(1) O documento discute os componentes da qualidade de vida, bem-estar subjetivo e felicidade, incluindo aspectos objetivos e subjetivos. (2) Historicamente, os indicadores sócio-econômicos foram usados, mas pesquisadores demonstraram a importância de também considerar indicadores subjetivos. (3) Existem três principais dimensões do bem-estar subjetivo: satisfação com a vida, estados afetivos e fatores psicossociais.
2. COMPONENTES DA QdV
Qualidade de Vida
Objetiva (Welfare)
Qualidade de Vida Subjetiva (Well-Being)
Componentes
Sócio-
Demográficos
Componentes
Econômicos
Componentes Subjetivos
Saúde Salário Satisfação de Vida Felicidade Afetos
Positivos
Afetos
Negativos
Alimentação Rendimentos Nível 1 (Abrangência): Nível 2 (Alcance): Freqüência Freqüência
Educação Renda Sat Global de Vida Satisfação Plena
(de Sucesso)
Intensidade Intensidade
Trabalho Sat com Domínios
Particulares de Vida
Satisfação Parcial
(de Resignação)
Moradia Sat com Elementos
Específicos dos
Domínios Part de Vida
Transporte
3. Etimologia Bem-Estar
Bem: do latim "bonus", "bene" = Bom, Bem,
Felicidade.
Na ética, o bem é o conceito fundamental e
significa aquilo que tem um valor moral;
É uma norma de moralidade.
É no bem-moral (objetivo) que se encontra o
bem-felicidade (subjetivo).
"Tanto mais feliz é um homem, quanto mais se
aproxima do ideal de sua perfeição".
No sentido objetivo, é o bem-perfeito, o puro
Bem, que constitui a plenitude da felicidade.
4. "Fazer o bem e evitar o mal, é o mais simples
e a mais alta norma da consciência bem
formada, e o segredo da verdadeira
felicidade".
Bem-estar no sentido fisiológico: perfeita
saúde.
Bem-estar no sentido social: realização; sem
frustrações. Por exemplo, atendimento das
necessidades básicas; justiça, dignidade,
liberdade, eqüidade.
5. Etimologia Felicidade
Felicidade: do latim "felicitas" = sorte favorável (pelo
acaso).
Plena satisfação, ausência de sofrimentos físicos e
morais.
Sensação de alegria, paz e plenitude interior.
Momentos ou períodos de felicidade: "Todo homem tem
na vida momentos de felicidade, ou mesmo períodos
mais longos, nos quais ele desejaria que o tempo
parasse, para que aquela sensação se transformasse
numa situação definitiva".
Felicidade = ausência de todo mal; fruição de todo bem;
certeza absoluta da permanência definitiva desse
estado.
6. Os estudos sobre qualidade de vida,
bem-estar e felicidade centram-se nos
seguintes domínios:
Trabalho Escola
Comunidades Saúde / Hospitalar
Família Esportes
Infância Exercícios Físicos
Adolescência Psicoterapias
Idade Madura Lazer
7. Totaliza mais de cinqüenta o número de
periódicos que contam em suas publicações
com estudos dos mais variados aspectos da
qualidade de vida, dentre eles: o Journal of
Gerontology, Journal of Personality and
Social Psychology, The Gerontologist,
Motivation and Emotion, Journal Marriage
and The Family, Journal of Happiness e o
Social Indicators Research (SIR), este com
o subtítulo "An International and
Interdisciplinary Journal for Quality-of-Life
Measurement", editado desde 1974.
8. Países que se destacam em
pesquisas sobre qualidade de vida,
bem-estar subjetivo e felicidade
Estados Unidos, Austrália, Brasil, Canadá,
Espanha, Finlândia, França, Israel,
México, Noruega, Nova Zelândia,
República Sul Africana e Suiça.
9. O aumento do número de investigações
sobre níveis de qualidade de vida deu-se
a partir da década de 50, quando as
Nações Unidas passou a ter interesse
ativo na mensuração dos níveis de vida de
várias comunidades mundiais, o que hoje
se denomina, por expressões correlatas,
como bem-estar, condições de vida ou,
meramente, qualidade de vida.
10. O movimento dos indicadores sociais e
dos indicadores subjetivos de qualidade
de vida
Cantril (1965), Bauer (1966), Duncan (1969),
Sheldon e Land (1972), Abrams (1973), Allardt
(1973), Andrews e Withey (1976), Campbell
(1976), Campbell, Converse e Rodgers (1976),
Rattner (1977, 1979), Diener (1984), Glatzer e
Mohr (1987), Stassen e Staats (1988), Vermunt,
Spaans e Zorge (1989), entre outros, têm
oferecido considerações substantivas sobre a
importância relativa dos indicadores sociais de
qualidade de vida e/ou da importância singular
dos indicadores psicológicos de qualidade de
vida.
11. Historicamente, o movimento de indicadores sociais
iniciou-se nos Estados Unidos, França, Reino Unido e
Suécia, cuja função era a de superar a avaliação do bem-
estar de uma nação pelo Produto Nacional Bruto (PNB),
um índice estritamente econômico.
O equívoco do "mítico" PNB per capita conduziu, durante
algumas décadas, ao estabelecimento da crença segundo
a qual quanto maior o crescimento econômico de uma
nação em desenvolvimento, maior bem-estar
experimentariam seus habitantes.
No entanto, de acordo com Rattner (1979), a
concentração de renda em poder dos mais ricos,
proporcionou o estabelecimento de um estado de
desigualdade e injustiça tão intenso, que muitas pessoas,
mais freqüente e intensamente, passaram a experimentar
formas de depressão, desamparo, desesperança e
alienação, além de outras tantas passarem a cultuar o
materialismo exagerado, o imediatismo e a ganância,
algumas centradas na inveja e no ciúme.
12. Rattner (l979, p.130 et seq.), apresentou quatro
críticas e objeções contra a utilização do PNB
como medida per se do bem-estar, aqui
resumidas:
(1). O PNB não pode ser identificado como
satisfação psíquica, não havendo convergência
entre afluência material e felicidade;
(2). o PNB per capita se constitui em um índice,
não revelando particularidades sobre a
distribuição de riquezas entre os habitantes de
uma nação;
(3). o valor monetário de mercado de bens e
serviços não está necessariamente relacionado
com seu conteúdo de bem-estar; e
(4). atividades não comerciais são excluídas do
PNB.
13. Angus Campbell
Campbell (1976, p.117) já havia
apresentado críticas quanto ao uso do
PNB como indicador do bem-estar, da
seguinte maneira:
o produto nacional bruto, importante como
indubitavelmente é, não é exatamente um
padrão absoluto diante do qual a
quantidade de felicidade nos Estados
Unidos possa ser medida.
14. Com o advento do movimento dos
indicadores sociais de qualidade de vida,
encontramos em Bauer (1966), Duncan
(1969), Sheldon e Land (1972) e Allardt
(1973) os pioneiros.
No Brasil, o artigo de Rattner (1977)
procurou ativar a atenção de estudiosos
para o enfoque sócio-demográfico frente à
caracterização de índices nacionais sobre
qualidade de vida.
15. Bauer
Mas, foi Bauer (1966, p.18 et seq.) quem
definiu um indicador social como sendo:
uma informação que possibilita avaliar
onde estamos e para onde vamos com
relação aos nossos objetivos e valores,
servindo, ainda, para avaliar programas
de ação e o seu alcance.
16. Duncan
Em Duncan (1969) os indicadores sociais
baseiam-se em dados sócio-demográficos, que
analisados quantitativamente oferecem um
panorama estatístico de uma comunidade ou
nação. Assim, Duncan (1969) refere-se aos
indicadores sociais como:
um conjunto de informações estatísticas que
orientam modificações no âmbito público, nos
setores de saúde, educação, habitação,
emprego, transportes, entre outros.
17. Sheldon e Land
Mas, Sheldon e Land (1972) ampliaram o enfoque sobre
indicadores sociais, apresentando um modelo mais
abrangente. Assim, Sheldon e Land (1972)
apresentaram uma tipologia de indicadores sociais,
classificados em três níveis:
(1) indicadores sociais descritivos, amparados em
informações sócio-demográficas;
(2) indicadores sociais analíticos, que exprimem os
elementos componentes dos fenômenos e processos
sociais; e
(3) indicadores sociais de problemas nacionais ou
comunitários.
18. Allardt
Mas, foi Allardt (1973) quem ofereceu um enfoque psico-sócio-
demográfico para a caracterização de qualidade de vida, apoiado
na escolha de valores relacionados ao conceito de bem-estar. Tais
valores englobam três categorias:
(1). Having, compreendendo os recursos que uma pessoa tem e
pode controlar de forma a satisfazer suas necessidades primárias
de vida e de segurança (e.g., salário, renda ou bens e recursos
econômicos e materiais, condições de emprego e trabalho, nutrição,
saúde, habitação, transporte, educação etc.);
(2). Loving, agregando conteúdos de valores afiliativos, sociais e
interpessoais, tais como amizade, amor, solidariedade,
companheirismo, em oposição à anomia; e
(3). Being, expressando conceitos tais como auto-atualização, auto-
estima e individuação, que representa a satisfação das
necessidades de desenvolvimento do self, em oposição à
alienação, revelando a singularidade auto-atribuída na qual a
pessoa julgue não ser possível ser substituída, pois preserva sua
unicidade como ser.
19. Henrique Rattner
No Brasil, Rattner (1977, 1979), após fazer uma
apresentação de questões sobre indicadores sociais,
sugeriu a adição das categorias vida religiosa e vida
cultural às seis utilizadas em vários sistemas de
indicadores sociais propostos nos Estados Unidos, até o
início da década de 70, tais como: econômico, político,
teórico, social, natural e sanitário (Rattner, 1979, p.134
et seq.).
No entanto, sua classificação se manteve na categoria
de indicadores sócio-demográficos de qualidade de vida,
tal como encontrado na categoria "Having" de Allardt
(1973), apesar de haver aludido à subcategoria conforto
de qualidade ocupacional, propiciando Rattner (1977,
1979) uma possibilidade de abordagem psicológica para
a caracterização de qualidade de vida.
20. The Big Mistake
Quando se emprega exclusivamente
indicadores econômicos ou indicadores
sócio-demográficos, ou ainda econômico-
sócio-demográficos, medidas objetivas da
realidade objetiva do bem-estar ou da
qualidade de vida de um grupo,
comunidade ou nação, limitado apresenta-
se o diagnóstico das condições de vida
das pessoas.
21. Be Careful
Não nos interessaria somente saber:
(1). O que as pessoas são em relação a sexo, idade,
status marital etc.;
(2). o que têm sobre nível de escolaridade, salário ou
renda, ocupação profissional, classe social, tipo de
moradia, práticas de lazer, acesso a atendimento
médico-hospitalar etc.--ambos são tipos de indicadores
objetivos disposicionais; ou
(3). quais as condições reais oferecidas pelo meio
ambiente físico-social e pela estrutura do Estado--
indicadores objetivos situacionais, como, por exemplo,
níveis de oferta de emprego, oferecimento de
oportunidades de lazer, de tratamento médico-
hospitalar, de educação formal, de transportes, entre
outras.
22. The Truth is that
Interessa-nos, também, de acordo com a
maneira pela qual as pessoas percebem e
pensam, em conjunção com uma série de outros
fatores psicológicos, seus julgamentos, ou
avaliações subjetivas de si e de vários
componentes-conteúdos dos inúmeros domínios
de vida.
Portanto, a caracterização de qualidade de vida
congrega os sub-componentes de:
(1). Bem-estar objetivo (welfare)--expresso pelas
circunstâncias objetivas de vida, e
(2). Bem-estar subjetivo (well-being)--explicitado
pelas experiências subjetivas de vida.
23. Cantril ; Abrams
Mas, foi em Cantril (1965) e em Abrams
(1973) que se verificou posterior tendência
em caracterizar o constructo de bem-estar
sob o enfoque da subjetividade.
24. A multidimensionalidade do
constructo de qualidade de vida
Do ponto de vista empírico, muitos
estudos conduzidos na área de qualidade
de vida e bem-estar subjetivo prontamente
confirmam a plausibilidade teórica quanto
a uma configuração multidimensional do
constructo bem-estar subjetivo (e.g.,
Campbell, 1976; Campbell, Converse e
Rodgers, 1976; Diener, 1984; Larsen,
Diener e Emmons, 1985; Glatzer, 1987;
Glatzer e Mohr, 1987; Chamberlain, 1988;
Riff, 1989).
25. Ed Diener (University of Illinois)
Em sua singular revisão da literatura
científica sobre bem-estar subjetivo,
Diener (1984) apresentou um exame das
seguintes temáticas:
(a) definições e medidas;
(b) fatores causais e relacionados; e
(c) perspectivas teóricas, citando 256
referências bibliográficas em seu
Subjective Well-Being.
26. Mas, quais são as sub dimensões
do Bem-Estar Subjetivo?
Responder a esta questão não é uma tarefa
simples, como também não há uma resposta
derradeira. Estudiosos da área divergem não só
quanto ao número de componentes
constitutivos, como também quanto aos tipos de
integrantes dos domínios componentes do bem-
estar subjetivo. São três as modalidades de
componentes que, isolada ou conjuntamente,
são propostas:
(1) nível de satisfação com a vida;
(2) nível dos estados afetivos; e
(3) fatores psicossociais da saúde mental.
27. Mas, como são as sub dimensões
do Bem-Estar Subjetivo?
(1) SATISFAÇÃO DE VIDA (SAT), representa, cognitivamente, o
quão de sucesso crê uma pessoa haver alcançado, frente a
objetivos almejados (Campbell, 1976);
(2) Os ESTADOS AFETIVOS são formados pelos sub
componentes:
FELICIDADE (FEL), que é a predominância da freqüência de
ocorrência das experiências emocionais positivas (afetos
positivos) sobre as experiências emocionais negativas (afetos
negativos);
AFETO POSITIVO (AFP), sendo a experiência emocional de
agradabilidade, contentamento, prazer etc.(Diener, 1984); e
AFETO NEGATIVO (AFN), sendo a experiência emocional de
desagradabilidade (Diener, 1984).
28. Quando combinamos as sub
dimensões Satisfação e Felicidade,
temos quatro categorias de pessoas
Felizes Infelizes
Satisfeitas Realizadas Resignadas
Insatisfeitas Esperançosas Frustradas
29. (3) FATORES PSICOSSOCIAIS
DA SAÚDE MENTAL
Auto-Estima Desamparo
Locus de Controle
Interno
Alienação
Motivação de Auto-
Realização
Estresse
Esperança Ansiedade
Otimismo Apatia
Extroversão Timidez
Religiosidade
30. A medida de qualidade de vida e
do bem-estar subjetivo
Se considerarmos qualidade de vida como:
1. um constructo multidimensional,
2. formada por elementos-componentes econômicos,
3. sócio-demográficos disposicionais e situacionais,
4. e pelo nível de bem-estar subjetivo
5. acerca da experiência cognitiva de satisfação global
ou específica com domínios gerais ou particulares da
vida,
6. acerca da intensidade e freqüência da experiência
afetiva positiva e da experiência afetiva negativa,
7. e acerca dos inúmeros aspectos ou fatores
psicossociais da saúde mental dos indivíduos,
Então, devemos indicar maneiras de medi-la.
31. A medida de qualidade de vida e
do bem-estar subjetivo
Não há um índice absoluto para
caracterizá-la.
Como também não há instrumentos
genéricos, para toda e qualquer situação.
Para cada modalidade de componente,
quer seja do bem-estar objetivo, ou do
bem-estar subjetivo, há uma medida
específica, e a totalidade das medidas
delineia seus conteúdos.
32. Medida no estudo de Cantril
Por exemplo, se quisermos medir somente o bem-estar
subjetivo geral de uma pessoa, então o emprego de
uma questão tão simples quanto o nível de satisfação-
insatisfação com a vida seria recomendado.
Verifica-se seu uso no estudo de Cantril (1965), com a
seguinte pergunta:
"Em que posição você se coloca neste momento?",
ancorada no topo por "experimentando a melhor vida
possível para mim" e na base por "experimentando a
pior vida possível para mim", separadas por nove
degraus-opções de resposta, que o respondente deve
assinalar uma, que melhor o descreva acerca da
questão.
33. Medida no estudo de Andrews e
Withey
Também a escala D-T de Andrews e
Withey (1976), "delighted-terrible", é
formada por uma questão geral de medida
de felicidade:
"Quanto satisfeito você se sente acerca de
quão feliz você é?", respondida na escala
satisfeito-insatisfeito, de sete alternativas
de resposta.
34. Medida no estudo de Fordyce
Ainda sobre felicidade, Fordyce (1977, 1983, 1988)
apresentou duas questões para sua medida, através de
dois índices gerais. Uma foi:
"Em geral, quão feliz ou infeliz você se sente no seu dia
a dia?", pareada com 11 opções de resposta, cada uma
ancorada por uma frase descritiva composta por
advérbios quantificadores e adjetivos (e.g., "sentindo-me
extremamente feliz, extasiado, vibrante e fantástico",
indicando a escolha mais intensa);
A outra questão, na qual os respondentes estimariam a
percentagem, em cada uma das três categorias
"felicidade", "neutro" e "infelicidade", foi:
"Que percentagem de tempo você se sente feliz, que
percentagem de tempo você se sente infeliz e que
percentagem de tempo você se sente neutro?".
35. Medida no estudo de Gurin, Veroff
e Feld
Também Gurin, Veroff e Feld (1960) já haviam
utilizado uma questão como medida da
percepção de felicidade:
"Tomando todas as coisas que ocorrem com
você no seu dia a dia, como você diria que são
as coisas para você?", pareada com três opções
de resposta, "extremamente feliz", "muito feliz" e
"não muito feliz".
Esta medida apresentou a falha de restringir as
alternativas de resposta a apenas três opções,
além de não apresentar a opção "nada feliz".
36. A Posição de Diener sobre a
medida
As medidas apresentadas anteriormente têm em comum
a particularidade de serem itens isolados, ou únicos, de
avaliação do bem-estar geral da pessoa.
Diener (1984), Larsen, Diener e Emmons (1985) e
Chamberlain (1988) têm apresentado uma série de
considerações psicométricas acerca de diversas
medidas de bem-estar subjetivo, classificando-as em:
(a) medidas simples gerais, sendo aquelas formadas por
um item (k=1) sobre a vida em geral e
(b) medidas múltiplas, sendo aquelas formadas por
vários itens, orientados para diversos aspectos do bem-
estar subjetivo.
37. A Medida Multi-Itens
De uma maneira geral, de maior precisão
e consistência temporal, ainda atendendo
mais prontamente aos diversos critérios
de validade, devem ser preferidas as
medidas de bem-estar subjetivo
compostas por vários itens que melhor
caracterizam a sua estrutura sob os mais
variados aspectos.
38. Medida de Bradburn e Caplovitz;
de Bradburn
Bradburn e Caplovitz (1965) e Bradburn (1969)
utilizaram dez itens do tipo "verdadeiro-falso", para
medir dois componentes emocionais do bem-estar
subjetivo: afeto positivo e afeto negativo. Para esses
autores, felicidade é operacionalmente definida como a
diferença entre as respostas aos itens que medem o
afeto positivo e aqueles que medem o afeto negativo.
A escala de afeto positivo (PAS) de Bradburn (1969)
avalia o sentimento de agradabilidade do respondente
diante de sua vida, cujo exemplo de um item seria:
"Durante as últimas semanas tenho estado feliz, pois
alguém tem feito elogios sobre alguma coisa que
realizei, ou feliz por haver alcançado algum desejo"; o
respondente assinalaria se "concorda" ou se "discorda".
Um exemplo de item escalar para medir o afeto negativo
(NAS) seria: "Tenho me sentido muito infeliz".
39. Medida no estudo de Campbell,
Converse e Rodgers
Campbell, Converse e Rodgers (1976) realizaram um amplo levantamento
acerca da qualidade de vida norte-americana, com 2164 pessoas com idades
superiores a 18 anos, de 48 estados, através de entrevistas domiciliares.
Utilizaram três medidas do bem-estar subjetivo:
(1) nível de satisfação com a vida em geral--(tal como idealizado por Cantril,
1965) e um índice de satisfação formado pelos escores de satisfação frente a
dez domínios específicos de vida, encontrando os investigadores uma
correlação igual a 0,70 entre os dois índices;
(2) nível da qualidade afetiva de vida, ou seja, da experiência de
agradabilidade-desagradabilidade, medida por um conjunto de escalas
bipolares do diferencial semântico de Osgood, como por exemplo, interesting-
boring, enjoyable-miserable, lonely-friendly, rewarding-disappointing,
worthwhile-useless etc., dentre as quais oito foram selecionadas como medida
afetiva do bem-estar subjetivo geral; o índice de afeto geral, representado por
um escore englobando os escores nas oito escalas bipolares, correlacionou-se
0,57 com o índice de satisfação dos dez domínios de vida; e
(3) índice de estresse subjetivamente percebido, elaborado a partir de duas
outras escalas do diferencial semântico (easy-hard e free-tied down),
selecionadas por apresentarem uma saturação expressiva no segundo fator
extraído, lembrando conteúdos tais como "sentir-se sob pressão", "ter
preocupações com domínios particulares e gerais“ etc. Adicionalmente, dez
características sócio-demográficas foram tomadas como dados pessoais dos
participantes da amostra da pesquisa.
40. De acordo com os resultados, Campbell,
Converse e Rodgers (1976), concluiram
que:
as dez variáveis sócio-demográficas não
explicaram mais do que 17% da variância diante
dos três índices de medida do bem-estar
subjetivo;
Idade e ciclos de vida foram as variáveis que
mais contribuiram para a variância das três
dimensões, exceto idade com índice de afeto
geral;
Sexo, salário/renda, cor da pele, educação,
religião, ocupação do chefe de família e
trabalho, praticamente pouca variância
ofereceram às três medidas de bem-estar
subjetivo.
41. Medida nos estudos de Glatzer;
Glatzer e Mohr
Numa ampla investigação acerca das condições de vida
e do bem-estar subjetivo na Alemanha (na ex-
Ocidental), nos anos de 1978, 1980 e 1984, Glatzer
(1987) e Glatzer e Mohr (1987), entre outros oito
renomados cientistas sociais, justificaram, no volume
especial 19 do Social Indicators Research (SIR), o
emprego de indicadores subjetivos, porém combinados
com indicadores objetivos das condições de vida.
Neste volume especial do SIR, Glatzer e Mohr (1987,
p.17) apresentaram um modelo teórico que congrega os
dois tipos citados de indicadores de qualidade de vida,
da seguinte maneira:
Quando as "condições objetivas de vida" (COV) são
combinadas com "avaliações perceptuais subjetivas"
(APS), e diferenciadas somente em termos de "boas" ou
"ruins", obtém-se como resultado quatro "níveis de vida",
ou categorias de qualidade de vida, apresentadas no
esquema tipológico que se segue:
42. Condições Objetivas de Vida (COV)
e Avaliações Perceptuais
Subjetivas (APS)
APS boas APS ruins
COV boas Bem-Estar Dissonância
COV ruins Adaptação Privação
(adaptado de Glatzer e Mohr, 1987, p.17).
43. De acordo com a tipologia proposta por Glatzer
e Mohr (1987), a qualidade de um determinado
domínio de vida de um grupo ou comunidade
tenderá a ser considerada tanto mais elevada
quanto mais pessoas inclinarem-se sobre a
categoria "Bem-Estar".
A categoria "Privação" constitui-se no grupo-
alvo de intervenção social;
A categoria "Dissonância" representa
indivíduos com potencial para protesto,
insurgências e mudança, por apresentarem
insatisfação ou descontentamento;
Pessoas situadas na categoria "Adaptação"
expressariam a realidade de impotência e de
isolamento social .
44. O Estudo de Arno Engelmann
No Brasil, Engelmann (1986, 1987) desenvolveu uma
escala para avaliação de estados de ânimo presentes.
A LEP, Lista de Estados de ânimo Presentes, em sua
Forma Geral, apresenta 132 locuções de estados
subjetivos, e sua Forma Abreviada é constituída de 40
itens, avaliados em quatro categorias de intensidade:
"forte", "mais ou menos", "fraco" e "nada".
Iniciando seu estudo com 605 palavras, Engelmann
(1978), em análises sucessivas, chegou ao
estabelecimento de 370 locuções de ânimos,
dimensionadas em 26 categorias.
A LEP baseia-se em ânimos no presente instante de
responder à lista, sendo seu emprego indicado na
medida dos estados subjetivos de qualidade de vida.
45. Itens da LEP de Engelmann
15 Estou com esperança. 10 Sinto ciúme de alguém.
02 Sinto uma admiração por alguém. 11 Estou conformado(a).
14 Sinto um desejo. 31 Sinto raiva.
22 Sinto-me interessado(a). 36 Estou com sono.
33 Sinto saudade de alguém. 34 Estou com sede.
32 Estou refletindo. 17 Estou com fome.
06 Sinto-me calmo(a). 37 Sinto-me surpreso(a).
25 Sinto uma necessidade. 16 Acho algo estranho.
19 Estou gostando de alguém. 07 Estou com calor.
27 Sinto uma obrigação. 23 Sinto inveja de alguém.
03 Estou alegre. 30 Faço pouco caso de alguém.
01 Estou aceitando alguma coisa. 39 Sinto-me triste.
05 Sinto uma atração sexual por alguém. 18 Estou com frio.
09 Estou cheio(a). 24 Estou com medo.
12 Estou tomando cuidado. 13 Sinto-me culpado(a).
28 Sinto-me orgulhoso(a). 38 Acabo de levar um susto.
08 Estou cansado(a). 35 Estou sem graça.
04 Sinto um alívio. 21 Sinto-me humilhado(a).
20 Acho algo gozado. 40 Estou com vergonha.
29 Tenho pena de alguém. 26 Estou com nojo.
46. As Escalas do BES de Laurence e
Liang; a PANAS de Watson, Clark
e Tellegen
Nome da Escala Autores
Escala do Bem-Estar Subjetivo
(SWB) (k=15 itens)
Lawrence e
Liang (1988)
Escalas do afeto positivo e afeto
negativo (PANAS) (k=20 itens)
Watson, Clark e
Tellegen (1988)
47. O Estudo de Pereira
Com o objetivo de delinear o panorama da qualidade de vida no trabalho
universitário e do bem-estar subjetivo com a vida em geral entre professores
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pereira (1993) aplicou (a)
a LEP (Lista de Estados de ânimo Presentes) de Engelmann, (b) a PANAS
("Positive and Negative Affect Schedule") de Watson, Clark e Tellegen e (c) a
SWB (“Subjective Well-Being”) de Lawrence e Liang (1988), incluindo quatro
dimensões: satisfação de vida (SAT), felicidade (FEL), afeto positivo (AFP) e
afeto negativo (AFN).
Os resultados obtidos no estudo, permitiram chegar às seguintes conclusões:
(1) Houve predominância de insatisfação sobre satisfação no trabalho, já que
em 67 elementos do trabalho (51,5%), dentre 130, os resultados médios
inclinaram-se para as categorias "ligeiramente insatisfeito" (40,0%, 52
elementos) e "muito insatisfeito" (11,5%, 15 elementos), ao passo que em
somente 13 elementos (10,0%) os resultados médios inclinaram-se para a
categoria "satisfeito", embora "ligeiramente satisfeito"; porém, 38,5% dos
resultados médios inclinaram-se para a categoria "neutro" (em 50 elementos).
(2) Na LEP, os professores sentiam-se experimentando somente quatro
estados de ânimo presentes "positivos" de forma "muito intensa": Estou com
esperança, Sinto uma admiração por alguém, Sinto um desejo e Sinto-me
interessado. Genericamente, os professores, ao avaliarem o que estavam
sentindo no momento em que estavam respondendo à LEP, reportaram mais
intensamente estados de "agradabilidade".
48. (3) Na PANAS, 70,0% dos professores reportaram que
"concordavam" (57,6%) ou "concordavam plenamente" (12,4%)
estar experimentando "agradabilidade" quando avaliaram suas
vidas, ao mesmo tempo em que em 80,0% dos casos reportaram
que "discordavam" (44,0%) ou "discordavam plenamente" (36,0%)
que estavam experimentando "desagradabilidade" quando
avaliaram suas vidas. Tais resultados caracterizaram,
relativamente, ligeira predominância do afeto positivo sobre o afeto
negativo nas vidas em geral dos professores.
(4) Na SWB, 54,0% dos professores se posicionaram para as
categorias de "concordância" e 40,0% para as categorias de
"discordância" na subdimensão de satisfação de vida em geral.
Na sub dimensão de felicidade, 50,6% se posicionaram para as
categorias de "concordância" e 38,7% para as categorias de
"discordância". Tais resultados configuraram uma ligeira
predominância de "concordância" de satisfação e felicidade com a
vida em geral para pelo menos 50% dos professores, e de
"discordância" para pelo menos 39%.
Nas sub dimensões do afeto positivo e afeto negativo, os resultados
da SWB confirmaram os resultados da PANAS: a maioria (63,0%)
dos professores reportou alguma forma de "concordância" de que
estavam experimentando afeto positivo em suas vidas; e a maioria
(66,0%) reportou alguma forma de "discordância" de que estavam
experimentando afeto negativo em suas vidas.
49. “O Inferno são os outros”? A
possibilidade de felicidade
Analisando a literatura sobre felicidade no século XX, revela-se a
mesma configurar-se, estruturalmente, nos alicerces da dinâmica
das relações interpessoais, em contatos de afinidade ou afiliação,
tais como família, vizinhança, coleguismo, amizade, namoro,
casamento e companheirismo.
Tal estudo encontra suas raízes na produção oferecida por Souriau
(1908), Marden (sd), Maurois (1937), Gumpert (1951), Russell
(1956), Campbell, Converse e Rodgers (1976), Sherer, Walbott e
Summerfield (1986), Argyle e Crossland (1987), Eysenck (1990),
Argyle e Martin (1991), Csikszentmihalyi (1992), Pereira e
Engelmann (1993), Csikszentmihalyi (1999), Myers (2000), Pereira
(2001), dentre outros.
Frases ou citações de dicionários de citações (e.g., Rónai), dentre
ensaístas, literatas, escritores, pensadores e filósofos, também
apontam uma boa parcela de relações interpessoais para a
experiência de felicidade.
Se “o inferno são os outros”, a felicidade está em nós
próprios...tendo como coadjuvantes as pessoas que amamos e nos
amam.
50. Relações Interpessoais e Felicidade:
A ANATOMIA DAS REPRESENTAÇÕES DE
FELICIDADE E DE SUAS EXPERIÊNCIAS
CONTÉM COMPONENTES DAS RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
Um estudo de Pereira (2001) objetivou focalizar a auto-
percepção atribuída às experiências subjetivas afetivas
positivas com a vida em geral, por 1200 pessoas, no Rio
de Janeiro, dos 13 a mais de 70 anos de idade.
Frente a uma das perguntas, "Na sua vida, em geral,
do que você 'Gosta Mais‘? (você poderá citar um ou
vários aspectos / elementos)", do "Questionário sobre a
auto-percepção do bem-estar subjetivo", um total de
2997 respostas foram agrupadas e categorizadas,
qualitativamente, segundo a técnica de Análise de
Conteúdo (Bardin).
51. As respostas revelaram as seguintes categorias
(1). “Relações Interpessoais, de Afinidade ou Afiliação”
(24,42%; f=732), reunindo respostas como amizade
(10,18%; f=305), namorar (3,27%; f=98), família (3,20%;
f=96), amor (2,77%; f=83), conversar (1,60%; f=48), estar
com o(s) filho(s) (1,23%; f=37), outras afiliativas (2,17%;
f=65);
(2). “Lazer/Entretenimento/Diversão” (19,09%; f=572),
como cinema (3,24%; f=97), música (2,94%; f=88), dançar
(2,74%; f=82), passear (1,97%; f=59), viajar (1,70%; f=51),
diversão (1,57%; f=47), ir à praia (1,20%; f=36), ler
(1,17%; f=35), outras respostas de lazer (2,57%; f=77);
(3). “Auto-Realização” (10,24%; f=307);
(4). “Valores Psicossociais” (19,65%; f=589);
(5). “Outras Respostas” (5,43%; f=163); e “Miscelânea”
(21,15%; f=634).
52. Resultados Pereira
Frente aos resultados obtidos, concluiu-se que:
a categoria “Afiliação" (relações interpessoais de
afinidade) foi a mais proeminente na auto-percepção da
experiência emocional positiva do SWB, além do que,
adicionalmente, é comum muitas pessoas ao se
remeterem a atividades de lazer / entretenimento /
diversão o façam mediante a possibilidade de se
agregarem a seus pares.
Tais resultados encontram forte apoio nas teorias
psicossociais dos processos de comparação social (L.
Festinger), ineqüidade social (S. Adams), comunicação
social informal (L. Festinger), discrepâncias múltiplas (A.
Michalos), dissonância cognitiva (L. Festinger), dentre
outras.
53. Como ser mais Feliz?
"DICAS”:
Procure pensar em desenvolver coisas que
lhe são boas na vida.
Pense no fato de que tanto os maus quanto
os bons momentos e acontecimentos no
trabalho e na família não são eternos.
Sair de casa para caminhar, ou andar, ou
para "passear", quando lhe é recomendável.
Se possível, praticar exercícios de
relaxamento corporal ou de meditação.
Ouvir músicas e/ou cantá-las.
Dançar.
54. Ter um bom ciclo de amigos e colegas, no
trabalho e no dia a dia, não se isolando do
mundo social.
Manter um relacionamento companheiro e
alegre com os familiares.
Ter animal de estimação, se recomendável e
possível.
Ler jornais, livros ou informativos, já que
ampliam as possibilidades de busca de
realização pessoal e de lazer.
Estabelecer alguns planos e metas de vida,
até mesmo alguns simples e alcançáveis.
Ter uma certa dose de fantasia, de otimismo,
de fé e de esperança, no trabalho e na
família.
Atividade Sexual.
55. Mas, lembrando sempre, que na
experiência dessas atividades, a
quantidade de ocorrência em termos de
freqüência é melhor do que sua
intensidade.
E, que a maioria das aqui citadas,
devem ser desfrutadas pela
convivência com outras pessoas (por
exemplo, cônjuges/companheiros,
filhos, amigos, parentes, colegas de
trabalho, vizinhos).
56. CITAÇÕES SOBRE FELICIDADE
“As pessoas não conhecem a própria felicidade, mas
a dos outros não lhes escapa nunca”. (Pierre
Daninos)
“Há mais felicidade em dar do que em receber”.
(Jesus, AT 20:35)
“Os homens que procuram a felicidade são como
bêbados que não conseguem encontrar a própria
casa, mas sabem que têm uma”. (Voltaire, 1694-1778)
“Lastima aquele que julga haver achado a felicidade.
Inveja aquele que a procura e a abandonará, apenas
a encontre. A única felicidade consiste em esperar a
felicidade”. (Saadi, 1184?-1290?)
57. “Há uma espécie de vergonha em ser feliz à vista de certas
misérias”. (La Bruyère, 1645-1696)
“Sabe então esta verdade (basta ao homem sabê-la): / A
virtude é a única felicidade cá na terra”. (Pope, 1688-1744)
“A espécie de felicidade de que preciso não é tanto a de fazer
o que quero, mas a de não fazer o que não quero”. (Rousseau,
1712-1776)
“É difícil não exagerar a felicidade que não se goza”.
(Stendhal, 1783-1842)
“Encher a hora - isso é que é a felicidade”. (Emerson, 1803-
1882)
“Não terás razão em chamar feliz aquele que muito possui”.
(Horácio)
“Não há mais do que uma maneira de ser feliz: viver para os
demais”. (Tolstoi)
58. “A felicidade de todo homem é construída sobre a
infelicidade de outro”. (Turgueniev)
“A felicidade é antes de tudo o sentimento tranqüilo,
contente e seguro da inocência”. (Ibsen, 1828-1906)
“Sensação agradável surgida da contemplação da miséria
alheia”. (Ambrose Bierce, 1842-1914?)
“A ignorância é a condição necessária da felicidade dos
homens, e é preciso reconhecer que as mais das vezes a
satisfazem bem”. (Anatole France, 1844-1924)
“Nada é feliz sob todos os aspectos”. (Horácio, 65-8 a.C.)
“O homem busca a felicidade, a mulher a espera”. (Severo
Catalina) .
“A felicidade se alcança por dois caminhos: o da fé e o do
amor”. (Daniel Burst Ross)
59. “A aptidão para a felicidade não é igual em todos os
homens. Ao que me parece, ela é mais forte nos
medíocres, do que nos homens superiores e nos
imbecis”. (Anatole France)
“Passamos três quartos da vida a preparar a felicidade;
mas não se deve crer que por isso passamos o último
quarto a gozá-la”. (André Gide, 1869-1951)
“A felicidade é uma flor que não se colhe”. (André
Maurois, 1885-1967)
“Felicidade é sinônimo de tranqüilidade. Ser feliz é ser
tranqüilo”. (Gilberto Amado, 1887-1969)
“Felicidade é uma boa conta bancária, uma boa
cozinheira e uma boa digestão”. (Rousseau)
“A felicidade é um estado de consciência e não
depende da possessão das coisas”. (Charles Haanel)
60. “A felicidade consiste em ser um desgraçado que se
sinta feliz”. (Ramón Gómez de La Serna, 1888-1963)
“Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está
passando inutilmente”. (Érico Veríssimo, 1905-1975)
“... enquanto uma pessoa não deixar / esta vida sem
conhecer a dor / não se pode dizer que foi / feliz”.
(Sófocles, 497-406 a.C.)
“Ninguém deve ser chamado feliz antes da morte e da
sepultura”. (Ovídio, 43 a.C.-17 d.C.)
“Não basta sermos felizes; é preciso ainda que os
outros não o sejam”. (Jules Renard, 1864-1910)
“Eis o único dia feliz de minha vida”. (Teresa de
Áustria, esposa de Luís XIV, 1638-1683)
61. “Pode-se ser feliz com uma mulher, desde que não
seja sempre a mesma”. (Sofocleto, 1926)
“Quem for feliz quererá tornar os outros felizes
também. Quem tem coragem e fé, nunca perecerá na
miséria”. (Anne Frank, 1929-1945)
“Não existe a felicidade que vem de fora; tens de
encontrá-la em ti mesmo”. (Beethoven)
“Quando conto todos os minutos de felicidade de
minha vida inteira, não creio que no total some um
dia”. (Bismarck)
62. Estudos recentes do Programa de Pós-Graduação
em Psicologia / Universidade do Brasil /UFRJ
Abuso no curso médico e bem-estar
subjetivo
Luisa Santos Moreira da Costa
Bem-estar subjetivo e locus de controle
no esporte
Marta Maciel Levy
Bem-estar subjetivo e relações
interpessoais
Sílvia Maria Melo Gonçalves
O Conceito de felicidade na Psicologia,
na Filosofia e na História
Fátima Rocha Luiz Vianna
O papel dos ideais no bem-estar
subjetivo em relacionamentos íntimos
Daniela Zanotti da Silva
Qualidade de vida e bem-estar subjetivo
na atividade física
Fabiana Trotta
63. Estudos recentes do Programa de Pós-Graduação
em Psicologia / Universidade do Brasil /UFRJ
Bem-estar subjetivo em vestibular comunitário Fernanda Focchi Insfrán
Qualidade de vida no idoso: uma proposta de
otimização cognitiva
Mônica Portella
Relação entre locus de controle e bem-estar
subjetivo
Danielle Monegalha Rodrigues
Resultados em psicoterapia breve integrada
através de escalas de bem-estar subjetivo
Ana Maria Stingel
Felicidade: uma abordagem positiva em
crianças de 7 a 11 anos
André Luiz dos Santos
Pereira, Angélica Gurjão
Borba, Patrícia Pacheco,
Raphael Frscher Peçanha
A Representação de felicidade em crianças de
3 a 7 anos de idade em creche-escola de
turno integral
Alex Rodrigo da Silva Ramos,
Dessana de Abreu Cruz,
Juliana Maria Santos
Rodrigues, Ritha de Cássia
Guedes da Silva
64. Bibliografia
Campbell, A. (1976). Subjective measures of well-being. American Psychologist, 31, 117-124.
Csikszentmihalyi, M. (1992). A psicologia da felicidade. São Paulo, Saraiva.
Csikszentmihalyi, M. (1999). A descoberta do fluxo: A psicologia do envolvimento com avida cotidiana. R.J,
Rocco.
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Engelmann, A. (1986). LEP: Uma lista, de origem brasileira, para medir a presença de estados de ânimo no
momento em que está sendo respondida. Ciência e Cultura, 38, 121-146.
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Pereira, C.A.A. (1995). Receita de felicidade. Entrevista à Revista Saúde, novembro de 1995, n° 146, p.34-46.
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Pereira, C.A.A. e outros. (1998). Ser Feliz. Entrevista à Revista Cláudia, junho de 1997, ano 36, n° 6, p.14-15.
Rodrigues, M.V.C. (1994). Qualidade de vida no trabalho. Petrópolis, Vozes. Capítulo 5, Qualidade de vida no
trabalho: Conceituações e perspectivas, p.73-111.
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