da a-Fetoproteina.
Tratamentos
Até ao momento, como acontece com as outras patologias, não existe cura. Mas
existem cirurgias que se podem fazer para atenuar os efeitos físicos que acarreta esta
doença (normalmente ao coração).
Aconselhamento
O casal deverá ser esclarecido sobre os mecanismos subjacentes ao
desenvolvimento da síndroma de Down, os aspectos fenotípicos, o risco de incidência
para diversas idades maternas, os métodos de rastreio e de diagnóstico disponíveis e os
riscos inerentes à sua prática.
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18. Conclusão
Com a realização deste trabalho concluímos que as pessoas ao conhecerem as
causas destas doenças podem tentar evitá-las. No entanto, não podemos inibir
totalmente o seu aparecimento. Porque não se consegue evitar a não-disjunção dos
cromossomas homólogos. Os casais podem tentar não ter filhos a partir dos 35 anos,
porque o risco de nascer um bebé com sindroma de Down aumenta bruscamente com a
idade materna. Por isto, achamos importante dar a conhecer as causas destas doenças
para acautelar a população.
Concluindo, as doenças cromossómicas são detectáveis através de métodos de
rastreios, tais como a amniocentese, a biopsia das vilosidades e ainda pelo soro materno.
A amniocentese consiste na colheita do líquido amniótico destinado a análise, a biopsia
das vilosidades consta da recolha de um fragmento de tecido disposto a um exame
microscópico ou a uma análise bioquímica, por fim, a observação das moléculas do soro
materno. Todas estas análises permitem a detecção de doenças no feto, considerando-se
assim estes métodos de elevada importância.
As doenças tratadas neste trabalho tiveram como origem a não-disjunção dos
cromossomas homólogos e a idade materna avançada. As cromossomopatias dividem-se
em dois grupos, em autossómicas quando ocorrem nos cromossomas dos pares um ao
vigésimo segundo e em heterocromossómicas quando dizem respeito a alterações dos
cromossomas sexuais. Exemplos de doenças autossómicas são a síndroma de Down,
síndroma de Edwards e a síndroma de Patau, sendo estas trissomias. Doenças
heterocromossómicas têm como exemplo a síndroma de Klinefelter e a síndroma de
Turner, sendo esta última caracterizada como uma monossomia. O nome destas doenças
deve-se ao seu descobridor.
Estas anomalias convergem em alguns pontos, por exemplo nas características das
pessoas que contraem estas doenças como o atraso mental e em aspectos físicas e
psicológicos.
Contudo, para além destas doenças existem ainda muitas outras que se podem
estudar, basta ter um pouco de vontade. Bastou-nos um pouco de curiosidade e
conseguimos aprender um pouco mais.
Pretendíamos sobretudo a realização de um trabalho sobre as doenças que nós
consideramos com mais interesse. Podemos dizer que tivemos um longo trabalho pela
18
19. frente, não estando por isso arrependidos, pelo contrário, foi uma boa aposta. Não só no
sentido de completarmos o nosso saber mas também o conhecimento que podemos dar à
população alertando-a para as causas destas doenças.
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20. Bibliografia
Regateiro, Fernando, Manual de Genética Médica. Imprensa da Universidade,
Coimbra, 2003.
Mascarenhos, Sandra, Enciclopédia de Saúde. Mariana Editores.
L., Manuila, et alli, Dicionário médico. Masson, 1ª Edição, Lisboa, Maio 2000.
Vol. 1/2.
Sítios da Internet
http://www.chc.min-saude.pt/hp/genetica/down.htm, em março de 2007
http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D280%26cn%3D1486, em
março de 2007
http://www.mni.pt/guia/index.php?file=guia-artigo&cod=75&, em março de 2007
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21. ÍNDICE
INTRODUÇÃO 2
BREVE INTRODUÇÃO 4
SÍNDROMA DE PATAU 5
SÍNDROMA DE EDWARDS 7
SÍNDROMA DE TURNER 10
SÍNDROMA DE KLINEFELTER 13
SÍNDROMA DE DOWN 15
CONCLUSÃO 18
BIBLIOGRAFIA 20
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