2. Termo que usamos com muita frequência após
conhecermos uma pessoa.
No primeiro contacto que temos com alguém que
não conhecemos, construímos uma imagem,
uma ideia, sobre essa pessoa a partir de
algumas características, de alguns indícios que
apreendemos no primeiro encontro.
3. Os objetos também nos causam impressões ao
primeiro contacto, contudo, há diferenças
quando se trata de pessoas:
A produção de impressões é mútua, uma vez
que o outro também produz uma impressão
sobre nós.
A nossa impressão afeta o nosso
comportamento para com o outro e, portanto, o
seu comportamento para connosco.
4. As impressões têm efeito na relação
interpessoal que se estabelecerá no
futuro, uma vez que somos condicionados
pelo primeiro encontro e pela forma como
avaliamos a pessoa.
Se posteriormente algumas caraterísticas
que atribuímos ao outro são diferentes
das que formulámos inicialmente,
tendemos a rejeitá-las.
5. A formação de impressões consiste no
processo pelo qual se organiza a
informação acerca de outra pessoa por
forma a integrá-la numa categoria
significativa.
6. Impressão e Categorização
Procedemos a um processo de
categorização que consiste em
reagruparmos os objetos, as pessoas, as
situações, em diferentes classes a partir do
que consideramos serem as suas diferenças
e semelhanças.
“Um conjunto de processos psicológicos que tendem a
ordenar o ambiente em categorias: grupos de pessoas,
objetos, acontecimentos… Enquanto semelhantes,
equivalentes uns aos outros pela ação, as intenções, as
atitudes de um indivíduo”.
- Henri Tajfel
7. A categorização permite simplificar a
complexidade do mundo social, uma vez que
orienta o nosso comportamento e a forma como
atuamos de acordo com a avaliação que
fizemos.
Procedemos geralmente a três tipos de
avaliação:
- Afetiva (se gostamos ou não da pessoa)
- Moral (se a pessoa é boa ou não)
- Instrumental (se a pessoa é
competente/incompetente ou capaz/incapaz)
8. Ao desenvolvermos expetativas sobre o
comportamento dos outros a partir das
impressões que formamos, isso
possibilita-nos planear as nossas ações, o
que facilita as interações sociais.
9. A formação das impressões
Na base da formação das impressões
está a interpretação, isto é, procedemos
a uma avaliação que remete para os
nossos conhecimentos, valores e
experiências pessoais.
10. Alguns indícios, explicam o modo como
formamos uma impressão sobre uma
pessoa no primeiro encontro:
- Indícios físicos: caraterísticas físicas das
pessoas que associamos a um
determinado tipo de personalidade ou
categoria social; podem incluir-se as
expressões faciais e os gestos.
11. - Indícios verbais: o modo como a pessoa fala,
surge como um indicador do grau de
instrução da pessoa; podem incluir o sotaque
duma determinada região.
- Indícios não verbais: sinais que
interpretamos como indicadores (modo de
vestir, gesticular enquanto fala, como se
senta).
- Indícios comportamentais: comportamentos
que se observam na pessoa, variam de
pessoa para pessoa e remetem para as
experiências pessoas (um mesmo
comportamento pode ter significados
diferentes).
12. É comum fazer uma avaliação geral da
pessoa a partir de algumas caraterísticas
ou traços que observamos na interação
com ela ou que nos foi referida por outros
- a isto se chama teoria implícita da
personalidade.
13. O efeito das primeiras
impressões
Uma investigação conduzida por Solomon Asch, em
1946, revelou dados surpreendentes.
Apresentou aos sujeitos as seguintes listas:
Pessoa A
Inteligente
Trabalhadora
Impulsiva
Crítica
Obstinada
Invejosa
Pessoa B
Invejosa
Obstinada
Crítica
Impulsiva
Trabalhadora
Inteligente
14. Na sua grande maioria, os sujeitos
avaliaram a pessoa A mais positivamente
que a pessoa B, apesar da única
diferença entre as listas ser a ordem pela
qual as características foram
apresentadas.
A primeira informação é a que tem maior
influência sobre as nossas impressões, e
portanto na apreciação global que
fazemos.
15. Depois de criarmos uma ideia geral sobre
a pessoa é difícil alterarmos a nossa
perceção, mesmo que recebamos
informações que contradizem a nossa
impressão inicial. Rejeitamos integrar
informações que contrariem as nossas
impressões ou opiniões e temos uma
tendência a procurar ou valorizar
informações que confirmem as nossas
convicções.
16. “Efeito de Halo”- Forma-se uma
impressão global sobre um objeto/pessoa,
que em seguida se aplica a todas as
caraterísticas ou comportamentos do
mesmo.
Exemplo: Considera-se que o professor
tem qualidades pedagógicas e
competências de ensino porque se gosta
dele.
18. As expectativas são modos de
categorizar as pessoas através dos
indícios e das informações, prevendo o
seu comportamento e as suas atitudes.
As expectativas são mútuas.
No processo de categorização estão
envolvidas a indução e a dedução.
19. É pela indução que ao observarmos
um indivíduo o incluímos numa categoria.
Ex.: Associamos uma bata branca a um
profissional de saúde.
É pela dedução que depois de o
incluímos numa categoria passamos a
atribuir-lhe determinadas características.
20. Expectativas, estatuto e papel
Um exemplo claro da importância das
expectativas na vida social é-nos dado
pelas relações duradouras:
marido/mulher; pais/filhos;
empregados/patrões, etc.
Ao exercerem as suas funções, há um
conjunto de expectativas mútuas.
A cada estatuto corresponde um papel,
ou seja, comportamentos esperados de
um individuo.
21. Os papeis sociais possuem
comportamentos próprios institucionalizados,
pelo que os seus membros sabem quais as
reações que um seu comportamento pode
provocar - expectativa de conduta.
As expectativas afetam o modo como os
outros interagem connosco. As positivas
geram comportamentos positivos, e as
negativas comportamentos negativos.
22. O efeito das expectativas
Rosenthal desenvolveu a seguinte
experiência:
Fizeram convencer alguns professores
do primeiro ciclo que certos estudantes
selecionados mostrariam uma aceleração
no desenvolvimento intelectual nos meses
seguintes, o que era mentira, pois os
alunos foram aleatoriamente
selecionados.
23. Contudo, quando testados uns meses
mais tarde, os alunos selecionados
apresentaram um rendimento académico
superior ao dos outros colegas.
A verdade é que os professores com
expectativas de bons resultados de alguns
alunos trataram-nos de uma maneira
diferente, de modo a reconhecer e a reforçar
as suas iniciativas independentes. Foi assim
que as crianças selecionadas desenvolveram
melhores capacidades escolares. – “efeito de
Pigmaleão”
24. Rosenthal concluiu que as expectativas
interferem com os resultados apesar de
não ser um ato consciente.
Os alunos também desenvolvem
expectativas sobre os professores.
Podemos concluir que sem termos
consciência, as nossas atitudes influenciam
os comportamentos dos outros que por sua
vez também influenciam os nossos.