Suicídio: Ação pela qual alguém põe intencionalmente fim à própria vida física. É um ato exclusivamente humano e está presente em todas as culturas.
Do ponto de vista da Doutrina Espírita, o suicídio é considerado um crime, e pode ser entendido não somente no ato voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça conscientemente para apressar a extinção das forças vitais, ou seja, abreviar o fim do corpo físico.
A campanha do “Setembro Amarelo” tem como objetivo trazer informações e conscientizar a sociedade para a prevenção do suicídio no Brasil.
Como surgiu?
Em setembro de 1994, nos Estados Unidos, o jovem de 17 anos Mike Emme cometeu suicídio. Ele tinha um Mustang amarelo e, no dia do seu velório, seus pais e amigos decidiram distribuir cartões amarrados em fitas amarelas com frases de apoio para pessoas que pudessem estar enfrentando problemas emocionais.
Inspirado no caso Emme, o “Setembro Amarelo” foi adotado em 2015 no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Importância da campanha
Além de trazer esse tema à tona, as campanhas disponibilizam informações e opções de tratamento para o público, visando a reduzir o tabu que faz com que muitas pessoas evitem falar sobre suicídio e buscar ajuda.
https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/setembro-amarelo-como-surgiu-e-por-que-ele-e-tao-importante/
3. 943 – De onde vem o desgosto da
vida que se apodera de certos
indivíduos, sem motivos plausíveis?
Efeito da ociosidade, da falta de fé e,
frequentemente, da saciedade. Para
aquele que exercita suas faculdades
com um objetivo útil e segundo suas
aptidões naturais, o trabalho não
tem nada de árido e a vida se escoa
mais rapidamente. Ele suporta as
vicissitudes com tanto mais
paciência e resignação, quanto age
tendo em vista uma felicidade mais
sólida e mais durável que o espera.
4. 944 – O homem tem o direito de dispor da sua própria
vida?
Não, só Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é
uma transgressão dessa lei.
944.a) O suicídio não é sempre voluntário?
O louco que se mata não sabe o que faz.
5. 945 – Que pensar do suicídio que tem por causa o
desgosto da vida?
Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não
lhes seria uma carga!
6. 946 – Que pensar do suicídio que tem por objetivo escapar às
misérias e às decepções deste mundo?
Pobres Espíritos que não têm a coragem de suportar as misérias
da existência! Deus ajuda àqueles que sofrem, e não àqueles que
não têm nem força nem coragem. As tribulações da vida são
provas ou expiações; felizes aqueles que as suportam sem
murmurar, porque serão recompensados! Infelizes, ao contrário,
os que esperam sua salvação do que, em sua impiedade, chamam
de acaso ou fortuna! O acaso ou a fortuna, para me servir de sua
linguagem, podem, com efeito, lhes favorecer um instante, mas é
para os fazer sentir mais tarde e mais cruelmente o vazio dessas
palavras.
946.a) Os que conduziram um infeliz a esse ato de desespero,
suportarão as consequências?
Oh! Ai deles! Porque responderão por homicídio.
7. 947 – O homem que luta com a necessidade e que se deixa
morrer de desespero, pode ser considerado um suicida?
É um suicida, mas os que lhe são a causa ou que poderiam
impedi-lo, são mais culpados que ele, e a indulgência o espera.
Todavia, não creiais que esteja inteiramente absolvido se lhe
faltou firmeza e perseverança, se não fez uso de toda a sua
inteligência para se livrar do lamaçal. Ai dele, sobretudo, se seu
desespero nasce do orgulho; quero dizer, se é desses homens
em quem o orgulho paralisa os recursos da inteligência, que
corariam de dever sua existência ao trabalho de suas mãos, e
que preferem morrer de fome a derrogar aquilo que chamam
sua posição social! Não há cem vezes mais de grandeza e de
dignidade em lutar contra a adversidade que desafiar a crítica de
um mundo fútil e egoísta, que não tem boa vontade senão para
aqueles a quem nada falta, e vos volta as costas, desde que
tendes necessidades dele? Sacrificar sua vida à consideração
desse mundo é uma coisa estúpida, porque ele não a tem em
nenhuma conta.
8. Formas de suicídio:
Suicídio direto ou consciente:
Ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção
seja a morte, de forma consciente e intencional, usando um
meio que acredita ser letal.
Suicídio indireto ou inconsciente:
É quando aniquilamos lentamente nosso corpo físico. É um
suicídio lento e silencioso, sendo este o que mais mata.
São situações que causam o desgaste do nosso organismo
transformando em enfermidades que abreviam a nossa vida
física, antecipando o nosso desencarne, nos tornando suicidas
inconscientes.
- Destruímos o corpo de fora para dentro com as nossas ações
voltadas aos vícios e excessos.
- Destruímos o corpo de dentro para fora com os nossos
sentimentos e pensamentos negativos.
9. 948 – O suicídio que tem por
objetivo escapar à vergonha de
uma ação má é tão repreensível
como o que é causado pelo
desespero?
O suicídio não apaga a falta, ao
contrário, haverá duas em lugar de
uma. Quando se teve a coragem
de fazer o mal, é preciso ter a de
suportar suas consequências. Deus
julga, e segundo a causa, pode,
algumas vezes, diminuir seus
rigores.
10. 949 – O suicídio é desculpável quando tem por objetivo
impedir a vergonha de recair sobre os filhos ou a família?
Aquele que age assim não faz bem, mas ele o crê, e Deus lho
tem em conta, porque é uma expiação que ele próprio se
impôs. Ele atenua sua falta pela intenção, mas com isso não
deixa de cometer uma falta. De resto, aboli os abusos de vossa
sociedade e vossos preconceitos, e não tereis mais desses
suicídios.
Allan Kardec:
Aquele que tira a própria vida para fugir à vergonha de uma
ação má, prova que se prende mais à estima dos homens que
à de Deus, porque ele vai entrar na vida espiritual carregado
de suas iniquidades e se tira os meios de as reparar durante a
vida. Frequentemente, Deus é menos inexorável que os
homens, perdoa o arrependimento sincero e nos considera a
reparação; o suicídio não repara nada.
11. 950 – Que pensar daquele que tira a própria vida na
esperança de alcançar mais cedo uma vida melhor?
Outra loucura! que ele faça o bem e estará mais seguro de
alcançá-la; porque retarda sua entrada num mundo
melhor, e ele mesmo pedirá para vir terminar essa vida que
cortou por uma falsa ideia. Uma falta, qualquer que seja,
não abre jamais o santuário dos eleitos.
12. 951 – O sacrifício de sua vida não é meritório, algumas vezes,
quando tem por objetivo salvar a de outrem ou de ser útil aos
seus semelhantes?
Isso é sublime, conforme a intenção, e o sacrifício de sua vida não
é um suicídio. Mas Deus se opõe a um sacrifício inútil e não pode
vê-lo com prazer se é deslustrado pelo orgulho. Um sacrifício não
é meritório senão pelo desinteresse e, aquele que o realiza tem,
algumas vezes, uma segunda intenção, que lhe diminui o valor aos
olhos de Deus.
Allan Kardec:
Todo sacrifício feito às custas de sua própria felicidade é um ato
soberanamente meritório aos olhos de Deus, porque é a prática
da lei de caridade. Ora, a vida sendo o bem terrestre ao qual o
homem atribui maior valor, aquele que a renuncia para o bem de
seus semelhantes, não comete um atentado: ele faz um
sacrifício. Mas, antes de o cumprir, deve refletir se sua vida não
pode ser mais útil que sua morte.
13. 952 – O homem que perece vítima do abuso de paixões que
ele sabe dever apressar seu fim, mas às quais ele não tem
mais o poder de resistir, porque o hábito fez delas
verdadeiras necessidades físicas, comete um suicídio?
É um suicídio moral. Não compreendeis que o homem é
duplamente culpado nesse caso? Há nele falta de coragem e
animalidade, e além disso, o esquecimento de Deus.
952.a) É mais, ou menos culpado que aquele que tira a si
mesmo a vida por desespero?
É mais culpado, porque tem tempo de raciocinar sobre o seu
suicídio. No que o faz instantaneamente há, algumas vezes,
uma espécie de descaminho ligado à loucura. O outro será
muito mais punido, porque as penas são sempre
proporcionais à consciência que se tem das faltas cometidas.
14. 953 – Quando uma pessoa vê diante de si uma morte inevitável e
terrível, é ela culpada por abreviar de alguns instantes seus
sofrimentos por uma morte voluntária?
Sempre se é culpado por não esperar o termo fixado por Deus.
Aliás, se está bem certo de que esse termo chegou, malgrado as
aparências, e que não se pode receber um socorro inesperado no
último momento?
953.a) Concebe-se que nas circunstâncias normais o suicídio seja
repreensível, mas suponhamos o caso em que a morte é inevitável
e em que a vida não é abreviada senão de alguns instantes?
É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do
Criador.
953.b) Quais são, nesse caso, as consequências dessa ação?
Uma expiação proporcional à gravidade da falta, conforme as
circunstâncias, como sempre.
15. 954 – Uma imprudência que compromete a vida sem
necessidade é repreensível?
Não há culpabilidade quando não há intenção ou
consciência positiva de fazer o mal.
16. Elas obedecem a um preconceito
e, frequentemente, mais à força
que por sua própria vontade. Elas
creem cumprir um dever, e esse
não o caráter do suicídio. Sua
desculpa está na nulidade moral
da maioria, dentre eles, e na sua
ignorância. Esses usos bárbaros e
estúpidos desaparecem com a
civilização.
955 – As mulheres que, em certos países, se queimam
voluntariamente sobre o corpo de seu marido, podem
ser consideradas suicidas, suportando as consequências?
17. 956 – Os que, não podendo suportar a
perda de pessoas que lhes são
queridas, se matam na esperança de ir
reencontrá-las, atingem seu objetivo?
O resultado, para eles, é diferente do
que esperam, e em lugar de estar
reunido ao objeto de sua afeição, dele
se distanciam por maior tempo, porque
Deus não pode recompensar um ato de
covardia e o insulto que lhe é feito,
duvidando de sua providência. Eles
pagarão esse instante de loucura por
desgostos maiores que aqueles que
acreditavam abreviar e não terão para
os compensar a satisfação que
esperavam. (934 e seguintes).
Filme: Amor além da vida.
18. 957 – Quais são, em geral, as
consequências do suicídio sobre o
estado do Espírito?
As consequências do suicídio são
muito diversas: não há penas fixadas
e, em todos os casos, são sempre
relativas às causas que o provocaram.
Mas uma consequência à qual o
suicida não pode fugir é o
desapontamento. De resto, a sorte
não é a mesma para todos: depende
das circunstâncias. Alguns expiam a
sua falta imediatamente, outros em
uma nova existência, que será pior do
que aquela cujo curso interromperam.
19. Allan Kardec:
A observação mostra, com efeito, que as consequências
do suicídio não são sempre as mesmas. Mas há as que
são comuns a todos os casos de morte violenta, e a
consequência da interrupção brusca da vida. Há primeiro
a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que
une o Espírito e o corpo, por estar esse laço quase
sempre na plenitude de sua força, no momento em que
quebrado, enquanto que na morte natural ele se
enfraquece gradualmente e, no mais das vezes, se
rompe antes que a vida esteja completamente extinta.
As consequências desse estado de coisa são a
prolongação da perturbação espírita, depois a ilusão
que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o
Espírito crer que está ainda entre o número de vivos.
(155 e 165).
20. A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo
produz em alguns suicidas uma espécie de repercussão
do estado do corpo sobre o Espírito, que sente assim,
malgrado ele, os efeitos da decomposição e experimenta
uma sensação plena de angústias e de horror, e esse
estado pode persistir tanto tempo quanto deveria durar
a vida que interromperam. Esse efeito não é geral, mas,
em nenhum caso, o suicida está isento das
consequências de sua falta de coragem e, cedo ou tarde,
expia sua falta de uma ou de outra maneira. É assim que
certos Espíritos que foram infelizes sobre a Terra,
disseram ser suicidas na precedente existência e estar
voluntariamente submetidos a novas provas para tentar
suportá-las com mais resignação.
21. Em alguns, é uma espécie de ligação à matéria da qual eles
procuram em vão se desembaraçar, para alçar aos mundos
melhores, mas nos quais o acesso lhes é interditado; na
maioria, é o desgosto de ter feito uma coisa inútil, visto
que dela não experimentaram senão a decepção. A
religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio
como contrário à lei natural. Todas nos dizem, em
princípio, que não se tem o direito de abreviar
voluntariamente a vida; mas por que não se tem esse
direito? Por que não se é livre para pôr termo aos
sofrimentos? Estava reservado ao Espiritismo demonstrar,
pelo exemplo daqueles que sucumbiram, que isso não é só
uma falta como infração a uma lei moral, consideração de
pouca importância para certos indivíduos, mas um ato
estúpido, visto que com ele nada se ganha. Isso não é a
teoria que nos ensina, mas os fatos que ele coloca sob
nossos olhos.
22. Nem todo suicídio está
associado à depressão e
também nem todo paciente
deprimido quer se suicidar. A
depressão tem diversos estágios
e o suicídio é um dos atos mais
graves.
Muitas pessoas em risco de
suicídio estão com problemas
em suas vidas entre os desejos
de viver e de acabar com a dor
psíquica.
23. Fique atento a alguns sinais de depressão e ideação suicida:
Tristeza profunda
Distúrbios do sono
Pensamentos negativos
Desinteresse e apatia
Baixa autoestima
Desleixo com a aparência
Dores física
Isolamento
Rejeição
Irritabilidade
Choro frequente
Falta de vontade de fazer coisas simples
Mudanças comportamentais bruscas
Rejeição a determinados assuntos
Frases como ‘“preferia estar morto’” ou ‘quero desaparecer’
24. Diante das dificuldades, perdas, sofrimentos,
nunca, em momento algum, desistir da vida,
nem perder a esperança na bondade de Deus.
A vida nos pede simplesmente para caminhar.
Se tropeçarmos e cairmos, levantemo-nos
porque tudo passa. Deus nos ama! Ele deseja
a nossa felicidade! Depositemos a nossa
confiança inteiramente em Deus. Ele sabe o
momento oportuno de nos tirar do embaraço.
Em todas as situações busquemos a prece.
Pela prece não pediremos o livramento das
dificuldades, mas devemos pedir força,
sabedoria, perseverança para superar e
vencer tais dificuldades. É muito importante
perceber a resposta, que muitas vezes não é a
que nós queremos, mas é a que nós
necessitamos.
Para refletir:
25. CRÉDITOS:
Formatação: Marta Gomes P. Miranda
Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução
de Salvador Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE,
2009. Pág. 288 à 292.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o
Espiritismo. Tradução De Salvador Gentile.
365ª Ed. Araras – SP: Ide, 2009.
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as
Predições Segundo o Espiritismo. Tradução de
Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE,
2008.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução
De Salvador Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: Ide,
2008.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de
Salvador Gentile. Araras – SP: IDE, 2008.