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Livro Quarto: Esperanças e Consolações
Capítulo I: Penas e Gozos Terrestres
1.1 – Felicidade e infelicidade relativas
1.2 – Perda de pessoas amadas
1.3 – Decepções. – Afeições destruídas
1.4 – Uniões antipáticas
1.5 – Medo da morte
1.6 – Desgosto da vida. – Suicídio
Referências
Slides:
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/411-felicidade-e-infelicidade-
relativaspptx
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/412-perda-de-pessoas-
amadaspptx
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/413-suicdiopptx
2
INTRODUÇÃO
O Livro dos Espíritos é o primeiro livro da Codificação Espírita publicado por
Hippolyte Léon Denizard Rivail, com o pseudônimo de Allan Kardec.
A obra veio a público em 18 de abril de 1857, em Paris, na forma de perguntas
e respostas, originalmente compreendendo 501 itens. Foi fruto dos estudos de
Kardec sobre os fenômenos das mesas girantes, difundidos por toda a Europa
em meados do século XIX, e que, segundo muitos pesquisadores da época,
possuíam origem mediúnica.
As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente as jovens
Caroline e Julie Boudin, às quais mais tarde se juntou Celine Japhet e
Ermmance Defaux, no processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço,
o método das perguntas e respostas foi submetido à comparação com as
comunicações obtidas por outros médiuns franceses, num total de "mais de
dez", nas palavras de Kardec, cujos textos psicografados contribuíram para a
estruturação do texto.
A segunda edição francesa foi lançada em 18 de março de 1860, tendo o Livro
dos Espíritos, naquela reimpressão, sido revisto quase "como trabalho novo,
embora os princípios não hajam sofrido nenhuma alteração. Para esta revisão,
Kardec manteve contato com grupos espíritas de cerca de 15 países
da Europa e das Américas. Nesta segunda edição é que aparecem 1018
perguntas e respostas.
O Livro dos Espíritos é a obra fundadora da Doutrina Espírita ou Espiritismo.
Ele trata dos aspectos científico, filosófico e religioso da doutrina, lançando as
bases que seriam posteriormente aprofundadas, por Allan Kardec, nas demais
obras da Codificação Espírita.
O Livro dos Espíritos é uma das oito obras fundamentais para o estudo da
Doutrina Espírita, sendo composto por quatro partes.
Estamos adentrando a quarta parte que trata das Esperanças e Consolações,
com apenas dois capítulos, aborda as consequências, para o Espírito, do
cumprimento ou não das leis:
 Capítulo I – Quando estiver vivendo no mundo corporal terá as “Penas e
gozos terrenos”.
 Capítulo II – Quando estiver vivendo no mundo espiritual terá as “Penas
e gozos futuros”.
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É uma das oito obras fundamentais para o estudo da Doutrina Espírita:
 O Livro dos Espíritos (1857);
 O que é o Espiritismo (1859);
 O Livro dos Médiuns (1861);
 O Evangelho Segundo Espiritismo (1863);
 O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865);
 A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868),
 Obras Póstumas (1890);
 Revista Espírita (1858-1869).
Doutrina Espírita – Terceira revelação
Pilares do Espiritismo:
1) A existência de Deus: Deus criador e eterno, bondoso, amoroso e justo.
2) A pluralidade dos mundos: a Terra não é o único planeta habitado nesse
universo. Há diversos outros mundos que não conseguimos perceber seus
habitantes devido a sua sutileza.
3) Imortalidade da alma: somos todos Espíritos imortais e não vivemos
apenas esse tempo desde o nascimento até o desenlace.
4) A pluralidade das existências (reencarnação): Quase uma consequência
do ponto anterior, somos seres imortais que reencarnam aqui nesse mundo e
também em outros sempre com o objetivo de evoluir através de experiências
na matéria.
5) Comunicabilidade dos Espíritos: a mediunidade é uma característica que
permite com que nos comuniquemos com espíritos desencarnados.
6) Evolução: processo de desenvolvimento progressivo, biológico e espiritual
da Natureza, no qual os seres vivos e inanimados se aperfeiçoam.
Com base nesses pilares, acrescidos do evangelho de Jesus e toda a moral
que ele contém, temos a formação da Doutrina Espírita, codificada por Allan
Kardec.
O Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita compreende os princípios
Filosófico, Científico e Religioso.
O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina
filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem
entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências
morais que fluem dessas mesmas relações.
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Podemos defini-lo assim:
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos
Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.
O Espiritismo é uma ciência de observação e uma filosofia com
consequências morais. A religiosidade da doutrina espírita está nas
consequências morais.
- Evangelho Segundo o Espiritismo – Livro religioso da doutrina
- O Livro dos Espíritos – Livro filosófico da doutrina
- O Livro dos Médiuns e a Gênese – Parte científica da doutrina
Edifício em permanente construção.
As obras básicas da doutrina espírita sempre carecem de complementação,
pois nenhum campo da ciência é passível de ser esgotado, sempre há lacunas
a serem preenchidas pelos estudiosos, com o espiritismo não haveria de ser
diferente.
- Léon Denis, Camille Flamarion, Chico Xavier, Divaldo Franco, Zíbia Gasparetto, Mônica
de Castro, André Luiz Ruiz, Vera Lúcia, Yvonne, Edgard Ormond, etc. (encarnados) –
Contribuição dos desencarnados.
O Espiritismo não veio para solução dos nossos problemas imediatos.
O Espiritismo veio para que conheçamos as nossas múltiplas realidades
e saibamos fazer uma síntese dessas múltiplas realidades para entender
a razão da vida e do objetivo que nos espera.
“A salvação” e a felicidade só ocorrerá quando construirmos o templo
verdadeiro de Deus dentro de nossos corações, praticando o bem, o
amor e a caridade em todas as suas formas.
Vamos fazer sempre uma reflexão de como o mestre agiria em
determinadas situações e como nós deveríamos agir. Vamos seguir a
máxima de fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizesse. Se
assim procedermos estaremos cultivando as virtudes do bem e do amor,
incorporando o Evangelho do Cristo iremos chegar ao Pai por intermédio
do mestre Jesus, que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Orientação: Espíritas!, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis
o segundo. (ESE, VI, 5)
5
1.1 – Felicidade e infelicidade relativas
920 – O homem pode gozar, sobre a Terra, de uma felicidade completa?
Não, visto que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Mas depende dele
amenizar seus males e ser tão feliz quanto se pode ser sobre a Terra.
Comentários:
A partir do momento que compreendemos que a Terra ainda se encontra no
nível de mundo de provas e expiações, agora passando para o mundo de
regeneração, fica fácil compreendermos como não é possível o homem gozar
plena felicidade na Terra, pois aqui ainda é um planeta de lutas, de provas, de
dificuldades. Aqui ainda é morada de Espíritos comprometidos com a lei de
Deus.
Assim não temos condições de almejar a felicidade completa, plena. Isso é
para os Mundos Felizes, Mundos Celestes. Não é o nosso caso ainda.
Porém, o fato de não termos uma completa felicidade na Terra, não quer dizer
que não podemos ser o máximo feliz possível que a Terra pode nos
proporcionar conforme a sua condição.
Nós podemos ser o mais feliz possível, depende de nós mesmos.
Podemos suavizar os males pela prática do bem.
A partir do momento que vivenciamos o Evangelho de Jesus, temos mais paz
de Espírito, sendo mais feliz.
Podemos não ter a felicidade plena, mas seremos mais felizes na Terra,
vivenciar essa felicidade aqui mesmo.
Muitas pessoas acreditam que se fizerem o bem estarão garantindo a
felicidade na erraticidade, quando desencarnar, como se a vida material não
pudesse nos proporcionar essa felicidade maior.
Para usufruir dessa felicidade não podemos buscá-la nas coisas do mundo,
pois nunca encontraremos a felicidade plena no mundo material.
Ao buscar essa felicidade nas conquistas do Espírito, com certeza teremos
condições de experenciar a felicidade terrestre.
LIVRO QUARTO: Esperanças e Consolações
Capítulo I: Penas e gozos Terrestres
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921 – Concebe-se que o homem será feliz sobre a Terra quando a
Humanidade estiver transformada; mas, até lá, cada um pode se garantir
uma felicidade relativa?
O mais frequentemente, o homem é o artífice de sua própria infelicidade.
Praticando a lei de Deus, ele se poupa dos males e chega a uma felicidade
tão grande quanto o comporta sua existência grosseira.
Allan Kardec:
O homem bem compenetrado de sua destinação futura não vê na vida
corporal senão uma estada passageira. É para ele uma parada
momentânea em má hospedaria. Ele se consola facilmente de alguns
desgostos passageiros de uma viagem que deve conduzi-lo a uma
posição tanto melhor quanto melhor tenha se preparado.
Somos punidos, desde esta vida, pelas infrações às leis da existência
corporal, pelos males que são a consequência dessas infrações e de
nossos próprios excessos. Se remontarmos, gradativamente, à origem
do que chamamos nossas infelicidades terrestres, veremos a estas na
maioria das vezes, como consequências de um primeiro desvio do
caminho reto. Por esse desvio, entramos num mau caminho e, de
consequência em consequência, caímos na infelicidade.
Comentários:
Aqui a Espiritualidade nos esclarece que o homem é o responsável pela sua
felicidade ou infelicidade.
A felicidade está em nossas mãos.
A nossa felicidade não depende do mundo material, do outro ou daquilo que
acontece ao nosso redor.
Porém, quando nós vemos o nosso próximo feliz, quando vemos que não há
desumanidade, quando vemos caridade, amor e que não há egoísmo nas
pessoas são motivos muito grandes para ficarmos felizes.
A felicidade do outro é motivo para a minha felicidade.
Quando amamos alguém ficamos felizes pela felicidade dele.
A dificuldade vivenciada hoje no planeta Terra não permite que nós possamos
ser plenamente felizes, mas se praticamos a lei de Deus vamos nos livrar de
muitos males e teremos a felicidade tão grande quanto comporta a nossa
existência grosseira.
A Terra ainda não proporciona a felicidade plena, mas teremos a felicidade
dentro das possibilidades, caso vivenciemos a lei de Deus. E assim, podemos
ser mais felizes do que somos hoje.
7
Vamos passar pelos débitos e provas que devemos passar, mas teremos mais
força, coragem, perseverança, fé, entendimento para enfrentarmos os
desafios da vida, com paz e serenidade em nosso coração.
O destino da alma é ser feliz, é amar em todas as dimensões em que se possa engrandecer
cada vez mais. A Doutrina Espírita, juntamente com Jesus, que é seu sustentáculo nos
oferece, tanto na carne quanto no mundo espiritual, meios e métodos para verificar a nossa
maturidade. Despertando-nos para a vida real, a verdade começa a surgir nos nossos
caminhos, nos dando mais segurança no avanço espiritual.
Certamente que na Terra não existe felicidade na maneira que a ideamos, no entanto, a
felicidade relativa existe, com o conhecimento desse ambiente de luz. Os benfeitores
espirituais que se comunicam com os homens deixam traços dessa felicidade no que falam,
escrevem e inspiram os homens para o bem comum. (Miramez)
922 – A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um; o que basta
à felicidade de um faz a infelicidade de outro. Entretanto, há uma medida
de felicidade comum a todos os homens?
Para a vida material, é a posse do necessário; para a vida moral, a consciência
tranquila e a fé no futuro.
Comentários:
A felicidade é bem relativa. Aquilo que me faz feliz pode não fazer feliz o outro
e pode até mesmo ser motivo de infelicidade. Então Kardec pergunta se há
uma felicidade comum a todos os homens.
- Em relação à vida material é a posse do necessário. Isso para nós é motivo
de felicidade comum porque não iremos passar necessidades para a
sobrevivência física. Aqui na Terra se tivermos condições de suprir as nossas
necessidades pela lei de conservação já é motivo de felicidade, de gratidão,
concedendo uma felicidade comum a todos os homens.
- Em relação à vida moral, a Espiritualidade nos orienta que é a consciência
tranquila e a fé no futuro.
De fato, quando estamos com a consciência tranquila nós nos sentimos
felizes. Nos traz um bem-estar enorme ao nosso coração. Sentimos o que é
felicidade.
Essa consciência tranquila varia de pessoa para pessoa.
A fé no futuro é outro fato que nos proporciona felicidade porque nos traz
esperança, a certeza de dias melhores e que nós iremos progredir e crescer
sempre. Essa certeza traz felicidade ao nosso coração.
Então existe uma felicidade comum a todos os homens, tanto materialmente,
quanto espiritualmente.
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Exemplo de pessoa feliz:
Quando reflito – uma coisa que faço frequentemente – sobre a felicidade de que desfrutei,
às vezes digo a mim mesmo que, se me fosse oferecida de novo exatamente a mesma
vida, voltaria a vivê-la do início ao fim”. (Benjamin Franklin)
Algo de felicidade na Terra existe, como marca da sua existência nos mundos venturosos,
todavia, ela tem uma escala que deve ser obedecida nos caminhos humanos. Cada criatura
a vê por um prisma e a sente na diversidade que a evolução ou despertamento lhe mostra.
A felicidade, com relação à vida material, são os bens terrenos, onde não falta o necessário.
Em se falando da vida moral, é a tranquilidade da consciência, aquela que não se perturba
com os acontecimentos transitórios do mundo exterior.
Se queres sentir a existência da felicidade, deves cultivar a fé, que sempre tem sua base
na oração, onde não podem faltar a sinceridade, a honestidade e a caridade. (Miramez)
923 – O que seria supérfluo para um não se torna necessário para outros,
e reciprocamente, segundo a posição?
Sim, de acordo com as vossas ideias materiais, vossos preconceitos, vossa
ambição e todos os vossos defeitos ridículos, aos quais o futuro fará justiça
quando compreenderdes a verdade. Sem dúvida, aquele que tinha cinquenta
mil libras de renda e se encontra reduzido a dez, se crê bem infeliz porque não
pode mais fazer uma figura tão grande, ter aquilo que chama sua posição, ter
cavalos, lacaios, satisfazer todas as suas paixões, etc. Ele crê faltar-lhe o
necessário; mas, francamente, o crês com direito a lamentar-se quando ao
seu lado há os que morrem de fome e de frio, e não têm um refúgio para
repousar a cabeça? O sábio, para ser feliz, olha abaixo de si e jamais acima,
a não ser para elevar sua alma até o infinito. (715).
Comentários:
Muitos de nós habituamos a reclamar quando percebemos, por exemplo,
alguma diminuição dos nossos bens, das facilidades, das coisas que fazíamos
e, por alguma razão hoje não podemos mais fazer.
Muitas vezes nos sentimos desventurados, infelicitados porque não podemos
fazer como antes. Isso nos mostra o quanto ainda somos egoístas e
orgulhosos.
Nós temos o hábito de olhar para cima e não para baixo. Se olharmos para
baixo e percebermos o quão afortunados nós somos, o quanto temos a
agradecer porque muitas vezes nós temos além do necessário.
Muitos não têm nem o necessário.
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O supérfluo é muito relativo. O supérfluo para pode não ser para o meu
próximo e vice-versa.
Quando todos nós evoluirmos, quando nós compreendermos que não
precisamos do supérfluo. Precisamos só do necessário para sermos felizes.
A verdadeira felicidade não vem dos bens materiais, mas dos bens espirituais.
Quando resolvermos compartilhar com outro aquilo que temos em excesso
nos tornaremos muito mais felizes e essa felicidade será de todos.
Vamos tentar trabalhar o nosso coração para quilo que realmente é
importante. Precisamos deixar de valorizar as coisas pequenas e darmos valor
para aquilo que importa, aquilo que é necessário para o nosso progresso e
evolução.
Há no mundo diversidade em tudo que se vê, em tudo o que se sente e em tudo o que se
usa. É imprescindível, por isso, crer em uma Inteligência Superior que comanda a tudo na
extensão infinita da criação.
Não existe desarmonia na vida; pode-se dizer que a desarmonia é psicológica, na mente
ignorante dos homens. Os acontecimentos, no que diz respeito ao mal, são para nos
educar, com o objetivo de nos instruir. Não existem erros na direção dos nossos destinos.
Quando falamos dos homens, não somente nos referimos aos encarnados, mas também
aos Espíritos ainda humanizados, envolvidos nas faixas das paixões inferiores ou sujeitas
a elas. (Miramez)
924 – Há males que são independentes da maneira de agir e que atingem
o homem mais justo; não há algum meio de se preservar deles?
Nesse caso, ele deve se resignar e suportá-los sem murmurar, se quer
progredir. Mas ele possui sempre uma consolação na sua consciência, que
lhe dá a esperança de um futuro melhor, se faz o que é preciso para obtê-lo.
Comentários:
Todos os males que eventualmente alcança a humanidade têm um fim útil.
Deus não permite o sofrimento porque Ele quer ou Ele goste de ver seus filhos
sofrerem. Deus é Pai de amor e de infinita bondade.
A dor é um dos últimos recursos (senão o último) a ser utilizados pelo Pai para
nos conduzir ao caminho do bem. Então os males que eventualmente
alcancem o homem, não alcançam sem propósito, mas porque precisa
alcançar, pois se Deus não quisesse que acontecesse Ele livraria aquela
pessoa de passar por aquela dificuldade. Se a pessoa não precisasse passar
por aquilo, estivesse a ponto de receber uma injustiça diante de mal que
pudesse lhe chegar, Deus com certeza iria agir, porque ninguém seria
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maltratado, ferido por alguma coisa que não precisasse ou que não
merecesse.
Por outro lado, ninguém é premiado sem mérito.
Se há males que nos chegam e que independem do nosso proceder nesta
existência e nada podemos fazer para nos livrar, temos que ter resignação,
sofrer sem reclamar, procurar superar tais dificuldades dentro das condições
que tivermos, certos de que não estaríamos passando por tais situações sem
justa causa por aquelas dificuldades, por aquele mal que nos chega. E também
precisamos trabalhar o nosso intelecto no sentido de evitar o mal e sair do mal,
caso ele nos chegue de alguma maneira. Não devemos nos acomodar.
Trabalhando para vencer, sem revolta e com resignação
Jesus nos pediu para orar e vigiar, no entanto, muito frequentemente somente oramos,
esquecendo a nossa parte, que é a de vigiar os nossos impulsos, por vezes inferiores.
Muitos males podemos evitar dessa maneira, pois certas arestas são cortadas pela simples
vigilância. Se sofremos mais, não é pelo passado: é por falta de discernimento no presente
mesmo. (Miramez)
925 – Por que Deus favorece com os dons da fortuna certos homens que
não parecem merecê-los?
É um favor aos olhos daqueles que não veem senão o presente; mas, sabei-
o bem, a fortuna é uma prova frequentemente mais perigosa do que a miséria.
(814 e seguintes).
Comentários:
A Espiritualidade já nos explicou acerca da riqueza e da pobreza.
Todos nós em algum momento da nossa caminhada evolutiva precisamos
passar pela prova da riqueza e da miséria, pois ambas nos oportunizam
crescimento, nos faz trabalhar determinados aspectos da nossa
personalidade, trabalhar e adquirir determinadas virtudes.
Mesmo que ainda não estejamos bem capacitados para ambas, nós
precisaremos em algum momento enfrentá-las.
Tudo é aprendizado, embora possa parecer para quem só vê o presente, com
uma visão limitada, um favor divino, como se fosse maravilhoso as pessoas
virem numa condição de riqueza. A Espiritualidade nos alerta que isso é para
as pessoas que tem uma visão pequena de Deus, da sua lei e da razão pela
qual existe a riqueza e a pobreza.
Para nós que já temos um entendimento, pois “O Livro dos Espíritos” já nos
explicou isso de forma bem clara, sabemos que a riqueza é uma prova
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dificílima porque leva as pessoas ao desenvolvimento das suas paixões,
instiga o desenvolvimento das paixões mundanas, como materialidade,
sensualidade, vaidade, poder.
E assim, para alguns possa parecer um favor, na verdade não é. É uma prova
necessária para o nosso progresso e para a nossa evolução.
Devemos nos conscientizar de que Deus sabe o que fazer ante as necessidades humanas
e espirituais de todos os Seus filhos do coração. Tudo o que recebemos é, pois, por
merecimento, e esse merecimento está de certo modo ligado às nossas necessidades.
A fortuna, aos olhos do mundo, parece um favor especial, contudo, representa convites
fortes para as paixões inferiores. No entanto, ela pode ser um meio de luta para o
fortalecimento moral. (Miramez)
926 – A civilização, criando novas necessidades, não é a fonte de novas
aflições?
Os males deste mundo estão em razão das necessidades fictícias que criais
para vós mesmos. Aquele que sabe limitar seus desejos e vê sem inveja o que
está acima de si, poupa-se a muitas decepções desta vida. O mais rico é
aquele que tem menos necessidades.
Invejais os gozos daqueles que vos parecem os felizes do mundo; mas sabeis
o que lhes está reservado? Se não gozam senão para eles, são egoístas e
virá o reverso. Antes, lastimai-os. Deus permite, algumas vezes, que o mau
prospere, mas sua felicidade não é para invejar porque a pagará com lágrimas
amargas. Se o justo é infeliz, é uma prova que lhe será tida em conta se a
suportar com coragem. Lembrai-vos destas palavras de Jesus: Felizes
aqueles que sofrem, porque serão consolados.
Comentários:
À medida que criamos novas necessidades e, muitas delas falsas, estamos
consequentemente criando fontes de novas aflições.
As necessidades primordiais são aquelas necessárias para a nossa
subsistência, para a manutenção da nossa vida em observância do instinto de
conservação.
Quando temos isso já somos felizes, pois já temos aquilo que necessitamos
nessa existência para sermos felizes.
Tudo o que criamos além disso é uma aflição que também criamos para nós,
pois se criamos outra necessidade precisamos pensar, trabalhar, avaliar como
conseguiremos suprir aquela necessidade o que pode ser possível, realizando
12
aquela meta, mas em outras condições isso não acontece, vindo a angústia,
a ansiedade, a inveja, o desespero porque queremos e não conseguimos ter.
O que menos necessidade tem esse é o mais rico, pois não vai gastar sua
energia, sua inteligência em buscar mais conquistas materiais.
A partir do momento que entendemos o porquê de estarmos na Terra e,
principalmente, aquilo que precisamos fazer para crescer e evoluir, damos
monos importância ao mundo e a essas necessidades que o mundo e vamos
valorizando as conquistas espirituais.
Pessoas que buscam apenas as coisas do mundo não devem ser admiradas,
pelo contrário devem ser lastimadas porque utilizam toda a sua vida em busca
do mundo e da matéria, mas o reverso virá com “dor e ranger de dentes”.
Deus espera de nós uma postura diferente. Nós que já temos um pouco de
conhecimento devemos orientar aqueles que pudermos, esclarecendo-os
sobre as conquistas importantes da nossa vida e, principalmente, utilizar esse
conhecimento para a nossa reforma íntima, pois às vezes, sabemos muito e
vivenciamos pouco.
A moderna civilização é fonte de novas aflições que torturam o homem cada vez mais, pelas
necessidades fictícias que ele próprio cria e que o perseguem nos seus caminhos. Nós
criamos as nossas aflições, e elas nos servem como escolas, porque a vida, a natureza,
aproveita tudo e transforma em experiências valiosas.
Se hoje os Espíritos elevados vivem na plenitude da consciência imperturbável, como eram
ontem? é neste sentido que os benfeitores espirituais, em relação a nós outros, têm muita
tolerância com as nossas faltas. Se assim podemos dizer, eles passaram pelas mesmas
aflições, mas Deus é sempre Pai amoroso e santo, bom e justo, que não dá pedra a quem
pede peixe. Não deves invejar aos outros em situação bem melhor que a tua, porque não
sabes o que se encontra reservado para eles, nem tão pouco para ti. (Miramez)
927 – O supérfluo, certamente, não é indispensável à felicidade, mas não
se dá o mesmo com o necessário; ora, a infelicidade daqueles que estão
privados do necessário não é real?
O homem não é verdadeiramente infeliz senão quando sofre a falta do que é
necessário à vida e à saúde do corpo. Pode ser que essa privação seja por
sua culpa e, nesse caso, não deve imputá-la senão a si próprio. Se ela é por
culpa de outrem, a responsabilidade recairá sobre aquele que lhe deu causa.
Comentários:
Considerando que muitas pessoas não têm sequer o necessário, havendo
para esses, uma infelicidade real. Então para essas pessoas o supérfluo não
é causa de infelicidade?
13
De fato, quando falta o necessário à vida e à saúde do corpo pode-se dizer
que a pessoa é infeliz aqui na Terra.
Nós já sabemos que muitas das privações, das dificuldades, das dores pelas
quais nós passamos são consequências das nossas atitudes equivocadas
nesta existência física ou em outras anteriores.
Não significa que todas as dificuldades, todas as dores que temos aqui na
Terra seja em decorrência de um resgate ou de algo que tenhamos feito.
Nós também já sabemos que muitas das dificuldades fomos nós que pedimos
para termos a oportunidade de sermos experimentados, provados com aquela
situação para crescermos e evoluirmos.
Nem sempre uma situação tem relação direta com algum erro do passado.
Tudo daquilo que passamos, que vivenciamos tem um fim útil e uma causa
justa.
São situações que nós precisamos em função de uma atitude equivocada que
tenhamos tido ou pedimos para o nosso próprio crescimento.
O fato de estarmos na Terra já é indício da nossa imperfeição moral, pois se
não fôssemos imperfeitos não estaríamos aqui na Terra. Já estaríamos
encarnando em mundos mais felizes.
Então, se somos imperfeitos sabemos que ainda precisamos da dor, pois ela
é um remédio muito potente.
Muitas vezes quando o amor não consegue despertar a criatura, vem a dor
para esse despertar.
Se eventualmente alguma dificuldade, alguma dor nos acompanha, ela é
necessária pelo tempo estritamente que nós precisamos para o nosso
aprendizado. Deus não quer a nossa dor e, sim o nosso aprendizado.
Vamos tentar aprender diante das dificuldades e dos sofrimentos que nos
chegam para que possamos evoluir mais rapidamente e nos livrarmos dessa
mesma dor.
Não há injustiça na justiça divina.
Deus é Pai de amor, não de dor.
928 – Pela especialidade das aptidões naturais, Deus indica
evidentemente nossa vocação neste mundo. Muitos dos males não
decorrem do fato de não seguirmos essa vocação?
É verdade, e, frequentemente, são os pais que, por orgulho ou avareza, fazem
seus filhos saírem do caminho traçado pela Natureza e, por esse
deslocamento, comprometem sua felicidade; eles disso serão responsáveis.
14
928.a) Assim, acharíeis justo que o filho de um homem altamente
colocado no mundo fizesse tamancos, por exemplo, se para isso tinha
aptidão?
Não é preciso cair no absurdo, nem nada exagerar: a civilização tem suas
necessidades. Por que o filho de um homem altamente colocado, como dizes,
faria tamancos se pode fazer outra coisa? Ele poderá sempre se tornar útil na
medida de suas faculdades, se elas não são aplicadas em sentido contrário.
Assim, por exemplo, em lugar de um mau advogado, ele poderia, talvez,
tornar-se um bom mecânico, etc.
Allan Kardec:
O deslocamento dos homens fora de sua esfera intelectual é,
seguramente, uma das causas mais frequentes de decepção. A inaptidão
pela carreira abraçada é uma fonte perene de reveses. Depois, o amor-
próprio, vindo juntar-se a isso, impede o homem fracassado de procurar
um recurso numa profissão mais humilde e lhe mostra o suicídio como
remédio para escapar ao que ele crê uma humilhação. Se uma educação
moral o tivesse elevado acima dos tolos preconceitos do orgulho, ele não
seria apanhado de surpresa.
Comentários:
Quantas famílias, quantos pais acabam, de certa forma, impondo aos seus
filhos a profissão que eles devem seguir. Muitos pais não se sentiram felizes,
não conseguiram se realizar na profissão que seguiram e querem que os filhos
sigam aquela profissão que muitas vezes eles não puderam seguir.
Todos nós temos uma aptidão natural, viemos com essa aptidão para
crescermos, trabalhar determinadas virtudes. Tudo está previsto no nosso
planejamento reencarnatório, porém devido à imposição da sociedade, de
uma cobrança pessoal ou dos pais, há um desvirtuamento daquela aptidão
natural e a pessoa se sente infeliz, não gosta daquilo que faz e acaba no futuro
não se sentindo em condições de começar do início uma nova carreira
profissional, onde muitos procuram o suicídio como remédio para escapar
aquilo que lhe parece uma humilhação.
Se todos nós fôssemos para as mesmas profissões, algo estaria errado pois
faltaria outros tipos de profissionais no mundo.
Precisamos ser cuidadosos, principalmente, com aqueles que estão sob a
nossa guarda, os nossos filhos. Dar a eles orientação, se for possível, dar a
eles o estudo necessário para que eles possam seguir aquilo que eles desejam
seguir. Tendo entendimento, educação moral, uma boa educação intelectual
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eles vão se sentir mais aptos para escolher aquilo que eles desejam dentro
daquela orientação, daquela educação que eles receberam.
Que nós procuremos não impor aos nossos filhos ou aos nossos tutelados o
que eles devem ou não seguir.
929 – Há pessoas que, estando privadas de todos os recursos, nesse
caso, mesmo que a abundância reine ao seu redor, não têm senão a
morte por perspectiva; que partido devem tomar? Devem deixar-se
morrer de fome?
Não se deve jamais ter a ideia de se deixar morrer de fome. Encontrar-se-á
sempre meios de se alimentar, se o orgulho não se interpuser entre a
necessidade e o trabalho. Diz-se frequentemente: não há profissão tola e não
é a situação que desonra e isso, porém cada um diz para os outros e não para
si.
Comentários:
Por mais que estejamos em condições desfavoráveis, no sentido de nos faltar
os recursos necessários, nós precisamos lutar.
Estamos aqui para exercitar a nossa inteligência, a nossa capacidade de
trabalho, de superação. Diante das lutas, das dores, das necessidades não
devemos cruzar os braços. Não estamos aqui para viver na ociosidade
A lei do trabalho é uma lei divina. Essa lei nos oportuniza alcançar o progresso
e a depuração. É por meio do trabalho que nós crescemos.
Se eu me encontro em uma situação de miséria, de fome, tenho que procurar
superar essa dificuldade.
Muitas vezes é o nosso orgulho que nos impede de alcançarmos aquilo que
estamos necessitando, pois não queremos realizar determinados trabalhos
porque achamos que não é um trabalho digno ou que nós precisamos ou
merecemos algo melhor e aí deixamos de aceitar um trabalho mais humilde,
mas que nos garantiria o sustento devido ao nosso orgulho.
Deus nos coloca sempre em oportunidades, em situações que nos traz
aprendizado.
Refletindo:
- Será que estamos sabendo aproveitar a oportunidade que nos chega para
crescer?
- Será que deixo o orgulho sobressair desperdiçando aquela condição
maravilhosa de aprendizado?
16
930 – É evidente que, sem os preconceitos sociais pelos quais se se
deixa dominar, encontrar-se-ia sempre um trabalho qualquer que
pudesse ajudar a viver, mesmo deslocado de sua posição. Mas entre as
pessoas que não têm preconceitos, ou que os deixam de lado, há os que
estão na impossibilidade de prover às suas necessidades em
consequência de doenças ou de outras causas independentes de sua
vontade?
Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de
fome.
Allan Kardec:
Com uma organização social sábia e previdente, não pode faltar ao
homem o necessário, senão por sua falta; mas mesmo suas faltas,
frequentemente, são o resultado do meio em que ele se encontra
colocado. Quando o homem praticar a lei de Deus, terá uma ordem social
fundada sobre a justiça e a solidariedade, e ele mesmo também será
melhor. (793).
Comentários:
Determinadas pessoas sem preconceito não têm condições de prover suas
próprias necessidades.
Nesse caso quem vai suprir a necessidade básica e as dificuldades daquela
pessoa? A sociedade, o próximo.
Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo ninguém deve morrer de
fome porque aquele que mais tem vai ajudar aquele que tem menos. Onde a
Lei de Deus vigora há fraternidade, há amor, há caridade, há união, há
benevolência e beneficência.
Se numa sociedade justa tivesse diante de nós uma situação como essa, nós
iríamos ajudar, amparar aquela pessoa que não tem meios de fazê-lo
individualmente.
Se a pessoa por moléstias ou outras causas que independam da sua vontade
não tem condições de suprir suas necessidades, precisando da ajuda de
outros, ela teria, sem problema nenhum.
Quando estivermos em mundos mais felizes não veremos as desigualdades
porque a humanidade está melhor.
O ser humano será uma criatura melhor e haverá mais amor, fraternidade e
menos desigualdade e menos necessidades
Capítulo XVI do Evangelho Segundo o Espiritismo, item 8, pág. 159
17
A igualdade que muitos entendem seja pregada pelo Cristianismo, não deve
ser entendida como a distribuição em partes iguais das riquezas entre todas
as almas que habitam este planeta. O socialismo visto no Evangelho é aquele
que distribui com justiça a todas as pessoas, que mostra seus direitos e junto
delas faz com que elas compreendam com respeito os seus deveres ante a
sociedade.
Poder-se-ia distribuir tudo em partes iguais para as criaturas, se todas elas
fossem do mesmo nível espiritual em todos os campos de entendimento, o
que é impossível. Não existe isso em nenhum mundo habitado. A distribuição,
neste caso, é de acordo com as necessidades de cada um.
Se Deus colocasse os Espíritos em um mundo do mesmo nível de evolução,
ninguém aprenderia com ninguém. A Inteligência Suprema permite as
desigualdades de todas as ordens para que uns sirvam de experiências para
outros.
Todo sistema político e econômico eventualmente entrará em colapso onde
há impulsos morais insuficientes para restringir o egoísmo humano e encorajar
a honestidade e as boas obras mesmo quando ninguém está vendo.
Apenas o respeito recíproco dos direitos e deveres, e a caridade mútua darão
o segredo do justo equilíbrio, do bem-estar honesto, da verdadeira paz e
prosperidade dos povos.
Ex: Allan Kardec, as instituições, a Casa do Caminho, as Cáritas diocesanas
931 – Por que, na sociedade, as classes sofredoras são mais numerosas
que as classes felizes?
Nenhuma é perfeitamente feliz, e, o que se crê a felicidade, esconde,
frequentemente, pungentes pesares: o sofrimento está por toda parte.
Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes, a que
chamas sofredoras, são mais numerosas, porque a Terra é um lugar de
expiação. Quando o homem nela tiver feito a morada do bem e dos bons
Espíritos, não será mais infeliz e será para ele o paraíso terrestre.
Comentários:
Essa questão se torna mais clara à medida que compreendemos a destinação
da Terra.
Sendo a Terra um mundo de provas e expiações ainda é morada de Espíritos
sofredores, Espíritos endividados com a lei, Espíritos doentes.
18
Pessoas que estão doentes precisam de tratamento, de remédio.
Sabemos que o remédio que necessitamos muitas vezes ainda é o sofrimento,
a dor, pois é o único remédio em que deixamos fazer efeito dentro de nós.
Quando o remédio é bom, é adocicado nós não nos importamos com ele, mas
quando o remédio é amargo, doloroso, aí choramos, nos angustiamos, motivo
pelo qual lutamos para ficar bem, para se libertar desse remédio amargo e
buscamos ficarmos bons do corpo e do Espírito.
Se ainda estamos nessa condição de Espíritos, mais animalizados, imperfeitos
vamos lidando com infelicidades, com dores, com expiação.
Precisamos atentar para a condição da Terra porque não será sempre assim.
Quando a Terra se tornar morada de Espíritos bons (estamos trabalhando para
isso), ela será mais feliz. A quantidade de pessoas sofredoras será bem
menor.
No mundo de Regeneração também será bem menor do que hoje
vivenciamos.
Quando a Terra se tornar um mundo feliz será bem melhor. A maioria da
humanidade vivenciará o que nós chamamos de “Paraíso Terrestre”, pois
seremos bem mais felizes.
A felicidade que hoje se faz presente em determinados momentos da nossa
existência será mais completa e mais perene, ainda não completamente.
No mundo em que habitas, as classes sofredoras são em maior número, por ser a Terra
mundo de expiação e provas, como retraíam os benfeitores da espiritualidade em "O
Evangelho Segundo o Espiritismo" (Cap. III). Os que dizem que alguns são felizes se
enganam na expressão e mesmo na realidade. Tornamos a dizer o que muitos instrutores
da espiritualidade já falaram: não existe felicidade completa na Terra. No entanto, ela é uma
realidade, porque alguns já a percebem e de vez em quando recebem ou concebem alguns
minutos deste tesouro, que é permanente nos mundos venturosos. Nenhuma classe no
mundo é feliz, na expressão da palavra. Alguns, aqui e ali, sentem a existência da felicidade
e procuram ir em busca da paz que o Cristo tem com abundância. Ele, o Mestre dos
mestres, indicou os caminhos para aquisição desse estado d'alma que, em grande parte, é
conquista da alma, no certame da vida.
Se a Terra fosse morada dos eleitos, como se costuma dizer, onde se encontra a felicidade,
não precisaria vir Jesus a ela, nem seria necessário surgir a Doutrina dos Espíritos. O
Mestre veio para os sofredores e sempre está ao lado deles, consolando e instruindo e, se
a Doutrina dos Espíritos é Jesus voltando, deve fazer a mesma coisa. (Miramez)
932 – Por que, no mundo, os maus, tão frequentemente, sobrepujam os
bons em influência?
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Pela fraqueza dos bons; os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são
tímidos. Quando estes o quiserem, dominarão.
Comentários:
A Espiritualidade nos mostra a força que os maus ainda exercem no que se
refere aos bons, principalmente, na sua forma de agir.
Se prestarmos atenção veremos que os maus são intrigantes, audaciosos,
lutam por seus objetivos, mesmo sendo objetivos não construtivos que
possam maltratar e prejudicar os outros.
Eles são perseverantes no mal porque eles são obstinados. Eles querem tanto
prejudicar e fazer o mal que se obstinam nesse objetivo e com isso a força
deles se amplia.
E assim, a influência que eles exercem também se dá pela forma de agir que
eles têm.
Por outro lado, os bons normalmente são tímidos, não agem da mesma forma.
Quando os bons realmente quiserem, eles vão preponderar pois estes têm
força, entendimento, evolução, mais maturidade. Portanto, a capacidade de
influenciar para o bem é muito maior considerando a evolução de cada um.
Nós nos sentimos mais influenciados, mais atraídos por aquilo que somos
ainda.
Se ainda somos essencialmente imperfeitos. Se não fôssemos, não
estaríamos aqui na Terra. Então é natural que as forças perniciosas tenham
mais eco dentro dos nossos corações porque nos sintonizamos e sentimos
atraídos por aquilo que somos.
Queremos ser Espíritos bons, sublimados e melhores, então vamos
batalhando na conquista do nosso objetivo.
Quando formos pessoas realmente de bem, não nos sentiremos nem atraídos
e muito menos influenciados pelo mal. Isso só acontece porque ainda há o mal
dentro do nosso coração. Nós viemos de muitas reencarnações nas sombras.
Estamos nos esforçando para fazer o bem crescer dentro de nós.
933 – Se o homem, frequentemente, é o artífice dos seus sofrimentos
materiais, não ocorre o mesmo com os sofrimentos morais?
Mais ainda, porque os sofrimentos materiais, algumas vezes, são
independentes da vontade; mas o orgulho ferido, a ambição frustrada, a
ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, em uma palavra,
são torturas da alma.
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A inveja e o ciúme! Felizes aqueles que não conhecem esses dois vermes
roedores! Com a inveja e o ciúme, não há calma nem repouso possível para
aquele que está atacado desse mal: os objetos de sua cobiça, de seu ódio, de
seu despeito, se levantam diante dele como fantasmas que não lhe dão
nenhuma trégua e o perseguem até no sono. Os invejosos e os ciumentos
estão num estado de febre contínua. Portanto, está aí uma situação desejável
e não compreendeis que, com suas paixões, o homem criou para si suplícios
voluntários, e a Terra torna-se para ele um verdadeiro inferno?
Allan Kardec:
Várias expressões pintam energicamente os efeitos de certas paixões;
diz-se: estar inchado de orgulho, morrer de inveja, secar de ciúme ou de
despeito, perder com isso a bebida e o alimento, etc. Esse quadro não é
senão muito verdadeiro. Algumas vezes mesmo o ciúme não tem
objetivo determinado. Há pessoas ciumentas por natureza, de tudo que
se eleva, de tudo que escapa à linha vulgar, nesse caso, mesmo que não
tenham nisso nenhum interesse direto, mas unicamente porque elas não
o podem alcançar. Tudo o que parece acima do horizonte as ofusca, e se
são a maioria na sociedade, elas querem tudo reconduzir ao seu nível. É
o ciúme somado à mediocridade.
Frequentemente, o homem não é infeliz senão pela importância que liga
às coisas deste mundo. É a vaidade, a ambição e a cobiça frustradas que
fazem sua infelicidade. Se ele se coloca acima do círculo estreito da vida
material, se eleva seus pensamentos até o infinito, que é a sua
destinação, as vicissitudes da Humanidade lhe parecem, então,
mesquinhas e pueris, como as tristezas de uma criança que se aflige com
a perda de um brinquedo que representava a sua felicidade suprema.
Aquele que não vê felicidade senão na satisfação do orgulho e dos
apetites grosseiros, é infeliz quando não os pode satisfazer, ao passo
que aquele que nada pede ao supérfluo é feliz com o que os outros olham
como calamidades.
Falamos do homem civilizado, porque o selvagem, tendo suas
necessidades mais limitadas, não tem os mesmos objetos de cobiça e de
angústias: sua maneira de ver as coisas é diferente. No estado de
civilização, o homem raciocina sua infelicidade e a analisa e, por isso, é
por ela mais afetado. Mas pode, também, raciocinar e analisar os meios
de consolação. Essa consolação, ele a possui no sentimento cristão que
lhe dá a esperança de um futuro melhor, e no Espiritismo que lhe dá a
certeza desse futuro.
Comentários:
21
Nós convivemos diariamente com a inveja, com o ciúme, com a cobiça, com o
orgulho.
A questão nos mostra claramente que o homem civilizado a partir do momento
que cria para si mais necessidade, se vê torturado por todos esses desejos
inferiores.
Nos vemos a todo momento frustrados porque não temos determinadas coisas
ambicionadas, com ciúme, inveja do nosso próximo porque tem e gostaríamos
também de ter, estar com alguém que gostaríamos de estar, ter uma condição
financeira que o outro tem, enfim, algo que gostaríamos de ter e não será
possível nessa existência.
Aqui na vida material precisamos lembrar que estamos junto às pessoas, no
meio, no lugar, na profissão que nós precisamos para crescermos e
evoluirmos. Não existe a situação de que somos deserdados da justiça divina,
que Deus não olha, não nos ajuda, que não trabalha em nosso benefício.
Na verdade, Deus é nosso Pai, trabalha em benefício de todos nós.
Nós é que temos que compreender que em cada reencarnação estamos em
uma condição necessária para o nosso crescimento.
Não podemos e não devemos viver almejando o que outro tem.
Podemos trabalhar, nos esforçar para crescer, mas não podemos deixar que
a inveja, o ciúme e todos esses sentimentos inferiores destruam a minha
vontade de viver, de crescer, de ser uma pessoa melhor, pois de outra forma,
a vida se torna uma tortura, perdendo a oportunidade sagrada da
reencarnação.
Os sofrimentos no mundo devastam os homens, trazendo-Ihes padecimentos de todas as
ordens que se possa imaginar, sofrimentos materiais e morais. De certa forma, não se pode
deter esses sofrimentos, por serem processos de despertamento espiritual, no entanto,
compreender que são eles da nossa culpa é bem melhor para que possamos nos esforçar
para nos livrarmos deles.
Estamos falando de dois apenas, que são o ciúme e a inveja. São realmente dois vermes
roedores da alma, senão do próprio corpo físico. Como combater essas duas enfermidades,
livrar-se delas? Qual o ser humano, e mesmo o espiritual, que não sentiu ou sente ciúme
ou inveja? Todos, embora haja os que já se livraram deles.
Os que ainda não sentiram essas duas doenças, talvez se encontrem na fila para sentir
suas torturas. Elas, por seu caráter inferior, trazem lições dolorosas para a alma na sua
sequência de vida. Como encarnados, e por vezes fora da carne, todos sentirão esse
estado negativo do Espírito, por não terem ainda conhecido a verdade. Somente os
Espíritos livres das paixões humanas são limpos dos resíduos de todas as inferioridades.
Certamente que devemos combater todos os tipos de inferioridade nos caminhos que
percorremos, para que no amanhã, possamos dizer: "conheci a verdade e ela me tornou
livre das peias da ignorância." (Miramez)
22
INVEJA
A inveja é um processo doloroso e perturbador a nível psicológico. As virtudes,
êxitos e felicidade dos outros são para o invejoso uma força que ameaça o seu
equilíbrio emocional, enfraquecendo terrivelmente o seu amor-próprio e a
confiança. Sente-se irredutivelmente inferiorizado perante a vida, recalcando
sucessivos fracassos e frustrações. Tal como uma criatura ferida, reage por
instinto, destilando o veneno da maledicência e do desprezo, que usa para
esconder a raiva que sente, a insegurança em que vive e a inferioridade que
o martiriza.
Invejar não é apenas desejar para si o que o outro tem ou é, a isso chamamos
cobiça. Além de cobiçar, quem inveja pretende sobretudo que o outro não
tenha ou não seja. A grande tragédia do invejoso é interiorizar que a sua
felicidade não depende de si próprio mas sim da infelicidade dos outros.
Apegos, medos e especialmente a insegurança pessoal, aliados ao egoísmo
são seus geradores.
CARACTERÍSTICAS MAIS COMUNS DA INVEJA:
a) Desejo manifestado dentro de nós de possuir algo que vemos em alguém
ou na propriedade de alguém;
- Quando a pessoa não sossega enquanto não consegue algo que
alguém tem, como um bom emprego, carro, cônjuge, etc.
b) Crítica a alguém que pouco faz e muito possui, comparando sua posição
com os sacrifícios que a vida nos apresenta;
- Quanto externamos críticas incessantes ou constantes alfinetadas;
- Quando não conseguimos ver nada para elogiar ou valorizar em outra
pessoa, mas só encontra dúvidas, equívocos ou encontra alguma razão para
duvidar da outra pessoa ou derrubá-la. “Estava bom, mas...”
c) Estados de depressão, causando tristeza, sofrimento, inconformação e
revolta com a própria sorte;
- Sentimento de ressentimento quando alguém está à frente.
d) Sentimento penetrante e corrosivo que emitimos quando assim olhamos
para outrem, nos deixando entregues a ódios infundados por deterem o que
ambicionamos.
- Pessoas que vivem praguejando os outros.
GERALMENTE INVEJAMOS:
• Um bom carro
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• Um corpo espetacular
• Uma casa maravilhosa
• Uma saúde de ferro
• Um cargo hierárquico
• Um bom marido, uma boa esposa
• O carisma de um amigo, etc.
A inveja pode se originar naquilo que pensamos que não temos e precisamos
obter para sermos felizes e em uma autoestima pobre e machucada que sente
que, se tivesse o que outro conseguiu, aí sim seria feliz.
Invejar é desejar o que o outro tem.
PESSOA INVEJOSA
• Vive de aparência;
• Gasta até o que não tem para manter um padrão de vida acima de suas
condições;
• Busca impressionar os outros com a imagem de pessoa bem-sucedida;
• Acaba pagando um preço muito alto por isso, tendo noites mal dormidas
e sendo torturada pela sombra de suas dívidas;
• Não olha a vida com otimismo;
• Não reconhece as oportunidades que lhe são apresentadas como
possibilidades de transformação.
Pode-se encontrar este tipo de pessoa em todas as áreas, por exemplo, na
religiosa, política, esportiva, profissional, entre outras. Quantas pessoas não
desejam que o casamento do amigo acabe? Ou então, comemoram quando o
colega perde o emprego?
A pessoa que tem inveja passa energia negativa para o invejado e também
para as pessoas que os cercam. Ele também é inseguro, supersensível,
desconfiado, além de se passar por superior, quando na verdade, se sente
inferior.
A vibração que o invejoso emite é de tão forte envolvimento negativo, que, ao
atingir alguém desprotegido e desprevenido, realmente pode provocar vários
males.
Portanto, cuidado com os nossos sentimentos de inveja que venhamos a emitir
para quem quer que seja, lembrando sempre que colheremos para nós
mesmos todo o mal que aos outros provocarmos. (Manual Prático do Espírita)
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Devemos manter a nossa sintonia no bem, controlando os pensamentos,
sentimentos, atitudes e comportamentos. Para isso precisamos ter
consciência; visando exercer o controle sobre nossos pensamentos, palavras
e ações. Só depende de nós.
- Uma pessoa que sente inveja pertinaz de alguém também é uma obsessora
- O melhor a fazer é não se deixar contaminar pelo receio.
- Não importa se alguém sente inveja de nós, o importante é que devemos
cuidar é de nós mesmos, de nossos sentimentos e atitudes; o que os outros
pensam ou sentem é problema deles.
Mas quando sentir que está sendo vítima de inveja, pergunte a si mesmo se
não é você que está descontente consigo mesmo e está procurando
subterfúgios para seus fracassos. Isso é mais comum do que se pensa…
Jesus nos deu um conselho simples e sucinto: “Orai e vigiai”.
A serpente e o vaga-lume
Conta a lenda que a serpente começou a perseguir um
vaga-lume. Este fugia rápido, com medo da feroz
predadora, mas a cobra nem pensava em desistir.
Fugiu um dia, e ela não desistia; dois dias e nada… No
terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume disse à cobra:
“Posso lhe fazer três perguntas”?
“Não costumo dar este precedente para ninguém, mas já
que vou devorá-lo, pode perguntar”, disse a serpente.
“Faço parte de sua cadeia alimentar”?
“Não”, respondeu a cobra.
“Fiz-lhe algum mal”?
“Não”, retrucou a serpente.
“Então, por que quer acabar comigo?”, perguntou o desesperado vaga-lume.
“Porque não suporto o seu brilho”.
Que beleza não poderia ser a vida sem a dimensão da inveja, que desde tenra idade
atormenta as pessoas, normalmente abastecida pelos adultos, porque precisam de que
alguém seja melhor do que o outro.
É muito difícil, mas muito difícil mesmo, não se tornar refém da inveja, que mina o espírito
do ser humano, abalando amizades e comprometendo, quando não destruindo, o espírito
de equipe.
A qualquer momento, uma cobra pode cruzar nosso caminho. Esteja sempre alerta, pois o
que não faltam são serpentes querendo nos atrapalhar. Mas, não tenha medo! Não fuja!
Brilhe sempre, com muita intensidade!
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CIÚME
O espiritismo é insistente em nos apontar o orgulho e o egoísmo como os
geradores de todos os defeitos humanos. O ciúme não escapa a essa regra.
Como sentimento egoísta, o ciúme procura roubar a liberdade do outro, tenta
obrigá-lo a seguir por um caminho delimitado ou simplesmente aprisioná-lo.
O ciúme é um exercício enlouquecido de poder, de dominação e de
aprisionamento do outro.
A pessoa ciumenta não sabe diferenciar imaginação e realidade, não sabe
distinguir fantasia e certeza. Qualquer dúvida em sua cabeça logo se
transforma em delírio.
A vítima do ciumento se sujeita a ter seus pertences revistados em busca de
vestígios que nem imagina do que seja.
O ciumento tem ciúme do passado do outro, dos seus relacionamentos
anteriores, e vive imaginando detalhes sobre fatos verdadeiros ou não.
O que o ciumento quer é o controle total e absoluto dos sentimentos, da
atenção e do comportamento em geral do outro. O outro passa por situações
vexatórias e bizarras, isso quando não impera a violência.
Quantos crimes passionais devem sua origem ao ciúme doentio?
Quantos casos de mulheres que se sujeitam à violência doméstica por
depender economicamente do parceiro?
Existe o ciumento movido pelo egoísmo, que não tem só ciúmes de pessoas,
mas de objetos também e de tudo que outras pessoas possam vir a ter
também.
E tem os ciumentos que só sentem isso por determinada pessoa, como se
fosse uma obsessão, onde pra esta pessoa só existe uma coisa importante
neste mundo, a pessoa que eles tanto amam.
Reflexões:
O ciúme refere-se simplesmente a casais? Ou pode ser estendido a
relacionamentos outros, tipo: de amizade, profissional, de
relacionamentos em geral?
R: O ciúme por ser proveniente do espírito, pode sim ser extensivo a demais
pessoas, não tendo como base apenas casais, mas sim duas ou mais pessoas
ligadas num mesmo passado próximo. Ex: mãe e filho.
O ciúme é realmente o tempero do Amor? Por que?
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R: Erradamente foi criada esta afirmação, talvez seja o tempero da discórdia,
das brigas, etc. Infelizmente as pessoas acham que quando demonstram
ciúmes a pessoa amada fica feliz e se sente assim mais importante pro outro.
É verdade que "Quanto mais amor, muito menos ciúme. Quanto mais
amor, é possível até não existir o ciúme."? Por que?
R: O amor quando é verdadeiro não há espaço para coisas pequenas como o
ciúme, porque ele como sentimento nobre, nos envolve de certa forma que
fica quase impossível vivê-los ao mesmo tempo. O ciúme é a falta ou o uso
incorreto do amor.
O ciúme pode ser uma obsessão? Por que?
R: O ciumento é um obsessor, onde há a falta de controle e certas atitudes
exclusivas para com determinadas pessoas. A obsessão pode estar por trás
de um ataque de ciúmes, mas é preciso muitas coisas acontecerem antes para
que um obsessor venha a nos incomodar e nos incentivar no ciúme. Lutar
contra o ciúme é o caminho para evitar este tipo de assédio.
CARACTERÍSTICAS DESTRUTIVAS DO CIUMENTO:
• Ciumento queixoso – Aquele que implora, falando ou em silencio o
amor que pensa não receber – usa da agressividade com pitadas de
covardia, pois se esmera em ofender de forma dissimulada. Sente-se
ofendido e frustrado e é capaz de interpretar um papel, com cena e tudo
para demonstrar sua insatisfação.
• Ciumento trombudo – Introvertido e desconfiado por natureza,
demonstra grande imaturidade afetiva, ficando de tromba quando o
companheiro não corresponde. Usa o silencio e a frieza para revidar
quando não é correspondido – faz greves intermináveis.
• Ciumento recriminante – com o dedo em riste este ciumento, meio
maníaco e paranoico, explica minuciosamente os motivos de sua
desconfiança. Sente-se prejudicado por não ser amado o suficiente.
Acusa e faz vexame em público, usando de agressividade. Não aceita
que o parceiro seja daquele jeito.
• Ciumento autopunitivo – é o ciumento que se sente infeliz por amar.
Inflige-se a própria tortura e desconfiança e se pune, afastando-se de
quem gosta. Dispõe-se a desaparecer se for preciso. Deixa de comer e
tenta o suicídio de maneira que não morra. Cria todas as facilidades para
que o outro o traia, para dizer: “a culpa é sua”, criando armadilhas para
o outro.
• Ciumento vingativo/destruidor – esta é da época de Moises – “olho
por olho, dente por dente “. Pensa: me traiu – me aguarde. Sente-se
abandonado e restitui o sofrimento que se julga vítima, compete com o
par e imagina represálias para punir a quem julga amar. A frase para
este ciumento: “aqui jaz o cadáver do amor”.
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Por que vamos, então, transformar nossa vida num verdadeiro inferno?
Procuremos serenamente indagar o porquê dos nossos ciúmes. Com que
sentido nos deixamos envolver por eles? Será por carência, ou por
insegurança? Por apego ou desespero?
Localizemos as causas do aparecimento desse fantasma que é o ciúme.
Fantasma criado pela nossa imaginação, que pode estar mal-informada ou até
deformada, e que precisa ser realimentada com a confiança, a fé, o otimismo,
a esperança, a alegria, a dedicação e o desprendimento, para sermos felizes
em profundidade, gerando felicidade e bem-estar em volta de nós.
COBIÇA
• É querer ter o que não tem.
• Desejo de possuir aquilo que o outro tem, sem que isso lhe cause tristeza
ou prejuízo.
• É se preocupar em ter alguma coisa, muitas vezes tendo o outro como
parâmetro.
• Pode ser legítimo, quando não se prejudica ninguém.
• Às vezes é o estímulo para buscar crescimento, melhoria da qualidade
de vida. É positivo, desde que haja equilíbrio e não cause a infelicidade
do outro.
INVEJA
• Não querer que o outro tenha.
• Só é feliz com a infelicidade do outro.
• O problema não é o que eu tenho, mas o outro.
• Se preocupar com alguém que tem alguma coisa.
• É um sentimento de descontentamento ou ressentimento com base no
que outra pessoa tem.
• É um forte desejo de ter as mesmas coisas que a outra pessoa possui.
• A coisa desejada pode ser uma qualidade, uma posse, como bens,
propriedade, emprego, salário ou um atributo que pertence a outra
pessoa, especialmente a seus inimigos.
A inveja é uma das causas mais poderosas da infelicidade e tem duas
vertentes:
• A inveja torna a pessoa infeliz.
• A pessoa invejosa deseja que a outra pessoa seja igualmente infeliz.
28
CIÚME
• É o sentimento de posse.
• Não querer perder, medo de perder algo que se tem ou que pelo menos
acha que tem.
• Medo de perder para uma terceira pessoa.
• Pode ser real ou imaginário.
É uma emoção de três partes: a pessoa A está preocupada com a perda da
pessoa (ou coisa) B por causa da pessoa (ou coisa) C.
O ciúme, assim como outros sentimentos como raiva, mágoa, inveja,
desencadeia uma série de doenças. Essas doenças podem se manifestar já
nesta encarnação ou acompanhar o Espírito imortal até uma próxima
oportunidade na matéria para expurgar essas energias negativas, esse lixo
mental e emocional.
É importante que o ciumento e sua(s) vítima(s) se conscientizem da
necessidade de ajuda. Pois, além da própria personalidade desajustada do
ciumento, há interferência de Espíritos obsessores nessas situações. Mas de
nada adianta tratamento desobsessivo ou ajuda profissional se não houver o
propósito firme de uma reforma íntima urgente. Só com a vontade real de se
ajudar, de colaborar consigo mesmo, pode ser efetivada uma melhoria
significativa. Isso vale para o ciumento, como também para as pessoas,
vitimadas pelo seu ciúme. Lembremos que ninguém é vítima por acaso. O
acaso não existe. Tudo o que nós colhemos é o que um dia nós plantamos…
https://www.chicoxavieramericana.com.br/ciumes-na-visao-espirita/
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30
TEXTOS COMPLEMENTARES
A Inveja
A inveja é a arma dos fracos. Matriz de inúmeros males, mentora de muitas
desordens, alicerce de incontáveis desventuras. Discreta, incomodamente,
tem sido deixada à margem pelos expositores das verdades evangélicas em
todas as crenças. Sutil como é, passa despercebida, embora maliciosa,
comparável a vapor deletério que intoxica todo aquele que lhe padece a
presença, espalhando miasma em derredor.
Hábil, consegue travestir-se de ciúme exacerbado, quando não o faz como
arrogância vingadora ou aparenta na condição de humildade, sempre
perniciosa, ou se disfarça como orgulho prepotente.
A inveja, além dos males psíquicos que produz, em razão dos pensamentos
negativos que dirige contra outrem, proporciona, simultaneamente, graves
prejuízos morais àquele que dela se empesta.
A inveja é capaz de caluniar, investindo contra uma vida com uma frase
dúbia, na qual consegue infamar o mais puro caráter. Soez, transmuda
palavras e infiltra doestos perniciosos; vê o que lhe apraz e realize conforme
lhe parece lucrar.
Consequentemente, o invejoso é um peso infeliz na comunidade humana,
porque débil moral; adapta-se, amolda-se, é venenoso na bajulação e terrível
na agressividade…
A arma do invejoso é o ódio desenfreado, mortífero. Na impossibilidade de
valorizar o trabalho que alguém faz, procura inspirar em muitos o despeito e
a mágoa, a raiva e a imponderação, e palavra ácida e a acusação mordaz, a
fim de realizar-me e afligir.
As lições da convivência, todavia, muito ensinam. Desprendimentos de uns,
simplicidade de outros, confiança de muitos e não obstante a deficiência que
há em cada um, sempre menor do que as minhas imensas mazelas da inveja,
é preciso aprender a respeitar, porquanto o invejoso não considera ninguém,
padecendo despeito de todos, a todos apedrejando, maldizendo…
O exercício é para querer estimar, conseguir amizade e plantar no coração o
que muitos chamam amor, mas que ao ególatra constitui um fardo pesado,
tenebroso, difícil de carregar.
Sim, o espírito invejoso odeia, persegue, porque, tendo ciúme da felicidade
alheia, corrói-se pela inveja da felicidade dos demais.
Os que apresentam recalques entre os homens, os que cultivam complexos
de inferioridade, no fundo são Espíritos invejosos, malévolos, insidiosos,
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infelizes, pois somente quem é desventurado se compraz na desventura
alheia…
Por isso o exercício é treinar a largueza da generosidade, a difusão da
gentileza, a ampliação dos horizontes imensos da caridade, porque as mãos
que esparzem rosas sempre ficam impregnadas de perfume… Como é ditoso
oferecer-se rosas, muito melhor seria tirar-lhes, também, os espinhos, como
os cardos do caminho por onde transitam incautos pés.
Nota do autor: adaptado do texto A INVEJA, constante do livro Depoimentos
Vivos, de Divaldo Pereira Franco, Ed. LEAL, com transcrições parciais.
A Inveja
A inveja é considerada um dos grandes males da sociedade, a psicologia a
considerada como um câncer da humanidade já que ela desestrutura os
campos: emocional e físico, e ainda, ela impede o desenvolvimento de outros
sentimentos que estão ligados a ordem superior.
Muitos historiadores definem a inveja como um sentimento inferior de desejo,
que é atribuída ao egocentrismo, soberba e cobiça. Pode-se encontrar este
tipo de pessoa em todas as áreas, por exemplo, na religiosa, política,
esportiva, profissional, entre outras. Quantas pessoas não desejam que o
casamento do amigo acabe? Ou então, comemoram quando o colega perde o
emprego?
A pessoa que tem inveja passa energia negativa para o invejado e também
para as pessoas que os cercam. Ele também é inseguro, supersensível,
desconfiado, além de se passar por superior, quando na verdade, se sente
inferior. Outra característica do invejoso é a questão da cópia, do desejo de
ter aquilo que o outro tem, por exemplo, um bom relacionamento, emprego.
Fontes: O Clarim | Espiritismo, Prece de Luz
O Ciúme
Você conhece alguma pessoa ciumenta? Não me refiro ao ciúme comum,
aquele que dizem que é o tempero do amor. Falo do ciúme doentio, que foge
dos limites do aceitável. O espírito imortal traz consigo, ao reencarnar, suas
características adquiridas no curso de muitas vidas. Essas características
desabrocham logo na infância na forma de tendências. Se a educação e o
acompanhamento familiar não souberem detectar e modificar essas
tendências desde cedo, essas características se desenvolverão livremente.
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O espírito imortal mantém um padrão comportamental que lhe acompanha a
bagagem milenar. Fruto da sua lenta e gradativa evolução. A sua maneira de
pensar e de sentir, o seu modo de ação e reação você traz de outras
existências. A formação da sua personalidade, na infância, apenas utilizou o
seu material espiritual.
O espiritismo é insistente em nos apontar o orgulho e o egoísmo como os
geradores de todos os defeitos humanos. O ciúme não escapa a essa regra.
Como sentimento egoísta, o ciúme procura roubar a liberdade do outro, tenta
obrigá-lo a seguir por um caminho delimitado ou simplesmente aprisioná-lo. O
ciúme é um exercício enlouquecido de poder, de dominação e de
aprisionamento do outro.
A pessoa ciumenta não sabe diferenciar imaginação e realidade, não sabe
distinguir fantasia e certeza. Qualquer dúvida em sua cabeça logo se
transforma em delírio. A vítima do ciumento se sujeita a ter seus pertences
revistados em busca de vestígios que nem imagina do que seja. O ciumento
tem ciúme do passado do outro, dos seus relacionamentos anteriores, e vive
imaginando detalhes sobre fatos verdadeiros ou não.
O que o ciumento quer é o controle total e absoluto dos sentimentos, da
atenção e do comportamento em geral do outro. O outro passa por situações
vexatórias e bizarras, isso quando não impera a violência. Quantos crimes
passionais devem sua origem ao ciúme doentio? Quantos casos de mulheres
que se sujeitam à violência doméstica por depender emocionalmente ou
economicamente do parceiro?
Ciúme não é amor. Pode estar relacionado a amor, mas a um amor que está
doente. É um sentimento profundamente egoísta que envolve um medo
insuportável de perder o parceiro para outra pessoa. Mesmo que essa pessoa
só exista na imaginação do ciumento. O ciumento é alguém com a autoestima
baixíssima, que não confia em si e nos seus sentimentos. Julga o outro pelos
seus pensamentos mórbidos.
O ciúme, assim como outros sentimentos como raiva, mágoa, inveja,
desencadeia uma série de doenças. Essas doenças podem se manifestar já
nesta encarnação ou acompanhar o espírito imortal até uma próxima
oportunidade na matéria para expurgar essas energias negativas, esse lixo
mental e emocional.
É importante que o ciumento e sua vítima se conscientizem da necessidade
de ajuda. Parece claro que, além da própria personalidade desajustada do
ciumento, há interferência de espíritos obsessores nessas situações. Mas de
nada adianta tratamento desobsessivo ou ajuda profissional se não houver o
propósito firme de uma reforma íntima urgente. Só com a vontade real de se
ajudar, de colaborar consigo mesmo, pode ser efetivada uma melhoria
significativa. Isso vale para o ciumento e também para o seu parceiro, que é
vitimado pelo seu ciúme. Nunca é demais lembrar que ninguém é vítima por
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acaso. O acaso não existe. Tudo o que nós colhemos é o que um dia nós
plantamos…
Amor fotografia por Yanalya – Freepik.com
O Ciúme
Você é ciumento? Você sente ciúmes de seus amigos, colegas de trabalho,
familiares? Qual a visão espírita do ciúme?
Antes de abordarmos a visão espírita do ciúme vamos relembrar que o amor
está relacionado à afinidade, a querer o próximo bem, etc.
Já o ciúme é possessão, é o chamado: “quero para mim, isto é meu”.
Ciúme não é amor. Ciúme é posse! É querer que o outro faça exatamente
aquilo que você deseja, é fazer o outro se isolar.
O ciumento nunca relaxa. Por exemplo, quando o outro não atende uma
ligação ou não responde uma mensagem, o ciumento já pensa que está sendo
traído, que a pessoa não quer lhe responder, etc. Portanto, o ciúme é sim um
inferno na Terra.
O ciúme é um excesso. Não de amor, mas sim, excesso de vaidade, de
orgulho, de egoísmo. O amor não carrega consigo nenhum sentimento ou
atitude que leva às más paixões.
Como o ciúme pode ser vencido?
A partir do momento, em que aprendermos a domar as nossas paixões. A
entendermos que o amor não é exclusivo.
“Você não ama uma única pessoa, você ama várias. E conforme desenvolve
o amor, vai amando mais e várias pessoas.
O amor é um só. A forma como a gente dirige hoje é diferente, porém, chegará
o momento em que não será. Vamos amar de forma igual, com a mesma
intensidade todo mundo.
Para finalizar, não podemos nos deixar levar por paixões desenfreadas que
prejudicam tanto a nós mesmos como os outros.
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1.2 – Perda de pessoas amadas
934 – A perda de pessoas que nos são queridas não constitui para nós
legítima causa de dor, tanto mais legítima quanto é irreparável e
independente de nossa vontade?
Essa causa de dor atinge tanto o rico quanto o pobre: é uma prova ou
expiação, e a lei comum. Mas é uma consolação poder comunicar-vos com
vossos amigos pelos meios que tendes, esperando que, para isso, tenhais
outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos.
Comentários:
A dor da perda dos nossos entes queridos é legítima.
Apesar de sabermos que é uma separação temporária, que eles continuam
vivos, que continuam com sua individualidade na erraticidade, ainda assim é
legítima essa dor.
É uma separação temporária no aspecto físico, pois sabemos que mesmo
estando desencarnados nós podemos manter contatos e muitas vezes
continuamos unidos pelo pensamento, pelas atitudes no bem, pelos trabalhos
que podemos realizar.
Temos a consolação em podermos nos comunicar com os nossos amigos
pelos meios que nos estão ao alcance:
 Pelo pensamento;
 Quando estamos em desdobramento, através do sono; vivemos
parcialmente a vida no plano espiritual e assim temos condições de
encontrar nossos amigos e familiares queridos, conversar, trocar
informações e trabalhar juntos;
 Através da mediunidade, que permite uma comunicação mais ostensiva
e mais direta. Porém, ainda não é uma atividade à disposição de todos
e a qualquer momento. Mas quando estivermos mais depurados e
evoluídos todos nós teremos essa condição. Todos nós seremos
médiuns ostensivos. Teremos condições e possibilidades de manter
esse intercâmbio natural e espontâneo com o plano espiritual.
Esse entendimento facilita muito a nossa vida aqui na Terra.
LIVRO QUARTO: Esperanças e Consolações
Capítulo I: Penas e gozos Terrestres
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935 – Que pensar da opinião das pessoas que olham as comunicações
de além-túmulo como uma profanação?
Não pode haver nisso profanação quando há recolhimento, e quando a
evocação é feita com respeito e decoro. O que o prova, é que os Espíritos que
se vos afeiçoam vêm com prazer e são felizes com vossa lembrança e por
conversarem convosco. Haveria profanação em fazê-lo com leviandade.
Allan Kardec:
A possibilidade de entrar em comunicação com os Espíritos é uma bem
doce consolação, visto que ela nos proporciona o meio de conversar
com nossos parentes e nossos amigos que deixaram a Terra antes de
nós. Pela evocação, os aproximamos de nós, eles estão ao nosso lado,
nos ouvem e nos respondem; não há, por assim dizer, mais separação
entre eles e nós. Eles nos ajudam com seus conselhos, nos
testemunham sua afeição e o contentamento que experimentam com
nossa lembrança. É para nós uma satisfação sabê-los felizes, aprender
por eles mesmos os detalhes de sua nova existência e adquirir a certeza
de, por nossa vez, a eles nos reunir.
Comentários:
Profanação: desrespeito ou violação do que é santo, sagrado; atitude irreverente contra
pessoa ou coisa que merece respeito; afronta, insulto, irreverência
A comunicação com o plano espiritual é algo natural, importante e sempre
ocorreu, com maior incidência no futuro.
Não há profanação na comunicação com além-túmulo.
A doutrina espírita vem exatamente nos mostrar isso.
A proibição efetuada por Moisés foi porque as pessoas se comunicavam com
o plano espiritual de forma negativa, com fins comerciais, de curiosidade, de
satisfação dos seus interesses mesquinhos. Não havia um objetivo nobre, um
fim útil. As pessoas não buscavam a comunicação com os Espíritos para
amparo, para auxílio, para saber como estavam seus familiares
desencarnados. Estavam sempre movidos pelo interesse pessoal e egoísta.
Nesse caso, de forma leviana, há profanação.
A doutrina espírita nos deixa esse entendimento muito claro. Ela condena
justamente o que Moisés proibiu.
A comunicação com o plano espiritual tem que ser sempre com fins nobres,
com fins positivos para auxiliar, para amparar tanto encarnados quanto
desencarnados.
Tudo está na intenção. Deus avalia muito mais a intenção do que os fatos.
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936 – Como a dores inconsoláveis dos sobreviventes afetam os Espíritos
a que se dirigem?
O Espírito é sensível à lembrança e aos lamentos daqueles que amou, mas
uma dor incessante e irracional o afeta penosamente, porque ele vê nessa dor
excessiva uma falta de fé no futuro e de confiança em Deus e, por conseguinte,
um obstáculo ao progresso e, talvez, ao reencontro.
Allan Kardec:
O Espírito, estando mais feliz que sobre a Terra, lamentar-lhe a vida é
lamentar que ele seja feliz. Dois amigos são prisioneiros e encerrados no
mesmo cárcere; ambos devem ter um dia sua liberdade, mas um deles a
obtém antes do outro. Seria caridoso, àquele que fica, estar descontente
de que seu amigo seja libertado antes dele? Não haveria mais egoísmo
que afeição de sua parte, em querer que partilhasse seu cativeiro e seus
sofrimentos tanto tempo quanto ele? Ocorre o mesmo com dois seres
que se amam sobre a Terra: aquele que parte primeiro, está livre primeiro,
e devemos felicitá-lo por isso, esperando com paciência o momento em
que o estaremos por nossa vez.
Faremos, sobre esse assunto, uma outra comparação. Tendes um amigo
que, perto de vós, está numa situação muito penosa; sua saúde ou seu
interesse exige que ele vá para um outro país, onde estará melhor sob
todos os aspectos. Ele não estará mais perto de vós, momentaneamente,
mas estareis sempre em correspondência com ele: a separação não será
senão material. Estaríeis descontentes com seu afastamento, visto que
é para seu bem?
A Doutrina Espírita, pelas provas patentes que dá da vida futura, da
presença em torno de nós, daqueles que amamos, da continuidade da
sua afeição e da sua solicitude, pelas relações que nos faculta manter
com eles, nos oferece uma suprema consolação numa das causas mais
legítimas de dor. Com o Espiritismo, não há mais solidão, mais
abandono, porquanto o homem mais isolado, tem sempre amigos perto
de si, com os quais pode conversar.
Suportamos impacientemente as tribulações da vida e elas nos parecem
tão intoleráveis que não compreendemos que as possamos suportar.
Todavia, se as suportarmos com coragem, se houvermos imposto
silêncio às nossas murmurações, nós nos felicitaremos quando
estivermos fora dessa prisão terrestre, como o paciente que sofre se
felicita, quando está curado, de se ter resignado a um tratamento
doloroso.
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Comentários:
Quando conhecemos a doutrina espírita a nossa visão de mundo se modifica.
Embora sintamos a saudade e a dor dessa separação temporária nossos
corações ficam mais serenos, pois sabemos que os laços de amor continuam
e nós iremos voltar a ver os nossos familiares queridos.
Uma dor incessante, desarrazoada toca o Espírito desencarnado de forma
penosa, pois representa falta de fé no futuro e confiança em Deus, além de
ser um obstáculo ao adiantamento dos que choram. Dificulta o nosso
adiantamento aqui na Terra porque ficamos nesse estado de desequilíbrio, de
resignação. Isso é um obstáculo para o nosso adiantamento e muitas vezes
dificulta o nosso encontro com os nossos entes amados que partiram primeiro.
Quanto mais aceitação e entendimento, mais rapidamente estaremos juntos,
por exemplo, através de uma reunião mediúnica, de uma mensagem
mediúnica, pelo desdobramento através do sono.
Se queremos ter contato com os nossos entes amados, seja através dos
sonhos, seja através de mensagens mediúnicas precisamos merecer, fazer a
nossa parte.
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1.3 – Decepção. Ingratidão. Afeições destruídas.
937 – As decepções que nos fazem experimentar a ingratidão e a
fragilidade dos laços da amizade, não são também para o homem de
coração uma fonte de amargura?
Sim, mas já vos ensinamos a lastimar os ingratos e os amigos infiéis: eles
serão mais infelizes que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta
encontrará mais tarde corações insensíveis, como ele próprio o foi. Pensai em
todos aqueles que fizeram mais bem do que vós, que valeram mais que vós,
e que foram pagos pela ingratidão. Pensai que o próprio Jesus, em sua vida,
foi zombado e desprezado, tratado de velhaco e impostor, e não vos espanteis
que assim seja em relação a vós. Que o bem que houverdes feito seja a vossa
recompensa nesse mundo, e não olheis o que dizem sobre ele os que o
receberam. A ingratidão é uma prova para a vossa persistência em fazer o
bem; ser-vos-á levada em conta e aqueles que vos desconheceram serão
punidos por isso, tanto mais quanto maior houver sido a sua ingratidão.
Comentários:
Nós devemos fazer o bem, ajudar, amparar pela alegria de contribuir, de aliviar
a dor do próximo, mas sem esperar retribuição, pois só Deus sabe o que se
passa no íntimo do nosso coração e basta a Ele saber o bem que nós fazemos.
Não precisamos fazer o bem esperando uma gratidão, um reconhecimento
daqueles que são ajudados, pois quando nós almejamos essa gratidão é
porque ainda desponta o nosso egoísmo querendo esse reconhecimento,
havendo um pouco desse sentimento negativo que precisamos trabalhar.
Nosso maior exemplo, Jesus.
Ele esteve aqui, fez o bem indistintamente e não procurava gratidão,
reconhecimento. Mesmo na cruz, injuriado, menosprezado, não se revoltou,
não se sentiu em amarguras. Pediu perdão a Deus por nós em função do amor
que Ele tem por nós. Seu amor pela humanidade é tão grande que naquele
momento supremo de dor, de ingratidão de toda a humanidade Ele pediu ao
Pai perdão por nós. Em nenhum momento Ele se ofendeu ou se sentiu
magoado pela nossa conduta porque Ele conhecia a nossa imperfeição, a
nossa condição espiritual ainda muito distantes do objetivo maior da vida que
é a conquista do amor.
Portanto, assim como Jesus agiu conosco e ainda age, nós também devemos
agir com o próximo.
Aqueles que nos tratam com ingratidão, que não sabem reconhecer as
benesses recebidas, possamos lembrar que ainda estão a caminho das
LIVRO QUARTO: Esperanças e Consolações
Capítulo I: Penas e gozos Terrestres
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verdades, do conhecimento e que no momento certo vão amadurecer e vão
lidar de outra maneira com os auxílios recebidos.
A nós cabe continuar fazendo o bem, pois Deus tudo vê e cabe a Ele fazer a
justiça para com aquele que foi grato, como para aquele que foi ingrato
Assim mesmo
Madre Teresa de Calcutá
“Muitas vezes as pessoas
são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil,
as pessoas podem acusá-lo de interesseiro.
Seja gentil assim mesmo.
Se você é um vencedor,
terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco,
as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto e franco assim mesmo.
O que você levou anos para construir,
alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz,
as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.
O bem que você faz hoje,
pode ser esquecido amanhã.
Faça o bem assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você,
mas isso pode não ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja você que, no final das contas,
é tudo entre você e Deus.
Nunca foi entre você e os outros.”
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938 – As decepções causadas pela ingratidão não são feitas para
endurecer o coração e fechá-lo à sensibilidade?
Isso seria um erro, porque o homem de coração, como dizes, está sempre feliz
pelo bem que faz. Ele sabe que se o não lembrarem nesta vida, o farão em
outra, e que o ingrato disso terá vergonha e remorsos.
938.a) Esse pensamento não impede seu coração de ser ulcerado; ora,
isso não poderia originar-lhe a ideia de que seria mais feliz se fosse
menos sensível?
Sim, se prefere a felicidade do egoísta; é uma triste felicidade esta. Que ele
saiba, portanto, que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de
sua amizade e que se enganou sobre eles; desde então, não deve lamentar a
sua perda. Mais tarde, encontrará os que saberão melhor compreendê-lo.
Lamentai aqueles que têm para vós maus procedimentos que não merecestes,
porque haverá para eles um triste retorno; mas não vos aflijais com isso: é o
meio de vos colocardes acima deles.
Allan Kardec:
A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um
dos maiores prazeres que lhe seja concedido sobre a Terra é o de
reencontrar corações que simpatizam com o seu, o que lhe dá as
premissas de uma felicidade que lhe está reservada no mundo dos
Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência: é um prazer
negado ao egoísta.
Comentários:
Quando a pessoa resolve fechar o seu coração, fechar a sensibilidade em
decorrência das ingratidões recebidas acaba sendo uma atitude egoísta.
Essa é uma situação em que nos propomos a fazer o bem se recebermos algo
em troca como a gratidão ou o reconhecimento. Caso não recebamos, ao
invés de continuarmos fazendo o bem e ficarmos felizes pelo bem que fizemos,
acabamos nos tornando menos sensíveis e com isso mais egoístas. Isso é
uma felicidade do egoísta, uma felicidade triste.
Só somos felizes quando abrimos o nosso coração, quando amamos
verdadeiramente, quando fazemos o bem pela alegria, pela satisfação de
ajudar e de ser útil, mesmo que o outro não expresse esse reconhecimento.
Se esses possíveis amigos, realmente fossem amigos, não iriam nos
abandonar, não iriam deixar de ser gratos por aquilo que receberam. Se não
foram gratos é porque não eram nossos verdadeiros amigos, portanto, não há
motivos para lamentar por tê-los perdidos.
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O mais importante é sermos bons, é fazermos o bem.
Jesus ajudou, amou, fez tanto bem e recebeu atitudes completamente
diferentes daquelas que para conosco Ele agiu. Nós o colocamos na cruz e
tiramos sua vida física. Ele nos perdoou, não se sentiu ofendido. Em nenhum
momento Ele deixou que sua felicidade fosse abalada pela nossa conduta,
pois Ele conhecia nossa condição de Espíritos ainda imperfeitos.
A pessoa verdadeiramente boa sempre vai agir de forma positiva. Não vai
fechar seu coração, a sensibilidade e o amor porque o outro não soube
reconhecer o bem que recebeu, mas pelo contrário, continuará distribuindo o
bem para que o amor possa um dia reinar na Terra e assim não haverá mais
o orgulho, o egoísmo e a ingratidão, apenas o sentimento de alegria, de
respeito e de união entre as criaturas.
Não fique triste!
Procure o conforto que o céu dá a todos aqueles que se conformam e
aceitam as dores com resignação.
Se aquela criatura que você ama acima de tudo, mais do que a você mesmo,
foi ingrata com você, não fique triste: peça que o Pai a ajude e que ela se
torne cada vez mais feliz…
Entregue ao Pai Todo-Compreensivo aqueles a quem você ama, e ame-os
você também.
(Minutos de Sabedoria – 215 ou 219)
ESE – XIII, 19 e XIV, 09 – pág 140-141 e 146-148.
42
1.4 – Uniões antipáticas
939 – Visto que os Espíritos simpáticos são levados a unir-se, como se
dá que, entre os Espíritos encarnados, a afeição não esteja,
frequentemente, senão de um lado, e que o amor mais sincero seja
recebido com indiferença e mesmo repulsa? Como, de outra parte, a
afeição mais viva de dois seres pode mudar em antipatia e, algumas
vezes, em ódio?
Não compreendeis, pois, que é uma punição, mas que não é senão
passageira. Aliás, quantos não há que creem amar perdidamente, porque não
julgam senão sobre as aparências, e quando são obrigados a viver com as
pessoas, não tardam a reconhecer que isso não é senão uma admiração
material. Não basta estar enamorado de uma pessoa que vos agrada e a quem
creiais de belas qualidades; é vivendo realmente com ela que podereis
apreciá-la. Quantas também não há dessas uniões que, no início, parecem
não dever jamais ser simpáticas, e quando um e outro se conhecem bem e se
estudam bem, acabam por se amar com um amor terno e durável, porque
repousa sobre a estima! É preciso não esquecer que é o Espírito que ama e
não o corpo, e, quando a ilusão material se dissipa, o Espírito vê a realidade.
Há duas espécies de afeições: a do corpo e a da alma e, frequentemente, se
toma uma pela outra. A afeição da alma, quando pura e simpática, é durável;
a do corpo é perecível. Eis porque, frequentemente, aqueles que creem se
amar, com um amor eterno, se odeiam quando a ilusão termina.
Comentários:
Aqui compreendemos o porquê de muitas uniões aqui na Terra parecerem
muito simpáticas no início, mas no decorrer da convivência surgem as
dificuldades de relacionamento e muitas uniões findam havendo traços de
mágoa, de ódio e de desafeto entre aquelas pessoas que antes pareciam se
amar.
A Espiritualidade nos esclarece que há dois tipos de afeição, a do corpo e a
da alma.
É importante observarmos o que de fato une as criaturas.
- Estão juntos porque havia algo em comum.
- Semelhante atrai semelhante. Não são os opostos, mas os iguais que se
atraem.
Será que naquela união há afeição verdadeira ou apenas encantamento
material?
LIVRO QUARTO: Esperanças e Consolações
Capítulo I: Penas e gozos Terrestres
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Será uma união decorrente da matéria, do nosso apego, da nossa mente, do
nosso coração ainda imperfeito que fazem com que nos aproximemos de
determinadas pessoas, por carência e por tantos outros sentimentos que não
a afeição real.
Quando a afeição é essa do corpo que é movida pelo mundo material, pelos
interesses materiais, não perdura.
Quando o encanto acaba, não sobra mais nada, pois não havia a essência.
Por outro lado, as afeições da alma, onde há pura e sincera simpatia, são
duradouras e não finalizam, nem com a morte e nem com o desenvolvimento
das uniões aqui no mundo material.
Juntos ou separados deve haver respeito.
No livro Estudando a Mediunidade, Martins Peralva destaca diferenças
espirituais relevantes e classifica o casamento em cinco tipos: acidentais,
provacionais, sacrificiais, afins (afinidade superior) e transcendentes.
Vejamos cada um deles:
Casamentos Acidentais – São aqueles decorrentes de um encontro de almas
com pouca evolução, “almas inferiorizadas”, atraídas momentaneamente e
sem identificação de ascendência espiritual. Podemos identificar este tipo de
casamento entre pessoas que se encontram, mas não apresentam
comprometimento espiritual anterior, não sendo tal união programada pela
espiritualidade para acontecer na vida atual, decorrendo de imprevisto e
eventualidade.
Atualmente, este casamento ainda é muito comum. Podem até dar certo, pois
é possível os cônjuges se adaptarem um ao outro, consolidando a união no
tempo.
Alguns dos fatores a ocasionar a ocorrência deste tipo de casamento são: a
atração momentânea, onde predomina a sensualidade; os interesses pessoais
e/ou financeiros, muito conhecido em todas as épocas da humanidade; fuga
do lar, em decorrência de dificuldades domésticas; união imposta, como as
decorrentes de gravidez fortuita, por exemplo; vaidade, com uma necessidade
de casar para se sentir bem, para mostrar à sociedade; luxúria e todos os
instintos inferiores ainda presentes na humanidade terrena.
Casamentos Provacionais – Há um reencontro de Espíritos para
reajustamento, condição indispensável à evolução de ambos.
Por haverem contraído débitos cármicos mútuos, a Providência Divina utiliza-
se da união conjugal para o necessário ressarcimento.
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São os mais frequentes em um mundo considerado de expiações e de provas,
como a Terra, razão pela qual não raro verificam-se dificuldades de
relacionamento entre os cônjuges, desarmonia, desconfiança e tantos outros
conflitos morais, podendo mesmo, se não devidamente trabalhados, causar
tragédias familiares.
Este casamento decorre da misericórdia divina, a oportunizar o cumprimento
da lei de causa e de efeito por meio de um convívio diário com aqueles
corações compromissados, contribuindo para aflorar o perdão, o amor sincero,
verdadeiro e fraternal nas lutas comuns da vida.
Para a conquista dos objetivos almejados estes casamentos são planejados
na espiritualidade, constam do plano reencarnatório. A espiritualidade superior
trabalha para que os Espíritos possam se encontrar e se apaixonar, sendo
“magnetizados e hipnotizados”, pode-se assim dizer, permitindo encantarem-
se um pelo outro, sem a interferência e a lembrança das antipatias do passado.
Sem a caridosa contribuição do plano superior, o antagonismo do pretérito,
mesmo que de modo intuitivo, far-se-ia presente, não permitindo a atração
entre os Espíritos e o casamento provacional. A Espiritualidade, portanto, une
estes corações para modificarem, pelo convívio diário, a animosidade do
passado em laços de fraternidade e de amor.
Posteriormente ao casamento, o encantamento inicial vai se fragilizando ante
as lembranças inconscientes do passado, as quais começam a aflorar e a
desarmonizar o lar, dando início às dificuldades de relacionamento, tornando-
se necessária a vivência do Evangelho, a boa vontade, a tolerância e a
resignação para que a união prospere. Lembremos que quando as afinidades
do sentimento não estão presentes, o casamento na Terra é tão somente um
serviço redentor. O Espiritismo, pelo esclarecimento trazido, auxilia
sobremaneira as uniões de caráter provacional, permitindo aos indivíduos
encontrarem força espiritual para continuarem caminhando para o bem e para
o regaste de suas faltas.
Casamentos Sacrificiais – Quando o Pai consente num “reencontro de alma
iluminada com alma inferiorizada”, com o objetivo de redimir aquela que se
equivocou durante a caminhada, havendo assim a aproximação de almas
espiritualmente opostas, uma mais esclarecida voluntariando-se para auxiliar
a retardatária na ascensão espiritual, sendo por isso mesmo um sacrifício.
Quando se ama não se consegue ser feliz se na retaguarda, em condição de
sofrimento e dor, está o destinatário de nossa afeição.
Nesta situação, a alma iluminada retorna com aquele coração amado para
através do amor, do exemplo, da renúncia e da resignação, estimular-lhe a
caminhada para Deus. Uma alma já se encontra iluminada pelas lutas
redentoras, mas a outra ainda precisa da luz para deixar as trevas, sendo o
evangelho o caminho a nos conduzir durante esta jornada evolutiva, sendo
estimulante da harmonia e do amor fraternal.
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Um exemplo desta categoria é o de Lívia com o senador Publio Lêntulus,
transcrito no livro Há Dois Mil Anos. O senador, embora evoluído
intelectualmente, era moralmente inferior à Lívia, devido ao seu orgulho.
Casamentos Afins – São aquelas uniões decorrentes da lei da afinidade,
quando Espíritos amigos reencontram-se para a consolidação de afetos.
Verifica-se, aqui, a reunião de almas mais esclarecidas espiritualmente e que
se afinam no amor, na amizade e na comunhão com as leis divinas, permitindo
o casamento a consolidação dos laços de afeição. Na Terra, pela condição
ainda muito imperfeita de seus habitantes, o número de casamentos afins é
bem mais reduzido, mas não deixa de existir.
Casamentos Transcendentes – bem mais raros se comparados com os
afins, decorrem de “almas engrandecidas no bem e que se buscam para
realizações imortais”. Podemos afirmar dar-se o reencontro desses Espíritos,
no plano material, objetivando realizações em prol da humanidade, com uma
finalidade superior, muito além dos nossos interesses pessoais e egoístas.
Esses Espíritos, pela evolução já alcançada, buscam e trabalham pelo bem,
trazem uma felicidade muito acima das paixões e vulgaridades terrena,
decorrendo de amor puro e verdadeiro.
Um exemplo de casamento transcendente é o do próprio Allan Kardec com
Amélie-Gabrielle Boudet, que embora seu nome não seja citado na
Codificação, sua participação e apoio na vida de Kardec foram fundamentais
para o cumprimento de sua missão.
Durante a nossa caminhada evolutiva natural será passarmos todos, em
algum momento, pelos diversos tipos de casamento. Normalmente, fica-se
bom tempo vivenciando os primeiros até haver merecimentos para se
desfrutar, no plano material, de união construída com base na afinidade
superior ou no amor transcendental. Nos casamentos transcendentais e afins,
por serem estáveis e baseados no amor, não há divórcio ou mesmo relações
extraconjugais, assim como por parte da alma iluminada da união sacrificial.
Por fim, significa o casamento oportunidade sublime de reajuste e, em menor
incidência, consolidação de laços de afinidade e de amor.
https://www.conhecendooespiritismo.com.br/post/quais-os-tipo-de-casamento
Muitas das uniões nessa vida aparentemente parecem ser uniões por
afinidade, mas na verdade são essencialmente provacionais.
46
Há que se colocar em prática todos os dias o perdão, a tolerância, a
compreensão, o respeito, o amor.
Família – É a mais importante instituição, onde são gerados todos os climas
de fraternidade, de educação, do verdadeiro amor. Garantia dos alicerces da
civilização.
940 – A falta de simpatia entre os seres destinados a viver juntos, não é
igualmente uma fonte de desgostos tanto mais amarga quanto envenena
toda a existência?
Muito amargas, com efeito. Mas é uma dessas infelicidades das quais,
frequentemente, sois a primeira causa. Primeiro, são vossas leis que são
erradas. Por que crês que Deus te constrange a ficar com aqueles que te
descontentam? Aliás, nessas uniões, frequentemente, procurais mais a
satisfação do vosso orgulho e da vossa ambição do que a felicidade de uma
afeição mútua; suportareis, nesse caso, a consequência dos vossos
preconceitos.
940.a) Mas, nesse caso, não há quase sempre uma vítima inocente?
Sim, e é para ela uma dura expiação; mas a responsabilidade de sua
infelicidade recairá sobre aqueles que lhe foram a causa. Se a luz da verdade
penetrou sua alma, ela terá sua consolação em sua fé no futuro. De resto, à
medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas de suas
infelicidades íntimas desaparecerão também.
Comentários:
As leis dos homens, de alguma forma, impediam ou determinavam que as
pessoas não poderiam se divorciar, em função de uma união em que não havia
mais desejo de ambas as partes de continuarem, de uma simpatia, de um
sentimento recíproco que fizesse com que aquelas pessoas ali desejassem
permanecer.
Em função das leis que existiam no mundo (e ainda existem em alguns países)
as pessoas precisavam permanecer unidas mesmo nessas condições. Isso
era fonte de dissabores, de insatisfação e infelicidade. Dissabores tanto mais
amargos, quanto houvesse falta de simpatia entre os seres destinados a viver.
Nesses casos, as uniões são bem mais difíceis e conflituosas.
O divórcio não é contrário às leis divinas. Lei 6.515, de 26/12/1977.
ESE – Capítulo XXII: Não separeis o que Deus juntou – pág. 204 a 206.
47
A doutrina Espírita não está incentivando que as uniões sejam desfeitas e que
cada um continue seguindo o seu caminho.
Muitas uniões são provacionais, onde ainda não há uma simpatia real e
verdadeira, mas os Espíritos vêm com aquele compromisso, com aquele
desejo de juntos trabalharem as suas dificuldades e evoluírem.
A doutrina nos esclarece que se aquela união não está mais trazendo as
alegrias, não está mais proporcionando o crescimento espiritual que aquelas
pessoas necessitam é melhor que cada um siga o seu caminho com respeito
um pelo outro e que possam ser felizes.
Todos nós viemos para cá com o mesmo objetivo: vivenciar o amor e
transformar laços de ódio, de mágoa, de desunião, de desafeto em laços de
fraternidade, respeito e amor. Nós podemos alcançar esse objetivo estando
em determinada união ou estando separados, como amigos.
Quantas uniões são desfeitas e se mantém o respeito, a amizade entre
aqueles que um dia estiveram juntos. O fato de não estarem mais juntos não
significa que eles não cumpriram o seu objetivo reencarnatório, pois estão
saindo dessa existência como irmãos fraternos.
Igualmente, há relações que permanecem juntos, mas com sentimentos de
ódio entre os parceiros, estando junto na matéria, mas não em Espírito, não
cumprindo o objetivo.
As uniões precisam estarem pautadas no respeito e no sentimento de
fraternidade que deve unir todas as criaturas
48
1.5 – Medo da morte
941 – O medo da morte é para muitas pessoas uma causa de
perplexidade; de onde vem esse temor, visto que elas têm diante de si o
futuro?
É errado que tenham esse temor. Todavia, que queres tu! procuram persuadi-
las em sua juventude de que há um inferno e um paraíso, mas que é mais
certo que elas irão para o inferno porque lhe dizem que, o que está na
Natureza, é um pecado mortal para a alma. Então, quando se tornam grandes,
se têm um pouco de julgamento, não podem admitir isso, e se tornam ateias
ou materialistas. É assim que as conduzem a crer que, fora da vida presente,
não há mais nada. Quanto às que persistiram em suas crenças da infância,
elas temem esse fogo eterno que as deve queimar, sem as destruir.
A morte não inspira ao justo nenhum medo, porque com a fé ele tem a certeza
do futuro; a esperança o faz esperar uma vida melhor, e a caridade, da qual
praticou a lei, dá-lhe a certeza de que não reencontrará, no mundo em que vai
entrar, nenhum ser do qual deva temer o olhar. (730).
Allan Kardec:
O homem carnal, mais ligado à vida corporal que à vida espiritual, tem,
sobre a Terra, penas e gozos materiais; sua felicidade está na satisfação
fugidia de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada
e afetada pelas vicissitudes da vida, permanece numa ansiedade e numa
tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do seu futuro, e
acredita que deixa sobre a Terra todas as suas afeições e todas as suas
esperanças.
O homem moral, que se eleva acima das necessidades fictícias criadas
pelas paixões, tem, desde este mundo, prazeres desconhecidos ao
homem material. A moderação dos seus desejos dá ao seu Espírito a
calma e a serenidade. Feliz pelo bem que fez, não há para ele decepções,
e as contrariedades deslizam sobre sua alma sem deixar aí impressão
dolorosa.
Comentários:
Esse temor da morte decorre de várias fontes:
 A educação que se tem quando criança quando os pais repassam a ideia
de um paraíso e de um inferno ou fogo eterno, quando na verdade
existem as regiões umbralinas para a permanência transitória do Espírito
equivocado ou devedor.
LIVRO QUARTO: Esperanças e Consolações
Capítulo I: Penas e gozos Terrestres
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  • 1. 1 Livro Quarto: Esperanças e Consolações Capítulo I: Penas e Gozos Terrestres 1.1 – Felicidade e infelicidade relativas 1.2 – Perda de pessoas amadas 1.3 – Decepções. – Afeições destruídas 1.4 – Uniões antipáticas 1.5 – Medo da morte 1.6 – Desgosto da vida. – Suicídio Referências Slides: https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/411-felicidade-e-infelicidade- relativaspptx https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/412-perda-de-pessoas- amadaspptx https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/413-suicdiopptx
  • 2. 2 INTRODUÇÃO O Livro dos Espíritos é o primeiro livro da Codificação Espírita publicado por Hippolyte Léon Denizard Rivail, com o pseudônimo de Allan Kardec. A obra veio a público em 18 de abril de 1857, em Paris, na forma de perguntas e respostas, originalmente compreendendo 501 itens. Foi fruto dos estudos de Kardec sobre os fenômenos das mesas girantes, difundidos por toda a Europa em meados do século XIX, e que, segundo muitos pesquisadores da época, possuíam origem mediúnica. As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente as jovens Caroline e Julie Boudin, às quais mais tarde se juntou Celine Japhet e Ermmance Defaux, no processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido à comparação com as comunicações obtidas por outros médiuns franceses, num total de "mais de dez", nas palavras de Kardec, cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação do texto. A segunda edição francesa foi lançada em 18 de março de 1860, tendo o Livro dos Espíritos, naquela reimpressão, sido revisto quase "como trabalho novo, embora os princípios não hajam sofrido nenhuma alteração. Para esta revisão, Kardec manteve contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas. Nesta segunda edição é que aparecem 1018 perguntas e respostas. O Livro dos Espíritos é a obra fundadora da Doutrina Espírita ou Espiritismo. Ele trata dos aspectos científico, filosófico e religioso da doutrina, lançando as bases que seriam posteriormente aprofundadas, por Allan Kardec, nas demais obras da Codificação Espírita. O Livro dos Espíritos é uma das oito obras fundamentais para o estudo da Doutrina Espírita, sendo composto por quatro partes. Estamos adentrando a quarta parte que trata das Esperanças e Consolações, com apenas dois capítulos, aborda as consequências, para o Espírito, do cumprimento ou não das leis:  Capítulo I – Quando estiver vivendo no mundo corporal terá as “Penas e gozos terrenos”.  Capítulo II – Quando estiver vivendo no mundo espiritual terá as “Penas e gozos futuros”.
  • 3. 3 É uma das oito obras fundamentais para o estudo da Doutrina Espírita:  O Livro dos Espíritos (1857);  O que é o Espiritismo (1859);  O Livro dos Médiuns (1861);  O Evangelho Segundo Espiritismo (1863);  O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865);  A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868),  Obras Póstumas (1890);  Revista Espírita (1858-1869). Doutrina Espírita – Terceira revelação Pilares do Espiritismo: 1) A existência de Deus: Deus criador e eterno, bondoso, amoroso e justo. 2) A pluralidade dos mundos: a Terra não é o único planeta habitado nesse universo. Há diversos outros mundos que não conseguimos perceber seus habitantes devido a sua sutileza. 3) Imortalidade da alma: somos todos Espíritos imortais e não vivemos apenas esse tempo desde o nascimento até o desenlace. 4) A pluralidade das existências (reencarnação): Quase uma consequência do ponto anterior, somos seres imortais que reencarnam aqui nesse mundo e também em outros sempre com o objetivo de evoluir através de experiências na matéria. 5) Comunicabilidade dos Espíritos: a mediunidade é uma característica que permite com que nos comuniquemos com espíritos desencarnados. 6) Evolução: processo de desenvolvimento progressivo, biológico e espiritual da Natureza, no qual os seres vivos e inanimados se aperfeiçoam. Com base nesses pilares, acrescidos do evangelho de Jesus e toda a moral que ele contém, temos a formação da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec. O Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita compreende os princípios Filosófico, Científico e Religioso. O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que fluem dessas mesmas relações.
  • 4. 4 Podemos defini-lo assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. O Espiritismo é uma ciência de observação e uma filosofia com consequências morais. A religiosidade da doutrina espírita está nas consequências morais. - Evangelho Segundo o Espiritismo – Livro religioso da doutrina - O Livro dos Espíritos – Livro filosófico da doutrina - O Livro dos Médiuns e a Gênese – Parte científica da doutrina Edifício em permanente construção. As obras básicas da doutrina espírita sempre carecem de complementação, pois nenhum campo da ciência é passível de ser esgotado, sempre há lacunas a serem preenchidas pelos estudiosos, com o espiritismo não haveria de ser diferente. - Léon Denis, Camille Flamarion, Chico Xavier, Divaldo Franco, Zíbia Gasparetto, Mônica de Castro, André Luiz Ruiz, Vera Lúcia, Yvonne, Edgard Ormond, etc. (encarnados) – Contribuição dos desencarnados. O Espiritismo não veio para solução dos nossos problemas imediatos. O Espiritismo veio para que conheçamos as nossas múltiplas realidades e saibamos fazer uma síntese dessas múltiplas realidades para entender a razão da vida e do objetivo que nos espera. “A salvação” e a felicidade só ocorrerá quando construirmos o templo verdadeiro de Deus dentro de nossos corações, praticando o bem, o amor e a caridade em todas as suas formas. Vamos fazer sempre uma reflexão de como o mestre agiria em determinadas situações e como nós deveríamos agir. Vamos seguir a máxima de fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizesse. Se assim procedermos estaremos cultivando as virtudes do bem e do amor, incorporando o Evangelho do Cristo iremos chegar ao Pai por intermédio do mestre Jesus, que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Orientação: Espíritas!, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo. (ESE, VI, 5)
  • 5. 5 1.1 – Felicidade e infelicidade relativas 920 – O homem pode gozar, sobre a Terra, de uma felicidade completa? Não, visto que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Mas depende dele amenizar seus males e ser tão feliz quanto se pode ser sobre a Terra. Comentários: A partir do momento que compreendemos que a Terra ainda se encontra no nível de mundo de provas e expiações, agora passando para o mundo de regeneração, fica fácil compreendermos como não é possível o homem gozar plena felicidade na Terra, pois aqui ainda é um planeta de lutas, de provas, de dificuldades. Aqui ainda é morada de Espíritos comprometidos com a lei de Deus. Assim não temos condições de almejar a felicidade completa, plena. Isso é para os Mundos Felizes, Mundos Celestes. Não é o nosso caso ainda. Porém, o fato de não termos uma completa felicidade na Terra, não quer dizer que não podemos ser o máximo feliz possível que a Terra pode nos proporcionar conforme a sua condição. Nós podemos ser o mais feliz possível, depende de nós mesmos. Podemos suavizar os males pela prática do bem. A partir do momento que vivenciamos o Evangelho de Jesus, temos mais paz de Espírito, sendo mais feliz. Podemos não ter a felicidade plena, mas seremos mais felizes na Terra, vivenciar essa felicidade aqui mesmo. Muitas pessoas acreditam que se fizerem o bem estarão garantindo a felicidade na erraticidade, quando desencarnar, como se a vida material não pudesse nos proporcionar essa felicidade maior. Para usufruir dessa felicidade não podemos buscá-la nas coisas do mundo, pois nunca encontraremos a felicidade plena no mundo material. Ao buscar essa felicidade nas conquistas do Espírito, com certeza teremos condições de experenciar a felicidade terrestre. LIVRO QUARTO: Esperanças e Consolações Capítulo I: Penas e gozos Terrestres
  • 6. 6 921 – Concebe-se que o homem será feliz sobre a Terra quando a Humanidade estiver transformada; mas, até lá, cada um pode se garantir uma felicidade relativa? O mais frequentemente, o homem é o artífice de sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus, ele se poupa dos males e chega a uma felicidade tão grande quanto o comporta sua existência grosseira. Allan Kardec: O homem bem compenetrado de sua destinação futura não vê na vida corporal senão uma estada passageira. É para ele uma parada momentânea em má hospedaria. Ele se consola facilmente de alguns desgostos passageiros de uma viagem que deve conduzi-lo a uma posição tanto melhor quanto melhor tenha se preparado. Somos punidos, desde esta vida, pelas infrações às leis da existência corporal, pelos males que são a consequência dessas infrações e de nossos próprios excessos. Se remontarmos, gradativamente, à origem do que chamamos nossas infelicidades terrestres, veremos a estas na maioria das vezes, como consequências de um primeiro desvio do caminho reto. Por esse desvio, entramos num mau caminho e, de consequência em consequência, caímos na infelicidade. Comentários: Aqui a Espiritualidade nos esclarece que o homem é o responsável pela sua felicidade ou infelicidade. A felicidade está em nossas mãos. A nossa felicidade não depende do mundo material, do outro ou daquilo que acontece ao nosso redor. Porém, quando nós vemos o nosso próximo feliz, quando vemos que não há desumanidade, quando vemos caridade, amor e que não há egoísmo nas pessoas são motivos muito grandes para ficarmos felizes. A felicidade do outro é motivo para a minha felicidade. Quando amamos alguém ficamos felizes pela felicidade dele. A dificuldade vivenciada hoje no planeta Terra não permite que nós possamos ser plenamente felizes, mas se praticamos a lei de Deus vamos nos livrar de muitos males e teremos a felicidade tão grande quanto comporta a nossa existência grosseira. A Terra ainda não proporciona a felicidade plena, mas teremos a felicidade dentro das possibilidades, caso vivenciemos a lei de Deus. E assim, podemos ser mais felizes do que somos hoje.
  • 7. 7 Vamos passar pelos débitos e provas que devemos passar, mas teremos mais força, coragem, perseverança, fé, entendimento para enfrentarmos os desafios da vida, com paz e serenidade em nosso coração. O destino da alma é ser feliz, é amar em todas as dimensões em que se possa engrandecer cada vez mais. A Doutrina Espírita, juntamente com Jesus, que é seu sustentáculo nos oferece, tanto na carne quanto no mundo espiritual, meios e métodos para verificar a nossa maturidade. Despertando-nos para a vida real, a verdade começa a surgir nos nossos caminhos, nos dando mais segurança no avanço espiritual. Certamente que na Terra não existe felicidade na maneira que a ideamos, no entanto, a felicidade relativa existe, com o conhecimento desse ambiente de luz. Os benfeitores espirituais que se comunicam com os homens deixam traços dessa felicidade no que falam, escrevem e inspiram os homens para o bem comum. (Miramez) 922 – A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um; o que basta à felicidade de um faz a infelicidade de outro. Entretanto, há uma medida de felicidade comum a todos os homens? Para a vida material, é a posse do necessário; para a vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro. Comentários: A felicidade é bem relativa. Aquilo que me faz feliz pode não fazer feliz o outro e pode até mesmo ser motivo de infelicidade. Então Kardec pergunta se há uma felicidade comum a todos os homens. - Em relação à vida material é a posse do necessário. Isso para nós é motivo de felicidade comum porque não iremos passar necessidades para a sobrevivência física. Aqui na Terra se tivermos condições de suprir as nossas necessidades pela lei de conservação já é motivo de felicidade, de gratidão, concedendo uma felicidade comum a todos os homens. - Em relação à vida moral, a Espiritualidade nos orienta que é a consciência tranquila e a fé no futuro. De fato, quando estamos com a consciência tranquila nós nos sentimos felizes. Nos traz um bem-estar enorme ao nosso coração. Sentimos o que é felicidade. Essa consciência tranquila varia de pessoa para pessoa. A fé no futuro é outro fato que nos proporciona felicidade porque nos traz esperança, a certeza de dias melhores e que nós iremos progredir e crescer sempre. Essa certeza traz felicidade ao nosso coração. Então existe uma felicidade comum a todos os homens, tanto materialmente, quanto espiritualmente.
  • 8. 8 Exemplo de pessoa feliz: Quando reflito – uma coisa que faço frequentemente – sobre a felicidade de que desfrutei, às vezes digo a mim mesmo que, se me fosse oferecida de novo exatamente a mesma vida, voltaria a vivê-la do início ao fim”. (Benjamin Franklin) Algo de felicidade na Terra existe, como marca da sua existência nos mundos venturosos, todavia, ela tem uma escala que deve ser obedecida nos caminhos humanos. Cada criatura a vê por um prisma e a sente na diversidade que a evolução ou despertamento lhe mostra. A felicidade, com relação à vida material, são os bens terrenos, onde não falta o necessário. Em se falando da vida moral, é a tranquilidade da consciência, aquela que não se perturba com os acontecimentos transitórios do mundo exterior. Se queres sentir a existência da felicidade, deves cultivar a fé, que sempre tem sua base na oração, onde não podem faltar a sinceridade, a honestidade e a caridade. (Miramez) 923 – O que seria supérfluo para um não se torna necessário para outros, e reciprocamente, segundo a posição? Sim, de acordo com as vossas ideias materiais, vossos preconceitos, vossa ambição e todos os vossos defeitos ridículos, aos quais o futuro fará justiça quando compreenderdes a verdade. Sem dúvida, aquele que tinha cinquenta mil libras de renda e se encontra reduzido a dez, se crê bem infeliz porque não pode mais fazer uma figura tão grande, ter aquilo que chama sua posição, ter cavalos, lacaios, satisfazer todas as suas paixões, etc. Ele crê faltar-lhe o necessário; mas, francamente, o crês com direito a lamentar-se quando ao seu lado há os que morrem de fome e de frio, e não têm um refúgio para repousar a cabeça? O sábio, para ser feliz, olha abaixo de si e jamais acima, a não ser para elevar sua alma até o infinito. (715). Comentários: Muitos de nós habituamos a reclamar quando percebemos, por exemplo, alguma diminuição dos nossos bens, das facilidades, das coisas que fazíamos e, por alguma razão hoje não podemos mais fazer. Muitas vezes nos sentimos desventurados, infelicitados porque não podemos fazer como antes. Isso nos mostra o quanto ainda somos egoístas e orgulhosos. Nós temos o hábito de olhar para cima e não para baixo. Se olharmos para baixo e percebermos o quão afortunados nós somos, o quanto temos a agradecer porque muitas vezes nós temos além do necessário. Muitos não têm nem o necessário.
  • 9. 9 O supérfluo é muito relativo. O supérfluo para pode não ser para o meu próximo e vice-versa. Quando todos nós evoluirmos, quando nós compreendermos que não precisamos do supérfluo. Precisamos só do necessário para sermos felizes. A verdadeira felicidade não vem dos bens materiais, mas dos bens espirituais. Quando resolvermos compartilhar com outro aquilo que temos em excesso nos tornaremos muito mais felizes e essa felicidade será de todos. Vamos tentar trabalhar o nosso coração para quilo que realmente é importante. Precisamos deixar de valorizar as coisas pequenas e darmos valor para aquilo que importa, aquilo que é necessário para o nosso progresso e evolução. Há no mundo diversidade em tudo que se vê, em tudo o que se sente e em tudo o que se usa. É imprescindível, por isso, crer em uma Inteligência Superior que comanda a tudo na extensão infinita da criação. Não existe desarmonia na vida; pode-se dizer que a desarmonia é psicológica, na mente ignorante dos homens. Os acontecimentos, no que diz respeito ao mal, são para nos educar, com o objetivo de nos instruir. Não existem erros na direção dos nossos destinos. Quando falamos dos homens, não somente nos referimos aos encarnados, mas também aos Espíritos ainda humanizados, envolvidos nas faixas das paixões inferiores ou sujeitas a elas. (Miramez) 924 – Há males que são independentes da maneira de agir e que atingem o homem mais justo; não há algum meio de se preservar deles? Nesse caso, ele deve se resignar e suportá-los sem murmurar, se quer progredir. Mas ele possui sempre uma consolação na sua consciência, que lhe dá a esperança de um futuro melhor, se faz o que é preciso para obtê-lo. Comentários: Todos os males que eventualmente alcança a humanidade têm um fim útil. Deus não permite o sofrimento porque Ele quer ou Ele goste de ver seus filhos sofrerem. Deus é Pai de amor e de infinita bondade. A dor é um dos últimos recursos (senão o último) a ser utilizados pelo Pai para nos conduzir ao caminho do bem. Então os males que eventualmente alcancem o homem, não alcançam sem propósito, mas porque precisa alcançar, pois se Deus não quisesse que acontecesse Ele livraria aquela pessoa de passar por aquela dificuldade. Se a pessoa não precisasse passar por aquilo, estivesse a ponto de receber uma injustiça diante de mal que pudesse lhe chegar, Deus com certeza iria agir, porque ninguém seria
  • 10. 10 maltratado, ferido por alguma coisa que não precisasse ou que não merecesse. Por outro lado, ninguém é premiado sem mérito. Se há males que nos chegam e que independem do nosso proceder nesta existência e nada podemos fazer para nos livrar, temos que ter resignação, sofrer sem reclamar, procurar superar tais dificuldades dentro das condições que tivermos, certos de que não estaríamos passando por tais situações sem justa causa por aquelas dificuldades, por aquele mal que nos chega. E também precisamos trabalhar o nosso intelecto no sentido de evitar o mal e sair do mal, caso ele nos chegue de alguma maneira. Não devemos nos acomodar. Trabalhando para vencer, sem revolta e com resignação Jesus nos pediu para orar e vigiar, no entanto, muito frequentemente somente oramos, esquecendo a nossa parte, que é a de vigiar os nossos impulsos, por vezes inferiores. Muitos males podemos evitar dessa maneira, pois certas arestas são cortadas pela simples vigilância. Se sofremos mais, não é pelo passado: é por falta de discernimento no presente mesmo. (Miramez) 925 – Por que Deus favorece com os dons da fortuna certos homens que não parecem merecê-los? É um favor aos olhos daqueles que não veem senão o presente; mas, sabei- o bem, a fortuna é uma prova frequentemente mais perigosa do que a miséria. (814 e seguintes). Comentários: A Espiritualidade já nos explicou acerca da riqueza e da pobreza. Todos nós em algum momento da nossa caminhada evolutiva precisamos passar pela prova da riqueza e da miséria, pois ambas nos oportunizam crescimento, nos faz trabalhar determinados aspectos da nossa personalidade, trabalhar e adquirir determinadas virtudes. Mesmo que ainda não estejamos bem capacitados para ambas, nós precisaremos em algum momento enfrentá-las. Tudo é aprendizado, embora possa parecer para quem só vê o presente, com uma visão limitada, um favor divino, como se fosse maravilhoso as pessoas virem numa condição de riqueza. A Espiritualidade nos alerta que isso é para as pessoas que tem uma visão pequena de Deus, da sua lei e da razão pela qual existe a riqueza e a pobreza. Para nós que já temos um entendimento, pois “O Livro dos Espíritos” já nos explicou isso de forma bem clara, sabemos que a riqueza é uma prova
  • 11. 11 dificílima porque leva as pessoas ao desenvolvimento das suas paixões, instiga o desenvolvimento das paixões mundanas, como materialidade, sensualidade, vaidade, poder. E assim, para alguns possa parecer um favor, na verdade não é. É uma prova necessária para o nosso progresso e para a nossa evolução. Devemos nos conscientizar de que Deus sabe o que fazer ante as necessidades humanas e espirituais de todos os Seus filhos do coração. Tudo o que recebemos é, pois, por merecimento, e esse merecimento está de certo modo ligado às nossas necessidades. A fortuna, aos olhos do mundo, parece um favor especial, contudo, representa convites fortes para as paixões inferiores. No entanto, ela pode ser um meio de luta para o fortalecimento moral. (Miramez) 926 – A civilização, criando novas necessidades, não é a fonte de novas aflições? Os males deste mundo estão em razão das necessidades fictícias que criais para vós mesmos. Aquele que sabe limitar seus desejos e vê sem inveja o que está acima de si, poupa-se a muitas decepções desta vida. O mais rico é aquele que tem menos necessidades. Invejais os gozos daqueles que vos parecem os felizes do mundo; mas sabeis o que lhes está reservado? Se não gozam senão para eles, são egoístas e virá o reverso. Antes, lastimai-os. Deus permite, algumas vezes, que o mau prospere, mas sua felicidade não é para invejar porque a pagará com lágrimas amargas. Se o justo é infeliz, é uma prova que lhe será tida em conta se a suportar com coragem. Lembrai-vos destas palavras de Jesus: Felizes aqueles que sofrem, porque serão consolados. Comentários: À medida que criamos novas necessidades e, muitas delas falsas, estamos consequentemente criando fontes de novas aflições. As necessidades primordiais são aquelas necessárias para a nossa subsistência, para a manutenção da nossa vida em observância do instinto de conservação. Quando temos isso já somos felizes, pois já temos aquilo que necessitamos nessa existência para sermos felizes. Tudo o que criamos além disso é uma aflição que também criamos para nós, pois se criamos outra necessidade precisamos pensar, trabalhar, avaliar como conseguiremos suprir aquela necessidade o que pode ser possível, realizando
  • 12. 12 aquela meta, mas em outras condições isso não acontece, vindo a angústia, a ansiedade, a inveja, o desespero porque queremos e não conseguimos ter. O que menos necessidade tem esse é o mais rico, pois não vai gastar sua energia, sua inteligência em buscar mais conquistas materiais. A partir do momento que entendemos o porquê de estarmos na Terra e, principalmente, aquilo que precisamos fazer para crescer e evoluir, damos monos importância ao mundo e a essas necessidades que o mundo e vamos valorizando as conquistas espirituais. Pessoas que buscam apenas as coisas do mundo não devem ser admiradas, pelo contrário devem ser lastimadas porque utilizam toda a sua vida em busca do mundo e da matéria, mas o reverso virá com “dor e ranger de dentes”. Deus espera de nós uma postura diferente. Nós que já temos um pouco de conhecimento devemos orientar aqueles que pudermos, esclarecendo-os sobre as conquistas importantes da nossa vida e, principalmente, utilizar esse conhecimento para a nossa reforma íntima, pois às vezes, sabemos muito e vivenciamos pouco. A moderna civilização é fonte de novas aflições que torturam o homem cada vez mais, pelas necessidades fictícias que ele próprio cria e que o perseguem nos seus caminhos. Nós criamos as nossas aflições, e elas nos servem como escolas, porque a vida, a natureza, aproveita tudo e transforma em experiências valiosas. Se hoje os Espíritos elevados vivem na plenitude da consciência imperturbável, como eram ontem? é neste sentido que os benfeitores espirituais, em relação a nós outros, têm muita tolerância com as nossas faltas. Se assim podemos dizer, eles passaram pelas mesmas aflições, mas Deus é sempre Pai amoroso e santo, bom e justo, que não dá pedra a quem pede peixe. Não deves invejar aos outros em situação bem melhor que a tua, porque não sabes o que se encontra reservado para eles, nem tão pouco para ti. (Miramez) 927 – O supérfluo, certamente, não é indispensável à felicidade, mas não se dá o mesmo com o necessário; ora, a infelicidade daqueles que estão privados do necessário não é real? O homem não é verdadeiramente infeliz senão quando sofre a falta do que é necessário à vida e à saúde do corpo. Pode ser que essa privação seja por sua culpa e, nesse caso, não deve imputá-la senão a si próprio. Se ela é por culpa de outrem, a responsabilidade recairá sobre aquele que lhe deu causa. Comentários: Considerando que muitas pessoas não têm sequer o necessário, havendo para esses, uma infelicidade real. Então para essas pessoas o supérfluo não é causa de infelicidade?
  • 13. 13 De fato, quando falta o necessário à vida e à saúde do corpo pode-se dizer que a pessoa é infeliz aqui na Terra. Nós já sabemos que muitas das privações, das dificuldades, das dores pelas quais nós passamos são consequências das nossas atitudes equivocadas nesta existência física ou em outras anteriores. Não significa que todas as dificuldades, todas as dores que temos aqui na Terra seja em decorrência de um resgate ou de algo que tenhamos feito. Nós também já sabemos que muitas das dificuldades fomos nós que pedimos para termos a oportunidade de sermos experimentados, provados com aquela situação para crescermos e evoluirmos. Nem sempre uma situação tem relação direta com algum erro do passado. Tudo daquilo que passamos, que vivenciamos tem um fim útil e uma causa justa. São situações que nós precisamos em função de uma atitude equivocada que tenhamos tido ou pedimos para o nosso próprio crescimento. O fato de estarmos na Terra já é indício da nossa imperfeição moral, pois se não fôssemos imperfeitos não estaríamos aqui na Terra. Já estaríamos encarnando em mundos mais felizes. Então, se somos imperfeitos sabemos que ainda precisamos da dor, pois ela é um remédio muito potente. Muitas vezes quando o amor não consegue despertar a criatura, vem a dor para esse despertar. Se eventualmente alguma dificuldade, alguma dor nos acompanha, ela é necessária pelo tempo estritamente que nós precisamos para o nosso aprendizado. Deus não quer a nossa dor e, sim o nosso aprendizado. Vamos tentar aprender diante das dificuldades e dos sofrimentos que nos chegam para que possamos evoluir mais rapidamente e nos livrarmos dessa mesma dor. Não há injustiça na justiça divina. Deus é Pai de amor, não de dor. 928 – Pela especialidade das aptidões naturais, Deus indica evidentemente nossa vocação neste mundo. Muitos dos males não decorrem do fato de não seguirmos essa vocação? É verdade, e, frequentemente, são os pais que, por orgulho ou avareza, fazem seus filhos saírem do caminho traçado pela Natureza e, por esse deslocamento, comprometem sua felicidade; eles disso serão responsáveis.
  • 14. 14 928.a) Assim, acharíeis justo que o filho de um homem altamente colocado no mundo fizesse tamancos, por exemplo, se para isso tinha aptidão? Não é preciso cair no absurdo, nem nada exagerar: a civilização tem suas necessidades. Por que o filho de um homem altamente colocado, como dizes, faria tamancos se pode fazer outra coisa? Ele poderá sempre se tornar útil na medida de suas faculdades, se elas não são aplicadas em sentido contrário. Assim, por exemplo, em lugar de um mau advogado, ele poderia, talvez, tornar-se um bom mecânico, etc. Allan Kardec: O deslocamento dos homens fora de sua esfera intelectual é, seguramente, uma das causas mais frequentes de decepção. A inaptidão pela carreira abraçada é uma fonte perene de reveses. Depois, o amor- próprio, vindo juntar-se a isso, impede o homem fracassado de procurar um recurso numa profissão mais humilde e lhe mostra o suicídio como remédio para escapar ao que ele crê uma humilhação. Se uma educação moral o tivesse elevado acima dos tolos preconceitos do orgulho, ele não seria apanhado de surpresa. Comentários: Quantas famílias, quantos pais acabam, de certa forma, impondo aos seus filhos a profissão que eles devem seguir. Muitos pais não se sentiram felizes, não conseguiram se realizar na profissão que seguiram e querem que os filhos sigam aquela profissão que muitas vezes eles não puderam seguir. Todos nós temos uma aptidão natural, viemos com essa aptidão para crescermos, trabalhar determinadas virtudes. Tudo está previsto no nosso planejamento reencarnatório, porém devido à imposição da sociedade, de uma cobrança pessoal ou dos pais, há um desvirtuamento daquela aptidão natural e a pessoa se sente infeliz, não gosta daquilo que faz e acaba no futuro não se sentindo em condições de começar do início uma nova carreira profissional, onde muitos procuram o suicídio como remédio para escapar aquilo que lhe parece uma humilhação. Se todos nós fôssemos para as mesmas profissões, algo estaria errado pois faltaria outros tipos de profissionais no mundo. Precisamos ser cuidadosos, principalmente, com aqueles que estão sob a nossa guarda, os nossos filhos. Dar a eles orientação, se for possível, dar a eles o estudo necessário para que eles possam seguir aquilo que eles desejam seguir. Tendo entendimento, educação moral, uma boa educação intelectual
  • 15. 15 eles vão se sentir mais aptos para escolher aquilo que eles desejam dentro daquela orientação, daquela educação que eles receberam. Que nós procuremos não impor aos nossos filhos ou aos nossos tutelados o que eles devem ou não seguir. 929 – Há pessoas que, estando privadas de todos os recursos, nesse caso, mesmo que a abundância reine ao seu redor, não têm senão a morte por perspectiva; que partido devem tomar? Devem deixar-se morrer de fome? Não se deve jamais ter a ideia de se deixar morrer de fome. Encontrar-se-á sempre meios de se alimentar, se o orgulho não se interpuser entre a necessidade e o trabalho. Diz-se frequentemente: não há profissão tola e não é a situação que desonra e isso, porém cada um diz para os outros e não para si. Comentários: Por mais que estejamos em condições desfavoráveis, no sentido de nos faltar os recursos necessários, nós precisamos lutar. Estamos aqui para exercitar a nossa inteligência, a nossa capacidade de trabalho, de superação. Diante das lutas, das dores, das necessidades não devemos cruzar os braços. Não estamos aqui para viver na ociosidade A lei do trabalho é uma lei divina. Essa lei nos oportuniza alcançar o progresso e a depuração. É por meio do trabalho que nós crescemos. Se eu me encontro em uma situação de miséria, de fome, tenho que procurar superar essa dificuldade. Muitas vezes é o nosso orgulho que nos impede de alcançarmos aquilo que estamos necessitando, pois não queremos realizar determinados trabalhos porque achamos que não é um trabalho digno ou que nós precisamos ou merecemos algo melhor e aí deixamos de aceitar um trabalho mais humilde, mas que nos garantiria o sustento devido ao nosso orgulho. Deus nos coloca sempre em oportunidades, em situações que nos traz aprendizado. Refletindo: - Será que estamos sabendo aproveitar a oportunidade que nos chega para crescer? - Será que deixo o orgulho sobressair desperdiçando aquela condição maravilhosa de aprendizado?
  • 16. 16 930 – É evidente que, sem os preconceitos sociais pelos quais se se deixa dominar, encontrar-se-ia sempre um trabalho qualquer que pudesse ajudar a viver, mesmo deslocado de sua posição. Mas entre as pessoas que não têm preconceitos, ou que os deixam de lado, há os que estão na impossibilidade de prover às suas necessidades em consequência de doenças ou de outras causas independentes de sua vontade? Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome. Allan Kardec: Com uma organização social sábia e previdente, não pode faltar ao homem o necessário, senão por sua falta; mas mesmo suas faltas, frequentemente, são o resultado do meio em que ele se encontra colocado. Quando o homem praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada sobre a justiça e a solidariedade, e ele mesmo também será melhor. (793). Comentários: Determinadas pessoas sem preconceito não têm condições de prover suas próprias necessidades. Nesse caso quem vai suprir a necessidade básica e as dificuldades daquela pessoa? A sociedade, o próximo. Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo ninguém deve morrer de fome porque aquele que mais tem vai ajudar aquele que tem menos. Onde a Lei de Deus vigora há fraternidade, há amor, há caridade, há união, há benevolência e beneficência. Se numa sociedade justa tivesse diante de nós uma situação como essa, nós iríamos ajudar, amparar aquela pessoa que não tem meios de fazê-lo individualmente. Se a pessoa por moléstias ou outras causas que independam da sua vontade não tem condições de suprir suas necessidades, precisando da ajuda de outros, ela teria, sem problema nenhum. Quando estivermos em mundos mais felizes não veremos as desigualdades porque a humanidade está melhor. O ser humano será uma criatura melhor e haverá mais amor, fraternidade e menos desigualdade e menos necessidades Capítulo XVI do Evangelho Segundo o Espiritismo, item 8, pág. 159
  • 17. 17 A igualdade que muitos entendem seja pregada pelo Cristianismo, não deve ser entendida como a distribuição em partes iguais das riquezas entre todas as almas que habitam este planeta. O socialismo visto no Evangelho é aquele que distribui com justiça a todas as pessoas, que mostra seus direitos e junto delas faz com que elas compreendam com respeito os seus deveres ante a sociedade. Poder-se-ia distribuir tudo em partes iguais para as criaturas, se todas elas fossem do mesmo nível espiritual em todos os campos de entendimento, o que é impossível. Não existe isso em nenhum mundo habitado. A distribuição, neste caso, é de acordo com as necessidades de cada um. Se Deus colocasse os Espíritos em um mundo do mesmo nível de evolução, ninguém aprenderia com ninguém. A Inteligência Suprema permite as desigualdades de todas as ordens para que uns sirvam de experiências para outros. Todo sistema político e econômico eventualmente entrará em colapso onde há impulsos morais insuficientes para restringir o egoísmo humano e encorajar a honestidade e as boas obras mesmo quando ninguém está vendo. Apenas o respeito recíproco dos direitos e deveres, e a caridade mútua darão o segredo do justo equilíbrio, do bem-estar honesto, da verdadeira paz e prosperidade dos povos. Ex: Allan Kardec, as instituições, a Casa do Caminho, as Cáritas diocesanas 931 – Por que, na sociedade, as classes sofredoras são mais numerosas que as classes felizes? Nenhuma é perfeitamente feliz, e, o que se crê a felicidade, esconde, frequentemente, pungentes pesares: o sofrimento está por toda parte. Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes, a que chamas sofredoras, são mais numerosas, porque a Terra é um lugar de expiação. Quando o homem nela tiver feito a morada do bem e dos bons Espíritos, não será mais infeliz e será para ele o paraíso terrestre. Comentários: Essa questão se torna mais clara à medida que compreendemos a destinação da Terra. Sendo a Terra um mundo de provas e expiações ainda é morada de Espíritos sofredores, Espíritos endividados com a lei, Espíritos doentes.
  • 18. 18 Pessoas que estão doentes precisam de tratamento, de remédio. Sabemos que o remédio que necessitamos muitas vezes ainda é o sofrimento, a dor, pois é o único remédio em que deixamos fazer efeito dentro de nós. Quando o remédio é bom, é adocicado nós não nos importamos com ele, mas quando o remédio é amargo, doloroso, aí choramos, nos angustiamos, motivo pelo qual lutamos para ficar bem, para se libertar desse remédio amargo e buscamos ficarmos bons do corpo e do Espírito. Se ainda estamos nessa condição de Espíritos, mais animalizados, imperfeitos vamos lidando com infelicidades, com dores, com expiação. Precisamos atentar para a condição da Terra porque não será sempre assim. Quando a Terra se tornar morada de Espíritos bons (estamos trabalhando para isso), ela será mais feliz. A quantidade de pessoas sofredoras será bem menor. No mundo de Regeneração também será bem menor do que hoje vivenciamos. Quando a Terra se tornar um mundo feliz será bem melhor. A maioria da humanidade vivenciará o que nós chamamos de “Paraíso Terrestre”, pois seremos bem mais felizes. A felicidade que hoje se faz presente em determinados momentos da nossa existência será mais completa e mais perene, ainda não completamente. No mundo em que habitas, as classes sofredoras são em maior número, por ser a Terra mundo de expiação e provas, como retraíam os benfeitores da espiritualidade em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (Cap. III). Os que dizem que alguns são felizes se enganam na expressão e mesmo na realidade. Tornamos a dizer o que muitos instrutores da espiritualidade já falaram: não existe felicidade completa na Terra. No entanto, ela é uma realidade, porque alguns já a percebem e de vez em quando recebem ou concebem alguns minutos deste tesouro, que é permanente nos mundos venturosos. Nenhuma classe no mundo é feliz, na expressão da palavra. Alguns, aqui e ali, sentem a existência da felicidade e procuram ir em busca da paz que o Cristo tem com abundância. Ele, o Mestre dos mestres, indicou os caminhos para aquisição desse estado d'alma que, em grande parte, é conquista da alma, no certame da vida. Se a Terra fosse morada dos eleitos, como se costuma dizer, onde se encontra a felicidade, não precisaria vir Jesus a ela, nem seria necessário surgir a Doutrina dos Espíritos. O Mestre veio para os sofredores e sempre está ao lado deles, consolando e instruindo e, se a Doutrina dos Espíritos é Jesus voltando, deve fazer a mesma coisa. (Miramez) 932 – Por que, no mundo, os maus, tão frequentemente, sobrepujam os bons em influência?
  • 19. 19 Pela fraqueza dos bons; os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, dominarão. Comentários: A Espiritualidade nos mostra a força que os maus ainda exercem no que se refere aos bons, principalmente, na sua forma de agir. Se prestarmos atenção veremos que os maus são intrigantes, audaciosos, lutam por seus objetivos, mesmo sendo objetivos não construtivos que possam maltratar e prejudicar os outros. Eles são perseverantes no mal porque eles são obstinados. Eles querem tanto prejudicar e fazer o mal que se obstinam nesse objetivo e com isso a força deles se amplia. E assim, a influência que eles exercem também se dá pela forma de agir que eles têm. Por outro lado, os bons normalmente são tímidos, não agem da mesma forma. Quando os bons realmente quiserem, eles vão preponderar pois estes têm força, entendimento, evolução, mais maturidade. Portanto, a capacidade de influenciar para o bem é muito maior considerando a evolução de cada um. Nós nos sentimos mais influenciados, mais atraídos por aquilo que somos ainda. Se ainda somos essencialmente imperfeitos. Se não fôssemos, não estaríamos aqui na Terra. Então é natural que as forças perniciosas tenham mais eco dentro dos nossos corações porque nos sintonizamos e sentimos atraídos por aquilo que somos. Queremos ser Espíritos bons, sublimados e melhores, então vamos batalhando na conquista do nosso objetivo. Quando formos pessoas realmente de bem, não nos sentiremos nem atraídos e muito menos influenciados pelo mal. Isso só acontece porque ainda há o mal dentro do nosso coração. Nós viemos de muitas reencarnações nas sombras. Estamos nos esforçando para fazer o bem crescer dentro de nós. 933 – Se o homem, frequentemente, é o artífice dos seus sofrimentos materiais, não ocorre o mesmo com os sofrimentos morais? Mais ainda, porque os sofrimentos materiais, algumas vezes, são independentes da vontade; mas o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, em uma palavra, são torturas da alma.
  • 20. 20 A inveja e o ciúme! Felizes aqueles que não conhecem esses dois vermes roedores! Com a inveja e o ciúme, não há calma nem repouso possível para aquele que está atacado desse mal: os objetos de sua cobiça, de seu ódio, de seu despeito, se levantam diante dele como fantasmas que não lhe dão nenhuma trégua e o perseguem até no sono. Os invejosos e os ciumentos estão num estado de febre contínua. Portanto, está aí uma situação desejável e não compreendeis que, com suas paixões, o homem criou para si suplícios voluntários, e a Terra torna-se para ele um verdadeiro inferno? Allan Kardec: Várias expressões pintam energicamente os efeitos de certas paixões; diz-se: estar inchado de orgulho, morrer de inveja, secar de ciúme ou de despeito, perder com isso a bebida e o alimento, etc. Esse quadro não é senão muito verdadeiro. Algumas vezes mesmo o ciúme não tem objetivo determinado. Há pessoas ciumentas por natureza, de tudo que se eleva, de tudo que escapa à linha vulgar, nesse caso, mesmo que não tenham nisso nenhum interesse direto, mas unicamente porque elas não o podem alcançar. Tudo o que parece acima do horizonte as ofusca, e se são a maioria na sociedade, elas querem tudo reconduzir ao seu nível. É o ciúme somado à mediocridade. Frequentemente, o homem não é infeliz senão pela importância que liga às coisas deste mundo. É a vaidade, a ambição e a cobiça frustradas que fazem sua infelicidade. Se ele se coloca acima do círculo estreito da vida material, se eleva seus pensamentos até o infinito, que é a sua destinação, as vicissitudes da Humanidade lhe parecem, então, mesquinhas e pueris, como as tristezas de uma criança que se aflige com a perda de um brinquedo que representava a sua felicidade suprema. Aquele que não vê felicidade senão na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros, é infeliz quando não os pode satisfazer, ao passo que aquele que nada pede ao supérfluo é feliz com o que os outros olham como calamidades. Falamos do homem civilizado, porque o selvagem, tendo suas necessidades mais limitadas, não tem os mesmos objetos de cobiça e de angústias: sua maneira de ver as coisas é diferente. No estado de civilização, o homem raciocina sua infelicidade e a analisa e, por isso, é por ela mais afetado. Mas pode, também, raciocinar e analisar os meios de consolação. Essa consolação, ele a possui no sentimento cristão que lhe dá a esperança de um futuro melhor, e no Espiritismo que lhe dá a certeza desse futuro. Comentários:
  • 21. 21 Nós convivemos diariamente com a inveja, com o ciúme, com a cobiça, com o orgulho. A questão nos mostra claramente que o homem civilizado a partir do momento que cria para si mais necessidade, se vê torturado por todos esses desejos inferiores. Nos vemos a todo momento frustrados porque não temos determinadas coisas ambicionadas, com ciúme, inveja do nosso próximo porque tem e gostaríamos também de ter, estar com alguém que gostaríamos de estar, ter uma condição financeira que o outro tem, enfim, algo que gostaríamos de ter e não será possível nessa existência. Aqui na vida material precisamos lembrar que estamos junto às pessoas, no meio, no lugar, na profissão que nós precisamos para crescermos e evoluirmos. Não existe a situação de que somos deserdados da justiça divina, que Deus não olha, não nos ajuda, que não trabalha em nosso benefício. Na verdade, Deus é nosso Pai, trabalha em benefício de todos nós. Nós é que temos que compreender que em cada reencarnação estamos em uma condição necessária para o nosso crescimento. Não podemos e não devemos viver almejando o que outro tem. Podemos trabalhar, nos esforçar para crescer, mas não podemos deixar que a inveja, o ciúme e todos esses sentimentos inferiores destruam a minha vontade de viver, de crescer, de ser uma pessoa melhor, pois de outra forma, a vida se torna uma tortura, perdendo a oportunidade sagrada da reencarnação. Os sofrimentos no mundo devastam os homens, trazendo-Ihes padecimentos de todas as ordens que se possa imaginar, sofrimentos materiais e morais. De certa forma, não se pode deter esses sofrimentos, por serem processos de despertamento espiritual, no entanto, compreender que são eles da nossa culpa é bem melhor para que possamos nos esforçar para nos livrarmos deles. Estamos falando de dois apenas, que são o ciúme e a inveja. São realmente dois vermes roedores da alma, senão do próprio corpo físico. Como combater essas duas enfermidades, livrar-se delas? Qual o ser humano, e mesmo o espiritual, que não sentiu ou sente ciúme ou inveja? Todos, embora haja os que já se livraram deles. Os que ainda não sentiram essas duas doenças, talvez se encontrem na fila para sentir suas torturas. Elas, por seu caráter inferior, trazem lições dolorosas para a alma na sua sequência de vida. Como encarnados, e por vezes fora da carne, todos sentirão esse estado negativo do Espírito, por não terem ainda conhecido a verdade. Somente os Espíritos livres das paixões humanas são limpos dos resíduos de todas as inferioridades. Certamente que devemos combater todos os tipos de inferioridade nos caminhos que percorremos, para que no amanhã, possamos dizer: "conheci a verdade e ela me tornou livre das peias da ignorância." (Miramez)
  • 22. 22 INVEJA A inveja é um processo doloroso e perturbador a nível psicológico. As virtudes, êxitos e felicidade dos outros são para o invejoso uma força que ameaça o seu equilíbrio emocional, enfraquecendo terrivelmente o seu amor-próprio e a confiança. Sente-se irredutivelmente inferiorizado perante a vida, recalcando sucessivos fracassos e frustrações. Tal como uma criatura ferida, reage por instinto, destilando o veneno da maledicência e do desprezo, que usa para esconder a raiva que sente, a insegurança em que vive e a inferioridade que o martiriza. Invejar não é apenas desejar para si o que o outro tem ou é, a isso chamamos cobiça. Além de cobiçar, quem inveja pretende sobretudo que o outro não tenha ou não seja. A grande tragédia do invejoso é interiorizar que a sua felicidade não depende de si próprio mas sim da infelicidade dos outros. Apegos, medos e especialmente a insegurança pessoal, aliados ao egoísmo são seus geradores. CARACTERÍSTICAS MAIS COMUNS DA INVEJA: a) Desejo manifestado dentro de nós de possuir algo que vemos em alguém ou na propriedade de alguém; - Quando a pessoa não sossega enquanto não consegue algo que alguém tem, como um bom emprego, carro, cônjuge, etc. b) Crítica a alguém que pouco faz e muito possui, comparando sua posição com os sacrifícios que a vida nos apresenta; - Quanto externamos críticas incessantes ou constantes alfinetadas; - Quando não conseguimos ver nada para elogiar ou valorizar em outra pessoa, mas só encontra dúvidas, equívocos ou encontra alguma razão para duvidar da outra pessoa ou derrubá-la. “Estava bom, mas...” c) Estados de depressão, causando tristeza, sofrimento, inconformação e revolta com a própria sorte; - Sentimento de ressentimento quando alguém está à frente. d) Sentimento penetrante e corrosivo que emitimos quando assim olhamos para outrem, nos deixando entregues a ódios infundados por deterem o que ambicionamos. - Pessoas que vivem praguejando os outros. GERALMENTE INVEJAMOS: • Um bom carro
  • 23. 23 • Um corpo espetacular • Uma casa maravilhosa • Uma saúde de ferro • Um cargo hierárquico • Um bom marido, uma boa esposa • O carisma de um amigo, etc. A inveja pode se originar naquilo que pensamos que não temos e precisamos obter para sermos felizes e em uma autoestima pobre e machucada que sente que, se tivesse o que outro conseguiu, aí sim seria feliz. Invejar é desejar o que o outro tem. PESSOA INVEJOSA • Vive de aparência; • Gasta até o que não tem para manter um padrão de vida acima de suas condições; • Busca impressionar os outros com a imagem de pessoa bem-sucedida; • Acaba pagando um preço muito alto por isso, tendo noites mal dormidas e sendo torturada pela sombra de suas dívidas; • Não olha a vida com otimismo; • Não reconhece as oportunidades que lhe são apresentadas como possibilidades de transformação. Pode-se encontrar este tipo de pessoa em todas as áreas, por exemplo, na religiosa, política, esportiva, profissional, entre outras. Quantas pessoas não desejam que o casamento do amigo acabe? Ou então, comemoram quando o colega perde o emprego? A pessoa que tem inveja passa energia negativa para o invejado e também para as pessoas que os cercam. Ele também é inseguro, supersensível, desconfiado, além de se passar por superior, quando na verdade, se sente inferior. A vibração que o invejoso emite é de tão forte envolvimento negativo, que, ao atingir alguém desprotegido e desprevenido, realmente pode provocar vários males. Portanto, cuidado com os nossos sentimentos de inveja que venhamos a emitir para quem quer que seja, lembrando sempre que colheremos para nós mesmos todo o mal que aos outros provocarmos. (Manual Prático do Espírita)
  • 24. 24 Devemos manter a nossa sintonia no bem, controlando os pensamentos, sentimentos, atitudes e comportamentos. Para isso precisamos ter consciência; visando exercer o controle sobre nossos pensamentos, palavras e ações. Só depende de nós. - Uma pessoa que sente inveja pertinaz de alguém também é uma obsessora - O melhor a fazer é não se deixar contaminar pelo receio. - Não importa se alguém sente inveja de nós, o importante é que devemos cuidar é de nós mesmos, de nossos sentimentos e atitudes; o que os outros pensam ou sentem é problema deles. Mas quando sentir que está sendo vítima de inveja, pergunte a si mesmo se não é você que está descontente consigo mesmo e está procurando subterfúgios para seus fracassos. Isso é mais comum do que se pensa… Jesus nos deu um conselho simples e sucinto: “Orai e vigiai”. A serpente e o vaga-lume Conta a lenda que a serpente começou a perseguir um vaga-lume. Este fugia rápido, com medo da feroz predadora, mas a cobra nem pensava em desistir. Fugiu um dia, e ela não desistia; dois dias e nada… No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume disse à cobra: “Posso lhe fazer três perguntas”? “Não costumo dar este precedente para ninguém, mas já que vou devorá-lo, pode perguntar”, disse a serpente. “Faço parte de sua cadeia alimentar”? “Não”, respondeu a cobra. “Fiz-lhe algum mal”? “Não”, retrucou a serpente. “Então, por que quer acabar comigo?”, perguntou o desesperado vaga-lume. “Porque não suporto o seu brilho”. Que beleza não poderia ser a vida sem a dimensão da inveja, que desde tenra idade atormenta as pessoas, normalmente abastecida pelos adultos, porque precisam de que alguém seja melhor do que o outro. É muito difícil, mas muito difícil mesmo, não se tornar refém da inveja, que mina o espírito do ser humano, abalando amizades e comprometendo, quando não destruindo, o espírito de equipe. A qualquer momento, uma cobra pode cruzar nosso caminho. Esteja sempre alerta, pois o que não faltam são serpentes querendo nos atrapalhar. Mas, não tenha medo! Não fuja! Brilhe sempre, com muita intensidade!
  • 25. 25 CIÚME O espiritismo é insistente em nos apontar o orgulho e o egoísmo como os geradores de todos os defeitos humanos. O ciúme não escapa a essa regra. Como sentimento egoísta, o ciúme procura roubar a liberdade do outro, tenta obrigá-lo a seguir por um caminho delimitado ou simplesmente aprisioná-lo. O ciúme é um exercício enlouquecido de poder, de dominação e de aprisionamento do outro. A pessoa ciumenta não sabe diferenciar imaginação e realidade, não sabe distinguir fantasia e certeza. Qualquer dúvida em sua cabeça logo se transforma em delírio. A vítima do ciumento se sujeita a ter seus pertences revistados em busca de vestígios que nem imagina do que seja. O ciumento tem ciúme do passado do outro, dos seus relacionamentos anteriores, e vive imaginando detalhes sobre fatos verdadeiros ou não. O que o ciumento quer é o controle total e absoluto dos sentimentos, da atenção e do comportamento em geral do outro. O outro passa por situações vexatórias e bizarras, isso quando não impera a violência. Quantos crimes passionais devem sua origem ao ciúme doentio? Quantos casos de mulheres que se sujeitam à violência doméstica por depender economicamente do parceiro? Existe o ciumento movido pelo egoísmo, que não tem só ciúmes de pessoas, mas de objetos também e de tudo que outras pessoas possam vir a ter também. E tem os ciumentos que só sentem isso por determinada pessoa, como se fosse uma obsessão, onde pra esta pessoa só existe uma coisa importante neste mundo, a pessoa que eles tanto amam. Reflexões: O ciúme refere-se simplesmente a casais? Ou pode ser estendido a relacionamentos outros, tipo: de amizade, profissional, de relacionamentos em geral? R: O ciúme por ser proveniente do espírito, pode sim ser extensivo a demais pessoas, não tendo como base apenas casais, mas sim duas ou mais pessoas ligadas num mesmo passado próximo. Ex: mãe e filho. O ciúme é realmente o tempero do Amor? Por que?
  • 26. 26 R: Erradamente foi criada esta afirmação, talvez seja o tempero da discórdia, das brigas, etc. Infelizmente as pessoas acham que quando demonstram ciúmes a pessoa amada fica feliz e se sente assim mais importante pro outro. É verdade que "Quanto mais amor, muito menos ciúme. Quanto mais amor, é possível até não existir o ciúme."? Por que? R: O amor quando é verdadeiro não há espaço para coisas pequenas como o ciúme, porque ele como sentimento nobre, nos envolve de certa forma que fica quase impossível vivê-los ao mesmo tempo. O ciúme é a falta ou o uso incorreto do amor. O ciúme pode ser uma obsessão? Por que? R: O ciumento é um obsessor, onde há a falta de controle e certas atitudes exclusivas para com determinadas pessoas. A obsessão pode estar por trás de um ataque de ciúmes, mas é preciso muitas coisas acontecerem antes para que um obsessor venha a nos incomodar e nos incentivar no ciúme. Lutar contra o ciúme é o caminho para evitar este tipo de assédio. CARACTERÍSTICAS DESTRUTIVAS DO CIUMENTO: • Ciumento queixoso – Aquele que implora, falando ou em silencio o amor que pensa não receber – usa da agressividade com pitadas de covardia, pois se esmera em ofender de forma dissimulada. Sente-se ofendido e frustrado e é capaz de interpretar um papel, com cena e tudo para demonstrar sua insatisfação. • Ciumento trombudo – Introvertido e desconfiado por natureza, demonstra grande imaturidade afetiva, ficando de tromba quando o companheiro não corresponde. Usa o silencio e a frieza para revidar quando não é correspondido – faz greves intermináveis. • Ciumento recriminante – com o dedo em riste este ciumento, meio maníaco e paranoico, explica minuciosamente os motivos de sua desconfiança. Sente-se prejudicado por não ser amado o suficiente. Acusa e faz vexame em público, usando de agressividade. Não aceita que o parceiro seja daquele jeito. • Ciumento autopunitivo – é o ciumento que se sente infeliz por amar. Inflige-se a própria tortura e desconfiança e se pune, afastando-se de quem gosta. Dispõe-se a desaparecer se for preciso. Deixa de comer e tenta o suicídio de maneira que não morra. Cria todas as facilidades para que o outro o traia, para dizer: “a culpa é sua”, criando armadilhas para o outro. • Ciumento vingativo/destruidor – esta é da época de Moises – “olho por olho, dente por dente “. Pensa: me traiu – me aguarde. Sente-se abandonado e restitui o sofrimento que se julga vítima, compete com o par e imagina represálias para punir a quem julga amar. A frase para este ciumento: “aqui jaz o cadáver do amor”.
  • 27. 27 Por que vamos, então, transformar nossa vida num verdadeiro inferno? Procuremos serenamente indagar o porquê dos nossos ciúmes. Com que sentido nos deixamos envolver por eles? Será por carência, ou por insegurança? Por apego ou desespero? Localizemos as causas do aparecimento desse fantasma que é o ciúme. Fantasma criado pela nossa imaginação, que pode estar mal-informada ou até deformada, e que precisa ser realimentada com a confiança, a fé, o otimismo, a esperança, a alegria, a dedicação e o desprendimento, para sermos felizes em profundidade, gerando felicidade e bem-estar em volta de nós. COBIÇA • É querer ter o que não tem. • Desejo de possuir aquilo que o outro tem, sem que isso lhe cause tristeza ou prejuízo. • É se preocupar em ter alguma coisa, muitas vezes tendo o outro como parâmetro. • Pode ser legítimo, quando não se prejudica ninguém. • Às vezes é o estímulo para buscar crescimento, melhoria da qualidade de vida. É positivo, desde que haja equilíbrio e não cause a infelicidade do outro. INVEJA • Não querer que o outro tenha. • Só é feliz com a infelicidade do outro. • O problema não é o que eu tenho, mas o outro. • Se preocupar com alguém que tem alguma coisa. • É um sentimento de descontentamento ou ressentimento com base no que outra pessoa tem. • É um forte desejo de ter as mesmas coisas que a outra pessoa possui. • A coisa desejada pode ser uma qualidade, uma posse, como bens, propriedade, emprego, salário ou um atributo que pertence a outra pessoa, especialmente a seus inimigos. A inveja é uma das causas mais poderosas da infelicidade e tem duas vertentes: • A inveja torna a pessoa infeliz. • A pessoa invejosa deseja que a outra pessoa seja igualmente infeliz.
  • 28. 28 CIÚME • É o sentimento de posse. • Não querer perder, medo de perder algo que se tem ou que pelo menos acha que tem. • Medo de perder para uma terceira pessoa. • Pode ser real ou imaginário. É uma emoção de três partes: a pessoa A está preocupada com a perda da pessoa (ou coisa) B por causa da pessoa (ou coisa) C. O ciúme, assim como outros sentimentos como raiva, mágoa, inveja, desencadeia uma série de doenças. Essas doenças podem se manifestar já nesta encarnação ou acompanhar o Espírito imortal até uma próxima oportunidade na matéria para expurgar essas energias negativas, esse lixo mental e emocional. É importante que o ciumento e sua(s) vítima(s) se conscientizem da necessidade de ajuda. Pois, além da própria personalidade desajustada do ciumento, há interferência de Espíritos obsessores nessas situações. Mas de nada adianta tratamento desobsessivo ou ajuda profissional se não houver o propósito firme de uma reforma íntima urgente. Só com a vontade real de se ajudar, de colaborar consigo mesmo, pode ser efetivada uma melhoria significativa. Isso vale para o ciumento, como também para as pessoas, vitimadas pelo seu ciúme. Lembremos que ninguém é vítima por acaso. O acaso não existe. Tudo o que nós colhemos é o que um dia nós plantamos… https://www.chicoxavieramericana.com.br/ciumes-na-visao-espirita/
  • 29. 29
  • 30. 30 TEXTOS COMPLEMENTARES A Inveja A inveja é a arma dos fracos. Matriz de inúmeros males, mentora de muitas desordens, alicerce de incontáveis desventuras. Discreta, incomodamente, tem sido deixada à margem pelos expositores das verdades evangélicas em todas as crenças. Sutil como é, passa despercebida, embora maliciosa, comparável a vapor deletério que intoxica todo aquele que lhe padece a presença, espalhando miasma em derredor. Hábil, consegue travestir-se de ciúme exacerbado, quando não o faz como arrogância vingadora ou aparenta na condição de humildade, sempre perniciosa, ou se disfarça como orgulho prepotente. A inveja, além dos males psíquicos que produz, em razão dos pensamentos negativos que dirige contra outrem, proporciona, simultaneamente, graves prejuízos morais àquele que dela se empesta. A inveja é capaz de caluniar, investindo contra uma vida com uma frase dúbia, na qual consegue infamar o mais puro caráter. Soez, transmuda palavras e infiltra doestos perniciosos; vê o que lhe apraz e realize conforme lhe parece lucrar. Consequentemente, o invejoso é um peso infeliz na comunidade humana, porque débil moral; adapta-se, amolda-se, é venenoso na bajulação e terrível na agressividade… A arma do invejoso é o ódio desenfreado, mortífero. Na impossibilidade de valorizar o trabalho que alguém faz, procura inspirar em muitos o despeito e a mágoa, a raiva e a imponderação, e palavra ácida e a acusação mordaz, a fim de realizar-me e afligir. As lições da convivência, todavia, muito ensinam. Desprendimentos de uns, simplicidade de outros, confiança de muitos e não obstante a deficiência que há em cada um, sempre menor do que as minhas imensas mazelas da inveja, é preciso aprender a respeitar, porquanto o invejoso não considera ninguém, padecendo despeito de todos, a todos apedrejando, maldizendo… O exercício é para querer estimar, conseguir amizade e plantar no coração o que muitos chamam amor, mas que ao ególatra constitui um fardo pesado, tenebroso, difícil de carregar. Sim, o espírito invejoso odeia, persegue, porque, tendo ciúme da felicidade alheia, corrói-se pela inveja da felicidade dos demais. Os que apresentam recalques entre os homens, os que cultivam complexos de inferioridade, no fundo são Espíritos invejosos, malévolos, insidiosos,
  • 31. 31 infelizes, pois somente quem é desventurado se compraz na desventura alheia… Por isso o exercício é treinar a largueza da generosidade, a difusão da gentileza, a ampliação dos horizontes imensos da caridade, porque as mãos que esparzem rosas sempre ficam impregnadas de perfume… Como é ditoso oferecer-se rosas, muito melhor seria tirar-lhes, também, os espinhos, como os cardos do caminho por onde transitam incautos pés. Nota do autor: adaptado do texto A INVEJA, constante do livro Depoimentos Vivos, de Divaldo Pereira Franco, Ed. LEAL, com transcrições parciais. A Inveja A inveja é considerada um dos grandes males da sociedade, a psicologia a considerada como um câncer da humanidade já que ela desestrutura os campos: emocional e físico, e ainda, ela impede o desenvolvimento de outros sentimentos que estão ligados a ordem superior. Muitos historiadores definem a inveja como um sentimento inferior de desejo, que é atribuída ao egocentrismo, soberba e cobiça. Pode-se encontrar este tipo de pessoa em todas as áreas, por exemplo, na religiosa, política, esportiva, profissional, entre outras. Quantas pessoas não desejam que o casamento do amigo acabe? Ou então, comemoram quando o colega perde o emprego? A pessoa que tem inveja passa energia negativa para o invejado e também para as pessoas que os cercam. Ele também é inseguro, supersensível, desconfiado, além de se passar por superior, quando na verdade, se sente inferior. Outra característica do invejoso é a questão da cópia, do desejo de ter aquilo que o outro tem, por exemplo, um bom relacionamento, emprego. Fontes: O Clarim | Espiritismo, Prece de Luz O Ciúme Você conhece alguma pessoa ciumenta? Não me refiro ao ciúme comum, aquele que dizem que é o tempero do amor. Falo do ciúme doentio, que foge dos limites do aceitável. O espírito imortal traz consigo, ao reencarnar, suas características adquiridas no curso de muitas vidas. Essas características desabrocham logo na infância na forma de tendências. Se a educação e o acompanhamento familiar não souberem detectar e modificar essas tendências desde cedo, essas características se desenvolverão livremente.
  • 32. 32 O espírito imortal mantém um padrão comportamental que lhe acompanha a bagagem milenar. Fruto da sua lenta e gradativa evolução. A sua maneira de pensar e de sentir, o seu modo de ação e reação você traz de outras existências. A formação da sua personalidade, na infância, apenas utilizou o seu material espiritual. O espiritismo é insistente em nos apontar o orgulho e o egoísmo como os geradores de todos os defeitos humanos. O ciúme não escapa a essa regra. Como sentimento egoísta, o ciúme procura roubar a liberdade do outro, tenta obrigá-lo a seguir por um caminho delimitado ou simplesmente aprisioná-lo. O ciúme é um exercício enlouquecido de poder, de dominação e de aprisionamento do outro. A pessoa ciumenta não sabe diferenciar imaginação e realidade, não sabe distinguir fantasia e certeza. Qualquer dúvida em sua cabeça logo se transforma em delírio. A vítima do ciumento se sujeita a ter seus pertences revistados em busca de vestígios que nem imagina do que seja. O ciumento tem ciúme do passado do outro, dos seus relacionamentos anteriores, e vive imaginando detalhes sobre fatos verdadeiros ou não. O que o ciumento quer é o controle total e absoluto dos sentimentos, da atenção e do comportamento em geral do outro. O outro passa por situações vexatórias e bizarras, isso quando não impera a violência. Quantos crimes passionais devem sua origem ao ciúme doentio? Quantos casos de mulheres que se sujeitam à violência doméstica por depender emocionalmente ou economicamente do parceiro? Ciúme não é amor. Pode estar relacionado a amor, mas a um amor que está doente. É um sentimento profundamente egoísta que envolve um medo insuportável de perder o parceiro para outra pessoa. Mesmo que essa pessoa só exista na imaginação do ciumento. O ciumento é alguém com a autoestima baixíssima, que não confia em si e nos seus sentimentos. Julga o outro pelos seus pensamentos mórbidos. O ciúme, assim como outros sentimentos como raiva, mágoa, inveja, desencadeia uma série de doenças. Essas doenças podem se manifestar já nesta encarnação ou acompanhar o espírito imortal até uma próxima oportunidade na matéria para expurgar essas energias negativas, esse lixo mental e emocional. É importante que o ciumento e sua vítima se conscientizem da necessidade de ajuda. Parece claro que, além da própria personalidade desajustada do ciumento, há interferência de espíritos obsessores nessas situações. Mas de nada adianta tratamento desobsessivo ou ajuda profissional se não houver o propósito firme de uma reforma íntima urgente. Só com a vontade real de se ajudar, de colaborar consigo mesmo, pode ser efetivada uma melhoria significativa. Isso vale para o ciumento e também para o seu parceiro, que é vitimado pelo seu ciúme. Nunca é demais lembrar que ninguém é vítima por
  • 33. 33 acaso. O acaso não existe. Tudo o que nós colhemos é o que um dia nós plantamos… Amor fotografia por Yanalya – Freepik.com O Ciúme Você é ciumento? Você sente ciúmes de seus amigos, colegas de trabalho, familiares? Qual a visão espírita do ciúme? Antes de abordarmos a visão espírita do ciúme vamos relembrar que o amor está relacionado à afinidade, a querer o próximo bem, etc. Já o ciúme é possessão, é o chamado: “quero para mim, isto é meu”. Ciúme não é amor. Ciúme é posse! É querer que o outro faça exatamente aquilo que você deseja, é fazer o outro se isolar. O ciumento nunca relaxa. Por exemplo, quando o outro não atende uma ligação ou não responde uma mensagem, o ciumento já pensa que está sendo traído, que a pessoa não quer lhe responder, etc. Portanto, o ciúme é sim um inferno na Terra. O ciúme é um excesso. Não de amor, mas sim, excesso de vaidade, de orgulho, de egoísmo. O amor não carrega consigo nenhum sentimento ou atitude que leva às más paixões. Como o ciúme pode ser vencido? A partir do momento, em que aprendermos a domar as nossas paixões. A entendermos que o amor não é exclusivo. “Você não ama uma única pessoa, você ama várias. E conforme desenvolve o amor, vai amando mais e várias pessoas. O amor é um só. A forma como a gente dirige hoje é diferente, porém, chegará o momento em que não será. Vamos amar de forma igual, com a mesma intensidade todo mundo. Para finalizar, não podemos nos deixar levar por paixões desenfreadas que prejudicam tanto a nós mesmos como os outros.
  • 34. 34 1.2 – Perda de pessoas amadas 934 – A perda de pessoas que nos são queridas não constitui para nós legítima causa de dor, tanto mais legítima quanto é irreparável e independente de nossa vontade? Essa causa de dor atinge tanto o rico quanto o pobre: é uma prova ou expiação, e a lei comum. Mas é uma consolação poder comunicar-vos com vossos amigos pelos meios que tendes, esperando que, para isso, tenhais outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos. Comentários: A dor da perda dos nossos entes queridos é legítima. Apesar de sabermos que é uma separação temporária, que eles continuam vivos, que continuam com sua individualidade na erraticidade, ainda assim é legítima essa dor. É uma separação temporária no aspecto físico, pois sabemos que mesmo estando desencarnados nós podemos manter contatos e muitas vezes continuamos unidos pelo pensamento, pelas atitudes no bem, pelos trabalhos que podemos realizar. Temos a consolação em podermos nos comunicar com os nossos amigos pelos meios que nos estão ao alcance:  Pelo pensamento;  Quando estamos em desdobramento, através do sono; vivemos parcialmente a vida no plano espiritual e assim temos condições de encontrar nossos amigos e familiares queridos, conversar, trocar informações e trabalhar juntos;  Através da mediunidade, que permite uma comunicação mais ostensiva e mais direta. Porém, ainda não é uma atividade à disposição de todos e a qualquer momento. Mas quando estivermos mais depurados e evoluídos todos nós teremos essa condição. Todos nós seremos médiuns ostensivos. Teremos condições e possibilidades de manter esse intercâmbio natural e espontâneo com o plano espiritual. Esse entendimento facilita muito a nossa vida aqui na Terra. LIVRO QUARTO: Esperanças e Consolações Capítulo I: Penas e gozos Terrestres
  • 35. 35 935 – Que pensar da opinião das pessoas que olham as comunicações de além-túmulo como uma profanação? Não pode haver nisso profanação quando há recolhimento, e quando a evocação é feita com respeito e decoro. O que o prova, é que os Espíritos que se vos afeiçoam vêm com prazer e são felizes com vossa lembrança e por conversarem convosco. Haveria profanação em fazê-lo com leviandade. Allan Kardec: A possibilidade de entrar em comunicação com os Espíritos é uma bem doce consolação, visto que ela nos proporciona o meio de conversar com nossos parentes e nossos amigos que deixaram a Terra antes de nós. Pela evocação, os aproximamos de nós, eles estão ao nosso lado, nos ouvem e nos respondem; não há, por assim dizer, mais separação entre eles e nós. Eles nos ajudam com seus conselhos, nos testemunham sua afeição e o contentamento que experimentam com nossa lembrança. É para nós uma satisfação sabê-los felizes, aprender por eles mesmos os detalhes de sua nova existência e adquirir a certeza de, por nossa vez, a eles nos reunir. Comentários: Profanação: desrespeito ou violação do que é santo, sagrado; atitude irreverente contra pessoa ou coisa que merece respeito; afronta, insulto, irreverência A comunicação com o plano espiritual é algo natural, importante e sempre ocorreu, com maior incidência no futuro. Não há profanação na comunicação com além-túmulo. A doutrina espírita vem exatamente nos mostrar isso. A proibição efetuada por Moisés foi porque as pessoas se comunicavam com o plano espiritual de forma negativa, com fins comerciais, de curiosidade, de satisfação dos seus interesses mesquinhos. Não havia um objetivo nobre, um fim útil. As pessoas não buscavam a comunicação com os Espíritos para amparo, para auxílio, para saber como estavam seus familiares desencarnados. Estavam sempre movidos pelo interesse pessoal e egoísta. Nesse caso, de forma leviana, há profanação. A doutrina espírita nos deixa esse entendimento muito claro. Ela condena justamente o que Moisés proibiu. A comunicação com o plano espiritual tem que ser sempre com fins nobres, com fins positivos para auxiliar, para amparar tanto encarnados quanto desencarnados. Tudo está na intenção. Deus avalia muito mais a intenção do que os fatos.
  • 36. 36 936 – Como a dores inconsoláveis dos sobreviventes afetam os Espíritos a que se dirigem? O Espírito é sensível à lembrança e aos lamentos daqueles que amou, mas uma dor incessante e irracional o afeta penosamente, porque ele vê nessa dor excessiva uma falta de fé no futuro e de confiança em Deus e, por conseguinte, um obstáculo ao progresso e, talvez, ao reencontro. Allan Kardec: O Espírito, estando mais feliz que sobre a Terra, lamentar-lhe a vida é lamentar que ele seja feliz. Dois amigos são prisioneiros e encerrados no mesmo cárcere; ambos devem ter um dia sua liberdade, mas um deles a obtém antes do outro. Seria caridoso, àquele que fica, estar descontente de que seu amigo seja libertado antes dele? Não haveria mais egoísmo que afeição de sua parte, em querer que partilhasse seu cativeiro e seus sofrimentos tanto tempo quanto ele? Ocorre o mesmo com dois seres que se amam sobre a Terra: aquele que parte primeiro, está livre primeiro, e devemos felicitá-lo por isso, esperando com paciência o momento em que o estaremos por nossa vez. Faremos, sobre esse assunto, uma outra comparação. Tendes um amigo que, perto de vós, está numa situação muito penosa; sua saúde ou seu interesse exige que ele vá para um outro país, onde estará melhor sob todos os aspectos. Ele não estará mais perto de vós, momentaneamente, mas estareis sempre em correspondência com ele: a separação não será senão material. Estaríeis descontentes com seu afastamento, visto que é para seu bem? A Doutrina Espírita, pelas provas patentes que dá da vida futura, da presença em torno de nós, daqueles que amamos, da continuidade da sua afeição e da sua solicitude, pelas relações que nos faculta manter com eles, nos oferece uma suprema consolação numa das causas mais legítimas de dor. Com o Espiritismo, não há mais solidão, mais abandono, porquanto o homem mais isolado, tem sempre amigos perto de si, com os quais pode conversar. Suportamos impacientemente as tribulações da vida e elas nos parecem tão intoleráveis que não compreendemos que as possamos suportar. Todavia, se as suportarmos com coragem, se houvermos imposto silêncio às nossas murmurações, nós nos felicitaremos quando estivermos fora dessa prisão terrestre, como o paciente que sofre se felicita, quando está curado, de se ter resignado a um tratamento doloroso.
  • 37. 37 Comentários: Quando conhecemos a doutrina espírita a nossa visão de mundo se modifica. Embora sintamos a saudade e a dor dessa separação temporária nossos corações ficam mais serenos, pois sabemos que os laços de amor continuam e nós iremos voltar a ver os nossos familiares queridos. Uma dor incessante, desarrazoada toca o Espírito desencarnado de forma penosa, pois representa falta de fé no futuro e confiança em Deus, além de ser um obstáculo ao adiantamento dos que choram. Dificulta o nosso adiantamento aqui na Terra porque ficamos nesse estado de desequilíbrio, de resignação. Isso é um obstáculo para o nosso adiantamento e muitas vezes dificulta o nosso encontro com os nossos entes amados que partiram primeiro. Quanto mais aceitação e entendimento, mais rapidamente estaremos juntos, por exemplo, através de uma reunião mediúnica, de uma mensagem mediúnica, pelo desdobramento através do sono. Se queremos ter contato com os nossos entes amados, seja através dos sonhos, seja através de mensagens mediúnicas precisamos merecer, fazer a nossa parte.
  • 38. 38 1.3 – Decepção. Ingratidão. Afeições destruídas. 937 – As decepções que nos fazem experimentar a ingratidão e a fragilidade dos laços da amizade, não são também para o homem de coração uma fonte de amargura? Sim, mas já vos ensinamos a lastimar os ingratos e os amigos infiéis: eles serão mais infelizes que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta encontrará mais tarde corações insensíveis, como ele próprio o foi. Pensai em todos aqueles que fizeram mais bem do que vós, que valeram mais que vós, e que foram pagos pela ingratidão. Pensai que o próprio Jesus, em sua vida, foi zombado e desprezado, tratado de velhaco e impostor, e não vos espanteis que assim seja em relação a vós. Que o bem que houverdes feito seja a vossa recompensa nesse mundo, e não olheis o que dizem sobre ele os que o receberam. A ingratidão é uma prova para a vossa persistência em fazer o bem; ser-vos-á levada em conta e aqueles que vos desconheceram serão punidos por isso, tanto mais quanto maior houver sido a sua ingratidão. Comentários: Nós devemos fazer o bem, ajudar, amparar pela alegria de contribuir, de aliviar a dor do próximo, mas sem esperar retribuição, pois só Deus sabe o que se passa no íntimo do nosso coração e basta a Ele saber o bem que nós fazemos. Não precisamos fazer o bem esperando uma gratidão, um reconhecimento daqueles que são ajudados, pois quando nós almejamos essa gratidão é porque ainda desponta o nosso egoísmo querendo esse reconhecimento, havendo um pouco desse sentimento negativo que precisamos trabalhar. Nosso maior exemplo, Jesus. Ele esteve aqui, fez o bem indistintamente e não procurava gratidão, reconhecimento. Mesmo na cruz, injuriado, menosprezado, não se revoltou, não se sentiu em amarguras. Pediu perdão a Deus por nós em função do amor que Ele tem por nós. Seu amor pela humanidade é tão grande que naquele momento supremo de dor, de ingratidão de toda a humanidade Ele pediu ao Pai perdão por nós. Em nenhum momento Ele se ofendeu ou se sentiu magoado pela nossa conduta porque Ele conhecia a nossa imperfeição, a nossa condição espiritual ainda muito distantes do objetivo maior da vida que é a conquista do amor. Portanto, assim como Jesus agiu conosco e ainda age, nós também devemos agir com o próximo. Aqueles que nos tratam com ingratidão, que não sabem reconhecer as benesses recebidas, possamos lembrar que ainda estão a caminho das LIVRO QUARTO: Esperanças e Consolações Capítulo I: Penas e gozos Terrestres
  • 39. 39 verdades, do conhecimento e que no momento certo vão amadurecer e vão lidar de outra maneira com os auxílios recebidos. A nós cabe continuar fazendo o bem, pois Deus tudo vê e cabe a Ele fazer a justiça para com aquele que foi grato, como para aquele que foi ingrato Assim mesmo Madre Teresa de Calcutá “Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas. Perdoe-as assim mesmo. Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de interesseiro. Seja gentil assim mesmo. Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vença assim mesmo. Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo. Seja honesto e franco assim mesmo. O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra. Construa assim mesmo. Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja. Seja feliz assim mesmo. O bem que você faz hoje, pode ser esquecido amanhã. Faça o bem assim mesmo. Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode não ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo. Veja você que, no final das contas, é tudo entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros.”
  • 40. 40 938 – As decepções causadas pela ingratidão não são feitas para endurecer o coração e fechá-lo à sensibilidade? Isso seria um erro, porque o homem de coração, como dizes, está sempre feliz pelo bem que faz. Ele sabe que se o não lembrarem nesta vida, o farão em outra, e que o ingrato disso terá vergonha e remorsos. 938.a) Esse pensamento não impede seu coração de ser ulcerado; ora, isso não poderia originar-lhe a ideia de que seria mais feliz se fosse menos sensível? Sim, se prefere a felicidade do egoísta; é uma triste felicidade esta. Que ele saiba, portanto, que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou sobre eles; desde então, não deve lamentar a sua perda. Mais tarde, encontrará os que saberão melhor compreendê-lo. Lamentai aqueles que têm para vós maus procedimentos que não merecestes, porque haverá para eles um triste retorno; mas não vos aflijais com isso: é o meio de vos colocardes acima deles. Allan Kardec: A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores prazeres que lhe seja concedido sobre a Terra é o de reencontrar corações que simpatizam com o seu, o que lhe dá as premissas de uma felicidade que lhe está reservada no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência: é um prazer negado ao egoísta. Comentários: Quando a pessoa resolve fechar o seu coração, fechar a sensibilidade em decorrência das ingratidões recebidas acaba sendo uma atitude egoísta. Essa é uma situação em que nos propomos a fazer o bem se recebermos algo em troca como a gratidão ou o reconhecimento. Caso não recebamos, ao invés de continuarmos fazendo o bem e ficarmos felizes pelo bem que fizemos, acabamos nos tornando menos sensíveis e com isso mais egoístas. Isso é uma felicidade do egoísta, uma felicidade triste. Só somos felizes quando abrimos o nosso coração, quando amamos verdadeiramente, quando fazemos o bem pela alegria, pela satisfação de ajudar e de ser útil, mesmo que o outro não expresse esse reconhecimento. Se esses possíveis amigos, realmente fossem amigos, não iriam nos abandonar, não iriam deixar de ser gratos por aquilo que receberam. Se não foram gratos é porque não eram nossos verdadeiros amigos, portanto, não há motivos para lamentar por tê-los perdidos.
  • 41. 41 O mais importante é sermos bons, é fazermos o bem. Jesus ajudou, amou, fez tanto bem e recebeu atitudes completamente diferentes daquelas que para conosco Ele agiu. Nós o colocamos na cruz e tiramos sua vida física. Ele nos perdoou, não se sentiu ofendido. Em nenhum momento Ele deixou que sua felicidade fosse abalada pela nossa conduta, pois Ele conhecia nossa condição de Espíritos ainda imperfeitos. A pessoa verdadeiramente boa sempre vai agir de forma positiva. Não vai fechar seu coração, a sensibilidade e o amor porque o outro não soube reconhecer o bem que recebeu, mas pelo contrário, continuará distribuindo o bem para que o amor possa um dia reinar na Terra e assim não haverá mais o orgulho, o egoísmo e a ingratidão, apenas o sentimento de alegria, de respeito e de união entre as criaturas. Não fique triste! Procure o conforto que o céu dá a todos aqueles que se conformam e aceitam as dores com resignação. Se aquela criatura que você ama acima de tudo, mais do que a você mesmo, foi ingrata com você, não fique triste: peça que o Pai a ajude e que ela se torne cada vez mais feliz… Entregue ao Pai Todo-Compreensivo aqueles a quem você ama, e ame-os você também. (Minutos de Sabedoria – 215 ou 219) ESE – XIII, 19 e XIV, 09 – pág 140-141 e 146-148.
  • 42. 42 1.4 – Uniões antipáticas 939 – Visto que os Espíritos simpáticos são levados a unir-se, como se dá que, entre os Espíritos encarnados, a afeição não esteja, frequentemente, senão de um lado, e que o amor mais sincero seja recebido com indiferença e mesmo repulsa? Como, de outra parte, a afeição mais viva de dois seres pode mudar em antipatia e, algumas vezes, em ódio? Não compreendeis, pois, que é uma punição, mas que não é senão passageira. Aliás, quantos não há que creem amar perdidamente, porque não julgam senão sobre as aparências, e quando são obrigados a viver com as pessoas, não tardam a reconhecer que isso não é senão uma admiração material. Não basta estar enamorado de uma pessoa que vos agrada e a quem creiais de belas qualidades; é vivendo realmente com ela que podereis apreciá-la. Quantas também não há dessas uniões que, no início, parecem não dever jamais ser simpáticas, e quando um e outro se conhecem bem e se estudam bem, acabam por se amar com um amor terno e durável, porque repousa sobre a estima! É preciso não esquecer que é o Espírito que ama e não o corpo, e, quando a ilusão material se dissipa, o Espírito vê a realidade. Há duas espécies de afeições: a do corpo e a da alma e, frequentemente, se toma uma pela outra. A afeição da alma, quando pura e simpática, é durável; a do corpo é perecível. Eis porque, frequentemente, aqueles que creem se amar, com um amor eterno, se odeiam quando a ilusão termina. Comentários: Aqui compreendemos o porquê de muitas uniões aqui na Terra parecerem muito simpáticas no início, mas no decorrer da convivência surgem as dificuldades de relacionamento e muitas uniões findam havendo traços de mágoa, de ódio e de desafeto entre aquelas pessoas que antes pareciam se amar. A Espiritualidade nos esclarece que há dois tipos de afeição, a do corpo e a da alma. É importante observarmos o que de fato une as criaturas. - Estão juntos porque havia algo em comum. - Semelhante atrai semelhante. Não são os opostos, mas os iguais que se atraem. Será que naquela união há afeição verdadeira ou apenas encantamento material? LIVRO QUARTO: Esperanças e Consolações Capítulo I: Penas e gozos Terrestres
  • 43. 43 Será uma união decorrente da matéria, do nosso apego, da nossa mente, do nosso coração ainda imperfeito que fazem com que nos aproximemos de determinadas pessoas, por carência e por tantos outros sentimentos que não a afeição real. Quando a afeição é essa do corpo que é movida pelo mundo material, pelos interesses materiais, não perdura. Quando o encanto acaba, não sobra mais nada, pois não havia a essência. Por outro lado, as afeições da alma, onde há pura e sincera simpatia, são duradouras e não finalizam, nem com a morte e nem com o desenvolvimento das uniões aqui no mundo material. Juntos ou separados deve haver respeito. No livro Estudando a Mediunidade, Martins Peralva destaca diferenças espirituais relevantes e classifica o casamento em cinco tipos: acidentais, provacionais, sacrificiais, afins (afinidade superior) e transcendentes. Vejamos cada um deles: Casamentos Acidentais – São aqueles decorrentes de um encontro de almas com pouca evolução, “almas inferiorizadas”, atraídas momentaneamente e sem identificação de ascendência espiritual. Podemos identificar este tipo de casamento entre pessoas que se encontram, mas não apresentam comprometimento espiritual anterior, não sendo tal união programada pela espiritualidade para acontecer na vida atual, decorrendo de imprevisto e eventualidade. Atualmente, este casamento ainda é muito comum. Podem até dar certo, pois é possível os cônjuges se adaptarem um ao outro, consolidando a união no tempo. Alguns dos fatores a ocasionar a ocorrência deste tipo de casamento são: a atração momentânea, onde predomina a sensualidade; os interesses pessoais e/ou financeiros, muito conhecido em todas as épocas da humanidade; fuga do lar, em decorrência de dificuldades domésticas; união imposta, como as decorrentes de gravidez fortuita, por exemplo; vaidade, com uma necessidade de casar para se sentir bem, para mostrar à sociedade; luxúria e todos os instintos inferiores ainda presentes na humanidade terrena. Casamentos Provacionais – Há um reencontro de Espíritos para reajustamento, condição indispensável à evolução de ambos. Por haverem contraído débitos cármicos mútuos, a Providência Divina utiliza- se da união conjugal para o necessário ressarcimento.
  • 44. 44 São os mais frequentes em um mundo considerado de expiações e de provas, como a Terra, razão pela qual não raro verificam-se dificuldades de relacionamento entre os cônjuges, desarmonia, desconfiança e tantos outros conflitos morais, podendo mesmo, se não devidamente trabalhados, causar tragédias familiares. Este casamento decorre da misericórdia divina, a oportunizar o cumprimento da lei de causa e de efeito por meio de um convívio diário com aqueles corações compromissados, contribuindo para aflorar o perdão, o amor sincero, verdadeiro e fraternal nas lutas comuns da vida. Para a conquista dos objetivos almejados estes casamentos são planejados na espiritualidade, constam do plano reencarnatório. A espiritualidade superior trabalha para que os Espíritos possam se encontrar e se apaixonar, sendo “magnetizados e hipnotizados”, pode-se assim dizer, permitindo encantarem- se um pelo outro, sem a interferência e a lembrança das antipatias do passado. Sem a caridosa contribuição do plano superior, o antagonismo do pretérito, mesmo que de modo intuitivo, far-se-ia presente, não permitindo a atração entre os Espíritos e o casamento provacional. A Espiritualidade, portanto, une estes corações para modificarem, pelo convívio diário, a animosidade do passado em laços de fraternidade e de amor. Posteriormente ao casamento, o encantamento inicial vai se fragilizando ante as lembranças inconscientes do passado, as quais começam a aflorar e a desarmonizar o lar, dando início às dificuldades de relacionamento, tornando- se necessária a vivência do Evangelho, a boa vontade, a tolerância e a resignação para que a união prospere. Lembremos que quando as afinidades do sentimento não estão presentes, o casamento na Terra é tão somente um serviço redentor. O Espiritismo, pelo esclarecimento trazido, auxilia sobremaneira as uniões de caráter provacional, permitindo aos indivíduos encontrarem força espiritual para continuarem caminhando para o bem e para o regaste de suas faltas. Casamentos Sacrificiais – Quando o Pai consente num “reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada”, com o objetivo de redimir aquela que se equivocou durante a caminhada, havendo assim a aproximação de almas espiritualmente opostas, uma mais esclarecida voluntariando-se para auxiliar a retardatária na ascensão espiritual, sendo por isso mesmo um sacrifício. Quando se ama não se consegue ser feliz se na retaguarda, em condição de sofrimento e dor, está o destinatário de nossa afeição. Nesta situação, a alma iluminada retorna com aquele coração amado para através do amor, do exemplo, da renúncia e da resignação, estimular-lhe a caminhada para Deus. Uma alma já se encontra iluminada pelas lutas redentoras, mas a outra ainda precisa da luz para deixar as trevas, sendo o evangelho o caminho a nos conduzir durante esta jornada evolutiva, sendo estimulante da harmonia e do amor fraternal.
  • 45. 45 Um exemplo desta categoria é o de Lívia com o senador Publio Lêntulus, transcrito no livro Há Dois Mil Anos. O senador, embora evoluído intelectualmente, era moralmente inferior à Lívia, devido ao seu orgulho. Casamentos Afins – São aquelas uniões decorrentes da lei da afinidade, quando Espíritos amigos reencontram-se para a consolidação de afetos. Verifica-se, aqui, a reunião de almas mais esclarecidas espiritualmente e que se afinam no amor, na amizade e na comunhão com as leis divinas, permitindo o casamento a consolidação dos laços de afeição. Na Terra, pela condição ainda muito imperfeita de seus habitantes, o número de casamentos afins é bem mais reduzido, mas não deixa de existir. Casamentos Transcendentes – bem mais raros se comparados com os afins, decorrem de “almas engrandecidas no bem e que se buscam para realizações imortais”. Podemos afirmar dar-se o reencontro desses Espíritos, no plano material, objetivando realizações em prol da humanidade, com uma finalidade superior, muito além dos nossos interesses pessoais e egoístas. Esses Espíritos, pela evolução já alcançada, buscam e trabalham pelo bem, trazem uma felicidade muito acima das paixões e vulgaridades terrena, decorrendo de amor puro e verdadeiro. Um exemplo de casamento transcendente é o do próprio Allan Kardec com Amélie-Gabrielle Boudet, que embora seu nome não seja citado na Codificação, sua participação e apoio na vida de Kardec foram fundamentais para o cumprimento de sua missão. Durante a nossa caminhada evolutiva natural será passarmos todos, em algum momento, pelos diversos tipos de casamento. Normalmente, fica-se bom tempo vivenciando os primeiros até haver merecimentos para se desfrutar, no plano material, de união construída com base na afinidade superior ou no amor transcendental. Nos casamentos transcendentais e afins, por serem estáveis e baseados no amor, não há divórcio ou mesmo relações extraconjugais, assim como por parte da alma iluminada da união sacrificial. Por fim, significa o casamento oportunidade sublime de reajuste e, em menor incidência, consolidação de laços de afinidade e de amor. https://www.conhecendooespiritismo.com.br/post/quais-os-tipo-de-casamento Muitas das uniões nessa vida aparentemente parecem ser uniões por afinidade, mas na verdade são essencialmente provacionais.
  • 46. 46 Há que se colocar em prática todos os dias o perdão, a tolerância, a compreensão, o respeito, o amor. Família – É a mais importante instituição, onde são gerados todos os climas de fraternidade, de educação, do verdadeiro amor. Garantia dos alicerces da civilização. 940 – A falta de simpatia entre os seres destinados a viver juntos, não é igualmente uma fonte de desgostos tanto mais amarga quanto envenena toda a existência? Muito amargas, com efeito. Mas é uma dessas infelicidades das quais, frequentemente, sois a primeira causa. Primeiro, são vossas leis que são erradas. Por que crês que Deus te constrange a ficar com aqueles que te descontentam? Aliás, nessas uniões, frequentemente, procurais mais a satisfação do vosso orgulho e da vossa ambição do que a felicidade de uma afeição mútua; suportareis, nesse caso, a consequência dos vossos preconceitos. 940.a) Mas, nesse caso, não há quase sempre uma vítima inocente? Sim, e é para ela uma dura expiação; mas a responsabilidade de sua infelicidade recairá sobre aqueles que lhe foram a causa. Se a luz da verdade penetrou sua alma, ela terá sua consolação em sua fé no futuro. De resto, à medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas de suas infelicidades íntimas desaparecerão também. Comentários: As leis dos homens, de alguma forma, impediam ou determinavam que as pessoas não poderiam se divorciar, em função de uma união em que não havia mais desejo de ambas as partes de continuarem, de uma simpatia, de um sentimento recíproco que fizesse com que aquelas pessoas ali desejassem permanecer. Em função das leis que existiam no mundo (e ainda existem em alguns países) as pessoas precisavam permanecer unidas mesmo nessas condições. Isso era fonte de dissabores, de insatisfação e infelicidade. Dissabores tanto mais amargos, quanto houvesse falta de simpatia entre os seres destinados a viver. Nesses casos, as uniões são bem mais difíceis e conflituosas. O divórcio não é contrário às leis divinas. Lei 6.515, de 26/12/1977. ESE – Capítulo XXII: Não separeis o que Deus juntou – pág. 204 a 206.
  • 47. 47 A doutrina Espírita não está incentivando que as uniões sejam desfeitas e que cada um continue seguindo o seu caminho. Muitas uniões são provacionais, onde ainda não há uma simpatia real e verdadeira, mas os Espíritos vêm com aquele compromisso, com aquele desejo de juntos trabalharem as suas dificuldades e evoluírem. A doutrina nos esclarece que se aquela união não está mais trazendo as alegrias, não está mais proporcionando o crescimento espiritual que aquelas pessoas necessitam é melhor que cada um siga o seu caminho com respeito um pelo outro e que possam ser felizes. Todos nós viemos para cá com o mesmo objetivo: vivenciar o amor e transformar laços de ódio, de mágoa, de desunião, de desafeto em laços de fraternidade, respeito e amor. Nós podemos alcançar esse objetivo estando em determinada união ou estando separados, como amigos. Quantas uniões são desfeitas e se mantém o respeito, a amizade entre aqueles que um dia estiveram juntos. O fato de não estarem mais juntos não significa que eles não cumpriram o seu objetivo reencarnatório, pois estão saindo dessa existência como irmãos fraternos. Igualmente, há relações que permanecem juntos, mas com sentimentos de ódio entre os parceiros, estando junto na matéria, mas não em Espírito, não cumprindo o objetivo. As uniões precisam estarem pautadas no respeito e no sentimento de fraternidade que deve unir todas as criaturas
  • 48. 48 1.5 – Medo da morte 941 – O medo da morte é para muitas pessoas uma causa de perplexidade; de onde vem esse temor, visto que elas têm diante de si o futuro? É errado que tenham esse temor. Todavia, que queres tu! procuram persuadi- las em sua juventude de que há um inferno e um paraíso, mas que é mais certo que elas irão para o inferno porque lhe dizem que, o que está na Natureza, é um pecado mortal para a alma. Então, quando se tornam grandes, se têm um pouco de julgamento, não podem admitir isso, e se tornam ateias ou materialistas. É assim que as conduzem a crer que, fora da vida presente, não há mais nada. Quanto às que persistiram em suas crenças da infância, elas temem esse fogo eterno que as deve queimar, sem as destruir. A morte não inspira ao justo nenhum medo, porque com a fé ele tem a certeza do futuro; a esperança o faz esperar uma vida melhor, e a caridade, da qual praticou a lei, dá-lhe a certeza de que não reencontrará, no mundo em que vai entrar, nenhum ser do qual deva temer o olhar. (730). Allan Kardec: O homem carnal, mais ligado à vida corporal que à vida espiritual, tem, sobre a Terra, penas e gozos materiais; sua felicidade está na satisfação fugidia de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e afetada pelas vicissitudes da vida, permanece numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do seu futuro, e acredita que deixa sobre a Terra todas as suas afeições e todas as suas esperanças. O homem moral, que se eleva acima das necessidades fictícias criadas pelas paixões, tem, desde este mundo, prazeres desconhecidos ao homem material. A moderação dos seus desejos dá ao seu Espírito a calma e a serenidade. Feliz pelo bem que fez, não há para ele decepções, e as contrariedades deslizam sobre sua alma sem deixar aí impressão dolorosa. Comentários: Esse temor da morte decorre de várias fontes:  A educação que se tem quando criança quando os pais repassam a ideia de um paraíso e de um inferno ou fogo eterno, quando na verdade existem as regiões umbralinas para a permanência transitória do Espírito equivocado ou devedor. LIVRO QUARTO: Esperanças e Consolações Capítulo I: Penas e gozos Terrestres