Aula 01 - Saúde, Cultura e Sociedade

Especialização latu sensu Saúde Pública 
Módulo: SAÚDE, CULTURA E SOCIEDADE 
Saúde, Cultura e Sociedade 
Profª Ms. Pollyanna de Siqueira Queirós 
Mestre em Enfermagem - UFG 
Especialista em Gestão em Saúde - UEG 
Enfermeira (Bacharelado e Licenciatura) – UFG
Saúde, Cultura e Sociedade 
 O trabalho na Saúde Pública, especialmente na Estratégia Saúde da Família 
(ESF) é um processo complexo no que se refere a saberes, práticas e 
relações envolvidas. 
 Isto requer que o processo de Ensino/Aprendizagem – Trabalho  seja 
construído na articulação de bases teóricas (o conhecimento), de bases 
metodológicas (métodos e técnicas) e de bases éticas. 
 O processo de trabalho na ESF exige, como ponto de partida, o 
reconhecimento da realidade onde se insere, portanto, o território de 
atuação sob responsabilidade da equipe de saúde da família, onde sujeitos 
sociais e famílias vivem e interagem.
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 Precisamos conhecer a realidade da comunidade para o trabalho na Saúde 
Pública, tanto em termos contextuais (a partir de informações da realidade 
demográfica, epidemiológica, social, política e cultural) como em termos 
conceituais (os modos de ver e conceber a realidade). 
 Assim, este módulo pretende refletir com você sobre a estreita relação 
entre saúde e sociedade na realidade do trabalho da equipe de saúde da 
família e profissional que atuam na Saúde Pública.
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 A realidade contextual de que falamos abrange desde sua unidade social mais 
micro – os sujeitos e a família – até as relações sociais mais amplas, em 
nível macro, como, por exemplo, o processo de globalização na sociedade. 
 Portanto, propomos que, ao pensar na realidade dos sujeitos e das famílias, 
pensemos sempre nas suas inter-relações e mesmo num contexto político, 
social e cultural.
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 Neste módulo e em todo curso, indica claramente para um posicionamento 
crítico ante o conhecimento já construído, saberes já instituídos, modos 
hegemônicos de ver a realidade. 
 Isto quer dizer que propomos conhecer a realidade, sim, porém de modo 
crítico, questionador e criativo.
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 (Corpo Docente e Coordenação Pos-Graduação) Nosso objetivo  é que seu estudo 
seja um processo de construção cotidiana ativo, participativo e crítico, no 
sentido de você se tornar sujeito da construção do próprio saber, de você 
se apropriar da realidade e ir além, empoderando-se neste contexto, de 
modo a capacitar-se para a transformação dessa realidade em direção a uma 
sociedade e um sistema de saúde mais justo, mais equitativo, digno e 
cidadão.
Saúde, Cultura e Sociedade 
 Assim, convidamos você a entrar no mundo das ideias, práticas, conflitos, 
desafios e realizações que compõem os marcos conceitual e contextual da 
Estratégia Saúde da Família, do SUS e da sociedade brasileira. 
 Acreditando no potencial de mudança de todos e de cada um e na sua 
capacidade de criar e transformar a realidade, propomos, ao longo deste 
módulo, um percurso desafiador que instigue você a ver com “outros olhos” a 
realidade de seu trabalho, a pensar múltiplas e diferentes explicações para os 
processos que ali ocorrem (a saúde, a doença, o trabalho, a vida da 
comunidade) e a produzir, em equipe, diferentes respostas para os problemas 
evidenciados.
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Saúde e sociedade  podem ser compreendidas como indissociáveis, 
dependendo do modo como entendemos que a doença e a saúde são 
produzidas. 
Se a crença é de que a doença vai muito além do corpo biológico, certamente 
as relações sociais terão papel fundamental e, portanto, as ações de saúde 
devem considerar a multiplicidade de fatores que produzem estes processos. 
 Pensar a saúde e a sociedade intimamente ligadas perpassa toda a maneira 
como vamos construir nosso conhecimento, nossas práticas, nossas ações, 
as políticas, enfim, a nossa contribuição para a efetivação do SUS e da 
Estratégia Saúde da Família.
Saúde, Cultura e Sociedade 
 Estudaremos/Refletiremos: 
 Diferentes formas de pensar a saúde, como promover a saúde, o modelo 
biomédico e o modelo da determinação social da doença, bem como 
discutiremos a promoção da saúde. 
 Seus objetivos (cursista) neste estudo são: 
1. Refletir criticamente sobre as diferentes formas de pensar o processo saúde 
doença, 
2. Identificar as características do modelo biomédico e sua influência 
hegemônica nas práticas de saúde, 
3. Conhecer o modelo da determinação social da doença em contraponto ao 
modelo biomédico e 
4. Refletir sobre a influência das relações sociais na constituição destes modelos 
de saúde.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
 Quando falamos em modelos conceituais em saúde, está implícito que 
existem diferentes conceitos que determinam diferentes maneiras de ver o 
que é ou como se promove a saúde (ou se tratam as doenças). 
 Essas diferentes maneiras de ver propiciam pensamentos e práticas 
diferenciadas, mais ou menos eficientes, mais ou menos científicas, mais ou 
menos onerosas, fragmentadas ou não. 
 Então, vamos desenvolver com vocês essas duas questões que se colocam: a 
primeira, sobre as diferentes formas de ver a saúde, e a segunda, sobre os 
modelos conceituais em saúde.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
1.1 A Epistemologia da Saúde: as diversas formas de pensar a saúde 
 A epistemologia estuda a  origem, a estrutura, os métodos e a validade 
do conhecimento (daí também se designar por filosofia do conhecimento). 
 A respeito das diferentes formas de ver o que é, ou como se faz a saúde, a 
discussão que se coloca é epistemológica. 
 Há uma epistemologia chamada construtivista, que diz que o 
conhecimento/a ciência é um processo, ou seja, está constantemente 
mudando – está em construção.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
1.1 A Epistemologia da Saúde: as diversas formas de pensar a saúde 
 O que ocorreu na Inglaterra entre 1870 e 1970 que possa estar relacionado à 
diminuição de mortes por tuberculose? 
 Nesse período, surgiram serviços públicos de saúde, melhores condições para a 
classe trabalhadora, com melhorias nas condições salariais/econômicas, 
habitações melhores, projetos de saneamento e urbanização, empoderamento das 
classes populares, ampliação da democracia; questões que significam promoção 
da saúde e prevenção de doenças, bem como a ampliação da qualidade de vida. 
Com esses dados, já podemos ver a realidade de outra maneira. 
 Portanto, a primeira maneira de ver/conceber o processo saúde-doença é 
definida como biomédica e a segunda como modo de determinação social 
da doença, ou seja, estes são dois modelos conceituais em saúde.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
1.1 A Epistemologia da Saúde: as diversas formas de pensar a saúde 
 Se for verdade que não podemos absolutizar a determinação social na hora 
de executar um tratamento individual, também é verdade que, se quisermos 
efetivamente ser profissionais de saúde, e não de doença, temos que 
começar a pensar de outro jeito, a ver as coisas de outra forma. 
 A maneira biomédica nos foi imposta de tal modo e está tão incorporada ao 
nosso jeito de ver que nos sentimos desconfortáveis de pensar em mudar. 
 Este sentimento, de incômodo, é o que nos permite crescer na ciência; caso 
contrário, só repetiremos o I3 sem enxergar o B ou outros signos possíveis.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
1.1 A Epistemologia da Saúde: as diversas formas de pensar a saúde 
 Temos então, bipolarmente dois modelos conceituais em saúde: 
Biomédico Modelo hegemônico, considerado avançado durante muito 
tempo (até a década de 1970). 
Determinação 
social 
Um novo entendimento do processo saúde-doença que é 
determinado pelo modo como o homem se apropria da 
natureza por meio do processo de trabalho em determinado 
momento histórico e em determinadas relações sociais de 
produção.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
 O pensamento sobre o que é saúde e doença já se verificava há muitos séculos, 
antes mesmo das explicações científicas. 
 ANTIGUIDADE  A doença era atribuída a causas externas cuja explicação 
estava em fatores sobrenaturais, para posteriormente vincular-se ao caráter 
religioso , envolvendo a igreja como local e os sacerdotes como mediadores da 
cura; 
 GRÉCIA ANTIGA  Surge a teoria Hipocrática, que centrava nos fatores 
externos ambientais (clima, geografia, alimentação, trabalho excessivo) as 
causas das doenças;
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1 - Modelos conceituais em saúde 
 IDADE MÉDIA  Sob forte influência do cristianismo, a doença toma sentido 
místico religioso (castigo), e a cura é buscada em poderes miraculosos (relíquias, 
amuletos, água benta, exorcismo). 
 PERÍODO DO RENASCIMENTO  Surgiu a teoria miasmática, cuja explicação 
da doença estava nas partículas invisíveis, os miasmas. 
 A origem das doenças situava-se na má qualidade do ar; 
 A malária (junção de mal e ar), deve seu nome à crença neste modo de 
transmissão. 
 Surge também,a teoria social da Medicina com alguns revolucionários como 
Virchow e Neumann que buscam a explicação da doença nas condições de vida 
e de trabalho.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
 NO SÉCULO XIX  A partir das descobertas bacteriológicas, o conceito de 
doença muda novamente, agora centrando a procura da causa em um 
agente causal de origem bacteriológica. 
 NO SÉCULO XX  A insuficiência da teoria unicausal da doença abre espaço 
para a formulação de explicações multicausais, de caráter biologicista e a-histórico, 
numa concepção reducionista do social.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
 ATUAL: Multicausalidade/Multifatorialidade – processo saúde doença
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Modelo Biomédico 
 O marco teórico conceitual  tem sua origem no modelo capitalista norte-americano. 
 Tal modelo foi chamado de modelo flexneriano, porque Flexner foi quem 
centralizou uma pesquisa nos EUA, em 1910, patrocinada pela Fundação 
Carnegie, concluindo que o bom modelo de ensino de medicina deveria ser o da 
Rockefeller Foundation. 
 Abraham Flexner (1866-1959) – educador norte-americano que, na década de 
1910, com o Relatório de uma pesquisa sobre o ensino da medicina, provocou 
a reforma da educação médica nos Estados Unidos.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Modelo Biomédico - Características do modelo flexneriano: 
 1. Positivismo Tem a verdade científica; 
 2. Fragmentação/Especialização  Ensino com ênfase na anatomia, estudando 
segmentos do humano, dando origem às múltiplas especialidades médicas; 
 3. Mecanicismo  Considera o corpo humano como uma máquina. 
 4. Biologicismo  As doenças são causadas sempre por um agente causal (biológico, 
físico, químico). 
 5. Tecnificação  Centraliza os processos de diagnóstico e cura nos procedimentos e 
equipamentos tecnológicos. 
 6. Individualismo  Focaliza no indivíduo, negando os grupos sociais e a 
comunidade. 
 7. Curativismo  Dá ênfase à cura das doenças, em detrimento da promoção da 
saúde, e da prevenção das doenças. 
 8. Hospitalocêntrico  O melhor ambiente para tratar as doenças é o hospital, porque 
tem todos os exames acessíveis e se administra medicamentos nas horas certas.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Modelo Biomédico - Características do modelo flexneriano: 
 Além dessas características, o modelo biomédico nega a saúde pública, a saúde 
mental e as ciências sociais, bem como não considera científicos e válidos outros 
modelos de saúde; 
 O conhecimento e a prática de saúde são centralizados no profissional médico. 
 Isto tem como consequência uma posição autoritária, unidisciplinar e com intenso 
uso do aparato que lucra com a doença: hospitais, exames, remédios, medicina 
altamente especializada - o chamado complexo médico-industrial.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Modelo de Determinação Social da Doença 
 Esse modelo conceitual em saúde apresenta uma nova forma de ver o 
processo saúde-doença. 
 Tal forma tem sua origem na Europa, no século XIX, num movimento 
chamado de Movimento de Medicina Social. 
 Virchow, um dos médico-sociais (depois veio a ser conhecido também 
como patologista), afirmava que as pessoas adoecem e morrem em função do 
jeito que vivem. 
 E este jeito de viver é determinado social-cultural e economicamente 
(caracterizando o contexto de aparecimento da doença).
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Modelo de Determinação Social da Doença 
 Em 1848, Virchow elaborou, junto com Neumann, a lei da Saúde Pública da 
Prússia, na qual diz que  compete ao Estado a responsabilidade sobre a 
saúde das pessoas. Que este deve promover a saúde e combater e tratar a 
doença, para todos, ou seja, saúde: direito de todos, dever do Estado. 
 Aliás, foi esse movimento que inspirou a nossa construção do SUS. 
 Rudolf Ludwig Karl Virchow (1821-1902) – médico alemão considerado mentor 
da medicina social e, posteriormente, “pai” da patologia, além de antropólogo e 
político liberal; 
 Salomon Neumann (1819- 1908) – médico estatístico alemão.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Modelo de Determinação Social da Doença 
Virchow conseguiu, sem conhecer a bactéria, nem antibióticos, terminar 
com a epidemia de febre tifóide, na região da Silésia (Polônia), com a 
mudança da carga horária de trabalho, de 16 para 10 horas diárias, melhores 
condições de saneamento nas fábricas (abriu janelas), proibição de trabalho 
para menores (de 4 para 12 anos), maior salário (mais dinheiro para comprar 
comida para os filhos), alimentação adequada e a construção de casas 
populares próximas às fábricas.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Modelo de Determinação Social da Doença 
 O movimento de medicina social foi hegemônico, na Europa, entre 1830 e 1870, 
quando ascende a teoria pasteuriana unicausal. A partir daí, há um declínio, só 
persistindo residualmente em alguns países, como a Itália, até a Segunda Guerra 
Mundial. 
 No mundo, as ideias de determinação social foram retomadas por Henry Sigerist (1942) 
e Georges Canguilhem (1943/1968), mas ficaram restritas na área das ciências sociais, 
pouco modificando a tendência norte-americana, do modelo unicausal (flexneriano). 
 Henry Sigerist (1891- 1957) – filho de pais suíços, nasceu em Paris e formou-se em Medicina pela 
Universidade de Zurique. Foi professor de História da Medicina nas Universidades de Zurique, Leipzig e, 
posteriormente, na Universidade John’s Hopkins. 
 Georges Canguilhem (1904- 1995) – nasceu no sul da França, percorreu a carreira acadêmica em 
instituições de ensino e pesquisa francesas como filósofo. Sua tese de doutorado, defendida no curso de 
Medicina, feito posteriormente à licenciatura em Filosofia, foi impressa sob o título O normal e o 
patológico.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Modelo de Determinação Social da Doença 
 Em 1942, Sigerist dizia que o médico tem quatro grandes tarefas: promover 
saúde, prevenir doenças, restabelecer o doente e reabilitá-lo. 
 E que promover saúde era ter condições de vida, trabalho, educação, cultura 
física, distração e descanso, chamando políticos, sindicatos, indústrias, 
educadores e médicos para essa tarefa; 
 O modelo da determinação social da doença não nega a atenção individual 
quando necessária, mas ela é contextualizada numa relação entre cidadãos.
Diferença entre modelo da determinação social da doença e modelo biomédico. Fonte: DA ROS, 2004. 
Saúde, Cultura e Sociedade 
Determinação social da doença X Modelo Biomédico 
Movimento pela Reforma Sanitária X Valorização do complexo industrial 
Verdade como processo X Provisoriedade – verdade absoluta 
Valorização da psicologia e do cultural X Valorização da célula e da química 
Valorização da atuação 
multiprofissional/interdisciplinar 
X Todo poder do médico 
Valorização da pessoa como um todo X Valorização do conhecimento 
fragmentado 
Permeabilidade/humildade X Onipotência 
Flexibilidade X Rigidez 
Pensamento crítico político X Alienação
Diferença entre modelo da determinação social da doença e modelo biomédico. Fonte: DA ROS, 
2004 
Saúde, Cultura e Sociedade 
Determinação social da doença X Modelo Biomédico 
Centro de saúde/comunidade X Hospital / Indivíduo 
Inclui promoção da saúde X Só trata o doente 
Educação como relação sujeito-sujeito, 
na relação médico-paciente 
X Educação como médico-sujeito e o 
paciente como objeto 
Flexibilidade para outras racionalidades 
médicas 
X Fechamento para outras racionalidades 
(chamadas de charlatanismo) 
Valorização da saúde pública X Negação da saúde pública 
Determinação Social X Determinação Biológica 
Modelo Saúde Coletiva brasileira X Modelo Biomédico/Flexneriano 
Responsabilidade do Social X Culpabilização individual
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
 Tratando de promoção da saúde, também temos diferentes modelos 
conceituais: um proposto pela saúde coletiva brasileira e outros, oriundos do 
Canadá. 
 Desde o relatório Lalonde, publicado em 1974, no Canadá, e mais 
especificamente após a Conferência Internacional de Promoção à Saúde, em 
1986, em Ottawa, o entendimento de promoção da saúde rompeu com o 
modelo de níveis de prevenção de Leavell e Clark, sustentado durante 
décadas.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
 O modelo de Leavell e Clark, proposto originalmente para explicar a História 
Natural da Doença apresenta três níveis de prevenção: Primário, Secundário e 
Terciário. 
 Promoção da Saúde  É feita através de medidas de ordem geral (Moradia 
adequada; Escolas; Áreas de lazer; Alimentaçã adequada e Educação em todos dos 
níveis 
 Proteção Específica  Imunização; Saúde ocupacional; Higiene pessoal e do lar; 
Proteção contra acidentes; Aconselhamento genético; Controle dos vetores. 
 Diagnóstico Precoce  Inquérito para descoberta de casos na comunidade; Exames 
periódicos, individuais, para detecção precoce de casos; Isolamento para evitar a 
propagação de doenças; Tratamento para evitar a progressão da doença. 
 Limitação da Incapacidade  Evitar futuras complicações e seqüelas. 
 Reabilitação (impedir a incapacidade total) Fisioterapia; Terapia ocupacionale 
Emprego para o reabilitado.
Saúde, Cultura e Sociedade
Saúde, Cultura e Sociedade 
1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
 No nível primário, que defendia a existência de um nível primário de 
prevenção, é apresentada como uma das ações a promoção da saúde. 
 É importante ressaltar que nesse modelo o foco central é a prevenção da 
doença. 
 Assim, o modelo trata, na verdade, de doença e não de saúde. 
 E a promoção da qual falamos, trata de saúde que não é o contrário de 
doença.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
 Os modelos de promoção da saúde oriundos do Canadá, têm em comum a 
afirmação do social, já que apresentam a determinação do processo saúde-doença, 
a busca de superação do modelo biomédico e o compromisso de saúde 
como direito de cidadania. 
 Isto inclui diversos conceitos novos, que estão no coração da Estratégia Saúde da 
Família, mas que não fizeram parte dos nossos currículos tradicionais, tais como: 
tecnologia-leve e cidadania. 
 Até muito recentemente, a promoção da saúde pouco constava, ou sequer 
aparecia, como conteúdo nos currículos dos cursos da área da saúde;
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
 Para Buss (2003), de um modo geral, as formulações de promoção da saúde 
podem ser reunidas em duas grandes tendências. Vejamos: 
A primeira, centrada no comportamento dos indivíduos e seus estilos de vida: 
 Uma das características desta tendência é o seu enfoque fortemente 
comportamental, expresso por meio de ações de saúde que visam a 
transformação de hábitos e estilos de vida dos indivíduos, considerando o 
ambiente familiar, bem como o contexto cultural em que vivem. 
 Nesta ótica, a promoção da saúde tende a  priorizar aspectos educativos 
ligados a fatores de riscos comportamentais individuais, e, portanto, processo 
potencialmente controlado pelos próprios indivíduos.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
 A primeira, centrada no comportamento dos indivíduos e seus estilos de vida: 
 Esta tendência se aproxima muito do modelo preventivo. 
 As similaridades entre a promoção da saúde e a prevenção de doenças nos 
mostra que: 
 prevenir é vigiar, antecipar acontecimentos indesejáveis em populações 
consideradas de risco, 
 enquanto que, promover a saúde, quando não se trata de controlar 
politicamente as condições sanitárias, de trabalho e de vida da população em 
geral, mas quando busca criar hábitos saudáveis, é também uma vigilância. 
 Uma vigilância que cada um de nós deve exercer sobre si mesmo (VERDI; 
CAPONI, 2005).
Saúde, Cultura e Sociedade 
1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
A segunda, dirigida a um enfoque mais amplo de desenvolvimento de políticas 
públicas e condições favoráveis à saúde: 
 Esta tendência, identificada por Buss (2003) como mais moderna, considera 
fundamental o papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condições 
de saúde, cujo amplo espectro de fatores está diretamente relacionado com a 
qualidade de vida individual e coletiva.
Saúde, Cultura e Sociedade 
1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
 A segunda, dirigida a um enfoque mais amplo de desenvolvimento de políticas 
públicas e condições favoráveis à saúde: 
 Logo, promover a saúde implica  considerar um padrão adequado de 
alimentação, de habitação e de saneamento, boas condições de trabalho, acesso 
à educação, ambiente físico limpo, apoio social para famílias e indivíduos e estilo 
de vida responsável. 
 Promover a saúde envolve, também,  dirigir o olhar ao coletivo de indivíduos 
e ao ambiente em todas as dimensões, física, social, política, econômica e 
cultural. 
 Por fim, promover a saúde implica  uma abordagem mais ampla da questão 
da saúde na sociedade.
Saúde, Cultura e Sociedade 
1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
 Como tínhamos afirmado antes, as tendências para a discussão de promoção da 
saúde têm em comum a importância do social. 
 A divergência é no entendimento do significado deste social, em relação ao locus 
de priorização das ações em saúde e a perspectiva com que se trabalha o tema 
sujeito.
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1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
 É importante salientar que há uma vertente minoritária que procura superar as 
ambiguidades da Carta de Ottawa, colocando em destaque conceitos como 
“empowerment comunitário” e “empowerment education”. 
 Carta de Ottawa 
Documento emblemático no movimento da Promoção da Saúde resultante da 
I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada na cidade de 
Ottawa, Canadá, em 1986. Neste documento, Promoção da saúde consiste em 
proporcionar aos povos os meios necessários para melhorar a sua saúde e 
exercer um maior controle sobre a mesma. São apresentados como campos de 
ação da promoção da saúde: políticas públicas saudáveis, ambientes favoráveis 
à saúde, fortalecimento da ação comunitária, desenvolvimento de habilidades e 
atitudes pessoais e reorientação do sistema de saúde.
Saúde, Cultura e Sociedade 
1 - Modelos conceituais em saúde 
Promoção da Saúde 
 Nesse contexto, saúde deve ser entendida como a capacidade para viver a vida de 
modo autônomo, reflexivo e socialmente responsável, cujo núcleo de intervenção do 
setor da saúde deve ser em torno dos “serviços e territórios”. 
 Entender saúde através da politização das práticas sanitárias, tendo como objetivo a 
produção de bens e serviços, a produção de sujeitos (usuários e trabalhadores) e a 
democratização institucional. 
 Nesta perspectiva, a promoção da saúde deve incluir o fortalecimento da 
democracia e a intervenção sobre o ambiente. 
 A promoção da saúde é objeto de diferentes instâncias de decisões e, 
destacadamente, do aparelho estatal, que deve organizar um conjunto de políticas 
públicas de natureza estrutural (econômicas e infraestruturais) e sociais (saúde, 
educação, habitação, etc.).
Saúde, Cultura e Sociedade 
2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença 
 Vivemos numa sociedade complexa, objeto de análise de muitos historiadores, 
sociólogos, antropólogos e economistas, em um país que tem uma história rica e 
cheia de contradições. 
 Estas histórias muitas vezes nos foram contadas da forma que gostariam que 
entendêssemos, mas nem sempre apresentaram toda a verdade, ou todas as 
possíveis interpretações. 
 Nesta unidade, vamos resgatar tais histórias e analisá-las com mais atenção. 
 Desejamos assim explicitar a complexidade da organização da sociedade e sua 
relação com o processo saúde-doença.
Saúde, Cultura e Sociedade 
2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença 
 Com esta dinâmica, seus (Cursista) objetivos de estudo são  os de 
entender que há diferentes maneiras de ver a história da organização da 
sociedade, levando-o a refletir criticamente sobre a complexidade desta 
organização, considerando suas atuais características, como: 
desigualdade, exclusão social e violência. 
 Esperamos que este entendimento e sua reflexão possibilitem-no a 
perceber as relações do processo de organização social com o processo 
saúde-doença.
Saúde, Cultura e Sociedade 
2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença 
A Organização da Sociedade Influencia O Processo Saúde-Doença: 
 Somos frutos (e/ou consequências) de como se organizaram (e/ou se organizam) 
os poderes hegemônicos mundiais nas diversas épocas, especialmente no que 
se refere à organização da produção dos bens materiais, a economia, e isto vai 
se refletir diretamente no processo que gera doença em nossa sociedade. 
 Apesar de termos essa dependência (subordinação) aos países hegemônicos, 
temos nossas características próprias, derivadas dos arranjos histórico-culturais 
que construíram nossa formação social.
Saúde, Cultura e Sociedade 
2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença 
 Podemos dizer que nossa sociedade, hoje, é organizada sob a lógica capitalista 
e, desta lógica, a sua face moderna, chamada neoliberalismo. 
 Então, para entender essa situação, podemos utilizar Marx, um pensador do 
século XIX, cuja teoria econômica voltou a ser considerada, depois do início da 
última crise. 
 Ele utiliza, como questão central para análise das sociedades, o entendimento de 
como se organiza a economia. A partir dela, entendemos como se conforma a 
hegemonia, as relações internacionais e mesmo as relações contraditórias entre 
regiões do país ou, mesmo, as internas, numa mesma cidade. 
 Nossa cultura, nossa história, nossa forma de encarar o mundo medeia essas 
relações, mas não as modifica. 
(MARX. 2008).
Saúde, Cultura e Sociedade 
2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença 
 Dizer, portanto, que o Brasil é um país capitalista é uma obviedade e uma 
simplificação. 
 Mas, por outro lado, é importante lembrar isso sempre que raciocinarmos sobre o 
conceito de saúde e sobre políticas sociais (entre elas, as da saúde, nosso 
tema). 
 A base para estudar uma economia capitalista é a existência de duas classes 
sociais fundamentais (não únicas, mas fundamentais): os donos do capital (ou 
dos meios de produção) e os que vendem suas forças de trabalho, configurando 
a burguesia e o proletariado.
Saúde, Cultura e Sociedade 
2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença 
 Essa discussão nos interessa porque, se entendermos que a determinação 
da doença é social, se quisermos promover a saúde, educar e ser 
educados, precisaremos de políticas públicas de saúde, e estas vão ou não 
acontecer, dependendo da organização social. 
 A compreensão da forma de organização da sociedade no capitalismo nos 
permite conhecer  o papel e os limites estruturais do Estado, para viabilizar ou 
para não assumir, políticas sociais e, dentre elas, as de saúde. 
 Assim compreenderemos como isto vai gerar desigualdades sociais, 
eixo para entender a determinação social da doença.
Saúde, Cultura e Sociedade 
2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença 
 O poder capitalista internacional com seus representantes nacionais, assim como 
o próprio interesse capitalista nacional, buscam assumir os cargos de comando, 
tanto no poder executivo como no legislativo e judiciário, para garantir uma 
política que assegure a reprodução do capital, independentemente se isso será 
bom ou não para a classe trabalhadora e para a grande massa de excluídos. 
 Isso tem implicações diretas no sistema de saúde pública, para o povo do nosso 
país. 
 A hegemonia assume também papéis nos órgãos de imprensa, na lógica das 
igrejas e impregna sua ideologia. 
 Para entender a determinação social da doença, é preciso entender como se 
organiza a sociedade.
Saúde, Cultura e Sociedade 
Pensamento: 
Caros profissionais, sabemos que desenvolver um processo de trabalho em 
saúde junto às pessoas, às famílias e às comunidades, num contexto de 
desigualdades sociais como na realidade social brasileira, para que se 
promova a saúde e o SUS dê certo, é uma árdua tarefa. 
Para isso, não bastam os saberes e as práticas tradicionais - como dizia 
David Capistrano - este exercício requer ir muito além da sabedoria e da 
técnica, pressupõe uma férrea persistência e mesmo pertinácia.
GRUPO EDUCACIONAL FACULDADE MONTES BELOS 
Pós-Graduação Latu Sensu 
1º Módulo: 
Saúde e Sociedade – 
Família Brasileira e Goiana 
Profª Ms. Pollyanna de Siqueira Queirós 
Mestre em Enfermagem - UFG 
Especialista em Gestão em Saúde - UEG 
Enfermeira (Bacharelado e Licenciatura) – UFG 
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Aula 01 - Saúde, Cultura e Sociedade

  • 1. Especialização latu sensu Saúde Pública Módulo: SAÚDE, CULTURA E SOCIEDADE Saúde, Cultura e Sociedade Profª Ms. Pollyanna de Siqueira Queirós Mestre em Enfermagem - UFG Especialista em Gestão em Saúde - UEG Enfermeira (Bacharelado e Licenciatura) – UFG
  • 2. Saúde, Cultura e Sociedade  O trabalho na Saúde Pública, especialmente na Estratégia Saúde da Família (ESF) é um processo complexo no que se refere a saberes, práticas e relações envolvidas.  Isto requer que o processo de Ensino/Aprendizagem – Trabalho  seja construído na articulação de bases teóricas (o conhecimento), de bases metodológicas (métodos e técnicas) e de bases éticas.  O processo de trabalho na ESF exige, como ponto de partida, o reconhecimento da realidade onde se insere, portanto, o território de atuação sob responsabilidade da equipe de saúde da família, onde sujeitos sociais e famílias vivem e interagem.
  • 3. Saúde, Cultura e Sociedade  Precisamos conhecer a realidade da comunidade para o trabalho na Saúde Pública, tanto em termos contextuais (a partir de informações da realidade demográfica, epidemiológica, social, política e cultural) como em termos conceituais (os modos de ver e conceber a realidade).  Assim, este módulo pretende refletir com você sobre a estreita relação entre saúde e sociedade na realidade do trabalho da equipe de saúde da família e profissional que atuam na Saúde Pública.
  • 4. Saúde, Cultura e Sociedade  A realidade contextual de que falamos abrange desde sua unidade social mais micro – os sujeitos e a família – até as relações sociais mais amplas, em nível macro, como, por exemplo, o processo de globalização na sociedade.  Portanto, propomos que, ao pensar na realidade dos sujeitos e das famílias, pensemos sempre nas suas inter-relações e mesmo num contexto político, social e cultural.
  • 5. Saúde, Cultura e Sociedade  Neste módulo e em todo curso, indica claramente para um posicionamento crítico ante o conhecimento já construído, saberes já instituídos, modos hegemônicos de ver a realidade.  Isto quer dizer que propomos conhecer a realidade, sim, porém de modo crítico, questionador e criativo.
  • 6. Saúde, Cultura e Sociedade  (Corpo Docente e Coordenação Pos-Graduação) Nosso objetivo  é que seu estudo seja um processo de construção cotidiana ativo, participativo e crítico, no sentido de você se tornar sujeito da construção do próprio saber, de você se apropriar da realidade e ir além, empoderando-se neste contexto, de modo a capacitar-se para a transformação dessa realidade em direção a uma sociedade e um sistema de saúde mais justo, mais equitativo, digno e cidadão.
  • 7. Saúde, Cultura e Sociedade  Assim, convidamos você a entrar no mundo das ideias, práticas, conflitos, desafios e realizações que compõem os marcos conceitual e contextual da Estratégia Saúde da Família, do SUS e da sociedade brasileira.  Acreditando no potencial de mudança de todos e de cada um e na sua capacidade de criar e transformar a realidade, propomos, ao longo deste módulo, um percurso desafiador que instigue você a ver com “outros olhos” a realidade de seu trabalho, a pensar múltiplas e diferentes explicações para os processos que ali ocorrem (a saúde, a doença, o trabalho, a vida da comunidade) e a produzir, em equipe, diferentes respostas para os problemas evidenciados.
  • 8. Saúde, Cultura e Sociedade Saúde e sociedade  podem ser compreendidas como indissociáveis, dependendo do modo como entendemos que a doença e a saúde são produzidas. Se a crença é de que a doença vai muito além do corpo biológico, certamente as relações sociais terão papel fundamental e, portanto, as ações de saúde devem considerar a multiplicidade de fatores que produzem estes processos.  Pensar a saúde e a sociedade intimamente ligadas perpassa toda a maneira como vamos construir nosso conhecimento, nossas práticas, nossas ações, as políticas, enfim, a nossa contribuição para a efetivação do SUS e da Estratégia Saúde da Família.
  • 9. Saúde, Cultura e Sociedade  Estudaremos/Refletiremos:  Diferentes formas de pensar a saúde, como promover a saúde, o modelo biomédico e o modelo da determinação social da doença, bem como discutiremos a promoção da saúde.  Seus objetivos (cursista) neste estudo são: 1. Refletir criticamente sobre as diferentes formas de pensar o processo saúde doença, 2. Identificar as características do modelo biomédico e sua influência hegemônica nas práticas de saúde, 3. Conhecer o modelo da determinação social da doença em contraponto ao modelo biomédico e 4. Refletir sobre a influência das relações sociais na constituição destes modelos de saúde.
  • 10. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde  Quando falamos em modelos conceituais em saúde, está implícito que existem diferentes conceitos que determinam diferentes maneiras de ver o que é ou como se promove a saúde (ou se tratam as doenças).  Essas diferentes maneiras de ver propiciam pensamentos e práticas diferenciadas, mais ou menos eficientes, mais ou menos científicas, mais ou menos onerosas, fragmentadas ou não.  Então, vamos desenvolver com vocês essas duas questões que se colocam: a primeira, sobre as diferentes formas de ver a saúde, e a segunda, sobre os modelos conceituais em saúde.
  • 11. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde 1.1 A Epistemologia da Saúde: as diversas formas de pensar a saúde  A epistemologia estuda a  origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento (daí também se designar por filosofia do conhecimento).  A respeito das diferentes formas de ver o que é, ou como se faz a saúde, a discussão que se coloca é epistemológica.  Há uma epistemologia chamada construtivista, que diz que o conhecimento/a ciência é um processo, ou seja, está constantemente mudando – está em construção.
  • 12. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde 1.1 A Epistemologia da Saúde: as diversas formas de pensar a saúde  O que ocorreu na Inglaterra entre 1870 e 1970 que possa estar relacionado à diminuição de mortes por tuberculose?  Nesse período, surgiram serviços públicos de saúde, melhores condições para a classe trabalhadora, com melhorias nas condições salariais/econômicas, habitações melhores, projetos de saneamento e urbanização, empoderamento das classes populares, ampliação da democracia; questões que significam promoção da saúde e prevenção de doenças, bem como a ampliação da qualidade de vida. Com esses dados, já podemos ver a realidade de outra maneira.  Portanto, a primeira maneira de ver/conceber o processo saúde-doença é definida como biomédica e a segunda como modo de determinação social da doença, ou seja, estes são dois modelos conceituais em saúde.
  • 13. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde 1.1 A Epistemologia da Saúde: as diversas formas de pensar a saúde  Se for verdade que não podemos absolutizar a determinação social na hora de executar um tratamento individual, também é verdade que, se quisermos efetivamente ser profissionais de saúde, e não de doença, temos que começar a pensar de outro jeito, a ver as coisas de outra forma.  A maneira biomédica nos foi imposta de tal modo e está tão incorporada ao nosso jeito de ver que nos sentimos desconfortáveis de pensar em mudar.  Este sentimento, de incômodo, é o que nos permite crescer na ciência; caso contrário, só repetiremos o I3 sem enxergar o B ou outros signos possíveis.
  • 14. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde 1.1 A Epistemologia da Saúde: as diversas formas de pensar a saúde  Temos então, bipolarmente dois modelos conceituais em saúde: Biomédico Modelo hegemônico, considerado avançado durante muito tempo (até a década de 1970). Determinação social Um novo entendimento do processo saúde-doença que é determinado pelo modo como o homem se apropria da natureza por meio do processo de trabalho em determinado momento histórico e em determinadas relações sociais de produção.
  • 15. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde  O pensamento sobre o que é saúde e doença já se verificava há muitos séculos, antes mesmo das explicações científicas.  ANTIGUIDADE  A doença era atribuída a causas externas cuja explicação estava em fatores sobrenaturais, para posteriormente vincular-se ao caráter religioso , envolvendo a igreja como local e os sacerdotes como mediadores da cura;  GRÉCIA ANTIGA  Surge a teoria Hipocrática, que centrava nos fatores externos ambientais (clima, geografia, alimentação, trabalho excessivo) as causas das doenças;
  • 16. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde  IDADE MÉDIA  Sob forte influência do cristianismo, a doença toma sentido místico religioso (castigo), e a cura é buscada em poderes miraculosos (relíquias, amuletos, água benta, exorcismo).  PERÍODO DO RENASCIMENTO  Surgiu a teoria miasmática, cuja explicação da doença estava nas partículas invisíveis, os miasmas.  A origem das doenças situava-se na má qualidade do ar;  A malária (junção de mal e ar), deve seu nome à crença neste modo de transmissão.  Surge também,a teoria social da Medicina com alguns revolucionários como Virchow e Neumann que buscam a explicação da doença nas condições de vida e de trabalho.
  • 17. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde  NO SÉCULO XIX  A partir das descobertas bacteriológicas, o conceito de doença muda novamente, agora centrando a procura da causa em um agente causal de origem bacteriológica.  NO SÉCULO XX  A insuficiência da teoria unicausal da doença abre espaço para a formulação de explicações multicausais, de caráter biologicista e a-histórico, numa concepção reducionista do social.
  • 18. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde  ATUAL: Multicausalidade/Multifatorialidade – processo saúde doença
  • 19. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Modelo Biomédico  O marco teórico conceitual  tem sua origem no modelo capitalista norte-americano.  Tal modelo foi chamado de modelo flexneriano, porque Flexner foi quem centralizou uma pesquisa nos EUA, em 1910, patrocinada pela Fundação Carnegie, concluindo que o bom modelo de ensino de medicina deveria ser o da Rockefeller Foundation.  Abraham Flexner (1866-1959) – educador norte-americano que, na década de 1910, com o Relatório de uma pesquisa sobre o ensino da medicina, provocou a reforma da educação médica nos Estados Unidos.
  • 20. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Modelo Biomédico - Características do modelo flexneriano:  1. Positivismo Tem a verdade científica;  2. Fragmentação/Especialização  Ensino com ênfase na anatomia, estudando segmentos do humano, dando origem às múltiplas especialidades médicas;  3. Mecanicismo  Considera o corpo humano como uma máquina.  4. Biologicismo  As doenças são causadas sempre por um agente causal (biológico, físico, químico).  5. Tecnificação  Centraliza os processos de diagnóstico e cura nos procedimentos e equipamentos tecnológicos.  6. Individualismo  Focaliza no indivíduo, negando os grupos sociais e a comunidade.  7. Curativismo  Dá ênfase à cura das doenças, em detrimento da promoção da saúde, e da prevenção das doenças.  8. Hospitalocêntrico  O melhor ambiente para tratar as doenças é o hospital, porque tem todos os exames acessíveis e se administra medicamentos nas horas certas.
  • 21. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Modelo Biomédico - Características do modelo flexneriano:  Além dessas características, o modelo biomédico nega a saúde pública, a saúde mental e as ciências sociais, bem como não considera científicos e válidos outros modelos de saúde;  O conhecimento e a prática de saúde são centralizados no profissional médico.  Isto tem como consequência uma posição autoritária, unidisciplinar e com intenso uso do aparato que lucra com a doença: hospitais, exames, remédios, medicina altamente especializada - o chamado complexo médico-industrial.
  • 22. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Modelo de Determinação Social da Doença  Esse modelo conceitual em saúde apresenta uma nova forma de ver o processo saúde-doença.  Tal forma tem sua origem na Europa, no século XIX, num movimento chamado de Movimento de Medicina Social.  Virchow, um dos médico-sociais (depois veio a ser conhecido também como patologista), afirmava que as pessoas adoecem e morrem em função do jeito que vivem.  E este jeito de viver é determinado social-cultural e economicamente (caracterizando o contexto de aparecimento da doença).
  • 23. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Modelo de Determinação Social da Doença  Em 1848, Virchow elaborou, junto com Neumann, a lei da Saúde Pública da Prússia, na qual diz que  compete ao Estado a responsabilidade sobre a saúde das pessoas. Que este deve promover a saúde e combater e tratar a doença, para todos, ou seja, saúde: direito de todos, dever do Estado.  Aliás, foi esse movimento que inspirou a nossa construção do SUS.  Rudolf Ludwig Karl Virchow (1821-1902) – médico alemão considerado mentor da medicina social e, posteriormente, “pai” da patologia, além de antropólogo e político liberal;  Salomon Neumann (1819- 1908) – médico estatístico alemão.
  • 24. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Modelo de Determinação Social da Doença Virchow conseguiu, sem conhecer a bactéria, nem antibióticos, terminar com a epidemia de febre tifóide, na região da Silésia (Polônia), com a mudança da carga horária de trabalho, de 16 para 10 horas diárias, melhores condições de saneamento nas fábricas (abriu janelas), proibição de trabalho para menores (de 4 para 12 anos), maior salário (mais dinheiro para comprar comida para os filhos), alimentação adequada e a construção de casas populares próximas às fábricas.
  • 25. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Modelo de Determinação Social da Doença  O movimento de medicina social foi hegemônico, na Europa, entre 1830 e 1870, quando ascende a teoria pasteuriana unicausal. A partir daí, há um declínio, só persistindo residualmente em alguns países, como a Itália, até a Segunda Guerra Mundial.  No mundo, as ideias de determinação social foram retomadas por Henry Sigerist (1942) e Georges Canguilhem (1943/1968), mas ficaram restritas na área das ciências sociais, pouco modificando a tendência norte-americana, do modelo unicausal (flexneriano).  Henry Sigerist (1891- 1957) – filho de pais suíços, nasceu em Paris e formou-se em Medicina pela Universidade de Zurique. Foi professor de História da Medicina nas Universidades de Zurique, Leipzig e, posteriormente, na Universidade John’s Hopkins.  Georges Canguilhem (1904- 1995) – nasceu no sul da França, percorreu a carreira acadêmica em instituições de ensino e pesquisa francesas como filósofo. Sua tese de doutorado, defendida no curso de Medicina, feito posteriormente à licenciatura em Filosofia, foi impressa sob o título O normal e o patológico.
  • 26. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Modelo de Determinação Social da Doença  Em 1942, Sigerist dizia que o médico tem quatro grandes tarefas: promover saúde, prevenir doenças, restabelecer o doente e reabilitá-lo.  E que promover saúde era ter condições de vida, trabalho, educação, cultura física, distração e descanso, chamando políticos, sindicatos, indústrias, educadores e médicos para essa tarefa;  O modelo da determinação social da doença não nega a atenção individual quando necessária, mas ela é contextualizada numa relação entre cidadãos.
  • 27. Diferença entre modelo da determinação social da doença e modelo biomédico. Fonte: DA ROS, 2004. Saúde, Cultura e Sociedade Determinação social da doença X Modelo Biomédico Movimento pela Reforma Sanitária X Valorização do complexo industrial Verdade como processo X Provisoriedade – verdade absoluta Valorização da psicologia e do cultural X Valorização da célula e da química Valorização da atuação multiprofissional/interdisciplinar X Todo poder do médico Valorização da pessoa como um todo X Valorização do conhecimento fragmentado Permeabilidade/humildade X Onipotência Flexibilidade X Rigidez Pensamento crítico político X Alienação
  • 28. Diferença entre modelo da determinação social da doença e modelo biomédico. Fonte: DA ROS, 2004 Saúde, Cultura e Sociedade Determinação social da doença X Modelo Biomédico Centro de saúde/comunidade X Hospital / Indivíduo Inclui promoção da saúde X Só trata o doente Educação como relação sujeito-sujeito, na relação médico-paciente X Educação como médico-sujeito e o paciente como objeto Flexibilidade para outras racionalidades médicas X Fechamento para outras racionalidades (chamadas de charlatanismo) Valorização da saúde pública X Negação da saúde pública Determinação Social X Determinação Biológica Modelo Saúde Coletiva brasileira X Modelo Biomédico/Flexneriano Responsabilidade do Social X Culpabilização individual
  • 29. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde  Tratando de promoção da saúde, também temos diferentes modelos conceituais: um proposto pela saúde coletiva brasileira e outros, oriundos do Canadá.  Desde o relatório Lalonde, publicado em 1974, no Canadá, e mais especificamente após a Conferência Internacional de Promoção à Saúde, em 1986, em Ottawa, o entendimento de promoção da saúde rompeu com o modelo de níveis de prevenção de Leavell e Clark, sustentado durante décadas.
  • 30. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde  O modelo de Leavell e Clark, proposto originalmente para explicar a História Natural da Doença apresenta três níveis de prevenção: Primário, Secundário e Terciário.  Promoção da Saúde  É feita através de medidas de ordem geral (Moradia adequada; Escolas; Áreas de lazer; Alimentaçã adequada e Educação em todos dos níveis  Proteção Específica  Imunização; Saúde ocupacional; Higiene pessoal e do lar; Proteção contra acidentes; Aconselhamento genético; Controle dos vetores.  Diagnóstico Precoce  Inquérito para descoberta de casos na comunidade; Exames periódicos, individuais, para detecção precoce de casos; Isolamento para evitar a propagação de doenças; Tratamento para evitar a progressão da doença.  Limitação da Incapacidade  Evitar futuras complicações e seqüelas.  Reabilitação (impedir a incapacidade total) Fisioterapia; Terapia ocupacionale Emprego para o reabilitado.
  • 31. Saúde, Cultura e Sociedade
  • 32. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde  No nível primário, que defendia a existência de um nível primário de prevenção, é apresentada como uma das ações a promoção da saúde.  É importante ressaltar que nesse modelo o foco central é a prevenção da doença.  Assim, o modelo trata, na verdade, de doença e não de saúde.  E a promoção da qual falamos, trata de saúde que não é o contrário de doença.
  • 33. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde  Os modelos de promoção da saúde oriundos do Canadá, têm em comum a afirmação do social, já que apresentam a determinação do processo saúde-doença, a busca de superação do modelo biomédico e o compromisso de saúde como direito de cidadania.  Isto inclui diversos conceitos novos, que estão no coração da Estratégia Saúde da Família, mas que não fizeram parte dos nossos currículos tradicionais, tais como: tecnologia-leve e cidadania.  Até muito recentemente, a promoção da saúde pouco constava, ou sequer aparecia, como conteúdo nos currículos dos cursos da área da saúde;
  • 34. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde  Para Buss (2003), de um modo geral, as formulações de promoção da saúde podem ser reunidas em duas grandes tendências. Vejamos: A primeira, centrada no comportamento dos indivíduos e seus estilos de vida:  Uma das características desta tendência é o seu enfoque fortemente comportamental, expresso por meio de ações de saúde que visam a transformação de hábitos e estilos de vida dos indivíduos, considerando o ambiente familiar, bem como o contexto cultural em que vivem.  Nesta ótica, a promoção da saúde tende a  priorizar aspectos educativos ligados a fatores de riscos comportamentais individuais, e, portanto, processo potencialmente controlado pelos próprios indivíduos.
  • 35. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde  A primeira, centrada no comportamento dos indivíduos e seus estilos de vida:  Esta tendência se aproxima muito do modelo preventivo.  As similaridades entre a promoção da saúde e a prevenção de doenças nos mostra que:  prevenir é vigiar, antecipar acontecimentos indesejáveis em populações consideradas de risco,  enquanto que, promover a saúde, quando não se trata de controlar politicamente as condições sanitárias, de trabalho e de vida da população em geral, mas quando busca criar hábitos saudáveis, é também uma vigilância.  Uma vigilância que cada um de nós deve exercer sobre si mesmo (VERDI; CAPONI, 2005).
  • 36. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde A segunda, dirigida a um enfoque mais amplo de desenvolvimento de políticas públicas e condições favoráveis à saúde:  Esta tendência, identificada por Buss (2003) como mais moderna, considera fundamental o papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condições de saúde, cujo amplo espectro de fatores está diretamente relacionado com a qualidade de vida individual e coletiva.
  • 37. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde  A segunda, dirigida a um enfoque mais amplo de desenvolvimento de políticas públicas e condições favoráveis à saúde:  Logo, promover a saúde implica  considerar um padrão adequado de alimentação, de habitação e de saneamento, boas condições de trabalho, acesso à educação, ambiente físico limpo, apoio social para famílias e indivíduos e estilo de vida responsável.  Promover a saúde envolve, também,  dirigir o olhar ao coletivo de indivíduos e ao ambiente em todas as dimensões, física, social, política, econômica e cultural.  Por fim, promover a saúde implica  uma abordagem mais ampla da questão da saúde na sociedade.
  • 38. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde  Como tínhamos afirmado antes, as tendências para a discussão de promoção da saúde têm em comum a importância do social.  A divergência é no entendimento do significado deste social, em relação ao locus de priorização das ações em saúde e a perspectiva com que se trabalha o tema sujeito.
  • 39. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde  É importante salientar que há uma vertente minoritária que procura superar as ambiguidades da Carta de Ottawa, colocando em destaque conceitos como “empowerment comunitário” e “empowerment education”.  Carta de Ottawa Documento emblemático no movimento da Promoção da Saúde resultante da I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada na cidade de Ottawa, Canadá, em 1986. Neste documento, Promoção da saúde consiste em proporcionar aos povos os meios necessários para melhorar a sua saúde e exercer um maior controle sobre a mesma. São apresentados como campos de ação da promoção da saúde: políticas públicas saudáveis, ambientes favoráveis à saúde, fortalecimento da ação comunitária, desenvolvimento de habilidades e atitudes pessoais e reorientação do sistema de saúde.
  • 40. Saúde, Cultura e Sociedade 1 - Modelos conceituais em saúde Promoção da Saúde  Nesse contexto, saúde deve ser entendida como a capacidade para viver a vida de modo autônomo, reflexivo e socialmente responsável, cujo núcleo de intervenção do setor da saúde deve ser em torno dos “serviços e territórios”.  Entender saúde através da politização das práticas sanitárias, tendo como objetivo a produção de bens e serviços, a produção de sujeitos (usuários e trabalhadores) e a democratização institucional.  Nesta perspectiva, a promoção da saúde deve incluir o fortalecimento da democracia e a intervenção sobre o ambiente.  A promoção da saúde é objeto de diferentes instâncias de decisões e, destacadamente, do aparelho estatal, que deve organizar um conjunto de políticas públicas de natureza estrutural (econômicas e infraestruturais) e sociais (saúde, educação, habitação, etc.).
  • 41. Saúde, Cultura e Sociedade 2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença  Vivemos numa sociedade complexa, objeto de análise de muitos historiadores, sociólogos, antropólogos e economistas, em um país que tem uma história rica e cheia de contradições.  Estas histórias muitas vezes nos foram contadas da forma que gostariam que entendêssemos, mas nem sempre apresentaram toda a verdade, ou todas as possíveis interpretações.  Nesta unidade, vamos resgatar tais histórias e analisá-las com mais atenção.  Desejamos assim explicitar a complexidade da organização da sociedade e sua relação com o processo saúde-doença.
  • 42. Saúde, Cultura e Sociedade 2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença  Com esta dinâmica, seus (Cursista) objetivos de estudo são  os de entender que há diferentes maneiras de ver a história da organização da sociedade, levando-o a refletir criticamente sobre a complexidade desta organização, considerando suas atuais características, como: desigualdade, exclusão social e violência.  Esperamos que este entendimento e sua reflexão possibilitem-no a perceber as relações do processo de organização social com o processo saúde-doença.
  • 43. Saúde, Cultura e Sociedade 2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença A Organização da Sociedade Influencia O Processo Saúde-Doença:  Somos frutos (e/ou consequências) de como se organizaram (e/ou se organizam) os poderes hegemônicos mundiais nas diversas épocas, especialmente no que se refere à organização da produção dos bens materiais, a economia, e isto vai se refletir diretamente no processo que gera doença em nossa sociedade.  Apesar de termos essa dependência (subordinação) aos países hegemônicos, temos nossas características próprias, derivadas dos arranjos histórico-culturais que construíram nossa formação social.
  • 44. Saúde, Cultura e Sociedade 2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença  Podemos dizer que nossa sociedade, hoje, é organizada sob a lógica capitalista e, desta lógica, a sua face moderna, chamada neoliberalismo.  Então, para entender essa situação, podemos utilizar Marx, um pensador do século XIX, cuja teoria econômica voltou a ser considerada, depois do início da última crise.  Ele utiliza, como questão central para análise das sociedades, o entendimento de como se organiza a economia. A partir dela, entendemos como se conforma a hegemonia, as relações internacionais e mesmo as relações contraditórias entre regiões do país ou, mesmo, as internas, numa mesma cidade.  Nossa cultura, nossa história, nossa forma de encarar o mundo medeia essas relações, mas não as modifica. (MARX. 2008).
  • 45. Saúde, Cultura e Sociedade 2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença  Dizer, portanto, que o Brasil é um país capitalista é uma obviedade e uma simplificação.  Mas, por outro lado, é importante lembrar isso sempre que raciocinarmos sobre o conceito de saúde e sobre políticas sociais (entre elas, as da saúde, nosso tema).  A base para estudar uma economia capitalista é a existência de duas classes sociais fundamentais (não únicas, mas fundamentais): os donos do capital (ou dos meios de produção) e os que vendem suas forças de trabalho, configurando a burguesia e o proletariado.
  • 46. Saúde, Cultura e Sociedade 2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença  Essa discussão nos interessa porque, se entendermos que a determinação da doença é social, se quisermos promover a saúde, educar e ser educados, precisaremos de políticas públicas de saúde, e estas vão ou não acontecer, dependendo da organização social.  A compreensão da forma de organização da sociedade no capitalismo nos permite conhecer  o papel e os limites estruturais do Estado, para viabilizar ou para não assumir, políticas sociais e, dentre elas, as de saúde.  Assim compreenderemos como isto vai gerar desigualdades sociais, eixo para entender a determinação social da doença.
  • 47. Saúde, Cultura e Sociedade 2 - A organização social e sua influência no processo saúde-doença  O poder capitalista internacional com seus representantes nacionais, assim como o próprio interesse capitalista nacional, buscam assumir os cargos de comando, tanto no poder executivo como no legislativo e judiciário, para garantir uma política que assegure a reprodução do capital, independentemente se isso será bom ou não para a classe trabalhadora e para a grande massa de excluídos.  Isso tem implicações diretas no sistema de saúde pública, para o povo do nosso país.  A hegemonia assume também papéis nos órgãos de imprensa, na lógica das igrejas e impregna sua ideologia.  Para entender a determinação social da doença, é preciso entender como se organiza a sociedade.
  • 48. Saúde, Cultura e Sociedade Pensamento: Caros profissionais, sabemos que desenvolver um processo de trabalho em saúde junto às pessoas, às famílias e às comunidades, num contexto de desigualdades sociais como na realidade social brasileira, para que se promova a saúde e o SUS dê certo, é uma árdua tarefa. Para isso, não bastam os saberes e as práticas tradicionais - como dizia David Capistrano - este exercício requer ir muito além da sabedoria e da técnica, pressupõe uma férrea persistência e mesmo pertinácia.
  • 49. GRUPO EDUCACIONAL FACULDADE MONTES BELOS Pós-Graduação Latu Sensu 1º Módulo: Saúde e Sociedade – Família Brasileira e Goiana Profª Ms. Pollyanna de Siqueira Queirós Mestre em Enfermagem - UFG Especialista em Gestão em Saúde - UEG Enfermeira (Bacharelado e Licenciatura) – UFG E-mail: pollyannasq@gmail.com Coordenadora da Pós-Grad. Saúde Pública com ênfase em Saúde da Família