SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 41
1
Livro Terceiro: Leis Morais
Capítulo XII: Perfeição Moral
12.1 – As Virtudes e os Vícios
12.2 – Das paixões
12.3 – Do Egoísmo
12.4 – Caracteres do homem de bem
12.5 – Conhecimento de si mesmo
Referências
Slide:
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/312-perfeio-moralpptx
2
12.1 – As Virtudes e os Vícios
893 – Qual a mais meritória de todas as virtudes?
Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são sinais de progresso no
caminho do bem. Há virtude toda vez que há resistência voluntária ao
arrastamento das más tendências. Mas o sublime na virtude consiste no
sacrifício do interesse pessoal para o bem do próximo, sem oculta intenção. A
mais meritória é aquela que está fundada sobre a mais desinteressada
caridade.
Comentários:
Lembrar o Mestre Jesus que morreu na cruz para nos ensinar o amor. Naquele
momento e em toda a sua vida, Ele abdicou de todo interesse pessoal para o
nosso bem.
Em Jesus podemos ver as virtudes no mais alto grau. Todas eram sublimes,
pois Ele deixou claro para nós que Ele fazia tudo por caridade, por amor, de
forma completamente desinteressada.
Todas as virtudes são importantes indicando progresso no caminho do bem.
Para alcançarmos uma virtude temos que deixar de lado nosso orgulho, nosso
egoísmo. Temos que lutar conosco mesmo.
Quanto mais desinteressada for a nossa caridade, nossa ajuda, nosso auxílio,
mais sublimes serão nossas virtudes.
894 – Há pessoas que fazem o bem por um gesto espontâneo, sem que
tenham a vencer algum sentimento contrário; têm elas igual mérito que
as que têm de lutar contra sua própria natureza e que a superam?
As que não têm que lutar é porque nelas o progresso está realizado, já lutaram
outrora e triunfaram. Por isso, os bons sentimentos não lhes custam nenhum
esforço, e suas ações parecem todas simples: o bem tornou-se para elas um
hábito. Deve-se honrá-las, como velhos guerreiros que conquistaram suas
posições.
Como estais ainda longe da perfeição, esses exemplos vos espantam pelo
contraste e os admirais tanto mais porque são raros. Mas, sabei bem, nos
mundos mais avançados que o vosso, o que entre vós é uma exceção, lá é
uma regra. Ali o sentimento do bem é espontâneo em todos, porque não são
habitados senão por bons Espíritos, e uma só má intenção ali seria uma
exceção monstruosa. Eis porque os homens lá são felizes e o será assim
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XII: Perfeição Moral
3
sobre a Terra quando a Humanidade estiver transformada, e quando
compreender e praticar a caridade na sua verdadeira acepção.
Comentários:
Ninguém chega à condição de fazer o bem espontaneamente sem esforço,
sem luta, sem caminhada.
Esses Espíritos que hoje fazem o bem de forma natural e espontânea já se
esforçaram, já trabalharam o seu íntimo e progrediram. A forma que se conduz
hoje representa o mérito do seu esforço. Não há méritos sem lutas.
Nós também chegaremos a essa condição. Nos esforçando e progredindo
cada vez mais em algum momento vamos fazer o bem de forma natural, sem
sacrifício, sem esforço, assim como Jesus que fazia o bem de forma natural,
mas ele também trilhou o caminho do progresso até chegar nessa condição.
Como nós ainda somos imperfeitos essas atitudes nos causam espanto,
porém quando atingirmos maior perfeição, o espanto será quando vermos a
pessoa praticando o mal porque a grande maioria já praticará e vivenciará o
bem.
Fazer o bem sem mensurar, sem sofrimento, sem sacrifício.
Tudo isso é uma luta pessoal, esforço e vitória individual do homem sobre sua
natureza animal. Nós estamos lutando para vencermos a nossa natureza
animal e permitirmos que a nossa essência espiritual predomine sobre os
nossos instintos inferiores.
Quanto à indagação sobre por que essa diferença de uns se esforçarem usando as últimas
forças para melhorar, enquanto outros, com poucos esforços, vencem com facilidade
muitos problemas, deixando em seguida muitos vícios e hábitos que incomodam a
consciência, respondemos que, os que com facilidade estão no aprendizado assimilando e
vivendo as lições do Evangelho, é por terem muita vivência neste campo de reformas, e a
tiveram em vidas passadas, ao passo que os companheiros que encontram muitas
dificuldades no aprendizado, podem estar começando agora as mudanças internas.
(Miramez)
895 – Além dos defeitos e dos vícios sobre os quais ninguém se
enganaria, qual é o sinal mais característico da imperfeição?
O interesse pessoal. As qualidades morais, frequentemente, são como a
douração colocada sobre um objeto de cobre e que não resiste à pedra de
toque. Um homem pode possuir qualidades reais que o fazem, para todo o
mundo, um homem de bem. Mas essas qualidades, ainda que sejam um
progresso, não suportam sempre certas provas e basta, às vezes, tocar a
4
corda do interesse pessoal, para pôr o fundo a descoberto. O verdadeiro
desinteresse é uma coisa tão rara sobre a Terra, que é admirado como um
fenômeno quando ele se apresenta.
O apego às coisas materiais é um sinal notório de inferioridade, porque quanto
mais o homem se prende aos bens deste mundo, menos compreende sua
destinação. Pelo desinteresse, ao contrário, ele prova que vê o futuro de um
ponto de vista elevado.
Comentários:
Refletir sobre nossas atitudes, sobre nossas emoções, sobre o que nos move.
Se analisarmos bem, sempre há um interesse naquilo que fazemos, sempre
estamos buscando alguma coisa, querendo algo, quando não diretamente
para nós, mas para alguém que amamos, para algum familiar, havendo
sempre interesse por trás daquilo que nós fazemos.
Até mesmo quando resolvemos fazer a caridade muitas vezes colocamos o
interesse pessoal naquele gesto. Por exemplo: vou fazer a caridade, mas para
fulano e não para beltrano, porque gosto mais de fulano, é mais educado, é
mais carinhoso e me agrada mais.
E assim, até no ato da caridade deixamos que predomine ainda os nossos
interesses, os nossos gostos e de alguma forma norteie as nossas posturas
na vida atual.
O verdadeiro desinteresse ainda é muito raro na Terra que quando ocorre
todos admiram como se fosse um fenômeno, pois ainda somos muito egoístas.
Acabamos deixando esse egoísmo se fazer presente naquilo que fazemos.
Por isso, o interesse pessoal é o sinal mais característico da imperfeição.
Ainda não chegamos na condição de fazer o bem por completo desinteresse,
unicamente pelo bem do outro, mas vamos conseguir.
É importante termos consciência da nossa condição de imperfeição, mas não
tem que ser uma desculpa para que não busquemos melhorar.
O olhar para si é importante para reconhecermos as nossas imperfeições, mas
devemos trabalhar sempre para superar e vencer tais imperfeições.
O nosso trabalho de progresso tem que ser constante.
896 – Há pessoas desinteressadas, sem discernimento, que prodigalizam
seus haveres sem proveito real por falta de um emprego racional; têm
elas algum mérito?
5
Têm o mérito do desinteresse, todavia, não o têm o do bem que poderiam
fazer. Se o desinteresse é uma virtude, a prodigalidade irrefletida é sempre,
pelo menos, uma ausência de julgamento. A fortuna não é dada mais a alguns
para ser jogada ao vento, que a outro para ser enterrada num cofre-forte. É
um depósito do qual terão que prestar contas, porque terão que responder por
todo o bem que poderiam ter feito, e que não fizeram, por todas as lágrimas
que poderiam ter enxugado com o dinheiro que deram àqueles que dele não
tinham necessidade.
Comentários:
Pessoas generosas que possuem recursos (dinheiro) e distribuem sem
critérios, apenas porque não tem apega, mas não verifica a real necessidade
daquela aplicação, daí acabam desperdiçando.
A Espiritualidade deixa claro que o dinheiro é para ser bem utilizado, não
apenas em nosso próprio benefício, mas dos nossos irmãos também. É para
fazer o bem, enxugar lágrimas, para fazer a caridade de forma inteligente.
Quem utiliza a riqueza dispersando-a ao vento, está fazendo o uso equivocado
da riqueza e terá que prestar contas.
Todos os excessos são perniciosos, nem aquele que mantém a riqueza
aprisionada, nem aquele que distribui sem critérios.
Precisamos ser inteligentes com todos os talentos que Deus nos oportuniza
aqui na Terra. Todos os talentos, materiais e espirituais são oportunidades de
crescimento e devem ser bem utilizados, multiplicados sempre objetivando o
bem comum.
O desprendimento dos bens materiais é importante, mas deve ser feito com
lógica, com bom senso, com racionalidade.
Prodigalizar – Esbanjar ou gastar de forma excessiva; desbaratar, desperdiçar ou
esbandalhar; doar com abundância;
897 – Aquele que faz o bem, não em vista de uma recompensa sobre a
Terra, mas na esperança de que lhe será levado em conta na outra vida,
e que sua posição ali será tanto melhor, é repreensível, e esse
pensamento lhe prejudica o adiantamento?
É preciso fazer o bem por caridade, quer dizer, com desinteresse.
897.a) Entretanto, cada um tem o desejo bem natural de progredir para
escapar do estado penoso desta vida; os próprios Espíritos nos ensinam
6
a praticar o bem com esse objetivo; portanto, é um mal pensar que, em
se fazendo o bem, pode-se esperar condição melhor que sobre a Terra?
Não, certamente. Todavia, aquele que faz o bem sem oculta intenção, e tão-
só pelo prazer de ser agradável a Deus e ao seu semelhante sofredor, já se
encontra num certo grau de adiantamento que lhe permitirá alcançar mais
cedo a felicidade que seu irmão, que, mais positivo, faz o bem por raciocínio,
e não impelido pelo calor natural do seu coração. (894).
897.b) Não há aqui uma distinção a ser feita entre o bem que se pode
fazer ao próximo e o esforço para se corrigir de suas faltas? Concebemos
que fazer o bem com o pensamento de que ele será levado em conta em
outra vida é pouco meritório; todavia, se emendar, vencer suas paixões,
corrigir seu caráter tendo em vista a aproximação com os bons Espíritos
e se elevar, é igualmente um sinal de inferioridade?
Não, não. Por fazer o bem queremos dizer ser caridoso. Aquele que calcula o
que cada boa ação pode resultar-lhe na vida futura, assim como na vida
terrestre, age egoisticamente. Mas não há nenhum egoísmo em se melhorar
visando a se aproximar de Deus, pois esse é o objetivo para o qual cada um
de nós deve se dirigir.
Comentários:
Mesmo nós que já conhecemos o evangelho, que recebemos as orientações
dos Espíritos ainda não conseguimos fazer o bem desprovidos de qualquer
interesse.
O maior indício da imperfeição moral é o interesse pessoal.
Sempre agimos movidos por algum interesse pessoal.
Sabemos que se plantamos o bem, colheremos o bem amanhã.
Se atualmente passamos por dores, sofrimentos, angústias, dificuldades é
natural que pensemos que se começarmos a praticar o bem a nossa vida no
amanhã será melhor. Porém esse tipo de raciocínio também é egoísta.
Estamos pensando em nos beneficiar com o bem que praticarmos hoje.
Ainda não aprendemos fazer o bem pelo prazer de ser agradável a Deus e ao
próximo que sofre, sem que nenhum interesse, nenhuma ideia preconcebida
esteja em nosso coração, mas já estamos caminhando.
Hoje já fazemos o bem, fato que ontem não ocorria. Ontem nós feríamos o
outro, praticávamos crimes, hoje já estamos ajudando, auxiliando,
aconselhando, trabalhando o nosso amor.
Ainda tem muito a caminhar. Precisamos ter ciência das nossas fraquezas
para que possamos trabalhá-las.
7
Devemos continuar fazendo o bem cada vez mais pelo prazer, pela alegria de
ajudar e não pensando na retribuição, seja no mundo atual, seja no mundo
futuro, na erraticidade.
Item B
É muito diferente de nós buscarmos a nossa depuração com o objetivo de nos
elevarmos, trabalhar as nossas inferioridades, vencer as nossas paixões com
o propósito de nos aproximarmos dos bons Espíritos e de nos elevarmos.
Estou buscando a minha depuração porque quero ser uma pessoa melhor e
não porque quero uma vida menos sofrida no plano espiritual ou em qualquer
outra condição.
Isso é o indício de um desejo real e sincero de crescer e evoluir. Não há
egoísmo, mas um querer sincero em se melhorar que deve todos nós no
caminho de Deus.
O fazer o bem tem vários caminhos que devem ser trilhados pela alma. A princípio, se faz
o bem interessado no seu resultado, esse é o caminho de todas as almas, em crescimento
para Deus; no entanto, com a maturidade que devemos desenvolver para tal empenho, o
Espírito vai adquirindo condições espirituais de fazer o bem sem interesse em receber de
troca da vida o mesmo bem, compreendendo que nada fica em vão na natureza. Ele sabe
que se semear, colherá, sem que seja preciso pensar na colheita.
Quem faz a caridade pensando em trocas, ainda não acendeu a luz do amor no coração.
898 – Visto que a vida corporal não é senão uma estada temporária neste
mundo, e que nosso futuro deve ser nossa principal preocupação, útil
esforçar-se por adquirir conhecimentos científicos que não tocam senão
às coisas e às necessidades materiais?
Sem dúvida. Primeiro, isso vos coloca em condições de aliviar vossos irmãos;
depois, vosso Espírito se elevará mais depressa se já progrediu em
inteligência. No intervalo das encarnações, aprendeis em uma hora o que vos
exigiria anos sobre a vossa Terra. Nenhum conhecimento é inútil, todos
contribuem, mais ou menos, para o progresso, porque o Espírito perfeito deve
tudo saber, e porque o progresso devendo se realizar em todos os sentidos,
todas as ideias adquiridas ajudam o desenvolvimento do Espírito.
Comentários:
O conhecimento e a necessidade das coisas do mundo material são
importantes para o nosso crescimento e para o crescimento do nosso irmão.
Ajudar o progresso do próximo, do nosso semelhante. Não estamos aqui
8
apenas para o nosso próprio crescimento, mas auxiliar o crescimento do outro
também.
Temos necessidade de progredirmos no aspecto intelectual.
Para que possamos ser perfeitos temos que adquirir tanto o conhecimento
intelectual, quanto o moral.
Se tivermos aprendido muito aqui na Terra, isso nos auxiliará no plano
espiritual, quando tivermos que estudar e aprender tudo será mais fácil, pois
todo o arcabouço do conhecimento adquirido no decorrer das nossas
experiências reencarnatórias agrega valor. Não perdemos nada do que
aprendemos.
Não devemos disponibilizar todo o nosso tempo apenas para aprender as
coisas do mundo material, mas também dirigir o nosso conhecimento voltando
para as coisas do Espírito. Aprender o que o mundo pode nos ofertar, mas
também aprender aquilo que já podemos saber acerca da erraticidade.
O aprendizado é constante em todas as direções da vida. Se queres aprender com mais
eficiência, não cruzes os braços, porque a escola de Deus são todas as coisas reunidas. é
neste sentido que a Doutrina dos Espíritos constitui a volta do Cristo à Terra.
Por que não estudar tudo que existe? Se Deus fez todas as coisas, o aprendizado é infinito;
sempre temos algo para buscar, e essa é a nossa maior alegria., Tudo que buscamos
aprender de utilidade tem o traço do Mestre nos convidando para a luz da vida.
899 – De dois homens ricos, um nasceu na opulência e não conheceu
jamais a necessidade; o outro deve a sua fortuna ao seu trabalho; todos
os dois a empregam exclusivamente em sua satisfação pessoal; qual é o
mais culpável?
Aquele que conheceu o sofrimento e sabe o que é sofrer. Ele conhece a dor
que não alivia, mas muito frequentemente, dela não se lembra mais.
Comentários:
Aquele que mais sabe, tem mais responsabilidade para com a justiça divina,
para com a aplicabilidade da lei divina e do evangelho.
Como não olhar para o próximo quando já se tem a experiência de uma vida
de privações, de miséria, de sofrimento?
Mas muitos esquecem, não lembram das lutas que vivenciaram.
Nesses casos a pessoa passou pelo sofrimento, pela dor e não aprendeu
nada. É muito triste, lamentável.
Esse período de sofrimento foi inútil porque não soube aproveitar.
9
Precisamos aproveitar tudo que acontece conosco. Situações positivas,
negativas, de alegria, de tristeza. Precisamos aprender, pois senão
desperdiçamos facilmente uma experiência reencarnatória e depois teremos
mais dificuldade para retornarmos.
900 – Aquele que acumula sem cessar e sem fazer o bem a ninguém
encontra uma desculpa válida no pensamento de que amontoa para
deixar mais aos seus herdeiros?
É um compromisso com a má consciência.
Comentários:
É importante pensarmos nos nossos familiares, nos nossos herdeiros,
tentando ajudá-los, deixar bens materiais para eles.
Não é errado trabalhar, acumular e permitir que nossos herdeiros possam ter
uma vida mais tranquila e serena, mas também devemos ensiná-los o valor do
trabalho.
O problema é que fazemos só isso.
Acumulamos bens e haveres só para nós e para os nossos.
Podemos fazer isso, mas precisamos fazer o bem, fazer a caridade.
Precisamos utilizar dos nossos haveres para aliviar a dor do próximo, para
amenizar os infortúnios dos nossos semelhantes.
901 – De dois avarentos, o primeiro se recusa o necessário e morre de
necessidade sobre seu tesouro; o segundo não é avaro senão para os
outros; enquanto que ele recua diante do menor sacrifício para prestar
serviço ou fazer uma coisa útil, nada lhe custa para satisfazer seus
gostos e suas paixões. Peça-se-lhe um serviço, e ele é sempre difícil;
quando quer passar por uma fantasia, sempre tem o bastante. Qual é o
mais culpado e qual o que terá o pior lugar no mundo dos Espíritos?
Aquele que goza: ele é mais egoísta do que avarento. O outro já encontrou
uma parte de sua punição.
Comentários:
Dois avarentos: um avarento completo, não apenas para o outro, mas para si
também e o outro avarento só para o próximo.
10
O mais culpado é aquele que se beneficia da sua riqueza, pois aquele que é
avarento tanto para com o outro como para consigo acaba não usufruindo do
seu benefício.
Quem muito tem na Terra e não utiliza em benefício do próximo acaba
perdendo a riqueza, acaba ficando na miséria.
Aquele que é avarento até mesmo consigo já recebeu parte do seu castigo,
pois teve uma vida na miséria. Tão ligado na sua riqueza, preocupado em só
guardar que acaba perdendo tal riqueza. Poderá vir sem a riqueza em uma
próxima reencarnação.
O outro que usufrui da riqueza só para si sofrerá as consequências de não ter
auxiliado quem o estendia as mãos em pedido de socorro e, assim, ter
alimentado o seu orgulho e egoísmo.
902 – É repreensível invejar a riqueza, quando pelo desejo de fazer o
bem?
O sentimento é louvável, sem dúvida, quando é puro; mas esse desejo é
sempre bem desinteressado e não esconde nenhuma intenção oculta
pessoal? A primeira pessoa à qual se deseja fazer o bem, frequentemente,
não é a si mesmo?
Comentários:
Se eu tivesse dinheiro faria caridade.
Se eu ganhasse na loteria daria a maior parte desse recurso para os pobres,
para aliviar o sofrimento das pessoas.
De fato essas palavras, essas intenções sejam verdadeiras, mas até que
ponto?
O desejo de riqueza no ser humano é desnecessário para a sua evolução
espiritual.
Quando precisamos dos bens materiais como uma prova, ou um trabalho que
tenhamos de realizar, essa riqueza vem às nossas mãos pela vontade de
Deus. No entanto, necessário se faz que haja esforço próprio, porém, sem a
usura de ganho, trabalhando honestamente por dever. É preciso saibamos
conduzir essa riqueza aplicando adequadamente nas reais necessidades, sem
desperdício.
Todos nós podemos fazer o bem, de uma forma ou de outra.
Há pessoas que não têm recursos financeiros, mas faz um bem maior que
aqueles que têm.
11
Para fazermos a caridade não necessitamos de recursos materiais.
Exemplo: Jesus. Ele não era detentor de recursos materiais e foi a pessoa que
mais ajudou e continua ajudando a todos nós. Ele nos ajudou moralmente, nos
auxiliando em nosso crescimento moral.
Nós também podemos fazer isso.
Não deixemos de fazer a caridade, de fazer o bem porque não somos dotados
de recursos materiais.
Se eu não posso dar daquilo que tenho, eu posso doar daquilo que sou. Eu
posso doar o meu tempo, os meus ouvidos, um sorriso, um abraço, o meu
conhecimento. Posso doar amor.
Nós sempre podemos fazer o bem, em qualquer condição que estejamos.
903 – Há culpa em estudar os defeitos dos outros?
Se é para os criticar e divulgar, há muita culpa, porque é faltar com a caridade.
Se é para fazê-lo em seu proveito pessoal e os evitar em si mesmo, isso pode
algumas vezes ser útil. Mas é preciso não esquecer que a indulgência pelos
defeitos alheios é uma das virtudes contidas na caridade. Antes de fazer aos
outros uma censura de suas imperfeições, vede se não se pode dizer a mesma
coisa de vós. Esforçai-vos, portanto, em ter as qualidades opostas aos defeitos
que criticais nos outros, esse é o meio de vos tornardes superiores. Se os
censurais por serem avarentos, sede generosos; por serem orgulhosos, sede
humildes e modestos; por serem duros, sede dóceis; por agirem com baixeza,
sede grandes em todas as vossas ações; em uma palavra, fazei de tal maneira
que não vos possam aplicar estas palavras de Jesus: ele vê um argueiro no
olho do seu vizinho e não vê uma trave no seu.
Comentários:
Essa questão nos esclarece no tocante ao observar os defeitos alheios.
Se a observação, a análise for no sentido da maledicência, da crítica, da
humilhação, é falta de caridade, falta de indulgência. Isso é julgar o outro sem
termos autoridade moral e condições para tal atitude.
Por outro lado, é saudável quando analisamos a conduta equivocada do outro
com o objetivo de aprender, com o objetivo de orientar, de contribuir para a
melhora daquela pessoa.
No caso dos nossos filhos, por exemplo, precisamos analisar os seus defeitos
para orientá-los corretamente na conduta do bem. Caso não façamos essa
análise corremos o risco da omissão, permitindo que aquela criança cresça
um adulto repleto de equívocos, de vícios.
12
E ainda ter sabedoria para conduzir evitando a agressividade e servindo de
exemplo.
Há situações em que analisar os defeitos alheios é importante e até
necessário, mas sempre com o objetivo construtivo, procurando sempre
auxiliar.
Se vemos uma atitude equivocada do outro e se temos condições de ajudar,
se temos abertura para alertar, orientar, fornecer uma opinião sincera e amiga,
devemos agir nesse sentido. Por que não levá-lo ao esclarecimento que
desconheça?
Devemos sermos movidos pelo desejo de ajudar.
Quando pensamos em ajudar, mesmo que seja o estudo dos defeitos alheios,
não é com o objetivo de criticar para com o público, nem de divulgar e nem de
julgar.
904 – Há culpa em sondar as chagas da sociedade e as revelar?
Isso depende do sentimento que o leva a fazê-lo. Se o escritor não tem em
vista senão produzir escândalo, é um prazer pessoal que ele se procura
apresentando quadros que, frequentemente, são mais um mau que um bom
exemplo. O Espírito aprecia, mas pode ser punido por essa espécie de prazer
que toma em revelar o mal.
904.a) De que forma, nesse caso, julgar a pureza das intenções e a
sinceridade do escritor?
Isso não é sempre útil. Se ele escreveu boas coisas, aproveitai-as; se fez mal,
é uma questão de consciência que a ele diz respeito. De resto, se deseja
provar sua sinceridade, cabe a ele apoiar o preceito pelo seu próprio exemplo.
Comentários:
A questão trata da exposição de chagas, de erros, de equívocos em público.
Depende do sentimento que envolve.
Lembrando que a sociedade é formada por indivíduos.
Tudo depende da intenção e se houver um fim útil.
Se é para expor algo para utilizar da maledicência, para menosprezar a pessoa
não tem utilidade nenhuma, é maldade.
13
Caso haja pessoas em risco ou caso haja necessidade para evitar prejuízo a
um maior número de pessoas, é melhor que faça um cair do que colocar várias
pessoas em risco tornando-as vítimas de uma atitude equivocada.
Em regra, não há o porquê ficar expondo em público as feridas ou equívocos
de uma ou de outra pessoa.
Não devemos simplesmente expor à sociedade as chagas do próximo, pois é
sinal de imperfeição moral.
Não há muita utilidade em saber se a intenção é boa ou ruim. Deus a quem
devemos todas as nossas atitudes, pensamentos e emoções, Ele vai saber. A
nós, seres humanos, cabe aproveitar daquilo que se escreve, o que é bom e
o que não for bom deve deixar de lado, não aproveitar, não assimilar, não
abraçar aquelas informações que não são boas, que não agregam progresso
para as nossas vidas.
Não temos o porquê falar das dificuldades do outro, a não ser para ajudar.
Todos nós temos imperfeições, chagas sociais e não gostaríamos que as
nossas chagas, nossos vícios fossem divulgados para todo mundo.
Bondade para com todos, indulgência das imperfeições alheias e perdão das
ofensas. (Questão 886)
É melhor destacar o que a pessoa tem de bom, as suas virtudes, aquilo que
ela já conseguiu progredir.
Levar os fatos ao público de forma construtiva, agregando conhecimento e
educação.
- Escritores, jornalistas, compositores, cantores, atores, pintores, etc.
- Livros, jornais, revistas, televisão, filmes, novelas, redes sociais.
- Obsessão coletiva
- Redes sociais – Repassar a informação do fato para conhecimento dos
acontecimentos. Ter o cuidado para não estar denegrindo a imagem do outro,
do grupo, da instituição.
- Rádio – 1896 (Marconi – italiano)
- Televisão – 1926
A obsessão é uma verdade, difundida em todos os meios, porém, ela somente se expressa
onde encontra sintonia de sentimentos, capaz de provocar a simbiose das ideias na
configuração dos atos. Se queres livrar-te das companhias indesejadas das entidades
malfeitoras, sai da sua faixa.
14
Existem muitos desses no mundo, que entregam a vida ao serviço do mal, que já existe em
abundância na Terra. Mas, em parte a culpa é da própria sociedade, que exige esse
corrosivo como alimento. Há leitores de jornais e revistas, os que assistem à televisão e
ouvem rádios, exigem escutar notícias de violência e sofrimento, e como espectadores das
trevas, se encontram sempre envolvidos por elas.
Podes e deves sondar as chagas da humanidade, mas desde que essa sondagem te sirva
para ajudar aos outros, motivando na sociedade o viver retamente. Os escritores têm muito
domínio sobre a massa dos leitores. Essa oportunidade é grandiosa, a de insuflar nas almas
pensamentos de justiça, de gratidão e amor, de respeito às criaturas e de esperança aos
sofredores.
O escritor tem em suas mãos um instrumento poderoso de ajudar, ou, certamente, de
destruir.
Marcos, no capítulo quinze, versículo quatro, nos diz o seguinte, para maior elucidação:
Tornou Pilatos a interrogá-lo:
Nada respondes?
Vê quantas acusações te fazem?
Mesmo que o escritor seja acusado por ensinar o bem, em muitos casos deve silenciar-se
diante dos ignorantes, mas continuar escrevendo, divulgando a harmonia da vida em todas
as formas possíveis, mostrando que fora do amor não há solução para os problemas da
sociedade.
905 – Certos autores publicaram obras muito bonitas e de grande
moralidade que ajudam o progresso da Humanidade, mas das quais eles
mesmos não se aproveitaram; como Espíritos, lhes será levado em
conta, o bem que fizeram através de suas obras?
A moral sem a ação é a semente sem o trabalho. De que serve a semente se
não fazeis frutificar para vos nutrir? Esses homens são mais culpáveis, porque
tinham inteligência para compreender; não praticando as máximas que deram
aos outros, renunciaram a colher os frutos.
Comentários:
Aqueles que têm conhecimento responderão perante a justiça divina quanto
ao uso desse conhecimento: se usa bem esse conhecimento ou não. A
responsabilidade daquilo que se divulga.
A questão destaca: as obras servirão aos outros, vão ajudar os outros a
crescerem, mas o próprio Espírito que tinha todas as condições de tirar
proveito daqueles ensinamentos não o fez.
Ele mesmo, individualmente, perdeu a oportunidade. Ele não cresceu.
O crescimento se concretiza nas obras que realizamos.
15
O fato dele (o escritor) ter deixado obras de grande valor moral para a
humanidade é melhor se não tivesse deixado nada. De qualquer maneira
houve um benefício para a sociedade, mas ele poderia ter feito muito mais.
Ele deveria ter utilizado o seu trabalho para o seu próprio crescimento, para o
desenvolvimento da sua intelectualidade e, principalmente, da sua moralidade.
Palestrantes espíritas que muito falam, mas não colocam em prática aquilo
que dizem. Serve para o outro, mas para mim nada adianta.
Tem que haver coerência entre o discurso e as atitudes, entre o que digo e o
que faço.
Perdem uma oportunidade maravilhosa, pois tem o conhecimento e não
aproveitam em seu próprio benefício.
O homem que escreve tem grandes responsabilidades com o que fala aos outros,
principalmente se não passar a viver o que escreve. A vivência é o selo que mostra o maior
entendimento do que escreve e fala.
O escritor, de certa maneira, é um pastor de ovelhas, capaz de educá-las e instruí-las sobre
as leis da vida. A moral sem as ações não dá segurança a quem ouve ou lê. Como ensinar
o bom caminho, se trilhamos pelo caminho do mal? As ovelhas certamente nos
acompanham, não pela voz somente, mas pelo trilho por que passamos. Grave é a culpa
desses homens que dirigem as ovelhas para caminhos que não escolheram para si.
Entretanto, o tempo irá lhes ensinar em outras vidas, o que devem fazer.
A semente que lançamos ao solo deve dar frutos, e o exemplo de vida corresponde à boa
semente que lançamos ao solo das mentes que nos ouvem e nos seguem.
“Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e
façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o
que pregam. (Mateus 23:2-3)
906 – Aquele que faz o bem é repreensível por ter dele consciência de
reconhecê-lo a si mesmo?
Visto que pode ter consciência do mal que faz, ele deve ter também a do bem,
a fim de saber se age bem ou mal. É pesando todos os seus atos na balança
da lei de Deus e, sobretudo, na da lei da justiça, de amor e de caridade, que
ele poderá dizer a si mesmo se elas são boas ou más, aprová-las ou as
desaprovar. Ele não pode pois, ser repreensível por reconhecer que triunfou
das más tendências e disso estar satisfeito, contanto que não se envaideça,
porque, então, cairia em outra falta. (919).
Comentários:
Assim como nós temos consciência e entendimento para saber quando
praticamos o mal, igualmente, sabemos quando realizamos o bem
16
A nossa consciência que traz a lei de Deus gravada em nós, nos diz: agiste
corretamente.
Essa reflexão é muito importante, pois é através da análise dos nossos atos
que vamos nos conhecendo.
É através do enfrentamento conosco que sabemos aquilo que já fizemos de
bom e aquilo que ainda precisamos trabalhar em nós.
Precisamos ter o entendimento daquilo que fizemos certo e daquilo que
fizemos de errado para que possamos trabalhar os nossos equívocos, nossos
vícios, nossas sombras.
Não é errado ficarmos felizes quando conseguimos vencer a nós mesmos.
A nossa luta nunca é contra o outro, mas sempre conosco mesmo, pois somos
nós que falhamos.
Quando conseguimos dominar nossas paixões é motivo de alegria e de
satisfação.
Não devemos divulgar, expor que saímos vitoriosos em determinada situação
porque caímos na vaidade e no orgulho e, acabamos perdendo. O mérito que
tivemos acaba sendo destruído, acaba desaparecendo diante da nossa
postura posterior.
Aquela satisfação íntima. Mestre Querido, todo o meu esforço está valendo a
pena porque no dia de hoje consegui uma vitória sobre mim.
Nos mostra que estamos no caminho certo e que devemos perseverar nesse
caminho para crescermos um pouco mais a cada dia.
Não é ostentar, nem se vangloriar pelas conquistas alcançadas.
A consciência do bem, todos devemos tê-la, sentir o bem que fazemos, porque desta
maneira passamos a conhecer a nós mesmos e deixamos de fazer o mal, que às vezes
praticamos. Não é censurado à criatura que ela examine a si mesma, no que se encontra
fazendo.
Cada pessoa é um mundo, onde o comandante é a alma. Certamente que é preciso que
conheçamos a nós mesmos, para que possamos escolher com maior entendimento o que
é melhor para nós. O que não é certo, é divulgar o bem que se faz, ou se pretende realizar.
Esse anúncio faz crescer a vaidade e o orgulho, bem como é capaz de nutrir certas paixões
que estejam ligadas ao egoísmo e, ainda mais, à fascinação por si mesmo.
Compete ao homem conhecer a si mesmo, principalmente nesta fase em que se encontra,
de tanta teoria, para tomar as decisões que lhe cabem para direcionar a vida e compreender
a verdade que liberta e que ilumina a alma.
Devemos fazer todo esse trabalho interno, não somente para nós, mas principalmente para
servir de exemplo vivo para todos os povos.
17
12.2 – Das paixões
907 – Visto que o princípio das paixões está na Natureza, ele é mau em
si mesmo?
Não, a paixão está no excesso acrescentado à vontade, porque o princípio foi
dado ao homem para o bem, e as paixões podem levá-lo a grandes coisas,
sendo o abuso que delas se faz que causa o mal.
Comentários:
Tudo é questão de bom senso e equilíbrio.
As paixões quando bem orientadas nos movem para o progresso, nos orienta
na busca dos nossos objetivos, na conquista dos nossos sonhos e assim
trabalhamos, nos desenvolvemos, crescemos e aprimoramos o nosso
progresso e da humanidade.
O problema é o desequilíbrio das paixões. Nós temos que estar sempre à
frente, dominando, coordenando, direcionando as nossas paixões.
Muitas vezes deixamos que as paixões nos controlem.
- Paixão pelo outro (enamorados)
- Paixão pelo trabalho (não esquecer do descanso)
- Paixão pelo estudo (não esquecer do descanso)
- Paixão pela espiritualização (cuidado para não incutir)
908 – Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou
más?
As paixões são como um cavalo que é útil quando está dominado, e que é
perigoso, quando ele é que domina. Reconhecei, pois, que uma paixão torna-
se perniciosa a partir do momento em que não podeis governá-la e que ela
tem por resultado um prejuízo qualquer para vós ou para outrem.
Allan Kardec:
As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o
ajudam na realização dos objetivos da Providência. Mas se, em lugar de
as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai nos excessos e a própria
força que, em suas mãos, poderia fazer o bem, recai sobre ele e o
esmaga.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XII: Perfeição Moral
18
Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou necessidade
natural. O princípio das paixões, portanto, não é um mal, visto que
repousa sobre uma das condições providenciais de nossa existência. A
paixão, propriamente dita, é o exagero de uma necessidade ou de um
sentimento. Ela está no excesso e não na causa, e esse excesso torna-
se um mal quando tem por consequência um mal qualquer.
Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal, o distancia da
natureza espiritual.
Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal, anuncia
a predominância do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.
Comentários:
O princípio que dá origem às paixões não é negativo. Ele foi colocado em nós
para direcionar ao bem. Assim, as paixões bem direcionadas nos levam ao
progresso.
O abuso dessas paixões é que nos causam o mal. Isso ocorre quando elas
nos dominam.
Por isso precisamos refletir sobre o que fazemos, sobre o que gostamos.
Analisar friamente.
Até que ponto tenho o domínio sobre determinadas coisas?
Muitas pessoas acham que podem mudar a hora que deseja e, de fato, pode.
A questão é se realmente quero mudar, se realmente quero controlar
determinados vícios, determinadas posturas que não estão me conduzindo
para o caminho que preciso?
Mudar exige vontade, trabalho e esforço e muitas vezes não queremos, pois
gostamos dos vícios.
Queremos crescer, evoluir, atingir a felicidade, mas queremos com pouco
esforço.
Enquanto não quisermos realmente fazer a parte que nos toca as coisas não
mudam.
1.º passo – perceber que está sendo dominado.
O fascinado dificilmente consegue tal percepção.
2.º passo – Se autocontrolar.
Exemplo: No passado era a televisão, atualmente é o celular.
Todas as paixões têm limites traçados pelo bom entendimento evangélico. Quando elas
passam desses limites, passam a sofrer influência do mal, desnorteando a vida pelo clima
da inferioridade. Um veículo, sendo dirigido por pessoa capacitada para tal, percorrerá seus
19
caminhos com segurança, mas, se lhe falta a direção, ele se desvia dos caminhos e pode
cair nos precipícios.
As paixões não podem dirigir a alma, mas a alma é que deve discipliná-las, para que elas
sejam úteis nos seus principais objetivos de vida. Uma paixão se torna perigosa para quem
a sustenta, quando ela passa a dominar a vontade de quem a tem, e ela pode crescer muito
se não cuidarmos de orientá-la nos seus impulsos.
909 – O homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos seus
esforços?
Sim, e, algumas vezes, por fracos esforços. É a vontade que lhe falta. Ah!
Quão poucos dentre vós fazem esforços!
Comentários:
Nós podemos vencer as nossas más inclinações fazendo esforços
insignificantes. O que nos falta é vontade, coragem de fazer os esforços
necessários.
O nosso orgulho sempre nos diz que não é fácil vencer as nossas más
tendências. Eu me esforço, mas não consigo.
Ao pensar com mais serenidade e equilíbrio concordamos com a resposta da
Espiritualidade.
A nossa mente sabe que determinadas inclinações não são benéficas e não
nos ajudam no processo de crescimento espiritual
Mas o nosso coração ainda busca aquela inclinação perniciosa, se felicita com
essa inclinação. O nosso coração, o nosso ser ainda gosta do vício, da bebida,
do jogo, das mensagens ofensivas e de baixo calão das redes sociais, do sexo,
da maledicência, das intrigas, da comida exagerada, de uma paixão
desenfreada, dos entorpecentes, etc. no fundo nós ainda gostamos, ainda
sentimos vontade daquele prazer momentâneo que a vida material nos
proporciona. É por isso que nos falta o esforço real para que possamos vencer
essas más inclinações.
Quando nos conscientizamos que o esforço no hoje trará para o amanhã a
alegria e a felicidade real, encontramos dentro de nós esse esforço que parece
tão difícil.
Para que essa vontade seja forte precisamos estar com essa ideia muito clara,
não apenas na mente, mas em nosso ser como um todo.
Precisamos estar cansados de sofrer.
Quando nosso coração não aguenta mais sofrer, nós buscamos sair daquela
condição.
20
Quando estamos sufocados pela dor e pelo sofrimento, buscamos Deus e
nesse momento encontramos a força de vontade que consegue fazer com que
vençamos as nossas más inclinações.
É um processo lento, doloroso e vai acontecer com todos nós.
- O sofrimento nos aproxima de Deus (interesse pessoal benéfico).
Ex: Haroldo Dutra e o padre.
910 – O homem pode encontrar nos Espíritos uma assistência eficaz para
superar suas paixões?
Se ele ora a Deus e ao seu bom gênio com sinceridade, os bons Espíritos
virão certamente em sua ajuda, porque é a sua missão. (459).
Comentários:
Quando as nossas preces são feitas com sinceridade e com amor, a
Espiritualidade se faz presente em nosso auxílio.
Os nossos amigos espirituais, o nosso Espírito protetor, os nossos Espíritos
familiares nos assistem constantemente, nos intuindo boas ideias, nos
inspirando as boas resoluções, das quais precisamos para vencer as nossas
paixões, as nossas dificuldades, as nossas dúvidas.
Eles vêm em nosso auxílio.
Todos nós que estamos aqui na Terra contamos com a ajuda do Espírito
protetor (anjo guardião) em função da nossa condição de Espíritos muito
frágeis, ainda imperfeitos. Nós precisamos da ajuda dele. Não conseguiríamos
caminhar sozinhos sem essa ajuda. A missão deles é nos auxiliar, nos
amparar, nos sustentar. Eles não nos tiram das provas, das dificuldades que
nós precisamos passar, mas eles nos dão força espiritual, coragem,
perseverança, confiança e fé para seguirmos adiante e assim triunfarmos
sobre as nossas paixões. Eles desejam e trabalham para que possamos sair
daqui vitoriosos.
Porém precisa ser sincero, buscar o amparo deles e querer vencer as nossas
paixões. Deus e a Espiritualidade conhecem o que se passa no íntimo dos
nossos corações
- A bebida, o jogo, o sexo, a fofoca, a maledicência, etc.
- Enxergamos os erros dos outros. Precisamos enxergar os nossos também.
- Pedir: Deus, me ajude a ser melhor.
Analisa todos os dias teus sentimentos, buscando educá-los de maneira cristã, sem que o
exagero perturbe tuas atividades mentais. Paixão desenfreada é sinônimo de desequilíbrio.
21
911 – Não há paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade não tenha
poder para superá-las?
Há muitas pessoas que dizem: eu quero, mas a vontade não está senão nos
lábios; elas querem, mas estão bem contentes que assim não seja. Quando
se crê não poder vencer suas paixões, é que o Espírito nelas se compraz em
consequência de sua inferioridade. Aquele que procura reprimi-las,
compreende sua natureza espiritual; as vitórias são para ele um triunfo do
Espírito sobre a matéria.
Comentários:
Diante do conhecimento que já possuímos, conseguimos reconhecer que as
paixões que hoje ainda deixamos que nos domine é porque o nosso Espírito
ainda gosta. O nosso Espírito ainda se felicita com esses prazeres efêmeros
que o mundo material nos oportuniza.
Ex: as pessoas que gostam de beber sabem que a bebida não faz bem ao
organismo físico, mas elas gostam da bebida, do sabor, dos efeitos sobre seu
corpo e sobre suas ideias, tornando a sensação prazerosa. Por isso é difícil o
Espírito vencer. É difícil ter uma vontade que sobreponha esse prazer.
A vontade quando real e sincera vai reprimir aquilo que precisa ser reprimido,
aquela paixão que precisa ser dominada.
Se reconhece o verdadeiro espírita pelo esforço que ele faz em domar as suas
más tendências, as suas más inclinações.
912 – Qual é o meio mais eficaz de se combater a predominância da
natureza corporal?
Praticar a abnegação de si mesmo.
Comentários:
É muito difícil colocarmos em prática.
Para que consigamos domar a natureza corpórea e toda influência perniciosa
que ela exerce sobre o Espírito temos que trabalhar em nós a abnegação.
Abnegação é a renúncia dos nossos interesses em benefício do outro. É olhar
para o outro. É pensar na necessidade do outro.
É deixar o nosso egoísmo de lado.
É nos preocuparmos com o próximo.
Orientação bem clara, bem objetiva, mas para nós é difícil.
22
Praticar a abnegação não é deixar o nosso interesse pessoal de lado.
Qual a preponderância dos meus pensamentos, sentimentos e emoções?
Comigo ou com o outro? Com as minhas necessidades ou com a necessidade
do outro?
Abnegação – Renúncia; ação de abnegar, de desistir de alguma coisa. Altruísmo; ação contrária ao
egoísmo, desapego completo de suas próprias vontades em função de uma outra pessoa
23
12.3 – Do egoísmo
913 – Dentre os vícios, qual o que se pode considerar como radical?
Nós o dissemos muitas vezes: é o egoísmo: dele deriva todo o mal. Estudai
todos os vícios e vereis que no fundo de todos está o egoísmo. Inutilmente os
combatereis e não conseguireis extirpá-los enquanto não houverdes atacado
o mal em sua raiz, não houverdes destruído a causa. Que todos os vossos
esforços, portanto, tendam para esse objetivo, porque aí está a verdadeira
chaga da sociedade. Todo aquele que quer se aproximar, desde esta vida, da
perfeição moral, deve extirpar de seu coração todo sentimento de egoísmo,
porque o egoísmo é incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele
neutraliza todas as outras qualidades.
Comentários:
O egoísmo junto com o orgulho são as duas grandes chagas da humanidade.
Todos os outros vícios se originam do egoísmo.
- Guerras, roubo, assassinato, corrupção, bebida, jogos, drogas, mentira,
intrigas, maledicência, inveja, cobiça, ciúme, ambição, ódio, suicídio, etc.
Enquanto não tratarmos de combater esses sentimentos em nossos corações
não conseguiremos amar, sermos justos e caridosos.
O egoísmo neutraliza todas as outras qualidades. É incompatível com o
sentimento de amor, justiça e caridade.
A partir do momento que temos a consciência que precisamos evoluir e
entendemos que é através da oração, da vigília, do esforço constante é que
vamos chegar a esse objetivo não há outra saída a não ser direcionar todos
os nossos esforços para lidar com o egoísmo, com o interesse pessoal, com
esse sentimento que nos afasta de Deus.
Não é um esforço fácil.
Não vamos alcançar da noite para o dia. Mas não podemos nos acomodar
diante das nossas imperfeições. Devemos lutar contra elas.
Não sairemos dessa existência sem esses sentimentos (egoísmo e orgulho) o
que vai acontecer quando estivermos próximos à condição de Espíritos
Superiores, numa condição muito além da que nós nos encontramos hoje.
Na atual existência nos cabe reduzir a força desse sentimento em nós.
Precisamos de tempo para extirpar esse sentimento dos nossos corações, o
que é inviável em apenas uma encarnação.
Se conseguirmos sair dessa existência menos egoísta já é um avanço.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XII: Perfeição Moral
24
Vamos continuar lutando, nos esforçando nessa batalha que não é fácil. O
importante é progredir sempre.
O egoísmo, por mais que se lhe dê combate, ainda deixa algo de si na sua estrutura de
vida, que pode de novo nascer. Somente o amor isola essa praga, esse inimigo terrível do
coração. Não nos esqueçamos de Jesus, que o Mestre nos ensina como livrar-nos deste
inimigo, transformando-o em amor e caridade. (Miramez)
914 – O egoísmo, estando fundado sobre o sentimento de interesse
pessoal, parece bem difícil de ser inteiramente extirpado do coração do
homem: isso se conseguirá?
À medida que os homens se esclarecem sobre as coisas espirituais, ligam
menos valor às coisas materiais. Aliás, é preciso reformar as instituições
humanas que o entretêm e o excitam. Isso depende da educação.
Comentários:
Depende da instrução, da evolução, do processo de depuração do ser.
Não conseguiremos extirpar o egoísmo de uma hora para outra, mas vai
acontecer, pois estamos fadados à perfeição. A lei do progresso é uma lei
divina. Todos nós estamos submetidos a ela.
Mais cedo ou mais adquirimos o conhecimento necessário, daremos menos
valor às coisas materiais e as coisas do Espírito passarão a ter importância
nas nossas vidas e consequentemente refletirá nas instituições humanas.
As instituições refletem a humanidade.
Se a humanidade passa a vivenciar e valorizar outros aspectos que não
apenas a vida material, as nossas instituições humanas também irão se
espiritualizar.
Isso depende da educação e, como diz Kardec não da educação dos livros,
mas da educação de berço, da formação do caráter.
915 – O egoísmo, sendo inerente à espécie humana, não seria sempre
um obstáculo ao reinado do bem absoluto sobre a Terra?
É certo que o egoísmo é vosso pior mal, mas ele se prende à inferioridade dos
Espíritos encarnados sobre a Terra, e não à Humanidade em si mesma. Ora,
os Espíritos, em se depurando pelas encarnações sucessivas, perdem o
egoísmo, como perdem suas outras impurezas. Não tendes sobre a Terra
nenhum homem desprovido de egoísmo e praticando a caridade? Eles
existem além do que acreditais, mas os conheceis pouco porque a virtude não
25
procura se pôr em evidência. Se há um, por que não haveria dez; se há dez,
por que não haveria mil, e assim, sucessivamente?
Comentários:
Somos mais de oito bilhões de encarnados e desencarnados é de três a quatro
vezes esse número, portanto, há muitas pessoas de bem praticando a
caridade no anonimato.
Há pessoas na Terra desprovidas de egoísmo, no entanto, elas não ficam
expondo as suas virtudes. Quanto menos egoísmo se tem mais bondade e
amor no coração e, consequentemente, humildade.
Essas pessoas transitam e trabalham no anonimato, sem se aparecer.
A humildade não busca holofotes. Ela expande e ilumina sem buscar o
reconhecimento do outro. Ela não faz movida pelo interesse pessoal, mas pelo
amor.
O egoísmo é o nosso maior mal, decorrente da inferioridade dos Espíritos.
Se nascemos para a perfeição (não para a inferioridade) em algum momento
vamos deixar essa inferioridade no passado.
No decorrer das inúmeras reencarnações vamos nos depurando e da mesma
forma que atualmente há na Terra Espíritos que não são mais egoístas (ou em
pequena quantidade), nós também iremos com o passar do tempo, com o
trabalho de reforma íntima. Não há privilégios, caso houvesse estaríamos
impedidos de alcançar essas virtudes (bondade, humildade, caridade e amor).
Quando falamos que o egoísmo ataca a humanidade, queremos dizer que quem sofre sua
influência são somente as almas inferiores, e não a humanidade toda. Aquele que conheceu
a verdade se encontra livre do egoísmo.
O Evangelho é a melhor arma contra os defeitos; ele os destrói e, ainda mais, transforma
as faltas em forças vivas da fé. Com o Espírito depurando-se por reencarnações
sucessivas, certo é que o egoísmo desaparece daqueles que alimentavam esse monstro,
e quando o egoísmo deixa de existir, o orgulho não tem sentido no meio das almas que
cultivam o amor.
916 – O egoísmo, longe de diminuir, aumenta com a civilização, que
parece excitá-lo e entretê-lo; como a causa poderia destruir o efeito?
Quanto maior o mal, mais ele se torna hediondo. Era preciso que o egoísmo
fizesse muito mal para fazer compreender a necessidade de extirpá-lo.
Quando os homens tiverem se despojado do egoísmo que os domina, eles
26
viverão como irmãos, não se fazendo mal, entreajudando-se reciprocamente,
pelo sentimento mútuo da solidariedade. Então, o forte será o apoio e não o
opressor do fraco, e não se verá mais homens a quem falta o necessário,
porque todos praticarão a lei de justiça. É o reino do bem que os Espíritos
estão encarregados de preparar. (784).
Comentários:
Podemos perceber a perfeição das leis divinas.
Quando o egoísmo chega em um grau muito alto é porque precisaria chegar
em um nível alto para percebermos a necessidade de extirpá-lo.
Quando o egoísmo chega a um nível alto na sociedade, junto vem a dor, o
sofrimento, que chegam de tal forma causando tanto “estrago” que nós
buscamos a mudança.
Naquele momento que não aguentamos mais o sofrimento que envolve o
egoísmo. Nesse momento buscamos algo melhor, um alimento para o nosso
Espírito cansado de sofrer, de chorar e nessa ocasião começamos a despojar
do nosso egoísmo. Começamos a perceber a importância de adquirir valores
espirituais.
Aos poucos vamos despojando do mundo material, trabalhando o lado
espiritual.
E com isso vem o auxílio recíproco, vem o sentimento mútuo de solidariedade,
de caridade.
O forte deixa de oprimir o fraco.
A lei de justiça, amor e caridade passa a ser aplicada de maneira forte e
efetiva.
O mal acaba fazendo com que o homem procure o bem.
O bem está muitas vezes, onde achamos estar o mal.
O egoísmo em si não é bom, mas o egoísmo cedo ou tarde leva a pessoa à
mudança. Quanto mais egoísta, maior é o sofrimento, chegando o momento
que não aguenta mais e é nesse momento que a transformação se opera
através do despertar para Deus.
917 – Qual é o meio de se destruir o egoísmo?
De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de desenraizar-se é o
egoísmo, porque ele se prende à influência da matéria, da qual o homem,
ainda muito próximo da sua origem, não pode se libertar, e essa influência
concorre para o sustentar: suas leis, sua organização social, sua educação. O
27
egoísmo se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a vida
material e, sobretudo, com a inteligência que o Espiritismo vos dá de vosso
estado futuro real e não desnaturado pelas ficções alegóricas. O Espiritismo
bem compreendido, quando estiver identificado com os costumes e as
crenças, transformará os hábitos, os usos e as relações sociais. O egoísmo
se funda sobre a importância da personalidade; ora, o Espiritismo bem
compreendido, eu o repito, faz ver as coisas de tão alto, que o sentimento da
personalidade desaparece, de alguma forma, diante da imensidade.
Destruindo essa importância, ou tudo ou pelo menos fazendo vê-la como ela
é, combate necessariamente o egoísmo.
É o choque que o homem experimenta do egoísmo dos outros que o torna,
frequentemente, egoísta, porque sente a necessidade de se colocar na
defensiva. Vendo que os outros pensam em si mesmos e não nele, é
conduzido a se ocupar de si mais do que dos outros. Que o princípio da
caridade e da fraternidade seja a base das instituições sociais, das relações
legais de povo a povo, e de homem a homem, e o homem pensará menos em
sua pessoa quando verificar que os outros nele pensam. Ele sofrerá a
influência moralizadora do exemplo e do contato. Em presença desse
transbordamento do egoísmo, é preciso uma verdadeira virtude para
esquecer-se em benefício dos outros que, frequentemente, não são
agradecidos. É, sobretudo, àqueles que possuem esta virtude que o reino dos
céus está aberto; àqueles, sobretudo, está reservada a felicidade dos eleitos,
porque eu vos digo em verdade, que no dia da justiça, quem não pensou senão
em si mesmo, será colocado de lado e sofrerá no seu abandono. (785).
FÉNELON
Comentários:
Só o princípio da fraternidade, da caridade poderá nos ajudar a extirpar o
egoísmo dos nossos corações.
O princípio da fraternidade e da caridade servirá, um dia, de base para as
instituições sociais legais do povo, dos países. Momento em que as pessoas
pensaram menos em si mesmas e mais nos outros e, naturalmente a influência
do egoísmo vai sendo reduzida. Não é a realidade do nosso mundo
atualmente, uma vez que toda as organizações sociais instituídas nos países
(até mesmo os que possuem liberdade) favorecem o egoísmo, como as
nossas leis, a nossa educação.
Inclusive a atitude do outro que é de forma egoísta nos estimula a buscar os
nossos próprios interesses.
Ora, se o outro não pensa em mim, me vejo na obrigação de pensar, pois
quem suprirá as minhas necessidades? Isso faz com que nos tornemos cada
vez mais egoísta.
28
A partir do momento que a caridade, a fraternidade, o amor entre as pessoas
passar a ser base da sociedade será diferente porque a nossa postura será
diferente.
Nós não pensaremos em nós, pois pensar no outro fará parte das leis, da
sociedade e fará com que nós busquemos esse objetivo.
Fenelon é um dos espíritos da codificação espírita, pertencente à equipe do Espírito da
Verdade, que se comunicou com Allan Kardec para que ele pudesse trazer o espiritismo
à humanidade terrena no século 19.
Fenelon é o nome literário de François de Salignac de la Mothe, nascido no castelo de
Fénelon, em Périgord (França), a 6 de agosto de 1651. Desencarnou em Cambrai a 7 de
janeiro de 1715, aos sessenta e três anos de idade.
Foi prelado e escritor francês, ordenou-se sacerdote em 1675 e passou a dirigir uma
instituição que tinha por objetivo reeducar as jovens protestantes convertidas ao
catolicismo. Aos 44 anos, tornou-se arcebispo de Cambrai (França).
Fénelon figura na Codificação, em vários momentos, podendo ser citado: "O Livro dos
Espíritos", onde assina Prolegômeros, junto a uma plêiade de luminares espirituais.
Igualmente a resposta à questão de nº 917 é de sua especial responsabilidade.
Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", apresenta-se em vários momentos,
discursando acerca da terceira revelação e da revolução moral do homem (cap. I, 10); o
homem de bem e os tormentos voluntários (cap. V,22 - 23); a lei de amor (cap. XI, 9); o
ódio (cap. XII,10) e emprego da riqueza (cap. XVI,13).
Em "O Livro dos Médiuns", figura no capítulo das Dissertações Espíritas (cap. XXXI, 2ª
parte, itens XXI e XXII), desenvolvendo aspectos acerca de reuniões espíritas e da
multiplicidade dos grupos espíritas.
Os destaques acima mencionados são aqueles em que o espírito assina seu nome,
devendo se considerar que deve, como os demais responsáveis espirituais pela
Codificação, ter estado presente em muitos outros momentos, dando seu especial
contributo.
Fonte:
Quem é Fénelon no espiritismo? — Correio.news
François de Fénelon (febnet.org.br)
Participantes da codificação: Fénelon, São Vicente de Paulo, Santo Agostinho,
João Evangelista, São Luís, Sócrates, Platão, Swedenborg, Espírito de
Verdade, São Paulo, Erasto, Russeau, Pascal, Lacordaire, Galileu, etc.
Allan Kardec:
Empregam-se, sem dúvida, louváveis esforços para fazer avançar a
Humanidade; encorajam- se, estimulam- se, honram-se os bons
sentimentos mais do que em nenhuma outra época e, todavia, o verme
roedor do egoísmo sempre a chaga social. É um mal que recai sobre todo
o mundo e do qual cada um é, mais ou menos, vítima. É preciso, pois,
29
combatê-lo como se combate uma doença epidêmica. Para isso, é
preciso proceder à maneira dos médicos: ir à fonte. Que se procure, pois,
em todas as partes do organismo social, desde a família até os povos,
desde a cabana até o palácio, todas as causas, todas as influências
patentes ou ocultas, que excitam, entretêm e desenvolvem o sentimento
do egoísmo. Uma vez conhecidas as causas, o remédio se mostrará por
si mesmo. Não se tratará senão de as combater, senão todas de uma vez,
pelo menos parcialmente e, pouco a pouco, o veneno será extirpado. A
cura poderá ser demorada, porque as causas são numerosas, mas não é
impossível. A isso não se chegará, de resto, senão tomando o mal em
sua raiz, quer dizer, pela educação; não essa educação que tende a fazer
homens instruídos, mas a que tende a fazer homens de bem. A educação,
se bem entendida, é a chave do progresso moral. Quando se conhecer a
arte de manejar os caracteres como se conhece a de manejar as
inteligências, poder-se-á endireitá-los, como se endireitam as plantas
jovens. Todavia, essa arte exige muito tato, muita experiência e uma
profunda observação. É um grave erro crer que basta ter a ciência para
exercê-la com proveito. Todo aquele que segue o filho do rico, assim
como o do pobre, desde o instante do seu nascimento e observa todas
as influências perniciosas que reagem sobre ele em consequência da
fraqueza, da incúria e da ignorância daqueles que o dirigem, quando
frequentemente, os meios que se empregam para moralizá-lo falham, não
pode se espantar de encontrar no mundo tantos defeitos. Que se faça
pelo moral tanto quanto se faz pela inteligência e se verá que, se há
naturezas refratárias, há, mais do que se crê, as que pedem apenas uma
boa cultura para produzir bons frutos. (872).
O homem quer ser feliz e esse sentimento está na Natureza. Por isso, ele
trabalha sem cessar para melhorar sua posição sobre a Terra, e procura
as causas dos seus males, a fim de os remediar. Quando compreender
bem que o egoísmo é uma dessas causas, a que engendra o orgulho, a
ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, que o magoam a cada
instante, que leva a perturbação em todas as relações sociais, provoca
as dissenções, destrói a confiança, obriga a se colocar constantemente
em defensiva contra seu vizinho, a que, enfim, do amigo faz um inimigo,
então ele compreenderá também que esse vício é incompatível com a sua
própria felicidade e mesmo com a sua própria segurança. Quanto mais
ele o tenha sofrido, mais sentirá a necessidade de combatê-lo, como
combate a peste, os animais nocivos e todos os outros flagelos. Ele o
será solicitado pelo seu próprio interesse. (784).
O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a fonte de
todas as virtudes. Destruir um e desenvolver o outro, tal deve ser o
objetivo de todos os esforços do homem, se quer assegurar sua
felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro.
30
Comentários:
Precisamos da educação. Não da educação intelectual, mas da educação que
faz homens de bem.
O que faz o homem de bem é, principalmente, a educação espiritual.
A educação do mundo prepara homens intelectuais, prepara para a avida
material e nem sempre prepara para a vida moral, para a vida espiritual.
Por isso a importância das religiões, pois são elas que aproximam o homem
de Deus. É só quando conhecemos acerca de Deus é que vamos conseguindo
nos espiritualizar.
Então precisamos buscar essa educação que nos traz as virtudes que
constroem o homem de bem. Essas virtudes envolvem o conhecimento da
espiritualidade, o reconhecimento do nosso Pai.
Nós podemos sermos felizes agora, na vida material e, na vida futura, desde
que nós apliquemos todos os esforços para viver a caridade e não o egoísmo.
Destruir o egoísmo e deixar que a caridade e o amor vivam plenamente em
nossos corações é o caminho que todos nós precisamos buscar para
realmente aproximarmos de Deus e da felicidade.
A felicidade que buscamos nós encontramos na caridade, na fraternidade, no
amor, no Evangelho que o nosso Mestre Jesus nos forneceu como remédio
para todas as nossas dores, para todas as nossas enfermidades.
O egoísmo é o centro energético da ignorância, por estar muito ligado à origem material do
homem. Isto, de certa forma, tem grande influência na personalidade humana.
31
32
12.4 – Caracteres do homem de bem
918 – Por que sinais se pode reconhecer num homem o progresso real
que deve elevar seu Espírito na hierarquia espírita?
O Espírito prova sua elevação quando todos os atos de sua vida corporal são
a prática da lei de Deus e quando compreende, por antecipação, a vida
espiritual.
Allan Kardec:
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor
e de caridade na sua maior pureza. Se interroga sua consciência sobre
os atos realizados, se pergunta se não violou essa lei, se não fez o mal,
se fez todo o bem que podia, se ninguém tem nada a se lamentar dele,
enfim, se fez a outrem tudo aquilo que queria que outros lhe fizessem.
O homem cheio do sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o
bem pelo bem, sem esperança de retribuição, e sacrifica o seu interesse
à justiça.
Ele é bom, humano e benevolente para com todos, porque vê irmãos em
todos os homens, sem exceção de raças nem de crenças. Se Deus lhe
deu o poder e a riqueza, olha essas coisas como um depósito, do qual
deve fazer uso para o bem, sem se envaidecer, porque sabe que Deus,
que os deu, pode retirá-los. (*)1
Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, trata-os com
bondade e benevolência, porque são seus iguais diante de Deus. Usa de
sua autoridade para elevar sua moral e não para os esmagar por seu
orgulho.
É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que, ele
mesmo, tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do
Cristo: que aquele que está sem pecado lhe atire a primeira pedra.
Não é vingativo: a exemplo de Jesus, perdoa as ofensas para não se
recordar senão dos benefícios, porque sabe que lhe será perdoado como
ele próprio tiver perdoado.
Respeita nos seus semelhantes todos os seus direitos decorrentes das
leis da Natureza, como gostaria que respeitassem os seus.
1
- Vide Nota Explicativa da Editora no final do livro.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XII: Perfeição Moral
33
Comentários:
Essas são as virtudes e características do homem de bem.
Nessas características não há egoísmo, não há orgulho, apenas um
sentimento de amor sincero, de benevolência, justiça e caridade.
O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos da sua vida
representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende
a vida espiritual.
A pessoa que já pratica a lei de Deus verdadeiramente em todos os seus atos
tem que ser uma pessoa mais espiritualizada, que compreende a vida
espiritual, que compreende Deus, entendendo a sua importância em nossas
vidas, sente dentro do seu coração a necessidade de fazer o bem, de vivenciar
o amor, a necessidade de colocar em prática todas essas virtudes trazidas por
Allan Kardec.
Nós ainda estamos longe dessa prática.
Ao ler essas características percebemos que já fazemos alguma coisa o que
significa progresso em vias de realização, porém ainda estamos longe da
meta.
Aquilo que hoje nos parece bom, ao analisar percebemos que ainda não é o
ideal, por isso a necessidade de continuarmos trabalhando e procurando nos
melhorar todos os dias.
34
12.5 – Conhecimento de si mesmo
919 – Qual é o meio prático e mais eficaz para se melhorar nesta vida, e
resistir aos arrastamentos do mal?
Um sábio da antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo.
919.a) Compreendemos toda a sabedoria dessa máxima, porém, a
dificuldade está precisamente em se conhecer a si mesmo; qual é o meio
de o conseguir?
Fazei o que eu fazia de minha vida sobre a Terra: ao fim da jornada, eu
interrogava minha consciência, passava em revista o que fizera, e me
perguntava se não faltara algum dever, se ninguém tinha nada a se lamentar
de mim. Foi assim que consegui me conhecer e ver o que havia para reformar
em mim. Aquele que, cada noite, lembrasse todas as ações da jornada e se
perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo
guardião para o esclarecer, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar,
porque, crede-me, Deus o assistiria. Questionai, portanto, e perguntai-vos o
que fizestes e com qual objetivo agistes em tal circunstância; se fizestes
alguma coisa que censurais em outrem; se fizestes uma ação que não
ousaríeis confessar. Perguntai-vos ainda isto: se aprouvesse a Deus me
chamar neste momento, reentrando no mundo dos Espíritos, onde nada é
oculto, eu teria o que temer diante de alguém? Examinai o que podeis ter feito
contra Deus, contra vosso próximo, e enfim, contra vós mesmos. As respostas
serão um repouso para vossa consciência ou a indicação de um mal que é
preciso curar.
O conhecimento de si mesmo, portanto, é a chave do progresso individual.
Mas, direis, como se julgar? Não se tem a ilusão do amor-próprio que ameniza
as faltas e as desculpa? O avarento se crê simplesmente econômico e
previdente; o orgulhoso crê não haver senão a dignidade. Isso é verdade, mas
tendes um meio de controle que não pode vos enganar. Quando estiverdes
indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, perguntai-vos como a
qualificaríeis se fosse feita por outra pessoa; se a censurais em outrem, ela
não poderia ser mais legítima em vós, porque Deus não tem duas medidas
para a justiça. Procurai saber, também, o que pensam os outros a respeito, e
não negligencieis a opinião dos vossos inimigos, porque estes não têm
nenhum interesse em dissimular a verdade e, frequentemente, Deus os coloca
ao vosso lado como um espelho para vos advertir com mais franqueza que o
faria um amigo. Que aquele que tem vontade séria de se melhorar explore,
pois, sua consciência, a fim de arrancar dela as más tendências, como arranca
as más ervas do seu jardim; que faça o balanço de sua jornada moral, como
o mercador faz de suas perdas e lucros, e eu vos asseguro que a um lhe
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XII: Perfeição Moral
35
resultará mais que a outro. Se ele puder dizer que sua jornada foi boa, pode
dormir em paz, e esperar sem receio o despertar de uma outra vida.
Colocai, pois, questões claras e precisas e não temais de as multiplicar:
podem-se dar alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna.
Não trabalhais todos os dias com o objetivo de amontoar o que vos dê repouso
na velhice? Esse repouso não é o objeto de todos os vossos desejos, o alvo
que vos faz suportar as fadigas e as privações momentâneas? Pois bem! o
que é esse repouso de alguns dias, perturbado pelas enfermidades do corpo,
ao lado daquele que espera o homem de bem? Isso não vale a pena de fazer
algum esforço? Sei que muitos dizem que o presente é positivo e o futuro
incerto; ora, eis aí precisamente o pensamento que estamos encarregados de
destruir em vós, porque desejamos vos fazer compreender esse futuro de
maneira que ele não possa deixar nenhuma dúvida em vossa alma. Por isso,
primeiro chamamos vossa atenção para os fenômenos de natureza a
impressionar vossos sentidos, depois vos demos instruções que cada um de
vós se acha encarregado de divulgar. Foi com esse objetivo que ditamos o
Livro dos Espíritos. SANTO AGOSTINHO
Allan Kardec:
Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, com efeito,
seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais
frequentemente nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem
o perceber, por falta de perscrutar a natureza e o móvel de nossos atos.
A forma interrogativa tem alguma coisa de mais precisa do que uma
máxima que, frequentemente, não aplicamos a nós mesmos. Ela exige
respostas categóricas, por um sim ou por um não, que não deixam
alternativa; são igualmente argumentos pessoais e pela soma das
respostas pode-se calcular a soma do bem e do mal que está em nós.
Comentários:
“Conhece-te a ti mesmo.” Frase escrita na entrada do Templo do Deus Apolo,
em Delfos – Oráculo de Delfos e pronunciada por Sócrates da seguinte forma:
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses” ou “Conhece-
te a ti mesmo e vencerás a ignorância e serás sábio”.
Santo Agostinho nos mostra a necessidade de questionarmos a nossa
consciência sobre aquilo que temos feito, sobre aquilo que temos pensado,
sobre as nossas atitudes, sobre nossa conduta durante o dia.
À noite que possamos fazer essas reflexões, buscar na nossa consciência,
pois ela vai nos responder e assim, temos condições de saber se agimos
36
corretamente ou se há algo que precisamos trabalhar em nós para que
possamos nos aproximar de Jesus.
Se nós queremos nos conhecer para que possamos nos melhorar temos que
fazer esse enfrentamento. Esse olhar para dentro de nós.
É doloroso quando percebemos que ainda erramos, ainda fizemos muitas
coisas que sabemos que não seria o correto, mas o processo é necessário.
Se fizermos isso sempre, temos a certeza que a melhora e bem mais rápido.
Muitas vezes nos colocamos na condição de indecisos. Diante de uma atitude
nossa ou de um pensamento, não sabemos se agimos de forma errada ou se
agimos adequadamente.
Muitas vezes a nossa mente busca aliviar a nossa conduta:
- O avarento se sente apenas econômico
- O orgulhoso julga que em si só há dignidade
Temos dificuldade de enfrentar e reconhecer os nossos erros. O nosso orgulho
coloca a trave diante dos nossos olhos interferindo no reconhecimento dos
nossos erros. É como se não tivéssemos errado.
Sempre procura uma desculpa para justificar os nossos erros e assim temos
dificuldades de reconhecer os nossos erros e de nos reconhecer também.
Acabamos não tendo uma análise crítica das nossas atitudes. Sinceridade
conosco mesmo.
Quando estivermos indecisos sobre o valor das nossas ações, basta nos
colocarmos no lugar da outra pessoa. Perguntar como nos sentiríamos se uma
outra pessoa tivesse feito, pensado exatamente como fizemos.
Quando utilizamos essa sugestão fazendo essa avaliação não tem como
errarmos porque Deus não usa de duas medidas na aplicação da sua justiça.
A ideia de ouvirmos aqueles que não são tão caros, que estão na condição de
nossos inimigos, também é uma dica importante, pois muitas vezes nossos
amigos, nossos familiares por gostarem de nós não nos dizem a verdade. Nem
sempre conseguimos ter clareza dos nossos equívocos.
Nossos inimigos, nossos desafetos, não têm o pudor de não nos ferir com a
verdade. Sempre nos dizem de forma franca aquilo que ainda temos de ruim.
É a mão de Deus que os colocam ao nosso lado para que não sejamos
ludibriados como se fôssemos pessoas maravilhosas quando ainda temos
muitos defeitos a vencer.
Vamos perguntar, vamos questionar a nossa consciência, vamos seguir o
conselho de Santo Agostinho.
37
Ele nos deixa claro que ele juntamente com uma legião de Espíritos veio para
nos esclarecer, para mostrar que podemos trabalhar pelo nosso futuro, nosso
amanhã.
Esse futuro não é incerto. Ele depende do nosso hoje, daquilo que estamos
fazendo no presente.
Vamos fazer o nosso melhor para que o nosso amanhã seja mais positivo.
Pesquisar a biografia de Santo Agostinho e o resumo histórico da formação da Igreja
Católica Apostólica Romana.
38
REFERÊNCIAS:
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o
Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de
Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 85ª Ed.
Araras – SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Salvador Gentile. Araras –
SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 19ª Ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1983.
MLODINOW, Leonard. De primatas a astronautas: A jornada do homem
em busca do conhecimento. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.
SILVEIRA, Adelino. Chico, de Francisco. São Paulo: Cultura Espírita União,
1987.
XAVIER, Chico. A Caminho da Luz. 21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Pelo
Espírito Emmanuel.
XAVIER, Chico. Nosso Lar. 64ª ed. Brasília: FEB, 2021. Pelo Espírito André
Luiz.
XAVIER, Chico. Os Mensageiros. 47ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico. Missionários da Luz. 45ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2021. Pelo
Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. Obreiros da Vida Eterna. 35ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo
Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. No Mundo Maior. 28ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico. Libertação. 33ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André
Luiz.
XAVIER, Chico. Entre a Terra e o Céu. 27ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo
Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. Nos domínios da Mediunidade. 36ª ed. Brasília: FEB, 2018.
Pelo Espírito André Luiz.
39
XAVIER, Chico. Ação e Reação. 30ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Evolução em dois Mundos. 27ª ed.
Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Mecanismos da Mediunidade. 28ª ed.
Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Sexo e Destino. 34ª ed. Brasília: FEB,
2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. E a vida continua.... 35ª ed. Esp. Rio de Janeiro: FEB, 2021.
Pelo Espírito André Luiz.
https://www.bibliaonline.com.br/
http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/questoes.html
https://super.abril.com.br/historia/os-bastidores-do-livro-dos-espiritos/
https://www.youtube.com/user/livrodosespiritos/videos
https://www.youtube.com/watch?v=4xRhAKctMo8&list=PLI-
OgasY7T5tz8FFyT2yr5aKTPbavF7by&index=111
https://www.youtube.com/playlist?list=PLlRlJDlCghdwROpe8PBZF5_wFxlJqq
UnZ
https://espirito.org.br/artigos/possessao-3/
https://pt.slideshare.net/espirinauta/reinos-da-natureza
https://slideplayer.com.br/slide/14346629/
http://www.caminhosluz.com.br
Estudo Metódico de O Livro dos Espíritos – CEFAK
https://www.cefak.org.br/estudos/estudos-artigos/estudo-metodico-livro-dos-
espiritos/
40
Santo Agostinho
Filósofo e teólogo romano
Biografia de Santo Agostinho
Santo Agostinho (354-430) foi um filósofo, escritor, bispo e importante teólogo cristão do
norte da África durante a dominação romana. Suas concepções sobre as relações entre a
fé e a razão, entre a Igreja e o Estado dominaram toda a Idade Média.
Santo Agostinho foi o primeiro filósofo a refletir sobre o sentido da história, mas tornou-se
acima de tudo o arquiteto do projeto intelectual da Igreja Católica.
Santo Agostinho, conhecido também como Agostinho de Hipona, nasceu em Tagaste, na
cidade da Numídia (hoje Argélia), no norte da África, região dominada pelo Império
Romano, no dia 13 de novembro de 354.
Sua infância e adolescência transcorreram principalmente em sua cidade natal em um
ambiente limitado por um povoado perdido entre montanhas. Seu pai era pagão, e sua mãe
uma cristã devota que exerceu grande influência sobre a conversão do filho.
Estudo e religião
Santo Agostinho iniciou seus estudos em Tagaste, em seguida, foi para Madaura, onde
iniciou os estudos de retórica. Lia e decorava trechos de poetas e prosadores latinos, entre
eles Virgílio e Terêncio. Estudou música, física, matemática e filosofia.
Em 371, transferiu-se para Cartago, a maior cidade do Ocidente latino depois de Roma, um
grande centro do paganismo, onde se deixou cativar pelo esplendor das cerimônias em
honra dos milenares desuses protetores do império.
Em 373 nasceu Adeodato, filho de seu romance com uma cartaginense. Dedicou-se ao
estudo das Escrituras, mas logo ficou desiludido diante do estilo simples da Bíblia. Depois
de três anos termina o estudo superior em retórica e eloquência.
De volta a sua cidade natal, abre uma escola particular onde ensina gramática e retórica.
Em 374 foi para Cartago e mais uma vez dedica-se ao ensino da retórica. Em 383 seguiu
para Roma e no ano seguinte é nomeado mestre de eloquência em Milão.
A inquietude era um tema permanente em sua vida. O despertar de seu espírito crítico o
levou a adotar o “maniqueísmo”, pretendendo seguir a força única da razão.
Durante doze anos foi seguidor de Mani, profeta persa que pregava uma doutrina na qual
se misturavam Evangelho, ocultismo e astrologia. Segundo Mani, o bem e o mal constituíam
princípios opostos e eternos, presentes em todas as coisas. O homem não era culpado por
seus pecados, pois já trazia o mal dentro de si.
Conversão ao catolicismo
Insatisfeito com as respostas que o maniqueísmo oferecia, Agostinho resolveu abandonar
a doutrina, e seu lugar é temporariamente preenchido por um profundo ceticismo.
Em 386 procura Ambrósio, o poderoso bispo do Império, em busca de uma colocação oficial
como professor. Em vez disso, encontra respostas para algumas das suas dúvidas. Passa
a assistir os sermões de Ambrósio, inspirados, sobretudo, no Antigo Testamento.
Finalmente, a influência de Santo Ambrósio foi decisiva para convertê-lo ao Cristianismo.
Em 387, Agostinho e Adeodato são batizados. No ano seguinte, retorna definitivamente
para Tagaste onde se dedica à vida monástica. Em seguida, vende a propriedade deixada
pelo pai e distribui o dinheiro entre os pobres.
41
Conserva apenas uma pequena porção de terra, onde, ao lado dos amigos Alípio e Ovídio,
funda o primeiro mosteiro agostiniano. Em 391 é sagrado sacerdote em Hipona, região
provinciana do Império Romano. Em 396 é sagrado bispo auxiliar de Hipona, onde se tornou
um dos pilares da teologia católica.
Obras e pensamentos
Entre 397 e 398, Agostinho se dedica a escrever “Confissões”, em que narra a juventude e
sua conversão, quando revela os caminhos da fé em meio às angústias do mundo.
O livro é uma autobiografia que também imprime o seu pensamento filosófico. Cria a noção
de espaço interior como campo da verdade essencial do homem:
“A verdade e Deus devem ser buscados na alma, e não no mundo exterior”
Em 413 começa a obra “A Cidade de Deus”, escrita para consolar os cristãos após Roma
ser saqueada pelos bárbaros visigodos, em 410. Na obra, Santo Agostinho apresenta a
defesa do cristianismo e convida seus contemporâneos a compreender o sentido profundo
da história.
Já não se trata de um reino de Deus que sucede à vida terrena. A cidade de Deus e a dos
homens coexistem: a primeira, antes simbolizada por Jerusalém, é agora a comunidade
dos cristãos.
A cidade dos homens tem poderes políticos, moral, e existências próprias. “As duas cidades
permanecerão lado a lado até o fim dos tempos, mas depois a divina triunfará, para
participar da eternidade”.
Santo Agostinho deixou uma obra fundamental para a doutrina da igreja católica, que foi
registrada em tratados filosóficos, teológicos, comentários, sermões e cartas. Exerceu
grande influência em várias áreas do conhecimento.
Santo Agostinho teve papel importante na fixação da hierarquia na Igreja Católica e fez a
síntese entre a filosofia grega e o pensamento cristão. Fixou a ideia da vida interior do
homem como o palco essencial da construção da identidade.
Santo Agostinho faleceu em Hipona, África, no dia 28 de agosto de 430. Santo Agostinho
foi canonizado por aclamação popular, e reconhecido como Doutor da Igreja, em 1292, pelo
papa Bonifácio VIII.
Biografia de Santo Agostinho - eBiografia
Filme: Santo Agostinho O Declínio do Império Romano
https://www.youtube.com/watch?v=holW-1sj73E
Documentário: Agostinho de Hipona
https://www.youtube.com/watch?v=awJsGLAtPc0

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Reconhece se o cristãos pelas suas obras
Reconhece se o cristãos pelas suas obrasReconhece se o cristãos pelas suas obras
Reconhece se o cristãos pelas suas obrasIzabel Cristina Fonseca
 
Egosmo na visão esprita
Egosmo na visão espritaEgosmo na visão esprita
Egosmo na visão espritaVictor Passos
 
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira).
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira). Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira).
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira). Leonardo Pereira
 
O valor da prece
O valor da preceO valor da prece
O valor da preceDalila Melo
 
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dor
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dorTormentos voluntários - Quando buscamos a dor
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dorDanilo Galvão
 
O homem de bem, grande desafio
O homem de bem, grande desafioO homem de bem, grande desafio
O homem de bem, grande desafioGraça Maciel
 
Bem aventurados os que são misericordiosos
Bem aventurados os que são misericordiososBem aventurados os que são misericordiosos
Bem aventurados os que são misericordiososEduardo Ottonelli Pithan
 
Pecado por pensamento e adultério
Pecado por pensamento e adultérioPecado por pensamento e adultério
Pecado por pensamento e adultérioLorena Dias
 
Ese cap 8 bem aventurados os que tem puro o coracao final (1)
Ese cap 8  bem aventurados os que tem puro o coracao final (1)Ese cap 8  bem aventurados os que tem puro o coracao final (1)
Ese cap 8 bem aventurados os que tem puro o coracao final (1)Fernando Pinto
 
Indissolubilidade do casamento
Indissolubilidade do casamento Indissolubilidade do casamento
Indissolubilidade do casamento Henrique Vieira
 
Estudos do evangelho "O egoísmo"
Estudos do evangelho "O egoísmo"Estudos do evangelho "O egoísmo"
Estudos do evangelho "O egoísmo"Leonardo Pereira
 

Mais procurados (20)

Reconhece se o cristãos pelas suas obras
Reconhece se o cristãos pelas suas obrasReconhece se o cristãos pelas suas obras
Reconhece se o cristãos pelas suas obras
 
Egosmo na visão esprita
Egosmo na visão espritaEgosmo na visão esprita
Egosmo na visão esprita
 
Palestra 8 obsessão espiritual
Palestra 8 obsessão espiritualPalestra 8 obsessão espiritual
Palestra 8 obsessão espiritual
 
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira).
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira). Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira).
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira).
 
O valor da prece
O valor da preceO valor da prece
O valor da prece
 
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dor
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dorTormentos voluntários - Quando buscamos a dor
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dor
 
O homem de bem, grande desafio
O homem de bem, grande desafioO homem de bem, grande desafio
O homem de bem, grande desafio
 
A INTOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITA
A INTOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITAA INTOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITA
A INTOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITA
 
Bem aventurados os que são misericordiosos
Bem aventurados os que são misericordiososBem aventurados os que são misericordiosos
Bem aventurados os que são misericordiosos
 
Caridade e amor ao próximo
Caridade e amor ao próximoCaridade e amor ao próximo
Caridade e amor ao próximo
 
REFORMA INTIMA E ESPIRITISMO
REFORMA INTIMA E ESPIRITISMOREFORMA INTIMA E ESPIRITISMO
REFORMA INTIMA E ESPIRITISMO
 
A cólera - E.S.E. Cap IX itens 9 e 10
A cólera - E.S.E. Cap IX itens 9 e 10A cólera - E.S.E. Cap IX itens 9 e 10
A cólera - E.S.E. Cap IX itens 9 e 10
 
Causas anteriores das aflições
Causas anteriores das afliçõesCausas anteriores das aflições
Causas anteriores das aflições
 
TOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITA
TOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITATOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITA
TOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITA
 
Pecado por pensamento e adultério
Pecado por pensamento e adultérioPecado por pensamento e adultério
Pecado por pensamento e adultério
 
AMAI OS VOSSOS INIMIGOS
AMAI OS VOSSOS INIMIGOSAMAI OS VOSSOS INIMIGOS
AMAI OS VOSSOS INIMIGOS
 
Ese cap 8 bem aventurados os que tem puro o coracao final (1)
Ese cap 8  bem aventurados os que tem puro o coracao final (1)Ese cap 8  bem aventurados os que tem puro o coracao final (1)
Ese cap 8 bem aventurados os que tem puro o coracao final (1)
 
Indissolubilidade do casamento
Indissolubilidade do casamento Indissolubilidade do casamento
Indissolubilidade do casamento
 
Justiça ou vingança?
Justiça ou vingança?Justiça ou vingança?
Justiça ou vingança?
 
Estudos do evangelho "O egoísmo"
Estudos do evangelho "O egoísmo"Estudos do evangelho "O egoísmo"
Estudos do evangelho "O egoísmo"
 

Semelhante a Virtude da caridade e do desinteresse

3.12 - Perfeição Moral.pptx
3.12 - Perfeição Moral.pptx3.12 - Perfeição Moral.pptx
3.12 - Perfeição Moral.pptxMarta Gomes
 
Segundo Módulo - Aula 13 - Perfição moral as virtudes e os vicios
Segundo Módulo - Aula 13 - Perfição moral as virtudes e os viciosSegundo Módulo - Aula 13 - Perfição moral as virtudes e os vicios
Segundo Módulo - Aula 13 - Perfição moral as virtudes e os viciosCeiClarencio
 
Fora da Caridade não há Salvação
Fora da Caridade não há SalvaçãoFora da Caridade não há Salvação
Fora da Caridade não há SalvaçãoLuciane Belchior
 
Memoria do coracao kssf
Memoria do coracao kssfMemoria do coracao kssf
Memoria do coracao kssfClea Alves
 
Fora Da Caridade NãO Há SalvaçãO
Fora Da Caridade NãO Há SalvaçãOFora Da Caridade NãO Há SalvaçãO
Fora Da Caridade NãO Há SalvaçãOSergio Menezes
 
O BOM ESPIRITA 29 10 2022.doc
O BOM ESPIRITA 29 10 2022.docO BOM ESPIRITA 29 10 2022.doc
O BOM ESPIRITA 29 10 2022.docAndrea Leite
 
ESE CAP XVII - Sede Perfeitos
ESE CAP XVII - Sede PerfeitosESE CAP XVII - Sede Perfeitos
ESE CAP XVII - Sede Perfeitosgrupodepaisceb
 
11 - Sede perfeitos
11 - Sede perfeitos11 - Sede perfeitos
11 - Sede perfeitosJPS Junior
 
60 oportunidades de praticar o bem
60 oportunidades de praticar o bem60 oportunidades de praticar o bem
60 oportunidades de praticar o bemAntonio SSantos
 
Palestra29ohomemdebem 140705123117-phpapp01
Palestra29ohomemdebem 140705123117-phpapp01Palestra29ohomemdebem 140705123117-phpapp01
Palestra29ohomemdebem 140705123117-phpapp01seara2015
 
Ohomemdebemgrandedesafio 120918080952-phpapp01 (1)
Ohomemdebemgrandedesafio 120918080952-phpapp01 (1)Ohomemdebemgrandedesafio 120918080952-phpapp01 (1)
Ohomemdebemgrandedesafio 120918080952-phpapp01 (1)fabio antonio motta dutra
 

Semelhante a Virtude da caridade e do desinteresse (20)

3.12 - Perfeição Moral.pptx
3.12 - Perfeição Moral.pptx3.12 - Perfeição Moral.pptx
3.12 - Perfeição Moral.pptx
 
Decepções
DecepçõesDecepções
Decepções
 
Segundo Módulo - Aula 13 - Perfição moral as virtudes e os vicios
Segundo Módulo - Aula 13 - Perfição moral as virtudes e os viciosSegundo Módulo - Aula 13 - Perfição moral as virtudes e os vicios
Segundo Módulo - Aula 13 - Perfição moral as virtudes e os vicios
 
Fora da Caridade não há Salvação
Fora da Caridade não há SalvaçãoFora da Caridade não há Salvação
Fora da Caridade não há Salvação
 
Caridade na ótica espirita
Caridade na ótica espiritaCaridade na ótica espirita
Caridade na ótica espirita
 
Memoria do coracao kssf
Memoria do coracao kssfMemoria do coracao kssf
Memoria do coracao kssf
 
Fora Da Caridade NãO Há SalvaçãO
Fora Da Caridade NãO Há SalvaçãOFora Da Caridade NãO Há SalvaçãO
Fora Da Caridade NãO Há SalvaçãO
 
O BOM ESPIRITA 29 10 2022.doc
O BOM ESPIRITA 29 10 2022.docO BOM ESPIRITA 29 10 2022.doc
O BOM ESPIRITA 29 10 2022.doc
 
A SEMENTE 4 novembro
A  SEMENTE  4 novembroA  SEMENTE  4 novembro
A SEMENTE 4 novembro
 
A MALEDICÊNCIA
A MALEDICÊNCIAA MALEDICÊNCIA
A MALEDICÊNCIA
 
O homem de bem
O homem de bemO homem de bem
O homem de bem
 
ESE CAP XVII - Sede Perfeitos
ESE CAP XVII - Sede PerfeitosESE CAP XVII - Sede Perfeitos
ESE CAP XVII - Sede Perfeitos
 
( Espiritismo) # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao
( Espiritismo)   # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao( Espiritismo)   # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao
( Espiritismo) # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao
 
( Espiritismo) # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao
( Espiritismo)   # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao( Espiritismo)   # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao
( Espiritismo) # - aparecida cruz - fazer o bem sem ostentacao
 
11 - Sede perfeitos
11 - Sede perfeitos11 - Sede perfeitos
11 - Sede perfeitos
 
O Perdão - Espirtismo
O Perdão - EspirtismoO Perdão - Espirtismo
O Perdão - Espirtismo
 
60 oportunidades de praticar o bem
60 oportunidades de praticar o bem60 oportunidades de praticar o bem
60 oportunidades de praticar o bem
 
Palestra 29 o homem de bem
Palestra 29 o homem de bemPalestra 29 o homem de bem
Palestra 29 o homem de bem
 
Palestra29ohomemdebem 140705123117-phpapp01
Palestra29ohomemdebem 140705123117-phpapp01Palestra29ohomemdebem 140705123117-phpapp01
Palestra29ohomemdebem 140705123117-phpapp01
 
Ohomemdebemgrandedesafio 120918080952-phpapp01 (1)
Ohomemdebemgrandedesafio 120918080952-phpapp01 (1)Ohomemdebemgrandedesafio 120918080952-phpapp01 (1)
Ohomemdebemgrandedesafio 120918080952-phpapp01 (1)
 

Mais de Marta Gomes

Capitulo I - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo
Capitulo I - Deus. Deus e o infinito. PanteísmoCapitulo I - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo
Capitulo I - Deus. Deus e o infinito. PanteísmoMarta Gomes
 
1.1 - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo
1.1 - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo1.1 - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo
1.1 - Deus. Deus e o infinito. PanteísmoMarta Gomes
 
Apresentação da doutrina espírita e do Livro dos Espíritos.docx
Apresentação da doutrina espírita e do Livro dos Espíritos.docxApresentação da doutrina espírita e do Livro dos Espíritos.docx
Apresentação da doutrina espírita e do Livro dos Espíritos.docxMarta Gomes
 
Apresentação da Doutrina Espírita e do Livro dos Espíritos.pptx
Apresentação da Doutrina Espírita e do Livro dos Espíritos.pptxApresentação da Doutrina Espírita e do Livro dos Espíritos.pptx
Apresentação da Doutrina Espírita e do Livro dos Espíritos.pptxMarta Gomes
 
Capítulo II - Penas e Gozos Futuros.docx
Capítulo II - Penas e Gozos Futuros.docxCapítulo II - Penas e Gozos Futuros.docx
Capítulo II - Penas e Gozos Futuros.docxMarta Gomes
 
4.2.3 - Ressurreição da carne - Paraíso - Inferno - Pugatório.pptx
4.2.3 - Ressurreição da carne - Paraíso - Inferno - Pugatório.pptx4.2.3 - Ressurreição da carne - Paraíso - Inferno - Pugatório.pptx
4.2.3 - Ressurreição da carne - Paraíso - Inferno - Pugatório.pptxMarta Gomes
 
4.2.2 - Penas e gozos futuros.pptx
4.2.2 - Penas e gozos futuros.pptx4.2.2 - Penas e gozos futuros.pptx
4.2.2 - Penas e gozos futuros.pptxMarta Gomes
 
4.2.1 - Vida futura.pptx
4.2.1 - Vida futura.pptx4.2.1 - Vida futura.pptx
4.2.1 - Vida futura.pptxMarta Gomes
 
Capítulo I - Penas e Gozos Terrestres.docx
Capítulo I - Penas e Gozos Terrestres.docxCapítulo I - Penas e Gozos Terrestres.docx
Capítulo I - Penas e Gozos Terrestres.docxMarta Gomes
 
4.1.3 - Suicídio.pptx
4.1.3 - Suicídio.pptx4.1.3 - Suicídio.pptx
4.1.3 - Suicídio.pptxMarta Gomes
 
4.1.2 - Perda de pessoas amadas.pptx
4.1.2 - Perda de pessoas amadas.pptx4.1.2 - Perda de pessoas amadas.pptx
4.1.2 - Perda de pessoas amadas.pptxMarta Gomes
 
4.1.1 - Felicidade e infelicidade relativas.pptx
4.1.1 - Felicidade e infelicidade relativas.pptx4.1.1 - Felicidade e infelicidade relativas.pptx
4.1.1 - Felicidade e infelicidade relativas.pptxMarta Gomes
 
Inveja e Ciúme.docx
Inveja e Ciúme.docxInveja e Ciúme.docx
Inveja e Ciúme.docxMarta Gomes
 
0.5 - Inveja e ciúme.pptx
0.5 - Inveja e ciúme.pptx0.5 - Inveja e ciúme.pptx
0.5 - Inveja e ciúme.pptxMarta Gomes
 
O Homem de bem.docx
O Homem de bem.docxO Homem de bem.docx
O Homem de bem.docxMarta Gomes
 
3.12.1 - O Homem de bem.pptx
3.12.1 - O Homem de bem.pptx3.12.1 - O Homem de bem.pptx
3.12.1 - O Homem de bem.pptxMarta Gomes
 
PASSE ESPÍRITA.docx
PASSE ESPÍRITA.docxPASSE ESPÍRITA.docx
PASSE ESPÍRITA.docxMarta Gomes
 
PASSE ESPÍRITA.pptx
PASSE ESPÍRITA.pptxPASSE ESPÍRITA.pptx
PASSE ESPÍRITA.pptxMarta Gomes
 
Dialogando com Espíritos.pdf
Dialogando com Espíritos.pdfDialogando com Espíritos.pdf
Dialogando com Espíritos.pdfMarta Gomes
 
Dialogando com Espíritos.pptx
Dialogando com Espíritos.pptxDialogando com Espíritos.pptx
Dialogando com Espíritos.pptxMarta Gomes
 

Mais de Marta Gomes (20)

Capitulo I - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo
Capitulo I - Deus. Deus e o infinito. PanteísmoCapitulo I - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo
Capitulo I - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo
 
1.1 - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo
1.1 - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo1.1 - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo
1.1 - Deus. Deus e o infinito. Panteísmo
 
Apresentação da doutrina espírita e do Livro dos Espíritos.docx
Apresentação da doutrina espírita e do Livro dos Espíritos.docxApresentação da doutrina espírita e do Livro dos Espíritos.docx
Apresentação da doutrina espírita e do Livro dos Espíritos.docx
 
Apresentação da Doutrina Espírita e do Livro dos Espíritos.pptx
Apresentação da Doutrina Espírita e do Livro dos Espíritos.pptxApresentação da Doutrina Espírita e do Livro dos Espíritos.pptx
Apresentação da Doutrina Espírita e do Livro dos Espíritos.pptx
 
Capítulo II - Penas e Gozos Futuros.docx
Capítulo II - Penas e Gozos Futuros.docxCapítulo II - Penas e Gozos Futuros.docx
Capítulo II - Penas e Gozos Futuros.docx
 
4.2.3 - Ressurreição da carne - Paraíso - Inferno - Pugatório.pptx
4.2.3 - Ressurreição da carne - Paraíso - Inferno - Pugatório.pptx4.2.3 - Ressurreição da carne - Paraíso - Inferno - Pugatório.pptx
4.2.3 - Ressurreição da carne - Paraíso - Inferno - Pugatório.pptx
 
4.2.2 - Penas e gozos futuros.pptx
4.2.2 - Penas e gozos futuros.pptx4.2.2 - Penas e gozos futuros.pptx
4.2.2 - Penas e gozos futuros.pptx
 
4.2.1 - Vida futura.pptx
4.2.1 - Vida futura.pptx4.2.1 - Vida futura.pptx
4.2.1 - Vida futura.pptx
 
Capítulo I - Penas e Gozos Terrestres.docx
Capítulo I - Penas e Gozos Terrestres.docxCapítulo I - Penas e Gozos Terrestres.docx
Capítulo I - Penas e Gozos Terrestres.docx
 
4.1.3 - Suicídio.pptx
4.1.3 - Suicídio.pptx4.1.3 - Suicídio.pptx
4.1.3 - Suicídio.pptx
 
4.1.2 - Perda de pessoas amadas.pptx
4.1.2 - Perda de pessoas amadas.pptx4.1.2 - Perda de pessoas amadas.pptx
4.1.2 - Perda de pessoas amadas.pptx
 
4.1.1 - Felicidade e infelicidade relativas.pptx
4.1.1 - Felicidade e infelicidade relativas.pptx4.1.1 - Felicidade e infelicidade relativas.pptx
4.1.1 - Felicidade e infelicidade relativas.pptx
 
Inveja e Ciúme.docx
Inveja e Ciúme.docxInveja e Ciúme.docx
Inveja e Ciúme.docx
 
0.5 - Inveja e ciúme.pptx
0.5 - Inveja e ciúme.pptx0.5 - Inveja e ciúme.pptx
0.5 - Inveja e ciúme.pptx
 
O Homem de bem.docx
O Homem de bem.docxO Homem de bem.docx
O Homem de bem.docx
 
3.12.1 - O Homem de bem.pptx
3.12.1 - O Homem de bem.pptx3.12.1 - O Homem de bem.pptx
3.12.1 - O Homem de bem.pptx
 
PASSE ESPÍRITA.docx
PASSE ESPÍRITA.docxPASSE ESPÍRITA.docx
PASSE ESPÍRITA.docx
 
PASSE ESPÍRITA.pptx
PASSE ESPÍRITA.pptxPASSE ESPÍRITA.pptx
PASSE ESPÍRITA.pptx
 
Dialogando com Espíritos.pdf
Dialogando com Espíritos.pdfDialogando com Espíritos.pdf
Dialogando com Espíritos.pdf
 
Dialogando com Espíritos.pptx
Dialogando com Espíritos.pptxDialogando com Espíritos.pptx
Dialogando com Espíritos.pptx
 

Último

TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................CarlosJnior997101
 
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).natzarimdonorte
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 199ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19PIB Penha
 
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuaisG6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuaisFilipeDuartedeBem
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaRicardo Azevedo
 
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusTaoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusVini Master
 
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfAS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfnatzarimdonorte
 
Oração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosOração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosNilson Almeida
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.LucySouza16
 
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaHa muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaSessuana Polanski
 
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxFormação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxVivianeGomes635254
 
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .natzarimdonorte
 
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAMATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAInsituto Propósitos de Ensino
 
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfBaralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfJacquelineGomes57
 
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaFormação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaMarcoTulioMG
 
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaSérie: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaDenisRocha28
 

Último (20)

TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................
 
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 199ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuaisG6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
 
Mediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
Mediunidade e Obsessão - Doutrina EspíritaMediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
Mediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
 
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusTaoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
 
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfAS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
 
Oração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosOração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos Refugiados
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
 
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaHa muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
 
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxFormação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
 
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
 
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAMATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
 
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfBaralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
 
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaFormação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
 
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaSérie: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
 

Virtude da caridade e do desinteresse

  • 1. 1 Livro Terceiro: Leis Morais Capítulo XII: Perfeição Moral 12.1 – As Virtudes e os Vícios 12.2 – Das paixões 12.3 – Do Egoísmo 12.4 – Caracteres do homem de bem 12.5 – Conhecimento de si mesmo Referências Slide: https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/312-perfeio-moralpptx
  • 2. 2 12.1 – As Virtudes e os Vícios 893 – Qual a mais meritória de todas as virtudes? Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são sinais de progresso no caminho do bem. Há virtude toda vez que há resistência voluntária ao arrastamento das más tendências. Mas o sublime na virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal para o bem do próximo, sem oculta intenção. A mais meritória é aquela que está fundada sobre a mais desinteressada caridade. Comentários: Lembrar o Mestre Jesus que morreu na cruz para nos ensinar o amor. Naquele momento e em toda a sua vida, Ele abdicou de todo interesse pessoal para o nosso bem. Em Jesus podemos ver as virtudes no mais alto grau. Todas eram sublimes, pois Ele deixou claro para nós que Ele fazia tudo por caridade, por amor, de forma completamente desinteressada. Todas as virtudes são importantes indicando progresso no caminho do bem. Para alcançarmos uma virtude temos que deixar de lado nosso orgulho, nosso egoísmo. Temos que lutar conosco mesmo. Quanto mais desinteressada for a nossa caridade, nossa ajuda, nosso auxílio, mais sublimes serão nossas virtudes. 894 – Há pessoas que fazem o bem por um gesto espontâneo, sem que tenham a vencer algum sentimento contrário; têm elas igual mérito que as que têm de lutar contra sua própria natureza e que a superam? As que não têm que lutar é porque nelas o progresso está realizado, já lutaram outrora e triunfaram. Por isso, os bons sentimentos não lhes custam nenhum esforço, e suas ações parecem todas simples: o bem tornou-se para elas um hábito. Deve-se honrá-las, como velhos guerreiros que conquistaram suas posições. Como estais ainda longe da perfeição, esses exemplos vos espantam pelo contraste e os admirais tanto mais porque são raros. Mas, sabei bem, nos mundos mais avançados que o vosso, o que entre vós é uma exceção, lá é uma regra. Ali o sentimento do bem é espontâneo em todos, porque não são habitados senão por bons Espíritos, e uma só má intenção ali seria uma exceção monstruosa. Eis porque os homens lá são felizes e o será assim LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XII: Perfeição Moral
  • 3. 3 sobre a Terra quando a Humanidade estiver transformada, e quando compreender e praticar a caridade na sua verdadeira acepção. Comentários: Ninguém chega à condição de fazer o bem espontaneamente sem esforço, sem luta, sem caminhada. Esses Espíritos que hoje fazem o bem de forma natural e espontânea já se esforçaram, já trabalharam o seu íntimo e progrediram. A forma que se conduz hoje representa o mérito do seu esforço. Não há méritos sem lutas. Nós também chegaremos a essa condição. Nos esforçando e progredindo cada vez mais em algum momento vamos fazer o bem de forma natural, sem sacrifício, sem esforço, assim como Jesus que fazia o bem de forma natural, mas ele também trilhou o caminho do progresso até chegar nessa condição. Como nós ainda somos imperfeitos essas atitudes nos causam espanto, porém quando atingirmos maior perfeição, o espanto será quando vermos a pessoa praticando o mal porque a grande maioria já praticará e vivenciará o bem. Fazer o bem sem mensurar, sem sofrimento, sem sacrifício. Tudo isso é uma luta pessoal, esforço e vitória individual do homem sobre sua natureza animal. Nós estamos lutando para vencermos a nossa natureza animal e permitirmos que a nossa essência espiritual predomine sobre os nossos instintos inferiores. Quanto à indagação sobre por que essa diferença de uns se esforçarem usando as últimas forças para melhorar, enquanto outros, com poucos esforços, vencem com facilidade muitos problemas, deixando em seguida muitos vícios e hábitos que incomodam a consciência, respondemos que, os que com facilidade estão no aprendizado assimilando e vivendo as lições do Evangelho, é por terem muita vivência neste campo de reformas, e a tiveram em vidas passadas, ao passo que os companheiros que encontram muitas dificuldades no aprendizado, podem estar começando agora as mudanças internas. (Miramez) 895 – Além dos defeitos e dos vícios sobre os quais ninguém se enganaria, qual é o sinal mais característico da imperfeição? O interesse pessoal. As qualidades morais, frequentemente, são como a douração colocada sobre um objeto de cobre e que não resiste à pedra de toque. Um homem pode possuir qualidades reais que o fazem, para todo o mundo, um homem de bem. Mas essas qualidades, ainda que sejam um progresso, não suportam sempre certas provas e basta, às vezes, tocar a
  • 4. 4 corda do interesse pessoal, para pôr o fundo a descoberto. O verdadeiro desinteresse é uma coisa tão rara sobre a Terra, que é admirado como um fenômeno quando ele se apresenta. O apego às coisas materiais é um sinal notório de inferioridade, porque quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo, menos compreende sua destinação. Pelo desinteresse, ao contrário, ele prova que vê o futuro de um ponto de vista elevado. Comentários: Refletir sobre nossas atitudes, sobre nossas emoções, sobre o que nos move. Se analisarmos bem, sempre há um interesse naquilo que fazemos, sempre estamos buscando alguma coisa, querendo algo, quando não diretamente para nós, mas para alguém que amamos, para algum familiar, havendo sempre interesse por trás daquilo que nós fazemos. Até mesmo quando resolvemos fazer a caridade muitas vezes colocamos o interesse pessoal naquele gesto. Por exemplo: vou fazer a caridade, mas para fulano e não para beltrano, porque gosto mais de fulano, é mais educado, é mais carinhoso e me agrada mais. E assim, até no ato da caridade deixamos que predomine ainda os nossos interesses, os nossos gostos e de alguma forma norteie as nossas posturas na vida atual. O verdadeiro desinteresse ainda é muito raro na Terra que quando ocorre todos admiram como se fosse um fenômeno, pois ainda somos muito egoístas. Acabamos deixando esse egoísmo se fazer presente naquilo que fazemos. Por isso, o interesse pessoal é o sinal mais característico da imperfeição. Ainda não chegamos na condição de fazer o bem por completo desinteresse, unicamente pelo bem do outro, mas vamos conseguir. É importante termos consciência da nossa condição de imperfeição, mas não tem que ser uma desculpa para que não busquemos melhorar. O olhar para si é importante para reconhecermos as nossas imperfeições, mas devemos trabalhar sempre para superar e vencer tais imperfeições. O nosso trabalho de progresso tem que ser constante. 896 – Há pessoas desinteressadas, sem discernimento, que prodigalizam seus haveres sem proveito real por falta de um emprego racional; têm elas algum mérito?
  • 5. 5 Têm o mérito do desinteresse, todavia, não o têm o do bem que poderiam fazer. Se o desinteresse é uma virtude, a prodigalidade irrefletida é sempre, pelo menos, uma ausência de julgamento. A fortuna não é dada mais a alguns para ser jogada ao vento, que a outro para ser enterrada num cofre-forte. É um depósito do qual terão que prestar contas, porque terão que responder por todo o bem que poderiam ter feito, e que não fizeram, por todas as lágrimas que poderiam ter enxugado com o dinheiro que deram àqueles que dele não tinham necessidade. Comentários: Pessoas generosas que possuem recursos (dinheiro) e distribuem sem critérios, apenas porque não tem apega, mas não verifica a real necessidade daquela aplicação, daí acabam desperdiçando. A Espiritualidade deixa claro que o dinheiro é para ser bem utilizado, não apenas em nosso próprio benefício, mas dos nossos irmãos também. É para fazer o bem, enxugar lágrimas, para fazer a caridade de forma inteligente. Quem utiliza a riqueza dispersando-a ao vento, está fazendo o uso equivocado da riqueza e terá que prestar contas. Todos os excessos são perniciosos, nem aquele que mantém a riqueza aprisionada, nem aquele que distribui sem critérios. Precisamos ser inteligentes com todos os talentos que Deus nos oportuniza aqui na Terra. Todos os talentos, materiais e espirituais são oportunidades de crescimento e devem ser bem utilizados, multiplicados sempre objetivando o bem comum. O desprendimento dos bens materiais é importante, mas deve ser feito com lógica, com bom senso, com racionalidade. Prodigalizar – Esbanjar ou gastar de forma excessiva; desbaratar, desperdiçar ou esbandalhar; doar com abundância; 897 – Aquele que faz o bem, não em vista de uma recompensa sobre a Terra, mas na esperança de que lhe será levado em conta na outra vida, e que sua posição ali será tanto melhor, é repreensível, e esse pensamento lhe prejudica o adiantamento? É preciso fazer o bem por caridade, quer dizer, com desinteresse. 897.a) Entretanto, cada um tem o desejo bem natural de progredir para escapar do estado penoso desta vida; os próprios Espíritos nos ensinam
  • 6. 6 a praticar o bem com esse objetivo; portanto, é um mal pensar que, em se fazendo o bem, pode-se esperar condição melhor que sobre a Terra? Não, certamente. Todavia, aquele que faz o bem sem oculta intenção, e tão- só pelo prazer de ser agradável a Deus e ao seu semelhante sofredor, já se encontra num certo grau de adiantamento que lhe permitirá alcançar mais cedo a felicidade que seu irmão, que, mais positivo, faz o bem por raciocínio, e não impelido pelo calor natural do seu coração. (894). 897.b) Não há aqui uma distinção a ser feita entre o bem que se pode fazer ao próximo e o esforço para se corrigir de suas faltas? Concebemos que fazer o bem com o pensamento de que ele será levado em conta em outra vida é pouco meritório; todavia, se emendar, vencer suas paixões, corrigir seu caráter tendo em vista a aproximação com os bons Espíritos e se elevar, é igualmente um sinal de inferioridade? Não, não. Por fazer o bem queremos dizer ser caridoso. Aquele que calcula o que cada boa ação pode resultar-lhe na vida futura, assim como na vida terrestre, age egoisticamente. Mas não há nenhum egoísmo em se melhorar visando a se aproximar de Deus, pois esse é o objetivo para o qual cada um de nós deve se dirigir. Comentários: Mesmo nós que já conhecemos o evangelho, que recebemos as orientações dos Espíritos ainda não conseguimos fazer o bem desprovidos de qualquer interesse. O maior indício da imperfeição moral é o interesse pessoal. Sempre agimos movidos por algum interesse pessoal. Sabemos que se plantamos o bem, colheremos o bem amanhã. Se atualmente passamos por dores, sofrimentos, angústias, dificuldades é natural que pensemos que se começarmos a praticar o bem a nossa vida no amanhã será melhor. Porém esse tipo de raciocínio também é egoísta. Estamos pensando em nos beneficiar com o bem que praticarmos hoje. Ainda não aprendemos fazer o bem pelo prazer de ser agradável a Deus e ao próximo que sofre, sem que nenhum interesse, nenhuma ideia preconcebida esteja em nosso coração, mas já estamos caminhando. Hoje já fazemos o bem, fato que ontem não ocorria. Ontem nós feríamos o outro, praticávamos crimes, hoje já estamos ajudando, auxiliando, aconselhando, trabalhando o nosso amor. Ainda tem muito a caminhar. Precisamos ter ciência das nossas fraquezas para que possamos trabalhá-las.
  • 7. 7 Devemos continuar fazendo o bem cada vez mais pelo prazer, pela alegria de ajudar e não pensando na retribuição, seja no mundo atual, seja no mundo futuro, na erraticidade. Item B É muito diferente de nós buscarmos a nossa depuração com o objetivo de nos elevarmos, trabalhar as nossas inferioridades, vencer as nossas paixões com o propósito de nos aproximarmos dos bons Espíritos e de nos elevarmos. Estou buscando a minha depuração porque quero ser uma pessoa melhor e não porque quero uma vida menos sofrida no plano espiritual ou em qualquer outra condição. Isso é o indício de um desejo real e sincero de crescer e evoluir. Não há egoísmo, mas um querer sincero em se melhorar que deve todos nós no caminho de Deus. O fazer o bem tem vários caminhos que devem ser trilhados pela alma. A princípio, se faz o bem interessado no seu resultado, esse é o caminho de todas as almas, em crescimento para Deus; no entanto, com a maturidade que devemos desenvolver para tal empenho, o Espírito vai adquirindo condições espirituais de fazer o bem sem interesse em receber de troca da vida o mesmo bem, compreendendo que nada fica em vão na natureza. Ele sabe que se semear, colherá, sem que seja preciso pensar na colheita. Quem faz a caridade pensando em trocas, ainda não acendeu a luz do amor no coração. 898 – Visto que a vida corporal não é senão uma estada temporária neste mundo, e que nosso futuro deve ser nossa principal preocupação, útil esforçar-se por adquirir conhecimentos científicos que não tocam senão às coisas e às necessidades materiais? Sem dúvida. Primeiro, isso vos coloca em condições de aliviar vossos irmãos; depois, vosso Espírito se elevará mais depressa se já progrediu em inteligência. No intervalo das encarnações, aprendeis em uma hora o que vos exigiria anos sobre a vossa Terra. Nenhum conhecimento é inútil, todos contribuem, mais ou menos, para o progresso, porque o Espírito perfeito deve tudo saber, e porque o progresso devendo se realizar em todos os sentidos, todas as ideias adquiridas ajudam o desenvolvimento do Espírito. Comentários: O conhecimento e a necessidade das coisas do mundo material são importantes para o nosso crescimento e para o crescimento do nosso irmão. Ajudar o progresso do próximo, do nosso semelhante. Não estamos aqui
  • 8. 8 apenas para o nosso próprio crescimento, mas auxiliar o crescimento do outro também. Temos necessidade de progredirmos no aspecto intelectual. Para que possamos ser perfeitos temos que adquirir tanto o conhecimento intelectual, quanto o moral. Se tivermos aprendido muito aqui na Terra, isso nos auxiliará no plano espiritual, quando tivermos que estudar e aprender tudo será mais fácil, pois todo o arcabouço do conhecimento adquirido no decorrer das nossas experiências reencarnatórias agrega valor. Não perdemos nada do que aprendemos. Não devemos disponibilizar todo o nosso tempo apenas para aprender as coisas do mundo material, mas também dirigir o nosso conhecimento voltando para as coisas do Espírito. Aprender o que o mundo pode nos ofertar, mas também aprender aquilo que já podemos saber acerca da erraticidade. O aprendizado é constante em todas as direções da vida. Se queres aprender com mais eficiência, não cruzes os braços, porque a escola de Deus são todas as coisas reunidas. é neste sentido que a Doutrina dos Espíritos constitui a volta do Cristo à Terra. Por que não estudar tudo que existe? Se Deus fez todas as coisas, o aprendizado é infinito; sempre temos algo para buscar, e essa é a nossa maior alegria., Tudo que buscamos aprender de utilidade tem o traço do Mestre nos convidando para a luz da vida. 899 – De dois homens ricos, um nasceu na opulência e não conheceu jamais a necessidade; o outro deve a sua fortuna ao seu trabalho; todos os dois a empregam exclusivamente em sua satisfação pessoal; qual é o mais culpável? Aquele que conheceu o sofrimento e sabe o que é sofrer. Ele conhece a dor que não alivia, mas muito frequentemente, dela não se lembra mais. Comentários: Aquele que mais sabe, tem mais responsabilidade para com a justiça divina, para com a aplicabilidade da lei divina e do evangelho. Como não olhar para o próximo quando já se tem a experiência de uma vida de privações, de miséria, de sofrimento? Mas muitos esquecem, não lembram das lutas que vivenciaram. Nesses casos a pessoa passou pelo sofrimento, pela dor e não aprendeu nada. É muito triste, lamentável. Esse período de sofrimento foi inútil porque não soube aproveitar.
  • 9. 9 Precisamos aproveitar tudo que acontece conosco. Situações positivas, negativas, de alegria, de tristeza. Precisamos aprender, pois senão desperdiçamos facilmente uma experiência reencarnatória e depois teremos mais dificuldade para retornarmos. 900 – Aquele que acumula sem cessar e sem fazer o bem a ninguém encontra uma desculpa válida no pensamento de que amontoa para deixar mais aos seus herdeiros? É um compromisso com a má consciência. Comentários: É importante pensarmos nos nossos familiares, nos nossos herdeiros, tentando ajudá-los, deixar bens materiais para eles. Não é errado trabalhar, acumular e permitir que nossos herdeiros possam ter uma vida mais tranquila e serena, mas também devemos ensiná-los o valor do trabalho. O problema é que fazemos só isso. Acumulamos bens e haveres só para nós e para os nossos. Podemos fazer isso, mas precisamos fazer o bem, fazer a caridade. Precisamos utilizar dos nossos haveres para aliviar a dor do próximo, para amenizar os infortúnios dos nossos semelhantes. 901 – De dois avarentos, o primeiro se recusa o necessário e morre de necessidade sobre seu tesouro; o segundo não é avaro senão para os outros; enquanto que ele recua diante do menor sacrifício para prestar serviço ou fazer uma coisa útil, nada lhe custa para satisfazer seus gostos e suas paixões. Peça-se-lhe um serviço, e ele é sempre difícil; quando quer passar por uma fantasia, sempre tem o bastante. Qual é o mais culpado e qual o que terá o pior lugar no mundo dos Espíritos? Aquele que goza: ele é mais egoísta do que avarento. O outro já encontrou uma parte de sua punição. Comentários: Dois avarentos: um avarento completo, não apenas para o outro, mas para si também e o outro avarento só para o próximo.
  • 10. 10 O mais culpado é aquele que se beneficia da sua riqueza, pois aquele que é avarento tanto para com o outro como para consigo acaba não usufruindo do seu benefício. Quem muito tem na Terra e não utiliza em benefício do próximo acaba perdendo a riqueza, acaba ficando na miséria. Aquele que é avarento até mesmo consigo já recebeu parte do seu castigo, pois teve uma vida na miséria. Tão ligado na sua riqueza, preocupado em só guardar que acaba perdendo tal riqueza. Poderá vir sem a riqueza em uma próxima reencarnação. O outro que usufrui da riqueza só para si sofrerá as consequências de não ter auxiliado quem o estendia as mãos em pedido de socorro e, assim, ter alimentado o seu orgulho e egoísmo. 902 – É repreensível invejar a riqueza, quando pelo desejo de fazer o bem? O sentimento é louvável, sem dúvida, quando é puro; mas esse desejo é sempre bem desinteressado e não esconde nenhuma intenção oculta pessoal? A primeira pessoa à qual se deseja fazer o bem, frequentemente, não é a si mesmo? Comentários: Se eu tivesse dinheiro faria caridade. Se eu ganhasse na loteria daria a maior parte desse recurso para os pobres, para aliviar o sofrimento das pessoas. De fato essas palavras, essas intenções sejam verdadeiras, mas até que ponto? O desejo de riqueza no ser humano é desnecessário para a sua evolução espiritual. Quando precisamos dos bens materiais como uma prova, ou um trabalho que tenhamos de realizar, essa riqueza vem às nossas mãos pela vontade de Deus. No entanto, necessário se faz que haja esforço próprio, porém, sem a usura de ganho, trabalhando honestamente por dever. É preciso saibamos conduzir essa riqueza aplicando adequadamente nas reais necessidades, sem desperdício. Todos nós podemos fazer o bem, de uma forma ou de outra. Há pessoas que não têm recursos financeiros, mas faz um bem maior que aqueles que têm.
  • 11. 11 Para fazermos a caridade não necessitamos de recursos materiais. Exemplo: Jesus. Ele não era detentor de recursos materiais e foi a pessoa que mais ajudou e continua ajudando a todos nós. Ele nos ajudou moralmente, nos auxiliando em nosso crescimento moral. Nós também podemos fazer isso. Não deixemos de fazer a caridade, de fazer o bem porque não somos dotados de recursos materiais. Se eu não posso dar daquilo que tenho, eu posso doar daquilo que sou. Eu posso doar o meu tempo, os meus ouvidos, um sorriso, um abraço, o meu conhecimento. Posso doar amor. Nós sempre podemos fazer o bem, em qualquer condição que estejamos. 903 – Há culpa em estudar os defeitos dos outros? Se é para os criticar e divulgar, há muita culpa, porque é faltar com a caridade. Se é para fazê-lo em seu proveito pessoal e os evitar em si mesmo, isso pode algumas vezes ser útil. Mas é preciso não esquecer que a indulgência pelos defeitos alheios é uma das virtudes contidas na caridade. Antes de fazer aos outros uma censura de suas imperfeições, vede se não se pode dizer a mesma coisa de vós. Esforçai-vos, portanto, em ter as qualidades opostas aos defeitos que criticais nos outros, esse é o meio de vos tornardes superiores. Se os censurais por serem avarentos, sede generosos; por serem orgulhosos, sede humildes e modestos; por serem duros, sede dóceis; por agirem com baixeza, sede grandes em todas as vossas ações; em uma palavra, fazei de tal maneira que não vos possam aplicar estas palavras de Jesus: ele vê um argueiro no olho do seu vizinho e não vê uma trave no seu. Comentários: Essa questão nos esclarece no tocante ao observar os defeitos alheios. Se a observação, a análise for no sentido da maledicência, da crítica, da humilhação, é falta de caridade, falta de indulgência. Isso é julgar o outro sem termos autoridade moral e condições para tal atitude. Por outro lado, é saudável quando analisamos a conduta equivocada do outro com o objetivo de aprender, com o objetivo de orientar, de contribuir para a melhora daquela pessoa. No caso dos nossos filhos, por exemplo, precisamos analisar os seus defeitos para orientá-los corretamente na conduta do bem. Caso não façamos essa análise corremos o risco da omissão, permitindo que aquela criança cresça um adulto repleto de equívocos, de vícios.
  • 12. 12 E ainda ter sabedoria para conduzir evitando a agressividade e servindo de exemplo. Há situações em que analisar os defeitos alheios é importante e até necessário, mas sempre com o objetivo construtivo, procurando sempre auxiliar. Se vemos uma atitude equivocada do outro e se temos condições de ajudar, se temos abertura para alertar, orientar, fornecer uma opinião sincera e amiga, devemos agir nesse sentido. Por que não levá-lo ao esclarecimento que desconheça? Devemos sermos movidos pelo desejo de ajudar. Quando pensamos em ajudar, mesmo que seja o estudo dos defeitos alheios, não é com o objetivo de criticar para com o público, nem de divulgar e nem de julgar. 904 – Há culpa em sondar as chagas da sociedade e as revelar? Isso depende do sentimento que o leva a fazê-lo. Se o escritor não tem em vista senão produzir escândalo, é um prazer pessoal que ele se procura apresentando quadros que, frequentemente, são mais um mau que um bom exemplo. O Espírito aprecia, mas pode ser punido por essa espécie de prazer que toma em revelar o mal. 904.a) De que forma, nesse caso, julgar a pureza das intenções e a sinceridade do escritor? Isso não é sempre útil. Se ele escreveu boas coisas, aproveitai-as; se fez mal, é uma questão de consciência que a ele diz respeito. De resto, se deseja provar sua sinceridade, cabe a ele apoiar o preceito pelo seu próprio exemplo. Comentários: A questão trata da exposição de chagas, de erros, de equívocos em público. Depende do sentimento que envolve. Lembrando que a sociedade é formada por indivíduos. Tudo depende da intenção e se houver um fim útil. Se é para expor algo para utilizar da maledicência, para menosprezar a pessoa não tem utilidade nenhuma, é maldade.
  • 13. 13 Caso haja pessoas em risco ou caso haja necessidade para evitar prejuízo a um maior número de pessoas, é melhor que faça um cair do que colocar várias pessoas em risco tornando-as vítimas de uma atitude equivocada. Em regra, não há o porquê ficar expondo em público as feridas ou equívocos de uma ou de outra pessoa. Não devemos simplesmente expor à sociedade as chagas do próximo, pois é sinal de imperfeição moral. Não há muita utilidade em saber se a intenção é boa ou ruim. Deus a quem devemos todas as nossas atitudes, pensamentos e emoções, Ele vai saber. A nós, seres humanos, cabe aproveitar daquilo que se escreve, o que é bom e o que não for bom deve deixar de lado, não aproveitar, não assimilar, não abraçar aquelas informações que não são boas, que não agregam progresso para as nossas vidas. Não temos o porquê falar das dificuldades do outro, a não ser para ajudar. Todos nós temos imperfeições, chagas sociais e não gostaríamos que as nossas chagas, nossos vícios fossem divulgados para todo mundo. Bondade para com todos, indulgência das imperfeições alheias e perdão das ofensas. (Questão 886) É melhor destacar o que a pessoa tem de bom, as suas virtudes, aquilo que ela já conseguiu progredir. Levar os fatos ao público de forma construtiva, agregando conhecimento e educação. - Escritores, jornalistas, compositores, cantores, atores, pintores, etc. - Livros, jornais, revistas, televisão, filmes, novelas, redes sociais. - Obsessão coletiva - Redes sociais – Repassar a informação do fato para conhecimento dos acontecimentos. Ter o cuidado para não estar denegrindo a imagem do outro, do grupo, da instituição. - Rádio – 1896 (Marconi – italiano) - Televisão – 1926 A obsessão é uma verdade, difundida em todos os meios, porém, ela somente se expressa onde encontra sintonia de sentimentos, capaz de provocar a simbiose das ideias na configuração dos atos. Se queres livrar-te das companhias indesejadas das entidades malfeitoras, sai da sua faixa.
  • 14. 14 Existem muitos desses no mundo, que entregam a vida ao serviço do mal, que já existe em abundância na Terra. Mas, em parte a culpa é da própria sociedade, que exige esse corrosivo como alimento. Há leitores de jornais e revistas, os que assistem à televisão e ouvem rádios, exigem escutar notícias de violência e sofrimento, e como espectadores das trevas, se encontram sempre envolvidos por elas. Podes e deves sondar as chagas da humanidade, mas desde que essa sondagem te sirva para ajudar aos outros, motivando na sociedade o viver retamente. Os escritores têm muito domínio sobre a massa dos leitores. Essa oportunidade é grandiosa, a de insuflar nas almas pensamentos de justiça, de gratidão e amor, de respeito às criaturas e de esperança aos sofredores. O escritor tem em suas mãos um instrumento poderoso de ajudar, ou, certamente, de destruir. Marcos, no capítulo quinze, versículo quatro, nos diz o seguinte, para maior elucidação: Tornou Pilatos a interrogá-lo: Nada respondes? Vê quantas acusações te fazem? Mesmo que o escritor seja acusado por ensinar o bem, em muitos casos deve silenciar-se diante dos ignorantes, mas continuar escrevendo, divulgando a harmonia da vida em todas as formas possíveis, mostrando que fora do amor não há solução para os problemas da sociedade. 905 – Certos autores publicaram obras muito bonitas e de grande moralidade que ajudam o progresso da Humanidade, mas das quais eles mesmos não se aproveitaram; como Espíritos, lhes será levado em conta, o bem que fizeram através de suas obras? A moral sem a ação é a semente sem o trabalho. De que serve a semente se não fazeis frutificar para vos nutrir? Esses homens são mais culpáveis, porque tinham inteligência para compreender; não praticando as máximas que deram aos outros, renunciaram a colher os frutos. Comentários: Aqueles que têm conhecimento responderão perante a justiça divina quanto ao uso desse conhecimento: se usa bem esse conhecimento ou não. A responsabilidade daquilo que se divulga. A questão destaca: as obras servirão aos outros, vão ajudar os outros a crescerem, mas o próprio Espírito que tinha todas as condições de tirar proveito daqueles ensinamentos não o fez. Ele mesmo, individualmente, perdeu a oportunidade. Ele não cresceu. O crescimento se concretiza nas obras que realizamos.
  • 15. 15 O fato dele (o escritor) ter deixado obras de grande valor moral para a humanidade é melhor se não tivesse deixado nada. De qualquer maneira houve um benefício para a sociedade, mas ele poderia ter feito muito mais. Ele deveria ter utilizado o seu trabalho para o seu próprio crescimento, para o desenvolvimento da sua intelectualidade e, principalmente, da sua moralidade. Palestrantes espíritas que muito falam, mas não colocam em prática aquilo que dizem. Serve para o outro, mas para mim nada adianta. Tem que haver coerência entre o discurso e as atitudes, entre o que digo e o que faço. Perdem uma oportunidade maravilhosa, pois tem o conhecimento e não aproveitam em seu próprio benefício. O homem que escreve tem grandes responsabilidades com o que fala aos outros, principalmente se não passar a viver o que escreve. A vivência é o selo que mostra o maior entendimento do que escreve e fala. O escritor, de certa maneira, é um pastor de ovelhas, capaz de educá-las e instruí-las sobre as leis da vida. A moral sem as ações não dá segurança a quem ouve ou lê. Como ensinar o bom caminho, se trilhamos pelo caminho do mal? As ovelhas certamente nos acompanham, não pela voz somente, mas pelo trilho por que passamos. Grave é a culpa desses homens que dirigem as ovelhas para caminhos que não escolheram para si. Entretanto, o tempo irá lhes ensinar em outras vidas, o que devem fazer. A semente que lançamos ao solo deve dar frutos, e o exemplo de vida corresponde à boa semente que lançamos ao solo das mentes que nos ouvem e nos seguem. “Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam. (Mateus 23:2-3) 906 – Aquele que faz o bem é repreensível por ter dele consciência de reconhecê-lo a si mesmo? Visto que pode ter consciência do mal que faz, ele deve ter também a do bem, a fim de saber se age bem ou mal. É pesando todos os seus atos na balança da lei de Deus e, sobretudo, na da lei da justiça, de amor e de caridade, que ele poderá dizer a si mesmo se elas são boas ou más, aprová-las ou as desaprovar. Ele não pode pois, ser repreensível por reconhecer que triunfou das más tendências e disso estar satisfeito, contanto que não se envaideça, porque, então, cairia em outra falta. (919). Comentários: Assim como nós temos consciência e entendimento para saber quando praticamos o mal, igualmente, sabemos quando realizamos o bem
  • 16. 16 A nossa consciência que traz a lei de Deus gravada em nós, nos diz: agiste corretamente. Essa reflexão é muito importante, pois é através da análise dos nossos atos que vamos nos conhecendo. É através do enfrentamento conosco que sabemos aquilo que já fizemos de bom e aquilo que ainda precisamos trabalhar em nós. Precisamos ter o entendimento daquilo que fizemos certo e daquilo que fizemos de errado para que possamos trabalhar os nossos equívocos, nossos vícios, nossas sombras. Não é errado ficarmos felizes quando conseguimos vencer a nós mesmos. A nossa luta nunca é contra o outro, mas sempre conosco mesmo, pois somos nós que falhamos. Quando conseguimos dominar nossas paixões é motivo de alegria e de satisfação. Não devemos divulgar, expor que saímos vitoriosos em determinada situação porque caímos na vaidade e no orgulho e, acabamos perdendo. O mérito que tivemos acaba sendo destruído, acaba desaparecendo diante da nossa postura posterior. Aquela satisfação íntima. Mestre Querido, todo o meu esforço está valendo a pena porque no dia de hoje consegui uma vitória sobre mim. Nos mostra que estamos no caminho certo e que devemos perseverar nesse caminho para crescermos um pouco mais a cada dia. Não é ostentar, nem se vangloriar pelas conquistas alcançadas. A consciência do bem, todos devemos tê-la, sentir o bem que fazemos, porque desta maneira passamos a conhecer a nós mesmos e deixamos de fazer o mal, que às vezes praticamos. Não é censurado à criatura que ela examine a si mesma, no que se encontra fazendo. Cada pessoa é um mundo, onde o comandante é a alma. Certamente que é preciso que conheçamos a nós mesmos, para que possamos escolher com maior entendimento o que é melhor para nós. O que não é certo, é divulgar o bem que se faz, ou se pretende realizar. Esse anúncio faz crescer a vaidade e o orgulho, bem como é capaz de nutrir certas paixões que estejam ligadas ao egoísmo e, ainda mais, à fascinação por si mesmo. Compete ao homem conhecer a si mesmo, principalmente nesta fase em que se encontra, de tanta teoria, para tomar as decisões que lhe cabem para direcionar a vida e compreender a verdade que liberta e que ilumina a alma. Devemos fazer todo esse trabalho interno, não somente para nós, mas principalmente para servir de exemplo vivo para todos os povos.
  • 17. 17 12.2 – Das paixões 907 – Visto que o princípio das paixões está na Natureza, ele é mau em si mesmo? Não, a paixão está no excesso acrescentado à vontade, porque o princípio foi dado ao homem para o bem, e as paixões podem levá-lo a grandes coisas, sendo o abuso que delas se faz que causa o mal. Comentários: Tudo é questão de bom senso e equilíbrio. As paixões quando bem orientadas nos movem para o progresso, nos orienta na busca dos nossos objetivos, na conquista dos nossos sonhos e assim trabalhamos, nos desenvolvemos, crescemos e aprimoramos o nosso progresso e da humanidade. O problema é o desequilíbrio das paixões. Nós temos que estar sempre à frente, dominando, coordenando, direcionando as nossas paixões. Muitas vezes deixamos que as paixões nos controlem. - Paixão pelo outro (enamorados) - Paixão pelo trabalho (não esquecer do descanso) - Paixão pelo estudo (não esquecer do descanso) - Paixão pela espiritualização (cuidado para não incutir) 908 – Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou más? As paixões são como um cavalo que é útil quando está dominado, e que é perigoso, quando ele é que domina. Reconhecei, pois, que uma paixão torna- se perniciosa a partir do momento em que não podeis governá-la e que ela tem por resultado um prejuízo qualquer para vós ou para outrem. Allan Kardec: As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o ajudam na realização dos objetivos da Providência. Mas se, em lugar de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai nos excessos e a própria força que, em suas mãos, poderia fazer o bem, recai sobre ele e o esmaga. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XII: Perfeição Moral
  • 18. 18 Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou necessidade natural. O princípio das paixões, portanto, não é um mal, visto que repousa sobre uma das condições providenciais de nossa existência. A paixão, propriamente dita, é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento. Ela está no excesso e não na causa, e esse excesso torna- se um mal quando tem por consequência um mal qualquer. Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal, o distancia da natureza espiritual. Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal, anuncia a predominância do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição. Comentários: O princípio que dá origem às paixões não é negativo. Ele foi colocado em nós para direcionar ao bem. Assim, as paixões bem direcionadas nos levam ao progresso. O abuso dessas paixões é que nos causam o mal. Isso ocorre quando elas nos dominam. Por isso precisamos refletir sobre o que fazemos, sobre o que gostamos. Analisar friamente. Até que ponto tenho o domínio sobre determinadas coisas? Muitas pessoas acham que podem mudar a hora que deseja e, de fato, pode. A questão é se realmente quero mudar, se realmente quero controlar determinados vícios, determinadas posturas que não estão me conduzindo para o caminho que preciso? Mudar exige vontade, trabalho e esforço e muitas vezes não queremos, pois gostamos dos vícios. Queremos crescer, evoluir, atingir a felicidade, mas queremos com pouco esforço. Enquanto não quisermos realmente fazer a parte que nos toca as coisas não mudam. 1.º passo – perceber que está sendo dominado. O fascinado dificilmente consegue tal percepção. 2.º passo – Se autocontrolar. Exemplo: No passado era a televisão, atualmente é o celular. Todas as paixões têm limites traçados pelo bom entendimento evangélico. Quando elas passam desses limites, passam a sofrer influência do mal, desnorteando a vida pelo clima da inferioridade. Um veículo, sendo dirigido por pessoa capacitada para tal, percorrerá seus
  • 19. 19 caminhos com segurança, mas, se lhe falta a direção, ele se desvia dos caminhos e pode cair nos precipícios. As paixões não podem dirigir a alma, mas a alma é que deve discipliná-las, para que elas sejam úteis nos seus principais objetivos de vida. Uma paixão se torna perigosa para quem a sustenta, quando ela passa a dominar a vontade de quem a tem, e ela pode crescer muito se não cuidarmos de orientá-la nos seus impulsos. 909 – O homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos seus esforços? Sim, e, algumas vezes, por fracos esforços. É a vontade que lhe falta. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços! Comentários: Nós podemos vencer as nossas más inclinações fazendo esforços insignificantes. O que nos falta é vontade, coragem de fazer os esforços necessários. O nosso orgulho sempre nos diz que não é fácil vencer as nossas más tendências. Eu me esforço, mas não consigo. Ao pensar com mais serenidade e equilíbrio concordamos com a resposta da Espiritualidade. A nossa mente sabe que determinadas inclinações não são benéficas e não nos ajudam no processo de crescimento espiritual Mas o nosso coração ainda busca aquela inclinação perniciosa, se felicita com essa inclinação. O nosso coração, o nosso ser ainda gosta do vício, da bebida, do jogo, das mensagens ofensivas e de baixo calão das redes sociais, do sexo, da maledicência, das intrigas, da comida exagerada, de uma paixão desenfreada, dos entorpecentes, etc. no fundo nós ainda gostamos, ainda sentimos vontade daquele prazer momentâneo que a vida material nos proporciona. É por isso que nos falta o esforço real para que possamos vencer essas más inclinações. Quando nos conscientizamos que o esforço no hoje trará para o amanhã a alegria e a felicidade real, encontramos dentro de nós esse esforço que parece tão difícil. Para que essa vontade seja forte precisamos estar com essa ideia muito clara, não apenas na mente, mas em nosso ser como um todo. Precisamos estar cansados de sofrer. Quando nosso coração não aguenta mais sofrer, nós buscamos sair daquela condição.
  • 20. 20 Quando estamos sufocados pela dor e pelo sofrimento, buscamos Deus e nesse momento encontramos a força de vontade que consegue fazer com que vençamos as nossas más inclinações. É um processo lento, doloroso e vai acontecer com todos nós. - O sofrimento nos aproxima de Deus (interesse pessoal benéfico). Ex: Haroldo Dutra e o padre. 910 – O homem pode encontrar nos Espíritos uma assistência eficaz para superar suas paixões? Se ele ora a Deus e ao seu bom gênio com sinceridade, os bons Espíritos virão certamente em sua ajuda, porque é a sua missão. (459). Comentários: Quando as nossas preces são feitas com sinceridade e com amor, a Espiritualidade se faz presente em nosso auxílio. Os nossos amigos espirituais, o nosso Espírito protetor, os nossos Espíritos familiares nos assistem constantemente, nos intuindo boas ideias, nos inspirando as boas resoluções, das quais precisamos para vencer as nossas paixões, as nossas dificuldades, as nossas dúvidas. Eles vêm em nosso auxílio. Todos nós que estamos aqui na Terra contamos com a ajuda do Espírito protetor (anjo guardião) em função da nossa condição de Espíritos muito frágeis, ainda imperfeitos. Nós precisamos da ajuda dele. Não conseguiríamos caminhar sozinhos sem essa ajuda. A missão deles é nos auxiliar, nos amparar, nos sustentar. Eles não nos tiram das provas, das dificuldades que nós precisamos passar, mas eles nos dão força espiritual, coragem, perseverança, confiança e fé para seguirmos adiante e assim triunfarmos sobre as nossas paixões. Eles desejam e trabalham para que possamos sair daqui vitoriosos. Porém precisa ser sincero, buscar o amparo deles e querer vencer as nossas paixões. Deus e a Espiritualidade conhecem o que se passa no íntimo dos nossos corações - A bebida, o jogo, o sexo, a fofoca, a maledicência, etc. - Enxergamos os erros dos outros. Precisamos enxergar os nossos também. - Pedir: Deus, me ajude a ser melhor. Analisa todos os dias teus sentimentos, buscando educá-los de maneira cristã, sem que o exagero perturbe tuas atividades mentais. Paixão desenfreada é sinônimo de desequilíbrio.
  • 21. 21 911 – Não há paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade não tenha poder para superá-las? Há muitas pessoas que dizem: eu quero, mas a vontade não está senão nos lábios; elas querem, mas estão bem contentes que assim não seja. Quando se crê não poder vencer suas paixões, é que o Espírito nelas se compraz em consequência de sua inferioridade. Aquele que procura reprimi-las, compreende sua natureza espiritual; as vitórias são para ele um triunfo do Espírito sobre a matéria. Comentários: Diante do conhecimento que já possuímos, conseguimos reconhecer que as paixões que hoje ainda deixamos que nos domine é porque o nosso Espírito ainda gosta. O nosso Espírito ainda se felicita com esses prazeres efêmeros que o mundo material nos oportuniza. Ex: as pessoas que gostam de beber sabem que a bebida não faz bem ao organismo físico, mas elas gostam da bebida, do sabor, dos efeitos sobre seu corpo e sobre suas ideias, tornando a sensação prazerosa. Por isso é difícil o Espírito vencer. É difícil ter uma vontade que sobreponha esse prazer. A vontade quando real e sincera vai reprimir aquilo que precisa ser reprimido, aquela paixão que precisa ser dominada. Se reconhece o verdadeiro espírita pelo esforço que ele faz em domar as suas más tendências, as suas más inclinações. 912 – Qual é o meio mais eficaz de se combater a predominância da natureza corporal? Praticar a abnegação de si mesmo. Comentários: É muito difícil colocarmos em prática. Para que consigamos domar a natureza corpórea e toda influência perniciosa que ela exerce sobre o Espírito temos que trabalhar em nós a abnegação. Abnegação é a renúncia dos nossos interesses em benefício do outro. É olhar para o outro. É pensar na necessidade do outro. É deixar o nosso egoísmo de lado. É nos preocuparmos com o próximo. Orientação bem clara, bem objetiva, mas para nós é difícil.
  • 22. 22 Praticar a abnegação não é deixar o nosso interesse pessoal de lado. Qual a preponderância dos meus pensamentos, sentimentos e emoções? Comigo ou com o outro? Com as minhas necessidades ou com a necessidade do outro? Abnegação – Renúncia; ação de abnegar, de desistir de alguma coisa. Altruísmo; ação contrária ao egoísmo, desapego completo de suas próprias vontades em função de uma outra pessoa
  • 23. 23 12.3 – Do egoísmo 913 – Dentre os vícios, qual o que se pode considerar como radical? Nós o dissemos muitas vezes: é o egoísmo: dele deriva todo o mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos está o egoísmo. Inutilmente os combatereis e não conseguireis extirpá-los enquanto não houverdes atacado o mal em sua raiz, não houverdes destruído a causa. Que todos os vossos esforços, portanto, tendam para esse objetivo, porque aí está a verdadeira chaga da sociedade. Todo aquele que quer se aproximar, desde esta vida, da perfeição moral, deve extirpar de seu coração todo sentimento de egoísmo, porque o egoísmo é incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades. Comentários: O egoísmo junto com o orgulho são as duas grandes chagas da humanidade. Todos os outros vícios se originam do egoísmo. - Guerras, roubo, assassinato, corrupção, bebida, jogos, drogas, mentira, intrigas, maledicência, inveja, cobiça, ciúme, ambição, ódio, suicídio, etc. Enquanto não tratarmos de combater esses sentimentos em nossos corações não conseguiremos amar, sermos justos e caridosos. O egoísmo neutraliza todas as outras qualidades. É incompatível com o sentimento de amor, justiça e caridade. A partir do momento que temos a consciência que precisamos evoluir e entendemos que é através da oração, da vigília, do esforço constante é que vamos chegar a esse objetivo não há outra saída a não ser direcionar todos os nossos esforços para lidar com o egoísmo, com o interesse pessoal, com esse sentimento que nos afasta de Deus. Não é um esforço fácil. Não vamos alcançar da noite para o dia. Mas não podemos nos acomodar diante das nossas imperfeições. Devemos lutar contra elas. Não sairemos dessa existência sem esses sentimentos (egoísmo e orgulho) o que vai acontecer quando estivermos próximos à condição de Espíritos Superiores, numa condição muito além da que nós nos encontramos hoje. Na atual existência nos cabe reduzir a força desse sentimento em nós. Precisamos de tempo para extirpar esse sentimento dos nossos corações, o que é inviável em apenas uma encarnação. Se conseguirmos sair dessa existência menos egoísta já é um avanço. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XII: Perfeição Moral
  • 24. 24 Vamos continuar lutando, nos esforçando nessa batalha que não é fácil. O importante é progredir sempre. O egoísmo, por mais que se lhe dê combate, ainda deixa algo de si na sua estrutura de vida, que pode de novo nascer. Somente o amor isola essa praga, esse inimigo terrível do coração. Não nos esqueçamos de Jesus, que o Mestre nos ensina como livrar-nos deste inimigo, transformando-o em amor e caridade. (Miramez) 914 – O egoísmo, estando fundado sobre o sentimento de interesse pessoal, parece bem difícil de ser inteiramente extirpado do coração do homem: isso se conseguirá? À medida que os homens se esclarecem sobre as coisas espirituais, ligam menos valor às coisas materiais. Aliás, é preciso reformar as instituições humanas que o entretêm e o excitam. Isso depende da educação. Comentários: Depende da instrução, da evolução, do processo de depuração do ser. Não conseguiremos extirpar o egoísmo de uma hora para outra, mas vai acontecer, pois estamos fadados à perfeição. A lei do progresso é uma lei divina. Todos nós estamos submetidos a ela. Mais cedo ou mais adquirimos o conhecimento necessário, daremos menos valor às coisas materiais e as coisas do Espírito passarão a ter importância nas nossas vidas e consequentemente refletirá nas instituições humanas. As instituições refletem a humanidade. Se a humanidade passa a vivenciar e valorizar outros aspectos que não apenas a vida material, as nossas instituições humanas também irão se espiritualizar. Isso depende da educação e, como diz Kardec não da educação dos livros, mas da educação de berço, da formação do caráter. 915 – O egoísmo, sendo inerente à espécie humana, não seria sempre um obstáculo ao reinado do bem absoluto sobre a Terra? É certo que o egoísmo é vosso pior mal, mas ele se prende à inferioridade dos Espíritos encarnados sobre a Terra, e não à Humanidade em si mesma. Ora, os Espíritos, em se depurando pelas encarnações sucessivas, perdem o egoísmo, como perdem suas outras impurezas. Não tendes sobre a Terra nenhum homem desprovido de egoísmo e praticando a caridade? Eles existem além do que acreditais, mas os conheceis pouco porque a virtude não
  • 25. 25 procura se pôr em evidência. Se há um, por que não haveria dez; se há dez, por que não haveria mil, e assim, sucessivamente? Comentários: Somos mais de oito bilhões de encarnados e desencarnados é de três a quatro vezes esse número, portanto, há muitas pessoas de bem praticando a caridade no anonimato. Há pessoas na Terra desprovidas de egoísmo, no entanto, elas não ficam expondo as suas virtudes. Quanto menos egoísmo se tem mais bondade e amor no coração e, consequentemente, humildade. Essas pessoas transitam e trabalham no anonimato, sem se aparecer. A humildade não busca holofotes. Ela expande e ilumina sem buscar o reconhecimento do outro. Ela não faz movida pelo interesse pessoal, mas pelo amor. O egoísmo é o nosso maior mal, decorrente da inferioridade dos Espíritos. Se nascemos para a perfeição (não para a inferioridade) em algum momento vamos deixar essa inferioridade no passado. No decorrer das inúmeras reencarnações vamos nos depurando e da mesma forma que atualmente há na Terra Espíritos que não são mais egoístas (ou em pequena quantidade), nós também iremos com o passar do tempo, com o trabalho de reforma íntima. Não há privilégios, caso houvesse estaríamos impedidos de alcançar essas virtudes (bondade, humildade, caridade e amor). Quando falamos que o egoísmo ataca a humanidade, queremos dizer que quem sofre sua influência são somente as almas inferiores, e não a humanidade toda. Aquele que conheceu a verdade se encontra livre do egoísmo. O Evangelho é a melhor arma contra os defeitos; ele os destrói e, ainda mais, transforma as faltas em forças vivas da fé. Com o Espírito depurando-se por reencarnações sucessivas, certo é que o egoísmo desaparece daqueles que alimentavam esse monstro, e quando o egoísmo deixa de existir, o orgulho não tem sentido no meio das almas que cultivam o amor. 916 – O egoísmo, longe de diminuir, aumenta com a civilização, que parece excitá-lo e entretê-lo; como a causa poderia destruir o efeito? Quanto maior o mal, mais ele se torna hediondo. Era preciso que o egoísmo fizesse muito mal para fazer compreender a necessidade de extirpá-lo. Quando os homens tiverem se despojado do egoísmo que os domina, eles
  • 26. 26 viverão como irmãos, não se fazendo mal, entreajudando-se reciprocamente, pelo sentimento mútuo da solidariedade. Então, o forte será o apoio e não o opressor do fraco, e não se verá mais homens a quem falta o necessário, porque todos praticarão a lei de justiça. É o reino do bem que os Espíritos estão encarregados de preparar. (784). Comentários: Podemos perceber a perfeição das leis divinas. Quando o egoísmo chega em um grau muito alto é porque precisaria chegar em um nível alto para percebermos a necessidade de extirpá-lo. Quando o egoísmo chega a um nível alto na sociedade, junto vem a dor, o sofrimento, que chegam de tal forma causando tanto “estrago” que nós buscamos a mudança. Naquele momento que não aguentamos mais o sofrimento que envolve o egoísmo. Nesse momento buscamos algo melhor, um alimento para o nosso Espírito cansado de sofrer, de chorar e nessa ocasião começamos a despojar do nosso egoísmo. Começamos a perceber a importância de adquirir valores espirituais. Aos poucos vamos despojando do mundo material, trabalhando o lado espiritual. E com isso vem o auxílio recíproco, vem o sentimento mútuo de solidariedade, de caridade. O forte deixa de oprimir o fraco. A lei de justiça, amor e caridade passa a ser aplicada de maneira forte e efetiva. O mal acaba fazendo com que o homem procure o bem. O bem está muitas vezes, onde achamos estar o mal. O egoísmo em si não é bom, mas o egoísmo cedo ou tarde leva a pessoa à mudança. Quanto mais egoísta, maior é o sofrimento, chegando o momento que não aguenta mais e é nesse momento que a transformação se opera através do despertar para Deus. 917 – Qual é o meio de se destruir o egoísmo? De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de desenraizar-se é o egoísmo, porque ele se prende à influência da matéria, da qual o homem, ainda muito próximo da sua origem, não pode se libertar, e essa influência concorre para o sustentar: suas leis, sua organização social, sua educação. O
  • 27. 27 egoísmo se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a vida material e, sobretudo, com a inteligência que o Espiritismo vos dá de vosso estado futuro real e não desnaturado pelas ficções alegóricas. O Espiritismo bem compreendido, quando estiver identificado com os costumes e as crenças, transformará os hábitos, os usos e as relações sociais. O egoísmo se funda sobre a importância da personalidade; ora, o Espiritismo bem compreendido, eu o repito, faz ver as coisas de tão alto, que o sentimento da personalidade desaparece, de alguma forma, diante da imensidade. Destruindo essa importância, ou tudo ou pelo menos fazendo vê-la como ela é, combate necessariamente o egoísmo. É o choque que o homem experimenta do egoísmo dos outros que o torna, frequentemente, egoísta, porque sente a necessidade de se colocar na defensiva. Vendo que os outros pensam em si mesmos e não nele, é conduzido a se ocupar de si mais do que dos outros. Que o princípio da caridade e da fraternidade seja a base das instituições sociais, das relações legais de povo a povo, e de homem a homem, e o homem pensará menos em sua pessoa quando verificar que os outros nele pensam. Ele sofrerá a influência moralizadora do exemplo e do contato. Em presença desse transbordamento do egoísmo, é preciso uma verdadeira virtude para esquecer-se em benefício dos outros que, frequentemente, não são agradecidos. É, sobretudo, àqueles que possuem esta virtude que o reino dos céus está aberto; àqueles, sobretudo, está reservada a felicidade dos eleitos, porque eu vos digo em verdade, que no dia da justiça, quem não pensou senão em si mesmo, será colocado de lado e sofrerá no seu abandono. (785). FÉNELON Comentários: Só o princípio da fraternidade, da caridade poderá nos ajudar a extirpar o egoísmo dos nossos corações. O princípio da fraternidade e da caridade servirá, um dia, de base para as instituições sociais legais do povo, dos países. Momento em que as pessoas pensaram menos em si mesmas e mais nos outros e, naturalmente a influência do egoísmo vai sendo reduzida. Não é a realidade do nosso mundo atualmente, uma vez que toda as organizações sociais instituídas nos países (até mesmo os que possuem liberdade) favorecem o egoísmo, como as nossas leis, a nossa educação. Inclusive a atitude do outro que é de forma egoísta nos estimula a buscar os nossos próprios interesses. Ora, se o outro não pensa em mim, me vejo na obrigação de pensar, pois quem suprirá as minhas necessidades? Isso faz com que nos tornemos cada vez mais egoísta.
  • 28. 28 A partir do momento que a caridade, a fraternidade, o amor entre as pessoas passar a ser base da sociedade será diferente porque a nossa postura será diferente. Nós não pensaremos em nós, pois pensar no outro fará parte das leis, da sociedade e fará com que nós busquemos esse objetivo. Fenelon é um dos espíritos da codificação espírita, pertencente à equipe do Espírito da Verdade, que se comunicou com Allan Kardec para que ele pudesse trazer o espiritismo à humanidade terrena no século 19. Fenelon é o nome literário de François de Salignac de la Mothe, nascido no castelo de Fénelon, em Périgord (França), a 6 de agosto de 1651. Desencarnou em Cambrai a 7 de janeiro de 1715, aos sessenta e três anos de idade. Foi prelado e escritor francês, ordenou-se sacerdote em 1675 e passou a dirigir uma instituição que tinha por objetivo reeducar as jovens protestantes convertidas ao catolicismo. Aos 44 anos, tornou-se arcebispo de Cambrai (França). Fénelon figura na Codificação, em vários momentos, podendo ser citado: "O Livro dos Espíritos", onde assina Prolegômeros, junto a uma plêiade de luminares espirituais. Igualmente a resposta à questão de nº 917 é de sua especial responsabilidade. Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", apresenta-se em vários momentos, discursando acerca da terceira revelação e da revolução moral do homem (cap. I, 10); o homem de bem e os tormentos voluntários (cap. V,22 - 23); a lei de amor (cap. XI, 9); o ódio (cap. XII,10) e emprego da riqueza (cap. XVI,13). Em "O Livro dos Médiuns", figura no capítulo das Dissertações Espíritas (cap. XXXI, 2ª parte, itens XXI e XXII), desenvolvendo aspectos acerca de reuniões espíritas e da multiplicidade dos grupos espíritas. Os destaques acima mencionados são aqueles em que o espírito assina seu nome, devendo se considerar que deve, como os demais responsáveis espirituais pela Codificação, ter estado presente em muitos outros momentos, dando seu especial contributo. Fonte: Quem é Fénelon no espiritismo? — Correio.news François de Fénelon (febnet.org.br) Participantes da codificação: Fénelon, São Vicente de Paulo, Santo Agostinho, João Evangelista, São Luís, Sócrates, Platão, Swedenborg, Espírito de Verdade, São Paulo, Erasto, Russeau, Pascal, Lacordaire, Galileu, etc. Allan Kardec: Empregam-se, sem dúvida, louváveis esforços para fazer avançar a Humanidade; encorajam- se, estimulam- se, honram-se os bons sentimentos mais do que em nenhuma outra época e, todavia, o verme roedor do egoísmo sempre a chaga social. É um mal que recai sobre todo o mundo e do qual cada um é, mais ou menos, vítima. É preciso, pois,
  • 29. 29 combatê-lo como se combate uma doença epidêmica. Para isso, é preciso proceder à maneira dos médicos: ir à fonte. Que se procure, pois, em todas as partes do organismo social, desde a família até os povos, desde a cabana até o palácio, todas as causas, todas as influências patentes ou ocultas, que excitam, entretêm e desenvolvem o sentimento do egoísmo. Uma vez conhecidas as causas, o remédio se mostrará por si mesmo. Não se tratará senão de as combater, senão todas de uma vez, pelo menos parcialmente e, pouco a pouco, o veneno será extirpado. A cura poderá ser demorada, porque as causas são numerosas, mas não é impossível. A isso não se chegará, de resto, senão tomando o mal em sua raiz, quer dizer, pela educação; não essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas a que tende a fazer homens de bem. A educação, se bem entendida, é a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los, como se endireitam as plantas jovens. Todavia, essa arte exige muito tato, muita experiência e uma profunda observação. É um grave erro crer que basta ter a ciência para exercê-la com proveito. Todo aquele que segue o filho do rico, assim como o do pobre, desde o instante do seu nascimento e observa todas as influências perniciosas que reagem sobre ele em consequência da fraqueza, da incúria e da ignorância daqueles que o dirigem, quando frequentemente, os meios que se empregam para moralizá-lo falham, não pode se espantar de encontrar no mundo tantos defeitos. Que se faça pelo moral tanto quanto se faz pela inteligência e se verá que, se há naturezas refratárias, há, mais do que se crê, as que pedem apenas uma boa cultura para produzir bons frutos. (872). O homem quer ser feliz e esse sentimento está na Natureza. Por isso, ele trabalha sem cessar para melhorar sua posição sobre a Terra, e procura as causas dos seus males, a fim de os remediar. Quando compreender bem que o egoísmo é uma dessas causas, a que engendra o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, que o magoam a cada instante, que leva a perturbação em todas as relações sociais, provoca as dissenções, destrói a confiança, obriga a se colocar constantemente em defensiva contra seu vizinho, a que, enfim, do amigo faz um inimigo, então ele compreenderá também que esse vício é incompatível com a sua própria felicidade e mesmo com a sua própria segurança. Quanto mais ele o tenha sofrido, mais sentirá a necessidade de combatê-lo, como combate a peste, os animais nocivos e todos os outros flagelos. Ele o será solicitado pelo seu próprio interesse. (784). O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a fonte de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver o outro, tal deve ser o objetivo de todos os esforços do homem, se quer assegurar sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro.
  • 30. 30 Comentários: Precisamos da educação. Não da educação intelectual, mas da educação que faz homens de bem. O que faz o homem de bem é, principalmente, a educação espiritual. A educação do mundo prepara homens intelectuais, prepara para a avida material e nem sempre prepara para a vida moral, para a vida espiritual. Por isso a importância das religiões, pois são elas que aproximam o homem de Deus. É só quando conhecemos acerca de Deus é que vamos conseguindo nos espiritualizar. Então precisamos buscar essa educação que nos traz as virtudes que constroem o homem de bem. Essas virtudes envolvem o conhecimento da espiritualidade, o reconhecimento do nosso Pai. Nós podemos sermos felizes agora, na vida material e, na vida futura, desde que nós apliquemos todos os esforços para viver a caridade e não o egoísmo. Destruir o egoísmo e deixar que a caridade e o amor vivam plenamente em nossos corações é o caminho que todos nós precisamos buscar para realmente aproximarmos de Deus e da felicidade. A felicidade que buscamos nós encontramos na caridade, na fraternidade, no amor, no Evangelho que o nosso Mestre Jesus nos forneceu como remédio para todas as nossas dores, para todas as nossas enfermidades. O egoísmo é o centro energético da ignorância, por estar muito ligado à origem material do homem. Isto, de certa forma, tem grande influência na personalidade humana.
  • 31. 31
  • 32. 32 12.4 – Caracteres do homem de bem 918 – Por que sinais se pode reconhecer num homem o progresso real que deve elevar seu Espírito na hierarquia espírita? O Espírito prova sua elevação quando todos os atos de sua vida corporal são a prática da lei de Deus e quando compreende, por antecipação, a vida espiritual. Allan Kardec: O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua maior pureza. Se interroga sua consciência sobre os atos realizados, se pergunta se não violou essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem nada a se lamentar dele, enfim, se fez a outrem tudo aquilo que queria que outros lhe fizessem. O homem cheio do sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperança de retribuição, e sacrifica o seu interesse à justiça. Ele é bom, humano e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem exceção de raças nem de crenças. Se Deus lhe deu o poder e a riqueza, olha essas coisas como um depósito, do qual deve fazer uso para o bem, sem se envaidecer, porque sabe que Deus, que os deu, pode retirá-los. (*)1 Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais diante de Deus. Usa de sua autoridade para elevar sua moral e não para os esmagar por seu orgulho. É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que, ele mesmo, tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do Cristo: que aquele que está sem pecado lhe atire a primeira pedra. Não é vingativo: a exemplo de Jesus, perdoa as ofensas para não se recordar senão dos benefícios, porque sabe que lhe será perdoado como ele próprio tiver perdoado. Respeita nos seus semelhantes todos os seus direitos decorrentes das leis da Natureza, como gostaria que respeitassem os seus. 1 - Vide Nota Explicativa da Editora no final do livro. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XII: Perfeição Moral
  • 33. 33 Comentários: Essas são as virtudes e características do homem de bem. Nessas características não há egoísmo, não há orgulho, apenas um sentimento de amor sincero, de benevolência, justiça e caridade. O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos da sua vida representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual. A pessoa que já pratica a lei de Deus verdadeiramente em todos os seus atos tem que ser uma pessoa mais espiritualizada, que compreende a vida espiritual, que compreende Deus, entendendo a sua importância em nossas vidas, sente dentro do seu coração a necessidade de fazer o bem, de vivenciar o amor, a necessidade de colocar em prática todas essas virtudes trazidas por Allan Kardec. Nós ainda estamos longe dessa prática. Ao ler essas características percebemos que já fazemos alguma coisa o que significa progresso em vias de realização, porém ainda estamos longe da meta. Aquilo que hoje nos parece bom, ao analisar percebemos que ainda não é o ideal, por isso a necessidade de continuarmos trabalhando e procurando nos melhorar todos os dias.
  • 34. 34 12.5 – Conhecimento de si mesmo 919 – Qual é o meio prático e mais eficaz para se melhorar nesta vida, e resistir aos arrastamentos do mal? Um sábio da antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo. 919.a) Compreendemos toda a sabedoria dessa máxima, porém, a dificuldade está precisamente em se conhecer a si mesmo; qual é o meio de o conseguir? Fazei o que eu fazia de minha vida sobre a Terra: ao fim da jornada, eu interrogava minha consciência, passava em revista o que fizera, e me perguntava se não faltara algum dever, se ninguém tinha nada a se lamentar de mim. Foi assim que consegui me conhecer e ver o que havia para reformar em mim. Aquele que, cada noite, lembrasse todas as ações da jornada e se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião para o esclarecer, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Questionai, portanto, e perguntai-vos o que fizestes e com qual objetivo agistes em tal circunstância; se fizestes alguma coisa que censurais em outrem; se fizestes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai-vos ainda isto: se aprouvesse a Deus me chamar neste momento, reentrando no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, eu teria o que temer diante de alguém? Examinai o que podeis ter feito contra Deus, contra vosso próximo, e enfim, contra vós mesmos. As respostas serão um repouso para vossa consciência ou a indicação de um mal que é preciso curar. O conhecimento de si mesmo, portanto, é a chave do progresso individual. Mas, direis, como se julgar? Não se tem a ilusão do amor-próprio que ameniza as faltas e as desculpa? O avarento se crê simplesmente econômico e previdente; o orgulhoso crê não haver senão a dignidade. Isso é verdade, mas tendes um meio de controle que não pode vos enganar. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, perguntai-vos como a qualificaríeis se fosse feita por outra pessoa; se a censurais em outrem, ela não poderia ser mais legítima em vós, porque Deus não tem duas medidas para a justiça. Procurai saber, também, o que pensam os outros a respeito, e não negligencieis a opinião dos vossos inimigos, porque estes não têm nenhum interesse em dissimular a verdade e, frequentemente, Deus os coloca ao vosso lado como um espelho para vos advertir com mais franqueza que o faria um amigo. Que aquele que tem vontade séria de se melhorar explore, pois, sua consciência, a fim de arrancar dela as más tendências, como arranca as más ervas do seu jardim; que faça o balanço de sua jornada moral, como o mercador faz de suas perdas e lucros, e eu vos asseguro que a um lhe LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XII: Perfeição Moral
  • 35. 35 resultará mais que a outro. Se ele puder dizer que sua jornada foi boa, pode dormir em paz, e esperar sem receio o despertar de uma outra vida. Colocai, pois, questões claras e precisas e não temais de as multiplicar: podem-se dar alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias com o objetivo de amontoar o que vos dê repouso na velhice? Esse repouso não é o objeto de todos os vossos desejos, o alvo que vos faz suportar as fadigas e as privações momentâneas? Pois bem! o que é esse repouso de alguns dias, perturbado pelas enfermidades do corpo, ao lado daquele que espera o homem de bem? Isso não vale a pena de fazer algum esforço? Sei que muitos dizem que o presente é positivo e o futuro incerto; ora, eis aí precisamente o pensamento que estamos encarregados de destruir em vós, porque desejamos vos fazer compreender esse futuro de maneira que ele não possa deixar nenhuma dúvida em vossa alma. Por isso, primeiro chamamos vossa atenção para os fenômenos de natureza a impressionar vossos sentidos, depois vos demos instruções que cada um de vós se acha encarregado de divulgar. Foi com esse objetivo que ditamos o Livro dos Espíritos. SANTO AGOSTINHO Allan Kardec: Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, com efeito, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais frequentemente nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem o perceber, por falta de perscrutar a natureza e o móvel de nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais precisa do que uma máxima que, frequentemente, não aplicamos a nós mesmos. Ela exige respostas categóricas, por um sim ou por um não, que não deixam alternativa; são igualmente argumentos pessoais e pela soma das respostas pode-se calcular a soma do bem e do mal que está em nós. Comentários: “Conhece-te a ti mesmo.” Frase escrita na entrada do Templo do Deus Apolo, em Delfos – Oráculo de Delfos e pronunciada por Sócrates da seguinte forma: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses” ou “Conhece- te a ti mesmo e vencerás a ignorância e serás sábio”. Santo Agostinho nos mostra a necessidade de questionarmos a nossa consciência sobre aquilo que temos feito, sobre aquilo que temos pensado, sobre as nossas atitudes, sobre nossa conduta durante o dia. À noite que possamos fazer essas reflexões, buscar na nossa consciência, pois ela vai nos responder e assim, temos condições de saber se agimos
  • 36. 36 corretamente ou se há algo que precisamos trabalhar em nós para que possamos nos aproximar de Jesus. Se nós queremos nos conhecer para que possamos nos melhorar temos que fazer esse enfrentamento. Esse olhar para dentro de nós. É doloroso quando percebemos que ainda erramos, ainda fizemos muitas coisas que sabemos que não seria o correto, mas o processo é necessário. Se fizermos isso sempre, temos a certeza que a melhora e bem mais rápido. Muitas vezes nos colocamos na condição de indecisos. Diante de uma atitude nossa ou de um pensamento, não sabemos se agimos de forma errada ou se agimos adequadamente. Muitas vezes a nossa mente busca aliviar a nossa conduta: - O avarento se sente apenas econômico - O orgulhoso julga que em si só há dignidade Temos dificuldade de enfrentar e reconhecer os nossos erros. O nosso orgulho coloca a trave diante dos nossos olhos interferindo no reconhecimento dos nossos erros. É como se não tivéssemos errado. Sempre procura uma desculpa para justificar os nossos erros e assim temos dificuldades de reconhecer os nossos erros e de nos reconhecer também. Acabamos não tendo uma análise crítica das nossas atitudes. Sinceridade conosco mesmo. Quando estivermos indecisos sobre o valor das nossas ações, basta nos colocarmos no lugar da outra pessoa. Perguntar como nos sentiríamos se uma outra pessoa tivesse feito, pensado exatamente como fizemos. Quando utilizamos essa sugestão fazendo essa avaliação não tem como errarmos porque Deus não usa de duas medidas na aplicação da sua justiça. A ideia de ouvirmos aqueles que não são tão caros, que estão na condição de nossos inimigos, também é uma dica importante, pois muitas vezes nossos amigos, nossos familiares por gostarem de nós não nos dizem a verdade. Nem sempre conseguimos ter clareza dos nossos equívocos. Nossos inimigos, nossos desafetos, não têm o pudor de não nos ferir com a verdade. Sempre nos dizem de forma franca aquilo que ainda temos de ruim. É a mão de Deus que os colocam ao nosso lado para que não sejamos ludibriados como se fôssemos pessoas maravilhosas quando ainda temos muitos defeitos a vencer. Vamos perguntar, vamos questionar a nossa consciência, vamos seguir o conselho de Santo Agostinho.
  • 37. 37 Ele nos deixa claro que ele juntamente com uma legião de Espíritos veio para nos esclarecer, para mostrar que podemos trabalhar pelo nosso futuro, nosso amanhã. Esse futuro não é incerto. Ele depende do nosso hoje, daquilo que estamos fazendo no presente. Vamos fazer o nosso melhor para que o nosso amanhã seja mais positivo. Pesquisar a biografia de Santo Agostinho e o resumo histórico da formação da Igreja Católica Apostólica Romana.
  • 38. 38 REFERÊNCIAS: KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: IDE, 2008. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Salvador Gentile. Araras – SP: IDE, 2008. KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 19ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983. MLODINOW, Leonard. De primatas a astronautas: A jornada do homem em busca do conhecimento. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2015. SILVEIRA, Adelino. Chico, de Francisco. São Paulo: Cultura Espírita União, 1987. XAVIER, Chico. A Caminho da Luz. 21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Pelo Espírito Emmanuel. XAVIER, Chico. Nosso Lar. 64ª ed. Brasília: FEB, 2021. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Os Mensageiros. 47ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Missionários da Luz. 45ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2021. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Obreiros da Vida Eterna. 35ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. No Mundo Maior. 28ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Libertação. 33ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Entre a Terra e o Céu. 27ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Nos domínios da Mediunidade. 36ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz.
  • 39. 39 XAVIER, Chico. Ação e Reação. 30ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Evolução em dois Mundos. 27ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Mecanismos da Mediunidade. 28ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Sexo e Destino. 34ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. E a vida continua.... 35ª ed. Esp. Rio de Janeiro: FEB, 2021. Pelo Espírito André Luiz. https://www.bibliaonline.com.br/ http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/questoes.html https://super.abril.com.br/historia/os-bastidores-do-livro-dos-espiritos/ https://www.youtube.com/user/livrodosespiritos/videos https://www.youtube.com/watch?v=4xRhAKctMo8&list=PLI- OgasY7T5tz8FFyT2yr5aKTPbavF7by&index=111 https://www.youtube.com/playlist?list=PLlRlJDlCghdwROpe8PBZF5_wFxlJqq UnZ https://espirito.org.br/artigos/possessao-3/ https://pt.slideshare.net/espirinauta/reinos-da-natureza https://slideplayer.com.br/slide/14346629/ http://www.caminhosluz.com.br Estudo Metódico de O Livro dos Espíritos – CEFAK https://www.cefak.org.br/estudos/estudos-artigos/estudo-metodico-livro-dos- espiritos/
  • 40. 40 Santo Agostinho Filósofo e teólogo romano Biografia de Santo Agostinho Santo Agostinho (354-430) foi um filósofo, escritor, bispo e importante teólogo cristão do norte da África durante a dominação romana. Suas concepções sobre as relações entre a fé e a razão, entre a Igreja e o Estado dominaram toda a Idade Média. Santo Agostinho foi o primeiro filósofo a refletir sobre o sentido da história, mas tornou-se acima de tudo o arquiteto do projeto intelectual da Igreja Católica. Santo Agostinho, conhecido também como Agostinho de Hipona, nasceu em Tagaste, na cidade da Numídia (hoje Argélia), no norte da África, região dominada pelo Império Romano, no dia 13 de novembro de 354. Sua infância e adolescência transcorreram principalmente em sua cidade natal em um ambiente limitado por um povoado perdido entre montanhas. Seu pai era pagão, e sua mãe uma cristã devota que exerceu grande influência sobre a conversão do filho. Estudo e religião Santo Agostinho iniciou seus estudos em Tagaste, em seguida, foi para Madaura, onde iniciou os estudos de retórica. Lia e decorava trechos de poetas e prosadores latinos, entre eles Virgílio e Terêncio. Estudou música, física, matemática e filosofia. Em 371, transferiu-se para Cartago, a maior cidade do Ocidente latino depois de Roma, um grande centro do paganismo, onde se deixou cativar pelo esplendor das cerimônias em honra dos milenares desuses protetores do império. Em 373 nasceu Adeodato, filho de seu romance com uma cartaginense. Dedicou-se ao estudo das Escrituras, mas logo ficou desiludido diante do estilo simples da Bíblia. Depois de três anos termina o estudo superior em retórica e eloquência. De volta a sua cidade natal, abre uma escola particular onde ensina gramática e retórica. Em 374 foi para Cartago e mais uma vez dedica-se ao ensino da retórica. Em 383 seguiu para Roma e no ano seguinte é nomeado mestre de eloquência em Milão. A inquietude era um tema permanente em sua vida. O despertar de seu espírito crítico o levou a adotar o “maniqueísmo”, pretendendo seguir a força única da razão. Durante doze anos foi seguidor de Mani, profeta persa que pregava uma doutrina na qual se misturavam Evangelho, ocultismo e astrologia. Segundo Mani, o bem e o mal constituíam princípios opostos e eternos, presentes em todas as coisas. O homem não era culpado por seus pecados, pois já trazia o mal dentro de si. Conversão ao catolicismo Insatisfeito com as respostas que o maniqueísmo oferecia, Agostinho resolveu abandonar a doutrina, e seu lugar é temporariamente preenchido por um profundo ceticismo. Em 386 procura Ambrósio, o poderoso bispo do Império, em busca de uma colocação oficial como professor. Em vez disso, encontra respostas para algumas das suas dúvidas. Passa a assistir os sermões de Ambrósio, inspirados, sobretudo, no Antigo Testamento. Finalmente, a influência de Santo Ambrósio foi decisiva para convertê-lo ao Cristianismo. Em 387, Agostinho e Adeodato são batizados. No ano seguinte, retorna definitivamente para Tagaste onde se dedica à vida monástica. Em seguida, vende a propriedade deixada pelo pai e distribui o dinheiro entre os pobres.
  • 41. 41 Conserva apenas uma pequena porção de terra, onde, ao lado dos amigos Alípio e Ovídio, funda o primeiro mosteiro agostiniano. Em 391 é sagrado sacerdote em Hipona, região provinciana do Império Romano. Em 396 é sagrado bispo auxiliar de Hipona, onde se tornou um dos pilares da teologia católica. Obras e pensamentos Entre 397 e 398, Agostinho se dedica a escrever “Confissões”, em que narra a juventude e sua conversão, quando revela os caminhos da fé em meio às angústias do mundo. O livro é uma autobiografia que também imprime o seu pensamento filosófico. Cria a noção de espaço interior como campo da verdade essencial do homem: “A verdade e Deus devem ser buscados na alma, e não no mundo exterior” Em 413 começa a obra “A Cidade de Deus”, escrita para consolar os cristãos após Roma ser saqueada pelos bárbaros visigodos, em 410. Na obra, Santo Agostinho apresenta a defesa do cristianismo e convida seus contemporâneos a compreender o sentido profundo da história. Já não se trata de um reino de Deus que sucede à vida terrena. A cidade de Deus e a dos homens coexistem: a primeira, antes simbolizada por Jerusalém, é agora a comunidade dos cristãos. A cidade dos homens tem poderes políticos, moral, e existências próprias. “As duas cidades permanecerão lado a lado até o fim dos tempos, mas depois a divina triunfará, para participar da eternidade”. Santo Agostinho deixou uma obra fundamental para a doutrina da igreja católica, que foi registrada em tratados filosóficos, teológicos, comentários, sermões e cartas. Exerceu grande influência em várias áreas do conhecimento. Santo Agostinho teve papel importante na fixação da hierarquia na Igreja Católica e fez a síntese entre a filosofia grega e o pensamento cristão. Fixou a ideia da vida interior do homem como o palco essencial da construção da identidade. Santo Agostinho faleceu em Hipona, África, no dia 28 de agosto de 430. Santo Agostinho foi canonizado por aclamação popular, e reconhecido como Doutor da Igreja, em 1292, pelo papa Bonifácio VIII. Biografia de Santo Agostinho - eBiografia Filme: Santo Agostinho O Declínio do Império Romano https://www.youtube.com/watch?v=holW-1sj73E Documentário: Agostinho de Hipona https://www.youtube.com/watch?v=awJsGLAtPc0